Revista FICA - 4ª Edição

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Sem fronteiras No boundaries Sin fronteras FICA É ACOMPANHADO 58 PAÍSES

POR PÚBLICO DE

FICA is followed by public from 58 countries FICA es acompañado por público de 58 países

Produção chinesa vence o festival Chinese production wins the festival Producción china vence el festival

Uma homenagem a Antônio Poteiro A tribute to Antônio Poteiro Un homenaje a Antônio Poteiro

4 Ano 1 Julho de 2010 Year 1 July 2010 Año 1 Julio 2010

REVISTA DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA E VÍDEO AMBIENTAL




Editorial Editorial Editorial

Agradar um público tão exigente quanto o que frequenta os festivais de cinema é tarefa difícil. Quando se trata de um evento de caráter internacional, a missão torna-se ainda mais árdua. Mas a 12ª edição do FICA provou que nesse quesito o festival cumpriu sua função com êxito. É o que revela o resultado de uma pesquisa realizada com participantes do evento e visitantes da Cidade de Goiás, divulgada com exclusividade pela REVISTA DO FICA. Um índice de satisfação de 85% é mais que o mero registro de uma visão positiva da iniciativa: é a prova inequívoca do sucesso e da consolidação de um festival que se propõe a ser plural e democrático. Os filmes premiados pelo evento são um retrato da diversidade, da ousadia e da criatividade dos diretores e produtores. As obras despertaram polêmica mas, sobretudo, a curiosidade e o interesse do público. Na seção Panorama despedimo-nos do grande artista plástico goiano Antônio Poteiro. Sua obra repleta de intensidade e de sentimento nos mostra que é possível derramar sobre os homens, suas culturas e o meio ambiente um olhar amoroso e terno, pleno de vida e alegria. Boa leitura!


| To please an audience as demanding as that attending film festivals is a difficult task. When it comes to an event of international character, the task becomes even harder. But FICA 12th edition has entirely proved the event successfully overcame this. This is what shows the result of a survey performed with festival participants and visitors of the city of Goiás, released exclusively by FICA Magazine. A satisfaction rate of 85% is more than the a mere record of a positive vision of the event: it is clear evidence of the success and consolidation of a festival that aims to be plural.

The films awarded at FICA portray the diversity, boldness and creativity of directors and producers. The works aroused controversy but, above all, the curiosity and the interest of the public. In the Panorama section we say goodbye to the great artist Antônio Poteiro. His work, filled with intensity and feeling, shows us it is possible to pour on men, their cultures and the environment a loving and tender look, full of life and joy. Happy reading!

|| Agradar un público tan exigente como el que frecuenta los festivales de cine es tarea difícil. Cuando se trata de un evento de carácter internacional, la misión se vuelve todavía más ardua. Pero la 12ª edición del FICA probó que en ese rubro el evento cumplió su función con éxito. Es lo que revela el resultado de una pesquisa realizada con participantes del festival y visitantes a la ciudad de Goiás, divulgada con exclusividad por la REVISTA DEL FICA. Un índice de satisfacción de 85% es más que el mero registro de una visión positiva del evento: es la prueba inequívoca del éxito y de la consolidación de un festival que se propone ser plural y democrático.

Las películas premiadas por el evento son un retrato de la diversidad, de la osadía y de la creatividad de los directores y productores. Las obras despertaron polémica pero, sobretodo, la curiosidad y el interés do público. En la sección Panorama nos despedimos del gran artista plástico Antônio Poteiro. Su obra repleta de intensidad y de sentimiento nos muestra que es posible derramar sobre los hombres, sus culturas y el medio ambiente una mirada amorosa y tierna, plena de vida y alegría. ¡Buena lectura!


Revista do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental Publicação Institucional Nº 4 / Julho de 2010 ISSN 2177-4668 Governo do Estado de Goiás Governador: Alcides Rodrigues Filho Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel) Palácio Pedro Ludovico Teixeira, Rua 82, 400, 1º andar, Setor Sul Goiânia – Goiás 74015-908 Fone: 55 62 3201-5100 www.agepel.go.gov.br Presidenta: Linda Monteiro Chefia de Gabinete: Nériton Ribeiro Diretora de Ação Cultural: Tânia da Cunha Bastos


Sumário Summary Resumen

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XII FICA Realidade nua e crua | Harsh reality || Realidad desnuda y cruda

Ponto de Vista | Point of View || Punto de Vista Entrevista com Bart Simpson | Interview with Bart Simpson || Entrevista con Bart Simpson

Capa | Cover || Portada De Goiás para o mundo | From Goiás to the world || De Goiás para el mundo

Artigo | Article || Artículo Pedro Novaes

Panorama | Scene || Panorama O palco de Antônio Poteiro | The stage of Antônio Poteiro || El palco de Antônio Poteiro

Editor-chefe: Wolney Unes Editora-executiva: Fabrícia Hamu Reportagem: Adalberto Araújo, Bruno Hermano, Carol Magalhães e Fabrícia Hamu Projeto gráfico: Genilda Alexandria Diagramação: Luciana Fernandes Infografia: Alessandro Carrijo Fotografias: Flávio Isaac, Mauro Júnio, Rui Faquini e Silvio Quirino Tradução: Ana Castel-Branco e Ricardo Pérez Banega Revisão: Camila Pessoa Impressão: Marques & Bueno Ltda. (Gráfica Talento) Tiragem: 4 mil Distribuição: gratuita

64 68 71 72 77

Mosaico | Mosaic || Mosaico Arte que vem do lixo | Art from the trash || Arte que viene de la basura

Circuito | Circuit || Circuito Festivais de filmes ambientais Agosto 2010 | Environmental Film festivals August 2010 || Festivales de cine ambiental Agosto 2010

FICA na rede | FICA on the net || FICA en la rede Opinião on line | Opinion on line || Opinión en la rede

Script História de Sucesso | A hystory of success || Historia de un éxito

Traço | Trace || Rastro Sandro Tôrres

www.fica.art.br revistadofica@fica.art.br

Casa Brasil Presidente: Wagner Baptista da Costa Júnior Diretor comercial: Germano Roriz Diretor administrativo: Gustavo de Morais Roriz Rua 29, nº 186, Setor Central, Goiânia – Goiás 74.015-050 Fone/Fax: 55 62 3942-0228 www.icbc.org.br


XII FICA

Realidade nua e crua Harsh reality Calidad incuestionable Produção chinesa leva principal prêmio do FICA, expondo de forma clara e direta as precárias condições em que vivem os trabalhadores de reciclagem do lixo eletrônico Texto: Fabrícia Hamu Fotos: Mauro Júnio

Chinese production wins FICA’s top prize, stating clearly and directly the poor living conditions of those who work in the recycling of electronic waste Producción china obtiene principal premio del FICA, exponiendo de forma clara y directa las precarias condiciones en que viven los trabajadores de reciclado del basura electrónica 8 FICA


Vencedores de todas as categorias do festival exibem os trofĂŠus conquistados Winners of all categories of the festival display the trophies won Vencedores de todas las categorĂ­as del festival exhiben los trofeos conquistados

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Com seu corpo magro e franzino, Zhang usa um pequeno martelo para abrir uma peça de computador. Ele está cercado por monitores, CPUs e outros equipamentos eletrônicos que não servem mais para ninguém. A tosse seca e constante mostra que o pó exalado pela peça aberta é altamente tóxico. Trabalho encerrado, ele dirige-se para casa. Zhang vive em um barraco feito de lona, erguido em chão de terra batida, e dorme num papelão estirado ao solo. Não está só. Um amigo divide o cubículo apertado e insalubre com ele. Ambos precisam trabalhar ao menos 14 horas por dia, pois estão com dívidas no banco e única maneira de pagá-las é ajudando a desmontar os milhares de computadores lançados em depósitos da província chinesa de Fengjiang. O drama de Zhang é o mesmo vivido por outros cerca de 50 mil trabalhadores chineses. Há mais de 20 anos, resíduos eletrônicos do Japão, Estados Unidos, Austrália e outros países foram transportados para Fengjiang. A necessidade de desmonte dos aparelhos fez com que os trabalhadores migrantes das partes atingidas pela pobreza do centro-oeste da China partissem rumo à pequena cidade e formassem um verdadeiro exército de desmantelamento de lixo eletrônico. Eles decompõem e reciclam, com métodos primitivos, cerca de 2 milhões de toneladas desse tipo de resíduo por ano. A produção chinesa Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin, conta a história dessas famílias de trabalhadores. Durante 50 minutos, o espectador pode acompanhar a rotina de pessoas como Zhang e a viúva Qiu-xia. A miséria em 10 FICA

que vivem esses trabalhadores, o regime de exploração de trabalho ao qual são submetidos e a pergunta sobre o que fazer com tantas toneladas de lixo eletrônico permeiam a mente de quem assiste ao documentário. A câmera segue os personagens dentro e fora do trabalho: trabalham duro para realizar seus sonhos e vivem acompanhados da doença, até a morte. Entre gemidos, suspiros e desabafos, o cenário mostra a higiene extremamente precária. A água que usam para beber e tomar banho é pura lama e restos de comida são disputados por uma multidão faminta.


With his slim and thin body, Zhang uses a small hammer to open a part of a computer. He is surrounded by monitors, CPUs and other electronic equipment that no longer serves anyone. His constant dry cough shows that the dust released from the open part is highly toxic. Work over, he heads home. Zhang lives in a shack made of canvas, erected on a dirt floor, and sleeps in a cardboard on the ground. He is not alone. A friend shares the unhealthy and cramped cubicle with him. Both need to work at least 14 hours a day, because they have debts at the bank and the only way to pay them off is by helping to dismantle thousands of computers dropped in deposits in the Chinese province of Fengjiang. Zhang’s drama is the same as that experienced by other 50,000 chinese workers. For over 20 years, electronic waste from Japan, US, Australia and other countries were brought to Fengjiang. The need to disassemble the equipment made migrant workers from areas affected by the poverty of central and western China to depart towards the small town and form an army to dismantle the electronic waste. They decompose and recycle around 2 million tons of such waste per year, using primitive methods. The Chinese film Heavy Metal (Hu Xiao de Jin Shu) by Jin Huaqing tells the story of these working families. During 50 minutes, the audience can follow the routine of people like Zhang and Qiu-xia, a widow. The misery in which these workers live, the system of labor exploitation to which they are subjugated and the question of what to do with so many tons of electronic waste permeates the minds of those watching the documentary. The camera follows the characters inside and outside of work: they work hard to achieve their dreams and live hand in hand with disease, until they die. Among moans, sighs and complaints, the scenario shows extremely poor hygiene conditions. The water they use for drinking and bathing is pure mud and scraps of food are vied by a hungry crowd.

Con su cuerpo delgado y menudo, Zhang usa un pequeño martillo para abrir una pieza de computadora. Está cercado por monitores, CPUs y otros equipamientos electrónicos que no sirven más. La tos seca y constante muestra que el polvo exhalado por la pieza abierta es altamente tóxico. Trabajo terminado, se dirige a casa. Zhang vive en una carpa hecha de lona, levantado en piso de tierra, y duerme en un cartón tirado en el suelo. No está sólo. Un amigo divide el cubículo apretado e insalubre con él. Ambos precisan trabajar al menos 14 horas por día, pues están endeudados en el banco y la única manera de pagar es ayudando a desmontar los miles de computadoras lanzados en depósitos de la provincia china de Fengjiang. El drama de Zhang es el mismo vivido por otros cerca de 50 mil trabajadores chinos. Hace más de 20 años, residuos electrónicos de Japón, Estados Unidos, Australia y otros países fueron transportados a Fengjiang. La necesidad de desmonte de los aparatos hizo que los trabajadores migrantes de las partes alcanzadas por la pobreza del centro oeste de la China partiesen rumbo a la pequeña ciudad y formasen un verdadero ejército de desmantelamiento de basura electrónica. Desarman y reciclan, con métodos primitivos, cerca de 2 millones de toneladas de de ese tipo de residuo por año. La producción china Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin, cuenta la historia de esas familias de trabajadores. Durante 50 minutos, el espectador puede acompañar la rutina de personas como Zhang y la viuda Qiu-xia. La miseria en que viven esos trabajadores, el régimen de explotación de trabajo al cual son sometidos y la pregunta sobre qué hacer con tantas toneladas de basura electrónica permean la mente de quien asiste al documental. La cámara sigue los personajes dentro y fuera del trabajo: trabajan duro para realizar sus sueños y viven acompañados por la enfermedad, hasta la muerte. Entre gemidos, suspiros y desahogos, el escenario muestra la higiene extremamente precaria. El agua que usan para beber y tomar baño es puro barro y restos de comida son disputados por una multitud hambrienta.

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XII FICA

Cinema Direto Direct Cinema Cine Directo Ao final de Heavy metal, é difícil deixar de compartilhar a angústia vivenciada pelos personagens e questionar-se sobre a atitude consumista de adquirir aparelhos eletrônicos a cada novidade oferecida pelo mercado, sem saber o destino do que já parece ter se tornado obsoleto. O filme ganhador do principal prêmio do XII FICA, o Troféu Cora Coralina, mostra a realidade dos trabalhadores chineses de desmanche de lixo eletrônico de forma nua e crua, expondo os conflitos ambientais e sociais. “O Cinema Direto, quando bem feito, provoca um impacto muito grande no público”, avalia o consultor de cinema do festival, Lisandro Nogueira, referindose ao gênero de documentário produzido sem entrevistas ou depoimentos. “O objetivo do Cinema Direto é promover o menor número de interferências durante a obra, para que a câmera consiga reproduzir com a máxima fidelidade possível o que acontece na realidade. Embora essa seja uma premissa muito contestada, pois há quem defenda a necessidade da intervenção do diretor no documentário para buscar a verdade, o fato é que Heavy metal cumpriu o papel ao qual se propôs com êxito”, considera Lisandro. O membro do júri de seleção do FICA, Luís Araújo, concorda. “Como a câmera acompanha os personagens, captando seus movimentos e falas na integralidade, sem a presença de um narrador, o espectador fica livre para tirar suas próprias conclusões a respeito do 12 FICA

tema”, observa. Para Luís e Lisandro, outro ponto positivo da obra chinesa é o enfoque dado à questão da geração de resíduos. “A abordagem que se faz do problema do lixo costuma ser parecida nos filmes e documentários ambientais. Fala-se muito da necessidade da reciclagem, dos lixões das grandes cidades, mas pouco do lixo eletrônico”, diz Lisandro. “Esse enfoque é muito interessante. Aliás, de forma geral essa edição do Fica contou com filmes de alto padrão de qualidade. São obras ousadas, que fogem do óbvio e levam o expectador à reflexão”, pontua Luís. A expectativa de que o público pense de forma mais aprofundada sobre o assunto discutido é justamente o que move a equipe de Heavy metal.

Membros da equipe de produção do filme Heavy metal recebem prêmio principal do FICA Members of the production team of the film Heavy Metal receive the FICA’s top prize Miembros del equipo de producción de la película Heavy metal reciben premio principal del Fica del


After watching Heavy Metal, it is difficult not to share the anguish experienced by the characters and wonder about the consumerist attitude of buying all brand of new electronic gadgets offered by the market, without knowing what to do with those that become obsolete. The film which won the top prize of the 12th FICA, Cora Coralina Trophy, shows the reality of the Chinese workers who dismantle electronic waste in a harsh way, exposing environmental and social conflicts. “The Direct Cinema, when done well, causes a great impact on the public,” says Lisandro Nogueira, the festival’s film consultant, referring to the type of documentary produced without any interviews or depositions. “The goal of Direct Cinema is to promote fewer interferences during work production, so the camera can reproduce with as high as possible fidelity what happens in reality. While this is a hotly contested premise, as some argue the need for intervention by the director in the documentary to seek the truth, the fact is that Heavy Metal has successfully fulfilled its proposition”, believes Lisandro. FICA’s jury Luís Araújo agrees. As the camera follows the characters, capturing their movements and speeches in full, without the presence of a narrator, the audience is free to draw its own conclusions on the issue,” he says. For Luís and Lisandro, another positive aspect of the Chinese work is the focus given to the issue of waste. “The approach made to the problem of waste is usually similar in films and environmental documentaries. There is much talk about the need for recycling, the landfill in the big cities, but little of electronic waste,“ says Lisandro. “This approach is very interesting. Moreover, in general, this FICA’s edition featured films of high quality standard. They are bold works, fleeing the obvious and taking the viewer towards reflection”, ranks Luís. The expectation that the public will think more thoroughly about the subject discussed is exactly what moves the team of Heavy Metal.

Al final de Heavy metal, es difícil dejar de compartir la angustia vivida por los personajes y cuestionarse sobre la actitud consumista de adquirir aparatos electrónicos a cada novedad ofrecida por el mercado, sin saber el destino del que ya parece haberse vuelto obsoleto. La película ganadora del principal premio del XII FICA, el Trofeo Cora Coralina, muestra la realidad de los trabajadores chinos de desguace de basura electrónica de forma desnuda y cruda, exponiendo los conflictos ambientales y sociales. “El Cine Directo, cuando está bien hecho, provoca un impacto muy grande en el público”, evalúa el consultor de cine del festival, Lisandro Nogueira, refiriéndose al género de documental producido sin entrevistas o testimonios. “El objetivo del Cine Directo es promover el menor número de interferencias durante la obra, para que la cámara consiga reproducir con la máxima fidelidad posible lo que acontece en la realidad. Aunque esa sea una premisa muy criticada, pues hay quien defienda la necesidad de la intervención del director en el documental para buscar la verdad, el hecho es que Heavy metal cumplió el papel que se propuso con éxito”, considera Lisandro. El miembro del jurado de selección del FICA, Luís Araújo, concuerda. “Como la cámara acompaña a los personajes, captando sus movimientos y palabras en su integridad, sin la presencia de un narrador, el espectador queda libre para sacar sus propias conclusiones respecto al tema”, observa. Para Luís y Lisandro, otro punto positivo de la obra china es el enfoque dado a la cuestión de la generación de residuos. “El abordaje que se hace del problema de la basura suele ser parecida en las películas y documentales ambientales. Se habla mucho de la necesidad del reciclado, de los depósitos de basura de las grandes ciudades, pero poco de la basura electrónica”, dice Lisandro. “Ese enfoque es muy interesante. Además, de forma general esta edición del Fica contó con películas de alto estándar de calidad. Son obras osadas, que huyen de lo obvio y llevan al espectador a la reflexión”, señala Luis. La expectativa de que el público piense de forma más profunda sobre el asunto discutido es justamente el que mueve al equipo de Heavy metal.

Trabalhadores chineses decompõem 2 toneladas de lixo eletrônico Chinese workers decompose 2 milion tons of electronic gadgets Trabajadores chinos desarman 2 millones de toneladas de la basura electrónica

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XII FICA

Outra visão Another view

Otra visión

“Foi um grande prazer receber este prêmio, pois a questão é séria e vai promover muitas discussões sobre o futuro desses resíduos dentro e fora da China”, afirmou Zhifeng Fu, que representou o produtor do filme na entrega do troféu do FICA. Os produtores dos documentários que conquistaram o primeiro lugar na categoria de júri popular (Bananas!*) e de imprensa (Um negócio florescente) também se mostraram otimistas com relação à repercussão das obras entre o público e às transformações que elas podem promover nos países afetados. No caso de Um negócio florescente, a obra trata da questão dos habitantes do Quênia prisioneiros da indústria global de flores, submetidos a precárias condições de trabalho. Conforme o diretor do documentário, o holandês Ton van Zantvoort, o filme vem sendo exibido em festivais do mundo inteiro e utilizado como instrumento pedagógico por várias ONGs. “Ele está sendo distribuído pela União Europeia em DVD a todos os Ministérios do Trabalho do continente, em 22 idiomas”, informou. Já Bananas!* retrata o drama da contaminação por agrotóxico de agricultores que trabalhavam para a maior companhia mundial de frutas. Seu produtor, o canadense Bart Simpson, revelou que a obra já causou reações diretas em vários países: na Suécia, uma rede de supermercados deixou de comprar produtos da multinacional americana (veja entrevista na editoria Ponto de Vista). É a vida refletindo a arte. 14 FICA

“It was a great pleasure to receive this award because the issue is serious and will promote much discussion about the future of these residues within and outside China,” says Zhifeng Fu, who represented the film producer at the delivery of FICA’s trophy. The producers of the documentaries that won the first place in the categories of popular jury (Bananas!*) and press jury (A Blooming Business) were also optimistic about the transformations they can promote in the affected countries. In A Blooming Business, the work deals with the issue of the inhabitants of Kenya prisoners of the flower global industry, subjected to poor working conditions. According to the documentary director, Dutch Ton van Zantvoort, the film has been shown at festivals worldwide and used as an educational tool by several NGOs. “It is being distributed by the European Union on DVD to all Ministries of Labour of the continent in 22 languages,” he said. In Bananas!* portrays the drama of pesticide contamination of farmers who worked for the world’s largest fruit company. Its producer, Canadian Bart Simpson, has revealed that the work has already caused direct reactions in several countries. In Sweden, a supermarket chain stopped buying products from the American multinational (see interview in the section Point of View). It is life reflecting art. “Fue un gran placer recibir este premio, pues la cuestión es seria y va a promover muchas discusiones sobre el futuro de esos residuos dentro y fuera de China”, afirmó Zhifeng Fu, que representó al productor de la película en la ceremonia de entrega del trofeo del FICA. Los productores de los documentales que conquistaron el primer lugar en la categoría de jurado popular (Bananas!*) y de prensa (Un negocio floreciente) también se mostraron optimistas con relación a la repercusión de las obras entre el público y a las transformaciones que ellas pueden promover en los países afectados. En Un negocio floreciente, la obra trata de la cuestión de los habitantes de Kenia prisioneros de la industria global de flores, sometidos a precarias condiciones de trabajo. Según el director del documental, el holandés Ton van Zantvoort, la película viene siendo exhibida en festivales del mundo entero y utilizado como instrumento pedagógico por varias ONGs. “Está siendo distribuída por la Unión Europea en DVD a todos los Ministerios del Trabajo del continente, en 22 idiomas”, informó. Ya Bananas!* retrata el drama de la contaminación por agrotóxicos de agricultores que trabajaban para la mayor compañía mundial de frutas. Su productor, el canadiense Bart Simpson, rebeló que la obra ya causó reacciones directas en varios países: en Suecia, un rede de supermercados dejó de comprar productos de la multinacional americana (veja entrevista con él en la editorial Ponto de Vista). Es la vida reflejando al arte.


Confira a lista oficial dos premiados do XII FICA Check the official list of 12th FICA Awards

Vea la lista oficial de los premiados del XII FICA

Troféu Cora Coralina (R$ 50 mil)– O grande prêmio do XII FICA, conferido ao maior destaque do Festival: Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin (China, 2009).

Cora Coralina Trophy (R$ 50,000) – The grand prize of 12th FICA, awarded to the best film of the Festival: Heavy metal, by Huaqing Jin (China, 2009).

Troféu Carmo Bernardes (R$ 35 mil) – Destinado ao melhor longa-metragem: Efeito reciclagem, do diretor Sean Walsh (Brasil-SP, 2009).

Jesco von Puttkamer Trophy (R$ 25,000) – Best medium-length: Hunting capivara, by directors Derli, Marilton, Fernando, João Duro, Janaína, Joanina, Juninha and Zé Ca (Brazil-MG, 2009).

Troféu Jesco Von Putkamer (R$ 25 mil) – Para o melhor média-metragem: Caçando capivara, dos diretores Derli, Marilton, Fernando, João Duro, Janaína, Joanina, Juninha e Zé Ca (Brasil-MG, 2009).

Bernardo Élis Trophy (R$ 25,000) – Awarded to the best TV series: Bringing life to space, by Jakob Gottschau and Ojvind Hesselager Denmark, 2010).

Troféu Acari Passos (R$ 25 mil)– Para o melhor curta-metragem: Recife frio, do diretor Kleber Mendonça Filho (Brasil-PE, 2009). Troféu Bernardo Élis (R$ 25 mil) – Oferecido à melhor série televisiva: Bringing life to space (Trazendo vida ao espaço), dos diretores Jakob Gottschau e Ojvind Hesselager (Dinamarca, 2010). Troféu José Petrillo (R$ 40 mil) – Primeira melhor produção goiana: Sonho de humanidade, direção de Amarildo Pessoa (Brasil-GO, 2010). Troféu João Bennio (R$ 40 mil) – Segunda melhor produção goiana: Vida seca, direção de Diego Mendonça (Brasil-GO, 2009). Troféu Luiz Gonzaga Soares (Sem premiação em dinheiro) – Conferido pelo júri popular, contemplando o melhor filme na visão do público: Bananas!*, do diretor Fredrik Gertten (Suécia, 2009). Troféu Imprensa (Sem premiação em dinheiro) - Melhor filme, eleito pelos profissionais da imprensa que participam da cobertura do XII FICA – A blooming business (Um negócio florescente), de Ton van Zantvoort (Holanda, 2009). Menção Honrosa (Sem premiação em dinheiro) – Melhor curta-metragem: escolhido pelo júri por sua forma gráfica e inusitada aproximação ao problema do lixo: Les anges déchets (Os anjos dos dejetos), do diretor Pierre Trudeau (Canadá, 2008).

Carmo Bernardes Trophy (R$ 35,000) – Best feature film: Recycling effect, by Sean Walsh (Brazil-SP, 2009).

Acari Passos Trophy (R$ 25,000) – For the best short film: Cold Recife, by the director Kleber Mendonça Filho (Brazil-PE, 2009).

José Petrillo Trophy (R$ 40,000) – Best production from Goiás: Dream of mankind, by Amarildo Pessoa (Brazil-GO, 2010). José Petrillo Trophy (R$ 40,000) – Second best production from Goiás: Vida seca, by Diego Mendonça (Brazil-GO, 2009). Luiz Gonzaga Soares Trophy (no cash award) – Awarded by the popular jury to best movie in the public eye: Bananas!*, by Fredrik Gertten (Sweden, 2009). Press Trophy (no cash award) – Best film, chosen by media professionals who participate in the 12th FICA: A Blooming business, by Ton van Zantvoort (Netherlands, 2009). Honorable Mention (no cash award) – Best short film, chosen by the jury for its graphic design and unusual approach to the issue of garbage: Les anges déchets (Garbage angels), by Pierre Trudeau (Canada, 2008).

Trofeo Cora Coralina (R$ 50 mil) – El gran premio del XII FICA, entregado al mayor destaque del Festival: Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin (China, 2009). Trofeo Carmo Bernardes (R$ 35 mil) – Destinado al mejor largometraje: Efecto reciclado, de Sean Walsh (Brasil-SP, 2009). Trofeo Jesco von Puttkamer (R$ 25 mil) – Para el mejor mediometraje: Cazando capibara, de Derli, Marilton, Fernando, João Duro, Janaína, Joanina, Juninha y Zé Ca (Brasil-MG, 2009). Trofeo Acari Passos (R$ 25 mil) – Para el mejor cortometraje: Recife frío, de Kleber Mendonça Filho (Brasil-PE, 2009). Trofeo Bernardo Élis (R$ 25 mil) – Ofrecido a la mejor serie televisiva: Trayendo vida al espacio, de Jakob Gottschau y Ojvind Hesselager (Dinamarca, 2010). Trofeo José Petrillo (R$ 40 mil) – Mejor producción de Goiás: Sueño de humanidad, dirección de Amarildo Pessoa (Brasil-GO, 2010). Trofeo João Bennio (R$ 40 mil) – Segunda mejor producción de Goiás: Vida seca, de Diego Mendonça (Brasil-GO, 2009). Trofeo Luiz Gonzaga Soares (Sin premiación en dinero) – Otorgado por el jurado popular, contemplando la mejor película en la visión del público: Bananas!*, de Fredrik Gertten (Suecia, 2009). Trofeo Prensa (Sin premiación en dinero) – Mejor película, elegida por los profesionales de la prensa que participan de la cobertura del XII Fica – Un negocio floreciente, de Ton van Zantvoort (Holanda, 2009). Mención Honrosa (Sin premiación en dinero) – Mejor cortometraje, escogido por el jurado por su forma gráfica e inusitada aproximación al problema de la basura: Los ángeles de los dejetos, de Pierre Trudeau (Canadá, 2008).

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Ponto de vista Viewpoint Punto de vista Carol Magalhães

Bastidores da denúncia Backstage of accusation Bastidores de la denuncia Entrevista com Bart Simpson Interview with Bart Simpson Entrevista con Bart Simpson

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O termo “capitalismo selvagem”, sinônimo das condições desumanas de trabalho durante a Revolução Industrial e da ganância de multinacionais, volta à tona nas telas com o documentário Bananas*, do diretor Fredrick Gertten (Suécia/2009). O documentário faturou o troféu Luiz Gonzaga Soares, conferido pelo júri popular no XII FICA, contemplando o melhor filme na visão do público. A obra retrata parte do julgamento da Dole Food, acusada de causar infertilidade nos trabalhadores de plantações na Nicarágua devido ao uso do pesticida DBCP em plantações de bananas. A denúncia é grave, a começar pelo fato de a maior companhia de frutas do mundo ter continuado a empregar o pesticida, de 1977 a 1980, após a Agência de Proteção Ambiental dos EUA ter banido a utilização do produto e a fabricante, Dow Chemical, reconhecido a ligação da substância com a esterilidade, paralisando sua produção. Porém, os bastidores do filme são ainda mais surpreendentes. É uma lição de coragem, superação e engajamento por parte dos cineastas e do pequeno escritório americano de advocacia que representa os funcionários nicaraguenses. Nesta entrevista, o produtor canadense Bart Simpson revela as dificuldades enfrentadas pela equipe para gravar e lançar o documentário, bem como seu impacto em vários países, sobretudo na Suécia.


Mauro Júnio

The phrase “savage capitalism”, synonymous with inhumane working conditions during the Industrial Revolution and the unbridled greed of multinational corporations, has now surfaced on screens with the documentary Bananas*, by director Fredrick Gertten (Sweden/2009), who won the Luiz Gonzaga Soares trophy awarded by the popular jury at the 12th FICA to the best movie in the public eye. The work depicts part of the trial of Dole Food, accused of causing infertility in plantation workers in Nicaragua due to the use of the pesticide DBCP on banana plantations. The accusation is serious, starting with the fact that the largest fruit company in the world have continued to use the pesticide, from 1977 to 1980, after the US Environmental Protection Agency had banned the use of the product and the manufacturer Dow Chemical recognized the connection between the substance and sterility, stopping its production. But behind the scenes of the film there are even more surprising facts: a lesson of courage, resilience and commitment on the part of the filmmakers and the US small law firm representing the Nicaraguan officials. In this interview, Canadian producer Bart Simpson reveals the difficulties faced by the team to record and release the documentary as well as the impact of the project in several countries, particularly in Sweden.

El término “capitalismo salvaje”, sinónimo de condiciones inhumanas de trabajo durante la Revolución Industrial y de la ambición desenfrenada de las multinacionales, vuelve a las telas con el documental Bananas*, del director Fredrick Gertten (Suecia/2009), que obtuvo el trofeo Luiz Gonzaga Soares, otorgado por el jurado popular en el XII FICA, contemplando la mejor película en la visión del público. La obra retrata parte del juzgamiento de la Dole Food, acusada de causar infertilidad en los trabajadores de plantaciones en Nicaragua debido al uso del pesticida DBCP en plantaciones de banana. La denuncia es grave, a comenzar por el hecho de que la mayor compañía de frutas del mundo continuó a emplear el pesticida, de 1977 a 1980, después de que la Agencia de Protección Ambiental de los EUA prohibió la utilización del producto y la fabricante Dow Chemical reconoció la relación de la substancia con la esterilidad, paralizando su producción. Sin embargo, los bastidores de la película son aún más sorprendentes. Una lección de coraje, superación y compromiso por parte de los cineastas y del pequeño escritorio americano de abogacía que representa a los obreros nicaragüenses. En esta entrevista, el productor canadiense Bart Simpson revela las dificultades enfrentadas por el equipo para grabar y lanzar el documental, así como el impacto del proyecto en varios países, sobre todo, en Suecia.

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Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

Como vocês tomaram conhecimento da denúncia de envenenamento dos trabalhadores nicaraguenses? Havia um jornalista freelancer sueco que trabalhava na Nicarágua e esse profissional passou as informações do que estava ocorrendo ao Fredrick Gertten, que, além de diretor, também é jornalista e trabalhou como correspondente internacional em vários países da América Latina. Então ele, que é meu amigo há muitos anos, me mandou o projeto por e-mail e me perguntou o que eu achava de tudo aquilo; se deveríamos ou não fazer o documentário. Disse que sim, que era importante denunciar a situação, que, inclusive, foi assunto de algumas matérias na CNN e no Los Angeles Times. Esses veículos de comunicação chegaram a divulgar que um grupo de advogados estava viajando para a Nicarágua com o objetivo de envolver o máximo número possível de pessoas no caso. Isso porque, quanto maior a quantidade de clientes o advogado tiver, maiores são as chances de ele obter lucro e êxito na causa. Alguns advogados chegaram a entrar na parada, mas acabou que Juan Dominguez ficou com mais clientes porque fala espanhol fluentemente e conseguiu desenvolver uma conexão muito boa com o povo daquele lugar, isto é, conquistou a confiança dos trabalhadores nicaraguenses. 18 FICA

Quantas pessoas participaram da produção do documentário? Basicamente três: eu, que sou canadense; Lise-Lens Moller, que é dinamarquesa e trabalhou no recém-lançado Burma VJ, documentário que relata a resistência de monges budistas contra o governo militar autoritário e o ditador da Birmânia; e Margarete Jangård, que é sueca. Quanto tempo duraram as gravações? Foi um filme bastante rápido. Levou dois ou três anos [risos]. Falando sério, para mim esse tempo não é tão ruim. Fredrick Gertten e eu viajamos à Nicarágua em 2007 e, naquele mesmo ano, negociamos com Juan Dominguez a participação dele no projeto. O documentário foi lançado em julho do ano passado, em Los Angeles.

Era importante denunciar essa situação, que foi assunto de matérias na CNN e no Los Angeles Times “It was important to denounce this situation, which was the subject of news articles in CNN and Los Angeles Times” “Era importante denunciar esa situación, que fue asunto de materias en la CNN y en el Los Angeles Times”


How did you learn of the accusation of poisoning of Nicaraguan workers? There was a Swedish freelance journalist who worked in Nicaragua and who informed Fredrick Gertten of what was happening. Apart from being a director, he is also a journalist and worked as an international correspondent in many countries of Latin America. So, as he has been my friend for many years, he sent me the project by email and asked me what I thought of everything; whether we should make the documentary. I said yes, that it was important to denounce the situation, which had even been the subject of some articles on CNN and Los Angeles Times. These media outlets have come to announce that a group of lawyers was travelling to Nicaragua in order to involve as many people as possible in the case This is because the greater the amount of clients the lawyer has, the greater the chances for profit and success in the cause. Some lawyers got on the bandwagon, but in the end Juan Dominguez got more clients because he speaks Spanish fluently and was able to develop a very good connection with the people of that place, that is, he won the confidence of Nicaraguan workers. How many people participated in the production of the documentary? Basically three: Myself, from Canada, Lise-Lens Moller, who is Danish and has worked in the newly released Burma VJ, a documentary that chronicles the resistance of Buddhist monks against the military and authoritarian government and the dictator of Burma, currently known as Myammar; and Margarete Jangård, who is Swedish. How long did the recordings take? It was a very fast movie. It took two or three years [laughs]. Seriously, for me this long is not so bad. Fredrick Gertten and I travelled to Nicaragua in 2007 and in that same year, we negotiated with Juan Dominguez his participation in the project. The documentary was released July 2009, in Los Angeles.

¿Como tomaron conocimiento de la denuncia de envenenamiento de los trabajadores nicaragüenses? Había un periodista free lance sueco que trabajaba en Nicaragua y ese profesional pasó las informaciones de lo que estaba ocurriendo a Fredrick Gertten, que, además de director, también es periodista y trabajó como corresponsal internacional en varios países de América Latina. Entonces, él, que es mi amigo hace muchos años, me mandó el proyecto por e-mail y me preguntó que me parecía todo aquello; si deberíamos o no hacer el documental. Dije que sí, que era importante denunciar la situación, que, inclusive, fue asunto de algunas materias en la CNN y en el Los Angeles Times. Esos vehículos de comunicación llegaron a divulgar que un grupo de abogados estaba viajando a Nicaragua con el objetivo de envolver el máximo número posible de personas en el caso. Eso porque, cuanto mayor cantidad de clientes tenga el abogado, mayores son las posibilidades de obtener lucro y éxito en la causa. Algunos abogados llegaron a entrar en la parada, pero al final Juan Domínguez se quedó con más clientes porque habla español fluidamente y consiguió desarrollar una conexión muy buena con el pueblo de aquel lugar, o sea, conquistó la confianza de los trabajadores nicaragüenses. ¿Cuantas personas participaron de la producción del documental? Básicamente tres: yo, que soy canadiense; LiseLens Moller, que es dinamarquesa y trabajó en el recién lanzado Burma VJ, documental que relata la resistencia de monjes budistas contra el gobierno militar autoritario y el dictador de Birmania; y Margarete Jangård, que es sueca. ¿Cuánto tiempo duraron las grabaciones? Fue una película bastante rápida. Llevó dos o tres años [risas]. Hablando seriamente para mí ese tiempo no es tan malo. Fredrick Gertten y yo viajamos a Nicaragua en 2007 y, en aquel mismo año, negociamos con Juan Domínguez su participación en el proyecto. El documental fue lanzado en julio del año pasado, en Los Angeles.

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Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

Vocês sofreram represálias por parte da Dole Food. Como lidaram com isso? Muito pertinente sua pergunta. O primeiro problema foi o fato de a Dole Food ter chegado à imprensa antes da estreia do filme. Eles foram muito rápidos. Então, quando foi divulgado que iríamos participar de uma mostra em Los Angeles, a empresa nos enviou uma carta pedindo que não lançássemos o documentário e, ao mesmo tempo, recorreu à mídia. Assim, o primeiro artigo publicado por um jornal de direita nos Estados Unidos dizia que os cineastas deviam ter cometido algum erro ou talvez tivessem sido enganados pelo advogado Juan Dominguez. Afirmava, ainda, que o filme não passava de um grande equívoco. A primeira estratégia da Dole foi acusar Dominguez de criminoso e afirmar que tínhamos sido enganados por ele. Os Estados Unidos consistem em um país extremamente litigioso e as pessoas costumam ter medo da ameaça de um processo. Então, tivemos de lutar contra esse medo para conseguir veicular o documentário. Fora dos Estados Unidos, a história foi bem diferente porque tivemos bastante apoio na maioria dos casos. Inclusive, escrevemos uma mensagem para a comunidade internacional de documentaristas e recebemos muitas manifestações de apoio por parte dos europeus e também por várias organizações não americanas.

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Quando soube que iríamos participar de uma mostra em Los Angeles, a Dole Food nos enviou uma carta pedindo que não lançássemos o documentário “When Dole Food heard that we would participate in a show in Los Angeles, sent us a letter asking us not to release the documentary” “Cuando supo que íbamos a participar de una muestra en Los Angeles, la Dole Food nos envió una carta pidiendo que no lanzásemos el documental creación”

Vocês chegaram a ser processados pela companhia de frutas. Qual foi a repercussão do caso? A Dole Food nos processou em 2009, o que impediu o lançamento do documentário na data prevista, pois não podíamos lançar o filme até que fosse resolvida a questão judicial, pelos menos não nos Estados Unidos. Nesse meio tempo, a imprensa sueca ficou sabendo do documentário e impulsionou um grande debate no parlamento da Suécia. Havia dois partidos, que atuavam em posições opostas, mas que deixaram para trás suas diferenças e se uniram e disseram: “Olha, isso não deveria estar acontecendo, pois trata-se de liberdade de expressão”. Fora isso, uma cadeia sueca de supermercados soube do caso e decidiu boicotar os produtos da Dole, deixando de comercializá-los enquanto a companhia persistisse no


You suffered retaliation by Dole Food. How did you cope with it?

¿Sufrieron represalias por parte de la Dole Food. ¿Cómo manejaron eso?

Your question is very pertinent. The first problem was that Dole Food has come public before the premiere of the film. They were very fast. So when it was announced that we would participate in a show in Los Angeles, the company sent us a letter asking us not to release the documentary and at the same time they appealed to the media. Thus, the first article published by a right-wing newspaper in the United States said that the filmmakers should have made a mistake, or perhaps they had been deceived by the lawyer, Juan Dominguez. It also stated that the movie was just a big misunderstanding. Dole’s first strategy was to accuse Dominguez of being a criminal and saying that we had been deceived by him. The United States is an extremely litigious country and people tend to fear the threat of being sued. So we had to fight this fear to be able to broadcast the documentary. Outside the US, things were quite different because we had plenty of support in most cases. We even wrote a message to the international community of filmmakers and we received many expressions of support from Europeans and also from several non-American organizations.

Muy pertinente su pregunta. El primer problema fue el hecho de que la Dole Food llegó a la prensa antes del estreno de la película. Fueron muy rápidos. Entonces, cuando fue divulgado que iríamos a participar de una muestra en Los Angeles, la empresa nos envió una carta pidiendo que no lanzásemos el documental y, al mismo tiempo, recurrió a los medios. Así, el primer artículo publicado por un diario de derecha en los Estados Unidos decía que los cineastas debían haber cometido algún error o, tal vez, habían sido engañados por el abogado Juan Domínguez. Afirmaba aún que la película no pasaba de un gran equívoco. La primera estrategia de la Dole fue acusar a Domínguez, defensor de los trabajadores nicaragüenses, de criminal y afirmar que habíamos sido engañados por él. Los Estados Unidos son un país extremadamente litigioso y las personas suelen tener miedo de la amenaza de un proceso. Entonces, tuvimos que luchar contra ese miedo para conseguir vehicular el documental. Fuera de los Estados Unidos, la historia fue bien diferente porque tuvimos bastante apoyo en la mayoría de los casos. Inclusive, le escribimos un mensaje a la comunidad internacional de documentalistas y recibimos muchas manifestaciones de apoyo por parte de los europeos y también por varias organizaciones no americanas.

You were even sued by the fruit company. What was the impact of the case? Dole Food sued us in 2009, which prevented the release of the film on schedule, because we could not do it until the litigation was settled, at least not in the US. Meanwhile, the Swedish press learned of the documentary and spurred a great debate in the Swedish parliament. There were two parties, acting in opposite positions, which left behind their differences and banded together, saying: “Look, this should not be happening, because it is freedom of expression.” Moreover, a Swedish supermarket chain knew about the case and decided to boycott Dole’s products, stopping sales as long as the company persisted in the dispute. Several consumers have also joined the protest. Mainly because of these initiatives, the sue was abandoned. There is still some paperwork in the US these days, but essentially the sue is over.

Llegaron a ser procesados por la compañía de frutas. ¿Cuál fue la repercusión del caso? La Dole Food nos procesó en 2009, lo que impidió el lanzamiento del documental en la fecha prevista, pues no podíamos lanzar la película hasta que fuese resuelta la cuestión judicial, por los menos en no en los Estados Unidos. En ese intermedio tempo, la prensa sueca supo del documental y impulsó un gran debate en el parlamento de Suecia. Había dos partidos, que actuaban en posiciones opuestas, pero que dejaron atrás sus diferencias y se unieron y dijeron: “Mira, eso no debería estar sucediendo, pues se trata de libertad de expresión”. Además de eso, una cadena sueca de supermercados supo del caso y decidió boicotear los productos de la Dole, dejando de comercializarlos mientras la compañía persistiese en el litigio. Varios consumidores también adhirieron a la protesta. A partir de estas iniciativas, el proceso fue abandonado. Aún hay una papelada que debe tramitar en los Estados Unidos por estos días, pero, esencialmente, el proceso acabó.

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Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

litígio. Vários consumidores também aderiram ao protesto. A partir destas iniciativas, o processo foi abandonado. Ainda tem uma papelada que deve tramitar nos Estados Unidos por esses dias, mas, essencialmente, o processo acabou. Apesar de todos os percalços, o cinema de denúncia é compensador? Sem dúvida. Acho que nós, cineastas, temos muito a contribuir. Se as pessoas que assistirem ao filme se sentirem motivadas, energizadas para fazer algo a respeito do problema tratado na tela e isso, de algum modo, gerar impacto positivo naquela comunidade, já valeu a pena todo o trabalho. Se cada um se propuser a fazer a sua parte, por menor que ela seja, o resultado é um esforço coletivo em que todos têm a ganhar.

Se as pessoas que assistirem ao filme se sentirem motivadas a a fazer algo, já valeu a pena o esforço “If people who watch the movie feel motivated to do something, it was worth all the work” “Si las personas que vean la película se sienten motivadas para hacer algo, ya valió la pena todo el trabajo”

Atualmente, qual é a situação dos trabalhadores nicaraguenses que ficaram estéreis em virtude do pesticida DBCP? O trágico é que muitos dos casos foram arquivados. E como alguns recorreram à Justiça, sob o processo 22 FICA

de apelação, é necessário esperar os trâmites burocráticos para que seja verificada a possibilidade de conceder algum tipo de compensação financeira a eles. O documentário será apresentado em quantos festivais de cinema? Ele já foi, está sendo ou será exibido, ao todo, em 50 festivais de cinema. Mas todas as participações são recentes, exatamente porque a exibição foi interrompida por causa do processo judicial que sofremos.

Como você avalia a exibição do filme no FICA, em comparação com a de outros eventos? O que acho interessante é que o FICA acontece em uma comunidade basicamente agrícola. Sei que o Estado de Goiás é considerado o centro do agronegócio e que Goiânia representa muito bem as comunidades agrícolas do Brasil todo. É como se ela fosse um microcosmo de todas essas comunidades. E isso talvez explique a receptividade que o Bananas* teve por aqui. O FICA é maravilhoso. Dá para sentir a vibração, a empolgação nas pessoas. Essa é a terceira vez que venho ao Brasil e estou encantado com essa cidade. É muito bom conhecer mais um pedacinho do País. Creio que é importante o fato de o evento ser realizado em uma cidade histórica, com laços tão estreitos com a agricultura. Mas penso que, no futuro,


O FICA é maravilhoso. Dá para sentir a vibração, a empolgação nas pessoas. Estou encantado com essa cidade

” FICA is wonderful. You can feel the vibration, the excitement in people. I am delighted with this city” “El FICA es maravilloso. Se puede sentir la vibración, el entusiasmo en las personas. Estoy encantado con esta ciudad”

Despite all the setbacks, is the accusation cinema rewarding?

¿A pesar de todos los problemas, el cine de denuncia es compensador?

Undoubtedly. I think as filmmakers, we have much to contribute. If people who watch the movie feel motivated, with energy to do something about the problem addressed on the screen and that, somehow, makes a positive impact in that community, it was worth all the work. If everyone commits himself to do its part, however small it is, the result is a collective effort in which everyone wins.

Sin duda. Creo que nosotros, los cineastas, tenemos mucho para contribuir. Si las personas que vean la película se sienten motivadas, energizadas para hacer algo al respecto del problema tratado en la pantalla y eso, de algún modo, genera impacto positivo en aquella comunidad, ya valió la pena todo el trabajo. Si cada uno se propone hacer su parte, por menor que ésta sea, el resultado es un esfuerzo colectivo en el que todos tienen para ganar.

Currently, what is the situation of Nicaraguan workers who became sterile as a result of the pesticide DBCP? The tragedy is that many of the cases were filed. And as some of them have resorted to the courts, under the appeal process, it is necessary to wait for paperwork before the possibility of granting them some form of financial compensation is checked. How many film festivals will present the documentary? It has been, is or will be shown, altogether in 50 film festivals. But all participations are recent, since the show was interrupted because of the lawsuit that was filed in against us. How do you evaluate the movie exhibition in FICA, compared with other events? What I find interesting is that FICA takes place in a basically agricultural community. I know the state of Goiás is considered the centre of agribusiness and Goiânia represents very well the farming communities throughout Brazil. It’s as if it were a microcosm of all these communities. And this may explain the receptivity Bananas* had here. FICA is wonderful. You can feel the vibration, the excitement in people. This is the third time I come to Brazil and I am delighted with this city. It’s great to know a little bit more of the country. I think it is significant that the event is held in a historic city with ties so close to agriculture. But I think

¿Actualmente, cual es la situación de los trabajadores nicaragüenses que quedaron estériles en virtud del pesticida DBCP? Lo trágico es que muchos de los casos fueron archivados. Y como algunos recurrieron a la Justicia, bajo el proceso de apelación, es necesario esperar los trámites burocráticos para que sea verificada la posibilidad de concederles algún tipo de compensación financiera. ¿En cuántos festivales de cine será presentado el documental? Ya fue, está o será exhibido, en total, en 50 festivales de cine. Pero todas las participaciones son recientes, exactamente porque la exhibición fue interrumpida por causa del proceso judicial que sufrimos. ¿Cómo evalúa la exhibición de la película en el FICA, en comparación con la de otros eventos? Lo que me parece interesante es que el FICA sucede en una comunidad básicamente agrícola. Sé que el Estado de Goiás es considerado el centro del agronegocio y que Goiania representa muy bien las comunidades agrícolas de todo el Brasil Es como si fuese un microcosmos de todas esas comunidades. Y eso tal vez explique la receptividad que Bananas* tuvo aquí. El FICA es maravilloso. Se puede sentir la vibración, el entusiasmo en las personas. Esta es la tercera vez que vengo al Brasil FICA 23


Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

seria interessante dar oportunidade também para o relacionamento entre os cineastas e as plateias. Ou seja, aproximar mais essas duas partes. Quando se faz um filme como esse, é bastante importante interagir com o público. Ter a oportunidade de uma conversa direta com o público é uma experiência desejada por nós, cineastas, porque, depois de trabalhar tanto tempo sozinho em um filme, é sempre bom saber o que as pessoas acharam, imediatamente após assisti-lo, bem como conversar com elas sobre tudo o que as envolveu. O ideal é termos vários canais de comunicação com a plateia e viceversa.

Muitas vezes, a gente não consegue que a imagem fale por si própria, embora a gente tente incansavelmente “Often, we cannot make the image speak for itself, although we try tirelessly to do so” “Muchas veces, no conseguimos que la imagem hable por sí sola, aunque tratemos, incansablemente de hacerlo”

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Depois de trabalhar tanto tempo sozinho em um filme, é sempre bom saber o que as pessoas acharam do projeto “After working so long alone in a movie, it’s always good to know what people thought of the project” “Después de trabajar tanto tiempo solo en una película, es siempre bueno saber lo que piensa la gente del proyecto”

Qual sua impressão acerca das outras obras participantes da mostra competitiva do XII FICA? Infelizmente, não tive a oportunidade de assistir a todas as obras da mostra competitiva. Mas a avaliação que faço é que os filmes são, em geral, bem produzidos, tratando de temas relevantes e, principalmente, atuais. Alguns me pareceram bastante especiais e me chamaram muito a atenção. Entretanto, o que mais gostei foi do curta-metragem Ave-Maria, mãe dos sertanejos, de Camilo Cavalcante. Achei a fotografia do filme maravilhosa e também o fato de ser silencioso contribuiu para sua beleza. Muitas vezes, a gente não consegue que a imagem fale por si própria, embora a gente tente, incansavelmente, fazer isso; tentar dar um ritmo de respiração para que o filme alcance esse resultado. No caso deste documentário, a fotografia é linda e todos respiraram bem durante a sua exibição [risos].


Seria interessante o FICA dar oportunidade também para o relacionamento entre os cineastas e as plateias, aproximar mais essas duas partes “it would be also interesting to create opportunities for the relationship between filmmakers and audiences, to bring those two parties closer.” “Sería interesante que el FICA estimule también la relación entre los cineastas y las plateas, aproximar más esas dos partes”

that in future it would be also interesting to create opportunities for the relationship between filmmakers and audiences. That is, to bring those two parties closer. For when you make a movie like this, it is very important to interact with the public Having the opportunity to engage in a direct speech is a desired experience for us filmmakers because after working so long alone in a movie, it’s always good to know what people thought of the project, immediately after watching it, as well as to talk about what touched them. The ideal is to have multiple channels of communication with the audience and vice versa. What is your impression of other works present in the 12th FICA? Unfortunately, I didn’t have the opportunity to watch all the works of the competitive screening.But the assessment I make is that films are generally well produced, dealing with relevant issues and, especially, up to date. Some seemed very special and drew my attention. However, the one I liked most was the short film Ave-Maria, mãe dos sertanejos by Camilo Cavalcante. Photography were wonderful and the fact that it is silent contributed to the beauty of the project. Often, we cannot make the image to speak for itself, although we try tirelessly to do so; and we try to give the film a rhythm of breath to reach that result. In the case of this documentary, the photography is beautiful and everyone breathed well while watching it [laughs].

y estoy encantado con esta ciudad. Es muy bueno conocer un pedacito más del País. Creo que es importante el hecho de que el evento ser realizado en una ciudad histórica, con lazos tan estrechos con la agricultura. Pero pienso que, en el futuro, sería interesante estimular también la relación entre los cineastas y las plateas. O sea, aproximar más esas dos partes. Pues, cuando se hace una película como esa, es bastante importante interactuar con el público. Tener la oportunidad de comprometerse en un discurso directo es una experiencia deseada por nosotros, cineastas, porque, después de trabajar tanto tiempo solo en una película, es siempre bueno saber lo que piensan la gente del proyecto, inmediatamente después de verlo, así como conversar con el público sobre todo lo que las envolvió. Lo ideal es tener varios canales de comunicación con la platea y viceversa. ¿Cuál es su impresión acerca de las otras obras participantes de la muestra competitiva del XII FICA? Infelizmente, no tuve la oportunidad de ver todas las obras de la muestra competitiva. Pera la evaluación que hago es que las películas están, en general, bien producidas, tratando de temas relevantes y, principalmente, actuales. Algunos me parecieron bastante especiales y me llamaron mucho la atención. Entre tanto, el que más me gustó fue el corto-metraje Ave-Maria, mãe de los sertanejos, de Camilo Cavalcante. La fotografía de la película me pareció maravillosa y también el hecho de ser silencioso contribuyó a la belleza del proyecto. Muchas veces, no conseguimos que la imagen hable por sí sola, aunque tratemos, incansablemente, de hacerlo; tratemos de dar un ritmo de respiración para la película alcance ese resultado. En el caso de este documental, la fotografía es linda y todos respiraron bien durante su exhibición [risas].

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De Goiás

para o mundo From Goiás to the world De Goiás para el mundo Mais de 4 mil pessoas, de 58 países diferentes, acompanharam as discussões do XII FICA por meio da transmissão via web. Site do evento atraiu 16 mil usuários Texto: Adalberto Araújo Fotos: Flávio Isaac, Mauro Júnio e Silvio Quirino

More than 4,000 people from 58 different countries followed the discussions of the 12th FICA by webcast. The site attracted 16,000 users Más de 4 mil personas, de 58 países diferentes, acompañaron las discusiones del XII FICA por medio de la transmisión vía web. Site del evento atrajo 16 mil usuarios

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O que a Cidade de Goiás, localizada no centro do Brasil, e a longínqua ilha de Guam, situada no meio do Oceano Pacífico, podem ter em comum? Mais que milhares de quilômetros de distância, as duas também reúnem um público interessado em cinema e meio ambiente, que conferiu – in loco ou virtualmente – as discussões do XII FICA. Além dos 1,2 mil participantes do evento que estiveram que em Goiás, um total de 4.012 pessoas, de 58 países, nos cinco continentes, acompanhou em tempo real os fóruns, debates e mesas-redondas que compuseram 12ª edição do maior festival de cinema e

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vídeo ambiental das Américas. Graças à transmissão via web, o evento que já era um sucesso de público presencial demonstrou também ser um exemplo de êxito em termos de participações virtuais. Além da grande quantidade de acessos ao site oficial do festival – 16 mil pessoas, provenientes de 65 países, acessaram o site do FICA nos meses de maio e junho –, os números de uma pesquisa de opinião pública solicitada pela organização do festival, realizada entre os dias 8 e 13 de junho (mesma data do evento), também comprovam que


What may the city of Goiás, in central Brazil, and the distant island of Guam, in the middle of the Pacific Ocean, have in common? In addition to more than thousands of miles between them, they both also gather an audience interested in cinema and environment who witnessed – in loco or virtually – the discussions of the 12th FICA. Besides the 1,200 event attendees who were in Goiás, a total of 4,012 people from 58 countries on five continents followed in real time forums, debates and round tables that composed this 12th edition of the largest environment film and video festival of the Americas. Thanks to the transmission via the Web, the event which was already a blockbuster attendance also proved to be an example of success in terms of virtual shares. Besides the large amount of hits to the official website of the festival – 16,000 people from 65 countries have accessed FICA site during May and June – the numbers of the poll carried out during the event (between June 8th and 13th) also show that FICA is fully consolidated. And for 2011 the festival expects even more people than this year, both in number of participants and attendees, as the survey indicates. The survey reveals that, to the topic “FICA Overall rating”, among the 85% of respondents 26% considered it a great event and 59% rated it as good. In the item “Disclosure”, the satisfaction percentage among the public also revealed a more than satisfactory performance, as 70% rated it positively – 25% thought the publicity about the festival was great and 45% thought it was good. Regarding the date in which FICA is held, more than three quarters of respondents said the period is adequate – always in June. Opinions ranged from 22% of respondents who considered it excellent to 54% who claimed it to be a good time. As for the overall planning of the festival, the perception of respondents was also positive. More than two thirds (67%) approved the schedule of this year, the option “optimal” got 27% of votes and the “good” 40% “. The public surveyed also approved the location of the shows. Sixty-eight percent of the sample liked the places chosen by the organization: 28% considered the venues great and 40% considered them good. Regarding the assessment of the shows presented no less than 93% of respondents approved the attractions chosen.

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o FICA está totalmente consolidado. Consolidação que chega em boa hora, pois em 2011 Goiás deverá receber muito mais gente do que este ano, tanto em número de participantes, quanto de visitantes, como indica o levantamento. A pesquisa de opinião revela que, no quesito “Avaliação Geral do FICA”, 85% dos entrevistados consideraram o evento ótimo (26%) ou bom (59%). Já no item “Divulgação”, o percentual de satisfação do público também obteve desempenho satisfatório, pois 70% o avaliaram positivamente, dos quais 25% consideraram a publicidade acerca do festival ótima e 45% a julgaram boa. No que diz respeito à data de realização do FICA, mais de três quartos dos pesquisados disseram ser adequado o período em que o evento é realizado – sempre no mês de junho –, opinião que variou de 22% de entrevistados que o consideram “ótimo” e 54% que afirmaram ser um período bom. Quanto à programação geral do festival, a percepção dos entrevistados também foi positiva. Mais de dois terços (67%) aprovaram a programação deste ano, com 27% de votos na opção “ótimo” e 40% na resposta “bom”. O público pesquisado também aprovou o local dos shows. Sessenta e oito por cento da amostra gostaram dos lugares escolhidos pela organização do evento: 28% consideraram ótimos os locais dos shows e 40% escolheram a opção “bom”. No que se refere à avaliação dos shows apresentados, nada menos que 93% dos entrevistados aprovaram as atrações escolhidas. 30 FICA


¿Qué tienen en común la ciudad de Goiás, ubicada en el centro del Brasil, y la lejana isla de Guam, en el medio del Océano Pacífico? Más que miles de kilómetros de distancia entre ellas, las dos también reúnen un público interesado en cine y medio ambiente, que presenció – in loco o virtualmente – las discusiones del XII FICA. Además de los 1,2 mil participantes del evento que estuvieron en la ciudad de Goiás, un total de 4.012 personas, de 58 países, en los cinco continentes, acompañó en tiempo real los foros, debates y mesas redondas que compusieron esta 12ª edición del mayor festival de cine y video ambiental de las Américas. Gracias a la transmisión vía web, el evento que ya era un éxito de público presencial demostró también ser un ejemplo de éxito en términos de participaciones virtuales. Además de la gran cantidad de visitas al site oficial del festival – 16 mil personas, provenientes de 65 países, entraron al site del FICA en los meses de mayo y junio –, los números de la pesquisa de opinión pública solicitada por la organización del festival,

realizada entre los días 8 y 13 de junio (la misma fecha del evento), también comprueban que el FICA está totalmente consolidado. Consolidación que llega en buena hora, pues en 2011 Goiás deberá recibir mucho más gente que este año, tanto en número de participantes, como de visitantes, como indica el levantamiento. La pesquisa de opinión revela que, en el rubro “Evaluación General del Fica”, 85% de los entrevistados consideraron el evento óptimo (26%) o bueno (59%). En el ítem “Divulgación”, el porcentaje de satisfacción del público también obtuvo un desempeño más que satisfactorio, pues 70% lo evaluaron positivamente – 25% consideraron la publicidad acerca del festival óptima y 45% la juzgaron buena. En lo que dice respecto a la fecha de realización del FICA, más de tres cuartos de los pesquisados dijeron que era adecuado el período en que el evento es realizado – siempre en el mes de junio –, opinión que varió de 22% de entrevistados que lo consideraron óptimo a los 54% que afirmaron que era un período bueno. En cuanto a la programación general del festival, la percepción de los entrevistados también fue positiva. Más de dos tercios (67%) aprobaron la programación de este año, con 27% de votos en la opción “óptimo” y 40% en la respuesta “bueno”. El público preguntado también aprobó el lugar de los shows. Al sesenta y ocho por ciento de la muestra Le gustó los lugares escogidos por la organización del evento: 28% consideraron óptimos los lugares de los shows y 40% escogieron la opción “bueno”. En lo que se refiere a la evaluación de los shows presentados, nada menos que 93% de los entrevistados aprobaron las atracciones elegidas.

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Superando expectativas Beyond expectations Superando expectativas Se na avaliação geral o FICA foi aprovado com louvor, nos aspectos específicos seu desempenho também foi indiscutível, para não dizer surpreendente. Isso porque 88% dos entrevistados afirmaram que o festival superou suas expectativas. Outro dado que surge da pesquisa refere-se à percepção das pessoas sobre o que é o evento. A maioria, 84%, tem plena ciência de que se trata de um festival de temática audiovisual e ambiental. Deste total, 55% acreditam tratar-se de um evento cinematográfico, ao passo que 39% o consideram um evento voltado ao meio ambiente. Isso significa que a grande maioria dos que visitam o FICA sabe o que vai encontrar pela frente – cinema e meio ambiente –, o que valoriza ainda mais a surpresa positiva dos 88% dos visitantes. Questionados se recomendariam o FICA a alguém, 32 FICA

96% dos entrevistados responderam afirmativamente. A pesquisa perguntou ainda aos entrevistados como tinham ficado sabendo do FICA. Mais da metade (52%) respondeu que foi por meio de parentes e amigos – o que reforça o caráter de evento consolidado e com boa avaliação do público. Dezoito por cento tomaram conhecimento por meio da televisão ou do rádio, 14% pela internet e 13% souberam por intermédio de revistas. A última pergunta deste quesito, denominado “Expectativa do Visitante do FICA 2010”, quis saber do público que tipo de show ele gostaria de ver no FICA. A maior parte escolheu Música Popular Brasileira (MPB), com 40% dos votos, seguida de perto por rock (32%).


If in the general evaluation FICA was approved with praise, in specific aspects its performance was also undisputed, if not surprising. That’s because 88% of respondents said that the festival exceeded their expectations. Another finding that emerges from the research refers to the perception people have about what the event is. The majority, 84%, is fully aware that this is a festival whose theme is the audiovisual and the environment. Of this total, 55% believe this is a film event, while 39% consider it an event directed to the environment. This means that the vast majority of those who visit FICA know what they will find – cinema and the environment – which further enhances the positive surprise of 88% of visitors. Asked whether they would recommend FICA to someone, 96% of respondents answered affirmatively. The survey also asked respondents how they had been aware of FICA. More than half (52%) answered that it was through friends and relatives – which reinforces the fact that the event earned the condition of a consolidated and a good assessment by the public. Eighteen percent had learned of it through television or radio, 14% through the internet and 13% through magazines. The last question of the survey “Expectations of Visitors of FICA 2010” intended to know what kind of show the public would like to watch in FICA. Most chose Brazilian Pop Music, with 40% of the votes, closely followed by rock (32%).

Si en la evaluación general el FICA fue aprobado con honores, en los aspectos específicos su desempeño también fue indiscutible, por no decir sorprendente. Eso porque 88% de los entrevistados afirmaron que el festival superó sus expectativas. Otro dado que surge de la pesquisa se refiere a la percepción de las personas sobre que es el evento. La mayoría, 84%, tiene plena conciencia de que se trata de un festival de temática audiovisual y ambiental. De este total, 55% creen que se trata de un evento cinematográfico, al tiempo que 39% lo consideran un evento volcado al medio ambiente. Eso significa que la gran mayoría de los que visitan el FICA sabe lo que va a encontrar – cine y medio ambiente –, lo que valoriza aun más la sorpresa positiva de los 88% de los visitantes. Cuestionados sobre si recomendarían el FICA a alguien, 96% de los entrevistados respondieron afirmativamente. La pesquisa preguntó también a los entrevistados como habían sabido del FICA. Más de la mitad (52%) respondió que fue por medio de parientes y amigos – lo que refuerza el carácter de evento consolidado y con buena evaluación del público. Dieciocho por ciento se enteraron por medio de la televisión o de la radio, 14% por internet y 13% supieron por intermedio de revistas. La última pregunta de este rubro, denominado “Expectativa del Visitante del Fica 2010”, quiso saber del público que tipo de show le gustaría ver en el FICA. La mayor parte eligió Música Popular Brasileña, con 40% de los votos, seguida de cerca por rock (32%).

Espaço democrático e plural Plural and democratic space Espacio democrático y plural Embora diversos festivais culturais carreguem consigo o estigma de serem caros, elitistas e, muitas vezes, inacessíveis à grande maioria da população, o FICA já provou ser uma exceção à regra. Inteiramente gratuito, ele não promove divisões de nenhuma espécie entre participantes e visitantes – todos os eventos são abertos a quem quer que seja – e a Cidade de Goiás torna-se uma verdadeira babel, abrigando gente de todos os lugares, classes sociais, raças, credos, gostos e idades. FICA 33


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Conforme a pesquisa, 23% dos participantes têm renda média mensal entre R$ 501 e R$ 1.000. Somente 12% do total de entrevistados possuem rendimento entre R$ 4.001 e R$ 7 mil e 3% ganham acima disso. Vinte e dois por cento dos visitantes ganham de R$ 1.001 a R$ 2 mil; 21% obtêm ganhos de R$ 2 mil a R$ 4 mil, e 20% recebem menos de R$ 500 mensais. Outra prova da diversidade do FICA está na ocupação dos visitantes. A maior parte deles é composta por estudantes (26%), seguida por funcionários públicos, que representaram 22% dos entrevistados; empresários ou comerciantes (14%), e os trabalhadores da iniciativa privada (13%) – mesmo porcentual dos profissionais liberais. O público do FICA é jovem. A maioria dos entrevistados tinha de 22 a 40 anos (55%),

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23% se situavam na faixa etária de 15 a 21 anos, 18% entre os 41 e 60 anos de idade e apenas 3% tinham mais de 60. No que diz respeito à escolaridade, o equilíbrio também é evidente. Entrevistados com curso superior incompleto representaram 30% do total de pesquisados; 27% tinham ensino médio e 25% tinham curso superior completo. Treze por cento tinham pós-graduação. A presença de homens e mulheres no evento também é equilibrada, numa proporção de praticamente 50% a 50%. Fechando o quesito “Perfil do Visitante”, a pesquisa revelou, ainda, que do público que foi a Goiás para assistir ao festival, 40,57% eram provenientes do próprio Estado. De outros Estados brasileiros, o total pesquisado foi de 11,57%; do Distrito Federal, 6,67%, e de outros países, 1,57%.


Although several cultural festivals can carry the stigma of being expensive, elitist and often inaccessible to the vast majority of the population, FICA has proven to be an exception to the rule. Entirely free, it does not promote any kind of divisions among participants and visitors – all events are open to anyone – and the city of Goiás becomes crazy talk, sheltering people from all places, social classes, races, religions, ages and tastes. According to the survey, 23% of participants have an average monthly income between R$ 501 and R$ 1,000. Just 12% of the total respondents have an income between R$ 4,001 and R$ 7,000 and 3% earn more than that. Twenty-two percent of visitors earnings range from R$ 1,001 to R$ 2,000; 21% have earnings ranging from R$ 2,000 to R$ 4,000 and 20% earn less than R$ 500 per month. Further evidence of the diversity of FICA is in visitor’s occupation. Most of them are students (26%), followed by civil servants, who represented 22% of respondents, company owners (14%), and workers (13%) – the same percentage as self-employed professionals. FICA’s audience is young. Most respondents were between 22 and 40 years old (55%), 23% were between 15 and 21 years old, 18% between 41 and 60 years of age and only 3% were over 60. With regard to education, the balance is also evident. Undergraduates represented 30% of the total surveyed, 27% had completed high school and 25% had completed university education. Thirteen percent were made up by graduates. The presence of men and women at the event is also balanced by a ratio of almost 50% to 50%. To the last query, “Visitor Profile,” the survey also revealed that the public who visited the festival, 40.57% came from the State of Goiás. From other Brazilian States the total was 11.57%, from the Federal District, 6.67%, and from other countries 1.57%.

Aunque diversos festivales culturales carguen el estigma de ser caros, elitistas y, 99muchas veces, inaccesibles a la gran mayoría de la población, el FICA probó que es una excepción a la regla. Completamente gratuito, no promueve divisiones de ninguna clase entre participantes y visitantes – todos los eventos son abiertos a quien quiera que sea – y la ciudad de Goiás se vuelve una verdadera Babel, abrigando gente de todos los lugares, clases sociales, razas, credos, gustos y edades. Según la pesquisa, 23% de los participantes tienen una renta media mensual entre R$ 501 y R$ 1.000. Solamente 12% del total de entrevistados poseen un rendimiento de entre R$ 4.001 y R$ 7 mil y 3% ganan por encima de eso. Veintidós por ciento de los visitantes ganan de R$ 1.001 a R$ 2 mil; 21% obtienen ganancias de R$ 2 mil a R$ 4 mil, y 20% reciben menos de R$ 500 mensuales. Otra prueba de la diversidad del FICA está en la actividad de los visitantes. La mayor parte de ellos está compuesta por estudiantes (26%), seguida por funcionarios públicos, que representaron 22% de los entrevistados; empresarios o comerciantes (14%), y los trabajadores de la iniciativa privada (13%) – el mismo porcentaje de los profesionales liberales. EL público del FICA es joven. La mayoría de los entrevistados tenía de 22 a 40 años (55%), 23% se situaban en la franja etaria de 15 a 21 años, 18% entre los 41 y 60 años de edad y apenas 3% tenían más de 60. En lo que dice respecto a la escolaridad, el equilibrio también es evidente. Entrevistados con curso superior incompleto representaron El 30% del total de pesquisados; 27% tenían enseñanza media y 25% tenían curso superior completo. Trece por ciento tenían post grado. La presencia de hombres y mujeres en el evento también fue equilibrada, en una proporción de prácticamente 50% y 50%. Cerrando el rubro “Perfil del Visitante”, la pesquisa reveló, aun, que del público que fue a Goiás para concurrir al festival, 40,57% eran provenientes del propio Estado. De otros Estados brasileños, el total fue de 11,57%; del Distrito Federal, 6,67%, y de otros países, 1,57%.

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Cidade em alta City on the up

Ciudad en alta

Além do festival, os pesquisados avaliaram a Cidade de Goiás. E os resultados são favoráveis à antiga capital do Estado. Dos sete itens analisados, Goiás foi aprovada com índices que variam entre 53% e 88% de satisfação em seis deles. A exceção foi o item “preços”, onde a opinião de que estes eram apenas “regulares” prevaleceu (37%), contra 36% que responderam “ótimos” ou “bons”. A hospitalidade do vila-boense foi destaque, com 88% de respostas “ótima” e “boa” (32% e 56%, respectivamente). Também chama a atenção a avaliação geral da cidade. Oitenta e três por cento consideraram Goiás uma cidade

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ótima ou boa, de maneira geral. Outro ponto bem avaliado foi a limpeza do município, considerada satisfatória para 75% dos entrevistados, que se dividiram entre as opiniões “ótima” e “boa”, com porcentuais de 29% e 46%. A culinária de Goiás também passou no teste. Um total de 72% dos pesquisados declarou ter comido bem, dando 28% de respostas “ótimo” e 44% “bom” para este quesito. Por último, a hospedagem. Neste item, 66% dos entrevistados gostaram do que encontraram, já que 17% declaram serem ótimas as condições de hospedagem na cidade, enquanto 49% as consideraram boas.


Besides the festival, the respondents rated the city of Goiás, and the results are favorable to the former capital of the State. Of the seven items tested, Goiás was approved with rates ranging between 53% and 88% satisfaction in six of them. The exception was the item “prices”, the view that they were just “regular” (37%) prevailed, and 36% responded “excellent” or “good.” The hospitality of Vila Boa inhabitants was highlighted, with 88% of responses “excellent” or “good” (32% and 56% respectively). Also striking is the general assessment of the city. Eighty-three percent considered Goiás a good or excellent city in general. Another point which was positively rated was the cleanliness of the city, considered satisfactory for 75% of respondents, whose opinions were divided between “excellent” and “good”, with percentages of 29% and 46%. The cuisine of Goiás also passed the test. A total of 72% of respondents claimed to have eaten well, 28% of responses rated it as “excellent” and 44% as “good” for this question. Finally, the hosting. In this item, 66% of respondents liked what they found, since 17% say that the conditions of accommodation in the city were excellent, while 49% considered them good.

Además del festival, los pesquisados evaluaron la ciudad de Goiás. Y los resultados son favorables a la antigua capital del Estado. De los siete ítems analizados, Goiás fue aprobada con índices que varían entre 53% y 88% de satisfacción en seis de ellos. La excepción fue el ítem “precios”, donde la opinión de que estos eran apenas “regulares” prevaleció (37%), contra 36% que respondieron “óptimos” o “buenos”. La hospitalidad del vilaboense fue destacada, con 88% de respuestas “óptima” y “buena” (32% y 56%, respectivamente). También llama la atención la evaluación general de la ciudad. Ochenta y tres por ciento consideraron Goiás una ciudad óptima o buena, de manera general. Otro punto bien evaluado fue la limpieza del municipio, considerada satisfactoria para 75% de los entrevistados, que se dividieron entre las opiniones “óptima” y “buena”, con porcentajes de 29% y 46%. La culinaria de Goiás también pasó en la prueba. Un total de 72% de los pesquisados declaró haber comido bien, dando 28% de respuestas “óptimo” y 44% “bueno” para este rubro. Por último, el hospedaje. En este ítem, a 66% de los entrevistados les gustó lo que encontraron, ya que 17% declaran ser óptimas las condiciones de hospedaje en la ciudad, mientras que 49% las consideraron buenas.

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Sucesso digital Digital success

Éxito digital

Ao lado da pesquisa, os números que envolvem o novo site do FICA, lançado em abril, também reforçam o grande alcance do evento. Durante os meses de maio de junho, foram registradas mais de 25 mil visitas ao endereço eletrônico, feitas por mais de 16 mil usuários distintos, provenientes de 65 países. O pico de acessos ocorreu no dia da abertura do festival (8 de junho), com mais de 1,5 mil visitas ao endereço eletrônico e 6.580 visualizações de página. Ao longo dos últimos 60 dias, as visualizações chegaram a mais de 120 mil, com uma média de 4,75 páginas lidas por visita. De Guam a Djibouti, um minúsculo país espremido entre a Etiópia, a Eritreia e a 38 FICA

Somália, em plena África Oriental, o FICA mostrou-se forte, envolvente e cheio de atividades. Apareceu para o mundo com uma atitude madura, ao exibir filmes de extrema importância, mas que não integram o circuito comercial dos cinemas, e propor discussões polêmicas, como o aquecimento global e seus efeitos. Sugeriu discussões locais, ao debater a Bacia Hidrográfica do Rio Vermelho, tão importante para o festival e para a própria cidade, e permitiu ao público e aos cineastas a rica oportunidade da troca de ideias. É a prova de que o festival não pertence mais a Goiás nem ao Brasil. Ele agora é do mundo.


Alongside the survey, the figures for the new FICA site, launched in April, also reinforced the broad scope of the event. During the months of May and June, there were over 25,000 visits to the email address, made by more than 16,000 different users coming from 65 countries. The peak of hits occurred on the opening day of the festival (June 8), with over 1,500 visits to the email address. Over the past 60 days, the number of impressions to the pages of the magazine surpassed 120,000, with an average of 4.75 pages read per visit. From Guam to Djibouti, a tiny country squeezed between Ethiopia, Eritrea and Somalia, in Eastern Africa, FICA proved to be strong, engaging and full of activities. It was born with a mature attitude by displaying movies of extreme importance, but which were out of the commercial film distribution, and proposing controversial discussions, such as global warming and its effects. It suggested local debates by discussing the Basin of Vermelho River, so important for the festival and the city itself, and allowed the public and filmmakers a rich opportunity to exchange ideas. It proves the festival no longer belongs neither to Goiás nor to Brazil. It now belongs to the world.

Al lado de la pesquisa, los números que envuelven el nuevo site del FICA, lanzado en abril, también refuerzan el gran alcance del evento. Durante los meses de mayo y junio, fueron registradas más de 25 mil visitas a la dirección electrónica, hechas por más de 16 mil usuarios distintos, provenientes de 65 países. El pico de entradas ocurrió el día de la apertura del festival (8 de junio), con más de 1,5 mil visitas. A lo largo de los últimos 60 días, el número de páginas vistas de la revista pasó la cifra de 120 mil, con una media de 4,75 páginas leídas por visita. De Guam a Djibouti, un minúsculo país apretado entre Etiopía, Eritrea y Somalia, en plena África Oriental, el FICA se mostró fuerte, envolvente y lleno de actividades. Apareció al mundo con una actitud madura, al exhibir películas de extrema importancia, pero que no integran el circuito comercial de los cines, y al proponer discusiones polémicas, como el calentamiento global y sus efectos. Sugirió discusiones locales, al debatir la Cuenca Hidrográfica del Río Vermelho, tan importante para el festival y para la propia ciudad, y le permitió al público y a los cineastas la rica oportunidad del intercambio de ideas. Es la prueba de que el festival no pertenece más a Goiás ni al Brasil. Ahora es del mundo. calles todos los Jueves Santos en busca de Jesús. En las túnicas predominan los colores rojo, azul, amarillo, naranja y blanco y las capuchas cónicas y puntiagudas refuerzan el origen europeo de la costumbre. Los farricocos cargan antorchas, que son luces para iluminar el camino que los llevará hasta el Cristo que ellos persiguen, al sonido de tambores y canto coral en latín, lo que da a la Procesión del Fogaréu y a la simbología de la ceremonia un toque más de misterio y de fascinación.

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em tempo real FICA in real time

FICA en tiempo real

The festival website made it possible to thousands of internet users to follow the event schedule. Check out the countries and Brazilian cities which accessed more often the official page

Site del festival posibilitó a miles de internautas acompañar la programación del evento. Vea los países y ciudades brasileñas que más visitaron la direcciónelectrónica

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Países com mais acessos Countries with more hits

França F

Países con más visitas

93 150 Estados Unidos

78

Canadá

Portugal

52

Espanha

76

Argentina

24.135 Brasil B il

40 FICA


25 mil acessos 25 000 hits

25 mil visitas

65 países 65 countries

65 países

16 mil usuários 16 000 users

16 mil usuarios

Cidades brasileiras com mais acessos Brazilian towns with more hits

Ciudades brasileñas con más visitas

17.181

1.930

1.222

619

518

Goiânia

Brasília

S. Paulo

R. de Janeiro

B. Horizonte

457

210

161

132

105

Fortaleza

Cuiabá

Uberlândia

Salvador

Recife Infográfico: Alessandro Carrijo

72 Croácia

67 Taiwan

78 China

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Artigo Article Artículo

O FICA e o cinema ambiental:

da ingenuidade à poesia FICA and the environmental cinema: from naivete to poetry El FICA y el cine ambiental: de la ingenuidad a la poesia

Pedro Novaes É diretor e roteirista de cinema, televisão e publicidade. Dirigiu cinco documentários e dois curtas de ficção. É sócio da Sertão Feelmes, produtora audiovisual em Goiânia. Pedro Novaes is a director and screenwriter, television and advertising scriptwriter. He directed five documentaries and two short fiction films. He is a partner of the Sertão Feelmes, an audiovisual producer in Goiânia. Pedro Novaes es director y guionista de cine, televisión y publicidad. Dirigió cinco documentales y dos cortos de ficción. Es socio de Sertão Filmes, productora audiovisual en Goiânia.

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A melhor notícia deste XII FICA é a de um bem-vindo aumento na diversidade de abordagens cinematográficas em relação à questão ambiental. A mostra competitiva desta edição do festival se afastou de um certo monotematismo pretérito em torno do binômio catástrofe–denúncia, exibindo uma maior variedade de olhares, com vários filmes trazendo abordagens poéticas e de cunho mais positivo e propositivo. A perspectiva da denúncia, bastante comum em documentários ambientais, suscita uma série de questões éticas e de linguagem. O risco, neste tipo de abordagem, de uma visão simplificadora e maniqueísta, quando não abertamente melodramática, é muito grande. Boa parte dos filmes deste tipo empobrece, ao invés de enriquecer o debate sobre a relação entre ser humano e natureza. Ao simplificar a realidade, muitos desses filmes empurram o espectador para uma posição de vitimização e alheamento em relação aos problemas ecológicos e à realidade de forma mais ampla, como se não tivéssemos nós, os bons, nada a ver com a degradação do meio ambiente. Como cinema, são, em geral, filmes pobres em termos de linguagem; como documentários, questionáveis do ponto de vista ético. Dois exemplos, a meu ver, de problemáticos filmes de denúncia nesta seleção do XII FICA foram Bananas!*,


The best piece of news of the 12th FICA is a welcome increase in the different film approaches as far as the environmental issues are concerned. The competitive screening in this festival edition moved away from some past monothematism around the binomial catastrophe–accusations, displaying a wider range of perspectives, with several films showing poetic approaches of a more positive and purposeful character.

La mejor noticia de este XII FICA es la de un bienvenido aumento en la diversidad de abordajes cinematográficos en relación a la cuestión ambiental. La muestra competitiva de esta edición del festival se apartó de un cierto monotematismo pretérito alrededor del binomio catástrofe/ denuncia, exhibiendo una mayor variedad de miradas, con varias películas trayendo abordajes poéticos y de cuño más positivo y propositivo.

The accusation perspective quite common in environmental films, raises a number of ethical and language issues. In this kind of approach, the risk of a simplistic and Manichean vision, if not overtly melodramatic, is very high. Much of this type of films impoverishes rather than enriching and increasing the complexity of the debate on relationship between humans and nature.

La perspectiva de la denuncia, bastante común en documentales ambientales, suscita una serie de cuestiones éticas y de lenguaje. El riesgo, en este tipo de abordaje, de una visión simplificadora y maniqueísta, cuando no abiertamente melodramática, es muy grande. Buena parte de las películas de este tipo empobrece, al revés de enriquecer el debate sobre la relación entre ser humano y natureza.

By simplifying reality, many of these films push the viewer into a position of victimization and alienation for ecological problems and for reality more broadly, as if we, the good ones, were by no means accountable for environmental degradation. In general, as cinema these movies have poor language; as documentaries they are ethically questionable. In my view, two examples of problematic accusation films in this 12th FICA selection were Bananas!*, by the Swede Fredrik Gertten, which won the award of the popular jury, and the Dutch A Blooming Business, by Ton van Zantvoort. The first portrays the trial of lawsuits brought by Nicaraguan rural workers in the United States against the multinational giant Dole Foods, because of its alleged contamination and health problems resulting from the indiscriminate use of pesticides in banana plantations. The second exposes the precarious working conditions and environmental impacts of growing flowers by European multinationals in Kenya. Bananas!* is a pawn documentary featuring the classical court film layout and is assumed as such. In its reductive Manichaeism it depicts a battle of David against Goliath, pitting the poor peasants victimized by a heartless multinational. Even though peasants are indeed poor and the issue actually involves actors with disproportionate power, the picture is certainly broader and reducing it results questionable in the case of a documentary. And the government of Nicaragua? Why are the institutions of that country incapable

Al simplificar la realidad, muchas de esas películas empujan al espectador a una posición de victimización y enajenación en relación a los problemas ecológicos y a la realidad de forma más amplia, como se no tuviésemos nosotros, los buenos, nada que ver con la degradación del medio ambiente. Como cine son, en general, películas pobres en términos de lenguaje; como documentales, cuestionables del punto de vista ético. Dos ejemplos, según mi parecer, de problemáticas películas de denuncia en esta selección del XII FICA fueron Bananas!*, del sueco Fredrik Gertten, que obtuvo el premio del jurado popular, y Un negocio floreciente, del holandés Ton van Zantvoort. El primero retrata el juzgamiento de acciones judiciales movidas en los Estados Unidos por trabajadores rurales nicaragüenses contra la gigante multinacional Dole Foods, en función de su supuesta contaminación y problemas de salud surgidos del uso indiscriminado de pesticidas en plantaciones de banana. El segundo denuncia las precarias condiciones de trabajo e impactos ambientales del cultivo de flores por multinacionales europeas en Kenia. Bananas!* es un documental seguidor del clásico formato de películas de tribunal y se asume como tal. En su maniqueísmo reduccionista retrata una lucha de David contra Goliat, oponiendo los pobres campesinos victimizados a una multinacional sin corazón. Y no es que los campesinos no sean pobres y que la cuestión no envuelva de hecho

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Artigo Article Artículo

do sueco Fredrik Gertten, que levou o prêmio do júri popular, e Um negócio florescente, do holandês Ton van Zantvoort. O primeiro retrata o julgamento de ações judiciais movidas nos Estados Unidos por trabalhadores rurais nicaraguenses contra a gigante multinacional Dole Foods, em função de sua suposta contaminação e problemas de saúde decorrentes do uso indiscriminado de pesticidas em plantações de banana. O segundo denuncia as precárias condições de trabalho e impactos ambientais do cultivo de flores por multinacionais europeias no Quênia. Bananas!* é um documentário caudatário do clássico formato de filmes de tribunal e se assume como tal. Em seu maniqueísmo reducionista retrata uma luta de Davi contra Golias, opondo os pobres camponeses vitimizados a uma multinacional sem coração. E não que os camponeses não sejam pobres e que a questão não envolva de fato atores com poder desproporcional, mas o quadro é certamente mais amplo e a redução resulta questionável, em se tratando de um documentário. E o governo da Nicarágua? Por que as instituições daquele país não conseguem assegurar os direitos dos bananeiros? E nós, consumidores, que compramos bananas baratas independentemente daquilo que seu

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processo produtivo envolve? A questão é bem mais complexa que esse embate reducionista em que nós, espectadores, alheios a tudo o mais, inclusive à nossa responsabilidade individual como consumidores, nos alinhamos com os trabalhadores rurais contra os maus capitalistas. Ademais, de forma surpreendente, o filme é concluído com letreiros nos informando que as vitórias dos bananeiros na corte californiana foram revertidas e que a Dole processa hoje o advogado dos camponeses por fraude na produção de evidências. Para mim, o filme termina com sensação de desconforto e questões não respondidas. Um negócio florescente, por sua vez, apesar de apresentar um eficiente uso de entrevistas e personagens, também traça um quadro em que as lacunas acabam maiores do que a tese que se tenta sustentar. Mais uma vez, é certo que há problemas e abusos da parte das empresas, mas muitas coisas essenciais ficam por explicar, inclusive o fato de que alguns dos personagens perderam seus empregos após as filmagens. Teria sido por causa do filme? E quem são essas multinacionais? Mais uma vez, onde nos situamos nós, consumidores? Alinhados com os miseráveis protagonistas do filme, podemos permanecer confortavelmente alheios a nosso lugar nessa estranha cadeia de eventos engendrada pelo capitalismo global, que une um inocente buquê de


of ensuring the rights of the banana workers? And what about us, consumers who buy cheap bananas regardless of what their production process involves? The question is rather more complex than this reductionist struggle in which we, spectators, oblivious to everything else, including our individual responsibility as consumers, join rural workers against evil capitalists. Moreover, surprisingly, the film concludes with texts informing us that the victories of the banana workers in the California court were reversed and that Dole is actually filing a lawsuit against the peasants’ lawyer for fraud in the production of evidence. For me, the film ends with a feeling of discomfort and unanswered questions. A Blooming Business, in turn, despite an efficient use of interviews and characters, also paints a picture in which the gaps turn out to be larger than the thesis it tries to sustain. Again, it is true that there are problems and abuses from companies, however many essential issues are left unexplained, including the fact that some of the characters have lost their jobs after the shooting. Was it the movie? And who are those multinationals? Again, where are we, the consumers? By standing up for the miserable protagonists of the film, we can remain comfortably oblivious to our place in this strange chain of events engendered by global capitalism that links an innocent bouquet of flowers on Valentine’s Day in Amsterdam to the scarcity of fish in a Kenyan lake. Interestingly, the grand prize winner, the Chinese Heavy Metal, by Jin Huaqing, can also be considered an accusation film, though its narrative structure places it in a field opposite to the latter examples. The film portrays the daily lives of Chinese workers dedicated to dismantling electronic scraps, following various characters and their families, who live a life of extreme poverty. Silently, by means of short and harsh texts, we are informed of the number of workers involved in this task and the quantities of waste recycled. Through a severe and moving staging, we follow the characters’ everyday life and listen to their dilemmas. Gradually, a broad and appalling social and environmental panorama of China raises as background. At the proscenium, everyday life, melancholy and generational conflicts. In one of the families, the father, deep in debt after paying for his two sons’ wedding, finds himself working on

actores con poder desproporcionado, pero el cuadro es verdaderamente más amplio y la reducción resulta cuestionable se tratándose de un documental. ¿Y el gobierno de Nicaragua? ¿Por que las instituciones de ese país no se preocupan de asegurar los derechos de los bananeros? ¿Y nosotros, los consumidores, que compramos bananas baratas independientemente de aquello que su proceso productivo envuelve? La cuestión es bastante más compleja que ese embate reduccionista en que nosotros, espectadores, ajenos a todo lo demás, inclusive a nuestra responsabilidad individual como consumidores, nos aliamos a los trabajadores rurales contra los malos capitalistas. Además, de forma sorprendente, la película concluye con letreros informándonos que las victorias de los bananeros en la corte californiana fueron revertidas y que la Dole procesa hoy al abogado de los campesinos por fraude en la producción de evidencias. Para mí, la película termina con sensación de desagrado y cuestiones no respondidas. Un negocio floreciente, a su vez, a pesar de un eficiente uso de entrevistas y personajes, también traza un cuadro en que las lagunas acaban siendo mayores que la tesis que se trata de sustentar. Una vez más, es cierto que hay problemas y abusos de parte das empresas, pero muchas cosas esenciales quedan sin explicar, inclusive el hecho de que algunos de los personajes perdieron sus empleos después de las filmaciones. ¿Habrá sido por causa de la película? ¿Y quienes son esas multinacionales? Una vez más, ¿donde nos situamos nosotros, consumidores? Unidos a los miserables protagonistas de la película, podemos permanecer confortablemente ajenos a nuestro lugar en esa extraña cadena de eventos engendrada por el capitalismo global que une un inocente bouquet de flores en un día de enamorados en Ámsterdam a la escasez de peces en un lago keniano. Curiosamente, el vencedor del gran premio, el chino Metal pesado, de Huaqing Jin, también puede ser considerada una película de denuncia, pero su estructura narrativa lo coloca en un terreno opuesto al de esos ejemplos anteriores. La película retrata lo cotidiano de trabajadores chinos dedicados al desmantelamiento de chatarra electrónica, siguiendo varios personajes y sus familias, que llevan una vida de pobreza extrema. Sin locuciones, en letreros cortos y secos, somos informados del

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flores num dia de namorados em Amsterdã à escassez de peixes num lago queniano. Curiosamente, o vencedor do grande prêmio, o chinês Metal pesado, de Huaqing Jin, também pode ser considerado um filme de denúncia, mas sua estrutura narrativa o coloca num terreno oposto ao desses dois exemplos. O filme retrata o cotidiano de trabalhadores chineses dedicados ao desmantelamento de sucata eletrônica, seguindo vários personagens e suas famílias, que levam uma vida de pobreza extrema. Sem locuções, em letreiros curtos e secos, somos informados do número de trabalhadores envolvidos nesta tarefa e das quantidades de lixo reciclado. Por meio de uma encenação, ao mesmo tempo severa e comovente, acompanhamos o cotidiano e ouvimos os dilemas dos personagens. Um amplo e estarrecedor panorama social e ambiental da China se compõe aos poucos como pano de fundo. No proscênio, cotidiano, melancolia e conflitos geracionais. Numa das famílias, o pai se dedica ao trabalho com sucata em função das dívidas contraídas para custear o casamento de dois filhos. Na outra, uma mãe se angustia diante de suas obrigações tradicionais quando o filho começa um namoro e anuncia que se casará. Ao invés de afirmações, perguntas e

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Terá mudado o FICA a produção de filmes ambientais ou, de forma mais ampla, nossa maneira de enxergarmos a questão ambiental? dúvidas. No lugar de apontar, dar a ver um quadro amplo. Tempos mortos, silêncios e banalidades intensificam o incômodo do espectador e os pontos de interrogação, enquanto a China toda pulsa por trás do filme. Ao final, saímos perplexos e gratos por sermos tratados como seres inteligentes. Ao invés das lacunas de um Bananas!* e de um Negócio florescente, em Metal pesado puxa-se um fio e nos deparamos com todo um país. Terá mudado o FICA a produção de filmes ambientais ou, de forma mais ampla, nossa maneira de enxergarmos a questão ambiental? Talvez os três. Consolidado como festival, o FICA hoje atrai cineastas de alto quilate. De outro lado, a maior complexidade da questão ambiental, quem sabe, parece torná-la tema interessante também para esses bons realizadores. Por fim, deve ter mudado naturalmente nossa visão de um problema que carece, quiçá mais que todos, de um olhar menos simplório e ingênuo.


“Has FICA changed the film production environment or, more broadly, our way of seeing the environmental issue?” “¿Habrá cambiado el FICA la producción de películas ambientales o, de forma más amplia, nuestra manera de ver la cuestión ambiental?”

a scrap. In another one, a mother anguishes before her traditional obligations when her son announces he is getting married. Instead of statements, questions and doubts. Instead of pointing, a broad picture is shown. Dead moments, silence and common places intensify the discomfort of the viewer and his interrogations, while whole China beats behind the film. In the end, we leave feeling bewildered and grateful for being treated as intelligent beings. Instead of the shortcomings of Bananas!* and A Blooming Business, in Heavy Metal a string is pulled up and we come across an entire country. Has Fica changed the film production environment or, more broadly, our way of seeing the environmental issue? Maybe the three. Consolidated as a festival, today FICA attracts high-caliber filmmakers. On the other hand, the increasing complexity of environmental issues seems to make it an interesting topic for those good directors as well. Finally, it might have naturally changed our vision of a problem that needs, perhaps more than all the others, a look less simplistic and naive.

número de trabajadores envueltos en esta tarea y de las cantidades de basura reciclada. Por medio de una escenificación, al mismo tiempo severa y conmovedora, acompañamos el día a día y oímos los dilemas de los personajes. Un amplio y aterrorizador panorama social y ambiental de la China se compone de a pocos como plano de fondo. En el palco, cotidiano, melancolía y conflictos generacionales. En una de las familias, el padre se dedica al trabajo con chatarra en función de las deudas contraídas para costear el casamiento de dos hijos. En la otra, una madre se angustia frente a sus obligaciones tradicionales cuando el hijo comienza un noviazgo y anuncia que se casará. Al contrario de afirmaciones, preguntas y dudas. En lugar de señalar, muestra un cuadro amplio. Tiempos muertos, silencios y banalidades intensifican la incomodidad del espectador y los signos de interrogación, mientras China toda late por detrás de la película. Al final, salimos perplejos y agradecidos por haber sido tratados como seres inteligentes. Al revés de las lagunas de un Bananas!* y de un Negocio floreciente, en Metal pesado se tira de un hilo y nos deparamos con todo un país. ¿Habrá cambiado el FICA la producción de películas ambientales o, de forma más amplia, nuestra manera de ver la cuestión ambiental? Tal vez los tres. Consolidado como festival, el FICA hoy atrae cineastas de alto quilate. Por otro lado, la complejización de la cuestión ambiental, quien sabe, parece volverla tema interesante también para esos buenos realizadores. Por fin, debe haber cambiado naturalmente nuestra visión de un problema que carece, quizás más que todos, de una mirada menos simple e ingenua.

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O palco de Ant么nio Poteiro The stage of Ant么nio Poteiro

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El palco de Ant么nio Poteiro


Artista plástico goiano falecido em junho deixa lacuna no mundo cultural e um acervo que ensina o afeto e um modo sereno de viver Texto: Miguel Jorge Fotos: Rui Faquini

Artist who died in June leaves a gap in the cultural world and a collection that teaches affection and a peaceful way of living Artista plástico goiano fallecido en junio deja vacío en el mundo cultural y un acervo que enseña el afecto y un modo sereno de vivir

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Nenhuma criação artística se compara ou se iguala a outra. É um momento único, individual, próprio de cada artista. Aí, neste particular, entram os gestos, as histórias, a ascensão, a luz, as paisagens, as vivências, tudo isso moldado por uma linguagem original numa espécie de adequação à personalidade do pintor. No caso de Antônio Poteiro, acrescento ainda o poder da liberdade, mesmo quando tudo é colocado em xeque: a vida, o universo, as religiões, o folclore, as histórias de infância, a natureza, as guerras, a sociedade, as pequenas bagatelas do cotidiano, sem excessos, numa surpreendente riqueza criativa. O mundo era o palco de Antônio Poteiro, onde o artista inseria seus personagens, por vezes rudes, por vezes infantis, místicos, mas sempre harmonizados por uma intensidade de luz e de cores como definição do afeto que ele nutria pelo Planalto Central. Aí o temos em sua plenitude criativa. Os sentimentos

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de amor por sua arte o fizeram rodar o mundo e, dentro de sua simplicidade quase infantil, ministrou aulas de conhecimento com o barro, as telas, as tintas, os sertões, as paisagens, uma sabedoria que chamo de quase ancestral vinculada ao traço notável dos tempos modernos. Paixão carregada de sutilezas, ou o encantamento pelas coisas simples da vida: cirandas, rodas, crianças, circos, palhaços, como se ele se orientasse pelo pensamento de um mágico. Que não se pense em lógica ou matemática. Conta-se, isto sim é verdadeiro, com a emoção à flor da pele. O arquiteto cênico e o pintor-escultor-desenhista-retratistaaquarelista-gravurista, contador de histórias a buscar sempre diferentes propostas e caminhos com riqueza e intensidade de detalhes. Havia algo de espiritual em seu modo de existir, de ver as coisas, o mundo, as pessoas. Chamá-lo de iluminado


talvez seja pouco ou incipiente. Quando alguém perguntar “quem é Antônio Poteiro?”, será inevitável dizer: um belo artista plástico. Ou mais que isso: um artista dotado de uma filosofia pessoal, um místico de fábula, um homem que pintava quadros e, ao fazê-lo, descrevia a origem do mundo e as orientações sobre as quais se desenvolveu a humanidade. Em suas últimas séries notamos uma recorrência de temática. Diferentes modalidades do que já existia em sua obra, como se fossem desdobramentos em um mesmo espaço. Ou uma recorrência ao agrado de seus olhos, trabalho feito com maior intensidade, gerado sempre no prazer de pintar: Mundo I, II, e III, Cirandas, Cavalhadas, Ciranda de Estrelas, Cristo Maracujá, Flores. Um desdobramento de diálogos com as séries anteriores, onde as figuras, em planos diversos, produzem efeitos reflexivos à moda de espelhos. São obras que discutem amplamente a natureza,

após oferecer as possibilidades de novas variações de formas, volume e cores. Uma arte dominante, a que se apresenta aos nossos olhos, com percepção aguçada dos valores culturais merece ser preservada como um conjunto de ideias vivas de um pintor do nosso tempo. Para isso seria notável a criação do Museu Antônio Poteiro, reconhecidamente necessário à memória de nossas artes plásticas, antes que o belo acervo deixado por ele se perca no tempo. Fica aqui registrado o primeiro grito de alerta para a preservação do nome de um artista que não teve outra preocupação na vida a não ser ensinar, através de suas telas, o afeto e um modo sereno de viver.

Miguel Jorge é poeta, escritor, dramaturgo, ocupa a cadeira número 8 da Academia Goiana de Letras e integra os quadros da Associação Brasileira de Críticos de Arte e da Associação Internacional de Críticos de Arte

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No artistic creation compares or equates to another. It is a unique and individual moment, inherent to each artist. There, particularly, take part the gestures, the stories, the rise, the light, the landscapes, the experiences, all framed by an original language into a kind of fit with the personality of the painter. In the case of Antônio Poteiro I still add the power of freedom, even when everything is put in check: life, the universe, religions, folklore, stories of childhood, nature, war, society, small trifles of everyday life, without excesses, in a surprising creative wealth. The world was a stage for Antônio Poteiro, where the artist introduced his characters sometimes crude, sometimes infantile, mystic, but always harmonized by a light and color intensity as a definition of the affection he had for Brazilian Central Plateau. There we find him in his creative fullness. The feelings of love for his art made him turn the world and within its simplicity, almost childlike, he taught knowledge with the clay, canvas, paints, sertões, landscapes, a wisdom that I call almost ancestral linked to the remarkable feature of modern times. Passion filled with deceit or enchantment by the simple things in life: cirandas (children’s round dance), danças de roda (circle dance), children, circus, clowns, as if he was guided by the thought of a magician. One must not think in logic or math. One relies on the skin deep emotion, this much is true. The architect and scenic designer, painter-sculptor-draftsmanportrayer-watercolorist-printmaker, storyteller ever to seek different proposals and ways with richness and detail. There was something spiritual in his way of being, of

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seeing the world, people. Calling him enlightened, may be little or incipient. When someone asks “Who is Antônio Poteiro?” inevitably one would say: a plastic artist, or more than that: a gifted artist with a personal philosophy, a fable mystic, a man who paints pictures and, in doing so, describes the origin of the world and the guidelines on which humanity has evolved. In his latest series, we have noticed a recurrent theme. Different modalities of what already existed in his work, like developments in the same space. Or a recurrence to the delight of his eyes, a work done with greater intensity, always created by the pleasure of painting: Mundo I, II, and III, Cirandas, Cavalhadas, Ciranda de Estrelas, Cristo Maracujá, Flores. A development of conversation with the previous series, where figures in different planes produce reflective effects like mirrors. Broadly discussing nature after offering the potential for additional variations of shapes, size and color. It is time we quickly think about establishing the Antônio Poteiro Museum, recognizably necessary to the memory of the fine arts, before the beautiful collection left by him is lost in time. Herewith, the first cry of alert for the preservation of the name of an artist who had no other concern in life but to teach, through his paintings, the affection and a serene way of living.

*Miguel Jorge is a poet, writer, playwriter, who holds chair number 8 of the Academia Goiana de Letras. He is member of Associação Brasileira de Críticos de Arte and of Associação Internacional de Críticos de Arte.


Ninguna creación artística se compara o se iguala a otra. Es un momento único, individual, propio de cada artista. Ahí, en este particular, entran los gestos, las historias, la ascensión, la luz, los paisajes, las vivencias, todo eso moldeado por un lenguaje original en una especie de adecuación a la personalidad del pintor. En el caso de Antônio Poteiro agrego aún el poder de la libertad, aún cuando todo es colocado en jaque: la vida, el universo, las religiones, el folklore, las historias de infancia, la naturaleza, las guerras, la sociedad, las pequeñas cosas de lo cotidiano, sin excesos, en una sorprendente riqueza creativa. El mundo era el escenario de Antônio Poteiro, donde el artista insertaba sus personajes, a veces rudos, a veces infantiles, místicos, pero siempre armonizados por una intensidad de luz y de colores como definición del afecto que él nutría por el Planalto Central de Brasil. Ahí lo tenemos en su plenitud creativa. Los sentimientos de amor por su arte lo hicieron rodar por el mundo y, dentro de su simplicidad, casi infantil, dio clases de conocimiento con el barro, las telas, las pinturas, los sertões, los paisajes, una sabiduría que llamo de casi ancestral vinculada al trazo notable de los tiempos modernos. Pasión cargada de sutilezas, o el encantamiento por las cosas simples de la vida: rondas, ruedas, niños, circos, payasos, como si él se orientase por el pensamiento de un mago. Que no se piense en lógica o matemática. Se cuenta, esto sí es verdadero, con la emoción a flor de piel. El arquitecto escénico y el pintor-escultor-dibujanteretratista-acuarelista-grabador, contador de historias buscando siempre diferentes propuestas y caminos con riqueza e intensidad de detalles. Había algo de espiritual en su modo de existir, de ver las cosas, el mundo, las personas. Llamarlo de

iluminado tal vez sea poco o incipiente. Cuando alguien pregunta “¿quién es Antônio Poteiro?”, sería inevitable decir: un bello artista plástico; o más que eso: un artista dotado de una filosofía personal, un místico de fábula, un hombre que pinta cuadros y, al hacerlo, describe el origen del mundo y las orientaciones sobre las cuales se desarrolló la humanidad. En sus últimas series notamos una recurrencia de temática. Diferentes modalidades de lo que ya existía en su obra, como si fuesen desdoblamientos en un mismo espacio. O una recurrencia al agrado de sus ojos, trabajo hecho con mayor intensidad, generadas siempre en el placer de pintar: Mundo I, II, y III, Cirandas, Cavalhadas, Ciranda de Estrelas, Cristo Maracujá, Flores. Un desdoblamiento de diálogos con las series anteriores donde las figuras, en planos diversos, producen efectos reflexivos como si fueran espejos. Discutir ampliamente la naturaleza después de ofrecer las posibilidades de nuevas variaciones de formas, volumen y colores. Esperemos que nuestros gobiernos y empresarios piensen en instituir rápidamente el Museo Antônio Poteiro, reconocidamente necesario para la memoria de nuestras artes plásticas, antes de que el bello acervo dejado por él se pierda en el tiempo. Queda aquí registrado el primer grito de alerta para la preservación del nombre de un artista que no tuvo otra preocupación en la vida que no fuera la de enseñar, a través de sus telas, el afecto y un modo sereno de vivir.

*Miguel Jorge es poeta, escritor, dramaturgo, ocupa la silla número 8 de la Academia Goiana de Letras e integra los cuadros de la Asociación Brasileña de Críticos de Arte y de la Asociación Internacional de Críticos de Arte.

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Mosaico Mosaico Mosaic Fabrícia Hamu

Arte que vem do lixo

Mauro Júnio

Art from the trash Arte que viene de la basura Exposição informou sobre substâncias tóxicas que compõem os equipamentos eletrônicos Exhibition informed about toxic substances that make up the electronic equipment Exposición informó sobre sustancias tóxicas que componen los equipamientos electrónicos

Monitores, micro-ondas, celulares, baterias e computadores transformados em peças de arte fizeram parte da exposição E-Lixo, montada na Cidade de Goiás. A exposição teve o intuito de alertar a população e os participantes do XII FICA para o destino do lixo tecnológico. O artista plástico e professor da Escola de Artes Visuais da Agepel, Alexandre Liah quis mostrar que, apesar dos avanços, a tecnologia, se não tratada de forma consciente, aumenta, e muito, a poluição do planeta. A exposição informou ainda sobre substâncias tóxicas que compõem os equipamentos eletrônicos, como os metais prata, ouro e cobre, acrílico e elementos químicos. A natureza leva centenas de anos para decompor este lixo e enquanto isto o subsolo vai sendo contaminado pela radioatividade que carregam. “Basta uma pilha para contaminar um metro quadrado de solo. Imagine o que acontece, então, com o material que não recebe tratamento adequado?”, lembra Liah.

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Monitors, microwaves, cell phones, batteries and computers turned into pieces of art were part of the E-Junk exhibition put on in the city of Goiás. The exhibition intended to alert the population and the participants of the 12th FICA for the disposal of technological waste. The artist and professor at the School of Fine Arts of Agepel, Alexander Liah wanted to show that despite the advances, the technology, if not treated consciously increases, and much, the pollution of the planet. The exhibition also informed about toxic substances that make up electronic equipments, such as metals and other chemical elements. Nature takes hundreds of years to decompose this waste while the underground is contaminated by radioactivity they contain. “Just a battery is enough to infect one square meter of soil. Imagine what happens then with the stuff that is not properly disposed of?”, recalls Liah. Monitores, microondas, celulares, baterías y computadores transformados en piezas de arte hicieron parte de la exposición E-Lixo, montada en la ciudad de Goiás. La exposición tuvo el propósito de alertar a la población y los participantes del XII FICA sobre el destino de la basura tecnológica. El artista plástico y profesor de la Escuela de Artes Visuales de la Agepel, Alexandre Liah, quiso mostrar que, a pesar de los avances, la tecnología, si no es tratada de forma conciente, aumenta, y mucho, la contaminación del planeta. La exposición informó aun sobre sustancias tóxicas que componen los equipamientos electrónicos, como los metales y elementos químicos. La naturaleza lleva centenas de años para descomponer esta basura y mientras tanto el subsuelo va siendo contaminado por la radioactividad que cargan. “Es suficiente una pila para contaminar un metro cuadrado de suelo. Imagine lo que sucede, entonces, con el material que no recibe tratamiento adecuado”, recuerda Liah.


Anjos dos dejetos Garbage angels Angeles de los deyectos Cadeiras, guarda-chuvas, latas de conserva e até mesmo um violão buscam um lugar ao sol O curta Les anges déchets (Os anjos dos dejetos), do diretor Pierre Trudeau (Canadá, 2008), conquistou o público e crítica do FICA. A obra recebeu a Menção Honrosa do júri por sua forma gráfica e inusitada aproximação ao problema do lixo. A história emociona pela delicadeza das formas e também pelos personagens. Cadeiras, guarda-chuvas, latas de conserva e até mesmo um violão buscam um lugar ao sol, em meio a um enorme depósito de lixo. Uma boa maneira de refletirmos sobre a questão da geração de resíduos e da destinação dada a eles.

Chairs, umbrellas, cans and even a guitar looking for a place in the sun Sillas, paraguas, latas de conserva y hasta una guitarra buscan un lugar al sol The short film Les anges déchets (Garbage Angels ), from the director Pierre Trudeau (Canada, 2008), captivated the audiences and critics of FICA. The work received the Honorable Mention of the jury for its graphic design and unusual approach to the problem of garbage. The story is touching by the delicacy of the forms and also by the characters. Chairs, umbrellas, cans and even a guitar looking for a place in the sun, amid a huge garbage dump. A good way to think about the issue of waste we produce and the way of disposing of it.

El corto Les anges déchets (Los ángeles de los deyectos), del director Pierre Trudeau (Canadá, 2008), conquistó al público y crítica del FICA. La obra recibió la Mención Honrosa del jurado por su forma gráfica e inusitada aproximación al problema de la basura. La historia emociona por la delicadeza de las formas y también por los personajes. Sillas, paraguas, latas de conserva y hasta una guitarra buscan un lugar al sol, en medio de un enorme depósito de basura. Una buena manera de reflexionar sobre la cuestión de la generación de residuos y el destino que les damos.

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Mosaico Mosaico Mosaico

Made in Goiás Made in Goiás Made in Goiás

Artifacts of clay were very successful, especially the vessel

Artefatos de barro fizeram grande sucesso, com destaque para os vasos

Artefactos de barro tuvieron gran éxito, destacándose los floreros

O artesanato produzido pelos artistas da Cidade de Goiás encantou os visitantes do FICA. As pinturas, esculturas, panelas e outras peças com motivos ambientais (animais, matas, rios, cachoeiras), arquitetônicos (o casario da cidade) e religiosos (as igrejas) fizeram com que muitos participantes de outros Estados e países voltassem de sacolas cheias para casa. Os artefatos de barro fizeram grande sucesso, com destaque para os vasos e, principalmente, as telhas usadas para servir o famoso peixe na telha, uma das mais apreciadas receitas da culinária goiana.

The crafts produced by the artists of the City of Goiás enchanted FICA’s visitors. The paintings, sculptures, pots and other items with environmental motifs (animals, forests, rivers, waterfalls), architectural (the houses of the city) and religious (churches) have caused many participants from other States and countries to return home with full bags. The artifacts of clay were very successful, especially the vessels, and above all the roof tiles used to serve the famous fish in the tile, one of the most popular recipes on Goias

Las artesanías producidas por los artistas de la ciudad de Goiás encantaron a los visitantes del FICA. Las pinturas, esculturas, ollas y otras piezas con motivos ambientales (animales, selvas, ríos, cascadas), arquitectónicos (el caserío de la ciudad) y religiosos (las iglesias) hicieron que muchos participantes de otros Estados y países volviesen llenos de paquetes a su casa. Los artefactos de barro tuvieron gran éxito, destacándose los floreros y, principalmente, las tejas usadas para servir el famoso pescado en la teja, una de las más apreciadas recetas de la culinaria de Goiás. Mauro Júnio

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Marrom forever

Silvio Quirino

Marrom forever Marrón forever Em seu show, Alcione encantou o público com energia e disposição de sobra On her show, Alcione enchanted the audience with energy and enthusiasm to spare En su show, Alcione encantó al público con energía y disposición de sobra

Alcione mostrou no XII FICA por que é considerada uma das maiores intérpretes de samba do Brasil. Em seu show durante o evento, encantou o público com energia e disposição de sobra, apresentando grandes sucessos como Não deixe o samba morrer, Sufoco, Gostoso veneno, Rio antigo, Nem morta e Garoto maroto. Entusiasmada, a plateia cantou e dançou, respondendo com a alegria aos chamados da eterna Marrom, apelido que Alcione ostenta com orgulho há anos. Segundo a cantora, o show foi especial e enriquece ainda mais sua sólida carreira, de quase quatro décadas de música.

Alcione showed in the 12th FICA why she is considered one of the greatest interpreters of samba of Brazil. On her show during the event, she enchanted the audience with energy and enthusiasm to spare, singing big hits such as Não deixe o samba morrer, Sufoco, Gostoso veneno, Rio antigo, Nem morta e Garoto maroto With enthusiasm, the audience sang and danced, reacting joyfully to the encouragements of the eternal Marrom, a nickname Alcione has proudly been using for years. According to the singer, the show was special and further enriched her solid career of nearly four decades of music. Alcione mostró en el XII FICA por que es considerada una de las mayores intérpretes de samba del Brasil. En su show durante el evento, encantó al público con energía y disposición de sobra, presentando grandes éxitos como Não deixe o samba morrer, Sufoco, Gostoso veneno, Rio antigo, Nem morta y Garoto maroto. Entusiasmada, la platea canto y bailó, respondiendo con alegría al llamado de la eterna Marrón, apodo que Alcione ostenta con orgullo hace años. Según la cantante, el show fue especial y enriquece aun más su sólida carrera, de casi cuatro décadas de música.

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Circuito Circuit Circuito Bruno Hermano

Festivais de cinema ambiental Agosto 2010

Environmental film festivals - August 2010 Festivales de cine ambiental - Agosto 2010

Inkafest – Festival de Cinema de Montanha Quando: 17 a 22 de agosto Onde: Huaraz, Peru Edição: 6ª Site: www.inkafest.com O festival: É promovido pela Associação Montanha e Cultura e tem o objetivo de aproximar a comunidade esportiva da população local da região do Parque Nacional de Huascarán. Além da mostra cinematográfica, são realizadas exposições e atividades de esporte de aventura. A região apresenta geografia espetacular para a prática de esportes de aventura, como escaladas extremas. O festival também visa destacar a importância da ecologia, meio ambiente, preservação das montanhas e natureza.

Topanga Film Festival Quando: 19 a 22 de agosto Onde: Topanga, Califórnia Edição: 6ª Site: www.topangafilmfestival.com O festival: Realizado no Topanga Canyon, entre as montanhas de Santa Mônica, é dedicado à exibição de filmes independentes e experimentais. Apesar de não ser um festival específico de cinema ambiental, nesta edição contará com uma mostra paralela chamada Plano B, com projetos cinematográficos focados em soluções para os desafios ambientais do planeta. 68 FICA

The festival: It is sponsored by the Associação Montanha e Cultura and aims to bring the sports community of the local region of the Huascaran National Park. Apart from film shows, exhibitions and activities are held for adventure sport. The region has a spectacular geography to practice adventure sports such as extreme climbs. The festival also aims to highlight the importance of ecology, environment, preservation of the mountains and nature.

El festival: Es promovido por la Asociación Montaña y Cultura y tiene el objetivo de aproximar la comunidad deportiva a la población local de la región del Parque Nacional de Huascarán. Además de la muestra cinematográfica, son realizadas exposiciones y actividades de deporte de aventura. La región presenta una geografía espectacular para la práctica de deportes de aventura, como escaladas extremas. El festival también busca destacar la importancia de la ecología, medio ambiente, preservación de las montañas y naturaleza.

The festival: Held in Topanga Canyon, which lies between the mountains of Santa Monica, is dedicated to showing independent and experimental films. Although it is not a specific environmental film festival, this edition will feature a parallel exhibition called Plan B, which will present only film projects focused on solutions to the planet’s environmental challenges. El festival: Realizado en el Topanga Canyon, que está entre las montañas de Santa Mónica, está dedicado a la exhibición de películas independientes y experimentales. A pesar de no ser un festival específico de cine ambiental, en esta edición contará con una muestra paralela llamada Plano B, que presentará solamente proyectos cinematográficos enfocados en soluciones para los desafíos ambientales del planeta.


Cine Eco – Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental da Serra da Estrela Inscrições: até 31 de agosto Quando: 16 a 23 de outubro Onde: Seia, Serra da Estrela, Portugal Edição: 16ª Site: www.cineeco.org O festival: É aberto a concorrentes nacionais e estrangeiros, profissionais e amadores. O objetivo é valorizar a ecologia e a cultura, bem como promover o turismo na Serra da Estrela e a preservação do meio ambiente. Serão aceitas obras que tenham como tema o meio ambiente. Atenção especial será reservada ao audiovisual (cinema e vídeo) da Lusofonia, produzido em países de língua portuguesa, através da instituição de um prêmio especial.

The festival: It is open to domestic and foreign competitors, professionals and amateurs. The goal is to enhance ecology and culture as well as to promote tourism in the Serra da Estrela and the preservation of the environment. Works whose theme is the environment will be accepted. Special attention will be given to the audiovisual works (film and video) from Lusofonia, produced in Portuguese-speaking countries through the establishment of a special prize. El festival: Está abierto a participantes nacionales y extranjeros, profesionales y aficionados. El objetivo es valorizar la ecología y la cultura, así como promover el turismo en la Serra da Estrela y la preservación del medio ambiente. Serán aceptadas obras que tengan como tema el medio ambiente. Atención especial será reservada al audiovisual (cine y video) de Lusofonía, producido en países de lengua portuguesa, a través de la institución de un premio especial.

Kathmandu International Mountain Film Festival (KIMFF) Inscrições: até 15 de agosto Quando: 9 a 13 de dezembro Onde: Katmandu, Nepal Edição: 8ª Site: www.kimff.org O festival: Explora as diversas formas de relação entre o homem e as montanhas. Realizado na cidade de Katmandu, considerada o coração cosmopolita da região do Himalaia, o festival visa promover uma melhor compreensão das experiências humanas, bem como das realidades sociais e culturais nas terras altas do mundo. Cerca de 40 filmes serão selecionados para o KIMFF 2010. Cineastas do Nepal terão a oportunidade de participar do Nepal Panorama, uma mostra separada com o objetivo de promover filmes nepali em todos os gêneros. The festival: Explores the various forms of relationship between man and the mountains. Held in the city of Kathmandu, considered the cosmopolitan heart of the Himalayan region, the festival aims to promote a better understanding of human experiences, as well as social and cultural realities in the highlands of the world. About 40 films will be selected for KIMFF 2010. Filmmakers of Nepal will have the opportunity to participate in Nepal Panorama, a separate show with the aim of promoting Nepali movies in all genres. El festival: Explora las diversas formas de relación entre el hombre y las montañas. Realizado en la ciudad de Katmandu, considerada el corazón cosmopolita de la región del Himalaya, el festival busca promover una mejor comprensión de las experiencias humanas, así como de las realidades sociales y culturales en las tierras altas del mundo. Cerca de 40 películas serán seleccionadas para KIMFF 2010. Cineastas del Nepal tendrán la oportunidad de participar del Nepal Panorama, una muestra separada con el objetivo de promover películas nepalesas en todos los géneros. FICA 69


Circuito Circuit Circuito

Não perca o prazo de inscrição Don’t miss the registration deadline No pierda el plazo de inscripción Banff Mountain Film Festival Inscrições: até 3 de agosto Onde: Banff, Canadá Quando: 30 de outubro a 7 de novembro Edição: 32ª Site: www.banffcentre.ca/ mountainculture O festival: Com 31 anos de tradição, é considerado o maior e um dos mais prestigiados festivais de cinema de montanha do mundo. O Banff Mountain Film Festival é apresentado pela National Geographic e Bootmakers Dunham. Exibe filmes de todo o mundo e em suas últimas edições teve público superior a 170 mil pessoas. O evento conta com participação de adeptos de esportes de montanha. Os filmes selecionados terão a oportunidade de ser apresentados na série de televisão Banff Mountain Film Festival.

The festival: With 31 years of tradition, is considered one of the largest and most prestigious mountain film festivals in the world. Banff is presented by National Geographic and Bootmakers Dunham. It displays movies from around the world and in its latest editions reached an audience exceeding 170 000 people. The event is attended by mountaineers and mountain sports enthusiasts. Films selected will have the opportunity to be shown on the television series Banff Mountain Film Festival. El festival: Con 31 años de tradición, es considerado el mayor y uno de los más prestigiosos festivales de cine de montaña del mundo. Banff es presentado por la National Geographic y Bootmakers Dunham. Exhibe películas de todo el mundo y en sus últimas ediciones tuvo un público superior a 170 mil personas. El evento cuenta con la participación de adeptos a los deportes de montaña. Las películas seleccionadas tendrán la oportunidad de ser presentadas en la serie de televisión Banff Mountain Film Festival.

Green Vision – Festival Internacional de Cinema Ambiental Inscrições: até 1º de agosto Quando: 23 a 27 de novembro Onde: São Petersburgo, Rússia Edição: 15ª Site: www.infoeco.ru/greenvision O festival: É organizado anualmente pelo Comitê de Proteção Ambiental e Segurança Ecológica de São Petersburgo. A história do Green Vision remonta a 1996, quando foi realizado pela primeira vez. O principal objetivo foi levar os melhores filmes ambientais produzidos no mundo para os espectadores russos e estimular a produção local de cinema ambiental. 70 FICA

The festival: It is organized annually by the Committee for Environmental Protection and Ecological Safety of St. Petersburg. The history of the Green Vision dates back to 1996 when it was first held. The main objective was to bring the best environmental films produced in the world to Russian viewers and stimulate the local production of environmental film. El festival: Es organizado anualmente por el Comité de Protección Ambiental y Seguridad Ecológica de San Petersburgo. La historia del Green Vision remonta a 1996, cuando fue realizado por primera vez. El principal objetivo fue llevar las mejores películas ambientales producidas en el mundo a los espectadores rusos y estimular la producción local de cine ambiental.


FICA na rede FICA on the net FICA en la red

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Opinions on line Opiniónes en la red

Participe da REVISTA DO FICA conferindo o site (www.fica.art.br) ou seguindo o perfil do festival no Twitter (twitter.com/XII_FICA). Envie também suas opiniões, sugestões e dúvidas para o e-mail revistadofica@fica.art.br. Confira abaixo algumas avaliações dos leitores sobre o primeiro número da REVISTA DO FICA:

Join FICA MAGAZINE by checking the site (www. fica.art.br) or following the festival profile on Twitter (twitter.com / XII_FICA). Send your opinions, suggestions and questions to the revistadofica@ fica.art.br. Here are some reviews from readers on the second edition of the magazine:

Participei do FICA pela primeira vez Par e volto para casa encantada com o evento, a revista e a Cidade de de Goiás. Parabéns a todos. dos. Sheena White – Vancouver, Canadá

Recebi ece ebi a terceira edição da REVISTA DO FICA junto com o material do festival e logo corri atrás dos exemplares anteriores. É linda e muito rica em inf informação. Patrícia cia Sale Sales – Goiânia, Brasil

Cheguei g perdida a Goiás e o guia da revista evista me ajudou a descobrir as belezas e particularidades da antiga capital. Obrigada à equipe! p Tânia César – Correntina rrentin (BA), Brasil

O ttalento le dos artistas goianos merece aplausos. Como estudante de Artes ap plau Visuais, estou positivamente surpreso com a riqueza da seção Panorama. ama. Carlos Coimbra – São Paulo, ulo Bra Brasil

Participe de la REVISTA DEL FICA visitando el site (www.fica.art.br) o siguiendo el perfil del festival en el Twitter (twitter.com/XII_FICA). Envíe también sus opiniones, sugestiones y dudas al e-mail revistadofica@fica.art.br. Vea a seguir algunas evaluaciones de los lectores sobre el segundo número de la revista: “I participated in FICA for the first time and I come home delighted with the event, the magazine and the city of Goiás. Congratulations to all.” Sheena White – Vancouver, Canada “I got the third edition of FICA Magazine along with material from the festival and then I immediately started chasing the two previous editions. It’s beautiful and very rich in information.” Patrícia Sales – Goiânia, Brazil I was lost when I arrived to Goiás and the magazine guide helped me discover the beauties and particularities of the former capital. Thanks to the team!” Tânia César – Correntina (BA), Brazil “The talent of the artists from Goiás deserves applause. As a student of Fine Arts myself, I am positively surprised with the richness of Panorama section.” Carlos Coimbra – São Paulo, Brazil “Participé del FICA por primera vez y vuelvo a casa encantada con el evento, la revista y la ciudad de Goiás. Felicitaciones a todos.” Sheena White – Vancouver, Canadá

“Recibí la tercera edición de la Revista del FICA con el material del festival y enseguida fui atrás de los dos ejemplares anteriores. Es linda y muy rica en información.” Patrícia Sales – Goiania, Brasil “Llegué perdida a Goiás y la guía de la revista me ayudó a descubrir las bellezas y particularidades de la antigua capital. ¡Gracias al equipo!” Tânia César – Correntina (BA), Brasil

“El talento de los artistas de Goiás merece aplausos. Como estudiante de Artes Visuales, estoy positivamente sorprendido con la riqueza de la sección Panorama.” Carlos Coimbra – San Pablo, Brasil

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História de sucesso | A story of success || Historia de un éxito

O festival contribui para o fomento da produção de cinema ambiental, movimenta o meio cultural, estimula o turismo e gera emprego e renda na Cidade de Goiás

| The festival contributes towards promoting environmental film-making, enlivens the cultural milieu, stimulates tourism and generates employment and income in the town of Goiás.

|| El Festival contribuye a fomentar la producción de cine ambiental, moviliza el medio cultural, estimula el turismo y genera empleo e ingresos en la Ciudade de Goiás

O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) é um dos mais importantes festivais cinematográficos de temática ambiental do mundo. Ele é realizado desde 1999, na Cidade de Goiás, antiga capital do Estado de Goiás (localizado no centro do Brasil), considerada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. Trata-se de um evento cultural amplo, aberto não só ao cinema, mas a diversas apresentações artísticas e que cumpre o relevante papel de discutir a relação do homem com o meio ambiente. Além disso, contribui para o fomento da produção de cinema ambiental, movimenta o meio cultural, estimula o turismo e gera emprego e renda na Cidade de Goiás.

ambiental com a maior premiação da América Latina, distribuindo R$ 240 mil em prêmios. O FICA promove a discussão do desenvolvimento sustentável pelas telas e também por meio de seminários, oficinas, mesas redondas e palestras que acontecem paralelamente à exibição dos filmes. Além da exibição da mostra competitiva, que apresenta o que de melhor se produz em cinema e vídeo sobre meio ambiente, o público e os participantes que comparecem à Cidade de Goiás durante o festival ainda são contemplados com uma ampla programação multicultural (shows musicais, espetáculos de dança, teatro, exposição de obras artísticas e lançamentos literários). Além disso, a própria Cidade de Goiás, encravada na Serra Dourada, com seu casario antigo e ruas de paralelepípedo é uma atração cultural incontestável. A mostra e todos os eventos paralelos são gratuitos.

Desenvolvido pela Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), órgão do Governo do Estado de Goiás, o FICA cresce e se consolida a cada edição. Em 2009, foi o festival de cinema 72 FICA


| The International Environmental Film and Video Festival (FICA) is one of the world’s most significant thematic film-making festivals. It has been held since 1999 in the town of Goiás, former capital of the State of Goiás (in Brazil’s Midwest), listed by UNESCO as a World Heritage Site. It is a broad cultural event, open not just to films, but also to various artistic presentations. In addition, it fulfils the very relevant role of discussing the relationship between people and the environment. As well as that, it promotes the production of environmental film-making, enlivens the cultural milieu, stimulates tourism and generates employment and income for the town of Goiás. Set up by the State body called the Pedro Ludovico Teixeira Goiás Agency for Culture (AGEPEL), FICA has grown and become established with each passing edition. In 2009 it was the biggest environmental film festival in Latin America in terms of awards, distributing R$240 thousand reals in prizes. It stimulates discussion on sustainable development through the use of the screen, seminars, round tables and lectures which run parallel to the film screenings. The public and participants who go to the town of Goiás during the festival to attend the screening of the competing films, the very best of what is produced on the environment, can also avail of a broad multicultural program (concerts, dance presentations, theatre, art exhibitions and launching of books). Furthermore, the town of Goiás itself, hidden away at the foot of the Serra Dourada, with its ancient housing and paved stone streets is an undisputed cultural attraction. Entrance to the exhibition and parallel events is free.

||El Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) es uno de los más importantes festivales cinematográficos de temática ambiental del mundo. Éste se realiza desde 1999, en la Ciudade de Goiás, antigua capital del estado de Goiás (ubicado en el centro de Brasil), considerada Patrimonio Histórico de la Humanidad por la UNESCO. Se trata de un evento cultural amplio, abierto no sólo al cine, sino a diversas presentaciones artísticas y cumple el relevante papel de discutir la relación del hombre con el medio ambiente, moviliza el medio cultural, estimula el turismo y genera empleo ingresos en la Ciudad de Goiás. Desarrollado por la Agencia Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (AGEPEL), órgano de gobierno del Estado, el FICA crece y se consolida con cada nueva edición. En 2009 fue el festival de cine ambiental con mayor premiación de América Latina, distribuyendo 240 mil reales en premios. El FICA promueve la discusión del desarrollo sostenible por las pantallas y también mediante seminarios, talleres, mesas redondas y conferencias que tienen lugar paralelamente a la exhibición de los filmes. Además de la muestra competitiva que presenta lo mejor de lo que se produce en cine y vídeo sobre medio ambiente, el público y los participantes que están presentes en la Cidade de Goiás durante el festival incluso son contemplados con una amplia programación multicultural (conciertos, espectáculos de danza, teatro, exposiciones de obras artísticas y lanzamientos literarios). Además de eso, la propia Cidade de Goiás, enclavada en la Serra Dourada, con su casco histórico y sus calles de adoquines, es una atracción cultural incontestable. La muestra y todos los eventos paralelos son gratuitos.

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Youtube Os trailers dos filmes selecionados no XII FICA estão disponíveis no Youtube. Eles foram disponibilizados na rede pela Agepel, promotora do evento. Lá também é possível assistir matérias sobre o festival feitas pelos veículos de imprensa que cobriram o evento. Os vídeos podem ser acessados por meio de um link no site www.fica.art.br. | YouTube The trailers of the selected films in the 12th FICA are available on YouTube. They were made available in the network by Agepel, the event promoter. It is also possible to find there information produced by media outlets that covered the event. The videos can be accessed through a link on the site www.fica.art.br. || Youtube Los avances de las películas seleccionadas en el XII FICA están disponibles en el Youtube. Fueron colocados en la red pela Agepel, promotora del evento. También es posible ver material sobre el festival hecho por los vehículos de prensa que cubrieron el evento. Los videos pueden ser vistos por medio de un link en el site www.fica.art.br.

FICA o ano todo Depois de exibir os filmes premiados em cidades goianas, o FICA Itinerante vai viajar o Brasil atendendo diversas comunidades, entre julho e novembro, com agendamento prévio. As solicitações devem ser enviadas para a Agepel na forma de proposta, com informações sobre data, local, perfil e quantidade de público a ser atingido, monitoria, local de exibição e plano de divulgação. Não há custos pelo empréstimo dos filmes.

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| FICA year-round After showing the awarded films in cities throughout Goiás, Itinerant FICA will travel Brazil serving numerous communities, from July to November, with prior appointment. Applications should be sent to Agepel, with information about date, location, profile and number of expected attendants, exhibition details and an advertisement plan. Films are lent for free. || FICA todo el año Después de exhibir las películas premiadas en ciudades goianas, el FICA Itinerante va a viajar por el Brasil atendiendo a diversas comunidades, entre julio y noviembre, con programación previa. Las solicitudes deben ser enviadas a la Agepel en forma de propuesta, con informaciones sobre fecha, lugar, perfil y cantidad de público a ser alcanzado, monitoreo, lugar de exhibición y plan de divulgación. No hay costos por el préstamo de las películas.


Itinerante A exibição dos filmes premiados no XII FICA começou no dia 23 de julho, no Cine Cultura, em Goiânia. Em agosto, o FICA Itinerante levará as obras para os municípios goianos de Quirinópolis (dias 4 e 5) e Porangatu (de 18 a 20). Em setembro e outubro as exibições serão em Jataí, Itapuranga, Bela Vista de Goiás e Urutaí. | Itinerant The exhibition of the films awarded in the 12th FICA began on July 23 at Cine Cultura, in Goiânia. In August, the program Itinerant FICA will take the works to the cities of Quirinópolis (4th and 5th) and Porangatu (18th to 20th). In September and October the exhibitions will take place in Jataí, Itapuranga, Bela Vista and Urutaí. || Itinerante La exhibición de las películas premiadas en el XII FICA comenzó el día 23 de julio, en el cine Cultura, en Goiania. En agosto, el FICA Itinerante llevará las obras a los municipios goianos de Quirinópolis (días 4 y 5) y Porangatu (de 18 a 20). En setiembre y octubre las exhibiciones serán en Jataí, Itapuranga, Bela Vista de Goiás y Urutaí.

Balanço Nos quatro dias da Mostra Competitiva do FICA, o júri escolheu 10 obras, entre os 28 trabalhos concorrentes, em um universo de 552 filmes, de 67 países inscritos. Cinco produções nacionais, entre elas quatro goianas, e outras quatro estrangeiras, também foram premiadas no FICA.

| Balance During the four days of FICA Competitive Screening, the jury chose 10 works, among the 28 submissions in a universe of 552 movies from 67 countries enrolled. FICA awarded five Brazilian productions, among which four were from Goiás, and four from abroad. || Balance En los cuatro días de la Muestra Competitiva del FICA, el jurado eligió 10 obras, entre los 28 trabajos participantes, en un universo de 552 películas, de 67 países inscriptos. Cinco producciones nacionales, entre ellas cuatro goianas, y otras cuatro extranjeras, también fueron premiadas en el FICA.

Download Alguns dos filmes exibidos no XII FICA também já podem ser encontrados para download. Um deles é The cove, que está disponível em diversos sites. O filme, que ganhou Oscar de melhor documentário em 2009, mostra a pesca predatória de golfinhos em uma enseada próxima a Taijii, no Japão. | Download Some of the films screened at the 12th FICA can already be found for download. One is The cove, which is available at various sites. The film, which won the Oscar for best documentary in 2009, shows overfishing of dolphins in a cove near Taijii, Japan. || Download Algunas de las películas exhibidos en el XII FICA también pueden ser encontradas para download. Uno de ellos es The cove, que está disponible en diversos sites. La película, que ganó el Oscar de mejor documental en 2009, muestra la pesca depredadora de delfines en una ensenada próxima a Taijii, en el Japón.

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Script Mostra ABD A 8ª Mostra ABD/GO (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragista – seção Goiás) realizada paralelamente ao XII FICA, premiou oito obras. A mostra é voltada para os produtores goianos e nela são exibidos filmes ou vídeos em curta, média e longa metragens; documentários, ficção, animação e experimentais. Confira a lista de premiados: Troféu Janelas de Goiás - Melhor Filme Ela... - Lázaro Ribeiro Troféu Janelas de Goiás - Melhor Diretor Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa Troféu Janelas de Goiás - Melhor Fotografia Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa Troféu Janelas de Goiás - Melhor Montador/Editor A capoeira de mestre Sabu - Luiz Valentin Troféu Janelas de Goiás - Melhor Roteiro O caminho da cachoeira ao nascer do sol: Ponte Affonso Penna - Luiz Botosso e Thiago Veiga Troféu Janelas de Goiás Melhor Trilha Sonora Cores, formas e contrastes de Antônio Poteiro - Rogério Safadi Troféu Janelas de Goiás - Melhor Animação Rupestre - Paulo Miranda Troféu Janelas de Goiás - Melhor Ficção Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa Troféu Janelas de Goiás - Melhor Documentário Graffiti em ruínas e outros muros - João Novaes Prêmio Fifi Cunha - Melhor CurtaMetragem Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa 76 FICA

| ABD Screening The 8th Exhibition of the Brazilian Association of Documentary and Short Film, Goiás section (ABDGO), held parallel to 12th FICA, awarded eight works. The exhibition screens productions from Goiás: short, medium and feature films or videos; documentaries, drama, animation and experimental films. Check out the list of the winners: Janelas de Goiás Trophy – Best Picture Ela… – Lázaro Ribeiro Janelas de Goiás Trophy – Best Director Marimbondo amarelo – Amarildo Pessoa Janelas de Goiás Trophy – Best Photography Marimbondo amarelo – Amarildo Pessoa Janelas de Goiás Trophy – Best Editor A capoeira de mestre Sabu – Luiz Valentin Janelas de Goiás Trophy – Best Screenplay O caminho da cachoeira ao nascer do sol: Ponte Affonso Penna – Luiz Botosso and Thiago Veiga Janelas de Goiás Trophy – Best Soundtrack Cores, formas e contrastes by Antônio Poteiro – Rogério Safadi Janelas de Goiás Trophy – Best Animation Rupestre – Paulo Miranda Janelas de Goiás Trophy – Best Fiction Marimbondo amarelo – Amarildo Pessoa Janelas de Goiás Trophy – Best Documentary Graffiti em ruínas e outros muros – João Novaes Fifi Cunha Award – Best Short Film Marimbondo amarelo – Amarildo Pessoa

|| Muestra ABD La 8ª Muestra de la Asociación Brasileña de Documentalistas y Cortometrajistas, sección Goiás (ABD-GO), realizada paralelamente al XII FICA, premió ocho obras. La muestra exhibe producciones de Goiás, películas o videos en corto, medio y largo metrajes; documentales, ficción, animación y experimentales. Vea la lista de premiados: Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Película Ella... – Lázaro Ribeiro Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Director Avispas amarillas – Amarildo Pessoa Trofeo Janelas de Goiás -–Mejor Fotografía Avispas amarillas – Amarildo Pessoa Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Montador/Editor La capoeira de mestre Sabú – Luiz Valentin Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Guión El camiño de la cascada al nacer del sol: Puente Affonso Penna – Luiz Botosso y Thiago Veiga Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Banda Sonora Colores, formas y contrastes de Antônio Poteiro – Rogério Safadi Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Animación Rupestre – Paulo Miranda Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Ficción Avispas amarillas – Amarildo Pessoa Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Documental Graffiti en ruínas y otros muros – João Novaes Prêmio Fifi Cunha – Mejor Cortometraje Avispas amarillas – Amarildo Pessoa


Traço Trace Rastro

Sandro Tôrres é graduado em Direito e Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás e sócio-idealizador do Espaço Cultural Arte Plena | Sandro Tôrres is a graduate in Law and Fine Arts by Federal University of Goiás and conceiver of Espaço Cultural Arte Plena.

|| Sandro Torres es graduado en Derecho y Artes Visuales en la Universidad Federal de Goiás y socio idealizador del Espacio Cultural Arte Plena

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SCS - COC - 00785

Impresso em papel elaborado a partir de produto proveniente de florestas bem manejadas e outras fontes controladas. | Printed on paper from ecologically controlled wood and other controlled sources. || Impreso en papel oriundo de madera con manejo ecológico y otras fontes controladas.


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