S. TOMÉ E PRÍNCIPE
Ilhas com tanto a descobrir São Tomé e Príncipe é um paraíso tropical com uma biodiversidade ainda bastante intocada. Populadas por espécies únicas, estas ilhas reservam muitas surpresas.
Pescador ao largo da ilha do Príncipe HBD Príncipe
E
m São Tomé e Príncipe existem 28 espécies de aves endémicas (espécies que não existem em mais nenhum lugar do mundo). Apesar de ser o segundo país mais pequeno de África (depois das ilhas Seychelles), está em quarto lugar no número de aves endémicas, no continente. Além da elevada biodiversidade, as ilhas têm outras atrações: desde as paisagens de verde luxuriante às praias de extenso areal branco, das roças à saborosa gastronomia, sem esquecer o cacau e o café, os picos vulcânicos, e finalmente, as pessoas. Uma combinação aliciante!
Da savana à floresta A ilha de São Tomé, com cerca de 850 km2, é um paraíso tropical coberto de florestas húmidas, savanas e 10 | pardela n.º 60
mangais. No Nordeste da ilha, numa área desde o aeroporto até à Lagoa Azul deparamo-nos com um ambiente mais humanizado e de savana, algumas zonas pantanosas e resquícios de mangais. Aqui, onde os tons áridos dominam, é possível encontrar as aves de zonas mais secas e habitats semi abertos, como francolim-de-gola-vermelha (Francolinus afer), codorniz-arlequim (Coturnix delegorguei), pintada (ou galinha-do-mato, Numida meleagris), inseparável-de-cabeça-vermelha (conhecido localmente como periquito, Agapornis pullarius), viúva-d’asa-branca (Euplectes albonotatus), bispo-de-dorso-amarelo (ou padé-campo-amarelo, Euplectes aureus), viuvinha (Vidua macroura) e canário-de-moçambique (ou canário-de-testa-amarela, Serinus mozambicus). É ainda um excelente local para se observar uma subespécie endé-
mica do tecelão-de-mascarilha, localmente denominada de canário (Ploceus velatus). Já pelo Sul, a paisagem explode nas mil tonalidades de verde e nos sons da floresta tropical. A partir de Monte Carmo é possível embrenhar-se pela floresta de baixa altitude, e em pleno Parque Natural de Obô, observar as espécies endémicas, e também as mais ameaçadas como a íbis-de-são-tomé (Bostrychia bocagei, conhecida localmente como galinhola), o anjolô (Serinus concolor) e o picanço-de-são-tomé (Lanius newtonii). Para visitar o Parque Natural, é necessário ir acompanhado por guias locais que são os grandes conhecedores da floresta. Eles permitir-lhe-ão não só caminhar em segurança como encontrar as aves mais espetaculares: pombo-