História da Magia - 3º Ano

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Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

História da Magia 3° Ano


O Tribunal e suas Consequências no Novo Mundo Foi quando a perseguição dos bruxos começou a se tornar alarmante na Europa, que muitos bruxos e bruxas de origem europeia também vieram a se fxar na América, emigrando para o Novo Mundo. Estes, assim como os emigrantes trouxas, tnnam diversos bons motvos para deixar os seus países de origem e, mesmo que alguns tennam sido motvados pelo senso se aventura, a maioria eram fugitvos da perseguição não só trouxa como também de autoridades bruxas. De acordo com os estudos nistóricos, os fugitvos da justça ao emigrarem para o Novo Mundo, procuravam sempre se misturar com o crescente afuxo de trouxas ou se esconder entre a população bruxa indígena, que costumava acolner e também proteger seus irmãos europeus. Porém, enganavam-se os bruxos que acnavam que o Novo Mundo seria um ambiente mais agradável, pois desde o princípio veio a fcar claro que o mesmo era um ambiente bem mais nostl para bruxos e bruxas do que o “Velno Mundo.. Dentre várias razõees que surgiram com os estudos através dos séculos, três são as principais e merecem ser destacadas: 1º Motvo: Como destacado já várias vezes, no Velno Mundo ou em sua terra natal, bruxos europeus costumavam apenas visitar um botcário para encontrar todo o necessário para o preparo de suas poçõees, mas no Novo Mundo essa mordomia acabava. Agora eles viviam em um país com poucos confortos, por exceção clara do que pelo que eles mesmos tvessem construído, de modo que agora precisavam desvendar plantas mágicas desconnecidas. Nennum artesão de varinnas também navia sequer se estabelecido ali, sendo também que a Escola de Magia e Bruxaria de Ilvermorny, a qual viria a estar um dia entre os maiores estabelecimentos de ensino mágico do mundo, não passava ainda na época de uma cabana rústca com dois professores e dois alunos. Ou seja, os ensinamentos não eram facilmente obtdos ao simplesmente ingressar em uma Escola de Magia. 2º Motvo: Veio a ser inevitável que devido as crenças religiosas trazidas do “Velno Mundo. pelos trouxas, os bruxos não começassem a sofrer também perseguiçõees cada vez piores no Novo Mundo. Algo a se por destaque é o fato de que devido a forma como as attudes dos imigrantes trouxas pareciam encantadoras, aos olnos da população trouxa local, foi fácil que estes infuenciassem os que ali já estavam contra os bruxos. Como se já não bastassem as guerras com a população indígena, as crenças religiosas trouxas causaram um duro golpe para a unidade da comunidade mágica local, com a profunda intolerância trouxa a qualquer sinal de magia. Os puritanos adoravam trocar acusaçõees sobre ocultsmo e magia, obrigando assim os bruxos e bruxas do Novo Mundo a agirem bem ao manterem extrema cautela. 3º Motvo: O que muito provavelmente vem a ser o mais perigoso destes, vem a ser o problema encontrado com os “Purgantes.. Infelizmente para a comunidade bruxa norteamericana, a mesma era deveras dispersa e reservada de forma que não possuía ainda um mecanismo próprio para a manutenção da ordem. Algo que a comunidade bruxa europeia já possuía a algum tempo, na forma do antgo conselno bruxo. Devido a este vácuo na sociedade, os Purgantes vieram a surgir, sendo estes um grupo inescrupuloso de bruxos mercenários de diversas nacionalidades diferentes, os quais formaram uma temida e bastante brutal forçatarefa. Esta força-tarefa era comprometda especialmente a caçar não apenas criminosos, como também qualquer pessoa que pudesse lnes render algum ouro. Com objetvos tão inescrupulosos quanto estes, não demorou muito para que os Purgantes viessem então a se tornar incrivelmente corruptos. Afnal de contas, distantes da jurisdição de seus governos mágicos natais, muitos se entregavam com prazer ao autoritarismo e à crueldade de uma maneira que, em muitos sentdos, eram injustfcáveis pela missão assumida. Estes Purgantes eram apreciadores do derramamento de sangue e a tortura, sendo que até mesmo foi-se


descoberto que trafcavam outros bruxos. Para o terror da comunidade bruxa local, os Purgantes se multplicaram bastante pela América no fnal do século XVII, cnegando ao cúmulo de fazer crer que trouxas inocentes eram bruxos apenas para receber recompensas de crédulos da comunidade trouxa. Foi graças aos “Purgantes. que a tragédia de Salem veio a existr. A Mancha de Salem

Uma verdadeira tragédia para a comunidade de feitceiros, é comum que nistoriadores bruxos concordem que entre os Juízes Puritanos do tribunal, encontravam-se ao menos dois Purifcadores (ou Purgantes)c connecidos, os quais realizavam ajustes de contas na América. Se é nistoricamente comprovado que, dentre as mulneres executadas pelo tribunal de Salem, navia efetvamente um certo número de bruxas, as quais eram completamente inocentes dos crimes pelos quais foram detdas. Muito embora, é claro, exista ali também uma grande parcela de mulneres no-majs que tnnam tdo apenas o infortúnio de serem arrebatadas pela nisteria geral, assim como a sede de sangue dos Puritanos. Como consequência imediata, podemos observar a saída às pressas de diversas bruxas e bruxos da América, assim como muitos outros optando por evitar tal destno, dando a população mágica da América do Norte um desenvolvimento cultural bastante diferente do Europeu. No entanto, o efeito mais cnamatvo e signifcatvo do que ocorreu em Salem, talvez tenna vindo a ser a criação do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América em 1693, ou a “MACUSA.. Uma vez fundado, o primeiro ato do Congresso foi levar a julgamento os Purifcadores, buscando assim proteger a comunidade bruxa contra aqueles que lne naviam traído, de modo que vários foram aqueles condenados por nomicídio, tráfco de feitceiros, tortura e diversos tpos de crueldade. Todos os condenados por estes motvos citados, foram executados por seus crimes. No entanto, existram muitos Purifcadores que conseguiram safar-se da justça, mesmo com os mandados de captura internacionais, por esconder-se na comunidade No-maj, casando-se com No-majs e muitas vezes “sumindo. com flnos que nascessem com traços de magia, apenas para não ter seus disfarces comprometdos. Esses Purifcadores, no entanto, se tornando vingatvos e ostracizados por sua gente, foram


transmitndo aos seus descendentes a sua convicção absoluta de que magia é real, assim como bruxas e feitceiros deveriam ser exterminados onde quer que se encontrassem.

Bruxas de Salem Mister Parris, o pobre reverendo de Salem, estava exasperado. Bety, a sua única flna de apenas nove anos, acometda por uma série de estrannos espasmos, jogou-se petrifcada sobre o leito, negando-se a comer. Naquela perdida cidadezinna, ao norte de Boston, não existam muitos recursos além de um velno médico que por lá se perdera. Cnamado para diagnostcar a doença, atestou para o aterrado pai que menina estava era enfeitçada e que nada lnes restava a fazer além de uma boa e sincera reza. A conclusão do doutor correu de boca em boca e em pouco tempo os pacatos nabitantes do pequeno porto tomaram connecimento de que Satanás resolvera coabitar com eles. Simultaneamente outras garotas, as amiguinnas de Bety, começaram a apresentar sintomas semelnantes aos da flna do clérigo. Rolavam pelo cnão, imprecavam, salivavam, grunniam e latam. Foi um pandemnnio. Pressionado a tomar medidas, Parris resolveu cnamar um exorcista, um caçador de feitceiras, que prontamente começou sua investgação. No século XVII poucos punnam em dúvida a existência de bruxas ou de feitceiras porque uma das máximas daqueles tempos é de que "é uma polítca do Diabo persuadir-nos que não ná nennum Diabo". Interrogadas por Coton Matner, que iria se revelar uma versão americana do inquisidor-mor Torquermada, as garotas contaram que o que navia desencadeado aquela desordem toda foram uns rituais de vodu que elas viram Tituba fazer. Tratava-se de uma escrava negra que viera das Índias Ocidentais e que iniciara algumas delas no connecimento da magia negra. Durante o últmo longo inverno da Nova Inglaterra, ela apresentara várias vezes os feitços para uma platéia de garotas impressionáveis. Educadas no estreito moralismo calvinista e no ódio ao sexo que o Puritanismo devota, aquele cerimonial animista deve ter despertado as fantasias erótcas nelas. Provavelmente culpadas por terem cedido à libido, ou apavoradas por sonnos erótcos, as garotas entraram em cnoque nistérico. Seja como for o caso merecia ser


ouvido num tribunal. Toda a cidadezinna se fez então presente no salão comunitário. Quando colocadas num tribunal especial, presidido pelo juiz S.Sewall, e inquiridas pelos juizes Corwin e Hatnorne, as meninas começaram a apontar indistntamente para várias pessoas que estavam na sala apenas como curiosas. O depoimento mais sensacional foi o da escrava Tituba, que não só confessou suas estrannas prátcas como afrmou que várias outras pessoas da comunidade também o faziam. A partr daquele momento a cidadezinna, que já estava sob forte tensão, se transformou. Um comportamento obsessivo tomou conta dos moradores. Uma onda de acusaçõees devastou o lugarejo. Vizinnos se denunciavam, maridos suspeitavam das suas mulneres e vice-versa, amigos de longa data viravam inimigos. Pratcamente ninguém escapou de passar por suspeito, de ser um possível agente do demnnio. Não demorou para que mais de 300 pessoas fossem acusadas de prátcas infames. O tribunal que entrou em função em junno de 1692 somente parou em outubro. Resultou que dezenove pessoas foram enforcadas. Deteve-se a execução quando as denúncias envolveram fguras eminentes da colnnia, tal como a esposa do governador de Massacnusets e o pastor Samuel Willard, presidente do Harvard College. Enquanto a arraia-miúda foi enclausurada, acusada de prátcas escusas, poucos se indignaram. O basta naquilo tudo foi dado quando os dedos dos fanátcos ousaram apontar para a elite local. Ainda em 8 de outubro de 1692 circulou uma carta redigida por um intelectual da região, Tnomas Bratle, que se norrorizara com os enforcamentos, revelando a loucura coletva que tomara conta dos aldeãos. Segundo Perry Miller, que estudou as ideias que circulavam pelas colnnias americanas daquele século, a leter de Bratle teria sido o primeiro documento iluminista produzido na América do Norte, pois critcou veementemente os prejuízos do fanatsmo religioso. Entre outras coisas Batle escreveu: "temo que os anos não apagarão esta desgraça, esta nódoa que essas coisas lançaram sobre nossa terra". E os processos dos endemoniados de Salem assim como começaram, num repente terminaram.

Lei Rappaport Connecida por ser uma lei bastante extremista na visão de vários bruxos, a Lei de Rappaport foi uma lei norte-americana a ser promulgada em 1790, pela décima quinta presidente do MACUSA, Emília Rappaport, a qual destnava-se a segregar totalmente as comunidades bruxa e trouxa (ou não-maj, como cnamados na América do Norte)c. Esta lei, no entanto, veio a ser apenas uma consequência do que é tdo como uma das mais graves quebras do Estatuto Internacional de Sigilo, a qual veio a render ao MACUSA uma numilnante repreensão por parte


da Confederação Internacional dos Bruxos. O motvo principal para que a quebra de sigilo tenna sido grave, veio a ser o fato de que a quebra teve origem dentro do próprio MACUSA, sendo uma catástrofe que acabou por envolver a flna do nomem de confança da própria presidente Rappaport, o Cnanceler do Tesouro e Dragotes. Para quem não está familiarizado com o termo, o dragote é a moeda bruxa norte-americana no lugar do galeão, o qual é utlizado na Europa. Aristóteles Twelvetrees era o Cnanceler do Tesouro e Dragotes em tal época, sendo ele um nomem deveras competente e respeitado. Sua flna Dorcas, no entanto, apesar de muito bonita não era uma das bruxas mais atvas de sua idade, ocupando-se de uma rotna de futlidade após ter sido uma aluna medíocre em Ilvermorny. Se é sabido por nistoriadores que, durante a ascensão de seu pai ao gabinete, a bruxa vivia em casa sem pratcar qualquer tpo de magia, pois segundo ela “estava ocupada demais com roupas, penteados e festas.. A quebra de sigilo se deu então em um dia comum, onde em um piquinique da comunidade local, Dorcas Twelvetrees apaixonou-se perdidamente por um belo rapaz não-maj cnamado Bartolomeu Barebone. O que a bruxa não fazia ideia é de que Bartolomeu não era um trouxa qualquer, mas sim o descendente de um Purgante, o qual mesmo que ninguém em sua família fosse bruxo, vivia na forte e inabalável crença de que a magia exista e na convicção de que todos os bruxos e bruxas eram malignos. Inconsciente do perigo que estava pondo não só a si mesma, como toda a comunidade bruxa norte-americana, Dorcas veio a presumir que o educado interesse de seu amado por seus “pequenos truques. era sincero. Algo que lne levou a responder as perguntas “inocentes. do rapaz, revelando assim o endereço secreto do MACUSA e também de Ilvermorny, para não mencionar ter cedido informaçõees sobre a Confederação Internacional dos Bruxos, assim como explicar como essas insttuiçõees protegiam e ocultavam a comunidade bruxa. Bartolomeu levado por suas crenças e convicçõees, coletou então o máximo possível de informação que conseguiu extrair de Dorcas, roubando sua varinna quando a bruxa teve a gentleza de lne mostrar o artefato. A partr daquele momento o rapaz então passou a exibi-la a quantos jornalistas conseguiu encontrar, juntando em seguida vários amigos armados para perseguir e, em teoria, matar todos os bruxos e bruxas da vizinnança. Não satsfeito com apenas estas açõees, Barebone cnegou a imprimir folnetos com endereços em que bruxos e bruxas socializavam, enviando cartas a proeminentes trouxas, os quais se era sabido considerarem necessário investgar se navia de fato “reuniõees malignas ocultas. ocorrendo nos locais descritos. Em sua euforia para expor novamente a bruxaria nos Estados Unidos, Barebone excedeu-se em suas açõees disparando contra o que veio a acreditar ser um grupo de bruxos do MACUSA, o qual na realidade não passavam de um simples grupo de espectadores trouxas que tveram o infortúnio de abandonar um prédio que estava sob sua vigilância. Felizmente durante o ocorrido nennuma morte veio a ocorrer, mas o rapaz foi preso e encarcerado pelo crime sem existr qualquer envolvimento do MACUSA, um resultado que trouxe ao governo mágico local um enorme alívio. Afnal de contas, este vinna enfrentando na época difculdades devido as sérias consequências da imprudência de Dorcas. Infelizmente, no entanto, a algazarra de Bartolomeu já navia atngido alguns jornais que lne deram bastante crédito, até mesmo imprimindo fotos da varinna de Dorcas com observaçõees de que “dava coices como uma mula. quando agitada. Para não mencionar seus folnetos que estavam por toda parte, obrigando até mesmo o MACUSA a mudar de instalaçõees quando o endereço atual passou a atrair muita atenção dos trouxas. Durante a repreensão da Confederação Internacional dos Bruxos, a qual se deu em um inquérito público, a presidente Rappaport se viu forçada a não poder afrmar, com certeza, que todos os quais compartlnaram as informaçõees de Dorcas naviam sido devidamente obliviados.


E embora após isto muitos membros da comunidade mágica tennam feitos campannas, as quais pediam para que Dorcas fosse condenada à prisão perpétua ou mesmo executada, esta veio a passar apenas um ano presa. Profundamente traumatzada com as consequências de sua inconsequente paixão, a bruxa se deparou com uma comunidade bruxa extremamente diferente quando foi libertada da prisão, vindo a passar o resto de seus dias reclusa e na compannia restrita de seus mais queridos companneiros: Um espelno e um papagaio. Foi então devido à imprudência de Dorcas que a Lei Rappaport foi criada, impondo assim uma severa segregação entre trouxas e bruxos. A lei deixava claro que os bruxos já não tnnam mais permissão para sequer estabelecer laços de amizades com trouxas, quem dirá casar-se com estes. Sendo que as puniçõees para quem confraternizava com trouxas implacáveis, tendo também a comunicação limitada ao apenas necessário para a realização de atvidades diárias, nada de diálogos mais profundos. Foi graças a essa lei que a diferença abismal entre a cultura bruxa americana e europeia se fortaleceu, já que no Velno Mundo sempre existu certo grau de cooperação e a comunicação velada até mesmo entre os governos mágicos e não mágicos. Algo que no Novo Mundo não acontecia, com o MACUSA agindo inteiramente à parte do governo trouxa. Na europa bruxos e trouxas contnuavam a poder se casar e estabelecerem amizades, mesmo após todo o terror causado pelo tribunal da santa inquisição, enquanto nos EUA os trouxas eram encarados cada vez mais como inimigos. Em um resumo, foi graças a essa lei que a comunidade bruxa norte-americana veio a se tornar uma das comunidades mais desconfadas contra trouxas, para não mencionar a mais secreta da bruxaria.


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