COLECÇÃO SUI GENERIS
PRISIONEIROS DO PROGRESSO
COLECÇÃO SUI GENERIS Obras colectivas: A BÍBLIA DOS PECADORES – Do Génesis ao Apocalipse O BEIJO DO VAMPIRO – Antologia de Contos Vampirescos VENDAVAL DE EMOÇÕES – Antologia de Poesia Lusófona GRAÇAS A DEUS! – Antologia de Natal, 2ª Edição NINGUÉM LEVA A MAL – Antologia de Estórias Carnavalescas TORRENTE DE PAIXÕES – Antologia de Poesia Lusófona SALOIOS & CAIPIRAS – Contos, Causos, Lendas e Poesias SEXTA-FEIRA 13 – Antologia de Contos Assombrosos CRIMES SEM ROSTO – Antologia de Contos Policiais FÚRIA DE VIVER – Um Hino à Vida A PRIMAVERA DOS SORRISOS – Antologia em Prosa e Poesia TEMPO DE MAGIA – Antologia de Natal DEVASSOS NO PARAÍSO – Contos Sensuais e Eróticos OS VIGARISTAS – Crónicas, Poemas e Contos do Vigário Obras individuais: AMARGO AMARGAR – Isidro Sousa ALMAS FERIDAS – Suzete Fraga MAR EM MIM – Rosa Marques O PRANTO DO CISNE – Isidro Sousa DECIFRA-ME... OU DEVORO-TE! – Guadalupe Navarro SONHO?... LOGO, EXISTO! – Lucinda Maria PRISIONEIROS DO PROGRESSO – Rosa Marques DE LÍRIOS – Isidro Sousa
ROSA MARQUES
PRISIONEIROS DO PROGRESSO
EDIÇÕES SUI GENERIS EUEDITO | PORTUGAL
TEXTOS © 2017 ROSA MARQUES
Título: Prisioneiros do Progresso Autor: Rosa Marques Prefácio: Isidro Sousa Revisão: Isidro Sousa Paginação: Isidro Sousa Capa (design): Ricardo Solano Capa (fotografia): Depositphotos Editores: Isidro Sousa e Paulo Lobo 1ª Edição – Dezembro 2017 ISBN: 978-989-8896-02-5 Depósito Legal: 434950/17 EDIÇÕES SUI GENERIS letras.suigeneris@gmail.com www.euedito.com/suigeneris http://letras-suigeneris.blogspot.pt https://issuu.com/sui.generis EUEDITO geral@euedito.com www.euedito.com Impressão Print On Demand Liberis Direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, por quaisquer meios e em qualquer forma, sem a autorização prévia e escrita dos Editores ou da Autora. Exceptua-se a transcrição de pequenos textos ou passagens para apresentação ou crítica do livro. SEJA ORIGINAL! DIGA NÃO À CÓPIA! RESPEITE OS DIREITOS DE AUTOR! A cópia ilegal viola os direitos dos autores. Os prejudicados somos todos nós.
“De nada serve ao homem conquistar a Lua se acaba por perder a Terra.” FRANÇOIS MAURIAC
Ao Rodrigo
ÍNDICE
Prefácio ........................................................................................................... 13 Prisioneiros do progresso ............................................................................. 19 Eterna mágoa ................................................................................................. 21 Desprezo pela vida humana ......................................................................... 22 Viajante no tempo ......................................................................................... 24 A solidão na cidade ....................................................................................... 25 A cada dia mais nulo ..................................................................................... 26 Grades invisíveis ............................................................................................ 27 Mais pobre, mais frágil ................................................................................. 28 Que crença é essa? ......................................................................................... 29 Menino de rua ................................................................................................ 30 Mundo desigual .............................................................................................. 31 Seres insensíveis ............................................................................................. 32 Ambição desmedida ...................................................................................... 33 Um homem novo .......................................................................................... 34 O amor não morre ........................................................................................ 35 Francisco ......................................................................................................... 36
Do lado dos oprimidos ................................................................................. 37 Amigo ausente ............................................................................................... 38 Humanidade em crise ................................................................................... 40 Desorganização .............................................................................................. 41 O mundo precisa de paz .............................................................................. 42 Aleppo ............................................................................................................. 43 Autodestruição ............................................................................................... 44 Basta! ............................................................................................................... 45 Emigração ....................................................................................................... 46 Amor é caminho ............................................................................................ 48 Choro com tristeza ........................................................................................ 49 A todas as crianças do mundo ..................................................................... 50 Homem sem lei .............................................................................................. 51 Desilusão ......................................................................................................... 52 Indiferença ...................................................................................................... 53 Que mundo é este? ........................................................................................ 54 Falta de afecto ................................................................................................ 55 Mundo conturbado ....................................................................................... 56 Valores morais ............................................................................................... 58 Até quando? ................................................................................................... 59 Crise ................................................................................................................. 60 Distâncias ........................................................................................................ 61 Jovens dependentes da tecnologia .............................................................. 62 Excesso de liberdade ..................................................................................... 64 Liberdade aviltada .......................................................................................... 65 Mentes vazias ................................................................................................. 66 Inevitável abismo ........................................................................................... 67
Refém da tecnologia ...................................................................................... 68 Paris I .............................................................................................................. 70 Paris II ............................................................................................................. 71 Prisioneiro do progresso .............................................................................. 72 Solidão no século XXI .................................................................................. 74 Encostas íngremes de solidão ...................................................................... 75 Caos ................................................................................................................. 76 A palavra ......................................................................................................... 77 Desumanização .............................................................................................. 78 Se o dia amanhecer nublado ........................................................................ 79 Se tudo fosse diferente ................................................................................. 80 Como ajudar uma mãe? ................................................................................ 82 Bem-haja quem ajuda .................................................................................... 83 Mundo à deriva .............................................................................................. 84 Insensibilidade ............................................................................................... 85 Náufragos de si mesmos .............................................................................. 86 Seres irracionais ............................................................................................. 87 Toca-os com o Teu perdão! ......................................................................... 88 Dia do Trabalhador ....................................................................................... 89 Mágoa I ........................................................................................................... 90 Mágoa II .......................................................................................................... 91 Vida breve ....................................................................................................... 92 Saudade ........................................................................................................... 94 Que nunca nos falte a fé ............................................................................... 95 Nota da autora ............................................................................................... 97 A autora ......................................................................................................... 100 Edições Sui Generis .................................................................................... 103
PREFÁCIO
É com bastante satisfação que assumo, novamente, o papel de editor e torno a prefaciar um livro de Rosa Marques: a sua segunda obra poética, que reflecte fortes preocupações de âmbito social. Se Mar em Mim, o primeiro livro, apresenta temas que lhe são caros e a tocam particularmente a nível pessoal, sendo a maioria dos poemas dedicada à Natureza, às ilhas do seu coração (Madeira e Porto Santo) e ao mar com o qual sempre conviveu, este novo Prisioneiros do Progresso debruça-se sobre questões assaz alarmantes que vão muito além do foro pessoal: afectam todos os seres! Porque Rosa Marques, sendo uma pessoa humana e sensível, é igualmente uma autora atenta, consciente e desassossegada. Preocupa-se com os seus sonhos, com a sua própria vida e a vida dos seus, mas também se inquieta com as vidas e as condutas de outrem... com a sociedade egoísta e materialista em que vive e o mundo cada vez mais mecânico e desumano que a rodeia. O contacto entre nós estabelecido em 2015 ultrapassou, desde cedo, a mera relação editorial: foi adentrando, de modo crescente, no campo da amizade, gerando-se, de dia para dia, um apreço salutar entre autora e editor construído com pequenas/grandes cumplicidades. Não senti, talvez por isso mesmo, qualquer estranheza quando ela manifestou, alguns meses após ter publicado Mar em Mim, a intenção de editar outro livro de poesia. Não obstante, a 13
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temática dos poemas que constituiriam o novo livro deixou-me, numa fase inicial, um tanto apreensivo... Neste pequeno universo literário em que grande parte das obras poéticas apresentam conteúdos que obedecem (quase) sempre a desejos e anseios de ordem pessoal, editar um livro de poesia totalmente dedicado a assuntos sociais, tecnológicos, ambientais e humanitários pareceu-me uma ideia arrojada, e até arriscada. Não que estes temas não sejam merecedores de atenções reflectidas, também, a nível poético. Pelo contrário: é de louvar! Mas surgiume logo uma questão deveras pertinente: quem desejaria adquirir um livro cujos poemas se preocupam, em exclusivo, com as tecnologias que isolam cada vez mais o ser humano e o fazem olhar somente para o próprio umbigo, com as sociedades crescentemente globalizadas, impiedosas e desumanas, resultantes de um progresso acelerado e descontrolado, com toda a humanidade que habita o planeta Terra em perigo? Isto porque, na minha visão de editor, embora privilegie sempre a qualidade das obras literárias, há outros investimentos imprescindíveis à produção de um livro que carecem de retorno, investimentos financeiros, e esse retorno nem sempre poderá ser breve, ou tão breve como se desejaria. Mas Rosa Marques, expondo-me a sua inquietude e a razão dos temas abordados, logo me tranquilizou. A qualidade dos poemas, aliada à sensibilidade e à simplicidade que a caracterizam, também. São largas dezenas de textos escritos em momentos diferentes, que registam sentimentos de angústia e aflições em diversos períodos da vida da autora, revelando mágoas, descontentamentos e revoltas, não havendo, inicialmente, o objectivo concreto de serem reunidos num livro; em certa altura, porém, a autora constatou que esses mesmos textos poéticos seriam suficientes para formarem um volume. E à medida que chegavam às minhas mãos, para que a obra fosse organizada, convencia-me, cada vez mais, de que este 14
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novo livro seria, além de interessante, um excelente desafio/alerta pela via da poesia... e muito oportuno nos tempos que correm! Tal como atestam os versos introdutórios de Prisioneiros do Progresso, o (primeiro) poema que empresta o seu título ao livro: Deslumbrado com o grau de desenvolvimento que já conseguiu atingir / O homem não “sabe”, não quer mais parar... / Egocêntrico, cada vez mais sedento de explorar... de modificar... / Numa sede crescente de progredir... mesmo consciente de que está a destruir... De acordo com o pensamento da autora e as palavras que me transmitiu, o homem tem causado danos irreversíveis no nosso planeta, que colocam em risco toda a humanidade. Esvaziando-o das substâncias que o tornam equilibrado e habitável, sobrecarregando-o de produtos altamente poluentes e que estão a destruir a atmosfera... dando origem ao aquecimento global, ao efeito estufa, etc. Mesmo consciente de que age mal, ele dá (continua a dar) largas à insensatez. Além de promover um progresso descontrolado que poderá ter consequências nefastas para todos os seres vivos que habitam a Terra, mantém-se indiferente aos danos que desencadeia, ao esgotar, egoisticamente, os recursos naturais do planeta sem pensar nas gerações vindouras. Tudo isso numa ânsia de saciar desejos sem limites, com sede incontrolável de desenvolver, de evoluir sempre e cada vez mais, sem olhar a meios para atingir os fins, e insensível para o inevitável desfecho que poderá ser catastrófico. A situação é alarmante!, frisa a autora. Destruindo o seu próprio habitat, o ser humano caminha a largos passos para o abismo da destruição, da anulação de si mesmo. No entanto, o homem do século XXI, apesar de todo o desenvolvimento que alcançou, não é feliz. Tornou-se um ser insensível, sem lei, materialista e tecnológico, fruto desse progresso descontrolado que anula os bons valores éticos e morais que regem a vida, descurando a parte espiritual, a mais importante para uma vida feliz e saudável... daí todo o desequilíbrio. Existe uma insatisfação 15
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crescente, que ele procura colmatar com mais desenvolvimento... conquistando mais bens materiais. Esta sede desmesurada de poder e de conquista está originando uma cegueira geral para a verdadeira realidade, para o estado em que o mundo se encontra, para a necessidade de se valorizar a vida humana... e menos a parte material. Criando seres insensíveis e indiferentes... A solidão entre os seres, a falta de afecto, a ausência de valores, as desigualdades sociais, o desprezo pela vida humana, a ambição desmedida, a desordem nas sociedades, as guerras e a pobreza, as alterações climáticas provocadas pela mão humana, enfim, o caos no mundo e a (consequente) desumanização que se tem verificado e acentuado a cada dia são algumas das imensas inquietações bem vincadas nos 67 poemas incluídos neste livro, que remetem, constantemente, para a necessidade de moderar e controlar o desenvolvimento a nível mundial, educando, sensibilizando e consciencializando os seres humanos para uma maior responsabilidade, o que permitirá reduzir os malefícios que a todos afectam. Sem mais delongas, deixo-lhes nas mãos este Prisioneiros do Progresso, uma belíssima obra poética que, para além do prazer que a sua leitura irá seguramente proporcionar, poderá despertar consciências para certas realidades que nos rodeiam, cumprindo também, desse modo, uma função pedagógica. Isidro Sousa
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Senhor, Coloca mais ternura no coração dos homens, Para que o mundo se torne um lugar mais aprazível e menos hostil!
A rua deserta, o silêncio... A solidão que espreita por uma fresta Da porta entreaberta!
Que este dia traga paz, Amor e harmonia!
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Deslumbrado com o grau de desenvolvimento que já conseguiu atingir O homem não “sabe”, não quer mais parar... Egocêntrico, cada vez mais sedento de explorar... de modificar... Numa sede crescente de progredir... mesmo consciente de que está a destruir... Um desenvolvimento exagerado... está a deixar o Planeta esgotado De seus recursos naturais... Mesmo perante as evidências... e sofrendo as consequências... O homem extrai do Planeta... mais... sempre e cada vez mais... O mercado está superlotado de produtos supérfluos... Que são fruto de um crescimento sem controlo, Prejudicial a todos nós... a toda a Humanidade... Produtos químicos poluem e envenenam as águas... Dos rios e das nascentes... dos mares... contaminam o solo... As árvores mutiladas estão tristes, sacrificadas ao progresso... E, devido à enorme poluição, muitas já em extinção! As flores exageradamente modificadas... Os frutos adulterados pelos químicos perderam o sabor... Para o homem actual, o importante é rentabilizar... ganhar... Ganhar sempre mais dinheiro... louca ambição... 19
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Que nem por isso o faz mais feliz... Cercado de produtos que não usa nem precisa... sufocado pela poluição O tempo passa... e o homem do século XXI finge que não vê... Ignora a trágica situação... Que herança deixará aos seus filhos... às novas gerações? Um Planeta doente... danificado... efeito estufa... lamentáveis condições... É urgente parar esta forma errada de pensar e de agir... Sensibilizar o homem para a importância... para o valor da NATUREZA Para que dignifique e valorize a sua parte espiritual... Tão descurada nos últimos anos... e por isso a causa de tanto mal... É urgente tomar medidas para reverter a situação... reparar os danos... Progresso SIM... Com equilíbrio, “conta, peso e medida” Progresso NÃO... Quando os danos são maiores que os benefícios Quando o preço a pagar é a própria vida... e do Planeta a destruição.
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ETERNA MÁGOA
É sempre esta solidão Do tamanho do mundo Penetrando na alma Deixando um vazio Obscuro e profundo... Uma eterna mágoa Sem razão aparente Que aumenta a cada dia e... Vai tomando conta da gente!
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DESPREZO PELA VIDA HUMANA
Sem amor O mundo tornou-se um lugar instável, perigoso Onde reina o desprezo pela vida humana A violência... a vingança... a mentira corre ligeira O medo oprime, amordaça... Armas e mais armas... explosivos Artefactos de destruição em massa São criados com rigor e precisão SENHOR De onde veio tamanho ódio? Quanta aversão Que os homens sentem uns pelos outros? PORQUÊ? Por terem crenças e por viverem Em espaços diferentes? Por serem de outra cor?
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Porquê tanto ódio e rivalidade, Senhor? Que tipo de neblina lhes obscureceu a alma? Que tipo de cegueira lhes adulterou a vista e a mente Para que sintam pela vida tanto desamor Um desprezo tão profundo? Que aconteceu, Senhor? Para que os seres tenham uma visão Tão pobre e disforme... Tão alienada e distanciada do que Deveria ser a realidade no mundo?
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VIAJANTE NO TEMPO
Viajante no tempo Que vagueias na noite Sem rumo... sem pressa Diz-me... Porque caminhas sozinho? Que solidão é essa?
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ESTE LIVRO TEM 120 PÁGINAS
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Página da autora: Facebook: Maria Correia