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14 I .EDU I Terça-feira, 17 de Novembro de 2015
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LÁ FORA
Bolsas: caminho para estudar no exterior Interessados em fazer MBA em universidades internacionais podem procurar várias instituições para tentar o valor necessário Simei Morais ESPECIAL PARA O ESTADO
Se há alguém com experiência emconseguirbolsaéocasalJoice Toyota, de 31 anos, e Lucas Mendes, de 32. Engenheiros formadospelaEscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), eles conquistaram, juntos, sete bolsas para cursar MBA e viver dois anos naCalifórnia,nosEstadosUnidos. Joice foi contemplada com cinco bolsas. Mendes teve duas e completou os recursos com financiamento americano, por meio da Universidade de Stanford, onde eles estudaram de setembro de 2013 a maio deste ano. O curso custou, para cada um, US$ 128 mil. “Eu não teria condiçõesdeestudarlácomdinheiro familiar.As bolsas estão aí para nos apoiar e fazermos algodiferenteparaoPaís”,acreditaJoice,queconquistouauxíliodasfundaçõesLemanneEstudar,umadaprópriauniversidade,outradaBrazilian-American Chamber of Commerce (porindicaçãodaFundaçãoLemann, quando já estudava) e uma quinta, também de Stan-
ford, complementar ao salário do trabalho que fez em uma organização não-governamental (ONG) de Educação. As duas bolsas de Mendes, da Fundação Estudar e da universidade, cobriram 70% dos gastos escolares. Mas também havia o custo de vida. Completou tudo com financiamento a ser pago em 25 anos, com taxas em torno de 7% ao ano. Crowdfunding. O mix de bolsasquesuportouocasaléoque todo candidato a um MBA almeja, principalmente se a pretensão é estudar no exterior, com custos em dólar ou euro. “Para fazer MBA, tem de congregarváriasbolsas”, diz a relações públicas Jamile Dalri, de 25anos,queplanejafazeroprocesso de seleção em dois anos. Para se preparar, ela pesquisa em sites e tira dúvidas em comunidades nas redes sociais. Nesse processo, Jamile conheceu Cassia Moraes, de 25 anos, que publicou um e-book com sua experiência na busca por MBA estrangeiro e, principalmente,porrecursos.Formada em Relações Internacionais pela Universidade Estadual
Paulista (Unesp), ela foi aprovadanoMasterofPublicAdministration (MPA) na Universidade de Columbia, em Nova York, que custou US$ 112 mil. Nomesmoe-mail,emmarço de 2013, ela recebeu uma boa e uma má notícia: havia sido aprovada no curso, mas sem bolsa. “Todo mundo fala para focar na seleção para a vaga e depoisnabolsa.Masháprocessosdebolsaqueabremenquantovocêainda nãotem aprimeira resposta. Segui esse raciocínio e perdi um monte de prazosdebolsas.”Atéjunho,quando tinha de confirmar matrícula e pagar sinal de US$ 1 mil, Cassia ficou no suspense. O pai vendeu um carro para ajudá-laeela fezcrowdfunding nainternet.Avisibilidadedavaquinha online fez com que lhe indicassemumastartupqueconectavaestudantesainteressa-
NA WEB Mais. Bolsas existentes e dicas de Paula Braga estadao.com.br/e/bolsasmba
dos em emprestar recursos, a PlataformaEdukar.Comoempréstimo, que vai pagar em seis anos com 8% de seu salário, somou metade dos recursos necessários. Ao fim do primeiro ano,conseguiubolsadaFundaçãoLemann.Cassiahojetrabalha em uma ONG que mantém contato com a Organização das Nações Unidas (ONU). OengenheiroMendesressalta que, mesmo com as contas pagasemdólar,omelhordabolsanãoésimplesmenteodinheiro.“ObolsistadaFundaçãoEstudar entra para uma rede de profisionais muito interessantes.Tivementoriacomumexecutivomuitorespeitadoquetoda semana falava comigo por horas sobre minha carreira e me apresentou pessoas.” Tanto Mendes quanto Joice abriram seus próprios negócios durante o MBA. Ele, uma startup de recrutamento de profissionaispelainternet.Ela, uma consultoria que seleciona e qualifica profissionais para atuar no setor público. “As redes (das fundações Lemann e Estudar) me ajudaram a chegar a pessoasquehojeapoiamaconsultoria”, conta Joice.
Pela internet, possibilidades de empréstimo l Quem quer estudar no exterior encontra na internet possibilidades de empréstimo. Uma das opções é a Plataforma Edukar, startup que conecta o estudante a pessoas físicas interessadas em emprestar. “Estamos em fase pré-operacional de um novo modelo de negócio e, atualmente, não estamos concluindo os empréstimos. Mas é possível realizar cadastro para entrarmos em contato tão logo a fase operacional comece”, diz Roberto Tesch, CEO da startup. Segundo ele, será possível captar até R$ 70 mil, com taxas de 6% a 10% ao ano, mais atualização monetária. O estudante, já aprovado no MBA, cadastra a proposta, que será avaliada pelos patrocinadores. Já o site Prodigy Finance pode cobrir os custos totais do curso, com taxas entre 5,5% e 8,5%, e prazo de pagamento de sete anos (para MBAs de um ano). / S.M.