Revista TOM Delfim Moreira Gafisa

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MAGAZINE

RIO DE JANEIRO BRASIL

RIO DE JANEIRO | ARTE | DESIGN | MODA | GASTRONOMIA | ARQUITETURA | LUXO

O Leblon tem muitos tons. O tom da pele bronzeada.

O tom quando o sol nasce. O tom do mar verde-azulado.

O tom quando o sol se põe atrás do Dois Irmãos num dos sunsets mais bonitos do mundo.

O tom da areia branca.

É a combinação de todas essas cores que dá esse tom especial que só o Leblon tem. O Tom do Leblon é um sol maior que ilumina as ideias, as cabeças, e das pessoas que dão o tom do que acontece no país.

Talvez por isso o Leblon crie tendências, lançando moda, eternizando tradições. Um bairro cheio de história pra contar, pra cantar, pra morar. Um lugar ao sol dos mais valorizados do mundo.

A A RT E D Á O TO M . APENAS 6 UNIDADES APARTAMENTOS E COBERTURA DE 283M 2 A 501M 2 SAIBA MAIS: Todas as imagens e plantas são representações artísticas, meramente ilustrativas, podendo sofrer alteração de cor, formato, textura, posicionamento, metragem e acabamento, conforme o projeto. O porte da vegetação, na entrega do empreendimento, será de acordo com o projeto paisagístico, porém, de plantas e árvores jovens, que se tornarão similares às da imagem na fase adulta. As especificações estão contidas no Memorial Descritivo. Projeto Legal aprovado de acordo com o processo 02/11/000.407/2020, com Memorial de Incorporação já registrado junto ao 2º RGI da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. PREO: Henrique Serrano da Costa Moreira CREA – 201417727-9 . PRPA: Sergio Gattás CAU A1363-3, Elizabeth Vasquez Guedes CAU A7247-8. – Processo de adoção e legalização do canteiro onde a obra de arte será alocada se encontra em trâmite de aprovação junto aos órgãos competentes.
NO ÚLTIMO TERRENO DA DELFIM MOREIRA, UMA OBRA DE ARTE DA GAFISA. AV. DELFIM MOREIRA, 558 • LEBLON Entre João Lira e José Linhares, no quadrilátero mais cobiçado do Leblon.

DELFIM MOREIRA, 558

O Leblon, na zona sul carioca, é um dos bairros mais desejados de 10 entre 10 brasilei ros. Isso todo mundo sabe! O que muita gente não sabe é que no último terreno disponível na Avenida Delfim Moreira, no número 558, há uma espécie de folha em branco, um qua drilátero à espera de se tornar mais um lugar charmoso no bairro mais querido do Rio. Um local à beira-mar de frente para o Oceano Atlântico. Parece um sonho, mas é uma realidade.

A Gafisa planejou para o quadrilátero mais cobiçado do Leblon – entre a João Lira e a José Linhares – um empreendimento como nunca visto no Rio de Janeiro: o Tom Delfim Moreira, um residencial com exclusivas 6 unidades. O último terreno que será o primeiro em tudo. O primeiro com projeto assinado pelo internacional escritório de arquitetura Gensler; e o primeiro empreendimento que também é uma galeria de arte do Rio, com obras de artistas contemporâneos como Iole de Freitas, Ernesto Neto, Vik Muniz e os irmãos Campana.

O primeiro a oferecer uma planta em branco para você criar um projeto exclusivo com seu DNA pessoal. O primeiro em termos de segurança, modernidade e inovação. O Tom Delfim Moreira, o mais novo residencial de altíssimo padrão em um bairro cheio de história pra contar, pra cantar, pra morar. Num lugar ao sol dos mais valorizados do mundo. Uma beleza que a natureza esperou que fosse localizada exatamente ali.

Nas páginas a seguir, preparamos um conteúdo exclusivo que representa o melhor do espí rito carioca, com essa mistura de tons, simplicidade e sofisticação, cordialidade e moda, gente, cultura, design, cidade, arquitetura, arte e praia. Seja bem-vindo ao Tom Delfim Moreira.

Boa leitura!

C0NVIVÊNCIA

Rio e no mundo

LIFESTYLE

42. DESTINO

Três lugares imperdíveis de conhecer pelo mundo pela raridade, arte e natureza

50. GOURMET

O chef Rudy Bovo do Nido, o restaurante queridinho dos gourmets do Leblon

54. RETRATOS

A delicadeza e a fortaleza do trabalho do fotógrafo Daryan Dornelles, que clica personalidades como ninguém

68. ENTREVISTA

A dupla Cecilia Tanure e Camilla Barella, da Viva Projetcs, que entendem tudo de arte e um pouquinho mais

104. ARQUITETURA

A visão precisa do arquiteto Michel Rike, da Zien Arquitetura, parceira da Gensler

108. PAISAGISMO

O paisagismo integrado à natureza planejado pelo escritório Sá e Almeida Paisagismo

110. INTERIORES

A inspiração do designer Erick Figueira de Mello e o expert em decorados virtuais Rodrigo Jorge

7 SUMÁRIO 38
UM BATE-PAPO COM MARA FAINZILIBER E PAULA MERLO QUE CONHECEM O RIO COMO A PALMA DA MÃO 62 MODA O IT DA MODA COM MATERIAIS NOBRES E PROCESSOS ARTESANAIS FEITO POR BETINA DE LUCA E LEO NEVES 72 ENSAIO TODOS OS TONS DO LEBLON PELAS LENTES DO GENIAL FOTÓGRAFO ROGÉRIO FAISSAL 88
O RESIDENCIAL TOM DELFIM MOREIRA, DA GAFISA, QUE VEIO PARA SE INTEGRAR E ENRIQUECER O LEBLON 10. INSTITUCIONAL A volta em grande estilo e as novas expectativas para o Rio de Janeiro da Gafisa 14. RIO Os lugares que os cariocas conhecem como ninguém 20. DESIGN Os mais talentosos e criativos designers cariocas 24. ARTE A obra monumental do artista plástico Raul Mourão 28. PERFIL A incansável Márcia Peltier, que adora se comunicar 32. LUXO Peças que são raras, belas e absolutas no

GAFISA NO RIO

Nascida em berço carioca, no ano de 1954 e com uma trajetória de sucesso na Cidade Maravilhosa, a Gafisa se reposiciona no Rio de Janeiro, com projetos de altíssimo padrão, desenvolvidos com inovação, tecnologia, qualidade, tradição e credibilidade, proporcionando aos clientes uma experiência única. A Nova Gafisa continua construindo a sua história como uma das maiores e mais respeitadas empresas de construção do país, sendo atualmente um dos maiores players do mercado imobiliário.

INSTITUCIONAL

MERCADO IMOBILIÁRIO DO RIO DE JANEIRO

• A cidade do Rio de Janeiro é onde está o metro quadrado mais desejado do Brasil, com Ipanema e Leblon detendo o status de áreas mais caras e procuradas da cidade, mantendo seu valor mesmo durante momentos economicamente instáveis.

• No segundo trimestre de 2020, a busca por imóveis residenciais na cidade cresceu 29% em relação ao mesmo período do 2019.

• Leblon e Ipanema são bairros especialmente adequados para investimentos de ponta.

• Outro fato que torna o litoral carioca atraente do ponto de vista imobiliário é o elevado número de “troféus propriedades”.

• O Leblon tem o metro quadrado mais valioso da América Latina.

INSTITUCIONAL

Com um plano estratégico de negócio também focado no Rio de Janeiro, a Gafisa possui novos empreendimentos com atenção no público premium da cidade. Segundo João Paulo Matos, CEO da Gafisa Rio de Janeiro, “a maior parte dos projetos está localizada na zona sul e Barra da Tijuca. Dentre eles, estão: Cyano Exclusive Residences, na Barra, e Tom Delfim Moreira: um residencial com seis unidades, no último terreno vago na Avenida Delfim Moreira, na praia do Leblon. Ainda para 2021 o lançamento de um condo mínio em Botafogo, na Rua Sorocaba, com três coberturas e 22 apartamentos, e o outro projeto, com dois edifícios, em frente à Lagoa de Marapendi, na Barra”. Somado aos lançamentos e desen volvimento de produtos, a empresa se compromete com iniciativas sociais e práticas ESG, que são altamente importantes para a evo lução, de forma responsável, dos locais onde construímos os nossos empreendimentos e apostamos no desenvolvimento socioeconômi co. Fomentar o desenvolvimento do Rio de Janeiro e pertencer de forma consciente neste ecossistema reflete o quanto a cidade tem um papel especial na trajetória da Gafisa. Por esse motivo, a em presa atua com olhar estratégico para o destino mais desejado da América Latina e reconhece e valoriza a importância da história do Rio de Janeiro, que é também o local de nascimento e principal ins piração do arquiteto Oscar Niemeyer e, claro, da poesia, da música, como a cidade da “Garota de Ipanema”, onde os primeiros acordes da bossa-nova foram ensaiados para, depois, ganhar o mundo.

CURIOSIDADES

A Gafisa é uma empresa carioca com 67 anos de mercado; Temos mais 1.200 empreendimentos entregues;

A Gafisa tem mais de 1,5 milhão de clientes; 1 a cada 130 brasileiros mora em um Gafisa; A quantidade de pessoas morando em um Gafisa encheria 25 estádios de futebol; A soma dos m² construídos pela Gafisa corresponde a aproximadamente 15% de toda a área da cidade de São Francisco, nos Estados Unidos.

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13 Os revestimentos apresentados nas ilustrações artísticas são referenciais e podem apresentar variação dimensional, de cor e de textura.

Ícones naturais e arquitetônicos do Rio

Um passeio pelo Rio revela o que a cidade tem de melhor na natureza e na arquitetura

Fora do lugar-comum dos pontos turísticos da Cidade Maravilhosa – que são belos e, portanto, se transformaram em ícones da cidade – o Rio tem lugares que são tão deslumbrantes quanto seus exemplares mais famosos. Pode ser uma vista demorada no pôr-do-sol no Morro Dois Irmãos; caminhadas descontraídas, como se não quisesse nada, pela Flo resta da Tijuca; entrar no Copacabana Palace e pedir um Dry Martini em sua piscina enquanto olha o movimento; dar uma esticada no Mirante do Leblon para ver o mar mais bonito do Rio de Janeiro; admirar a arquitetu ra modernista do Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio, um mar co da boa arquitetura carioca; fazer uma pausa na Igreja da Calendária para observar todos os detalhes de sua arquitetura barroca. Passeios como esses fazem a gente ganhar o dia. Um deleite!

FLORESTA DA TIJUCA

Localizada no Alto da Boa Vista e considerada uma das maiores florestas urbanas do mundo, a Floresta da Tijuca tem um açude, próximo ao portão de saída, sesndo conhecido conhecido como o Açude Solidão. Foi construído em uma área pantanosa e, após a obra de represamento de um rio, transformou-se em açude. No decorrer do tempo, ganhou projeto de paisagismo de Roberto Burle Marx.

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LAGOA RODRIGO DE FREITAS

Localizada próxima aos bairros do Jardim Botânico, Gávea e Ipanema, a Lagoa Rodrigo de Freitas tem ao seu redor um espaço aberto onde chegam pessoas que amam estar em contato com a natureza, praticar esportes ao ar livre, passear, caminhar e fazer muitas outras atividades ao longo de mais de 8 km de extensão. Na ciclovia, os moradores costumam praticar corrida e caminhada ao redor dela. Mas se for só para passear, descansar ou admirar a paisagem, as famílias podem fazer uma pausa para comer um petisco em um dos quiosques que ficam no local e que servem delícias para todos os gostos.

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COPACABANA PALACE

Que o Copacabana Palace é um epíteto do luxo todo mundo sabe. Mas desfrutar de sua piscina é um sonho. Há duas toalhas de banho para cada hóspede e protetor solar à disposição. O Pérgula é o restaurante que serve os drinks na piscina e também o café da manhã, o almoço e o concorrido brunch de domingo.

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PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA

Localizado no centro da cidade, o Palácio Gustavo Capanema (durante muitas décadas sede do Ministério da Educação e da Saúde Pública) é um ícone da arquitetura brasileira e mundial. O edifício foi projetado por Lúcio Costa, Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcelos, Jorge Moreira e Oscar Niemeyer, em 1937. Uma pérola em pleno centro urbano carioca.

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IGREJA DA CANDELÁRIA

É a primeira igreja do Rio de Janeiro, datada de 1630. Palco tradicional de casamentos da sociedade carioca, sua cúpula foi trazida de Lisboa e é adornada por oito esculturas de mármore. Suas portas são esculpidas em bronze e o seu interior é revestido em mármore branco, rosa, verde e amarelo, de influência italiana.

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Gênios do design

Cada um tem o seu estilo, Guto Índio da Costa; Maneco Quinderé; a dupla Mariana Betting Ferrarezi e Roberto Hercowitz, do estúdio emDöisdesign; e Claudia Moreira Salles. Todos, a cada nova coleção, superam a imaginação, a técnica e até o próprio talento

ORio de Janeiro tem designers comparáveis aos melhores do mun do. Podemos citar vários que utilizam diversos materiais, formas inusitadas, soluções surpreendentes e um jeito todo especial de criar objetos que se tornam ícones e referências no universo do design. Nesta reportagem, destacamos a genialidade de uma parte desses exímios criado res. Guto, pela diversidade de peças; Maneco, por suas luminárias surpreen dentes que fogem do lugar-comum; Mariana Betting e Roberto Hercowitz, pela experimentação de materiais e tecnologias; e Claudia Moreira Salles, por seu trabalho de design autoral e o uso da mão de obra artesanal. Mestres que dispensam apresentações.

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DESIGN

CLAUDIA MOREIRA SALLES

Carioca radicada em São Paulo, Claudia Moreira Salles é uma das mais es treladas designers brasileiras contemporâneas. Sua criação é mais dedicada a projetos autorais, mas não abre mão do uso de mão de obra artesanal para criar peças em madeira. Sintonizada em recuperar técnicas tradicionais de marcenaria, Claudia – ao lado de Etel Carmona – desenhou móveis com linguagem simples e racional, explorando a riqueza das madeiras nativas e as formas de trabalhá-la. Com o tempo, passa a explorar novos materiais, como pedras, cobre e nióbio. Desde 1988, associou-se à arquiteta Liliana Saporiti e criaram a Tandem Design, especializada em design de interiores. @claudiamoreirasalles • @dpotobjeto • @rivaoficial

Comercializadas pela Dpot Objetos, a coleção Átomos desenvolvida por Claudia Moreira Salles é composta por objetos produzidos em aço, com acabamento em titânio, ouro 24K e prata. A coleção marca o início da parceria de Claudia com a empresa Riva.

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Com mais de 40 anos de atuação no mercado de design, filho do arquiteto Luiz Eduardo Índio da Costa e da designer de interiores Ana Maria Índio da Costa, Guto Índio da Costa é uma unanimida de brasileira, seja na arquitetura, no urbanismo, no design ou no transporte. Em seu escritório, o designer mantém um núcleo criativo multidisci plinar formado por designers, arquitetos e urbanis tas apoiados por diversos especialistas. Inovação é a força motriz no desenvolvimento de todos os seus projetos. Uma metodologia que combina di ferentes técnicas, tais como pesquisa etnográfica e workshops, gerando soluções criativas direcio nadas a atender os desejos e as necessidades dos consumidores. “Desde que me formei e entrei no mercado, houve uma longa evolução. Temos coi sas bem-feitas no país, a indústria se tornou com petitiva e hoje temos um grupo atuante e diverso. O design brasileiro tem essa característica de ser bastante diversificado”, conta o designer. @gutoindiodacosta

De Guto Índio da Costa, produzida em jequitibá, a Chaise Longue oferece seis acabamentos com tons de madeira que vão dos mais claros aos mais escuros. A peça é acompanhada por uma almofada de couro em 13 acabamentos

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DESIGN

MANECÓ QUINDERÉ

Maneco Quindere aliou técnica à intuição para criar projetos de luz que desde a década de 1980 domi nam a cena cultural do Brasil. O iluminador assina obras-primas para espetáculos, shows, balés, óperas, desfiles, exposições e parcerias com grandes arquite tos, como Miguel Rio Branco, Dado Castello Branco, Cadas Abranches e Arthur Casas, além de desenhar e produzir luminárias. Cada coleção permite infinitas possibilidades de peso, forma e textura. Maneco conta sua história através da luz, sua maneira mais direta de comunicação com o mundo. Fontes de luz são suas inspirações que vagam entre a natureza e o mundo das artes, numa combinação de minimalismo e brasilida de. Seu trabalho se torna único por transformar o sub jetivo em experimental. “0 que eu quero é me comuni car com o mundo através do meu ofício. Esse é o jeito que tenho de me expressar. Por meio da luz, transmito para as pessoas o que sinto”, reflete o designer.

@maneco_quindere

A luminária Mesa, de Maneco Quinderé, com inúmeros pontos de luz apoiados em pequenos pilares: uma instalação luminosa que marca qualquer ambiente

materiais e tecnologias. Com traçado inspirado na cultura brasileira e em nossas origens, a dupla elabora peças contemporâneas que aliam utilidade e estética. Esse estilo eclético e singular permite que explorem a criatividade e a curiosidade ao criarem um novo pro duto. Os dois acreditam na combinação de diferentes materiais e métodos no processo criativo, e mais: na força de suas ideias para torná-las únicas.

@emdoisdesign

O mais recente lançamento da emDöisdesign é a linha de sofás Paineiras, que tem como proposta principal o conforto e o despojamento. Inspirados no estilo descontraído da vida carioca e nas belezas dessa terra, os sofás tem estrutura macia em seu assento e encosto e apoio de braço com tiras de couro que envolvem a estrutura e formam seu ‘berço’ de apoio.

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Viva Rebel

Oartista plástico Raul Mourão expôs duas escultu ras cinéticas inéditas e uma instalação temporária ao ar livre, na Avenida Delfim Moreira, no nú mero 558, na orla do Leblon (Rio de Janeiro). A intervenção artística, batizada de Viva Rebel, foi apresentada pela Gafisa e realizada entre os dias 21 de janeiro e 21 de março, ocupan do o terreno onde será construído o residencial Tom Delfim Moreira. A mostra teve acesso gratuito e respeitou as regras de distanciamento social, com limite diário de público e exigência de obrigatoriedade do uso de máscaras durante toda a visitação.

As duas esculturas cinéticas de grande escala foram projetadas pelo artista durante a pandemia, em 2020, e são desdobramen tos da série Grades, remetendo às grades usadas para proteção, segurança e isolamento em ruas do Rio de Janeiro, presentes nas fotografias realizadas pelo artista há três décadas. Apesar de cada peça pesar cerca de 1,5 tonelada, a questão central não é o peso

ou a brutalidade, mas sim o equilíbrio, a possibilidade de movi mento e o cuidado. “Basta um pequeno gesto do espectador para que toda essa massa se movimente, permitindo que as linhas da estrutura de aço se cruzem e criem um embaralhamento visual”, explica o artista. É esse engajamento, adesão e possibilidade de resistência, não só no campo da arte, mas também para além dele, que são os motores dessa produção.

Além das esculturas, houve uma instalação de setas em bandeiras hasteadas a seis metros de altura na entrada do terre no que demarcam a ocupação de um território que sinalizaram que algo aconteceu ali. Esses elementos foram resultado de uma série de fotografias que Mourão realizou entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990, presentes até hoje em sua obra e que retratam tapumes brancos com setas vermelhas usa dos pelo poder público para indicar desvios no espaço urbano em virtude de obras.

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O título manifesto, Viva Rebel, é uma exaltação e alerta. A exposição foi uma homenagem e um espaço de solidariedade

Ao longo de três décadas de produção, Raul Mourão vem construindo um corpo de trabalho que sempre se in teressou pelos espaços entre o público e o privado, a rua e o ateliê e os circuitos da cidade e da arte. No projeto Viva Rebel, essa característica se reapresenta. “A mostra ocupou o espaço que estava temporariamente vazio, e o limite do terreno era delimitado pelas empenas de quase 20 metros de altura dos prédios que antes rodeavam a casa, transformando o lugar em uma espécie de beco sem saída à beira-mar”, destaca o artista. Raul Mourão, que é artista multimídia, produtor e diretor de arte. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seu trabalho desde 1991. Sua obra abrange desenhos, gravuras, pinturas, escul turas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances.

A exposição foi apresentada pela Gafisa, uma das maio res construtoras e incorporadoras do Brasil. Para a compa nhia, a iniciativa reflete o seu objetivo de oferecer uma gen tileza urbana por meio da arte. “Neste terreno tão icônico, agregamos uma função social e cultural ao espaço, propor cionando uma experiência enriquecedora, além do con vencional, aos visitantes da orla carioca”, destaca o diretor de Novos Negócios da Gafisa e CEO da Gafisa Proprieda des, Guilherme Pesenti. Com mais de 67 anos de mercado, a Gafisa está presente em 40 cidades e 19 estados de todo o país. Ao longo de sua trajetória, a empresa já entregou mais de 1.200 empreendimentos – que, juntos, formariam uma cidade com 1,5 milhão de habitantes, o que significa que um em cada 130 brasileiros vive em um Gafisa.

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Na página anterior, escultura pendular em forma geométrica, feita em aço, que balança num ritmo controlado pelo próprio peso. Aqui, crianças experimentam a dupla de esculturas de Raul Mourão

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Musa de todas as gerações

Após anos como apresentadora dos mais importantes telejornais e programas de entrevista da TV brasileira, Márcia Peltier vive o melhor do seu momento nas mídias digitais, onde apresenta e fala somente de assuntos e temas que lhe interessam. Nas novas redes, Márcia se encontrou e continua encantando um público fiel

FOTOS: ANDREA MARQUES/FOTONAUTA MAKE -UP E HAIR: TATI, DO STUDIO LAVILAH LOCAÇÃO: Z42 ARTE CADEIRA VERMELHA: OBRA DO ARTISTA JORGE 28 PERFIL

PERFIL

Osonho de Márcia Peltier era o de ser bailarina clás sica, e desde cedo fez aulas de balé, mas o con vívio com sua avó, a poetisa Miná Bulcão Ribas, abriu as portas para a literatura em sua vida. Mais tarde, ao divulgar o seu primeiro livro de poemas “Vida e Sobrevida de Um Poeta”, editado pela Nova Fronteira em 1985, na TV Edu cativa tudo mudou. Márcia foi convidada para trabalhar na te levisão e passou por todas as grandes da época: TVE, TV Man chete, TV Globo, GNT, Band, Record e RedeTV!. Em sua trajetória no universo televisivo, criou e produziu programas independentes e documentários (por meio de sua produtora Mapel) como Márcia Peltier Pesquisa, Clube das Mulheres, Livre Acesso e Márcia Peltier Entrevista. Na mídia impressa foi colunista do Caderno B (do Jornal do Brasil); editora da Revista de Domingo (do Jornal do Brasil) e da Revista Vida do JB; colunista do Jornal do Comércio, da revista Noivas e da revista Amiga; e comentarista, entrevistadora e apresentadora de programas de rádio, como na Tupi e na JB. Como se não bastasse isso, Márcia é autora de nove livros publicados por diferentes editoras. Uma carreira de sucesso na TV, no rádio e nos jornais, atualmente Márcia se dedica às mídias digitais, como Instagram, YouTube, Facebook e Podcast. “São novos formatos de comunicação, mais interativos, e acho isso fasci nante”, comenta. “Vivemos um outro tempo, e não podemos nem comparar o que era antes com o que acontece agora em relação à informação. As mídias sociais trouxeram uma demo cratização jamais vista para os meios de comunicação. Abriu-se um leque enorme de possibilidades de informação. No meu caso, por exemplo, estou no Instagram, no Facebook, Podcast e Youtube. Vejo nesse novo horizonte um lado altamente posi tivo. As pessoas podem buscar várias fontes para se informar”, diz a comunicadora. Mas Márcia alerta para as mentiras que são difundidas nas redes. “Precisamos estar cientes também do lado sombrio que se abriu com essa multiplicidade de infor mação – ou desinformação – e que se transformou em um dos maiores problemas da atualidade: as fake news. A informação ficou mais acessível, mas acessar uma boa informação ficou mais complexo e exige uma maior capacidade de análise e dis cernimento. Nesse ponto, as mídias tradicionais cumprem um importante papel, pois elas são uma referência e, de certa for ma, balizam a veracidade da informação”, enfatiza.

RIO DE JANEIRO

Para Márcia, viver no Rio é um estado de espírito. “Costumo dizer aos amigos no exterior que o Rio tem seus problemas e desafios, mas não se pode ignorar que a natureza esbanja predicados em todos os lugares, como nas praias da zona sul, na Urca, Flamengo, Co pacabana, Ipanema, Leblon e também nas praias da Barra, do Recreio, Pontal, na Lagoa Rodrigo de Frei tas, na exuberante Floresta da Tijuca e nos emblemá ticos Pão de Açúcar, Corcovado e Cristo Redentor”. O Leblon tem um espaço especial no coração de Márcia Peltier. “Eu acho que o melhor lugar para se viver no Rio é o Leblon. O bairro tem tudo que precisamos em termos de comércio, supermercados, farmácias, moda e gastronomia. Porém, o que mais me encanta no Leblon é o clima intimista, aquela sensação de que você está em um local onde todos se conhecem. O Leblon tem a característica de ser um lugar cosmopo lita e chique, um bairro transado e descontraído, mas, ao mesmo tempo, mantém as características de um bairro exclusivo e familiar.

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“O RIO É MUITO MAIS QUE MANOEL CARLOS ESCREVEU E MAIS AINDA PARA QUEM VIVE NO LEBLON. O BAIRRO É UM REDUTO DE BEM VIVER, ONDE AS PESSOAS SE ENCONTRAM DE VERDADE E ONDE SE TEM UMA EXCELENTE QUALIDADE DE VIDA

Made for World

Materiais nobres, matérias-primas locais e o requinte do que há de melhor nas grandes metrópoles do mundo, seja no Rio, São Paulo e no mundo

SOL E SAL

Brasileira radicada nos Estados Unidos, Sinesia Karol nunca perdeu seus víncu los com sua terra natal. Desde 2012, a marca de resortwear apresenta maiôs, biquínis, acessórios e saídas de praia vi brantes e sofisticadas. Baseada na visão de Sinesia, cada coleção traz uma sé rie de estampas exclusivas criadas por artistas brasileiros. O principal ponto de orgulho da empresa está em desen volver produtos 100% nacionais: do de senvolvimento ao tecido e confecção. Seus produtos são encontrados em lojas nos Estados Unidos e na Europa, e seu nome é recorrente nas principais revistas de moda internacionais. Tal reconheci mento resultou em um convite para par ticipar da Miami Swim Week, a semana de moda praia de Miami. @sinesiakarol

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COOL TRIP

A alta relojoaria e o universo náutico fazem parte da prestigiada marca de relógios Panerai. Dessa vez, seu mais recente lançamento é inspirado no veleiro Eilean – embarcação que é uma espécie de embaixadora da marca. O novo relógio se chama Panerai Radiomir, com edição limitada de apenas 449 peças. Para promover sua apresentação, o veleiro rodou todo o Mediterrâneo, saindo de Viareggio e com, seu trajeto incluindo St. Tropez, Cannes, Mar seille, Girona, Barcelona, Palma de Mallorca e Ibiza. O veleiro prossegue com sua progra mação especial navegando até outubro, quando volta para Viareggio. @panerai

WAIWAI

A Waiwai Rio nasceu em 2015 pelas mãos do designer Leo Neves – uma marca de bolsas artesanais que exalta os encantos de sua terra natal com twist divertido. Ele mesmo é um eterno menino do Rio, esteta nato que fortaleceu essa verve com um forte trabalho como stylist, além de anos de assistência de design para nomes fortes da cena carioca. Adepta do slow fashion, a Waiwai privilegia a produção nacional. Seus processos de manufatura culminam em acessórios de design que são a tradução de um Brasil contemporâneo, misturando matérias-primas rústicas a outras de ponta. O resultado são peças de madeira e palha com interferências de couro, seda, acrílico e metal. Sua essência é carioca, com bossa que vem do pé na areia. Seu magnetismo essencialmente tropical. O foco são as raízes. Não à toa, seu nome deriva das línguas indígenas do Brasil. @waiwai.rio

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LUXO

IN NATURA

A flower designer Helena Lunardelli mantém um dos pés no Brasil, mas tem encantado os portugueses com o seu projeto Flores, na cidade de Comporta. No badaladíssimo balneário português, constantemente comparado a Trancoso, Helena faz arranjos personalizados para as residências de seus clientes e também assina decoração e cenografia de eventos por lá. Helena – que estudou Arquitetura e passou anos ligada ao universo da moda – é daquelas profissionais com dedos de beleza: transforma em belo e exuberante até singelas folhagens. Por anos assinou a direção de arte do programa Cozinha Prática e tem dois livros publicados: “Cidade das Flores” e “Pequenos Arranjos do Cotidiano”. No Brasil, idealizou o Instituto Flor Gentil, do qual hoje é conselheira. O projeto reaproveita flores de festas e eventos e elabora arranjos que são entregues a idosos de casas de repousos e pessoas carentes. @flores_da_comporta

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LUXO

COLEÇÃO EGITO

A mais nova coleção da designer de joias Silvia Furmanovich foi inspi rada na arte e na arquitetura do Egito Antigo. A coleção celebra as ricas tradições pictóricas do Egito, com base no esplendor visual que constitui suas estruturas religiosas e sítios arqueológicos encontrados ao longo do rio Nilo. Durante suas viagens, Silvia registrou em seu diário uma infinidade de referências como frisos e relevos em pedra que foram inseridas em vá rias técnicas empregadas ao longo de sua carreira, como pedras esculpidas, marchetaria em madeira, minipinturas e tecelagem em miçangas.

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LUXO

MODERNIDADE

O mobiliário modular do designer Geraldo de Barros baseava-se na combina ção entre os elementos, como no caso de sofás, cadeiras e poltronas. Mas não importava se as peças estivessem juntas ou usadas separadamente. É o caso da reedição da Dpot da poltrona UL 19 feita em aço-carbono, latão, MDF revesti do em lâminas de madeira natural, espuma e tecido. Ela é paulistana, mas faz o maior sucesso na ambientação dos cariocas.

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LUXO

DOIS ESTILOS DE VIVER

A arte na vida de Mara Fainziliber surgiu em sua infância, por influência do seu pai. Na adolescência, começou a buscar seu próprio olhar. Assim que teve condição financeira, começou a adquirir obras de arte. Para Paula Merlo, seu interesse por Moda começou na adolescência e não parou mais

Mara Fainziliber conviveu desde a infância com artes. Foi por influência do seu pai que tudo co meçou. “Na adolescência, comecei a buscar o meu próprio olhar e não parei mais”, comenta. Assim que teve condições financeiras, começou a adquirir obras de arte. Com Paula Merlo – Diretora de Conteúdo da Vogue Bra sil – também não foi diferente. Desde a adolescência tinha um enorme encantamento por revistas de moda. “Tenho boas memórias de passar parte do meu almoço e do meu tempo livre escolar na biblioteca da escola Americana no Rio, onde estudei a vida toda, lendo as várias edições americanas possí veis”, revela. Nas viagens em família para os Estados Unidos, gastava todo seu dinheiro em revistas que trazia na mala de mão e cuidadosamente rasgava as páginas mais lindas dos edi toriais e anúncios para colar no banheiro e no seu quarto. “O interesse por imagens que fazem sonhar e marcam tão bem o comportamento do tempo em que vivemos só aumentou de lá para cá”, lembra.

Para Mara, a arte feita no Rio de Janeiro tem uma característica especial. “Na minha opinião, a arte criada no Rio, seja por artistas cariocas ou por aqueles que adotaram o Rio para viver, é for temente influenciados pela riquíssima natureza, pelas formas, cores, alegria e sensualidade e, além disso, pelo contraste do asfalto com o morro, das escolas de samba, do carnaval e, infelizmente, tam bém pela violência, pelas drogas e pela pobreza”, diz Mara. Mesmo que Paula Merlo não tenha tido consciência dos dois lados do Rio, a jovem fashio nista indiretamenente teve contato com a diversida de do Rio pela experiência de estilistas que viviam o Rio de forma plena. “Tive o privilégio de estagiar com grandes nomes da moda carioca, como, por exemplo, Andrea Saletto e Oskar Metsavaht. Vê-los em ação, criando e imaginando a moda feita no Rio, foi inspirador”, recorda.

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FOTO: LU PREZIA

O CARIOCA É ALEGRE, ELEGANTE, SEM FAZER ESFORÇO

Para Mara Fainziliber, os artistas mais importantes do cenário carioca da atualidade fazem parte de diversas origens. “Existe uma novíssima geração de artistas, muitos oriundos das comunidades do Rio e do Estado, que estão fazendo uma arte de alta qualidade. Prefiro destacar esses jovens no cenário atual da arte carioca. Entre eles, Wallace Paato, Mulambo, de São Gonçalo; e Marcia Fal cão, Rafael Alonso, Álvaro Seixas, Panmela Castro, Mxwell Alexandre e Marcela Cantuaria. Suas narrativas refletem quase sempre sua vivência no cotidiano na cidade”. Por sua vez, Paula Merlo, acredita que o Rio tem estilistas muito impor tantes. “O Rio tem muita gente boa, talentosa, autêntica. Adoro a criatividade da Katia Barros, que consegue criar uma estética inconfundível com suas estampas da Farm. A Andrea Marques é uma das estilistas mais elegantes do Rio, a mode lagem das peças que cria é impecável”. Paula também é fã de uma nova safra de designers que vêm deixando a moda carioca ainda mais fresca, como André Lu cian, da ESC; André Namilata, da Handred; Marcela Bastos, Betina De Luca...

Mara tem alguns museus que considera os mais representativos do Rio, como o Museu de Arte Moderna (MAM), o Museu de Arte do Rio(MAR), o Instituto Moreira Sales (IMS) e o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói. Entre as instituições que são suas prediletas, lista a Escola do Parque Lage, “um celeiro de artistas contemporâneos”; a Capacete; “residência de cen tro de pensamento artístico”; o Solar dos Abacaxis, “centro voltado para expe rimentação e artes”; o Centro de Arte Hélio Oiticica; e o Paço Imperial. Paula Merlo tem os seus favoritos no mundinho da moda. No seu dia a dia, alguns estilistas a vestem para o seu trabalho, como a Osklen, “marca que faz parte da minha evolução pessoal”. Para a praia, não abre mão das marcas Lenny, Salinas e a Major Rio. Com suas predileções, o caminho natural já estava traçado. Mara pelo universo do Colecionismo e Paula pelo mundo da Moda. Duas profissio nais que uniram o útil ao melhor em suas vidas.

“O CARIOCA DIALOGA MUTO BEM, É LIBERAL

NO PENSAMENTO E PARTICIPA ATIVAMENTE DOS ASSUNTOS DA CIDADE

41 CONVIVÊNCIA

Lugares Raros

Espaços exclusivos e que pouca gente ainda conhece são os que selecionamos para que você possa ser um dos primeiros a desfrutar desses territórios a serem desbravados

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DESTINO
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Na página de abertura, o portal minimalista da abertura do Château la Coste. Nestas páginas, os diferentes pavilhões assinados por alguns dos mais importantes arquitetos da atualidade, o vinhedo e a área de enologia do Château la Coste

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CHÂTEAU DE LA COSTE

Com um quê de Inhotim na Provença, o Château é um lugar que pro mete experiências únicas para os seus visitantes. Antes de mais nada, é a personificação de uma filosofia de uma propriedade vinícola orgâ nica, situada ao norte de Aix-en-Provence, num cenário natural, entre uma floresta, oliveiras e obras de arte. Porque a arte é tão importante quanto o vinho em sua concepção estética. O Château foi projetado pelo famoso arquiteto francês Jean Nouvel, e sua primeira safra saiu de seus barris em 2008. Entre as obras de arte que podem ser vistas por lá estão a aranha, da artista Louise Bourgeois, instalada em um espelho d´água; a escultura de Hiroshi Sugimoto, diante do pavilhão desenhado pelo arquiteto Tadao Ando; e um móbile de Alexander Calder flutuando sobre as águas em frente ao Centro de Arte. Detalhe importante: não é para dar só uma passadinha. Os diversos pavilhões projetados por renomados arquitetos valem a visita.

SOBRE OS VINHOS

Descubra os vinhos da Provença do Domaine Château La Coste pro duzidos de acordo com os princípios da biodinâmica. A Quinta, que se estende por 200 hectares, combina a cultura do vinho em 130 hectares. Interpretar o terroir é a diretriz desta propriedade vinícola, através da preservação de castas históricas, do controle de safras e da passagem para a orgânica. A vinícola preserva o terroir, protege sua fertilidade e resguarda a essência de seus solos. Mais do que a elabo ração dos vinhos, é uma visão da terra que anima o Domaine. chateau-la-coste.com • @chateaulacoste

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DESTINO

A arquitetura monumental de Frank O. Gehry traz identidade imediata ao Luma Arles, um espaço totalmente dedicado às artes com galerias, espaços para instalações, workshops e seminários. Além disso, os visitantes e alunos encontram um parque público para momentos ao ar livre

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DESTINO

LUMA ARLES

Em torno do edifício icônico desenhado por Frank O. Gehry – uma sinuosa torre revestida de alumínio, com 11 mil painéis de alumínio dispostos irregularmente em sua fachada –, o Luma Arles oferece, junto ao Parc des Ateliers, um fórum moderno para a cidade antiga, mas também uma fonte inesgotável de ensinamentos que pro metem surpreender, ensinar e pensar. Um farol? Uma árvore de metal? Um navio perdido? A construção do pré dio escultural de Frank O. Gehry eleva quatro torres com facetas onduladas e prateadas apoiadas por um toque de cor. O arquiteto americano foi inspirado nas falésias dos Alpilles, nas rochas fantasmagóricas de Baux-de-Provence e na pincelada de Van Gogh. Tijolos de aço inoxidável capturam as variações da tonalidade da luz. As fissuras en vidraçadas conectam os diferentes níveis, e a rotunda de vidro de 54 metros de diâmetro no térreo lembra o Arènes d’Arles, uma das mais belas heranças da época romana da França. Inaugurado em 21 de junho passado, a instituição fica na cidade de Arles.

A torre abriga galerias de exposições, espaço para pro jetos e instalações de pesquisa e arquivo, além de salas de workshops e seminários. O local em que o centro está lo calizado também abriga sete antigas fábricas de ferrovias, quatro das quais foram reformadas pelo escritório Selldorf Architects e que vão funcionar como espaços de exibição e performances. O parque público e os jardins ao redor da torre receberam o trabalho paisagístico de Bas Smets. luma.org • @luma_arles

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FONDATION MAEGHT

A Fondation Maeght – a mais importante e tradi cional instituição de artes da França, localizada em Saint-Paul de Vence, na Riviera Francesa – foi inaugurada em 1964 pelo lendário líder francês Charles de Gaulle. Alguns dos mais importantes artistas do século XX contribuíram para o acervo da Fundação: Georges Braque, Joan Miró, Alber to Giacometti, Alexander Calder, Fernand Léger, Marc Chagal e muitos outros. A Fundação foi cria da por Aimé e Margherite Maeght, um casal visio nário, que foram influentes editores e marchands. Em Saint-Paul de Vence, pintores e escultores tra balharam em colaboração com o arquiteto catalão Josep Lluís Sert para criar um lugar onde arte, na tureza e arquitetura se fundissem em perfeita har monia. Os destaques incluem o Pátio Giacometti, com um conjunto excepcional de esculturas do ar tista suíço; o Labirinto de Miró, um jardim de es culturas extravagantes; os mosaicos monumentais de Marc Chagall e Pierrre Tal Coat e uma piscina projetada por Braque, assim como uma fonte dese nhada por Pol Bury.

Os visitantes também podem desfrutar do jar dim de esculturas, que abriga uma seleção rotativa de obras de Calder, Takis, Miró, Jean Arp e outros, dois terraços na cobertura com vistas espetacula res, galerias com exposições temporárias e obras selecionadas da coleção permanente, uma capela consagrada, uma biblioteca de arte e uma loja de presentes e livros. A Fondation Maeght está a 25 quilômetros de Nice e recebe visitantes de todo o mundo pela diversidade do seu acervo. fondation-maeght.com • @fondationmaeght

DESTINO

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As esculturas assinadas por grandes mestres da arte europeia são o destaque da Fondation Maeght, em Saint-Paul de Vence, na Riviera Francesa, desde a década de 1960. No jardim de esculturas, obras de Alexander Calder, Takis, Joan Miró, Jean Arp e muitos outros

DESTINO
50 GOURMET

Império dos Sentidos

Com sua gastronomia italiana, o restaurante Nido brilha no coração do Leblon

51 GOURMET

Durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o New York Times publicou uma indigesta matéria sobre a cena gastronômica carioca. O texto começava descre vendo o sabor e a textura dos biscoitos Globo, comparando seu gosto insosso e textura seca à oferta de restaurantes pela cidade. Ah... que in feliz jornalista! Mal sabia ele que se a beleza do Rio de Janeiro está escancarada entre o mar e as montanhas, na natureza e no sol onipresente, as (muitas) estrelas da gastronomia carioca brilham em restaurantes aconchegantes e reservados. Os aquários do Satyricon, o fogo-molecular do Oro, as receitas basco-brasileiras do estrelado Lasai, a nouvelle tradição familiar do Olympe, a moderni dade do Laguiole. Não faltam no Rio de Janeiro apoteoses de sabores.

A esses nomes já consagrados da gastronomia carioca, o Leblon ganhou recentemente mais um lugar que vem chamando a atenção dos connois seurs: o restaurante Nido, que resgata a culinária afetiva do Norte da Itália pelas mãos do chef ve neziano Rudy Bovo. O chef carrega, no sangue e na alma, a gastronomia de sua terra natal com tradições gastronômicas fortes; e desde criança declarou seu amor por essa culinária tão rica que desperta os sentidos.

Formado no Istituto Alberghiero di Adria, no Veneto, e na Ecole hotellerie de Lá Rochelle, no Norte da França, o chef conquistou experiência na culinária em restaurantes da Europa como Ca ffè San Marco, em Veneza, e na Antica Hoste ria Bovo, em Padova. No Nido, Rudy Bovo apre senta uma culinária afetiva com suas raízes do Norte italiano, releituras de pratos familiares, com um menu clássico de alta gastronomia, rico em cores, perfumes e sabores.

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MORO NO LEBLON HÁ SEIS ANOS. AS BOAS SURPRESAS SÃO AS PESSOAS QUE ENCONTREI E A POSSIBILIDADE DE FAZER UM
RESTAURANTE ITALIANO DE VERDADE. TODOS OS EUROPEUS QUE ENCONTREI AQUI SÃO APAIXONADOS POR ESSE CANTINHO DO RIO
QUE MAIS ROUBA OS SEUS CORAÇÕES
Rudy Bovo
GOURMET

Na dupla de abertura, entre os pratos favoritos dos habitués do restaurante Nido, o carpaccio di polipo com cremolata di olive e pomodoro e o chef Rudy Bovo. Na página à esquerda, o salão do restaurante Nido no Leblon e a polenta com taleggio e tartufo nero. Aqui, uma das sobremesas de deixar água na boca: pancchetto di cioccolato com caramelo e arachidi. Abaixo, um dos drinques preparados pelo mixologista Alexandre Veras

NINHO

Combinando perfeitamente o serviço de excelência com ambiente intimista e aconchegante, o restauran te tem proposta acolhedora. Já na chegada, quem faz as honras da casa é um simpático personagem já co nhecido da cena gastronômica carioca, o maître Ary Ximenes, que fez história por mais de 30 anos no Sa tyricon. O próprio nome reflete a preocupação com aconchego, já que Nido significa “ninho”, em italiano. Instalado em um casarão localizado na rua General San Martin, o projeto é assinado pela arquiteta Elvira Lousada. A varanda aconchegante dá às boas-vindas aos comensais. As fotografias do renomado fotógrafo Sérgio Pagano promovem uma viagem pelas cidades pitorescas da Itália. As receitas muito bem executadas propõem uma viagem pela cuccina da nonna, passan do pelos clássicos risotos, lasanhas, raviólis, polentas e frutos do mar. O masseiro veio de Padova, uma cidade na região de Veneto, também no Norte de Itália: Fa brizio Grazian completa a cozinha mais que italiana do Nido. No menu autoral, pratos como o Ravioli Di Funghi e o Tartufo Con Mascarpone e Parma (Ravioli de cogumelos e trufa com molho mascarpone e Par ma), o Risoto Alla Carbonara (releitura do tradicional carbonara) e Nido Di Asparagi Freschi Con Uovo in Camicia Al Burro Tartufato (Ninho de aspargos fres cos, ovo pochê e manteiga de trufa) ganham destaque na cozinha do restaurante.

Na ala das sobremesas, o figo caramelizado com mascarpone de pistache se sobressai por fazer sucesso na casa, além de ter como elemento principal o figo, fruta característica da região do Mediterrâneo. Sabo roso e rico em fibras, potássio e manganês, o fruto é conhecido pelos benefícios para a saúde de quem o consome. E para os apreciadores de drinks, o bar é um perfeito convite. Comandado por Alexandre Veras, oferece uma seleção exclusiva de drinques à base de whisky, gin, vodka e cachaça. Na carta de vinhos, os brancos ganham notoriedade, mas têm opções de tin tos, rosés e espumantes disponíveis para consumo em garrafas e taças. nidoristorante.com.br • @nidoristorante

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GOURMET

MÚSICA PARA OS OLHOS

Se um retrato dos últimos vinte anos da cena cultural brasileira precisasse ser feito, certamente as lentes do carioca Daryan Dornelles estariam por trás dessa imagem. Registrar personagens é a especialidade do fotógrafo, que durante todo esse tempo marcou presença focalizando sua máquina na direção de figuras notórias da música, do teatro, do cinema, da moda, da literatura, da TV e dos esportes

Morando há três anos em Lisboa com a sua família, mas sem deixar de fotografar, Daryan Dornelles é o “queridinho” dos famosos do Rio de Janeiro na hora de fazer um shotting em seus lugares de preferência. E, graças ao talento e técnica de Dornelles, os retratos saem perfeitos. De acordo com ele, foi a fotografia que o escolheu. Neste tempo, ele fazia parte da equipe de natação do Club de Regatas Vasco da Gama, e em uma de suas viagens de campeo nato, o fotógrafo contratado não havia chegado, e então Dar yan se ofereceu para fazer os cliques. Depois disso, abandonou a natação para se dedicar à fotografia.

Daryan gostava muito da fotografia das capas de discos e apreciava o trabalho do fotógrafo Rui Mendes quando este fazia trabalhos para a revista Bizz (aliás, a música e a fotografia são seus grandes prazeres nesta vida). Depois de estar totalmente en volvido no trabalho de fotografia, passou a admirar o estilo de Ri chard Avedon e Irving Penn, entre outros. Em seu métier, apren deu a lidar com personalidades difíceis e outras fáceis de encarar

uma câmera fotográfica. “Acho que existem pessoas mais seguras com o ato de serem fotografadas, isso pode ser pela experiência de ofício, no caso de modelos, ou tempo de estrada. Mas a maio ria precisa de carinho, sentir-se segura, e isso depende muito da conduta do fotógrafo. Não se pode esquecer que um retrato é um pequeno relacionamento entre duas pessoas naquele momento marcado”, afirma Daryan. Para ele, um bom fotógrafo é seguro do seu trabalho e não quer dirigir uma sessão. Intrometer-se em tudo, enfim não deixando ninguém trabalhar direito. Isso certa mente azeda qualquer sessão de fotografia.

Entre as inúmeras personalidades do mundo do teatro, ci nema e música, Daryan tem os seus prediletos. Gosta muito de Fernanda Montenegro, Chico Buarque, Gilberto Gil, Cae tano Veloso, Milton Nascimento e Ney Matogrosso, somente para citar alguns. “Na hora de fotografar, não vejo a admiração. Faço o meu trabalho, sigo o que quero e deixo tudo fluir”, ensi na. Daryan sabe como poucos como lidar com a alma humana e registrar o seu melhor ângulo, postura, atitude e arte.

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RETRATOS

RETRATOS

Daryan Dornelles

55 O
MEU TRABALHO É MAIS CONHECIDO PELOS RETRATOS. É COMO SOU RECONHECIDO, MAS O TRABALHO DO FOTÓGRAFO
NÃO
SE RESTRINGE SOMENTE AO MERCADO, SEMPRE TEM O RECORTE PESSOAL, E CRIO DEMANDAS PARA ISSO. ADORARIA FAZER UMA REPORTAGEM JORNALÍSTICA
daryandornelles.com • @daryandornelles
Elza Soares Cauã Reymond Rodrigo Santoro Gisele Bündchen Fernanda Montenegro Fábio Porchat

FASHION

A moda carioca mostra seu melhor pelas mãos de estilistas que assumem suas raízes e celebram materiais nobres, processos artesanais e a elegância natural, como faz a dupla Betina De Luca e Leo Neves

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SLOW

Com uma colab que dura há muito tempo, a marca dos estilis tas Betina De Luca e Leo Neves chama-se Betina De Luca + Waiwai e é mais do que conhecida por todo mundo que gosta de moda no Rio de Janeiro e no Brasil. De acordo com eles, “é uma união com as bençãos do amor à arte e à brasilidade e, mais do que tudo, a um tipo de moda que celebra essas duas coisas”, afirmam os criadores. De um lado, Betina De Luca: fiel representante de um li festyle made in Rio, integrou a equipe da Filhas de Gaya e do marketing do Fashion Mall. E, bem cedo, juntou a vontade de aprender com a paixão por empreender fazendo moda autoral, reconhecida pela exclusi vidade e personalidade. Premissas que inspiraram a Bebel, multimarcas que abriu espaço para vários novos designers brasileiros e, mais tarde, a Virzi + De Luca, marca de roupas e acessórios-ícones criada em 2012 e até hoje lembrada pela originalidade. De outro, Leo Neves: depois de anos atuando como stylist e assistente de design de outras marcas, criou a Waiwai Rio em 2015. Desde então, exercita sua inconfundível assina tura criativa em peças inspiradas por memórias, paisagens e símbolos do mundo, que sempre se conectam com nossas raízes, saudades e bossas. Betina De Luca + Waiwai é sinônimo de moda artesanal, feita com apu ro, autenticidade e com a vontade de traduzir nosso DNA exuberante em peças livres de tendência, tempo ou destino final. Há sempre algo de espiritualmente carioca em toda criação da marca – como se fosse a marca d’água de quem vive com olhos no mar e pé na areia. Mas cada coleção é um convite para viagens por diferentes paisagens, momentos, outras realidades. Um passe livre pelo mapa e pelo tempo para as muitas mulheres que habitam em nós.

Entre as muitas ousadias da marca, a maior delas, talvez, seja a de criar roupas e acessórios que fazem sonhar, perfeitos para circular nos ambien tes mais bacanas e mais diversos: Jamaica, Bali, México, Índia. Sertão, calçadão, circo – todos esses lugares avistados pela geografia e pela poesia são traduzidos em peças únicas, reconhecidas pelo corte e acabamento primorosos. Bordados feitos à mão, estampas desenhadas como arte. Slow fashion nacional, bonita por natureza e original com muito orgulho.

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Contos Tropicais

Esse é o nome da coleção de Verão 2022 de Betina e Leo. Abaixo, o Manifesto da coleção:

Depois de tanto olhar para dentro e para o tempo, depois de receber a visita de outros ares e eras, mergulhamos fundo, perfurando mares até avistar outra terra.

Desembarcamos num país nunca visto – e não por ser novo. A gente sabe que ele sempre existiu: um exuberante e imaginário Brasil. É nele que aterrizamos quando flutuamos ao som de lendas que falam do invisível. É ele que imprime em tons de pele as muitas ancestralidades da nossa identidade.

Sim, estamos em casa. E nela cabem todos os reinos naturais: bichos, plantas, pedras.

Temos jardins de cogumelos, catedrais minerais e mulheres que andam com sereias, livres para além de ondas e areias. Fixamos residência na diversidade delirante da paisagem que é árida e úmida.

Cálida e gélida. Somos todos eternos aqui, nessa casacontinente. No Brasil revelado em cartas com a memória que mora nos sonhos. Detalhado em desenhos cheios de cores que não saem dos olhos.

Define a marca como must-have. Aliás, de jet set Betina entende bem: é irmã da ex-modelo Andrea Dellal e tia das modelos Alice Dellal e Harley Viera-Newton. Ao percorrer o mundo na mala de suas clientes, suas criações viram embaixadoras da elegância carioca. @betinadeluca_waiwai

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Arte COM PROPÓSITO

Na Viva Projetcs, Cecilia Tanure e Camilla Barella desenvolvem conteúdo, projetos e consultorias relacionadas à Arte Contemporânea. Entre seus projetos mais recentes, desenvolveram um especialmente para o residencial Tom Delfim Moreira, no Leblon

68 ENTREVISTA

Arte

TOM: O que despertou em vocês a paixão pelas artes visuais?

Cecilia Tanure: O poder da arte de transcender barreiras é algo que une as pessoas e que transforma vidas. Desde o come ço da Viva Projects, em 2016, criamos projetos em territórios híbridos com o objetivo de gerar mudanças, sejam nas esferas públicas ou privadas. Da mesma forma que a arte teve um im pacto libertador em vários sentidos em nossas vidas, colabo ramos para que essas experiências pudessem ter um alcance maior, independentemente de qualquer fator social.

TOM: No ano que vem se completam 100 anos da Sema na de Arte Moderna. Vocês conseguem ver uma mudança conceitual ou emergente em uma nova forma de fazer arte no século XXI?

Camilla Barella: Assim como na semana de 22, a arte de hoje segue procurando por rompimentos. Lá atrás, esse rompimento estava mais ligado com a definição das diversas formas e for mações da arte, e a mudança aconteceu de e para a burguesia. Hoje em dia, esse rompimento nas artes não acontece só em suas definições, mas também em sua expansão, não havendo mais a necessidade de definir nada já que tudo está interliga do, a arte e a vida. Da mesma forma que o Modernismo lutou contra o ensino acadêmico, os artistas de hoje fogem de uma necessidade de uma formação tradicional e de uma definição fixa do que é arte.

TOM: A liberdade e a subjetividade marcam a produção ar tística contemporânea. Além disso, existem outras peculiari dades da arte que se fazem nos dias de hoje? Cecilia Tanure: A arte produzida hoje tende a ser mais aces sível como consequência de um grande esforço coletivo de tornar esse circuito mais representativo. Pensa-se num público mais amplo e busca-se falar/escrever sobre arte de uma forma mais direta e clara. Além disso, a Arte Contemporânea não pre cisa necessariamente de uma forma física para existir, sendo o processo e a experiência muitas vezes o ponto principal, e o artista acaba sendo o público.

TOM: Desde 2016, você duas estão à frente da Viva Projects. Com estes cinco anos de experiência, po de-se fazer uma avalição do momento atual da Arte Contemporânea?

Camilla Barella: Hoje vemos no cenário nacional tro cas entre artistas e empresas/marcas acontecendo de uma forma muito fluida e positiva. Novos formatos de projetos, exposições e colaborações vêm sendo desen volvidos, trazendo meios alternativos e fomentando a produção cultural. A arte não tem um lugar definido para acontecer, buscando sempre fusões.

TOM: Qual a influência nas artes de uma sociedade marcada pela troca e fluxo intenso de informações, uso de novas tecnologias e novas mídias?

Cecilia Tanure: A arte acaba sendo como um des pertador por muitas vezes. O mundo acelera cada vez mais, e não conseguimos sair do piloto automático. Precisamos de um estranhamento e de um choque. Da mesma forma que as tecnologias têm a capacidade de nos alienar, ela pode ser usada como meio para a criação de obras de arte. Já é muito frequente ver trabalhos que falam sobre essa sociedade que já está quase em estado gasoso, seja no fluxo de informações, sistemas de vigilância ou realidade virtual.

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ENTREVISTA

TOM DELFIM MOREIRA

TOM: Como foi feita a seleção das obras de arte e dos respectivos artistas para o residencial Tom Delfim Moreira?

Camilla Barella: Desde o começo do projeto, a única certeza que tínhamos era de que aquele seria um lugar de passagem e que faria parte do cotidiano dos moradores. Quando pensamos nos trabalhos do Vik Muniz, a intenção era trazer algo descontraído. O Vik faz uso de materiais não convencionais para criar colagens que depois são fotografadas. Por conta de sua escala, não é possível absorver o trabalho de uma vez só. São muitos detalhes que trazem consigo a identidade do Brasil e, no caso da obra escolhida, da cidade do Rio de Janeiro. Já com o artista carioca Ernesto Neto, a ideia foi de trazer uma obra que alterasse o espaço. Os trabalhos dele trazem uma energia muito po sitiva e provocam as pessoas a se relacionarem com elas. Transformando-se em uma espécie de galeria, o lobby virou um lugar de passagem marcante e único.

TOM: As obras seguem um fio condutor para que possam estar reunidas em um único espaço?

Cecilia Tanure: Foram selecionados artistas cuja produção tende, com fre quência, a ser considerada uma representação da cultura nacional, no Brasil e no mundo. Cada obra representa o melhor da produção de cada artista.  São obras da mesma qualidade dos exemplares encontrados nas mais presti giosas instituições e melhores coleções particulares.

TOM: Que experiência vocês imaginam que os moradores poderão ter com essas obras que representam o melhor da arte contemporânea brasileira?

Camilla Barella: A experiência de conviver com obras de arte no seu coti diano, além de um enorme privilégio, alimenta a alma. O projeto do lobby dará aos moradores e visitantes a sensação de estar passando por uma galeria ou sala de museu. O empreendimento contará com esculturas da artista Iole de Freitas que conversa com o seu entorno, instalada no canteiro da Avenida Delfim Moreira. Com isso, o acesso não ficará restrito apenas aos moradores, mas sim a todos os passantes.

TOM: Se o Leblon tivesse uma obra de arte que o pudesse representar, qual artista poderia ser o seu autor? Por quê?

Cecilia Tanure: Com linhas modernas e orgânicas, a obra “As Três Graças” da Iole de Freitas foi selecionada para ser uma transição entre a paisagem e a fachada. Uma obra muito bela, de aço, que será uma espécie de espelho que ao mesmo tempo reflete e realça, mas que também se camufla tanto na natureza quanto na arquitetura. A dança presente na escultura estática se conecta com os movimentos do mar e da orla do Leblon.

71 ENTREVISTA

Os Tons do Leblon

O que dizer do Leblon, esse bairro que guarda a essência do bom carioca?

Em primeiro lugar, que é tudo de bom estar e viver aqui. Em suas ruas, restaurantes e bares circulam grandes nomes da cultura e da arte do país.

O Leblon das novelas de Manoel Carlos, das crônicas de João Ubaldo, do Hotel Marina quando acende, da praça que o Cazuza resolveu morar para sempre. O Leblon do Jobi do Bracarense, do Bibi, do Talho, do baixo, do sushi, do Kurt. Todos tão íntimos que a gente chama pelo apelido.

E o que falar das noites na Dias Ferreira, endereço icônico da zona sul?

Simplicidade e sofisticação. Cordialidade e moda. Cultura, arte e praia. Tudo junto e misturado. E, agora, com esse mais recente lançamento, o Tom Delfim Moreira que veio para ficar e se tornar mais um marco na história do bairro. Um divisor de águas. E que águas. Um ícone por natureza. E que natureza. Reúne tudo o que Leblon tem de melhor. Tudo que faz o Leblon ter esse tom tão especial.

72 ENSAIO

Alto Estilo

Beleza, exclusividade e sofisticação marcam o residencial Tom Delfim Moreira, no Leblon

Com a sinuosidade e a aplicação do vidro em toda a sua fachada, o Tom Delfim Moreira tem uma visão de todo o oceano e da paisagem carioca

Os revestimentos apresentados nas ilustrações artísticas são referenciais e podem apresentar variação dimensional, de cor e de textura

89 LIFESTYLE

Há 67 anos no mercado, a Gafisa é uma das cons trutoras e incorporadoras mais respeitadas do Brasil e investe no mercado do Rio de Janei ro em alto estilo. A cidade, onde iniciou sua trajetória e que atualmente é o segundo maior mercado imobiliário do país. Seu mais recente lançamento é o residencial Tom Delfim Moreira, localizado no último terreno disponível no número 558 da famosa avenida, no quadrilátero forma do pelas ruas João Lira e José Linhares, no luxuoso bairro do Leblon. Um terreno de frente para o mar que reforça a exclusividade do empreendimento. A arquitetura do Tom Delfim Moreira é assinada pelo escritório internacional de arquitetura Gensler. De acordo com Michel Rike, arquite to da Zien Arquitetura, parceira da Gensler, a arquitetura do Tom Delfim Moreira “foi inspirada nas ondas do mar e no morro Dois Irmãos.

90 LIFESTYLE

O despojamento é o conceito adotado para os futuros ambientes do Tom Delfim Moreira. Além da generosa vista para o mar (que invade os interiores), a ambientação procura privilegiar a natureza com espécies vegetais naturais

As vegetações apresentadas nas ilustrações artísticas são de porte adulto e, que será atingido ao longo do tempo. O porte da vegetação na entrega do empreendimento será “não adulto”, de acordo com o projeto paisagístico

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A ARTE E A CONTEMPLAÇÃO TÊM ESPAÇO DE DESTAQUE NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ARQUITETÔNICO DO EMPREENDIMENTO

LIFESTYLE

LIFESTYLE

No Tom não existem limites. Existem espaços para a imaginação, a criação e a personalização”, afirma o arquiteto. Este é o primeiro projeto residencial deste porte no Brasil para a Gensler. “A Gafisa tem as mes mas preocupações que nós com relação ao design do empreendimento. Nós estamos entusiasmados e orgu lhosos com este importante projeto”, ressalta Michel Rike, do escritório Zien Arquitetura. Em parceria com a Gensler, a ideia é trazer o mar para dentro dos apar tamentos, por isso, a decisão de se aplicar o vidro em toda a fachada permitirá uma visão praticamente total do oceano e da paisagem carioca. O empreendimento apresentará aspectos tecnológicos, métodos construti vos e os melhores acabamentos, que reforçarão ainda mais a exclusividade deste grandioso projeto da Gafi sa. Para as áreas externas, o paisagismo foi planejado por Sá e Almeida Arquitetura Paisagística. “Com uma paisagem tão marcante como a da praia do Leblon, só resta ao paisagismo reverenciá-la, fazendo o mínimo de intervenções, de modo a respeitar a sua fruição e a continuidade do espaço.

Brasilidade, sofisticação e exclusividade são os pilares para a arquitetura e os interiores do Tom Delfim Moreira

Os revestimentos apresentados nas ilustrações artísticas são referenciais e podem apresentar variação dimensional, de cor e de textura

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LIFESTYLE

Todas as áreas comuns têm sistema de automação e de presença

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LIFESTYLE

O luxo aqui é passar despercebido e deixar a paisagem se impor”, pontua Marcos Sá. Os interiores das áreas comuns foi idealizado pelo designer Erick Figueira de Melo. Para a criação do decorado virtual foi convidado o arquiteto Rodrigo Jorge. “O projeto foi inspirado na paisagem, no lifestyle imaginário do morador, no design brasileiro aplicado no mobiliário e demais elementos de decoração. Brasilidade, sofisticação e exclusividade foram os pilares para o processo criativo”, afirma Rodrigo Jorge. O lobby e as áreas externas do Tom Delfim Mo reira ganharam um toque especial com obras de arte assinadas por alguns dos mais importantes artistas brasileiros da atualidade. Seguindo exem plos de grandes empreendimentos da cena internacional, a Viva Projects – das sócias Cecilia Tanure e Camilla Barella – idealizou para o empreen dimento um projeto que transforma o residencial do Leblon, por meio da arte, em um marco urbano. “A Viva Projetcs fez uma seleção de obras a serem adquiridas pela incorporadora para áreas externas e internas do edifício. Os artistas escolhidos são os maiores expoentes do cenário artístico contemporâneo nacional e internacional, criando obras que trazem em sua identidade a cultura brasileira”, afirma Cecilia Tanure.

Os equipamentos e mobiliários das partes comuns do empreendimento constantes do presente material são referenciais, podendo sofrer revisão dos modelos, especificações e quantidades, sem aviso prévio

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No lobby, a tela “Cable Car” do artista Vik Muniz e instalação “Ternura em Nós”, do artista Ernesto Neto

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Foto: Pepe Schettino| Cortesia Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel
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As esculturas da artista plástica Iole de Freitas ocuparão o canteiro em frente ao edifício, refletin do, em seu movimento pelo espaço, as linhas da fachada e tornando-se um presente à cidade do Rio de Janeiro devido a sua dimensão pública. Tendo como referência a estética do cubo branco, o lobby se transforma em uma galeria, recebendo obras de Vik Muniz e Ernesto Neto. Ao fundo do edifício, a monotonia das empenas é quebrada com um pro jeto exclusivo dos irmãos Campana, desenvolvido especialmente para o empreendimento.

Entre as obras de arte selecionadas para o Tom Delfim Moreira, a série de esculturas “As Três Graças”, da artista Iole de Freitas, ocupa o canteiro em frente ao edifício

Processo de adoção e legalização do canteiro onde a obra de arte será alocada se encontra em trâmite de aprovação junto aos órgãos competentes

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ALBUM | POSTCARDS FROM NOWHERE

Formadas por fotos em p&b e sépia, retiradas de recordações de fa mílias, as imagens da série Album são elas mesmas enormes repro duções de cenas pessoais imortalizadas pela câmera.Tirar fotografias era, até pouco mais da metade do século XX, uma ação quase solene, reservada a ocasiões especiais, pelo preço e especificidade dos mate riais utilizados. Dessa forma, apenas os momentos verdadeiramente memoráveis mereciam registro. Com o barateamento do equipamen to e o advento da tecnologia digital em sua reprodutibilidade infinita e instantânea, a fotografia hoje tornou-se corriqueira, perdendo a di mensão de solenidade e de intimidade. É isso que Muniz problema tiza em Album, por meio da miríade de imagens que concorrem para formar a macrofoto.

Já em Postcards from Nowhere, Muniz se vale de fragmentos de cartões-postais para refazer paisagens icônicas. A própria técnica usa da para fotografar essas “colagens” acrescenta volume aos recortes, com a projeção de uma iluminação que torna perceptíveis as sobre posições de suas pequenas partes. Isso cria a ilusão de que a fotografia em dimensão gigante é ainda um recorte, e não uma reprodução. Mais uma camada que joga com a ideia de representação. No mo vimento de aproximação e afastamento para captar tanto a imagem maior quanto seus pedaços, o espectador recorre não só ao que vê, mas também ao imaginário que conserva sobre esses logradouros fa mosos. Como define o crítico britânico Christopher Turner sobre o trabalho de Vik Muniz, “a multiplicidade de imagens utilizadas para compor suas colagens acrescenta uma terceira camada mediadora, que envolve ainda mais o público e faz referência a toda a bagagem visual e cultural que cada um traz ao seu encontro com a arte. As peças isoladas que compõem o quebra-cabeça são, elas mesmas, ima gens que chamam atenção e desaceleram o movimento do olho, frus trando qualquer leitura sem solavancos”.

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A tela “Cable Car”, de Vik Muniz Foto: Fernando Laszlo

Criado em 2017, o cobogó ‘Mão’ foi desenhado pelo Instituto Campana em parceria com a Divina Terra Revestimentos. Em 2019, fez parte da exposição "Irmãos Campana: 35 Revoluções" no MAM do Rio.

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Retrato: Bob Wolfenson

LIFESTYLE

LEBLON

Com sua extensa orla praiana e um lifestyle único em todo o mundo, a zona sul do Rio é inspiração até mesmo para artistas que imortalizaram a área com suas obras de arte. O Leblon é um dos bairros mais tradicionais da cidade, com uma natureza acolhedora e ideal para se viver com qua lidade. Além do caráter de aconchego urbano, a região abriga uma gama comercial e de serviços bastante ampla, contando com muitas lojas de alto padrão e shoppings com mix de marcas mundialmente consagradas. A praia do Leblon é conhecida por ser um ambiente ideal para atividades de harmonia entre o corpo e a mente, com diversas atividades ao ar livre entre os postos 11 e 12, a faixa de areia mais cobiçada da região. A vista deslumbrante, o espaço verde, o contato com a natureza e o mar favore cem o prestigiado bairro carioca que, em conjunto com a beleza do seu entorno e o elevado padrão de suas residências, tornou-se um dos lugares mais valorizados em todo o Brasil.

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A EMPRESA CONSOLIDA O SEU RETORNO PARA O RIO COM O AMBICIOSO PROJETO DE SE TORNAR A PRINCIPAL INCORPORADORA IMOBILIÁRIA DA CIDADE NOS PRÓXIMOS ANOS

SOBRE A GAFISA

Há 67 anos no mercado, a Gafisa é uma das cons trutoras e incorporadoras mais respeitadas do Brasil. Presente em 40 cidades e 19 estados de todo o país, a Gafisa coleciona marcas que a posicionam como uma das maiores companhias do mercado imobiliário. Ao longo de sua trajetória, a empresa já entregou mais de 1.200 empreendimentos – que, juntos, formariam uma cidade com 1,5 milhão de habitantes -, e cons truiu 16 milhões de metros quadrados – aproxima damente 15% da cidade de São Francisco (Estados Unidos). Isso significa que um em cada 130 brasileiros mora em um Gafisa. Reconhecida pelo pioneirismo e pela força do icônico triângulo, a Gafisa desenvolve

LIFESTYLE

projetos que refletem o seu compromisso com o con forto, o bem-estar e a segurança de seus clientes. Sob os pilares solidez, qualidade, tradição, credibilidade e inovação, a companhia vivencia um novo momento, com foco em identificar promissoras oportunidades de fusões e aquisições, de compra de terrenos e de diversificação de seu negócio, trabalhando para se tor nar uma completa plataforma de produtos, serviços e soluções imobiliárias. Os esforços têm como meta garantir crescimento para os seus negócios, gerar valor aos seus acionistas e transformar produtos em expe riências e expectativas para a satisfação do seu público. gafisa.com.br • @gafisa

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EQUIPE GLOBAL,

DNA LOCAL

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A Gafisa escolhe a Gensler, referência mundial em arquitetura, para criar na orla do Leblon o residencial Tom Delfim Moreira

AGensler é a maior e mais pre miada empresa de arquitetura do mundo, desenvolvendo pro jetos em todos os continentes. O escritório de arquitetura Gensler tem uma visão global em fazer arquitetura, sem perder o foco no DNA local em qualquer um dos seus pro jetos. Para o Tom Delfim Moreira não foi diferente. “Este projeto tem uma condição única. É como projetar um edifício em fren te ao Central Park, em NY, ou a Torre Eiffel, em Paris, não acontece todo dia. Isso trouxe muitos desejos e desafios para pensarmos em sua arquitetura, desde o princípio. O maior deles, provavelmente, tenha sido de senvolver um projeto para um morador que não conhecíamos exatamente. Talvez ape nas um casal jovem, ou uma família inteira, do Rio de Janeiro, outra cidade brasileira ou de qualquer outro lugar do mundo, quem sabe para morar para sempre, ou apenas pas sar férias algumas vezes ao ano, um perfil conservador, ou mais excêntrico. Tudo isso trouxe a necessidade de pensarmos em um programa e soluções de plantas flexíveis e

que pudessem se adaptar bem a qualquer necessidade. Certamente cada futuro mora dor irá desenvolver seu projeto, imprimin do sua personalidade de maneira única, e o edifício todo, de sua estrutura às instalações prediais, precisou estar preparado para isso”, explica o arquiteto Michel Rike, arquiteto da Zien Arquitetura, parceiro da Gensler no Brasil, ao falar do projeto para o Tom Delfim Moreira. E completa: “Quisemos desenvolver uma arquitetura que se dife renciasse na paisagem, que representasse a verdadeira alma do Rio, com inspiração na tradição modernista, mas também com irre verência e contemporaneidade que marcam hoje a renovação da arquitetura do Rio, com a chegada de tantos projetos internacionais. Ao final, buscamos trazer a melhor experti se internacional em design com a Gensler, que assina projetos incríveis no mundo todo, e com o melhor da nossa cultura e realidade locais. Um projeto icônico, que só poderia estar ali, selando em grande estilo o destino do último terreno disponível na Delfim Mo reira”, define Michel.

105 ARQUITETURA
À esquerda, a Xiamen Shimao Straits Towers, em Xiamem na China. À direita, o Pavillon Notre Dame, em Paris

ARQUITETURA

De acordo com Michel Rike, o entorno do edifício foi desenhado para que se encai xasse perfeitamente com a paisagem. “A linha infinita do horizonte, a areia da praia, o azul do mar, um pôr-do-sol conhecido no mundo todo, o morro Dois Irmãos, rochedos e as mon tanhas verdes que emolduram a paisagem do Rio, o desenho de Burle Marx nas calçadas, tudo isso inspirou o projeto. Exploramos ao máximo essa paisagem e a vista do mar a partir de seu interior, como se ela estivesse invadin do o apartamento. Projetamos à frente terra ços, cujos desenhos combinam a geometria modernista das calçadas de Burle Marx com a sensualidade e as curvas de uma natureza exuberante no entorno do Leblon”, pontua. Entre os principais diferenciais do projeto, Mi

chel Rike fala da preocupação com o design, em todos os níveis, em cada parte do edifício. Todos os detalhes foram cuidados, do desenho da fachada à escolha e encontro dos materiais e sua harmonia com o paisagismo, incluindo o interior do paisagismo em suas áreas comuns e privativas das unidades.

Para a seleção dos materiais, Rike cita soluções atemporais para que o edifício seja sempre percebido como atual, livre de mo dismos. “A fachada vence o vão máximo com uma caixilharia transparente, quase invisível, que privilegia a vista para o mar e é emoldura da por estruturas horizontais e verticais sinuo sas construídas com GRC - glass reinforced concrete, um sistema bastante usado mundo afora, utilizado pela primeira vez nesta escala

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Acima, a fachada do Cadillac House, em Shangai, na China, e os seus interiores. Abaixo, detalhe da Shanghai Tower.

em um edifício residencial no Brasil. A ma deira e as pedras naturais trazem o conforto ao toque e ao olhar, contrastando com os demais materiais tecnológicos. Buscamos o equilíbrio perfeito em cada detalhe”, afirma o arquiteto. As obras de arte são um detalhe à parte e sig nificado na identidade do residencial. “A ar quitetura é constituída de muitas dimensões. Todas as formas de incorporar arte e cultura são bem-vindas, quem dera pudéssemos sem pre as unir como pudemos fazer neste projeto. Ficamos muito felizes em poder contar com obras destes artistas, que representam o me lhor da Arte Contemporânea brasileira, reco nhecida não apenas por aqui, mas também no exterior, finaliza Michel Rike.

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A EQUIPE GLOBAL DA GENSLER ESTÁ REIMAGINANDO O FUTURO DAS CIDADES À MEDIDA QUE DESAFIOS SEM PRECEDENTES NOS LEVAM EM DIREÇÃO A UM MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO
No alto, o Incheon International Airport, em Incheon, na Coreia do Sul; aqui, a fachada do Westin DEN Hotel, em Denver, no Colorado gensler.com • @gensler_design
ARQUITETURA

MINIMAL

O minimalismo dá o tom no projeto da Sá e Almeida Arquitetura Paisagística no Tom Delfim Moreira

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Pode-se dizer que o projeto de paisagismo do Tom Delfim Moreira é minimalista. Ele re duz ao mínimo o emprego de materiais ou recur sos para valorizar o que é importante: a paisagem entendida num sentido amplo e nela inserida a ar quitetura e a necessidade de manter a integração e continuidade visual dos seus elementos. Cabe ain da resgatar a cultura modernista da escola carioca, que floresceu e repercutiu mundo afora, com seus expoentes na arquitetura, no paisagismo e nas artes plásticas. “O Rio foi a primeira cidade do mundo cuja paisagem cultural foi declarada Patrimônio da Humanidade. Entender a importância da ‘leveza’ na atuação profissional neste ambiente, ler os sig nificados da paisagem e projetar em harmonia com ela é mister. Assim nasceu o conceito do paisagismo ‘antipaisagista’ do projeto Tom Delfim Moreira”, re sume o arquiteto paisagista Marcos Sá. @saalmeidapaisagismo

109 PAISAGISMO

Leveza Soft

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O estilo sofisticado e despretensioso marca a área comum do residencial Tom Delfim Moreira

A principal inspiração do arquiteto e designer de interio res Erick Figueira de Mello para planejar as áreas co muns do residencial Tom Delfim Moreira foi baseada no estilo carioca. “Usamos como premissa para a decoração o estilo so fisticado e despretensioso carioca. O desenho das áreas internas reproduz as curvas da fachada, inspiradas na orla da nossa cida de” afirma o arquiteto. A paleta de cores usada no mobiliário, acessórios e luminárias ganhou unidade com o uso da madeira. “Escolhemos a madeira sobre o fundo claro e a sua nobreza somada à predominância do branco, criando assim um cenário ideal para receber obras de arte”, pontua o profissional. Entre as áreas comuns que mais trouxeram satisfação ao arquiteto ele cita a portaria. “Pelo desafio de transformá-la em um ambiente que remeta a uma galeria de arte”, resume. Sobre o quadriláte ro da Delfim Moreira onde está localizado o residencial, Erick diz que “é a área mais carioca do Rio, onde a sofisticação e o despojamento se encontram”. @erickfigueirademello

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DECORADO VIRTUAL

O apartamento decorado virtual do Tom Delfim Moreira é assinado pelo designer Rodrigo Jorge

112 INTERIORES

Odesigner de interiores Rodrigo Jorge é um dos mais conceituados em planejar projetos de apar tamentos decorados virtuais. Por sua expertise, foi con vidado para desenvolver o projeto virtual do Tom Del fim Moreira. De acordo com ele, um decorado virtual é apenas uma modalidade de apresentação diferenciada. “Todo processo de concepção é o mesmo de um apar tamento decorado que tenha sido montado fisicamente. Entender o foco comercial do empreendimento, estabe lecer as diretrizes técnicas e funcionais do imóvel. Es tabelecer uma linguagem estética alinhada com os va lores da empresa incorporadora. Todos esses fatores são determinantes para o resultado final do trabalho”, diz o designer que trabalha com ferramentas tecnológicas para a visualização das proposições que são apresentadas para as incorporadoras.

A inspiração do decorado virtual encontrou seu con ceito na paisagem natural no lifestyle imaginário do mora dor, no design brasileiro aplicado ao mobiliário e demais elementos de decoração. Para ele, brasilidade, sofistica ção e exclusividade foram os pilares para o seu processo criativo no desenvolvimento do decorado do Tom Delfim Moreira. Para sua criação, Rodrigo Jorge trabalhou em parceria com uma empresa especializada em tour virtual. “A partir de todo projeto do apartamento ter sido proposto e detalhado, a empresa desenvolveu modelagens de todos os itens, e em seguida desenvolveu a forma de visualização de todas as referidas proposições”, esclarece Jorge. @rodrigojorge

113 INTERIORES
O LEBLON É UM LUGAR INSPIRADOR E PROPÍCIO PARA UM EMPREENDIMENTO TÃO EXCLUSIVO QUANTO A DELFIM MOREIRA
Rodrigo Jorge

MARKETING

Renata Garcia de Abreu e Souza Bruno Nuciatelli

PROJETO EDITORIAL E CONTEÚDO www.studiolemon.com.br | studiolemon Rua Patizal, 38 | CEP 05433-040 | Tel. (11) 2893-0199 São Paulo - SP

DIRETOR EXECUTIVO Chico Volponi cvolponi@studiolemon.com.br

DIRETOR DE CRIAÇÃO Cesar Rodrigues cesar@studiolemon.com.br

EDITOR DE CONTEÚDO Luiz Claudio Rodrigues luizclaudio@studiolemon.com.br

CONSELHO EDITORIAL

Márcia Peltier, Cecilia Tanure e Camilla Barella

COLABORADORES

Felipe Filizola e Lauro Lins

PROJETO GRÁFICO

Lemon Comunicação & Conteúdo

DESIGN

Pedro Enrike Carlos REVISÃO

Claudio Eduardo Nogueira Ramos

Tarsila Marchetti

FINALIZAÇÃO

Ana Luiza Vaccarin

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WWW.TOMDELFIMMOREIRA.COM.BR

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