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# atualidade

de descarga, conectadas por zonas intermédias de transferência de escoamento com fluxos horizontais.

Em toda a extensão destes sistemas podem existir condições favoráveis à ocorrência de infiltração, mas recarga só se verifica nos locais de fluxo descendente e intermédio e quando a distribuição e intensidade de precipitação anual atinge valores e regularidade temporal específicos para cada região, passíveis de serem avaliados pelo balanço hídrico de água no solo ou por outros métodos compatíveis.

Nos locais de fluxo ascendente a infiltração, quando ocorre, acentua a existência e permanência temporal de alagamento, muitas vezes resultando no surgimento de zonas húmidas, charcas ou lagos.

A recarga dos sistemas aquíferos predomina, assim, nas terras altas marginais e a descarga nos vales e leitos das linhas de água, configurando um modelo conceptual de escoamento que, em equilíbrio, pode ser confirmado pela ocorrência de níveis hidrostáticos, em poços e furos, demonstrativos do aumento do potencial hidráulico em profundidade em zonas de descarga e o inverso, decréscimo da carga hidráulica, nos locais de recarga. Nestes locais o nível piezométrico tende a posicionar-se mais profundo em relação à superfície do solo. Enquanto, nas zonas planas, nos vales, junto à foz das linhas de água, onde se manifestam existir descargas de água subterrânea, observáveis nas pequenas oscilações anuais dos níveis hidrostáticos em poços e furos e na reduzida profundidade destes em relação à superfície do solo e no comportamento perene das linhas de água, são, ao contrário do que é comum considerar, zonas de descarga.

Avaliação da recarga

Na bibliografia são descritas ferramentas e técnicas para estimar a recarga de aquíferos, contudo todas são passíveis de erros e como tal não passam de metodologias para aproximação da realidade, porém, têm a virtude de permitirem atribuir ordens de grandeza aos volumes que anualmente alcançam a zona saturada. Todas elas assentam em variáveis que controlam a infiltração com o objetivo de expeditamente e com custo reduzido quantificarem o recurso hídrico renovável a cada ano hidrológico. Podem ser citados métodos para a estimar, relacionando balanço de cloretos, isótopos, subida de níveis piezométricos, modelos numéricos de fluxo subterrâneo ou balanços sequenciais temporais de água no solo.

A complexidade dos sistemas hídricos subterrâneos contribui para esta diversidade de metodologias, sempre suscetíveis a novas propostas. Aspetos da superfície, como inclinação do terreno, litologia, tipo de solo e vegetação têm sido valorizados para a estimação da recarga em detrimento do conhecimento do circuito subterrâneo. Deste procedimento têm sido confundidas áreas de descarga com áreas de recarga, sempre que variáveis deste tipo são introduzidas em sistemas de informação geográfica para produzir mapas de zonas de máxima infiltração.

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