D. I.
No. 2
DITAME INÓCUO PARTE II Outro caminho.
[...] Ao ver o meu livro entre aqueles desconhecidos, senti a necessidade de fazer uma pausa para decidir como agir. Mas, antes que eu pudesse me esconder, o rapaz mais velho percebeu a minha presenรงa.
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“Oi, como vocês se chamam?” Eu poderia ter falado para eles. Mas não o fiz. Não fui capaz... Precisava muito fumar naquele exato instante, e por isto, desisti de qualquer aproximação, caminhei em direção à primeira saída onde era possível ver o mar e subi as escadas o mais rápido que pude. Logo acendi o meu isqueiro ao sol, na parte superior da plataforma.
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Contudo, depois de algum tempo, jĂĄ com um cigarro aceso pela metade, um homem de cabelos castanhos, alto e magro, se aproximou e me falou alguma coisa com um tom interrogativo. Falou-me em uma lĂngua indecifrĂĄvel.
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E mais uma vez ali, não consegui me expressar, nada respondi para aquele senhor, me afastei ignorando-o. Naquele momento eu apenas pensava nos meus objetos espalhados naquela sala. E na situação em que me encontrava. Eu precisava tomar alguma decisão.
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*** ...08-10-2028... Apresentei-me ao setor de recursos humanos da MALTER, e pedi para ficar. Aceitaram meus serviços nesta base, me disseram que posso ficar trabalhando na área de manutenção das máquinas, exercendo a atividade de soldador.
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Ofereceram-me um quarto individual, igual aos que são ocupados pelos outros funcionários da MALTER. O cômodo possui muitos armários e prateleiras. Todos os meus pertences agora estão guardados em um lugar.
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Cadastraram as minhas digitais para acesso ao restaurante, à biblioteca, ao centro de esportes, e para a praça de convivência. Tudo faz parte de um contrato de trabalho full-time, que contempla moradia, alimentação e remuneração.
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Esta plataforma é capaz de produzir sua própria água doce, através de uma fonte de captação da chuva. Cultivaram uma floresta que cobre uma parte do terraço, foi construído até um lago artificial. São toneladas de alimentos, madeira, animais e praticamente todos os tipos de produtos que são fabricados aqui.
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A MALTER Fundou a sua prรณpria cidade, auto-suficiente, habitada e muito bem desenvolvida.
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Que, fixada numa base em alto-mar, possui suas prรณprias leis, moeda e fuso horรกrio.
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*** _ Me conta como você foi contratada Camila? _ Meus pais me indicaram, eles também são funcionários da MALTER. Tive a oportunidade de fazer uma carreira neste lugar, passei por várias etapas, vários setores. E você, Marco. Por que está nesta empresa?
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_ Estava navegando à noite, houve um acidente, as chamas vindas dessa parte da plataforma danificaram o meu barco. A equipe 09 me resgatou, passei algumas semanas me recuperando. Como forma de compensação pelos danos causados, me contrataram para trabalhar aqui na MALTER.
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_ Sou responsável pela manutenção das máquinas da área de prospecção de petróleo. Mergulho com a equipe de solda praticamente todos os dias para os serviços de rotina. Faço um trabalho difícil. [Marco sorri olhando para Camila].
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_ Parabéns pelo seu trabalho Marco. Hoje a MALTER garante o abastecimento de toda energia necessária para esta plataforma. E você faz parte de uma importante equipe. Esta é uma empresa formidável para se trabalhar, formamos um grande time.
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Venha comigo Marco, vou te mostrar o restante do meu setor. Veja tudo o que temos aqui em cima. É uma plantação de heras, cuidado os espinhos, são perigosas estas plantas.
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_ Qual o exato objetivo da MALTER? As casas, os jardins, as crianças. Parece que vocês vão ficar aqui para sempre Camila! Fala-me a verdade. Não são apenas empregos, não é? O que acontece aqui no final? No que vocês acreditam? [...]
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