Revista Sou Catequista - 1º Edição

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Guia de Navegação para Tablets e Smartphones


Editorial É com grande prazer e satisfação que lançamos a primeira edição da revista Sou Catequista, uma revista 100% digital (para ler on-line e em dispositivos móveis – tablets e smartphones com Android e IOS) e gratuita, com conteúdos de formação e aprofundamento em diversos temas.

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A revista é fruto do site soucatequista.com.br, que existe há 3 anos e já é um grande sucesso – com uma rede social com mais de 2.500 visitantes únicos por dia e cerca de 9.000 seguidores no Facebook.

A publicação está inserida na missão da Igreja e pretende ser um espaço aberto e plural. Nossa maior preocupação é apresentar conteúdos que estejam alinhados as questões atuais da sociedade, com total abertura aos sinais dos tempos. Por esse motivo, optamos por inovar, trazendo uma revista 100% digital para poder alcançar mais catequistas (não somente do Brasil, mas dos demais países de língua portuguesa), aproveitando a quebra de fronteiras promovida pelo avanço tecnológico e pela internet. O desafio é bem maior quando temos que produzir um conteúdo multimídia, com textos, fotos, vídeos e áudios, mas é necessário "começar direito", a par do que há de mais moderno e assim nos aproximarmos de nossos leitores, que hoje estão conectados diariamente à internet com seus tablets e smartphones. Uma catequese bem alicerçada é o que garante uma fé permanente, prolongada por toda a vida, passando por infância, adolescência e juventude até chegar à fase adulta. Para isso, é necessário trabalhar muito para que a catequese não termine na Primeira Comunhão. Oferecemos um novo subsídio com o intuito de enriquecer a catequese. O conteúdo que você encontrará nas próximas páginas é um convite para que a catequese seja transmitida eficazmente, fazendo com que a escuta da Palavra e a prática da oração sejam necessárias e não obrigatórias.

A matéria de capa desta primeira edição apresenta a vocação de ser catequista, partilhada por meio das experiências de seis catequistas que testemunham a mesma fé em realidades diferentes. Em nome de todos os que estão envolvidos neste projeto, agradeço a todos os catequistas entrevistados e a todos os colunistas que colaboraram nesta primeira edição. Boa leitura! Ana Paula Moreira Lima MTB 0066556SP

Ano 1 / Edição 1 / Agosto de 2013 Direção geral: Sérgio Fernandes Direção editorial: Ana Paula Moreira Lima Consultor Eclesiástico: Pe. José Alem Matéria de capa: Moacir Beggo Revisão: Marcus Facciollo Projeto gráfico e diagramação: Cezar Aes Assistente de arte: Deivid Lima Comercial: Adriana Franco Banco de imagens: Shutterstock

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A revista digital Sou Catequista é uma publicação da agência Minha Paróquia, disponível gratuitamente para smartphones e tablets nas plataformas IOS e Android. Os conteúdos publicados (artigos, entrevistas e releases) são de responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a visão da agência Minha Paróquia. É permitida a reprodução dos mesmos desde que citada a fonte. O conteúdo dos anúncios é de total responsabilidade dos anunciantes.

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Nesta Edição 00 08

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VOZ DO VOZ DO PASTOR PASTOR

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por José Alem por José Alem

DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA por Clécia Ribeiro

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MATÉRIA DE CAPA: TEST

ESPIRITUALIDADE E CATEQUESE

por Moacir Beggo e Ana P

por Pe. Almerindo

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CAMPANHADA FRATERNIDADE por Dom Eduardo Pinheiro da Silva 00

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m catequista precisa ser, antes de tudo, um líder. E liderar não é fazer. Liderar é fazer alguém fazer. E ninguém faz com que os outros façam alguma coisa sem um trabalho conjunto e de equipe. Criar uma equipe significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar. Líderes devem inspirar pessoas.

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Na medida em que vamos nos envolvendo nessa linda missão que nos é confiada, Deus parece ampliar Seu chamado. E, quando nos damos conta, já estamos completamente envolvidos. Quem descobre a bênção que é servir e trabalhar em prol de um projeto diferente não recua, mas, sim, avança.

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Quando chegamos nesse estágio, muita coisa

muda. Chega um ponto no trabalho de um líder MARIA que é não é mais suficiente inspirar quem faz.

por Pe.Torna-se Alexandre Awiinspirar aquele que inspira necessário

24 PAIXÃODE ANUNCIAR

por Alberto Meneguzzi

quem faz. É o tamanho da missão que muda. Começamos a perceber a magnitude sua e a de nossa capacidade de envolvimento. Um líder precisa saber lidar com as exigências e aí terá que saber trabalhar muito bem com a equipe que tem ao seu lado. Empoderar outras pessoas, fazêlas fazer, inspirar aquele que inspira quem faz. Ao líder, torna-se imprescindível formar pessoas capazes de ampliar os horizontes, mantendo as conquistas, avaliando a caminhada, corrigindo rumos que precisam ser corrigidos e encorajando a equipe a continuar caminhando. Nem sempre as pessoas se dão conta do quanto são importantes para o projeto do Pai. Falta a percepção de que o convite que foi feito não é humano, mas, divino. Eis a razão

BÍBLIA

por Frei Ildo Perondi

46 LITURGIA

por Pe. Guillhermo


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PEDAGOGIA CATEQUÉTICA

COMUNICAÇÃO

por Pe. Eduardo e Pe. Jordélio

por Flávio Veloso

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TEMUNHAS DA FÉ

Paula Moreira Lima

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DINÂMICAS

ROTEIROS CATEQUÉTICOS

por Sandra Avelino

por Angela Maria

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FILMES por Pe. Air

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CURIOSIDADES

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REFLEXÃO

por Clécia Ribeiro

84 O CATECISMO RESPONDE

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CATEQUISTAS NA REDE

ESPECIAL PAPA FRANCISCO NA JMJ

DICAS DE LEITURA

por Rosilana Negoseki Foggiatto


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VOZ DO PASTOR

Seja bem vindo a esse mundo da Catequese! S er catequista é uma das mais belas atividades na vida e um dos maiores desafios. Todo catequista é um discípulo de Cristo e seu missionário.

Para viver essa missão bela e desafiadora estamos aqui para favorecer seu conhecimento, sua experiência, sua vida dedicada a ajudar no crescimento da fé em crianças, adolescentes, jovens, adultos. Nesta primeira edição destacamos o uso da Bíblia na Catequese, um dos temas mais atuais e necessários. A catequese se constroi na dinâmica do sentido da fé professada pela Igreja e por isso deve-se entender cada vez mais e melhor o que é catequese, como catequisar, como viver e professar a fé que deve se alimentar e amadurecer na Liturgia, “fonte e ápice da vida cristã”. Lembramos ainda do papel fundamental e insubistituível dos pais na formação religiosa de seus filhos. A missão dos pais inclui necessariamente a transmissão da fé e o testemunho dela na educação dos filhos. Os catequistas são colaboradores dos pais mas não os substituem. Um grande desafio é ajudarem os pais a viverem essa missão sagrada que é também uma das expressões de suas vidas de educação dos filhos. Lembramos nesta edição da presença necessária e insubstituível de Maria como educadora e modelo de fé. Nela a Igreja, e portanto, todos os catequistas devem buscar amparo, inspiração e esperança, pois de algum modo, ser catequista é ser como Maria, alguém que testemunha as maravilhas que Deus realiza em todos os que creem. Por ser um processo educativo, a Catequese necessita de linguagem adequada, de um método pedagógico, de dinâmicas de aprendizagem que favoreçam transmitir a Palavra de Deus de maneira atualizada nesses tempos tão desafiadores. Motivação, aprendizagem e dinâmicas podem ajudar nesse processo. Mas nada vale tanto quanto o testemunho de vida do catequista. Sua missão é a missão da Igreja da qual ele é um comprometido membro e ajuda na educação cristã de muitos de seus membros.

Apresentamos ainda um outro desafio: o da era digital. Um grande potencial tão rico de possibilidades que pode ser um instrumento para alargar o campo da catequese sobretudo nas novas gerações tão habituadas ao seu uso. Isso significa também... novos empenhos, novas modalidades, novas linguagens... e novos desafios. Por fim atualizamos o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema foi Fraternidade e Juventude relacionando com a missão do catequista. O lema da Campanha da Fraternidade é do livro do Profeta Isaías (6, 8) “Eis-me aqui, enviame”. Ele representa bem a missão do catequista que abrange a Igreja na sua mais profunda e ampla missão. Todo catequista, nas suas mais variadas expressões e atividades é ao mesmo tempo alguém que se torna disponível para a missão e disposto a realizá-la consciente de que é um enviado. De fato, a Catequese é missão da Igreja e muitos de seus membros a assumem em seu nome para ajudar a construir o Reino de Deus expresso na vida, nas palavras e na missão de Jesus. Seja bem vindo a esse mundo da Catequese. Esperamos que a Catequese seja sua alegria, sua missão, seu sacrifício, sua experiência de “crescimento na graça e no conhecimento de Cristo” (Cf 2 Pe 2, 18) Envie suas impressões e ajude a partilhar essa missão tão bela e santa que torna a sua vida um verdadeiro serviço de amor a Deus e ao próximo.

José Alem

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Sacerdote membro da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Educador e comunicador. Professor de Filosofia, Espiritualidade, Comunicação, Psicologia da Religião. Especialista em Logoterapia. Filósofo clínico. Assessor de cursos e formação através de palestras, retiros, encontros, oficinas. Escritor e assessor de projetos de comunicação e educação.


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DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA

Anunciar e viver F

alar sobre catequese já é por si só um grande desafio. Falar dela para catequistas tão apaixonados e dedicados a anunciar o Evangelho talvez soe como pretensão. Então, nada melhor do que acreditar que esse texto pode ser um diálogo compartilhado entre tantos catequistas, já que as mídias muitas vezes nos permitem interagir, fazendo com que nos reconheçamos nas falas de outros, às vezes refutando-as, às vezes complementando-as. Para começar, vou me situar no tempo e no espaço: sou catequista há quase 17 anos na Arquidiocese de Feira de Santana, Bahia. O meu “território” de evangelização é bem parecido com os dos diversos rincões desse nosso imenso Brasil: zona urbana, periferia, tráfico de drogas eminente, disseminação de pseudorreligiões, famílias fragmentadas, exclusão social... É nesse espaço, ora mais calmo, ora mais tenso, que Jesus renova minhas forças, me impulsiona e reacende a chama do serviço que outrora assumi, concretizando assim a condição de discípula missionária, fazendo-me seguir o chamado latente e revelando-O em meu fazer catequético, ao passo em que evangelizando também sou evangelizada. Antes, o meu desafio era a minha formação pessoal (conhecer documentos e me aproximar mais da Sagrada Escritura) para ter respostas diante das dúvidas mais recorrentes (dúvidas pessoais e dos catequizandos). Percebi que a formação não pode ser um momento pontual, pois ela nunca se esgota para quem ama verdadeiramente o que faz. Hoje, ao mesmo tempo em que procuro conhecer mais a minha Igreja, torno-me também responsável em ser exemplo vivo da fé que propago, revelando-me catequista verdadeiramente — eis o meu maior desafio.

A formação é primordial a um bom catequista, mas isso de nada valerá se não aliarmos teoria e prática, alimentando nossa espiritualidade e vivenciando o Evangelho onde quer que estejamos. Conheço catequistas ótimos diante de suas turmas de catequese, mas que não vão à Missa, vivem distantes da Eucaristia e, consequentemente, estão alheios àquilo que anunciam. Hoje — de catequista para catequista —, afirmo que conhecer a minha Igreja, as famílias dos catequizandos e suas realidades é imprescindível à minha missão e isso tudo tem permitido que eu contribua de maneira mais consistente para evangelizar, seja em meu “território”, seja em sites e blogs com os quais eu colaboro ou mesmo nas redes sociais, onde é valiosíssima a experiência de anunciar Jesus Cristo. No entanto, nada disso fará sentido se eu não ultrapassar as paredes da sala de catequese e a tela do computador, procurando viver (ainda que limitada e pecadora) aquilo que anuncio.

Saudações catequéticas! s

Ribeiro CléciaClécia Ribeiro

Tem 33 anos, catequista desde os

16 naNossa Paróquia Nossa Senhora do Paróquia Senhora PerpétuoSocorro Socorro, Arquidiocese do Perpétuo de Feira dede Santana, Bahia. Arquidiocese Colabora no site Fé Católica Feira de Santana, Bahia com textos de reflexão sobre a catequese. Acredita que somos verdadeiramente catequistas à medida que assumimos o compromisso cotidiano de minimizar o “eu”, deixando Deus falar em nós e agir por nós!


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CAMPANHA DA FRATERNIDADE

A catequese a serviço da vida dos jovens Dom Eduardo Pinheiro responde a perguntas sobre a delicada responsabilidade dos catequistas diante das provocações da CF 2013 A CF 2013 tem alguma coisa a dizer para o catequista? A Igreja do Brasil, consciente da beleza e do valor da juventude, decidiu, mais uma vez, dedicar a Campanha da Fraternidade ao tema da juventude. Em sua missão de educadora e canal da Graça divina, a Igreja quer fortalecer sua presença no meio das novas gerações, considerando sua realidade e favorecendo reflexões, projetos e mecanismos que contribuam com sua vida e participação na construção do Reino. Entre tantos sinais visíveis de opção afetiva e efetiva pelos jovens, a Igreja do Brasil, motivada pelo contexto da Jornada Mundial da Juventude em nossas terras, oferece a todos seus filhos e filhas, jovens e adultos, mais essa rica oportunidade que, se bem vivenciada, trará benefícios, inclusive imediatos, a todas as gerações. O catequista é aquele que, em nome da Igreja, mais se aproxima dos jovens, porque sua missão é fazer ecoar a Palavra de Deus no meio do povo e a maioria da nossa população é jovem. O jovem carrega em si a novidade de que a sociedade e a Igreja tanto necessitam para dar passos significativos na história. Nesse sentido, tudo o que está escrito no texto-base da CF é dirigido aos catequistas. Por isso é seu dever conhecer as propostas, pistas, motivações da CF, bem como os subsídios que a CNBB oferece para melhor conhecer o jovem e trabalhar ao seu lado. É claro que os jovens, dependendo de sua realidade, apresentam seus desafios específicos e isso precisa ser observado e considerado por

aqueles que recebem uma missão especial de evangelização junto a eles. Em outras palavras, “conhecer os jovens é condição prévia para evangelizá-los!” (Documento 85, 10) e isso se torna mais urgente nestes tempos de “mudança de época”. “Conheço aquele adolescente ou jovem que Deus colocou em minha vida para


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conduzi-lo ao amadurecimento de sua fé e vocação?” O catequista não deveria ter medo nem escrúpulos de “gastar” um bom pedaço de seu tempo conhecendo o mundo de seus jovens: suas alegrias e buscas, suas dores e cruzes, suas interrogações e crises, seus sonhos e projetos, seus dons e habilidades! Conhecendo os jovens cuja fé é chamado a fazer crescer, o catequista é quem diretamente pode favorecer a acolhida e os espaços de participação dos jovens em nossas comunidades, chamadas a valorizar sua presença,

desafios atuais. Eles precisam, por exemplo, se perceberem dentro dessa “mudança de época” com suas interferências no modo de pensar e de agir. A cultura midiática, assunto tão caro aos jovens, necessita ser considerada intensamente, uma vez que a juventude se identifica rapidamente com os meios de comunicação e acolhem suas propostas de convivência nesses ambientes virtuais/reais em suas vidas. Apresentar de maneira cativante a vida de tantos jovens que passaram pela história da Igreja e

O catequista é aquele que, em nome da Igreja, mais se aproxima dos jovens

que marcaram sua presença com o testemunho de vivência radical do Evangelho também é uma responsabilidade que a CF 2013 confia aos educadores da fé. Favorecer o protagonismo juvenil, provocar engajamento eclesial durante o tempo de encontros catequéticos, criar grupos de convivência e de apostolado, acompanhar os que já passaram pelas nossas igrejas e foram crismados são algumas das tarefas que o catequista assume como consequência de sua proposta evangelizadora, que busca formar integralmente o jovem que Deus lhe confia.

Por que o catequista deve estar bem informado sobre a CF 2013?

reflexão, criatividade, dons, um dos desafios da CF. Além dessa imprescindível postura de acolhida e valorização das novas gerações nos ambientes eclesiais, o catequista, inspirado no tema da CF deste ano, é chamado a auxiliar os jovens em seu processo de amadurecimento frente a alguns

Celebrar a CF sobre a juventude no ano em que a dinâmica da CF comemora seu jubileu de ouro e celebrar aqui também neste ano a Jornada Mundial da Juventude pode parecer, para alguns, mera coincidência. Queremos, no entanto, considerá-la como uma “providência” divina. A jovialidade da nossa Igreja com todos os que dela participam passa pelo reconhecimento do valor e do significado que têm as novas gerações para os tempos atuais.


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CAMPANHA DA FRATERNIDADE

A perene novidade que vem de Deus e é condição imprescindível para o desenvolvimento da história da Salvação encontra nos jovens a sua expressão, o seu olhar, o seu ardor, a sua voz... o seu coração. Deus tem sempre “novidades” para nós: os jovens que nos rodeiam e para os quais somos chamados a amar, servir, valorizar! A Igreja está preocupada com a fragilidade de tantos católicos que, no envolvimento com a dinâmica social, são pressionados a abrirem mão dos valores fundamentais do Evangelho, que não são outra coisa que valores perenes e fundamentais para todos os homens e mulheres. É urgente a formação da consciência para uma melhor integração fé-vida, princípio fundamental da catequese de iniciação cristã. Fazer essa experiência produz uma dupla satisfação: a de viver constantemente sintonizado com a proposta de Deus e a de poder contribuir com o desenvolvimento da vida, da sociedade e da história por meio da ética cristã. Estudar e praticar essa síntese vital tornará catequistas e catequizandos mais alegres e capacitados discípulos missionários para os novos tempos! O catequista, se tem consciência da sua missão, reconhece que sua vocação exige constante aprimoramento em diversas dimensões da fé. Não basta transmitir conceitos ou doutrina (cf. Doc Ap.

299), mas é preciso envolver-se integralmente no processo de formação, para provocar um verdadeiro encontro com Jesus Cristo, que leva à conversão, desperta o discipulado e a comunhão para que o catequizando passe a participar da missão (cf. Doc. Ap. 278).

Qual o papel do catequista diante das provocações da CF 2013? O catequista é um comunicador, faz a mediação entre as pessoas e o mistério de Deus (cf. DGC156). Para isso deve estar sempre em busca de conhecer a Palavra de Deus para iluminar a realidade para que a vida tenha sentido. O Papa Bento XVI aponta para a nossa responsabilidade quanto a essa relação intrínseca entre Palavra de Deus e testemunho cristão: “Os jovens já são membros ativos da Igreja e representam o seu futuro. Muitas vezes encontramos neles uma abertura espontânea à escuta da Palavra de Deus e um desejo sincero de conhecer Jesus. De fato, na idade da juventude, surgem de modo irreprimível e sincero as questões sobre o sentido da própria vida e sobre a direção que se deve dar à própria existência. A essas questões só Deus sabe dar verdadeira resposta. Essa solicitude pelo mundo juvenil implica a coragem de um anúncio claro;


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devemos ajudar os jovens a ganharem confidência e familiaridade com a Sagrada Escritura, para que seja como uma bússola que indica a estrada a seguir. Para isso, precisam de testemunhas e mestres, que caminhem com eles e os orientem para amarem e por sua vez comunicarem o Evangelho, sobretudo aos da sua idade, tornandose eles mesmos arautos autênticos e credíveis” (Verbum Domini, 104). É importante também que o catequista demonstre que seu testemunho decorre da sua intimidade com Jesus. A amizade com Jesus, tão gostosa e necessária, cuja iniciativa é dele mesmo, deve ir além de um simples sentimento prazeroso. O discípulo de Jesus forçadamente se torna divulgador dessa experiência tão marcante! Não se entende uma pessoa que se diz apaixonada por alguém que não fale desse alguém aos outros. Nossas agradáveis e profundas experiências de relacionamento são naturalmente comunicadas com brilho nos olhos, fogo no coração e mãos sedentas de ações concretas. Também essa é a chave do percurso do Ano da Fé, proclamado por Bento XVI: confessar a fé, celebrar a fé e testemunhar a fé (Porta Fidei, 9). O “eis-me aqui, envia-me”, lema da CF, é a resposta de quem se sente cativado, valorizado, comprometido. O amor experimentado por Isaías é forte, envolvente e transformador; não há como fugir nem por que fugir!

a experiência forte de um Deus próximo que lhe garantiu sentido de vida, com uma força superior, transcendente, cuja racionalidade ainda era incompreensível na sua totalidade. Muitas das grandes decisões na vida acontecem mais pela motivação pessoal e segurança que se sente do que pelas elucubrações teóricas. Assim aconteceu com Maria, com vários apóstolos, com inúmeros jovens da história da Salvação e da Igreja. Assim poderá acontecer com aquele jovem que transita em nossos ambientes católicos. Nossa vocação de educadores nos compromete nessa essencial e delicada missão de auxiliar os jovens para que sejam capazes de escutar os grandes ideais e de dar respostas firmes, maduras, comprometidas frente às perguntas deles. Por fim, trago as palavras do Papa Francisco, na homilia de Domingo de Ramos, conclamando os jovens a participar da Jornada Mundial da Juventude: “Seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Os jovens devem dizer ao mundo: é bom seguir Jesus; é bom andar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência. Três palavras: alegria, cruz, jovens”. Nosso testemunho e nossa proposta pedagógicocatequética têm, verdadeiramente, atraído as novas gerações para entenderem e abraçarem com entusiasmo esse pedido do nosso Papa?. s

Desse modo, não foi a “razão” que encorajou aquele jovem a responder positivamente, mas

Acesse o site da Campanha da Fraternidade 2013

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb Bispo auxiliar de Campo Grande, MS Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, CNBB


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ESPIRITUALIDADE E CATEQUESE

A IMPORTÂNCIA DO

ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA

FORMAÇÃO

RELIGIOSA DOS

FILHOS por Pe. Almerindo


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ESPIRITUALIDADE E CATEQUESE

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a década de 1980, o beato João Paulo II já tecia um panorama sobre a real situação familiar e nos presenteava com a Exortação Apostólica Familiaris Consortio onde, logo no início, podia-se ler: “A FAMÍLIA nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas, por variadas situações de injustiça, de realizarem os seus direitos fundamentais” 2.

“A família, como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e de onde o Evangelho irradia… Os pais não somente comunicam aos filhos o Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido”1 (Paulo VI, EN n.71).

Diante dessas palavras proféticas concluímos que, o que antes era comum entre nós, agora se tornou uma preocupação, ou seja, a família tem deixado em segundo plano a educação cristã de seus filhos, transferindo essa responsabilidade para a Igreja e, o que é pior, justamente quando a pessoa já está com a sua personalidade formada.

A Igreja acredita na família e no seu fundamental papel na sociedade3 — de ser, nela, célula primeira e melhor Igreja — e por ela olha com fé e convicção. Em virtude disso, luta para que os filhos encontrem, na Igreja, o primeiro espaço de encontro com Deus e o fundamento de sua fé. Portanto,

Como fazer para que a família assuma seu papel no processo educativo da fé cristã dos filhos e seja lugar de valores morais, de oração e de abertura para Deus? Eis o problema.

“Consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivêlo fielmente, a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar. Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros”4.

Sabemos que a sociedade mudou. A família, como parte viva da sociedade, também mudou, e essa mudança afeta o relacionamento dos seus membros. Sendo assim, a família tem dificuldades de se encontrar como família cristã e, com isso, vai diminuindo sua capacidade de responder aos novos desafios, no que diz respeito à fé e aos anseios mais profundos do coração humano.

Quando a educação da fé é iniciada na família é mais perceptível a sua


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17ESPIRITUALIDADE

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E CATEQUESE

assimilação em outros meios, como a catequese paroquial, o ambiente escolar e mesmo o universo jovem social. É preciso, então que a família tenha consciência de que os filhos são a sua maior riqueza e que os educando, por meio de valores morais e cristãos, estará preservando esse bem maior e preparando pessoas para uma vida feliz e realizada. Nesse contexto social e cultural diversificado, o que fazer, então, para que a família seja, de fato, o lugar para o despertar da fé? Primeiro: os pais precisam tomar consciência de que a verdadeira catequese começa ainda no ventre materno. Durante o período da gestação, devem-se tomar os cuidados necessários para que a gravidez seja serena e feliz. Cuidados para que a mulher viva esse período sem turbulências, agitos e dificuldades, procurando, esposo e esposa, dialogar, amar, conversar com a criança, demonstrando, assim, afeto e carinho, para que ela, desde esse período, experimente o amor de Deus e da família. A experiência mística dos pais, ao longo da gestação, do mistério da vida que brota no ventre materno, certamente fará com que a criança encontre, efetivamente, na família uma Igreja doméstica. Segundo: é a partir da convivência familiar que a criança forma interiormente a imagem de Deus, que posteriormente será trabalhada na catequese em vista dos sacramentos. Se a criança percebe que a família é o espaço de comunhão, de partilha e de amor, certamente compreenderá melhor a imagem de Deus como um Deus amor, partilha e comunhão. Essa formação contribuirá para a formação de sua personalidade e de seu caráter.

Terceiro: a família deve compreender que, quando a criança chega à catequese paroquial, ela já precisa ter vivenciado os valores da fé no seio familiar, assim como deve compreender que a Igreja é apenas uma cooperadora na continuidade da educação cristã. Deve também tomar consciência de que a catequese é um processo permanente e não se destina simplesmente à preparação para os sacramentos. Assim, compreendemos que a catequese, como processo, é algo a ser vivido por toda a vida, portanto, deve ser transmitida em seus vários níveis e a família é a instituição que acompanhará essa evolução. Por fim, quando a criança já estiver participando da catequese paroquial, é importante que a família acompanhe e ajude a Igreja a transmitir e a vivenciar os valores da fé. Grande parte das famílias contribui para isso. Muitas outras se esquecem de seu papel e atribuem toda essa responsabilidade à Igreja. Isso acontece porque muitas vezes falta o interesse pela educação religiosa dos filhos.

Os pais precisam tomar consciência de que a verdadeira catequese começa ainda no ventre materno. Os pais são, na maioria dos casos, os que não praticam a religião e, por esse motivo, não possuem a identidade religiosa que deve ser transmitida. Isso se dá devido a inúmeros fatores: a frágil estrutura familiar dentro de uma sociedade marcada pelo egoísmo, pelo


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ESPIRITUALIDADE ESPIRITUALIDADEEECATEQUESE CATEQUESE individualismo, pelo consumismo e pela competição; as atividades de lazer, priorizadas nos finais de semana, são motivos para que os pais abdiquem da responsabilidade de levar seus filhos à Igreja, de modo especial para participar da Santa Missa; a necessidade do trabalho fora de casa que impede os pais de educar os filhos como gostariam, e tantos outros problemas sociais, como a falta de emprego e moradia, que dificultam a educação humana e cristã dos filhos.5 A Igreja, sabedora dos desafios que afrontam

o seio das famílias, deseja, antes de tudo, ser um porto seguro, capaz de auxiliá-la na difícil tarefa de educar com valores perenes.6 É preciso então que, antes mesmo de receberem o matrimônio, os pais tenham consciência de que a família é um projeto de Deus e para que esse projeto seja executado Deus conta com a participação ativa deles.7 Só assim continuaremos com uma sociedade alicerçada na família, tendo-a como célula mater e, por sua vez, uma sociedade organizada e embasada nos valores humanos e cristãos. s

1 PAULO VI, Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi 71, www.vatican.va [acessado em 14/5/2013]. 2 JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio 1, www.vatican.va [acessado em 14/5/2013]. 3 “A família é, em certo sentido, uma escola de enriquecimento humano. Mas, para atingir a plenitude de sua vida e de sua missão, requer a comunhão de alma no bem-querer, a decisão comum dos esposos e a diligente cooperação dos pais na educação dos filhos”. CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et Spes 52, Ed. Vozes, 12 ed., Petrópolis, 1978. 4 JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio 1, www.vatican.va [acessado em 14/5/2013]. 5 Cf. JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio 6. 6 “Num momento histórico em que a família é alvo de numerosas forças que a procuram destruir ou de qualquer modo deformar, a Igreja, sabedora de que o bem da sociedade e de si mesma está profundamente ligado ao bem da família, sente, de modo mais vivo e veemente, a sua missão de proclamar a todos o desígnio de Deus sobre o matrimônio e sobre a família, para lhes assegurar a plena vitalidade e promoção humana e cristã, contribuindo assim para a renovação da sociedade e do próprio Povo de Deus.” Cf. JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio 3. 7 A Familiaris Consortio apresenta nos números 66, 67, 68 e 69 a preocupação da Igreja com a preparação dos seus filhos que desejam receber o sacramento do Matrimônio. Oferece, na presente exortação, os caminhos pré e pós-celebrativos do sacramento. Tal objetivo é lançar diretrizes para que os jovens esposos percebam o amparo da Igreja na constituição de suas

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa

Natural de Espinosa-MG, é sacerdote há 5 anos e incardinado na Diocese de Luz-MG. É pároco na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Arcos-MG e assessor diocesano da Pastoral Catequética. Também é professor de história da filosofia antiga e introdução à catequética no seminário diocesano.

Leia na integra a Familiaris Consortio

Bacharel licenciado em filosofia e bacharel em teologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tem pós-graduação lato sensu em ensino religioso pela Faculdade do Noroeste de Minas — Finom.



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Evangelização por Pe. Alexandre


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“Nova evangelização para a transmissão da fé cristã” é tarefa primordial da Igreja nos dias de hoje e, por isso mesmo, foi tema do Sínodo dos Bispos, realizado em Roma no último mês de outubro. Na mesma época, o Papa convidou a Igreja a viver um “Ano da Fé, ao serviço do crer e do evangelizar” (Bento XVI, Porta Fidei, n. 12). Maria é a estrela que guia a Igreja nesse processo de “Nova Evangelização” e de “transmissão da fé”. Por isso, a última proposição feita pelos bispos, ao final do sínodo, leva o belo título de “Maria, a estrela da nova evangelização” (Propositio 58). Paulo VI já a tinha chamado de “estrela da evangelização sempre renovada”, na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (n. 82). Por sua intercessão e seu exemplo, ela desperta a fé no coração dos homens e mulheres do nosso tempo. Já nas páginas do Evangelho de Lucas, Maria é apresentada como mulher de fé, considerada feliz justamente porque acreditou nas promessas do Senhor (cf. Lc 1,45). Uma fé lúcida, que medita e questiona (cf. Lc 1,29.34), mas que confia e se entrega (cf. Lc 1,38). Também uma fé ativa, que a moveu imediatamente ao encontro de Isabel, ao serviço da fé

e da evangelização. De fato, sua visita transmite alegria e confirma a fé de Isabel, evangelizando-a pela sua presença e pelas palavras proféticas e libertadoras do Magnificat (cf. Lc 1,46-55). Além disso, nas bodas de Caná, o evangelista João mostra como a ação de Maria ajuda a despertar a fé dos discípulos em Jesus: a partir daquele primeiro sinal, realizado logo no início do seu ministério, “seus discípulos começaram a crer nele” (Jo 2,11b). Mais que uma ajuda pontual aos noivos, a missão principal de Maria em Caná é a mediação ou a “transmissão da fé”. Assim, a Igreja

Maria é a estrela que guia a Igreja nesse processo de “Nova Evangelização” e de “transmissão da fé


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entendeu também sua presença no Cenáculo (cf. At 1,13-14; 2,1-4): Maria acompanha o nascimento da Igreja, confirmando a fé dos discípulos para que possam realizar sua missão evangelizadora. Por tudo isso, o documento conclusivo da Conferência Geral do CELAM em Aparecida (DAp) apresenta Maria como a “primeira discípula” e a “grande missionária”. Por ser a primeira a colocar sua fé em Jesus, tornou-se a primeira evangelizada, modelo de discipulado. Ela brilha diante de nossos povos como “imagem acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo”, como Sua discípula e “seguidora mais radical” (DAp 270). De fato, como nos ensina Santo Agostinho, ela concebeu Jesus primeiro em seu coração, por sua fé, antes de concebê-lo em suas entranhas (cf. Sermo 25,7-8: PL 46, 937-938).

Os bispos latino-americanos em Puebla (1979) já tinham indicado que tinha chegado “a hora de Maria” (DP 303). Em Aparecida o repetem, radicalizando: “Esta é a hora da seguidora mais radical de Cristo, de seu magistério discipular e missionário ao qual nos envia o Papa Bento XVI” (DAp 270). Mais do que nunca, as palavras do Papa na Basílica de Aparecida devem ressoar no coração dos nossos povos, para que possam levar a cabo o grande desafio da transmissão da fé no mundo de hoje. “Permaneçam na escola de Maria!” A luz dessa Estrela deve continuar brilhando como escola de fé e de missão. s

Evangelizada, Maria logo se converte em primeira evangelizadora. Como em sua visita a Isabel, também hoje ela é a “grande missionária de nossos povos” (DAp 25), como destacaram os bispos em Aparecida: “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários” (DAp 269). Sua presença é, portanto, imprescindível nestes tempos de nova evangelização.

Pe. Alexandre Awi Mello, ISch Doutourando em Mariologia Professor UNISAL e São Bento (São Paulo/SP)


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PAIXテグ DE ANUNCIAR

CATEQUISTAS

EMPODERADOS Envolva-se verdadeiramente com a catequese, a ponto de fazer com que outros catequistas tambテゥm sintam-se motivados por Alberto Meneguzzi


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m catequista precisa ser, antes de tudo, um líder. E liderar não é fazer. Liderar é fazer alguém fazer. E ninguém faz com que os outros façam alguma coisa sem um trabalho conjunto e de equipe. Criar uma equipe significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar. Líderes devem inspirar pessoas. Na medida em que vamos nos envolvendo nessa linda missão que nos é confiada, Deus parece ampliar Seu chamado. E, quando nos damos conta, já estamos completamente envolvidos. Quem descobre a bênção que é servir e trabalhar em prol de um projeto diferente não recua, mas, sim, avança. Quando chegamos nesse estágio, muita coisa muda. Chega um ponto no trabalho de um líder que é não é mais suficiente inspirar quem faz. Torna-se necessário inspirar aquele que inspira quem faz. É o tamanho da missão que muda. Começamos a perceber a magnitude sua e a de nossa capacidade de envolvimento. Um líder precisa saber lidar com as exigências e aí terá que saber trabalhar muito bem com a equipe que tem ao seu lado. Empoderar outras pessoas, fazêlas fazer, inspirar aquele que inspira quem faz. Ao líder, torna-se imprescindível formar pessoas capazes de ampliar os horizontes, mantendo as conquistas, avaliando a caminhada, corrigindo rumos que precisam ser corrigidos e encorajando a equipe a continuar caminhando. Nem sempre as pessoas se dão conta do quanto são importantes para o projeto do Pai. Falta a percepção de que o convite que foi feito não é humano, mas, divino. Eis a razão pela qual muitos cristãos ficam zanzando para lá e para cá, agindo apenas na casca, no externo, sem a verdadeira radicalidade que exige o discipulado. Falta o envolvimento verdadeiro, concreto, a ponto de fazer com que outros também façam, o envolvimento que inspira e encoraja, que eleva e empodera.


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PAIXÃO DE ANUNCIAR Não existe missão evangelizadora sem que surjam outros seguidores. Líderes precisam de seguidores. Liderar necessita de opção concreta, além de conhecimento, estudo, aprendizado, dedicação e, principalmente, gosto pelas pessoas. De uma vez por todas, precisamos assumir com coragem e ardor a condição e a atitude de discípulos. É a prática do Evangelho, não apenas a teoria. O doutor em teologia José Comblin diz no livro Evangelizar, publicado pela Paulus em 2010, que o Evangelho de Jesus fica escondido para as pessoas que não o praticam. Segundo ele, existe o privilégio da ação ou da prática. “Quem não começa a agir como discípulo não pode entender nada. Pois é agir como discípulo, a ação que consiste em seguir Jesus na verdadeira lei do Pai, que fornece a chave do Evangelho. Quem não procura se empenhar ou se comprometer nunca chegará a ver nada daquilo que Jesus proclama”, diz Comblin. E ele diz mais: “O discípulo é uma pessoa comprometida, engajada de modo definitivo e radical. Para ser discípulo é preciso dedicar-se totalmente a essa tarefa e deixar tudo o que for obstáculo. Ser discípulo torna-se norma última. O que caracteriza o discípulo é a sua radicalidade”. É desafiador para um catequista viver a radicalidade do Evangelho. Ser radical, nesse caso, significa comprometerse. Comprometimento tem a ver com mudanças profundas no próprio comportamento. Passa também pela coragem de agir, de denunciar o que não faz parte do projeto do Pai e, ao mesmo tempo, passa pela humildade de saber se relacionar e aprender com a caminhada. Um líder não é o dono da verdade. O discípulo é um eterno aprendiz.

O Evangelho é um convite para sermos aprendizes. O discípulo não pode ter a pretensão de ser grande, porque sempre está na condição das crianças que aprendem: “Se não vos tornardes como crianças, não podereis entrar no reino dos céus” (Mt 18,3). O líder precisa ter consciência de que não

Um catequista precisa ser, antes de tudo, um líder. será eterno nem infalível. Cedo ou tarde, ele precisará ser substituído, temporária ou definitivamente. É assim que as coisas funcionam na nossa vida pastoral. Infelizmente, alguns se sentem eternos nos cargos que ocupam na comunidade. Com isso, não abrem caminhos, não formam novas lideranças, ficam avessos a novas ideias. E não surgem novos líderes, novos apaixonados pela missão, novas pessoas engajadas e imbuídas do mesmo espírito que nos fez permanecer até então na caminhada. Um catequista precisa ser, antes de tudo, um líder. E liderar não é fazer. Liderar é fazer alguém fazer. Mas ninguém faz sozinho. É preciso caminhar em equipe. E criar uma equipe significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar.

Líderes devem inspirar pessoas. E ser eternos aprendizes. E ser radicais na obediência do Evangelho. Se não for assim, não é missão, nem mesmo discipulado.


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É tarefa que qualquer um faz, de qualquer jeito! *A parte de liderança deste texto foi inspirada num artigo de Eugênio Mussak, publicado na página 134 da revista Você S/A, edição de novembro de 2010. Li, gostei e fiz algumas adaptações. * A parte sobre discipulado neste texto foi inspirada no livro do teólogo José Comblin chamado Evangelizar, páginas 26 e 27. O livro é leitura obrigatória para todos os catequistas, ou alguém que atua como catequistas acha que não é necessária nenhuma leitura ou estudo? O livro Evangelizar foi publicado pela Paulus em 2010.

5 dicas para melhorar o trabalho em equipe

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Aprenda a ouvir. Nos encontros de catequistas e nas formações, a tendência é querer falar, expor situações. Mas é importante ouvir. É no exercício da escuta que o aprendizado acontece de forma efetiva.

2

Dialogue. Converse. Partilhe situações da sua caminhada. É na partilha de vivências que crescemos como evangelizadores. A gente aprende e ensina.

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Leia, pesquise, informe-se, busque informações, pergunte, tire dúvidas. Um evangelizador não pode ter dúvidas a respeito do projeto de Deus. Não é necessário ser um doutor para evangelizar, mas precisamos de informações, conteúdo, preparo para argumentar e espalhar a palavra.

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Não guarde para si o conhecimento adquirido. Partilhe, espalhe. Quando estiver numa função superior, empodere, prepare alguém para trilhar o mesmo caminho que você trilha. Um líder precisa ter a capacidade de empoderar, preparar o terreno, criar novas lideranças.

5

Alberto Meneguzzi

Reze. Reze bastante. Faça períodos de pausa para a oração. É isso que fortalece e encoraja um evangelizador para continuar a sua missão

É jornalista, relações públicas e catequista. Autor dos livros Paixão de anunciar e Missão de anunciar, publicados pelas Paulinas Editora.


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TESTEMUNHAS

da fé

A identidade e vocação do catequista por Moacir Beggo e Ana Paula Moreira Lima


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U

ma das figuras mais queridas e mais importantes em nossas comunidades eclesiais é a do catequista. De acordo com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, atualmente existem cerca de 800 mil pessoas dedicadas a essa atividade em todo Brasil. “Além de serem educadores da fé, são discípulos e missionários de Jesus Cristo”, como prega a Encíclica Redemptoris Missio. Para o doutor em teologia, Frei Almir Guimarães, os catequistas são como jardineiros que cultivam o jardim da fé. “Na realização de sua missão, os catequistas fazem muito mais do que ensinar uma doutrina. Não são eles e elas professores e professoras. São testemunhas da fé”, reforça o frade, com inúmeras publicações na área da Pastoral Familiar. Segundo Frei Almir, o catequista é, antes de tudo, um cristão que leva a sério sua fé. “São testemunhas do Evangelho e participantes de um mistério que eles vivem e querem comunicar aos outros com amor”. O testemunho específico que o catequista dá a respeito da fé é o ensino. “O catequista é chamado a tornar explícita toda a riqueza do mistério de Cristo, contida de modo global, desde o início, no ato de fé. Ele ensina, faz perceber e compreender, quanto possível, a realidade de Deus que se revela e se comunica”, explica Frei Almir. O Diretório Nacional de Catequese esclarece ainda: “A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. A recepção do sacramento é consequência de uma adesão à proposta do Reino, vivida na Igreja”.

Em muitas localidades, onde faltam infraestrutura e ministros consagrados para estabelecer uma comunidade cristã, o catequista é o único a manter acesa a chama da fé. Isso pôde ser visto pelos missionários franciscanos logo depois da sangrenta guerra civil de 30 anos em Angola e também depois da queda do Muro de Berlim, que pôs fim ao domínio cruel de 60 anos dos comunistas ateus. Nesses lugares, anônimos e clandestinos, os catequistas mantiveram corajosamente a atividade missionária e catequética. Todo catequista, esteja onde estiver, precisa fortalecer a sua fé e conhecer a razão de seu chamado e de sua missão evangelizadora a partir do chão onde está pisando, buscar uma formação fundamentada nos ensinamentos de Jesus e da Igreja e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus que é um só e, portanto, conhece a realidade onde a fé será transmitida e acolhida. Essa missão não é fácil, principalmente quando olhamos à nossa volta e somos bombardeados com apelos de um mundo fácil e consumista que seduz e surge como via fácil na caminhada das crianças e dos adolescentes no caminho a Deus.

os catequistas são como jardineiros que cultivam o jardim da fé


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A IDENTIDADE DO CATEQUISTA SE FUNDAMENTA: • No chamado por Deus; • Na vida de fé que vive e transmite; • Na maturidade humana e cristã; • Na participação da missão da Igreja a serviço da humanidade

Frei Almir insiste que as crianças devem receber de seus pais os primeiros elementos da catequese que revelam o Pai que é bom, providente e que está nos céus, e para o qual elas voltarão o seu coração. Esta catequese familiar, ou seja, uma catequese autêntica que nasce na “Igreja doméstica”, precede, acompanha e enriquece a catequese que se dará mais adiante na Igreja de Jesus Cristo.

Mas, ninguém melhor do que os protagonistas desta reportagem para falarem de sua missão, experiências e anseios. Entrevistamos seis catequistas de Estados diferentes e pudemos perceber que, quase todas, partilham das mesmas dificuldades e desafios na transmissão da fé na Igreja hoje.


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Ser catequista Ser catequista é, antes de tudo, um chamado, uma vocação, como a própria Igreja define: “A catequese é uma ação da Igreja e também um ressoar da experiência de intimidade com o Senhor que precisa estar impressa na vida daqueles que se sentem chamados a cumprir a tarefa da transmissão da fé que Jesus nos deu quando disse: ‘Ide, fazei discípulos meus... ensinando-os a observar tudo que vos ordenei’ (Mateus 28,19)”. A catequista Fernanda Andreani, da Diocese de São José dos Campos, explica como se deu esse chamado em sua vida. “Na verdade, fiz minha inscrição para o curso de formação para catequistas, a fim de fazer companhia à minha amiga, mas não me via como catequista. Na metade do curso, ela desistiu, mas eu continuei, pois havia assumido esse compromisso com Deus. Tenho certeza de que Deus a fez de instrumento para me chamar a esse serviço”, acredita Fernanda. Já Maurielly Gomes Alves, da Diocese de Pinheiro, no Maranhão, lembra que o catequista precisa conciliar a vida pessoal (família, trabalho, lazer, etc.) com a sua missão, para não deixar passar a ideia de “perda” de tempo. “Só quem catequiza pode experimentar o crescimento mútuo que a catequese promove entre catequista e aluno e a incomensurável satisfação de paz que inunda o coração quando agimos e tentamos ser úteis na promoção do reino de Deus nesta terra, como diz a canção: ‘Sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas’”.

Fernanda Andreani da Cunha Alves

Paróquia Nossa Senhora da Santíssima Trindade Diocese de São José dos Campos Catequista de Crisma há nove anos.

“Compromisso! Nenhuma palavra descreve melhor a base desse ministério


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é vocação

INSPIRAÇÃO BÍBLICA: Para a catequista Yasmin Reis de Souza, da Paróquia Santo Antônio do Menino Deus, da Arquidiocese da Paraíba, o comprometimento é essencial: “Compromisso! Nenhuma palavra descreve melhor a base desse ministério, dessa vocação fundamental na vida de todo cristão. Antes de qualquer sacerdote, antes de qualquer diácono, leigo, existiu um catequista ajudando na formação para receber os sacramentos. Para que isso existisse, houve compromisso”, enfatiza Yasmin.

O que sempre me inspira em tudo é o 1º Mandamento de Deus, “Amar a Deus sobre todas as coisas como a ti mesmo”.


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A importância

do testemunho

A missão confiada a todos os catequistas, muitas vezes, não é fácil, e a responsabilidade é grande. Ser catequista não é simplesmente chegar à sala de catequese e “jogar” o conteúdo. Por trás de cada encontro, estão horas de dedicação, formação e preparação. Essa dedicação não se resume a poucas horas por semana, mas trata-se da formação permanente do cristão.

ou não do catequizando na fé, bem como na sua postura de fé ante a sociedade em que se encontra e na qual é chamado a ser sinal da presença de Deus no mundo. Disso decorre a finalidade da catequese, a saber: levar os cristãos a serem sinais de Deus no mundo”.

Yasmin destaca que erroneamente se pensa no catequista como alguém que somente prepara a criança para os sacramentos. “Acredito que, além de formar o catequizando, o catequista tem como missão ajudá-lo em seu crescimento espiritual, que vai acompanhá-lo, com dúvidas e questionamentos, durante toda a vida, especialmente os adolescentes, que vivem uma fase de descobertas. A catequese não tem como finalidade única um sacramento, mas colaborar no crescimento espiritual e religioso dos cristãos. Vejo a catequese como uma pastoral de união, onde se leva para casa uma base de nossa fé”.

A catequese não tem como finalidade única um sacramento, mas colaborar no crescimento espiritual e religioso dos cristãos

Para a catequista Lucilene Maria da Conceição Cruz, de Bacabal, no Maranhão, formação e humildade são requisitos que ajudam a “moldar” o catequista. “Para ser um bom catequista é necessário amar o ministério, estudar e conhecer a Igreja, a Palavra de Deus, ser obediente, perseverante e viver a humildade”. Segundo Maurielly, o crescimento da fé de todo catequizando depende muito do catequista. “O catequista tem a responsabilidade de semear e, com a ajuda da família, fazer germinar em cada um a grandeza da fé cristã. Assim, seu papel é de suma importância e, dependendo do seu desempenho, resultará no crescimento

“É importante que o catequista testemunhe com a vida todos os valores passados na catequese. O ensinamento da fé, as tradições e o conhecimento cristão da doutrina de nossa religião não são uma mera matéria teórica, mas, antes de tudo, uma prática. Se a fé sem obras é morta e vazia, um catequista também não pode ensinar aquilo que não testemunha pelo exemplo de vida”, reforça Maurielly. A catequista Filomena Teixeira, da Diocese de Luz, em Lagoa da Prata, Minas Gerais, reforça a ideia de que a fé e o exemplo de vida devem caminhar juntos. “As palavras comovem, mas os exemplos arrastam. Se o catequista ensinar algo e sua vivência não for de acordo com o ensinado, não convencerá quem o ouvir, mas servirá de contratestemunho”, enfatizou.


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INSPIRAÇÃO BÍBLICA: A passagem em que Jesus diz a Pedro: “Apascenta minhas ovelhas”. Eu acredito que ser catequista é uma forma de apascentar as ovelhas por meio da instrução dos catequizandos (Jo 21,16-17).

Maurielly Gomes Alves

Paróquia Santo Inácio de Loyola Diocese de Pinheiro Catequista da pré-catequese há nove anos.

“A exigência que faço de mim mesma é de dar o exemplo. Não consigo dizer, nos encontros, o que eles devem fazer sem eu estar fazendo. E, quando faço, me sinto culpada, como se Deus estivesse me cobrando”, complementa Fernanda Andreani.


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INSPIRAÇÃO BÍBLICA: “Impedam et superimpendar” (Gastar e me gastar), o versículo correspondente é da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios 12,15, que diz: “De muita boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amandovos mais, seja menos amado por vós”.

Yasmin Reis de Souza

Paróquia Santo Antônio do Menino Deus Arquidiocese de Paraíba Catequista da pré-catequese há cinco anos.


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INSPIRAÇÃO BÍBLICA: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15).

Lucilene Maria da Conceição Cruz Paróquia Sant’Ana Diocese de Bacabal Catequista de Crisma há sete anos.


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Desafios de

nosso mundo Catequizar neste mundo globalizado implica enfrentar muitos desafios. Segundo a catequista Nilva Margarete, de Maringá, no Paraná, a catequese está na contramão de uma sociedade que insiste em dizer que a religião está ultrapassada e que “seus valores mudam de acordo com suas necessidades”. Hoje, como enfatizou muito o Papa Emérito Bento XVI, as novas mídias devem estar a serviço do homem para fazer o bem. A utilização das mídias sociais na catequese ajuda a atender a uma das necessidades do mundo contemporâneo. Foi por isso que a catequista Fernanda Andreani se aliou à tecnologia. “É um desafio saber qual é a realidade dos meus catequizandos. Hoje, não há somente a televisão e o rádio transmitindo informações, mas o mundo virtual das mídias sociais. Por meio dessas novas mídias acompanho os catequizandos, tentando orientá-los da melhor forma que posso. Isso exige mais de mim”, conta. Nilva usa o Facebook como uma extensão da catequese. “Fiz uma página no Facebook, onde me comunico com os catequizandos e posto informações que acho interessantes. De forma indireta, continuo evangelizando, mesmo de longe”, acredita.

Filomena Teixeira de Amorim Miranda Paróquia São Carlos Borromeu Diocese de Luz Catequista de Crisma há mais de 30 anos

O conteúdo da catequese também precisa estar sintonizado com a realidade da comunidade, como diz Frei Bernardo: “O catequista precisa trazer numa mão o jornal e na outra a Palavra de Deus”.


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“À luz da Sagrada Escritura, confronto a realidade em que vivemos com os valores evangélicos e as tradições cristãs. Ou seja, levar os catequizandos a identificarem a vontade de Deus em suas vidas. Em síntese, procuro preparar a catequese de forma que os catequizandos escutem e ponham em prática o apelo de Jesus: ‘Ser sal da terra’”, acrescenta Maurielly. Mas, nenhuma dessas novas mídias pode substituir a família no papel de primeira catequista dos filhos.

INSPIRAÇÃO BÍBLICA: “Não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). Acho que nosso coração, ao falar de Jesus e de Seus ensinamentos, tem que “arder”, temos que ter entusiasmo, estar convictos do que falamos. Crer e anunciar.


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INSPIRAÇÃO BÍBLICA: “Os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas, como águias, correm e não se fadigam, podem andar que não se cansam” (Is 40,31).

Nilva Margarete

Paróquia São José Operário Diocese de Maringá Catequista de Crisma há cinco anos.



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BÍBLIA

Como

“bem” usar a Bíblia na catequese? por Frei Ildo Perondi

A Bíblia é uma carta de amor que Deus revelou ao seu povo, com o qual Ele fez aliança. Por isso, é fundamental que a Bíblia seja conhecida. E, sobretudo, os(as) catequistas devem ler e conhecer a Palavra de Deus, pois ela é a base principal em que se fundamenta a nossa fé.


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A missão dos(as) catequistas é ensinar e transmitir a mensagem de Deus. Catequese é “fazer ecoar” o Evangelho, a boa notícia de Deus. O Apóstolo Paulo, de fato, questiona: “Como podem crer naquele que não ouviram?” (Rm 10,14). Por isso é necessário pregar, anunciar, ensinar, pois “a fé vem pela pregação e a pregação é pela palavra de Cristo” (Rm 10,17). Então, para que os(as) catequistas possam amar e utilizar bem a Palavra de Deus é preciso que a conheçam! É certo que a Bíblia é um conjunto de 73 livros e que levou mais de mil anos para ser escrita. O último livro foi concluído há quase dois mil anos. Os contextos, isto é, a realidade em que os livros foram escritos é diferente do mundo de hoje; a Bíblia foi escrita em outras línguas (hebraico e grego). E então surge uma questão que é complexa: conhecer a Bíblia é fácil e é ao mesmo tempo também difícil.

Na Bíblia há textos difíceis... É certo que alguns textos são difíceis de serem compreendidos hoje. E até a própria Bíblia nos diz que há passagens difíceis. O autor da segunda Carta de Pedro, ao falar das Cartas de Paulo, reconhece que “há pontos difíceis nelas” (2Pd 3,16); o eunuco que em sua carruagem lia o livro do Profeta Isaías precisou da ajuda de Filipe para entender o significado da passagem (At 8,26-35); o Profeta Daniel esforçava-se para poder entender uma passagem da Escritura (Dn 9,2); Orígenes, um dos maiores exegetas bíblicos da história, afirmou: “Quando alguém lê os Evangelhos, ou o Apóstolo, ou os Salmos, os acolhe contente, os abraça e logo agradece, como recolhendo desses um remédio para a sua enfermidade; porém se a ele se lê o livro dos Números, e especialmente os passos que ora temos em mãos (Nm 33), pensará que não lhe servem a nada, não valem como medicina à sua enfermidade para a saúde da alma” (Homilia 27,1). São alguns exemplos da dificuldade para ler e entender a Palavra de Deus.

Mas a Bíblia é fácil... No entanto, a Palavra de Deus continua se “remoçando” (Dei Verbum 24), isto é, se tornando nova, palavra atualizada, palavra viva que “permanece para sempre” (1Pd 1,25). O Padre Zezinho tem uma bela canção, cuja letra diz: “Dai-me a palavra certa, na hora certa, do jeito certo e pra pessoa certa”. Se há textos difíceis na Bíblia (são poucos), devemos escolher os textos certos para o momento certo e para as pessoas certas. O Profeta Jeremias escreve dando o seu testemunho: “Quando se apresentavam as Tuas palavras, eu as devorava; elas eram para mim um contentamento e alegria do meu coração” (Jr 15,16).

Certa vez fui visitar uma catequista enferma no hospital e ela me pediu uma palavra da Bíblia. Li para ela Is 35,3-4: “Fortaleçam as mãos cansadas; firmes os joelhos cambaleantes. Digam aos corações desanimados: sejam fortes! Não tenham medo! Eis o vosso Deus, Ele vem para redimir; Ele traz um prêmio divino, Ele vem para salvar vocês!”. Ela abraçou a Bíblia e aquelas palavras foram como um bálsamo para a sua alma. Os(as) catequistas precisam “entrar” dentro da Bíblia; conhecê-la, descobri-la. Encontrar a palavra certa para a hora certa. Encontrar-se com a Palavra que é Jesus, “o Verbo (Palavra) que se fez carne e habitou entre nós!” (Jo 1,14). O melhor jeito de conhecer Jesus é pela leitura dos Evangelhos, usando um método certo. Encontrar-se com Jesus, descobrir quem Ele é, o que Ele fez; o que foi que Ele ensinou; apaixonar-se por Ele e Sua proposta... E então dar testemunho. Esta é a melhor catequese: transmitir o que se vive, testemunhar a fé com a própria vida. Mostrar que a espiritualidade catequética é bíblica, que é fundamentada na Palavra de Deus.


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Alguns pontos-chaves e orientações

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Amar a Palavra de Deus. Para isso é preciso conhecê-la, estudá-la, vivê-la, dar testemunho...

Praticar a leitura orante da Bíblia, de preferência todo dia. Escolher um texto, ler, meditar, contemplar, agir... Pode ser uma frase, um versículo...

Iniciar sempre a leitura e estudo da Palavra de Deus com a invocação do Espírito Santo. Foi o Espírito Santo que inspirou a escrita da Palavra e também nos guiará na nossa interpretação.

Ter uma Bíblia de estudo. Eu sugiro o uso do giz de cera colorido. Anotar as frases mais bonitas e mais importantes. Ver palavras e ideias que se repetem num texto. Uma Bíblia de estudo não é caderno de anotações, mas precisa nos ajudar a encontrar facilmente as passagens mais importantes e também a identificar os textos-chaves.

Para conhecer também é necessário estudar. Portanto, os(as) catequistas devem aproveitar e participar dos cursos de formação que as paróquias e dioceses oferecem.

A Palavra de Deus deve nos levar a conhecer e amar Jesus Cristo. Devemos nos apaixonar, sentir com o coração e viver a mensagem que Ele nos transmitiu.

É lendo a Bíblia que nós também vamos conhecer melhor a nossa Igreja, fundada por Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo.

Ler e interpretar a Bíblia junto com a tradição da Igreja, como nos ensina a Constituição Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II.


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A Palavra de Deus deve entrar em nossa vida como a semente boa que cai em terra boa. Ela deve produzir bons frutos. Por isso os bons catequistas são aqueles que “tendo ouvido a Palavra com coração nobre e generoso, conservam-na e produzem fruto pela perseverança” (Lc 8,15).

A Bíblia não pode servir para discutir com pessoas de outras igrejas. Ao contrário, quando possível devemos praticar o ecumenismo e o respeito para com as outras igrejas. Evitar a leitura fundamentalista da Bíblia, a leitura ao “pé da letra”, este tipo de leitura é o suicídio do pensamento. Evitar interpretações particulares e que causam divisões (2Pd 1,20).

Que os(as) catequistas levem a Bíblia às aulas de catequese e façam uso dela, demonstrando que conhecem e usam a Palavra de Deus.

Sentir alegria por estar ensinando a Palavra de Deus. Jesus nos disse que: “Quem praticar e ensinar mesmo o menor dos mandamentos será considerado grande no Reino dos Céus” (Mt 5,19).

Respeitar as etapas e as idades em que se encontram os(as) catequizandos(as). Escolher passagens bíblicas que falem de crianças, da família, da bondade de Jesus; que mostrem um rosto de Deus próximo das crianças, dos jovens e da realidade em que vivem as pessoas que estamos catequizando.

Conclusão Hoje vivemos um tempo de graça de Deus na caminhada da Igreja. Na Conferência de Aparecida, os bispos pediram que “toda a pastoral seja animada pela Palavra de Deus” (DAp 248), o que foi reafirmado pelo Papa Bento XVI na Verbum Domini (VB 73). A catequese vive este momento novo e belo. Jesus nos ensinou que “a árvore se conhece pelos seus frutos” (Lc 6,44). A catequese também dará bons frutos para o povo de Deus quanto mais for fundamentada e alimentada pela Palavra de Deus. O Apóstolo Paulo escreve que nós somos “servidores” e “cooperadores” no projeto de Deus (1Cor 3,5.9). Os(as) catequistas têm essa missão de serem colaboradores semeando, regando e trabalhando para que a Palavra de Deus possa crescer e produzir bons frutos. s

Frei Ildo Perondi Nascido em Romelândia-SC, é franciscano-capuchinho. Mestrado em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma, doutorando em teologia bíblica pela PUC Rio. É professor de sagradas escrituras na PUC-PR (campus Londrina).


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LITURGIA


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LITURGIA fonte que ALIMENTA A

CATEQUESE por Pe. Guillermo


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LITURGIA

Q

uando tentamos novas iniciativas de reunir o povo nas paróquias, nem sempre encontramos resposta favorável. Então, pensamos: “O povo não quer saber da fé cristã”. Mas, assistimos a multidões em torno a festas religiosas e santuários conhecidos... Por outra parte, percebemos igrejas lotadas em festas religiosas populares, assim, concluímos: “Nossa gente brasileira, sim, que é católica”. Mas, assim sendo, por que tanto descaso com a vida cristã, com a palavra que a Igreja ensina e proclama? Assim é a situação pastoral da Igreja no Brasil. Nossa gente é muito piedosa, conserva ritos e práticas religiosas, lotando nossas igrejas em algumas ocasiões, mas essa religiosidade não garante laços de pertença nem comunhão com a fé cristã professada pela Igreja. O povo em geral procura ritos, sacramentos, bênçãos e as festas. É claro que tudo isso faz parte da herança da fé cristã conservada pela Igreja, mas ninguém deseja se comprometer responsavelmente com uma autêntica vivencia de fé cristã até as últimas consequências. De fato, essa religiosidade não nos permite concluir o efetivo papel da fé cristã na sociedade e na situação real da religião católica no Brasil (Solange Maria do Carmo, Um novo paradigma catequético – II parte, ver Rev. Catequese, outubro/dezembro 2012, p. 34-35) São muitos os documentos e pesquisas sociológicas que demonstram que hoje não é fácil para nossas comunidades vislumbrarem a maneira de empreender caminhos pastorais que facilitem erradicar o costume de nosso povo de procurar os sacramentos, desligados da vivência do Evangelho que dê sentido às suas vidas e às suas responsabilidades cotidianas. Lutar abertamente contra essa mentalidade mágico-sacramental é um desafio histórico difícil de vencer (CELAM, A caminho de um novo paradigma para a Catequese – III Semana Latino-Americana de Catequese, Edições CNBB,

Brasília, 17; DAp 100). Infelizmente, a discussão desse problema ainda surge tímida entre os responsáveis da ação catequética na Igreja. Sem dúvida, podemos dizer com profundo realismo e certa amargura que não percebemos claramente a falência do nosso atual sistema catequético. Hoje presenciamos uma espécie de mundanização ou paganização da fé, na

Devemos levar as pessoas a fazer uma acolhida “pessoal” para viver em comunidade a novidade do Evangelho. medida em que a religião católica aparece apenas como uma instituição a mais a serviço da sociedade. Sociedade, por certo, que caminha a passos largos num processo de descristianização. Além do mais, temos muitas dificuldades para comunicar a fé em amplos setores da sociedade. Não podemos, certamente, “contentar-nos com o herdado”, devemos fazer uma nova proposta e usar metodologias novas e criativas. Devemos levar as pessoas a fazer uma acolhida “pessoal” para viver em comunidade a novidade do Evangelho. Nesse quesito também as comunidades paroquiais devem ousar novos caminhos, trabalhar com iniciativas melhores, vivificadas, dinamizadas. O que há pouco


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tempo pensava-se em “manter”, hoje deve ser reproposto, de forma desejável e atraente. Como afirmam os bispos de França, “O que ontem se chamava de ‘pastoral ordinária’, vivida frequentemente como uma pastoral da acolhida, deve transformar-se, cada vez mais, numa pastoral da proposta”. Devemos ir ao coração da fé (Aller au coeur de la foi). Agora, para entrarmos decididamente num caminho de renovação catequética, é impossível deixar de lado o aspecto litúrgico, porque deixaríamos – a meu ver – um elemento fundamental e essencial. A fé dos cristãos, especialmente dos católicos, é e não pode ser de outro modo senão fé acolhida, vivenciada e celebrada. Celebramos com alegria e exultação o mistério do Cristo Pascal, centro e cume de nossa fé. É hoje inegável o significado educativo e catequético da liturgia, pois, ela nos conduz eficazmente à centralidade da Páscoa do Senhor. A Páscoa, mistério central na experiência de vida cristã, faz-nos contemplar o profundo sentido do humano. Ela deve inspirar uma catequese que leve a educar os catequizandos, a uma visão

alta e qualificada da vida cristã. A liturgia, que encontra o seu sentido na experiência celebrativa (sacramental) do mistério pascal, educa-nos para sermos criaturas novas no sentido paulino. Com estas palavras, que coloco a modo de introdução do tema que aprofundaremos nos próximos artigos sobre a importância da liturgia no processo formativo dos catequizandos, desejo agradecer aos que me convidaram a colaborar nesta revista digital. O percurso que tentaremos será mais ou menos assim traçado: 1) aprofundaremos a centralidade da Páscoa, para depois descrever em 2) uma interpretação antropológica e 3) assinalamos alguns critérios catequéticos a partir da liturgia nutrida no mistério pascal. Enfim, irmãos e irmãs, permitam-me insistir sempre. Não esqueçam que a cada domingo, Páscoa semanal, a Santa Igreja torna presente esse grande acontecimento, no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte e derramou Seu Espírito de amor e perdão sobre nós. s

Pe. Guillermo Daniel Micheletti Presbítero argentino, há 18 anos exerce seu ministério na Diocese de Santo André-SP. Pároco da Igreja Santa Luzia e Santo Expedito, em São Bernardo do Campo. Mestrado em ciências da educação com especialização em pedagogia pela Faculdade Pontifícia Auxilium de Roma. Foi coordenador da pastoral catequética da diocese e professor de pastoral catequética e de Deus e criação no Instituto de Teologia de Santo André. É membro do grupo de catequetas da Dimensão Bíblico-Catequética da CNBB. Sócio fundador da Sociedade Brasileira de Catequetas. Autor de vários livros para a formação de catequistas publicados pela Editora Ave-Maria.


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COMUNICAÇÃO

Novos métodos Catequéticos por Flávio Veloso

O catequista deve repensar e readaptar, cada vez mais, os instrumentos de comunicação e Evangelização.


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catequista é como uma janela aberta ao exterior; por ela se mostra, sai ao encontro dos outros, e, de modo inverso, permite que os outros entrem de alguma maneira em sua interioridade. Essa janela aberta é a faculdade de comunicação, uma faculdade quase ilimitada, que exerceremos de diversas formas: palavra falada ou escrita, gestos, imagens, sons, movimentos, etc. O que dizemos e fazemos, também o que calamos ou omitimos, são formas de nos manifestarmos aos outros. A essas formas chamamos linguagem, entendida por sua função simbólica. A linguagem é, pois, o meio que permite exercer a faculdade de comunicar e, por isso, a forma mais manifesta de comunicação. A missão do catequista é fazer ecoar a Palavra de Deus. Ele é, sobretudo, um comunicador, por isso “é necessário que a catequese estimule novas expressões do Evangelho na cultura na qual este foi implantado.” (DGC 208). Jesus é um dos maiores exemplos de comunicadores, Seus ensinamentos, obras e palavras foram registradas nos Evangelhos. Na época de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isso exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e Jesus

sem sombra de dúvida dominava ambos os talentos. As parábolas cheias de vida tiradas da natureza ou da essência humana são bem conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas incitavam os ouvintes a pensar e descobrir diversos níveis de significados e aplicações. A exemplo de Jesus e seus interlocutores, “o catequista comunicador deve saber modular símbolos, parábolas, narrativas, testemunhos que falam de uma fé livre e responsável. Ao comunicador da fé é requerido saber usar todos os registros da comunicação: a linguagem verbal e a não verbal, as imagens e os sons, obtendo na mídia ilustrações e evocações, propondo novas metáforas da fé, suscitando interesses e emoções, animando experiências de fé no grupo de catequese”. A evangelização constitui a missão fundamental da Igreja em todo tempo e cultura e o ensino da fé representa a obra educativa da comunidade que conduz os batizados à maturidade da fé. Com o Concílio Vaticano II, a catequese tem alcançado uma fecunda renovação. Hoje, os meios de comunicação oferecem ao catequista novos recursos e novos percursos para a educação da fé. Existem diversos materiais audiovisuais: as produções musicais, cinematográficas e televisivas; a multiplicidades de sites religiosos que constituem novos e preciosos recursos para os catequistas.


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COMUNICAÇÃO Segundo o Diretório Nacional de Catequese, é essencial habilitar os catequistas para a comunicação da mensagem do Evangelho, por meio da mídia, principalmente os mais jovens e nascidos nesta cultura midiática, cuja linguagem mais facilmente entendem. Recordam-se três orientações: CAPACITAR, APROXIMAR E INCLUIR. Capacitar nos diversos níveis os catequistas como comunicadores: que sejam pessoas conhecedoras dos processos da comunicação humana e estejam habilitados a integrar recursos como músicas, vídeos, teatro e outras linguagens para expressar a fé. Aproximar a catequese dos meios massivos de comunicação, para o desenvolvimento de projetos de catequese a distância, com adequado uso de recursos e metodologias apropriadas e incluir, nos programas de catequese, a análise de mensagens produzidas pelos grandes meios, promovendo a leitura desses dados à luz da mensagem evangélica. A catequese comunica a experiência da vida, um compromisso de fé. Ela é mais do que transmitir verdades: comunica uma mensagem de vida, de fé, de compromisso com Deus, consigo mesmo, com o irmão e com a comunidade. Ao comunicar essa mensagem, utiliza-se dos diversos meios de comunicação disponíveis. As técnicas de grupo e seus recursos de comunicação aproximam as pessoas, ajudam a compartilhar a vida, as experiências, isso se dá pela intercomunicação pessoal e através da comunicação grupal como exercício de vida comunitária e partilhada. O catequista tem, assim, “de repensar e de readaptar, cada vez mais, os instrumentos de comunicação mais adequados para que a mensagem possa chegar ao destinatário, a fim de promover uma profissão de fé viva, explícita e atuante”. O educador da fé necessita avançar para o uso de meios de comunicação de massa e dos equipamentos modernos de comunicação. As

novas gerações nascem dentro da tecnologia. É dever dos catequistas avançar na capacitação dos instrumentos da comunicação, como o uso do microfone, da internet, de multimídia, do computador e de todos os equipamentos que ajudam a comunicar na catequese. Algumas tecnologias que podem estimular o desenvolvimento da catequese são CD e DVD, que oferecem grandes possibilidades num único instrumento multimídia: vídeos, textos, canções, jogos e animações, bem como o Powerpoint, que também contribui como instrumento de visualização de conteúdos aos quais se podem acrescentar imagens, textos, sons e vídeos, fazendo

O educador da fé necessita avançar para o uso de meios de comunicação de massa e dos equipamentos modernos de comunicação

com que os destinatários aprendam de forma interativa e mais divertida. Quantas vezes realizamos nossas atividades na catequese e ao falar sobre um determinado conteúdo depois verificamos que não houve uma verdadeira comunicação? Se quisermos tocar os corações dos nossos catequizandos, seremos mais eficazes na transmissão da mensagem divina usando múltiplas linguagens originais e interativas. O uso da internet e das novas tecnologias na catequese são formas de expressão à disposição do catequeta.


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É, pois, cada vez mais urgente e necessário que os catequistas se sintam sensibilizados e estimulados para se beneficiarem dos aspectos positivos que a internet comporta. Ser catequista hoje significa saber tudo isso. Mas, não só, é preciso ser capaz de usar os instrumentos e as novas tecnologias oferecendo um verdadeiro espaço de comunhão e de comunicação interpessoal, com grandes vantagens: informação, acessibilidade à realidade, antes demasiado distante, instantaneamente, novas possibilidades. Trata-se de uma linguagem com grandes potencialidades comunicativas e criativas.

CATEQUESE

Toda a formação deve estar finalizada na arte da comunicação da fé, pois, na ação catequética, catequistas e catequizandos são sujeitos da comunicação. s

Flávio Veloso É formado em Filosofia (Cearp – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto), estuda Pedagogia (Uniseb-COC) e é encarregado da Livraria Paulus de Ribeirão Preto, SP.


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Autoconceito motivação e aprendizagem

catequese por Pe. Eduardo e Pe. Jordélio


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PEDAGOGIA CATEQUÉTICA

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e modo simplificado podemos dizer que motivação é tudo aquilo que está por trás de nossos comportamentos; corresponde às razões de cada um de nossos atos. Então, pensemos bem: se achamos que somos capazes de fazer uma coisa bem feita, certamente teremos confiança em nosso desempenho e conseguiremos realizá-la melhor. Se achamos que somos inteligentes e capazes, temos vontade de fazer as coisas para mostrar aos outros e a nós mesmos que temos valor. Por tudo isso podemos dizer que nosso autoconceito, isto é, a maneira pela qual nos vemos, influi na motivação. E, no caso do ser humano e do processo de aprendizagem, como será que atuam a motivação e o autoconceito? Desde o início do desenvolvimento esses fatores demonstram sua importância. À medida que a pessoa cresce, seu autoconceito e o conhecimento que ela tem de si mesma vão se estabelecendo. A maneira pela qual a pessoa se vê, o jeito pelo qual ela se sente, irá influir muito em tudo que ela faz e, basicamente, em sua capacidade de aprendizagem. Se a pessoa não tiver confiança em si mesma, julgar-se inferior aos outros, não terá motivação para aprender. Não conseguirá interessar-se por nada, achando de antemão que irá fracassar. Com medo do fracasso, a pessoa nem tenta um novo comportamento; ou, então, toma atitudes inadequadas, num esforço de mostrar aos outros que é alguém. Embora o processo possa ser assim como acabamos de descrever, é muito fácil influenciar a pessoa para que ela realize uma atividade que irá contribuir para sua autoestima. Toda pessoa deseja fazer coisas que a tornem mais adequada, mais capaz, admirada e aceita pelos outros. Toda vez que uma pessoa perceber que sua imagem está em jogo, irá esforçarse ao máximo para sair-se bem, mobilizando todos seus recursos. Esse esforço, esse empenho, nada mais é que a motivação. Também as aspirações e sonhos são influenciados pela motivação. Quanto mais a pessoa espera de si mesma e quanto mais acha que os outros esperam dela, maiores serão seus motivos para atingir um objetivo. Sabendo isso podemos entender melhor por que um autoconceito positivo é tão importante para que a pessoa melhore sua capacidade de aprendizagem.

Autoconceito positivo nos encontro de catequese Nesse quadro todo, o papel do catequista é fundamental. Sua atitude para com os catequizandos pode influenciar de maneira decisiva a construção da autoimagem deles, de sua maneira de ver a si mesmos e a presença de Deus em suas vidas. O catequista pode promover ou estimular o crescimento emocional de seus catequizandos todos os dias, de mil e uma formas. Você já deve ter percebido quanto sua figura é significativa para seus catequizandos. E isso tem consequências bem sérias. Nem que fizesse um grande esforço para apenas transmitir novos conhecimentos aos catequizandos, um catequista não conseguiria. Seu método de transmitir a mensagem, suas atitudes, o jeito de se relacionar com cada catequizando e até mesmo a frequência com que ele fala com cada um, o interesse e o carinho que demonstra até sem querer, estariam influenciando todo o desenvolvimento afetivo dos catequizandos. Em consequência, ele estaria influindo na formação do autoconceito, na motivação e na capacidade de aprendizagem dos catequizandos e na ideia de Deus que transmitirá.

O catequista pode promover ou estimular o crescimento emocional de seus catequizandos todos os dias, de mil e uma formas

O desenvolvimento do autoconceito positivo dos catequizandos deve ser uma preocupação central do catequista. Só se tiver uma autoimagem positiva o catequizando terá a necessária motivação para receber a mensagem do Evangelho e poderá adquirir um comportamento independente. Essa é a melhor forma de preparar o catequizando para sair-se bem nas situações novas com que se defronta. s


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PRINCÍPIOS QUE AJUDAM O CATEQUISTA

Motivação é um fator de grande importância para a aprendizagem.

O catequizando tem mais motivação para aprender quando as coisas têm um significado para ele. A história pessoal do catequizando precisa ser levada em conta.

O catequizando aprende melhor quando participa ativamente do processo catequético. Elogios ajudam mais a motivar o catequizando do que críticas e punições.

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Para algumas aprendizagens a repetição é indispensável, mas precisa ser feita de forma interessante. O catequizando aprende melhor uma coisa nova quando já domina as aprendizagens anteriores. Toda pessoa aprende melhor quando fica sabendo que foi bem-sucedida. As experiências de aprendizagem devem caminhar do simples para o complexo. As experiências de aprendizagem devem caminhar do concreto para o abstrato.

Pe. Eduardo Calandro

Mestrando em psicologia clínica e da saúde pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, assessor da comissão pastoral para animação bíblico-catequética da CNBB regional Centro-Oeste, membro do GREBICAT — CNBB; especialista em psicologia, parapsicologia, pedagogia catequética, é professor do curso de pedagogia catequética na Pontifícia Universidade Católica de Goiás e de catequética e aconselhamento pastoral no Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás, IESMA em São Luís do Maranhão, membro do Centro de Formação Permanente — CEFOPE, assessor de catequese em várias regiões do Brasil. Atualmente é pároco da Paróquia Nossa Senhora da Guia, em Santa Fé de Goiás. Autor da Coleção Psicopedagogia Catequética — Catequese conforme as idades, vol. Criança, vol. II Adolescentes e Jovens, vol. III Adultos, vol. IV Pessoas Idosas, pela Paulus Editora. O saber e o saber fazer a catequese, pela Editora Vozes.

Pe. Jordélio Siles Ledo

Estigmatino, mestrando em teologia pastoral pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, especialista em pedagogia catequética e psicodrama, professor do curso de pedagogia catequética na Pontifícia Universidade Católica de Goiás e UNISAL, IESMA em São Luís do Maranhão, membro do Centro de Formação Permanente — CEFOPE, membro da Academia de Letras do Grande ABC e é assessor de catequese em várias regiões do Brasil. Atualmente é pároco da Paróquia Sagrada Família, em São Caetano do Sul. Autor da Coleção Psicopedagogia Catequética — Catequese conforme as idades, vol. Criança, vol. II Adolescentes e Jovens, vol. III Adultos, vol. IV Pessoas Idosas, pela Paulus Editora. O saber e o saber fazer a catequese,pela Editora Vozes.


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ROTEIROS CATEQUÉTICOS PEDAGOGIA CATEQUÉTICA

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sou CATEQUÉTICA PEDAGOGIA catequista

Fé Contruindo um

ITINERÁRIO

CATEQUÉTICO por Angela Maria Pe. Guillermo

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“A Catequese é em processo dinâmico e abrangente de educação da fé, um itinerário, e não apenas uma instrução.” (CR 282)


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ROTEIROS CATEQUÉTICOS PEDAGOGIA CATEQUÉTICA

Não podemos esquecer que a catequese é um processo, logo, exige programação sistemática e progressiva. E para colocar esse processo em andamento, precisa-se de um Itinerário Catequético

O QUE SERIA AFINAL, ESSE ITINERÁRIO? Numa definição genérica, itinerário é a descrição de um trajeto a ser percorrido. Por exemplo: uma empresa de ônibus urbanos ao definir o itinerário de determinada linha indica todos os pontos de parada do ônibus desde o início até o fim da linha. A essa indicação dá-se o nome de itinerário. Já um itinerário de turismo é um pouco mais elaborado: é um artigo que descreve uma rota por vários destinos ou atrações, dando sugestões de onde parar, o que ver, como prepararse, etc. Se a gente considerar os destinos como pontos em um mapa, o itinerário descreve uma linha que conecta os pontos.

AGORA VAMOS CONSIDERAR ESSA PALAVRA NA CATEQUESE. Um itinerário catequético é um círculo mais ou menos prolongado de encontros que integra uma ou várias temáticas (etapas, módulos, blocos) do mistério dentro do processo. Nesse itinerário se incluem os conteúdos, as celebrações litúrgicas, a catequese mistagógica, a integração com a família, entre a comunidade e o compromisso apostólico ou missionário. Isso significa que um itinerário é uma espécie de planejamento, um mapa, um guia do caminho a ser percorrido. No caso da catequese, ele prevê objetivos a serem atingidos, conteúdos que serão explanados, ações transformadoras que se pretende e as dimensões celebrativas que darão suporte à catequese mistagógica. Sem contar a previsão de formação básica e permanente para os catequistas, protagonistas da catequese. Assim temos que, uma simples instrução, é chegar e expor o conteúdo, sem ligação ou compromisso com as ações transformadoras e com a dimensão litúrgica da catequese, não se envolve a comunidade ou a família. Em contraponto, o itinerário prevê as consequências do que se ensina, na vida e na missão do catequizando, como isso será percebido e colocado em prática.


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sou CATEQUÉTICA PEDAGOGIA catequista

Falando mais na prática, um itinerário catequético precisa observar os seguintes pontos: primeiro, observar a quem ele se destina (crianças, adolescentes, jovens, adultos, deficientes...); em seguida, ver os objetivos da catequese (Sacramentos, formação cristã...); verificar, por fim, o tempo que demanda essa ação e a preparação dos “guias” (catequistas, introdutores) que irão trabalhar na condução do processo. Só aí, então, construir o roteiro/itinerário, observando o seguinte:

CONTEÚDOS

(temas e formação bíblica);

CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS E MISTAGÓGICAS

(missas, entrega de símbolos, retiros, orações, via sacra...);

VIVÊNCIA COMUNITÁRIA

(família, comunidade, festas, sociedade);

DIMENSÃO MISSIONÁRIA (compromisso apostólico).

Enfim, o itinerário descreve o que se fará, efetivamente, para se trabalhar o processo catequético, o como chegar a cada um dos objetivos (pontos), que se pretende, ou seja, o ensino da fé e a vivência cristã eclesial. s

Feitas essas considerações, um desafio:

VAMOS CONSTRUIR JUNTOS UM ITINERÁRIO CATEQUÉTICO?

Ângela Maria Rocha Instrutora e professora. Possui pós-graduação em catequética, pela Faculdade Vicentina de Curitiba.


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DINÂMICAS

“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a

a toda a criatura!” (Mc 16,15). por Sandra Avelino


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A

credito na catequese como um serviço missionário. Catequistas, de um modo geral, não se acomodam na pastoral da sagrada rotina. Os catequistas tendem a ir onde existem catequizandos sedentos de conhecimento. Catequistas vão à busca de conhecimento e aprofundamento para poder preencher melhor seus pupilos. O Evangelho nos mostra que Jesus ensinava por parábolas. Ele nos mostra que para evangelizar é preciso falar a linguagem daquele que vai ouvir. Transpondo isso para a catequese, podemos dizer que o catequista utiliza-se de dinâmicas para fazer-se ser compreendido por seus catequizandos. O medo da associação da catequese com a escola faz com que, precipitadamente, alguns catequistas tentem “animar” demasiadamente a catequese. Outros pretendem “animar” a turma, outros procuram maneiras lúdicas para explicar. Proponho-me a fazer entender que dinâmica dentro da catequese não pode e não deve ser associada a joguinhos e brincadeiras para “passar o tempo”. Quando acontecerem (não é preciso ter dinâmicas em todos os encontros), devem ser bem planejadas e fundamentadas na Bíblia. Ou seja, devem ter fundamento e finalidade bem explícitos.

Dinâmica dentro da catequese não pode e não deve ser associada a joguinhos e brincadeiras para “passar o tempo”. Começarei pela dinâmica de quebra-gelo. Esse tipo de dinâmica ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro. Pode ser um momento informal em que os catequizandos se movimentam e se descontraem. Resgata e trabalha as experiências de criança. E é recurso que quebra a seriedade do grupo e aproxima as pessoas. Um bom exemplo é uma dinâmica adaptada de quebra-gelo, que eu chamo de Que santo sou eu? Objetivo: facilitar o entrosamento e a descontração do grupo em seu primeiro contato. Ajuda no reconhecimento e estudo dos santos da nossa Igreja (como nos pede a Porta Fidei). Fundamentação Bíblica: Mt 5,48

É possível classificar as dinâmicas em seis grandes grupos: técnica quebra-gelo, técnica de apresentação, técnica litúrgica, técnica de interação, técnica de capacitação e técnica de relaxamento e animação. Cada qual tem o seu momento oportuno para ser utilizado.


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DINÂMICAS

Materiais:

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Um pedaço de papel com o nome de santo para cada participante. Pode ser também o desenho da imagem.

Tempo de aplicação:

30 minutos

Fita crepe para prender os papéis às costas de cada participante.

Procedimento: o catequista pede inicialmente que os catequizandos fiquem em duplas, de preferência com pessoas que eles não conhecem ainda, e explica que será fixado nas costas de cada catequizando um papel contendo o nome de um santo e que não se devem pronunciar esse nome, pois o colega que o tem preso às costas não pode sabê-lo. Tendo terminado de fixar os papéis, o catequista explica as regras da dinâmica: cada catequizando tem por objetivo descobrir “que santo ele é”. Para isso, o catequizando poderá fazer apenas três perguntas quaisquer ao seu par a respeito de seu santo. O seu par só poderá responder com as palavras “sim” ou “não”. Em seguida, invertem-se as funções e o outro par é quem faz três perguntas, que também só poderão ser respondidas com “sim” ou “não. Se, com base nas respostas do outro colega, um dos dois descobrir “que santo ele é”, deverá

Número máximo de pessoas: 30 Número mínimo de pessoas: 10

ir ao catequista e dizer que santo ele representa naquele momento. Caso não descubra, a dupla se desfaz e cada um vai procurar outro par para reiniciar a sessão de três perguntas cada um. E assim sucessivamente. A dinâmica termina quando boa parte do grupo conseguiu descobrir “quem é”, quando a dinâmica excede o prazo estabelecido ou quando o entusiasmo do grupo pela dinâmica começar a diminuir. Ao fim da dinâmica, o catequista deve ler a seguinte passagem, “Sedes santos, assim como vosso Pai celeste é Santo” (Mt 5,48), e reafirmar que esse deve ser o compromisso de todo cristão, a busca incessante pela santidade. Como proposta de vida* pode sugerir que os catequizandos pesquisem sobre o santo cujo nome estava pregado em suas costas. s


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65DINÂMICAS

catequista

OBSERVAÇÕES

2. S

e a turma for ainda muito tímida, o catequista pode oferecer um prêmio para quem acertar primeiro.

1. E

ssa dinâmica pode ser utilizada em qualquer etapa da catequese, mas requer adaptações. Por exemplo: nas turmas menores, podem-se utilizar os profetas, as variações de nomenclaturas de Nossa Senhora, os anjos e os arcanjos. Já nas turmas de jovens e adolescentes, pode-se (e deve-se) utilizar os intercessores e patronos da JMJ 2013, etc. Utilizando as particularidades de cada paróquia é bom utilizar sempre os santos patronos da paróquia/comunidade.

3. É

bom ter sempre um fundo musical suave durante o tempo em que a dinâmica acontecer. Concluo reafirmando que dinâmicas na catequese não podem ser um mero artifício, mas podem acontecer desde que com uma finalidade e com motivação do catequista; assim, elas trarão muitos benefícios. É preciso fazer ecoar a Palavra de Deus em todo lugar. Até mais,

*Em minha paróquia, a proposta de vida funciona quase como uma tarefa de casa, mas sempre com finalidade prática e humana.

Sandra Avelino

Sandra Avelino é catequista da Arquidiocese de Feira de Santana e estudante de filosofia.


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FILMES

E S E U Q E T A C


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CATEQUESE como ensinar e por que estar nela? por Pe. Air


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FILMES

N

ão podemos tratar a catequese como um mundo mágico, é um espaço de trabalho árduo e constante. Temos a mania de dizer que ela não é espaço escolar, onde um ensina e o outro aprende. Enfeitamos ainda mais o pavão quando dizemos que ali o que deve dominar é o encontro de pessoas interessadas em aprender umas com as outras, catequistas e catequizandos. Não é bem por aí. Tenhamos cuidado. De fato, catequese não é escola e catequistas não são tias ou tios, mesmo quando há parentesco entre os dois. Mas não são os dois que ensinam. Quem ensina, apresenta o conteúdo e deve dominá-lo é o catequista. Quem aprende é o catequizando e uma inversão de papéis pode tornar o aprendizado deste um desastre. Não se deixem levar por essa história de que todos ensinam e aprendem. O que acontece são partilhas pontuais, trocas de experiências e o catequista pode e deve sair renovado de um encontro após ter ouvido histórias e conhecido um pouco mais o catequizando. Fora isso, cada um deve exercer com propriedade o seu papel.

O catequista deve ser dócil, sensível à realidade da criança Dito isso é bom lembrar que a catequese tem o seu lugar de honra no coração da Igreja. Ela é o espaço de inserção da pessoa na vida de Deus e da Igreja. Ouso dizer que comunidade sem catequese é comunidade que não cresce e não estimula os fiéis a uma vida de comunhão e de participação na Igreja. A catequese deve ser o lugar convergente da comunidade. Por ela, o catequizando tem esse contato primordial com a sua fé que será a primeira. A responsabilidade aqui não se relaciona com a ordem da sala, o horário em que o catequizando chega ou a disciplina durante o encontro. Ela está vinculada ao


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compromisso de anunciar Jesus Cristo e ser o porta-voz da Igreja para que a criança veja no catequista o pilar de que ela necessita para ter uma referência de vivência de fé. Se você acha que a criança deve ser apenas a sua amiguinha em uma sala de encontro, talvez a catequese não seja o seu lugar de apostolado. O catequista deve ser dócil, sensível à realidade da criança, mas deve saber o que ensina e fazêlo com autoridade. Há muitas metodologias de ensino e de trabalho no labor da catequese. Hoje são inúmeros os artigos, vídeos, livros e materiais didáticos de toda espécie e qualidade para que esse encontro entre catequista e catequizando seja o menos traumático possível. Cabe, claro, a cada paróquia determinar o que mais lhe convém. Mas, além dos materiais disponíveis, é necessária uma boa dose de entusiasmo por parte dos catequistas de participarem das formações e dos encontros necessários para reciclagem e atualizações sobre todos os temas pertinentes à catequese.

Os filmes são uma possibilidade. Não devem, obviamente, substituir o material que a comunidade tenha decidido usar. São ótimas opções para estabelecer uma linguagem direta com a criança e na própria formação do catequista. A partir de agora vamos abordar e sugerir alguns filmes para a formação do catequista e também para serem usados nos encontros com os catequizandos. No próximo mês, nesta coluna vamos tratar de um filme interessante sobre como a fé, ou a falta dela, pode afetar a vida do casal e, por conseguinte, a vida do filho. Como buscar nesse conteúdo uma reflexão sobre o amor, sobre a fé e como valorizamos as coisas e pessoas que estão ao nosso redor. E, ainda, como usar o vídeo no momento de encontro com o catequista ou com o catequizando. E por que estar na catequese? Bom, porque nela temos a capacidade de transformar o mundo. E isso deve nos bastar. Forte abraço, s

Pe. Air José de Mendonça Atualmente trabalha como pároco e reitor do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração, em Vila Formosa, São Paulo-SP. Em 2001 foi enviado a Roma, onde desenvolveu trabalhos na área da comunicação para a Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, a qual pertence. Desde 2006 trabalha na Rede Século 21, situada em Valinhos, no interior de São Paulo, onde apresenta o programa “Você pode ser feliz”, todas as quartas-feiras, das 9h15 às 11h.


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CATEQUISTAS NA REDE

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catequista

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atecismo, que em latim é catechismus, originado do termo grego κατηχισμός, significa “instruir a viva voz”, é um ensino religioso, ou seja, o ensino oral da religião cristã, dos seus mistérios, princípios e código moral. A catequese e as celebrações formam uma unidade no processo de iniciação à vida cristã. Instruir pessoas que têm sede de Deus e de Seus ensinamentos faz com que a pessoa não pense só no que está ensinando, mas reviva tudo o que Jesus nos ensinou, tendo sabedoria, compaixão e humildade. “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”, disse Jesus, e foi por meio desses ensinamentos que fui educada, cresci querendo ser útil a Deus e às pessoas. Ouvi o Seu chamado e me tornei catequista. Na juventude busquei, aprendi, evangelizei, recebi a graça de formar uma família, mas nunca me afastei da palavra de Deus. O caminho é árduo e necessita de muitos operários, por isso senti novamente o chamado do Pai, voltei para a catequese mais experiente na Palavra e busco transmitir os ensinamentos da doutrina católica, mostrando a cada catequizando o caminho para seguir Jesus. Os tempos mudam, a globalização envolve a todos e o que fazer para evangelizar? Pensando nisso, no avanço da tecnologia e no interesse dos jovens, criei meu blog, oblgdanena.blogspot.com.br. No começo pensei apenas em um canal de informação e

Utilizar o blog para evangelizar por meio da internet, fazer novas amizades e trocar ideias é minha meta principal

troca de experiências, mas hoje vejo que posso levar a outros minhas ideias e minha prática em auxiliar crianças e adolescentes, indo mais adiante e avançando para águas mais profundas. Utilizar o blog para evangelizar por meio da internet, fazer novas amizades e trocar ideias é minha meta principal, mas meu real objetivo é ser um pouco de Sal e Luz para crianças e jovens que necessitam da Palavra. Com humildade, procuro servir de exemplo para outras pessoas, que, assim como eu, sentiram o chamado de Deus. No meu blog, procuro ajudá-las nessa linda missão. Tudo isso faz com que o meu trabalho enquanto “instrutora de Jesus” seja gratificante e prazeroso. s

Rosilana Negoseki Foggiatto

“Nena”, é catequista de Primeira Eucaristia na Paróquia São Pedro da Diocese de São José dos Pinhais-PR.


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PEDAGOGIA CATEQUÉTICA ESPECIAL PAPA FRANCISCO NO BRASIL

CONFIRA 7 FRASES MARCANTES DITAS PELO PAPA DURANTE A JMJ

Durante a semana em que esteve no Brasil na Jornada Mundial da Juventude, entre homilias e discursos, o Papa Francisco envolveu o mundo com profundas frases.


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sou CATEQUÉTICA PEDAGOGIA catequista

“QUERIDOS JOVENS, SE QUEREMOS QUE ELA (A VIDA) TENHA REALMENTE SENTIDO E PLENITUDE, COMO VOCÊS MESMOS DESEJAM E MERECEM, DIGO A CADA UM E A CADA UMA DE VOCÊS: BOTE FÉ E A VIDA TERÁ UM SABOR NOVO” PAPA FRANCISCO - FESTA DA ACOLHIDA


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PEDAGOGIA CATEQUÉTICA ESPECIAL PAPA FRANCISCO NO BRASIL

“NÃO É A LIBERAÇÃO DAS DROGAS QUE IRÁ REDUZIR A DEPENDÊNCIA QUÍMICA” PAPA FRANCISCO - VISITA AO HOSPITAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS, QUE TRATA DEPENDENTES QUÍMICOS


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sou CATEQUÉTICA PEDAGOGIA catequista

“COMO É BOM SER ACOLHIDO, COM AMOR, GENEROSIDADE E ALEGRIA” PAPA FRANCISCO - DISCURSO NA FAVELA DE VARGINHA, NO COMPLEXO DE MANGUINHOS (ZONA NORTE DO RIO)


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PEDAGOGIA CATEQUÉTICA ESPECIAL PAPA FRANCISCO NO BRASIL

“A VERDADEIRA RIQUEZA NÃO ESTÁ NAS COISAS, MAS NO CORAÇÃO” PAPA FRANCISCO - DISCURSO NA FAVELA DE VARGINHA, NO COMPLEXO DE MANGUINHOS (ZONA NORTE DO RIO)


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sou CATEQUÉTICA PEDAGOGIA catequista

“NÃO PERMITAM QUE OUTROS SEJAM PROTAGONISTAS DA MUDANÇA. VOCÊS TÊM NA MÃO O FUTURO. ELE VAI CHEGAR PELAS MÃOS DE VOCÊS. CONTINUEM SUPERANDO A APATIA, DANDO UMA RESPOSTA CRISTÃ À INQUIETAÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS. SE ENVOLVAM NUM TRABALHO PARA UM MUNDO MELHOR. SE METAM, SAIAM PARA A VIDA, SAIAM ÀS RUAS. JESUS NÃO FICOU PRESO EM UM CASULO, DISSE FRANCISCO INCENTIVANDO OS JOVENS”.

PAPA FRANCISCO - MISSA COM CATÓLICOS ARGENTINOS NA CATEDRAL METROPOLITANA


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PEDAGOGIA CATEQUÉTICA ESPECIAL PAPA FRANCISCO NO BRASIL

“NINGUÉM PODE PERMANECER INSENSÍVEL ÀS DESIGUALDADES QUE AINDA EXISTEM NO MUNDO. QUE CADA UM, NA MEDIDA DAS PRÓPRIAS POSSIBILIDADES E RESPONSABILIDADES, SAIBA DAR A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA ACABAR COM TANTAS INJUSTIÇAS” PAPA FRANCISCO - DISCURSO NA FAVELA DE VARGINHA, NO COMPLEXO DE MANGUINHOS (ZONA NORTE DO RIO)


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sou CATEQUÉTICA PEDAGOGIA catequista

“AO DEIXAR O BRASIL, ESSE PAPA DIZ ATÉ BREVE. COM SAUDADES. POR FAVOR, NÃO SE ESQUEÇAM DE REZAR POR ELE” PAPA FRANCISCO - DISCURSO NA FAVELA DE VARGINHA, NO COMPLEXO DE MANGUINHOS (ZONA NORTE DO RIO)


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CURIOSIDADES

Pe. Alberione também foi catequista!

Padre Tiago Alberione, fundador das Irmãs Paulinas, tinha grande amor pela catequese

P

or seis anos, quando era seminarista, foi catequista na catedral e na paróquia dos Santos Cosme e Damião, na Itália. Estudou métodos de organização da catequese, a fim de colaborar na formação espiritual, intelectual e pedagógica dos catequistas. Participou de congressos catequéticos. Quando foi convidado pelo bispo a participar da comissão catequética diocesana, fez do Catecismo estudo e missão particular. Pe. Alberione compreendia a obra catequética como a primeira e fundamental: “Ide e pregai, ensinai”. s Fonte: Blog das Irmãs Paulinas


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CURIOSIDADES

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Fonte: is gabrasil.b logspot. com.br


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REFLEXÕES

Vocação:

resposta de

N

em bem absorvemos as ricas e variadas mensagens da Jornada Mundial da Juventude e já nos encontramos a celebrar, como todos os anos, o mês das vocações no Brasil. De fato, a própria JMJ já teve também um forte apelo vocacional. Muitos jovens participantes, certamente, sentiram, de maneira forte, a voz interior para viver bem a vida, não importando em qual estado de vida. A primeira vocação é o chamado de Deus à vida e a vivê-la na correspondência com o desígnio de Deus. A isso, o papa Francisco exortou os jovens de muitas maneiras, quando os encorajou a não perderem a esperança, a não se conformarem com o consumismo e o hedonismo, a terem a coragem de ir contra a corrente, a serem solidários... Viver, humanamente, de forma plena e frutuosa, também é parte da vocação à fé e à vida cristã. O papa Francisco exortou os jovens a serem protagonistas de um mundo novo. Agosto, mês das vocações, no Ano da Fé: que há de novo nisso? As vocações, na Igreja de Cristo, não são compreensíveis a não ser à luz da fé. O que dá sentido à vida do Padre e à sua dedicação “às coisas de Deus?” Por qual motivo alguém parte para as missões no meio de povos que não conhece e a eles dedica sua existência inteira? O que explica alguém consagrar sua vida inteiramente a Deus, já neste mundo, vivendo desapegado de coisas boas que a vida oferece? Como explicar que jovens continuem a casar e casais vivam, mesmo com dificuldades, um casamento fiel, santo e sintonizado com a vontade de Deus? A resposta é só uma: a fé, como resposta a Deus, fruto de uma profunda experiência de Deus. A fé verdadeira faz perceber a vida a partir de um horizonte novo, que não despreza o horizonte das realidades humanas e das deste mundo; a fé é uma luz sobrenatural que se irradia sobre toda a realidade e a faz conhecer a partir do olhar de Deus. Não é por acaso que o título da encíclica do papa Francisco sobre a fé é: Lumen Fidei – A Luz da Fé. A fé, dom de Deus, dom sobrenatural, dá uma capacidade que vai além da nossa natureza. Na Carta aos Hebreus lemos que “a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera; é a convicção a respeito de realidades que não se veem” (Hb 11, 1).


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Sem fé, não há vocação sacerdotal ou religiosa, nem vocação ao matrimônio ou verdadeira vocação laical. “Sem a fé, é impossível agradar a Deus, pois é preciso crer que Ele existe e recompensa os que dele se aproximam”, diz ainda a Carta aos Hebreus (11, 6). A vocação, no sentido cristão e eclesial, nasce e se desenvolve no diálogo da fé, na consciência das pessoas, no ambiente de oração, de escuta da Palavra de Deus e de prática da vida cristã. Sobre isso, falou de maneira magistral o beato João Paulo II na Exortação Apostólica pós-sinodal Pastores dabo vobis – Dar-vos-ei Pastores... Muitas vezes se pergunta: Por que as vocações diminuem? Por que não despertam novas vocações sacerdotais e religiosas? As respostas podem ser várias, mas a principal é esta: por causa da generalizada crise religiosa e da crise de fé. A abundância de religiosidades ainda não significa abundância de fé cristã. Sem um clima de fé nos vários ambientes que formam e marcam as pessoas, dificilmente surgem vocações; a fé, experimentada e vivida pessoal e eclesialmente, torna possível o surgimento das vocações. A vida na fé, consciente, serena e alegre, faz perceber e valorizar o chamado de Deus; ao mesmo tempo, torna possível cultivar e manter uma ordem de valores e escolhas na vida, para perseverar na resposta ao chamado de Deus. A conclusão necessária, pois, parece-me ser esta: ajudar os jovens a terem uma boa iniciação à vida cristã, como “vida na fé”, nos vários ambientes em que eles vivem. Mas, sobretudo, nos espaços da família e da comunidade eclesial. Isso ainda é possível? A JMJ foi uma amostra dessa possibilidade. s

Por Cardeal Odilo Pedro Scherer

Pela fidelidade dos chamados

Ó Senhor, olhe os sacerdotes, os religiosos, as religiosas, as pessoas consagradas, os missionários que anunciam o teu Evangelho: aumente neles o amor filial pela Igreja, nossa Mãe; transmita a eles os teus sentimentos de decisão, de empenho, de lealdade, para com a Igreja no serviço aos irmãos, que eles apreciem sempre mais a libertação dos penosos trabalhos terrenos para gozar a liberdade interior e viver ao serviço dos outros. Amém. Fonte: Manual de oração das Servas de Santa Teresa do Menino Jesus


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O CATECISMO RESPONDE

Sobre a

Vocação Humana § 2º – O desejo de Deus Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o desejo de O ver. Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre Nele aquela plenitude de verdade e de felicidade que ele procura sem descanso. Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao homem a sua dignidade fundamental.

Vocação para o apostolado cristão § 863 – Toda a Igreja é apostólica na medida em que, por meio dos sucessores de São Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com sua origem. Toda a Igreja é apostólica na medida em que é “enviada” ao mundo inteiro; todos os membros da Igreja, ainda que de formas diversas, participam deste envio. “A vocação cristã é também por natureza vocação ao apostolado.” Denomina-se “apostolado” “toda a atividade do Corpo Místico” que tende a “estender o reino de Cristo a toda a terra”.

Vocação para o amor § 1604 – Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é Amor. Tendo-os Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do Criador, que “é amor” (1Jo 4,8.16). E esse amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: “Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a’” (Gn 1,28).


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§ 1716 – Nossa vocação à bem-aventurança As bem-aventuranças estão no cerne da pregação de Jesus. Seu anúncio retoma as promessas feitas ao povo eleito desde Abraão. Jesus as completa, ordenando-as não mais simples bem-estar gozoso na terra, mas ao Reino dos Céus:

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus (Mt 5,3-12a).


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DICAS DE LEITURA

A Pedagogia da Iniciação Cristã Este livro aborda a iniciação cristã dos adultos como um itinerário de fé que conduz o adulto ao seguimento comprometido de Jesus Cristo. Faz-se num primeiro momento um breve resgate histórico de como se deu a iniciação cristã desde os primórdios da Igreja até o Concílio Ecumênico Vaticano II. O centro do trabalho é a proposta oferecida pela Igreja através do Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos de restaurar o catecumenato adaptado às realidades atuais. O catecumenato constitui um processo de formação envolvente que integra a liturgia com a vida. Autor: Renato Quezini Editora: Paulinas Páginas: 96

Acesse o site

Catequese Infantil Esta obra visa à preparação final e objetiva para a Primeira Eucaristia. Seu conteúdo abrange os principais temas bíblicos, mandamentos e sacramentos. É um verdadeiro resumo da fé cristã. A autora apresenta as verdades da fé de maneira simples, mas profunda, procurando atender a catequistas e catequizandos. Acesse o site

Autora: Alaice Mariotto Katter Editora: Ave Maria Páginas: 96

Manual do Catequese Uma obra inédita no Brasil, que apresenta todo o processo que será transmitido para o catequizando em cada fase, da Eucaristia até a Crisma. Ajuda a evitar a repetição de temas e uma catequese de improviso. Todo o tema é fundamentado na Escritura e no Catecismo para que seja transmitido com seguranção. A obra atende às exigências do desenvolvimento da criança e do adolescente, bem como à necessidade de iniciar os adultos na vida cristã. Autor: Pe. Flávio Jorge Miguel Junior Editora: Edições Loyola Páginas: 168

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Os 20 Anos do Catecismo da Igreja Católica e o Ano da Fé A obra torna acessível o conteúdo das conferências apresentadas no Congresso Teológico “Os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica e o Ano da Fé” (Curitiba, 7 a 9 de setembro de 2012). Quer contribuir para reforçar ou redespertar o interesse pelo Catecismo e por sua utilização fiel e criativa na formação dos agentes de pastoral, dos cristãos que desejam aprofundar o conhecimento de sua fé e na pregação eclesial. Acesse o site

Autor: Antônio Luiz Catelan Ferreira (org.) Editora: Edições CNBB Páginas: 632


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Quantos Passos

damos com o Mestre? O conteúdo desta obra foi propositalmente elaborado para ser usado como apoio aos grupos formados por jovens ou adultos que acabaram de participar pela primeira vez da Eucaristia. Tem como objetivo levar à reflexão e apoiar os grupos, oferecendolhes orientações para que seja adotada certa disciplina de modo que reflitam e direcionem suas vidas em anúncio, ação apostólica e testemunho, respondendo a si mesmo: “Quantos passos dei com o Mestre?”. Indicado para grupos de reflexão, de oração, agentes pastorais, catequistas, sacerdotes, seminaristas, religiosos e religiosas, leigos, enfim, a todos aqueles que têm em comum o Evangelho. Autores: Pe. Paulo Cesar Gil e Clemente Raphael Mahl Editora: Palavra e Prece Páginas: 176

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