COLECÇÃO SUI GENERIS
SONHO?... LOGO, EXISTO!
COLECÇÃO SUI GENERIS Obras colectivas: A BÍBLIA DOS PECADORES – Do Génesis ao Apocalipse O BEIJO DO VAMPIRO – Antologia de Contos Vampirescos VENDAVAL DE EMOÇÕES – Antologia de Poesia Lusófona GRAÇAS A DEUS! – Antologia de Natal NINGUÉM LEVA A MAL – Antologia de Estórias Carnavalescas TORRENTE DE PAIXÕES – Antologia de Poesia Lusófona SALOIOS & CAIPIRAS – Contos, Causos, Lendas e Poesias SEXTA-FEIRA 13 – Antologia de Contos Assombrosos FÚRIA DE VIVER – Um Hino à Vida Obras individuais: AMARGO AMARGAR – Isidro Sousa ALMAS FERIDAS – Suzete Fraga MAR EM MIM – Rosa Marques O PRANTO DO CISNE – Isidro Sousa DECIFRA-ME... OU DEVORO-TE! – Guadalupe Navarro SONHO?... LOGO, EXISTO! – Lucinda Maria
LUCINDA MARIA
SONHO?... LOGO, EXISTO!
EDIÇÕES SUI GENERIS EUEDITO | PORTUGAL
TEXTOS © 2017 LUCINDA MARIA
Título: Sonho?... Logo, Existo! Autor: Lucinda Maria Prefácio: José Francisco Tavares Rolo Revisão: Isidro Sousa Paginação: Isidro Sousa Capa (design): Ricardo Solano Capa (fotografia): Depositphotos Editores: Isidro Sousa e Paulo Lobo 1ª Edição – Setembro 2017 ISBN: 978-989-8856-71-5 Depósito Legal: 430909/17 EDIÇÕES SUI GENERIS letras.suigeneris@gmail.com www.euedito.com/suigeneris http://letras-suigeneris.blogspot.pt https://issuu.com/sui.generis EUEDITO geral@euedito.com www.euedito.com Impressão Print On Demand Liberis
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“E porque és sombra do sonho em que anoiteço, tranco-me na noite dos teus olhos e, espreitando o dia em que me vejo flor, abro as pétalas em silêncio e, quando te olhar, seremos jardim...” ANTÓNIO CARLOS SANTOS
Dedico este novo livro de poemas a quem mais amo: minha mãe, filho, irmãs, cunhado, sobrinhos e sobrinhos-netos. Para todos os amigos que vivem no meu coração. Para todas as pessoas que fazem parte dos meus sonhos.
ÍNDICE
Prefácio ........................................................................................................... 13 Sonho?... Logo, existo! .................................................................................. 17 Amo amar-te! ................................................................................................. 18 Ainda... ............................................................................................................ 19 Beijo de amor ................................................................................................. 20 Chama-se saudade ......................................................................................... 21 Amar assim... .................................................................................................. 22 Desnudada ...................................................................................................... 23 De mãos dadas ............................................................................................... 24 Testemunha .................................................................................................... 25 Num beijo... .................................................................................................... 26 Marcas de paixão ........................................................................................... 27 Esta fome... ..................................................................................................... 28 Olhar ................................................................................................................ 29 Oh! Deixa-me... .............................................................................................. 30 Perdoa-me... .................................................................................................... 31 Mendiga de amor ........................................................................................... 32
Mãos que falam .............................................................................................. 33 Primeiro beijo ................................................................................................. 34 Amar não é pecado ....................................................................................... 35 Desfolhaste... .................................................................................................. 36 Eu olhei e vi... ................................................................................................ 37 Esta saudade ................................................................................................... 38 Deste e tiraste ................................................................................................. 39 Não me conformo ......................................................................................... 40 Palavra mentirosa .......................................................................................... 41 Xaile de amor ................................................................................................. 42 Tu és a minha saudade .................................................................................. 43 O eco do silêncio ........................................................................................... 44 Não quero mais!... .......................................................................................... 45 Uma só palavra .............................................................................................. 46 Melancolia ....................................................................................................... 47 Se leres... .......................................................................................................... 48 Perdeste-te... ................................................................................................... 49 Vazio ................................................................................................................ 50 Sossega, coração! ........................................................................................... 51 A minha noite ................................................................................................ 52 Despojada ....................................................................................................... 53 Descalça de tudo ............................................................................................ 54 Não é um adeus! ............................................................................................ 55 Outra dimensão ............................................................................................. 56 Num casebre .................................................................................................. 57 Maternidade .................................................................................................... 58 Ninho de falsidade ........................................................................................ 59
Grito... ............................................................................................................. 60 Mundo hipócrita ............................................................................................ 61 Máquina do tempo ........................................................................................ 62 Dêem as mãos à noite ................................................................................... 63 O meu entardecer .......................................................................................... 64 Coração em pedaços ..................................................................................... 65 Noite sensual .................................................................................................. 66 Abandonaste-o ............................................................................................... 67 O meu sorriso ................................................................................................ 68 O mar e o céu ................................................................................................. 69 Silêncio... ......................................................................................................... 70 Pedro e Inês .................................................................................................... 71 Luta desigual ................................................................................................... 72 Dia da liberdade ............................................................................................. 73 O meu caminho ............................................................................................. 74 Noite dos mistérios ....................................................................................... 75 Triste entardecer ............................................................................................ 76 Um filho .......................................................................................................... 77 O meu menino ............................................................................................... 78 Aos meus pais ................................................................................................ 79 Somos irmãs ................................................................................................... 80 As mãos da minha mãe ................................................................................. 81 Fascínio ........................................................................................................... 82 Mãos erguidas ................................................................................................ 83 Grito de revolta ............................................................................................. 84 Não à violência! ............................................................................................. 85 Pensa bem! ...................................................................................................... 86
O banco da solidão ....................................................................................... 87 O nosso mundo ............................................................................................. 88 Natureza, amo-te! .......................................................................................... 89 Um livro .......................................................................................................... 90 O ovo do amor .............................................................................................. 91 O baile da poesia ........................................................................................... 92 E o sono??? ..................................................................................................... 93 Mulher selvagem ............................................................................................ 94 Escrevo-me... .................................................................................................. 95 A alma escreve ............................................................................................... 96 O meu filho .................................................................................................... 97 O milagre ........................................................................................................ 98 Sonhei-te ......................................................................................................... 99 Deixar de sonhar-te... .................................................................................. 100 Impotência .................................................................................................... 101 Queria viver .................................................................................................. 102 Jamais desistirei ............................................................................................ 103 Vivi ou sonhei? ............................................................................................ 104 Sonhei contigo ............................................................................................. 105 Não tens culpa ............................................................................................. 106 O poeta ......................................................................................................... 107 Os meus sonhos .......................................................................................... 108 Sonho?... Logo, existo! ................................................................................ 109 Agradecimentos ........................................................................................... 111 A autora ......................................................................................................... 113 Edições Sui Generis .................................................................................... 119
PREFÁCIO
“... Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... Amo tanto as palavras... As inesperadas... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem...” in Confesso que Vivi, Pablo Neruda.
De que matéria são feitos os sonhos? A vida, felizmente, permite-nos surpresas, momentos marcantes, pessoas inesquecíveis. Partilhas em cadeia, daquelas que não se podem quebrar, em que pela correnteza só temos que somar, acrescentar, gerar densidades, também em forma de afectos... porque não? A professora Lucinda Maria não foi minha professora; não fiz com ela uma viagem a um lugar único ou inesquecível; não fazemos parte de uma tertúlia permanente, ordeira ou militante; não temos um percurso longo e próximo de vidas cruzadas em comum. Até sabemos muito pouco um do outro. Mas é importante sabermos muito uns dos outros? Muito? Nos pormenores? Nos recantos e lugares marcados das nossas vidas, quais cartas de marear ou mariolas amontoadas pela serra da Estrela para guiar quem na montanha busca o sentido e o fazer da vida? Não. A professora Lucinda Maria faz parte daquele troço das nossas vidas, em que primeiro os personagens, depois as personalidades, depois 13
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os hábitos, depois os vícios – tão humanos que são os vícios! – se revelam através das luzes da vida cívica. A luz da cidadania, essa condição tão humana, quando pela cultura nos conseguimos elevar, rasgar horizontes, perceber o diferente e desigual, aceitar o plural; absorvermos o mundo, as pessoas e criamos sociedade, geramos diversidade e tolerância, e essa crença inquebrável no devir melhorado dessa mesma condição humana. Que combustível – fóssil – esse, o optimismo! Há quem lhe chame utopia, qual forma prática e consequente de organizar e dar forma e sentido aos sonhos. Redescobri a professora Lucinda Maria precisamente na luz da partilha cívica, na tentativa da construção de um guia para a felicidade e para o bem-estar que a mais, muitos mais, esse caminho certo contemplasse. Quis a cidadania, qual vício de dizer: – presente!, nos apresentasse e nos colocasse a falar. E da fala viesse a partilha, e da partilha se dissesse a sério matéria leve, trivial – como trivial é a vida – e nada, nada truculenta entre quem se quer respeitar. E dissemos de forma viva, livre e solta, coisas sérias sobre a vida, os sonhos, os anseios, as angústias e os medos. E com certeza as alegrias e o avatar das nossas personalidades. A de Lucinda Maria serenamente autoconfiante, de radicular identidade, perscrutante, com os seus contornos de “alma inquieta de nortada”. De que matéria são feitos os sonhos? Figuras de estilo à parte, claro que conhecia a professora Lucinda Maria. Tenho a certeza que até me cruzei com ela milhares – sim, milhares – de vezes aí pelas ruas da nossa vila e, depois, da nossa cidade. E aqui emerge a dimensão do tempo de convivência pelo silêncio e pelo olhar. Por quantas pessoas passamos todos os dias, partilhamos espaços, sem que gostos, sonhos, desejos, conscientemente se interceptem? Bem questionam poetas, cientistas e filósofos os mistérios da vida!... De que matéria são feitos os sonhos? E houve um momento para o reencontro, há alguns anos, sem que um contasse ao outro, ou sequer de tal fizesse comentário, como quem 14
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faz uma longa viagem com um desconhecido que vivia na própria cidade... os sinais unificadores foram-se revelando. A cidadã livre pensadora, civicamente empenhada, apaixonada pela sua terra, pela memória colectiva e pelas palavras organizadas em livros. Que é isso de viver a cidade, sentir a terra, este chão e os milhares de identidades que dão forma e espessura a este corpo comum e não ter voz? E que essa voz não se possa juntar a outras vozes e com outros braços e mãos e não criem uma cadeia de união que nos aproxime, vincule e nos abrace num campo comum, partilhado? E porque a cidadã livre, corajosa, participante, criadora, sabia que essa condição é tanto mais forte quanto mais trocarmos palavras, partilharmos vivências, descobrirmos o mundo – o interior e esse aí à nossa roda – descobri-lo pelo ir e tocar, ou ser-nos revelado, dado a conhecer, pelo registo lido e interiorizado de um autor mais atrevido. Sim, atrevido. Que se atreveu a convencer-nos que também tu, também aquele, pode criar, recriar e verter em páginas todo um mundo que em geometria variável sai de nós e vem até nós, nos circunda e nos inunda, nos envolve e nos preenche os dias. E há quem diga, sábios desde o princípio dos tempos, que nos pode preencher a alma. A professora Lucinda Maria, em cinco sessões catarse – e que mal se forem mesmo catarses? – revelou-nos partes do seu olhar profundo e suave, sobre as coisas que a inquietam e que a despertam. Sobre a sua alma. Partes que a impelem fazer, construir, edificar em forma de palavras... para depois nos convidar a entrar dentro delas. E dentro deles, seus cinco livros, como cinco dedos de uma mão – que aberta em forma generosa tem estendido – sempre – até nós. A quem gosta de ler. A quem quer aprender a ler. A quem gosta de folhear. A quem gosta de sublinhar. A quem gosta de ler alto. A quem gosta de ler baixinho. A quem gosta de declamar. A quem gosta de editar. A quem gosta de publicar. Aos seus amigos. Literatos ou não. Amantes da escrita ou não. Que é uma oferta, um presente apresentado para cada um folhear à vontade do pulsar do seu coração... parece-me que é assim. Sim. Prosa ou poesia, há em Lucinda Maria as marcas da vida, de uma 15
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vida, das vidas, de vidas cruzadas. De uma existência, hoje serena, amanhã veremos. Inexpugnável, surpreendente, com estes sonhos partilhados Lucinda Maria diz-nos: – Confesso que vivi. E tanta vida tem dentro de si! Tanto para partilhar! Pode-se descobrir uma pessoa por um livro? Por cinco livros? Pode-se descobrir a Humanidade através de um livro! E precisamos tanto de humanidade! E precisamos tanto de palavras. Das palavras certas e seguras. Sim. Escrevi-o com convicção. E precisamos que as palavras transformem. De que matéria são feitos os sonhos? De vida. De vida vivida. Que a reinventam. Que a recriam. Dizer obrigado à professora Lucinda Maria, pela vida que nos transmite, chega? Não. Pedir-lhe para nos dar mais vida em forma de sonhos? Vamos deixar ao seu livre arbítrio. Cogitar, sonhar, criar, criar mundos no mundo muito dela e esperar, esperar... Esperar: essa terra da virtude, onde o tempo não conta. Só aquilo que ele nos oferece. E digo: a nossa gratidão por tudo, todos os momentos, todas as manifestações que a professora Lucinda Maria nos tem dado. De que matéria são mesmo feitos os sonhos? José Francisco Tavares Rolo
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S.onhando, sou fada da felicidade O.lho ao meu redor... vejo a beleza N.a vida... que eclode em verdade H.otel de charme em plena natureza! O. sonho é precioso... é um começo... L.igados todos os elos que são rendas O.níricas sensações que eu mereço... G.anham forma em mitos e lendas O. que sonharmos torna-se presente E.mbriagado de perfumes de flores... X.aile protector de quem não mente I.mbuído de ardor, prenhe de amores S.onho é tudo... e pode não ser nada T.em fios de sol raiando a alvorada, O.nde se espraia o querer, suavemente!
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AMO AMAR-TE!
O amor que sinto é um diamante, Uma pedra preciosa, um tesouro. Sinto e, porque sinto, é brilhante... É uma chama... fogo imorredouro! Amo e, sem dar por isso, este amor Faz parte de mim... está-me na pele. Preenche-me este vazio, este ardor, É um elixir... dá alento e me impele. Não importa quem é o alvo, o destino... Amo perdidamente... e perco o tino, Como um palhaço que ficou sem riso. Eu sei quem quero... sei que te quero... Sem ti... imerjo num cruel desespero... Amo amar-te assim, porque preciso!
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AINDA...
Ainda tenho na minha boca o sabor Da tua... daquele beijo adocicado... Na calada da noite... partilhado... Com volúpia, paixão e tanto amor! Ainda vejo na retina o teu olhar, Olhando-me numa carícia sentida, E esta recordação é a minha vida... É o prazer, a dolência do meu mar! Ainda ouço a tua voz sussurrando No meu ouvido e eu te escutando, Sentir-me embriagada de paixão... Ainda sinto... o calor das tuas mãos, Passando na minha pele, gestos sãos, Que acariciam ainda o meu coração!
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BEIJO DE AMOR
São duas bocas que se tocam, puro êxtase, Numa exploração sôfrega, uma procura... Húmidas línguas entrelaçadas de ternura, Paixão exacerbada, quase cega de ênfase. Carinho trocado numa profusão de amor, Abraços macios... sentires aconchegantes, O beijo prolonga-se... murmúrios cantantes, São sensações indescritíveis de doce torpor. Naquela osmose que se vai intensificando, As bocas unidas num prazer muito brando. Olhares que dizem tudo... sem nada dizerem. Beijo de amor: lábios insalivados de luxúria, Às vezes, parece ser uma constante lamúria... Dois seres beijarem-se por tanto se quererem!
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CHAMA-SE SAUDADE
O meu amor chama-se saudade e é Um turbilhão de sentires magoados, Uma tempestade ou doces trinados, Às vezes, desesperança... outras, fé... No meu coração reina a fantasia E este mar de ternura só se acalma, Quando a tua voz, na tarde calma, Me traz esse teu cheiro de maresia. Mas... logo volta esta saudade acre, Que me tatua... imagem com lacre... Faz cair do meu olhar chuva intensa. É esta ausência de ti que me tortura... És a minha foz... a minha maré pura... Meu amor é a saudade que se adensa!
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AMAR ASSIM...
Amar-te assim... é uma loucura Sou louca... eu sei que sou louca! É uma certeza... e é assim pura, Só esmorece tua vontade, pouca! Nem sei porque teimo em amar-te É este meu coração desenfreado, Que passa o tempo todo a ansiar-te, Como no céu voa um cavalo alado. Pensas que eu quero amar-te assim? Pensas que o sentir depende de mim? Não. A minha mente quer olvidar... Tudo o que deste foi por compaixão. Esquece! – grita-me imperiosa razão, Mas eu sou louca e continuo a amar!
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ESTE LIVRO TEM 130 PÁGINAS
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