sutil #31

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FILME SOBRE O MÚSICO E SKATISTA CHORÃO 8 ANOS APÓS A SUA MORTE REEDITA O ÍCONE POP

31 MAGAZINE DE AMOR, ARTE, CULTURA, MODA & ESTILO, TECH E TENDÊNCIAS. MARÇO 2021


SUTIL IS A DIGITAL MAGAZINE RELEASED MONTHLY WITHOUT ANY PRE-FORMAT DEFINED ABOUT LOVE, ART, CULTURE, TECHNOLOGY, FASHION & STYLE, TRENDS PUBLISHED BY PURI PRODUCTIONS #31

SUTIL É UM MAGAZINE DIGITAL MENSAL E SEM FORMATO PRÉ-DEFINIDO SOBRE AMOR, ARTE, CULTURA, TECNOLOGIA, MODA & ESTILO E TENDÊNCIAS EDITADO PELA PURI PRODUÇÕES NÚMERO 31



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} editorial

─ Não há Sol em Marte.


} reportagem

DOCUMENTÁRIO BIOGRÁFICO “CHORÃO: MARGINAL ALADO”, DE @FelipeNovaes, FAZ RETORNAR À MEMÓRIA A CARREIRA DO ANTI­ASTRO NACIONAL MAS LANÇA LUZ SOBRE A OVERDOSE QUE SOFREU E SOBRE UMA INTRIGANTE SUBSEQUÊNCIA DE MORTES


FOTO: MICHELLY MUNIZ LAPA / PINTEREST


_por m.i.k.a. “Eles estão falando do #Chorão, do @CharlieBrownJr?…”. Foi esta a indagação que assaltou a @sutil neste mês quando soubemos do lançamento do documentário “Chorão: Marginal Alado”, de @FelipeNovaes, previsto para Abril, e após ler e assistir a alguns depoimentos e entrevistas disponíveis na rede que relatam a morte trágica do músico e skatista, em Março de 2013, ou sobre o tempo em que conviveram com ele. Pelo trailer e impressões vindas dos festivais de cinema que participou até antes da pandemia que adiou


a estreia do filme, a produção se ateve em confirmar as lendas urbanas e os causos que desenharam a imagem pública do vocalista para os fãs por mais de uma década, apesar disto também significar que não foi possível desviar o roteiro dos seus rolos, das brigas fora dos palcos e da sua relação auto­destrutiva com um coquetel à base de cocaína, álcool e calmantes que lhe causariam a overdose fatal naquela fatídica noite sozinho num apartamento em #Pinheiros, bairro de classe média­ alta e alta da capital paulista.


Ainda à época, a perícia técnico­ científica da Polícia Civil de São Paulo emitiu um laudo confirmando a causa mortis e as investigações foram encerradas. Segundo os exames, Chorão acumulava quase 5 microgramas de cocaína por cada mililitro de seu sangue, ou seja, cerca de 1 a mais acima do que é considerado suportável pelo nosso metabolismo. Era o fim da história de um dos mais populares artistas do pop­rock brasileiro? Não. Além do legado e do espólio que deixou ─ que envolvem suas obras, alguns bens e um filho já pós­adolescente com sua ex­esposa


e musa da maioria de suas letras românticas ─, o suicídio teria uma misteriosa e sangrenta sequência a decorrer de forma menos midiatizada, mas igualmente ou até mais chocante e inquestionavelmente interligada ao Chorão: 6 meses depois o baixista e um dos membros fundadores do Charlie Brown Jr, conhecido por #Champignon, deu um tiro na própria boca em sua sala de ensaios dentro do seu apartamento enquanto a mulher grávida de 5 meses trocava de roupas noutro cômodo após terem chegado de um jantar. 4 meses antes, o guitarrista do projeto @9MilAnjos @PeuSousa enforcara­se em casa.


Já em 2015, portanto uns 21 meses depois do irmão ter sido encontrado em meio a excrementos, sangue, coca e latas de cerveja, @TâniaWilmaAbrão sofreu um AVC e foi levada em coma para uma UTI, mas não resistiu e faleceu em menos de 24 horas. Independente da qualidade do leitor enquanto fã do grupo ou particularmente do Chorão, de quantos temas sabe de cór ou se é daqueles que achavam que 'Charlie Brown Jr' era o nome do próprio vocalista, tal cabala macabra contrasta completamente com o clima contagiante que fez da banda uma das


que mais venderam álbuns dentre as surgidas no Brasil nos anos 90, e que arrastou tantas pessoas para os seus shows, dentro e fora do país, ao longo de sua carreira. A indagação inicial inevitavelmente passou a ser sobre a motivação da produção do filme, para além do que é óbvio quanto à valorização do artista e preservação da memória coletiva quanto à importância do grupo para o rock nacional, se, ao levantar mais uma vez a história do Chorão todo este estranho percurso e fim assambarcaria não só estes novos dados quanto o lado obscuro de uma morte tão brutal e nada inspiradora?


' ' QUARTA­FEIRA, DIA 06 DE MARÇO 2013. O RELÓGIO AINDA MARCAVA 04h30 QUANDO @KleberAtala E @VictorAugustoMehl, MOTORISTA E SEGURANÇA PARTICULARES DE CHORÃO, RETORNARAM AO APARTAMENTO À RUA MORÁS, NO BAIRRO PINHEIROS, ZONA NOBRE DE SÃO PAULO CAPITAL. Lá, ao chegarem à cozinha onde poderiam encontrar o patrão ou aguardar até que despertasse por conta própria caso estivesse descansando, toparam com este


cenário: Chorão estava no chão, desacordado, de bruços e com o rosto para baixo, deitado sobre uma poça de dejetos e com todo o recinto completamente revirado e sujo.


Imediatamente ambos saíram de dentro do imóvel e, desde a calçada em frente, ─ onde foram também gravados pelas câmeras externas de segurança comprovando as versões que seriam fornecidas posteriormente sobre o caso junto aos investigadores ─, chamaram a polícia. Pouco tempo depois, uma equipe da Polícia Civil chegou ao local e encontrou o mesmo filme de terror que os funcionários de um dos maiores ícones pop da história da música brasileira relataram terem desvelado durante a chamada de emergência. Mais agentes e o IML foram solicitados e, para que constasse no material que


seguiria tanto para a DP quanto para os médicos e especialistas sacaram a fotografia da página anterior: Chorão, de 42 anos, líder da banda Charlie Brown Jr, skatista, pai de #Alexandre e recém­separado de @GrazielaGonçalves, estava morto sob circunstâncias trágicas e, naquele registro, ainda suspeitas. A imagem não demorou a chegar à rede, inicialmente através de uma cópia desfocada que disfarça os detalhes do ambiente e que apenas confirmava que se tratava do músico. Hoje tornou­se um retrato fácil da pior faceta da dependência química.


} perfil

PELADO

CHAMPIGNON

CONTO D


FOTO: DIVULGAÇÃO DO ÁLBUM “TRANSPIRAÇÃO CONTÍNUA PROLONGADA”

CHORÃO

MARCÃO

CASTANHO

DE FODAS


'#CharlieBrown' é uma personagem de @CharlesMSchulz, um menino dono do cão #Snoopy numa HQ que rodou o Mundo a partir dos anos 50, principalmente atráves das tirinhas publicadas nos jornais. Mas, o 'Junior' – que pressupõe­se ser o filho do tal Charlie Brown em um futuro num mato sem o pet canino ─ , só viria a ganhar os noticiários em 1997, graças ao álbum de estreia da banda santista liderada pelo referido Chorão. O grupo passou longe da emergente cena alternativa da sua própria década, que assaltou as paradas e


gravadoras por criar ou dinamizar casas de shows, festivais e selos independentes até ganharem – ou não ─, a atenção das majors. Mas isto não causou estranhamento ou rejeição. Apesar de ter trilhado um caminho já previsível pelo próprio mercado fonográfico quanto ao passo­ a­passo a ser feito por um artista até ao contrato, o #CharlieBrownJr já era localmente mais punk rock ou underground do que muitos outros novos grupos que almejavam um apadrinhamento corporativo, oriundo das pistas de skate, das baladas, dos palcos e das areias do litoral paulista.


Aliás, o artista sempre fez questão de ressaltar que, antes de ser músico, era 'vagabundo' e skatista. Uma ocupação em nome individual que assumiu como identidade primeira desde que os seus pais se separaram decidindo por sair de casa para viver ao léu em #Santos. Exemplo? Não, tudo isto é apenas factual. #AlexandreMagnoAbrão viraria o Chorão e nunca mais o achariam. As contradições são tantas que mesmo que a sua prima e famosa jornalista televisiva especializada em celebridades @SôniaAbrão lhe tivesse prestado assessoria, talvez não


tivesse conseguido o mesmo resultado: o artista é simplesmente ilegível enquanto figura pública… Senão, como concatenar na mesma persona alguém que briga com os membros da banda e com várias outras personalidades, e a seguir se rasga de amores pela esposa nas letras?! Ou aquele que sustentava mensalmente em silêncio o custo de vida da mãe e dos irmãos, e o que consumiu cocaína compulsivamente contra todos e até à morte? 'Família' ele chamava de 'laia'; sobre 'irmãos' chegou a dizer que ninguém lhe pagava as despesas para ter de lhes prestar


alguma satisfação… Quando a idade pressionou­o quanto ao jeitão sempre moleque de bonés e bermudões pegou a grana e os contatos que tinha e produziu um filme com atores globais. E, para não perder a noção da própria trajetória e nem deixar o skate de lado construiu um skate park na cidade de adoção que geria e frequentava assiduamente. Numa das reportagens feitas após o seu falecimento, o patrimônio de Chorão foi avaliado em mais de 25 milhões de reais entre poupanças, imóveis e carros. Mas, imediatamente após o funeral, a considerada viúva


e o filho se posicionaram de um lado e a mãe e os irmãos do outro quanto ao destino de alguns bens e à convivência. Sem conversas, discussões, rupturas, comunicados, nada… Simplesmente, do dia para a noite, o núcleo familiar do artista ruiu diante dos nossos olhos como se antes quase tudo fosse mera fachada. Em 21 anos de carreira, a banda alcançou o 10° álbum de inéditas. O último saiu logo após as passagens do vocalista e do baixista com o que já havia sido gravado, mas não só os desavisados ainda a ouvem como “só os loucos sabem”.


: O PSG ESTAVA EM CAMPO COM UMA DE SUAS MAIS VITORIOSAS E INTERNACIONAIS EQUIPES DE TODA A SUA HIST ÓRIA. 7 DOS SEUS ATLETAS RESIDENTES NO BAIRRO PARISIENSE DE NEUILLY­SUR SEINE J Á HAVIAM TIDO OCORR ÊNCIAS EM SUAS CASAS, MAS NAQUELA NOITE JOGANDO CONTRA O NANTES PELA LIGA FRANCESA, DI MARIA E O BRASILEIRO MARQUINHOS SERIAM AS PR ÓXIMAS V ÍTIMAS DO ASSALTO QUE ENVOLVEU AT É FAMILIARES REF ÉNS NO INTERIOR DOS IM ÓVEIS. SÓ O MEIA ARGENTINO PERDEU CERCA DE 500 MIL EUROS [ 3,3 MILH ÕES DE REAIS ]. FOTO:REPRODUÇÃO/SM.CO.UK


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