VERÃO
Nestas férias, encontre Natureza onde quer que vá A pandemia de COVID-19 trocou as voltas a muitos planos de viagem, mas não é preciso marcar safaris ou ir até locais remotos para que a Natureza faça parte das suas férias. Na verdade, até um passeio na cidade pode proporcionar encontros com a vida selvagem: basta saber procurar.
Na cidade Os jardins das cidades são o local por excelência para um contacto com a Natureza, mas não são os únicos. Onde quer que haja árvores, pode haver chapim-azul (Cyanistes caeruleus) a fazer-se anunciar com o seu canto característico. Outro som habitual nas cidades é o canto da milheirinha (ou chamariz, Serinus serinus), cujo macho se identifica bem pelo seu tom amarelo. Também as toutinegras (Sylvia sp.) e o chapim-real (Parus major) são bastante comuns, e junto a muros de pedra, pré-
dios ou casas poderá avistar a mancha alaranjada da cauda do rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros). Nesta altura do ano, ao amanhecer e ao fim de tarde ouvem-se os gritos estridentes dos andorinhões-pretos (Apus apus) a entrar e sair dos ninhos sob as telhas. Em muitas cidades, pode ver “condomínios” de andorinha-dos-beirais (Delichon urbicum) no topo dos prédios. Olhar para cima numa cidade pode revelar habitantes mais inesperados. Prédios altos com cavidades são bons
locais para as aves de rapina repousarem ou até fazerem o ninho. Em Lisboa, por exemplo, na Torre do Tombo e no edifício da Caixa Geral de Depósitos, é frequente verem-se peneireiros-comuns (Falco tinnunculus). Estas pequenas aves de rapina de corpo cor de ferrugem e cabeça cinzento-azulada são também uma presença comum em Beja e Évora, por exemplo. Em Évora, se passear no centro histórico, dentro das muralhas, poderá também encontrar gralhas-de-nuca-cinzenta (Corvus monedula). Este corvídeo vê-se também na Guarda, na zona da Sé. n.º 60 pardela | 17