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A Palavra do Grão Mestre

Um agradecimento responsável

Fui reconhecido, votado e eleito como terceiro Grão Mestre da Grande Loja Soberana de Portugal, com mandato definido para os próximos dois anos, sucedendo a João Pestana Dias e a Abílio Alagoa da Silva, a quem deixo aqui uma palavra de agradecimento pelo muito que me ensinaram.

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Deixo, também, uma palavra de agradecimento pela confiança que depositaram em mim. Fico sinceramente muito sensibilizado pela escolha e, sobretudo, pela forma como me incentivaram a ser a vossa escolha.

Uma última palavra reflete a minha determinação em cumprir o mandato da melhor forma, da mais fraterna, da mais empenhada, da mais humilde, mas também da mais rigorosa, em termos maçónicos.

Isto porquê?

Porque me ensinaram assim, porque nesta Nova Maçonaria Regular Portuguesa não pode haver lugar para outra coisa que não seja dedicação, amor à causa, lealdade, honestidade, responsabilidade, cumprimento dos juramentos feitos e respeito pela Obediência e pelos Obreiros.

De facto, ao longo do meu percurso maçónico deparei – me com algumas situações das quais não gostei, a par de outras que me encheram os sentidos e me tornaram feliz.

Provavelmente é assim mesmo. A Maçonaria não deixa de ser um retrato da vida comum.

O Ser Humano reflete o que é nas suas ações e vai alternando a insuficiência com a retidão, o amor com o desamor, a verdade com a mentira, a dedicação com a indiferença, a entrega total com o “deixa andar”, a assiduidade com as faltas não justificadas.

Porque sou um homem de convicções gostaria que deixasse de ser assim e que cada um dos obreiros da Soberana soubesse interpretar da forma mais correta o facto de ser Maçom e fizesse um esforço para ser um obreiro de construção.

Para quê a vaidade? Para quê o ciúme? Para quê o querer ser mais do que o outroa a qualquer custo? Para quê dar nas vistas pela negativa? Para quê desejar ter um avental bordado?

É verdade que somos Seres Humanos cheios de insuficiências. Algumas vezes não sabemos honrar, muito menos construir o nosso Templo interior.

Mas, a Maçonaria existe por essa razão, para nos dar as ferramentas do entendimento e da descoberta do caminho sério e fraterno.

Prometo que serei amigo, leal, ajudante, aprendiz, companheiro e mestre sempre ávido de aprender mais. Mas, serei também exigente, rigoroso, cumpridor, respeitador das leis Maçónicas, tanto no Templo como na vida diária; tanto no Ágape como num jantar ocasional; tanto nas celebrações Maçónicas como numa festa de fim-de-semana; tanto na assinatura de um Tratado de Amizade, como numa visita de estudo; tanto na receção a um novo Irmão como na apreciação de uma falta não justificada.

Temos de perceber, de uma vez por todas, o que significa ser Maçom.

Temos de entender que ninguém é obrigado a ser Maçom, mas quando escolhemos esse caminho é para cumprir e para respeitar o Tempo Novo e perceber que lutamos para adquirir uma nova consciência.

Temos de avaliar o significado da expressão Homem Novo e verificar a semelhança que existe com as verdades dogmáticas, expressas em diversos momentos da história, algumas delas escritas em livros intemporais e que são, tão somente, a execução prática das leis universais.

Precisamos, finalmente, de fazer um estudo profundo da Humanidade e do Humanismo, para nos podermos julgar a nós próprios, percebendo o que andamos a fazer na vida terrena, preparando o futuro espiritual, o futuro de memória e história que nos aguarda.

Com o novo Grão Mestre podem formular–se novos desejos e abrir-se novos caminhos, mas todos eles conducentes à grandeza da Soberana. Grandeza espiritual. Grandeza preferencial. Grandeza pela credibilidade. Expansão nacional e internacional. Distinção pelo rigor.

Darei especial atenção ao CRESCIMENTO da Ordem. É fundamental que isso aconteça. Todos tere- mos de nos empenhar profundamente em continuar a trazer para a Soberana novos Obreiros.

É preciso divulgar, comunicar (externa e internamente), apresentar esta nova Maçonaria Regular Portuguesa e dizer claramente quais são as suas propostas, a fim de ampliar a boa imagem que a Soberana já tem.

Sem crescimento, a Soberana não pode atingir os objetivos a que se propôs e outros que deseja ver realizados.

Vamos continuar a abrir as portas do Templo aos profanos, promovendo palestras, exposições, ações culturais diversas, convívios e debates de ideias.

Vamos interessar familiares e amigos nesta tarefa.

Temos de olhar com mais atenção para os que ajudamos no exterior, promovendo ações conjuntas, e prestar atenção às intenções de cada Loja, de forma a valorizar a ação da Grande Loja. Devemos estar junto dos sem-abrigo, dos carenciados de diversa índole, dos doentes, dos que estão sem emprego, dos que não têm voz, dos que não têm ninguém que converse com eles e os entenda.

Mas não podemos ser solidários apenas com o exterior e para o exterior.

Oportunidades de Emprego, Ação Social, Bolsas de Saúde (médica e paramédica), Seguros, Apoio Jurídico, Ajuda Psicológica, Auxílio Doméstico, podem ser próximas virtudes e preocupações da Soberana no capítulo do apoio interno.

Pertencemos à OMI - Organização Maçónica Internacional - que mobiliza centenas de Maçons em todo o Mundo e cujo Presidente é o Past Grão Mestre, Abílio Alagoa da Silva.

Estou aqui, no desempenho desta função, naturalmente, pela grandeza da Soberana, o que implica que estarei neste lugar por todos nós.

Fernando Correia

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