Iputinga - Análise Urbanística

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URBANISMO I IPUTINGA



Apresentação O trabalho a seguir tem como objetivo uma análise urbanística do bairro da Iputinga, com ênfase em um recorte territorial proposto pela ARIES, de modo a obter informações urbanísticas para a realização de um projeto que visa o planejamento urbano tático na primeira infância. A partir de tal estudo, ocorreu a observação dos conceitos de conectividade e multimodalidade, desenvolvidos pelo Plano centro cidadão no ano de 2014. A elaboração desta atividade foi realizada pelas alunas: Julia Santana, Milena Valença e Susanna Lima, universitárias da disciplina de Urbanismo I da Universidade Católica de Pernambuco, no segundo semestre de 2018, na qual foram assessoradas por Andréa Câmara e Clarissa Duarte. O resultado almejado por tal análise é de um diagnóstico dos itens analisados, objetivando apresentar o cenário urbano atual de tal área, e com isso buscar um melhor resultado do projeto que visa o urbanismo tático, tendo em vista o envolvimento da população para o bom desenvolvimento do projeto, possibilitando assim que a comunidade crie um vínculo com o projeto e com isso tenha a sensação de pertencimento.


SUMÁRIO INTRODUÇÃO

01 CONCEITUAÇÃO

1.1 ESPAÇO URBANO CIDADÃO 1.2 A RUA CIDADÃ E OS ELEMENTOS DE COEXISTÊNCIA 1.3 CIDADE PARA PESSOAS E CAMINHABILIDADE

02 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA 2.1 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E SOCIOCULTURAIS 2.2 ELEMENTOS DE PAISAGEM 2.3 ASPECTOS LEGISLATIVOS


03 LEITURA URBANA LOCAL TEMÁTICA 3.1 POR UMA CIDADE PRESERVADA E PRODUTIVA 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4

IDENTIDADE PROPORCIONALIDADE DIVERSIDADE DENSIDADE

3.2 POR UMA CIDADE INTEGRADA E INCLUSIVA 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4

CONECTIVIDADE MULTIMODALIDADE ACESSIBILIDADE COLABORAÇÃO

3.3 POR UMA CIDADE HUMANIZADA, SEGURA E CONFORTÁVEL 3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.3.4 3.3.5

CAMINHABILIDADE PERMEABILIDADE ILUMINAÇÃO MOBILIÁRIO URBANO VEGETALIZAÇÃO

04 LEITURA INTEGRADA

05 ESTRATÉGIAS DE DESENHO URBANO 5.1 TABELA DE DESAFIOS E POTENCIALIDADES 5.2 VISÕES DO FUTURO

REFERÊNCIAS


Introdução O trabalho apresentado a seguir tratasse de uma análise urbanística de um recorte territorial do bairro da Iputinga, zona oeste do Recife, o qual é uma área que conta com equipamentos educacionais, de lazer, comerciais, além de ser uma área que comporta zonas especiais e sociais. Fig. 1

Figura 1


A atividade consiste em expor o diagnóstico dá área urbana local, com foco na conectividade e multimodalidade. Além disso, consiste em apresentar um diagnóstico dos aspectos sócio econômico e culturais e legislativos, além de elementos de paisagem. Para a realização de tais abordagem, a atividade está estruturada em 4 capítulos, sendo a organização da apresentação de cada capitulo sugerido pelas orientadoras, e apresentados no sumário. A metodologia utilizada, partiu da leitura dos livros Cidade para Pessoas (Jan Gehl, 2014), Cidade Caminhável (Jeff Speck, 2016), além da fundamentação dos conceitos de “Rua cidadã” e de “Espaço urbano cidadão”, desenvolvidos pelo Plano centro Cidadão, da visita em loco e virtual (Google Maps), consultas no Atlas de desenvolvimento humano de 2015 e a base de dados da prefeitura do Recife. Tendo como objetivo final a elaboração de um diagrama que determina a qualidade urbana do território. Análise essa, que está fundamentada segundo os critérios descritos em MVRDV, 2012. (fig. 2).

figura 2



1 CONCEITUAÇÃO 1.1 ESPAÇO URBANO CIDADÃO 1.2 RUA CIDADÃ E OS ELEMENTOS DE COEXISTÊNCIA 1.3 CIDADE PARA PESSOAS E CAMINHABILIDADE


1.1 ESPAÇO URBANO CIDADÃO Para a existência de um espaço urbano cidadão, é necessário que espaços públicos e privados sejam planejados de maneira conjunta, de forma a proporcionar lugares de qualidade para a população. Para alcançar seu objetivo, o espaço urbano cidadão se apropria do conceito da Rua Cidadã e da Arquitetura Urbana. É inconcebível a existência de um espaço urbano cidadão sem que esse espaço tenha sido planejado. Segundo as diretrizes do Centro cidadão, é preciso um planejamento urbano local, qualitativo e cidadão, além da preservação do patrimônio histórico e cultural do território, para a construção de um espaço integrado e humano. O conceito de rua cidadã, define que a rua deve ser não apenas a protagonista dos espaços públicos, como também servir de articuladora entre os espaços, equipamentos e pessoas. Para isso, é preciso que o cidadão tenha segurança e conforto nesses espaços, que são adquiridos através da mobilidade humana, vegetação e natureza urbana, mobiliário urbano e interfaces arquitetônicas. A rua é considerada a nova “ÁGORA” contemporânea, o espaço principal das trocas sociais, reais, da atualidade. (DUARTE, 2014). Na arquitetura urbana, o projeto do espaço privado é direcionado pelo planejamento do espaço público. Além de projetar a cidade valorizando as construções já existentes, reconhecendo a importância dos avanços construtivos e da remodelação de alguns espaços da cidade. Para se obter esse Espaço Urbano Cidadão é necessário um planejamento urbano local e integrado, em que seus processos de trabalho sejam integrados, interdisciplinares, inclusivos e colaborativos. Dessa forma, todos os conceitos antes citados tornam-se reais, estimulando a vida urbana.


1.2 RUA CIDADÃ E ELEMENTOS DE COEXISTÊNCIA Para que os espaços sejam ocupados, é necessário estabelecer um mínimo de conforto e segurança ao usuário. Dessa forma, é preciso analisar quais as necessidades do ambiente e os elementos espaciais mais importantes, tendo como objetivo uma requalificação. Esses elementos podem ser pontuados como: . Interface Urbana . Mobilidade . Vegetação . Mobiliário Urbano

Interface Urbana Consiste na comunicação entre as construções com a rua e com as pessoas. É possível obter uma boa interface arquitetônica a partir de alguns elementos como: térreo ativo, permeabilidade visual, coerência climática e proporcionalidade do escalonamento humano em relação a via e as edificações.

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

Campus da Fundação Nacional de Pesquisa de Singapura

Campus da Fundação Nacional de Pesquisa de Singapura

A área de estudo possui fachadas frontais no limite dos lotes e um elevado número de construções de uso misto. Ou seja, em seu térreo temos comércio e a partir do primeiro andar moradias. Suas interfaces urbanas tendem a seguir o escalonamento humano. Apesar disso, as aberturas das fachadas em sua maioria não possibilitam trocas visuais entre os ambiente interno e externo, e dessa forma não possuem boas interfaces arquitetônicas.

Fonte: Autoras, 2018 Interface das edificações da área estudada

Fonte: Autoras, 2018 Interface das edificações da área estudada - uso misto


Mobilidade

Deslocamento da população entre as diferentes áreas da cidade. As vias exclusivas de transporte público, as ciclovias, ciclofaixas, as diversidade de meios de transportes, calçadas, limitação de velocidade, priorização dos transportes públicos e incentivo ao uso de deslocamentos sustentáveis, são alguns dos meios de locomoção que permitem a existência de uma mobilidade mais adequada.

Fonte: Pinterest Diversidade de transportes

Fonte: Pinterest Pirâmide da movimentação urbana adequada

A área analisada possui uma mobilidade urbana considerada boa, devido a diversidade de meios de locomoção. Possui como destaque o pedestrianismo, as bicicletas, charretes e motocicletas. Suas calçadas, entretanto, apresentam variações de tamanhos, inclinação e falta acessibilidade. Além disso, algumas áreas chegam a não ter calçadas, pois foram anexadas ao loteamento de forma irregular. Entretanto, estão passando por um processo de requalificação.

Fonte: Autoras, 2018 Carroça como meio de transporte

Fonte: Autoras, 2018 Cultura do caminhar


Vegetação A vegetação no espaço urbano tem como objetivo trazer conforto ambiental para os usuários, por meio da sombra e pela diminuição das sensações térmicas. Contudo, para cumprir sua função, é necessário que ela tenha sido planejada e que traga continuidade da vegetação já existente.

Fonte: Pinterest Rua Gonçalo de Carvalho, Porto Alegre

Fonte: Pinterest Warrior Square Gardens / Gillespies, Inglaterra

A presença de vegetação na área de estudo é escassa, contribuindo assim para a falta de conforto térmico, pela sensação de altas temperaturas. As que são encontradas estão localizadas nas praças, nas calçadas e dentro dos lotes sendo na maioria das vezes irregulares.

Fonte: Autoras, 2018 Árvore em praça do bairro. Fonte: Autoras, 2018 Árvores no meio da calçada e com galhos na fiação.


Mobiliário Urbano São objetos e equipamentos instalados em locais públicos, com objetivo de dar suporte para a utilização da área. Tem-se como exemplo de mobiliário urbano, os postes, os lixeiros, os bancos, as paradas de ônibus, as placas de sinalização, entre outros. Para classificar um mobiliário é necessário observar sua eficiência energética e qualidade enquanto mobiliário.

Fonte Pinterest Projeto WBM Studio, Inglaterra

Fonte: Pinterest Marguerite Bicycle Rack por Yoann Henry Yvon

Na área abordada é quase inexistente a presença de mobiliários urbanos, sendo o poste de suporte o mais encontrado entre eles. Não foi notada a presença de placas de sinalização, nem de mobiliários nas praças. Há poucos postes de iluminação (iluminação para a rua, não para o pedestre), falta de parada de ônibus e de lixeiros (acúmulo de lixos em algumas calçadas).

Fonte: Autoras, 2018 Poste no meio da calçada e com muita fiação.

Fonte: Autoras, 2018 Falta de mobiliário urbano em praça local.


1.3 CIDADES PARA PESSOAS E CAMINHABILIDADE O esquecimento do dimensionamento humano no planejamento da vida urbana, gera cidades cada vez mais verticais e impessoais. Segundo Jan Gehl em seu livro Cidade para pessoas, “Pela primeira vez na história da humanidade cidades não são construídas como conglomerações de espaços urbanos, mas como edificações individuais”, essa nova forma de projetar, põe em risco os espaços públicos, má qualidade dos passeios públicos, altos muros, separação de usos da cidade e meios de locomoção poluentes usado de forma individuais. Uma cidade projetada para pessoas, deve possuir sustentabilidade social, segurança, confiança, democracia, para desenvolver uma cidade segura, viva, sustentável e saudável, mas isso só é possível através de um planejamento integrado. Uma Cidade para Pessoas é sustentada por 3 pilares: Proteção (aos pedestres, ambiente cheio de vida, olhos na rua, boa iluminação e experiências sensoriais), Conforto (caminhar, permanecer em pé, sentar-se, ver, ouvir e conversar e praticar atividades físicas) e Prazer (espaços projetados de acordo com a escala humana, experiências sensoriais positivas e aspectos positivos do clima). Feito através dos 10 passos da caminhabilidade, como aponta Speck (2016): Colocar os carros no lugar devido (os pedestres que devem vir em primeiro lugar), variedade de usos (motivo para as pessoas andarem nas ruas), dimensionamento correto do estacionamento (estacionamentos pagos), deixar os transportes públicos fluírem (facilidade de conexão entre os espaços), proteção do pedestre (calçadas de qualidade), valorização das bicicletas (meio de transporte limpo), espaços de qualidade, arborização, fachadas estimulantes (fachadas que estimulem os sentidos das pessoas) e eleger prioridades. Para as pessoas frequentarem a cidade é uma questão de convite. Analisando a área de estudo e as questões anteriormente faladas, nota-se a falta da proteção, do conforto e do prazer. Isso se dá, pela falta de qualidade nos passeios públicos, precariedade da iluminação, descarte de lixo em áreas irregulares, altas sensações térmicas pela falta de vegetação e pelas praças se encontrarem em péssimo estado de uso. Os 10 passos da caminhabilidade também não são notados no local, apesar de existência de um grande número de moradores que utilizam a bicicleta como meio de locomoção, do pedestrianismo e das variedade de usos, pois não se sabe se isso é a preferência ou se não se tem oportunidades de outras formas de locomoção. É notório a falta de proteção ao pedestre, de espaços de qualidade, de arborização, de fachadas estimulantes (fachadas muito fechadas), apesar de existir um equilíbrio em relação ao escalonamento humano.

Fonte: WRI Brasil Rua Joel Carlos Borges, em São Paulo, após intervenção para garantir mais segurança e acessibilidade aos pedestre. Fonte: Autoras, 2018 Falta de locação adequada para os modais.


2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA 2.1 ASPECTOS SOCIECONÔMICOS E SOCIOCULTURAIS 2.2 ELEMENTOS DE PAISAGEM 2.3 ASPECTOS LEGISLATIVOS


2.1 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E SOCIOCULTURAIS Localizado às margens do rio Capibaribe e conferindo um dos 12 bairros que formam a RPA 4, o território do bairro da Iputinga abrange uma área de 4,3 km e tem uma população de 52.200 habitantes, tendo como densidade demográfica de 1,21 hab/km, os dados apresentados pela prefeitura do Recife, apontam que em comparação ao munícipio, o bairro representa 3% da população total do município e confere uma área de 1% se comparado ao total do território da cidade, além disso, a área de estudos confere uma área de cerca 420 km da porção do bairro, aproximadamente 9%.

1% Ocupação do bairro da iputinga em relaço ao Recife

3% Porcentagem da população do bairro em comparaçaõ ao municipío.

9% Porcentagem da área de estudo em relação ao bairro.

No passado o bairro conferia uma das porções de terra que formava os engenhos da chamada “várzea do Capibaribe”, Andrade (2004) aponta que “Na época da colonização, em meados do século XVI, foram as primeiras terras divididas entre os colonos. Essas terras eram consideradas de excelente posição e ótimas para a agroindústria do açúcar. Muitos engenhos surgiram na várzea do Capibaribe, com o passar do tempo, foram surgindo nesses engenhos prósperos povoados, que deram origem aos bairros de hoje, dentre eles o da Iputinga. ” Atualmente há um resquício desse passado açucareiro no bairro que é o casarão do engenho barbalho, o qual pertence a uma zona especial de preservação histórica, e está localizado na área especifica de estudo.

Fonte: Autoras, 2018 Casarão do Barbalho


Outro ponto de destaque do bairro é a quantidade de artistas de diferentes procedências e expressões que lá vivem, dando a ele o nome de “bairro dos artistas” o que proporciona uma visibilidade descentralizada da arte no município, possibilitando um chamamento turístico para a região, dentre esses artistas está o escultor Corbiniano Lins, criador do monumento “Ao talento”, localizado no canteiro central da avenida caxangá.

Fonte: FUNDAJ, nov. 2018 Monumento ao talento

Fonte: Autoral, 2018 Grafite em parede no bairro.

Um aspecto alarmante ao longo de todo o bairro, são as áreas de baixa renda que ocupam, segundo o senso do IBGE de 2010, 33% da porção do bairro e possui cerca de 21.800 habitantes, o que se aproxima a 42% da população do bairro. Essas áreas, segundo a cartografia da secretaria de controle, desenvolvimento urbano e obras, há cerca de 17 áreas de baixa renda. Dessas áreas 5 estão localizadas na área especifica de estudo, totalizando 33% dessa localidade, sendo elas, Barbalho, Santa Marta, Vila união, Ayrton Senna e Skylab, dessas apenas a área denominada “Vila união” é uma zona especial de interesse social (ZEIS). (SOUZA, 2012).

Barbalho Santa Marta Vila União Ayrton Senna Skylab Fonte: Arqgis, nov. 2018 Localização das comunidades de baixa renda, na área de estudo.


Dados do atlas de desenvolvimento humano de 2015, apontam que a área da ZEIS vila união, ocupa uma porção de 11% do bairro, cerca de 0,5536 km de extensão e apresenta uma população de 6.751 habitantes, aproximadamente 11% da população do bairro, e com densidade demográfica de 12195,65 hab/km.

11% Área ocupada pela ZEIS Vila união no bairro.

11% Ocupação da população da ZEIS vila união em relação a população do bairro,

33% Área ocupada pelas comunidades de baixa renda da área de estudo na localidade.

Um fator econômico sobre a área especifica do estudo é que, segundo levantamento no Google maps, ao longo da área estudada há cerca de 25 lojas de diversos seguimentos, 5 empresas de serviços, como a empresa de limpa fossas e serralharia, além de cerca de 26 equipamentos do ramo alimentício, como bares, restaurantes, mercearias e supermercados, além de 9 instituições religiosas. Tais equipamentos são de extrema relevância para a economia local, e vale ratificar que tais números são apenas de equipamentos cadastrados na base de informações do Google maps, e que durante visita em loco, pode-se conferir uma abrangência de edificações com o uso misto, tendo uma grande ocorrência de edificações com o térreo sendo utilizado principalmente por equipamentos do ramo alimentício ou de serviços.

Fonte: Autoras, 2018 Parte frontal de uma residência usada para comércio.

Fonte: Autoras, 2018 Uso misto em via principal.


2.2 Elementos de paisagem Os elementos de paisagem, são denominados como algo que pertence ao local e com isso se torna um ponto focal daquela área ou espaço. Esses elementos são a marca de um determinado local, é através deles que se pode ter ciência de fatos que ocorreram naquele espaço, pois ele é a parte que caracteriza o local. Tais elementos destacados no mapa, tem uma ligação direta com a comunidade e com a situação histórica, social e cultural da localidade, pois eles retratam a vivência no local e sobretudo dão forma às características dos habitantes da área.



2.3 ASPECTOS LEGISLATIVOS Segundo o plano diretor da cidade do Recife de 2008, a área estudada abrange 6 aspectos legislativos de ordenamento territorial, são eles

Fonte: ESIG, nov. 2018 Determinação das áreas legislacionais da área.


3 LEITURA URBANA LOCAL TEMÁTICA


LEITURA URBANA LOCAL TEMÁTICA A análise a seguir parte de uma metodologia desenvolvida pelo “Plano centro Cidadão” uma parceria da Universidade Católica de Pernambuco e a prefeitura da cidade do Recife. Essa metodologia parte dos conceitos da MVRDV, 2012, o qual desenvolveu um diagrama que lembra a forma de uma margarida e suas petálas indicam o tipo e a qualidade dessa tipologia em análise. Sendo assim, uma petála inteira é o indicativo de um grau elevado, média o indicativo de intensidade média e uma petála curta de baixo ou fraco grau.

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3 3.1 POR UMA CIDADE PRESERVADA E PRODUTIVA 3.1.1 IDENTIDADE 3.1.2 PROPORCIONALIDADE 3.1.3 DIVERSIDADE 3.1.4 DENSIDADE


3.1.1 IDENTIDADE A identidade está relacionada com a presença de tipos arquitetônicos similares de um lugar, juntamente com sua coerência visual e capacidade de ser reconhecido ou identificado por parte dos usuários e visitantes. Quanto maior a frequência e a repetição desses tipos, mais pessoas vão identifica-lo. Ao realizar a análise da área, foram encontrados 5 tipos arquitetônicos diferentes. Entre eles, se observou a frequência tipológica de casas térreas com fachada apresentando porta e janela e edificações com até dois pavimentos, sendo algumas dessas “casas térreas” de uso comércial e as edificações com até dois pavimentos com uso misto.

Fonte: Autoras, 2018 Diversidade tipológica.


MAPA DE IDENTIDADE Unidade de medida: Recorência de tipos arquitetônicos Grau de medida: Tipos arquitetônicos


3.1.2 PROPORCIONALIDADE A proporcionalidade se relaciona com o equilibrio de gabaritos entre as edificações, possibilitando uma visão equilibrada, ou seja, sem grandes variações de alturas. Na área de análise se percebeu que a maioria das edificações apresentam um à dois pavimentos, proporcionando assim gabaritos predominantemente baixos e com respeito a escala humana.

Fonte: Autoras, 2018 Gabararito na área com respeito a escla humana.


MAPA DE PROPORCIONALIDADE Unidade de medida: Percentual de variação de gabarito. Grau de medida: Gabarito.


3.1.3 DIVERSIDADE A diversidade está relacionada com os diferentes usos de uma área, ou seja, se relaciona com o equilibrio entre o percentual de uso residencial com os demais usos. Na área de análise se tem um percentual muito siguinificativo do uso residencial, sendo muitas dessas habitações de uso misto (comércio no pavimento térreo e residência no pavimento superior), ainda na área se tem edificações de uso educacionais e religiosas. Entretento, a maior parcela de uso misto ou de comércio ou serviço está localizada nas vias principais, o que é um aspecto positivo, entretanto nas demais áreas a predominância das edificações total da área são de uso residêncial, resultando em uma diversidade baixa.

Fonte: Autoras, 2018 Residência sendo utilizada para uso comércial.

Fonte: Autoras, 2018 Uso misto na localidade.


MAPA DE DIVERSIDADE Unidade de medida: Usos por edificação. Grau de medida: Percentuação de variação de usos em uma mesma edificação.


3.1.4 DENSIDADE A densidade é o conceito que tem como foco a conquista de uma densidade populacional adequada, tendo em vista a sustentabilidade do local. Para isso, se leva em consideração se no local há um equilíbrio entre a concentração populacional e a densidade construtiva em um determinado território, surge um espaço urbano com vivacidade, circulando um bom número de pessoas nas ruas e possibilitando uma sensação de segurança e conforto para seus usuários. Na área análisada pode-se perceber uma distribuição desequilibrada de pessoas, com um elevado percentual de habitações informais, que proporciona um disparate populacional e quadras com vazios, proporcionando um desequilibrio habitacional. Assim, vê-se que a região analisada tem uma alta densidade populacional, sendo elevada para a média do bairro, que é de 120,22 pessoas por hectare. Com isso, se percebe que a área estudada há um desequilibrio na distribuição populacional, proporcionando um baixo grau na densidade.

Fonte: Pedro Delgado (equipe 1), 2018 àrea de aglomerados.

Fonte: Autoras, 2018 Disparidade de tipologia habitacional.


MAPA DE DENSIDADE Unidade de medida: Número de habitantes por hectare. Grau de medida: Valor maior ou menor da relação hab/ha.



3 3.2 POR UMA CIDADE INTEGRADA E INCLUSIVA 3.2.1 CONECTIVADADE 3.2.2 MULTIMODALIDADE 3.2.3 ACESSIBILIDADE 3.2.4 COLABORAÇÃO


3.2.1 CONECTIVIDADE Conectividade está relacionado à quantidade de conexões que uma via possui, sendo, portanto, quanto maior o número de conexões mais relevante se torna essa via. A área de análise, é constituída de cinquenta e oito vias e por se contar de um espaço ocupado espontaneamente, os eixos urbanos principais se destacam e se tem a percepção de uma trama desregular que parte dessa linha axial, sendo em média de 12 essas conexões. Nesse cenário de espontâniedade é notório que há um elevado número de vias microlocais e locais, sendo elas, também, bem conectadas entre si. Dessa forma, a área se mostra positiva com relação às conexões, pois isso permite melhor articulação no espaço. Entretanto, por uma dessas vias não ser um eixo metropolitano, o grau de articulação não é o mais elevado, mas por serem bem conectas apresentam grau mediano de conectividade.

Fonte: Google Earth, nov. 2018 Vista aérea da conectividade na área estudada.

Fonte: Autoras, 2018 Praça “Zé gotinha” ponto de conexão entre vias principais e locais


MAPA DE CONECTIVIDADE Unidade de medida: Hierarquia de conexão de vias, na escala da cidade. Grau de medida: Amplitude da hierarquia de conexão das vias do território com seu entorno.


3.2.2 MULTIMODALIDADE A multimodalidade está vinculada a promoção de tipologias de transporte na via. A área de análise apresenta uma diversificação em pontos específicos, se ressalta que apenas três vias, que corresponde a 5%, são acessadas pelo transporte público, o que proporciona essas vias uma articulação para os outros modais. Entretanto, as vias não oferecem o suporte adequado para o comportamento dessa variação modal e mesmo apresentando um elevado número de vias locais (27%) e microlocais (36%) principalmente para pedestres e ciclistas em toda a área analisada. Por sua vez, é perceptível que mesmo com essa “desqualidade” da via, há um grande número de alguns tipos modais na área, que possibilitam o acesso, como o caso de motocicletas, bicicletas e carroças. Mesmo o local apresentando um grande número de modais de transporte, as vias não possibilitam um bom uso de tais, resultando em um espaço com numerosos modais e com infaestrutura desadequada para essa acomodação.

Fonte: Google Earth, nov. 2018 Bicicleta, ônibus, moto e carro na rua São Mateus.

Fonte: Autoras, 2018 Carroça sendo utilizada como meio de deslocamento.


MAPA DE MULTIMODALIDADE

Unidade de medida: Metros lineares de ruas com multimodalidade. Grau de medida Percentual de metros de rua com multimodalidade.


3.2.3 ACESSIBILIDADE A acessibilidade prevê atribuir a possibilidade de locomoção fácil de pessoas de maneira fácil, segura e confortável. Na área analisada se observou que as calçadas não permitem um caminhar seguro e confortável, pois muitas não são pavimentadas, algumas são desregulares e/ ou desniveladas, além de algumas que possue rampas com inclinação irregular e áreas sem calçadas. Além disso, se observa com fgrande frequência, postes no meio da calçada, além de que na localidade ou se apresenta baixa ou nula espaços com rampa de acesso a pessoas com mobilidade reduzida ou até mesmo pisos táteis. A princípio quando se iniciou a análise, haviam algumas obras da prefeitura para a requalificação de algumas calçadas que incluiam aberturas para rampas, em algumas partes, como na praça Arari Fonseca, mas essas requalificações não contam com pisos táteis nem com o relocamento de ostes, por exemplo. Entretanto, mesmo com essas intervenções, o elevado número de áreas com baixa ou nula acessibilidade e a não ideal acessibilidade realizada pelas requalificações reinteram o favorecimento para que o espaço analisado seja considerado de grau baixo.

Fonte: Autoras, 2018 Calçadas pequenas e com inclinação irregular.

Fonte: Autoras, 2018 Calçadas desregulares.


MAPA DE ACESSIBILIDADE Unidade de medida: Metro linear de calçadas contínuas, conservadas e largas. Grau de medida: Percentual de calçadas que se apresentam ao mesmo tempo contínuas, conservadas e largas.

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3.2.4 COLABORAÇÃO Um dos passos para se atingir um urbanismo sustentável é estimulando o denvolvimento da população sobre a apropriação e decisões da cidade,criando assim um vínculo de pertencimento ao lugar um sentimento de corresponsabilidade e solidariedade entre as pessoas do local. Não foi encontrado muitas entidades “oficiais” que tivessem de alguma maneira envolvidas com ações sociais ou projetos voltados para o bem coletivo. Porém na comunidade há um aspecto interessante com relação ao coletivo, que é o do auxilio, como por exemplo, levar ou buscar o filho do vizinho ao colégio entre outras coisas, além disso também há movimentos com relação a cultura local, a qual proporcionol o bairro ser conhecido como “bairro dos artistas”, além de que a creche casinha azul, creche mantida pela prefeitura do minicípio, tem uma grande importância para a comunidade, pois consegue integrar as crianças com a população. Outro aspecto, que proporciona essa questão colaborativa, é a contribuição das mercearias e supermercados, os quais, contribuem no auxílio a população mais carente.

Fonte: Google earth. Nov. 2018 Creche casinha azul.


MAPA DE COLABORAÇÃO Unidade de medida: Eventos colaborativos. Grau de medida: Quantidades de eventos colaborativos.

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3 3.3 POR UMA CIDADE HUMANIZADA SEGURA E CONFORTÁVEL 3.3.1 CAMINHABILIDADE 3.3.2 PERMEABILIDADE 3.3.3 ILUMINAÇÃO 3.3.4 MOBILIÁRIO URBANO 3.3.5 VEGETALIZAÇÃO


3.3.1 CAMINHABILIDADE A caminhabilidade diz respeito as condições que estimulem a caminhada proveitosa, segura, confortável e interessante, como apontado por Speck em seus 10 passos para a caminhabilidade. Na área de análise é possível notar que não há trechos um elevado número de calçadas grandes, contínuas e com baixa índice de obstáculos verticais, o que ocorre com frequência na área é justamente o oposto, ou seja, calçadas estreitas, desniveladas, desregulares e que apresentam muitos obstáculos, interferindo diretamente na promoção da cultura do caminhar, tão presente na localidade. Resultando em um grau de caminhabilidade baixo.

Fonte: Pedro Delgado (grupo 1), 2018 Cultura do caminhar local interferida pela falta de caminhabilidade.


MAPA DE CAMINHABILIDADE Unidade de medida: Metros lineares de calçadas com conservação, continuidade e largura simultaneamente adequadas e, ainda, com permeabilidade visual alta de sua interface. Grau de medida: Percentual de calçadas com conservação, continuidade largura simultaneamente adequadas e, ainda, com permeabilidade visual alta de sua interface.


3.3.2 PERMEABILIDADE A permeabilidade visual é a capacidade de ocorrências de trocas visuais entre o espaço público e privado. Sua classificação está relacionada ao grau de permeabilidade visual entre os espaços, podendo ser nula (não há possibilidade de trocas visuais), baixa (existem elementos que atrapalhem a visualização) e alta (não possui barreiras que separe a edificação do passeio público). O tipo de uso térreo das edificações tem grande influência nesse fator de permeabilidade, quanto a maior a diversidade de usos, mais produtiva torna-se a via. Na área de análise se percebe um misto entre fachadas no limite do lote, com edificações de uso misto, além de edificações com muros permeáveis ou altos, essa situação interfere diretamente com a visão do pedestre ao caminhar na rua, passando pelas fachadas. Nessa área há uma expressiva permeabilidade que interfere diretamente na vigilância social, entretanto, por possuir pontos significativos sem permeabilidade, o grau desse itém tornasse médio.

Fonte: Autoras, 2018 Fachadas vivas e uso misto permitindo permeabilidade visual.


MAPA DE PERMEABILIDADE Unidade de medida: Metros lineares de interfaces arquitetônicas com permeabilidade visual alta. Grau de medida: Percentual de interfaces arquitetônicas com permeabilidade visual alta.

3.1_Por uma cidade humanizada, segura e confortável

Permeabilidade é um elemento chave na manutenção de uma cidade saudável, sendo definida como a relação do pedestre e do interior do lote. A permeabilidade no bairro da Iputinga é consistente, contudo, insuficiente e muito concentrada na região em que o comércio pode florescer, como grandes avenidas e vias com fluxo intenso nos horários de pico. Formar um ambiente rico em permeabilidade pode trazer diversos benefícios para o lote, dade humanizada, segura e confortável incluindo maior sensação de segurança, visibilidade e promovendo, por consequência, uma ade é um elemento chave melhor ventilação ao e uma ambiente interno. Após estudos em sala, sendo definida como a relaidentificamos um meio e do de catalogar o estudo da Permeabilidade na A permeabilidade no bairro Iputinga, classificando entre Permeabilidade Alta, udo, insuficiente e muito baixa e nula; Sendo egião considerado de alta permeabilidade um rcio pode florescer, como 38,5% contato visual direto e e vias sem barreiras entre o lote e o pedestre; so nos horários de pico. Seguindo com baixa ente rico permeabilidade sendo definida por uma Fachadas ade pode trazer diversos relação existente, lote, contudo, baixa e com dificuldades para uma ensação de segurança, visiconexão expressiva com o pedestre; or consequência, uma 61,5% o ao o. Após estudos em sala, Fachadas Produ�vas meio Fachadas Não-produ�vas tudo da Permeabilidade na

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16,2%

Permea bilidade 19,9%

64% Alta

Baixa

Nula


3.3.3 ILUMINAÇÃO A iluminação pública tem o papel de trazer qualidade de vida urbana noturna para os usuários do espaço. A iluminação deve beneficiar não só a faixa de rolamento dos carros, mas ela deve possuir escala que beneficie os pedestres. Na área de análise, há vários problemas notórios com relação a iluminação, pois há poucos postes e os que existem, estão voltados para a rua, além de alguns estarem sem funcionamento, ou com com interferência da falta da falta de polda em de uma árvore. As calçadas, não são bem iluminadas, precisando do auxilio da iluminação das edificações privadas. Vale ressaltar que quando foi realizado o primeiro diagnóstico, haviam mais postes sem funcionamento e que foram reparados pela prefeitura, entretanto essa iluminação continua sendo voltada pra a rua, e sem beneficiar o pedestre ou a calaçda, favorecêndo para o baixo grau desse ítem.

Fonte: Pedro Delgado (grupo 1)-, 2018 Iluminação voltada para a rua.

Fonte: Autoras, 2018 Falta de postes de iluminação.


MAPA DE ILUMINAÇÃO Unidade de medida: Metro linear de calçada diretamente iluminada. Grau de medida: Percentual de metros lineares de calçadas diretamente iluminadas.


3.3.4 MOBILIÁRIO URBANO Os mobiliários urbanos são equipamentos que servem de suporte para as redes urbanas. Levando em consideração a qualidade do mobiliário, sua eficácia de iluminação e sua coerência climática. Os mobiliários urbanos na localidade, são quase inexistentes. Os poucos existêntes são de qualidade ruim ou não são adequados a localidade, como é o caso das paradas de ônibus, que são apenas indicadas por placas, a inexistência de bicicletários para acomodar o modal tão utilizado, inexistência de lixeiras, pouquissimos bancos em praças e postes no meio da calçada, inteferindo na caminhabilidade.

Fonte: Autoras, 2018 Falta ou qualidade ruim de mobiliário urbano em praça.


MAPA DE MOBILIÁRIO URBANO


3.3.5 VEGETALIZAÇÃO A vegetalização nos centros urbanos de cidades com clima tropical, tem como objetivo fundamental proporcionar um melhor conforto térmico para os pedestres. Também auxilia na drenagem da água da chuva, filtra os raios solares e reduz a poluição sonora. Porém só interfere de forma positiva, sendo implantada de forma planejada, ao contrário, servirá como obstáculo nas calçadas por causa do seu tipo e do seu dimensionamento. Na área estudada existe uma grande precariedade de vegetação, ocasionando elevadas sensações térmicas. As árvoes da localidade se localizam basicamente em praças ou estão dentro dos lotes, o que proporciona uma não interferência do caminhar, entretanto o mesmo é prejudicado pela falta da cobertura vegetal, o que resulta em uma diagóstico de cobertura vegetal da área de grau baixo.

Fonte: Autoras, 2018 Árvore em praça.


MAPA DE VEGETALIZAÇÃO Unidade de medida: Metro linear de calçada sombreada. Grau de medida: Percentual de calçadas sombreadas e não sombreadas.



4 LEITURA INTEGRADA


LEITURA INTEGRADA A área análisada possui apenas a proporcionalidade e a identidade considaradas com alto grau, o que é um ponto muito positivo, entretanto o que se observa é uma falta comunicação desses aspectos para com os outros, proporciona que não haja uma relação com aspectos como a caminhabilidade, permeabilidade, vegetalização, acessibilidade, os quais quando unidos de forma coerente, projetam um espaço agradável e de interação com os outros aspectos. Ao se fazer a análise do primeiro trecho da pétala “preservada e produtiva”, se vê que ao passo que dois aspectos apresentam grau elevado, temos outros que esse grau chega a ser baixo ou baixissimo. Ao comparar aspeectos semelhates se percebe que mesmo tendo um grau de identidade e proprocionalidade alto se tem um de diversidade baixa, isso ocorre, pois, mesmo havendo um recohecimento de área pela tipologia arquitetônica, existe uma tendência dessa tipologia, Além disso, há uma aglomeração populacional em alguns pontos e outros apresentarem um vazio, acarretando no baixo grau de densidade. A segunda parte diz respeito ao “integrado e inclusivo”, e nessa área esses aspectos intercalam entre médio e baixo, apresentando conectividade com grau mediano devido a sua alta articulação na área, só não sendo alta por conter apenas o grau máximo de vias eixos urbanos, também apresenta médio grau da multimodalidade na área, devido a seus diversos modais, mas que não apresenta grau máximo devido a falta de adequação desses modais na via e a presença deles. Além disso, o péssimo estado de conservação tanto das vias quanto das calçadas, além da falta de sinalização colaboram para o baixo grau da acessibilidade na área. A última pétala desse trecho, diz respeito a colaboração, a qual é considerada de médio grau devido a integração da comunidade no que diz respeito o auxílio entre eles. A terceira parte da margarida está relacionada com o “humanizado, seguro e confortável. Esses aspectos é onde há uma grande defasagem, pois como já dito anteriormente, as calçadas e vias se encontram em um péssimo estado de conservação o que interfere diretamente na caminhabilidade, e esse fator está ligado diretamente as outras partes desse trecho da pétala, e como visto, elas apresentam um grau baixo, com exceção da permeabilidade, pois há uma carência na área com relação a vegetação, tornando a área muito quente e desagradavél, a iluminação que é pouca e está voltada apenas para a rua e o mobiliário urbano, o qual ou é excasso ou está em péssimo estado. No ítem de permeabilidade, há uma mescla, mas tendo uma expressíva área com permeabilidade, que acarreta a vigilância social. Os fatores dessa parte da margarida, são de extrema importância para a garantia do bem-estar social, pois, quando unidos com coerência proporcionam um espaço estremamente agradável e de ligação com as outras partes. A área análisada apresenta várias defasagens, acaretando no baixo grau das pétalas da margarida em pontos extremamente importantes, o que gera uma preocupação com a localidade, e mesmo havendo dois fatores com alto grau, eles precisariam ter maior expressividade, tanto para fazer crescer as pétalas meidanas, quanto para as de baixo grau.


A área apresenta ótima identidade e proporcionalidade, mas carece de diversidade de uso e de distribuição uniforme populacional.

A área proporciona boa integração social, diversidade de modais e boa articulação entre vias, entretanto a acessibilade é quase nula.

Apesar de possuir boa permeabilidade, a caminhabilidade, vegetalização e iluminação se apresentam como aspectos ruins na localidade.



5 ESTRATÉGIAS DE DESENHO URBANO 5.1 TABELA DE DESAFIOS E POTENCIALIDADES 5.2 VISÕES DO FUTURO


5.1 TABELA DE DESAFIOS E POTENCIALIDADES A atividade realizada partiu da metodologia de criação da tabela de desafios e potencialidades foi baseada na técnica creditada a Albert Humphrey denominada de SWOT ou FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Essa metodologia também foi utilizada pelo Gehl architects na elaboração do livro de diagnóstco urbano “Instanbul public spaces an public life”. Para a realização desta atividade o diagnóstico foi simplicado para as: fraquesas e oportunidades, posteriormente denominados por desafios e potencialidades, tomando como base base na análise da leitura integrada do local de análise. A atividade consistiu um painel manual em papel vegetal no formato A3 e utilizando post-its para indicar os possíveis desafios e potencialidades de cada petála da margarida. Posteriormente esse painel foi confeccionado em formato A3 digital. (vide página a seguir).

Fonte: Clarissa Duarte, 2018 Exemplo de painel para confecção.

Fonte: Clarissa Duarte, 2018 Confecção dos post-its.

Fonte: Clarissa Duarte, 2018 Autoras confeccionando o painel.

Fonte: Autoras, 2018 Painel confeccionado pelas autoras em sala


Docentes: Clarissa Duarte e Andrea Câmara

Urbanismo I

Diagnóstico de Território: Iputinga, Recife - PE

Discentes: Julia Santana, Milena Valença e Susanna Lima

UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco

Metas

Por um centro preservado e produtivo

Por um centro humanizado, seguro e confortável

Por um centro integrado e inclusivo

Atributos

Identidade Propocionalidade Diversidade Densidade

Caminhabilidade Permeabilidade Iluminação Vegetalização

Conectividade Multimodalidade Acessibilidade Colaboração

Vias que acomodem, adequadamente os vários modais.

Qualificação das conexões.

Extensão da permeabilidade para gerar uma vigilância social.

Espaços adequados para incentivar a cultura do caminhar.

Melhoramento das vias

Ampliação da permeabilidade

Estruturação para caminhar

Qualificação de conexões

Escala humana

Manter a proporcionalidade em vista do desenvolvimento.

Melhorias na localidade, respeitando a identidade local.

Requalificação do espaço urbano, com ênfase na acessibilidade.

Espaço urbano acessível

A iluminação local precisa ser ampliada e aplicada a escala humana.

Proporção maior de áreas que apresentam o uso misto.

Manter a proporcionalidade

Preservação da identidade

Maior diversidade de usos

Desafios

Manter e ampliar as colaborações.

A área apresenta vários tipos modais.

Possui um alto número de conexões.

Presença de projetos sociais que auxiliam a comunidade.

Projetos sociais

As áreas próximas ao rio, apresentam uma presença de vegetação. Existe uma área que contém uma alta permeabilidade, gerando uma maior vigilância social.

Multimodalidade

Reserva vegetal

Existência de pontos na área que apresentam uso misto.

Uso misto

Vigilância social

O gabarito da localidade respeita a escala humana.

Respeito a escala humana

Várias conexões

A população tem o costume de caminhar pelo bairro.

Promover que a implantação e quantidade de árvores seja proporcional.

Colaborações ampliadas

Cultura do caminhar

Variação tipológica, resultando em uma paisagem mais rica.

Variação tipológica

Melhor implantação

Distribuição uniforme da densidade na área.

Equilíbrio de densidade

Potencialidades


5.2 VISÕES DO FUTURO A atividade realizada em sala teve como metodologia, de a partir de duas imagens, uma da praça Arari Fonseca e outra de uma rua da localidade, e com isso propor possíveis intervenções. Para a elaboração dessas possíveis intervenções, foi utilizado papel vegetal e hidrocor para a confecção de croquis dessas visões do futuro, e o resultado desses desenhos serviram como exemplo para a confecção do modelo digital.

Fonte: Autoras, 2018 Praça Arari Fonseca. Fonte: Autoras, 2018 Rua São Mateus

Fonte: Autoras, 2018 Visão do futuro da praça Arari Fonseca.

Fonte: Autoras, 2018 Visão do futuro de trecho da rua são Mateus.


Fonte: Autoras, 2018 Imagem da praça Arari Fonseca, utilizada para a confecção do modelo digital da visão do futuro.

Fonte: Autoras, 2018 Modelo digital da visão do futuro da praça Arari Fonseca.


Referências ANDRADE, Maria do Carmo. Iputinga (bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: 15 out. 2018. DUARTE, Clarissa. A RUA CIDADÃ e os elementos da coexistência. Metodologia de Urbanismo. Recife: Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Católica de Pernambuco, 2014. IBGE. Censo demográfico 2010. Disponível em: www.ibge.gov.br . Acesso em: 15 out. 2018. GEHL. Jan. Cidades para pessoas. 3 ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2015. RECIFE, prefeitura da cidade do. Perfil dos bairros. Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br/ servico/sobre-rpa-4 . Acesso em: 15 out. 2018 Recife, prefeitura da cidade do. Atlas do desenvolvimento humano no Recife. Recife: PCR, 2005 SPECK, Jeff. Cidade Caminhável. 1 ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016. SOUZA, Carlos Alberto Duarte de. A configuração do espaço como ocorrência da violência e do medo: A questão de áreas de baixa renda no bairro da Iputinga. Dissertação para mestrado em Geografia. UFPE, Recife, 2012. UNICAP; Prefeitura da Cidade do Recife. Diretrizes urbano arquitetônicas para o centro continental do Recife. Recife, 2017. Fotos: Milena Valença.



Arquitetura e Urbanismo | 2018.2 Grupo 3


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