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COM AS MUDANÇAS QUE AS CIDADES PASSARAM NOS ÚLTIMOS ANOS A HORA É DE ATUALIZAR O ROLÉ
SUTIL IS A DIGITAL MAGAZINE RELEASED MONTHLY WITHOUT ANY PRE-FORMAT DEFINED ABOUT LOVE, ART, CULTURE, TECHNOLOGY, FASHION & STYLE AND TRENDS PUBLISHED BY PURI PRODUCTIONS #47
SUTIL É UM MAGAZINE DIGITAL MENSAL E SEM FORMATO PRÉ-DEFINIDO SOBRE AMOR, ARTE, CULTURA, TECNOLOGIA, MODA & ESTILO E TENDÊNCIAS EDITADO PELA PURI PRODUÇÕES NÚMERO 47
TO D O S O S D I R E I TO S R E S E R VA D O S À P U R I P R O D 2 0 2 2
T E X TO S , E D I Ç ÃO E D E S I G N
M.I.K.A.
C A PA
ILUSTRAÇÃO DA DREAMSTIME, FREE ROYALTY [ h t t p s : / / d re a m s t i m e . c o m ]
AB E R T UR A DA ED I Ç ÃO
ASSASSINATO DE PETISTA ANIVERSARIANTE POR AMIGO BOLSONARISTA [ h t t p s : / / p ra g m á t i s m o p o l i t i c o . c o m . b r ]
PU BL I S HE R
ISSUU [ h t t p s : / / w w w. i s s u u . c o m / s u t i l m a g a z i n e ]
D I S T R I B UI Ç ÃO
FACEBOOK [ h t t p s : / / w w w. f a c e b o o k . c o m / s u t i l d i g i t a l m a g a z i n e ]
}editorial
PROBLEMAS REMEDIADOS Julho ainda não acabou, mas para a edição da @sutil que tem diante de si este termina por ser um mês intrigante e despropositadamente experimental, circunscrito aos fatos envolvendo mortes, várias delas por assassinato. O problema está escancarado no número anterior explorado como tema central do conto “Por Acaso”. Se é subjetivo demais propormos que sentimos uma queda do noticiário para este lado obscuro desde pouco antes do seu lançamento, já não é exagero relembrar crimes que de cotidiano nada têm, por mais que queiramos relativizar com a ideia de que crimes estão sempre ocorrendo por aí… Primeiro, o atentado fatal à #ShenzoAbe; dias depois, no #Brasil, um petista paranaense aniversariante que decorou a própria festa com motivos do partido e que convidou amigos ditos bolsonaristas foi brutalmente espancado e alvejado na frente da esposa; e um diretor da @Caixa, ex-assessor do demissionário presidente da instituição @PedroGuimarães, não chegou a trabalhar até à hora do almoço no dia 19, pois foi encontrado morto horas antes por seguranças no estacionamento da sede do banco em #Brasilia. E acredite: é mesmo tudo por acaso…
}perspectiva
A CIDADE N A CIDADE S O DE CIMA DE BAIXO
I
I
NAO PARA I SO CRESCE SOBE E O DESCE
_por m.i.k.a.
O
underground é o cenário. Manuseando o registro literário dos fanzines, a lente das crônicas de cidade auxiliam na construção ou recuperação do imaginário do próprio local onde vivemos. Escritores fazem assim; e o
digital incluiu as pessoas no hábito de ler e escrever… Após a pandemia ─ ou do período mais grave também quanto às quarentenas e lockdowns ─, a @sutil diagnosticou um fenômeno recente e ainda não dissipado: o da desatualização do reconhecimento da cidade. Lugares, recantos, pontos turísticos ou até bairros inteiros que depois de passarem por transformações empreendidas por alguma entidade governamental e por moradores, hoje, não correspondem mais ao que se pensa ainda que genericamente sobre como estão determinadas áreas. Mas, antes de prosseguir com o tema perspectivando causas e efeitos prioritários e práticos para os cidadãos é preciso contextualizar para dimensionar tal relevância: Era a virada da década de 2000 para 2010. A estrada federal escorria por debaixo das rodas do veículo que
conduzia desde #Salvador da #Bahia até ao #RiodeJaneiro com inúmeras paradas no trajeto. Dentro, 6 cabeças [ precisamente as da minha família contando a da minha mãe e a do nosso falecido cão, o Nick ]. Havíamos passado 10 anos fora do Estado, 8 deles noutro país. O retorno não era o de exilados: vínhamos ao #Brasil todos os anos; convivemos e trabalhamos com brasileiros residentes ou não na #Europa e, no que concerne à pauta, com Cultura brasileira produzindo artistas e eventos. Ou seja, mesmo de fora, estávamos ‘atualizados’. Na capital prometida pulsava uma efervescência musical muito mais de resistência de alguns músicos e bandas quanto à criatividade e qualidade das produções cariocas do que por conta de uma nova onda ou de vários nomes de sucesso tanto de público quanto de vendas. Assim era ‘aquele’ Rio de Janeiro que eu via à nossa espera, a uma certa distância já bastante curta. Essa ideia obtive não só através da mídia mas era uma experiência vivida, participante, ativa. Todavia, ficando apenas pelo panorama musical, a imagem era imprecisa, difusa, como sempre são as cidades antes de mergulharmos
em suas veias, de circularmos pela urbe, farejarmos a noite e nos expandirmos pelos seus dias, salvando-se do seu consumo fugaz graças a milagres como, por exemplo, ter feito uma ‘fotografia’ inicial o mais próxima possível de suas realidades. Naqueles 2 primeiros anos de regresso, compondo, ensaiando, assistindo a shows, curtindo eventos, gravando e tocando descobri uma cena rock na cidade que estava levemente rascunhada através de um ou outro grupo, mas que circundava ao longe a noção do que estava em ebulição, fosse na quantidade de bandas ou de pequenos e médios clubes e bares onde atuavam… Tanto era assim que daquele movimento espontâneo e disperso, de troca em troca entre elementos de cada projeto e contatos surgiu um dos últimos nomes da música local capaz de arrebanhar seguidores para as apresentações, cantando letras quilométricas inteiras de cor, sem que tivessem um contrato com uma grande gravadora e pouco executada até por rádios e programas de rock nacional: a NoveZeroNove, banda que antes de explodir estava sendo prenunciada por uma profusão de outras independentes, como @Kapitu, @BeachCombers, @DiaboVerde, @TipoUísque, @MissHell, @DomesticJunkies, @Rockz, @Gods&Punks, @FilhosdePorteiro,
@FiltroVermelho, @EstranhosRomânticos, dentre várias, num revelar semelhante ao das descobertas de culturas de cogumelos por baixo das folhagens de uma árvore. Isto é, entre o que eu sabia de rock carioca quando voltei para o Rio de Janeiro no final de 2009 até ao meado da década quando surgiu o EP da Nove Zero Nove coube toda uma atualização do que estava acontecendo nos palcos e estúdios da cidade, e que não correspondia apenas ao anunciado pelos cartazes do @CircoVoador e do extinto #Canecão. Coube o Rio real, ou mais real para o que eu próprio tinha desenhado pelas minhas impressões. Tal revisão terá aqui um sentido bastante útil, pois é sob a mesma abordagem que trataremos das cidades em si, onde as mudanças ocorridas foram tão significativas que se alguém que as conhecia ainda não as revisitou após as revitalizações, seguramente não está mais sequer falando sobre aquele lugar de uma forma minimamente válida dada a defasagem informativa. A pauta desta edição surgiu originalmente para a produção de conteúdos noutros canais da produtora, mas devido ao seu crescimento em importância estamos lançando-a desde já para a opinião e debate público através de 3 picos no Rio de Janeiro:
}reportagem
VILA OLÍMPICA DO ENCANTADO
|ZONA
NORTE
A ARQUIBANCADA DO SKATE PARK PROJETADA ṔELA @HYBRIDAPRODUCTION É UMA DAS PEÇAS DE @MARKOBRAJOVIC ESPALHADAS PELO CENTRO ESPORTIVO. JUNTAMENTE
À
TAMBÉM
RECÉM-CONSTRUÍDA
@VILAOLÍMPICANILTONSANTOS,
LOGO AO LADO, É DOS BAIRROS MAIS REVITALIZADOS ATRAVÉS DO ESPORTE FOTOS:HYBRIDA PRODUCTION/ATELIẼ MARKO BRAJOVIC/TWITTER PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO
Um dos indícios da requalificação de uma determinada área é o quanto mais ela passou a ser socialmente mencionada. É o caso do bairro #Encantado. Antes conhecido como “um bairro ao lado do #Méier”; ou pelas citações irônicas de um saudoso colunista do @JornaldoBrasil ─ o suburbano #TuttyVasquez ─, hoje o Encantado desfruta de uma renovoção francamente impulsionada pelas construções da @LinhaAmarela e do @EstádioNiltonSantos. As casas e prédios típicos da antiga Zona Norte do #RiodeJaneiro não só convivem com empreendimentos modernos, como foram reformados para acompanharem os novos tempos. O comércio local reagiu e se expandiu diversificado, tudo em meio a complexos e comunidades que quase derrotam a cidade. Uma das manifestações coletivas de tal revigoramento é a @VilaOlímpicadoEncantado, que foi implementada pela @PrefeituradoRiodeJaneiro em 2011 sob o trecho do viaduto da auto-via que atravessa o bairro junto à estação de trem. Com bowl e pista para skate park e street; campo de futebol com gramado sintético; quadra de basquete e futsal; quadra de vôlei-de-praia e futvôlei; pátio para ginástica, patins e outras atividades físicas; e salão-de-festas, o projeto integrou os cidadãos à incômoda rodovia tirando-os de dentro de casa ao proporcionar lazer, educação física, convívio social e ocupação das ruas.
NA ÁREA DA QUADRA POLIESPORTIVA, A CONFIRMAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO ESPAÇO, DA BOA MANUTENÇÃO, ILUMINAÇÃO E APOSTA NO GRAFFITTI COMO LINGUAGEM VISUAL HOJE TÃO POPULAR E CARIOCA. ABAIXO, A JÁ FAMOSA PLACA DO LOCAL COM A ESTÉTICA URBANA
PRAÇA XV
|CENTRO
@XINGURAP NO PÁTIO SOB A LENTE ORIENTADA PARA O CAIS DE EMBARQUE E DESEMBARQUE NA #BAÍADEGUANABARA, PELA MARGEM CARIOCA, INTERAGINDO NUM DOS NOVOS EQUIPAMENTOS QUE INTEGRAM A ESTÉTICA DE INTERVENÇÃO ARTÍSTICA URBANA DOS ELEMENTOS DO CIRCUITO PARA SKATISTAS AO LOCAL FOTO:M.I.K.A./PURIPROD
O privilégio de frequentar praças socialmente é antigo, considerado como referência dos lugares e da qualidade de seus hábitos e estilo de vida, que dirá os passeios… Historicamente, a #PraçaXV é um marco tanto naval quanto de mudanças e paradigmas para o Brasil, pois foi palco, por exemplo, da assinatura da Lei Áurea, ali ao #PaçoImperial. Cronologicamente é a primeira praça a ser fundada no #RiodeJaneiro. Há pelo menos 2 décadas o endereço está sendo demolido para reconstrução ou reestruturado, um projeto que está praticamente concluído e que abrangeu o desvio do viaduto da Perimetral que passava sobre a sua área; substituição e melhoria de todo o piso e calçamento; ocupação civil por movimentos culturais e esportivos… E isto está praticamente invisível para quem não precisa atravessar a baía de balsa. Uma série de edificações compõem o ambiente, como o prédio da @Alerj, a linha e estação do moderno mas circular #VLT, e a @BolsadeValoresdoRiodeJaneiro [que espelha o quarteirão com a sua fachada envidraçada posicionando o #ChafarizdoMestreValentim em primeiro plano]. A “XV” faz parte da #OrlaConde inaugurada nos preparativos para a Copa do Mundo 2014 abrangendo desde o #BoulevardOlímpico, na #PraçaMauá, até ao #AeroportoSantosDummont. Uma aposta franca no Centro da cidade como de padrão turístico internacional.
ATÉ A SINALIZAÇÃO PÚBLICA INDICA A RENOVAÇÃO DE UMA CIDADE: ACIMA, CARTAZ INFORMANDO QUE HÁ VAGÕES SOMENTE PARA MULHERES NO #METRÔ. AO LADO, PANORÂMICA DA @PRAÇAXV NUM DIA DE COMPETIÇÕES OFICIAIS DE SKATE FOTOS:M.I.K.A./ CEM POR CENTO SKATE MAGAZINE
CIDADE DE DEUS
|ZONA
OESTE
#PRAÇAROBERTOVPEQUENO ─ OU SIMPLESMENTE ‘PRAÇA DA CDD’ ─, AINDA EM 2019, E JÁ BEM DISTANTE DE UMA IMAGEM QUE DESFOCA UM BAIRRO DE PASSAGEM, PLANO E RECEPTIVO GRAÇAS À ÉPOCA DOS CONFLITOS ARMADOS COM A POLÍCIA ANTES DA PACIFICAÇÃO E DO FILME DO FERNANDO MEIRELES FOTOS:GOOGLE MAPS / O RIO DE JANEIRO.COM / FACEBOOK BX TATTOO / PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO
Até o @Wikipedia ainda eterniza a @CidadedeDeus como “favela”, portanto não é de se estranhar a confusão de quem a atravessa ou visita pela primeira vez, pois afinal não é um valão com uma boca-de-fumo. A ‘#CDD’─ sigla pela qual a área é conhecida ─, sofre por um outro cartão-de-visitas desagradável para quem chega desde a direção #BarradaTijuca por ser numa das vias do entruncamento da agitada Avenida Ayrton Senna com a estação de tratamento de águas e esgotos do Arroio Fundo [sistema fundamental para toda a Zona Oeste]. Mas com a pacificação sendo uma realidade e com o problema à quebrada do acesso estar sendo desviado após a privatização da @Cedae, o bairro respira e usufrui de uma vida comunitária que oferece comércio farto e serviços, centro e posto de saúde, delegacia, escolas públicas, igrejas, posto de combustíveis, 2 supermercados, 2 farmácias, lotérica, bares… Mesmo para “comunidade” a CDD parece não se adequar mais. Há um bom escoamento das águas durante as chuvas em comparação a outros locais carentes ─ ou não ─, da cidade; a recolha do lixo é razoavelmente eficaz ao evitar acúmulos nas caçambas; as ruas são calçadas e pavimentadas; a iluminação pública é boa… Itens de avaliação de bairros bem melhor afamados por esse Rio de Janeiro. Achamos que tá na hora de a CDD ser acolhida porque o “City of God” é sobre os anos 70.
: É V E R DA D E Q U E E S TÁ M A I S CO M U M A N OT Í C I A DA M O R T E D E U M P R E S I D E N T E O U P O L Í T I CO D E A LTO E S C A L Ã O, M A S N Ã O É TO D O S O S M E S E S Q U E O CO R R E O A S S A S S I N ATO D E U M E X -P R E M I E R , A I N D A M A I S S E O PA Í S F O R O J A PÃ O E O E X F O R S H E N ZO A B E , 6 7 , Q U E I N C LU S I V E CO N CO R R I A N O VA M E N T E À C A D E I R A CO M C H A N C E S D E V E N C E R . A B E E S TA VA E M U M CO M Í C I O E M N A R A N A M A N H Ã D E 0 8 J U L H O, 2 D I A S A N T E S DA S VOTA ÇÕ E S , Q U A N D O U M S U S P E I TO P R E S O E M F L A G R A N T E N O LO C A L D I R I G I U - S E À E L E D E S D E O P Ú B L I CO P R E S E N T E E D I S PA R O U 2 V E Z E S U M A A R M A D E FA B R I C A Ç Ã O C A S E I R A . T E T S U YA YA M A G A M I D E I XO U A N T E S U M A C A R TA O N D E REPUDIA A IGRE JA DO REVERENDO MOON FOTO:REPRODUÇÃO/BBC
CONFIRA AS TENDÊNCIAS DA RENNER:
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