É tempo de
COMEMORAR Associação dos Empregados do SENAI - AES Sede/Secretaria Alameda Barão de Limeira, 539 Baiiro Campos Elíseos 01202-001 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3333-3266 www.aessenai.org.br Colônia de Férias Rua Manoel da Nóbrega, 158 11740-000 - Itanhaém - SP Tel.: (13) 3425-1418 email: colonia@aessenai.org.br Clube de Campo Jundiaí Rua Deolinda Naville Fontebasso, 1430 13718-741 - Jundiaí - SP Tel.: (11) 4584-8003 email: clube@aessenai.org.br Clube Náutico Estrada Vicinal Joaquim Luís Nunes – Km 3 Direção Boracéia - Ferry Boat Boracéia - SP email: boraceia@aessenai.org.br
EXPEDIENTE
AES 60 anos é uma publicação comemorativa de distribuição interna da Associação dos Empregados do SENAI - AES. Coordenação: Mário Zanoni Adolfo Cintra e Edna Marian Zanon. Conselho editorial: Diretoria Executiva da AES. Pesquisa: Edna Marian Zanon, Osmar Anderson e Joaquim Caldeira. Projeto Editorial: take-a-coffee Comunicação (11-3571-5353). Projeto Gráfico: Vagner Simonetti. Editor e texto: André Ciasca. Texto: Caroline Zeferino. Revisão: Carla Ciasca. Fotos: Gislene Simonetti e arquivo AES. Impressão: Coan Gráfica e Editora. Tiragem: 6.500 exemplares. Jornalista responsável: André Ciasca, MTB 31.963.
N
o dia 21 de novembro de 1947, um grupo de empregados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, reunia-se para criar oficialmente a Associação dos Empregados do SENAI, a AES. Naquela época, eles já pretendiam encontrar alternativas para colaborar com a administração do SENAI no fornecimento de gêneros alimentícios e oferecer importantes benefícios aos empregados. Em um curto espaço de tempo, os fundadores da AES perceberam o potencial da Associação e entenderam sua vocação. Desde o dia da fundação, a AES assumiu a missão de promover a qualidade de vida e o bem-estar de todos os seus associados. É possível que poucos fundadores naquela assembléia, realizada há 60 anos, imaginassem que, um dia, a Associação que criavam tornaria-se independente a ponto de possuir uma administração capaz de gerir suas finanças e departa-
SUMÁRIO
mentos sem auxílio técnico e financeiro do SENAI. A maior parte das últimas seis décadas realmente não foi de tempos fáceis. Quem não conheceu os anos de dificuldades e de dependência financeira pode imaginar que a Associação sempre viveu na bonança. Não foi bem assim. Por vezes, é preciso “visitar” o passado, conhecer ou lembrar um pouquinho da história do Brasil, do SENAI e da própria AES para reconhecer a importância destes 60 anos de existência. Nesta revista especial, que comemora os 60 anos da AES, registramos essa experiência. Para os mais novos, apresentamos um pouco da história e da importância da Associação para seus associados e a parceria de sucesso com o SENAI. Para os mais experientes, oferecemos boas lembranças de um passado não muito distante do qual todos, de alguma forma, fizeram parte. Boa leitura.
4Com a palavra, o PRESIDENTE 4Um por todos, TODOS POR UM 4Fazer o bem SEMPRE 4Mais do que bem-estar, CONHECIMENTO 4O importante é SE DIVERTIR 4Um lugar ao SOL 4Nossa gente, NOSSA HISTÓRIA 4Enfim, a MATURIDADE 4Por uma vida AINDA MELHOR
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entrevista
Com a palavra, o presidente Mario Zanoni se orgulha de poder aplicar sua experiência profissional em favor da AES
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ario Zanoni chegou à Associação dos Empregados do SENAI - AES no dia 29 de abril de 1961. Recém-chegado de Miranda, Mato Grosso do Sul, ele ainda era um garoto de 16 anos e estava assumindo a função de mensageiro na Secretaria da AES para, três meses depois, ser admitido como auxiliar de escritório no SENAI. Foi responsável pelo início e consolidação da informatização do SENAI, por três décadas. Em 1975, passou a exercer o cargo de chefe da divisão, com a criação da Divisão de Processamento de Dados (DPD). Desde essa época, passou a ter assento nas reuniões da diretoria regional. Com a fusão da DPD e Organização e Métodos (DOM), foi criada a Divisão de Organização e Sistemas (DOS), que
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continuou sob sua gestão. Em 1989, em virtude da fusão da DOS com a Divisão de Estudos, Pesquisas e Avaliação, foi criada a Diretoria de Organização e Sistemas, passando a exercer o cargo de diretor. Em 1996, passou a prestar serviços ao SESI, assessorando o Diretor Regional na organização dos sistemas de informação até o ano 2000. Em 2001, aposentou-se do SENAI de São Paulo e foi contratado pelo Departamento Nacional do SENAI, em Brasília, para o cargo de Diretor de Desenvolvimento, até 2003. “Essa experiência me permitiu conhecer todos os segmentos de gestão de uma empresa”, conta Zanoni, que em 1994 foi eleito para o Corpo de Administração da AES, exercendo o primeiro mandato como presidente da Diretoria Executiva. Na atual gestão, Zanoni entende que cumpriu seu objetivo de tornar a AES uma entidade sustentável, com processos e pessoas integradas.
“
Meu grande objetivo é deixar a administração da AES organizada.
Como é ser presidente da AES? É uma grande honra. Mas, embora seja muito gratificante, não é tarefa fácil. Exige muita dedicação. Julgo importante para a Associação que seu presidente possua experiência em gestão, pois identificar problemas decorre do seu conhecimento e experiência. Portanto, com este conhecimento o gestor saberá identificá-los e resolvê-los. Na gestão anterior, há mais de dez anos, o senhor ainda era empregado do SENAI. Hoje, está aposentado. Essa diferença de posição facilita a gestão da AES? Hoje, minha posição é confortável, pois tenho mais tempo para me dedicar à AES. Quando exercemos os dois papéis – empregado do SENAI e gestor da AES – temos de nos policiar para evitar prejuízos em nossas atividades, definindo as prioridades. É importante saber relacionar-se com a diretoria do SENAI? Sim, acrescentaria que esse relacionamento é estratégico. Sem o apoio da diretoria do SENAI, a AES teria vida curta. Esse elo é importante por ser um processo facilitador e de parceria, mas ainda é necessário relacionar-se com os associados e com a minha diretoria. A maior dificuldade do presidente é justamente administrar conflitos e entender
que seu papel é de facilitador de ações. Imagine que todos querem bem à Associação e têm opiniões divergentes para alcançar o mesmo objetivo. Resta ao presidente administrar os conflitos e convergir ações. Qual a marca de suas gestões? Uma das coisas que imaginei quando iniciei meu primeiro mandato, em 1994, era administrar a Associação como uma empresa, com uma gestão profissional. Deu tão certo que a AES cresceu e se tornou sustentável, continuou e fortaleceu o apoio e parceria com o SENAI. Como se deu esse processo? Foi um processo lento que não dependeu apenas do presidente. Claro que minha experiência em gestão e minha passagem como presidente por três mandatos consecutivos pelo Conselho Deliberativo e um mandato pelo Conselho Fiscal ajudou-me a conhecer os processos operacionais e começar as mudanças. Mas devemos deixar muito claro que uma pessoa sozinha não consegue nada. Os resultados alcançados vêm do trabalho conjunto dos membros da Diretoria Executiva, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal, que colaboraram para atingir esses resultados. Nós mudamos a organização e os processos de trabalho e buscamos o compro-
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metimento de todos. Mas nem sempre quem está fora percebe essas mudanças.
O que a AES ganhou com a profissionalização da administração? Já tivemos muitos ganhos. Fizemos uma releitura e alcançamos o fortalecimento da marca, aperfeiçoamos o processo da comunicação com os associados por meio do boletim mensal e do site. A maioria das solicitações dos associados são feitas via e-mail e são despachadas rapidamente. Meu grande objetivo é deixar a administração realmente em ordem. Hoje, estou certo de que o presidente que me suceder não terá todo o trabalho que tive. A sua gestão se encerra em fevereiro de 2008. O senhor pretende continuar na diretoria ou voltar à presidência da AES no futuro? Depois de 14 anos, entendo que meu ciclo na AES se encerrou. Vou dar o melhor que puder para deixar tudo em ordem nesta minha última gestão. Qual o futuro da Associação? Progredir sempre. Desejo que o meu sucessor consiga realizar muito mais do que eu, não se esquecendo, jamais, de nossas prioridades: em primeiro lugar, o associado; em segundo lugar, o associado e, em terceiro lugar, o associado.
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oprincípio
Um por todos, todos por um A criação da AES é a concretização do ideal de promover qualidade de vida, união e solidariedade entre todos os empregados do SENAI | aes60anos
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ano era 1947. O mundo ainda abria os jornais para ler as manchetes e reportagens com notícias sobre a situação da Europa e da Ásia destruídas durante a Segunda Guerra Mundial. O brasileiro aplaudia o retorno dos 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira enviados para lutar na Itália e parecia ver o país voltar aos eixos políticos e econômicos com a eleição de Eurico Gaspar Dutra para presidente, em 1945. O espírito nacionalista e a preocupação com a segurança e qualidade de vida afloraram em todos os brasileiros.
Roberto Mange, diretor regional do SENAI, inaugura a antiga sede da AES em setembro de 1950, junto com Nelson Viana, segundo presidente da Associação. Ao lado, uma de nossas primeiras eleições.
Não eram tempos fáceis. A economia e a política exigiam cuidados, mas o país assistia sua indústria tomar forma, fôlego e iniciar um processo de crescimento e enriquecimento como jamais visto antes. Pelo menos uma das grandes engrenagens que movimentavam o novo cenário do Brasil tinha nome: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o SENAI. A conclusão é simples e bastante lógica. Para que o SENAI ganhasse a importância e mantivesse seus compromissos com o desenvolvimento industrial do país, precisava do empenho de pessoas qualificadas, competentes, comprometidas e responsáveis. Desde o princípio, em 24 de janeiro de 1942, os empregados do SENAI entenderam sua missão, que superava os interesses da indústria para se aproximar da população e se
tornar um verdadeiro formador de caráter e de mão-de-obra industrial. Em 1947, o Departamento Regional de São Paulo estava em plena atividade. Entre os empregados da Administração Central do SENAI, surgiu uma movimentação visando colher sugestões e apoio para criar uma instituição que oferecesse aos empregados meios para estimular a qualidade de vida e o mútuo socorro. Provavelmente, a idéia de criar uma instituição era fruto dos questionamentos naturais e do espírito de solidariedade que nasce naturalmente em quem trabalha para ajudar o próximo, mesmo que seja por meio da formação geral e ensinamentos técnicos profissionais. Primeiro, a notícia percorreu e mobilizou a Administração Central e as escolas da capital paulista. Depois, rumou para o interior, onde os empre-
gados interessados na criação da instituição enviaram pelo correio procurações e votos para eleger a primeira diretoria. No dia 21 de novembro de 1947 acontecia a Assembléia de Fundação da Associação dos Empregados do SENAI, que elegia o professor Wilson Freire como o primeiro presidente executivo da AES. Era inevitável que naquele começo de vida a AES recebesse um grande apoio da diretoria regional do SENAI. Tratava-se de uma iniciativa pouco conhecida no Brasil e que poderia causar grandes apreensões caso as ações da Associação fossem desvirtuadas para fins políticos e sindicalistas. Mas essa não era a intenção dos fundadores que, desde o princípio, estabeleceram um objetivo muito claro: atender às principais necessidades dos empregados do SENAI e promover qualidade de vida.
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Era um mundo muito diferente do que conhecemos hoje. Não havia fácil acesso a serviços de saúde e nem facilidade para comprar itens de primeira necessidade, como alimentos e remédios. A Associação nasceu para cumprir o papel de gerador de qualidade de vida em um tempo em que as empresas ainda não tinham a obrigação de oferecer qualquer benefício a seus empregados. Não podemos negar que a Diretoria Regional do SENAI tinha grandes interesses no sucesso da AES. Se os empregados estivessem bem, o SENAI também estaria. Há quem acredite que a AES era uma forma de manter os empregados sob controle, evitando a formação de grupos que se unissem para reivindicar direitos, cobrar deveres e fazer exigências. Por outro lado, a história de parceria e ajuda mútua entre as diretorias da AES e do SENAI foi a grande responsável pela perenidade da Associação, principalmente em suas primeiras décadas. É verdade que a Diretoria Regional do SENAI apoiava a idéia de
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criação da Associação. Tanto que o diretor regional Roberto Mange concordou em ceder o salão e o refeitório no quarto andar da Escola Roberto Simonsen, no Brás, em São Paulo, para as reuniões dos associados. Além de ceder o espaço físico, o SENAI também dava um grande suporte financeiro para que a Associação pudesse organizar seus primeiros departamentos. Em dezembro de 1947, o departamento de Abastecimento já estava funcionando e arrecadou cerca de Cr$ 50 mil, o que hoje seria algo em torno de R$ 12 mil. Sua função era a de prestar serviços aos sócios como uma espécie de supermercado-cooperativa com produtos a preços muito baratos. Enquanto a primeira diretoria da AES se preparava para iniciar suas principais atividades com um mínimo de organização – em dois meses, foram cinco reuniões –, alguns eventos já eram planejados a “toque de caixa”. O primeiro deles foi uma festa batizada de Vesperal Dançante, que aconteceu no dia 21 de dezembro de 1947. As esposas dos sócios se
reuniram para enfeitar uma árvore de Natal que serviu de decoração para o baile daquele domingo à tarde. Três dias depois acontecia a festa natalina dos associados e, no dia 31 de dezembro, o departamento cultural organizou a primeira exposição de artes. Roberto Mange gostou tanto da exposição que, quase um mês depois, pediu que ela fosse reaberta para que o Ministro do Trabalho Morvan Dias de Figueiredo pudesse conhecê-la. Em janeiro de 1948, a AES já estava a mil. O ano mal começou e a diretoria estreou o Boletim Informativo que era distribuído junto ao material de comunicação interna do SENAI. Também organizou palestra sobre artes plásticas, reunião dançante com música e literatura, recital de piano, inscrições para os primeiros campeonatos de futebol, uma discoteca com 50 álbuns e uma campanha que arrecadou 350 livros para criar uma biblioteca. A maior aventura, no entanto, ainda estava sendo planejada. Tratavase de uma excursão à cidade de
Em setembro de 1953, o grupo de teatro da AES se apresentou em Itu. Após o espetáculo, posou para a foto no Hotel Central da cidade. Uma das personagens mais populares da AES na década de 60 era Albertina Costa que, na foto ao lado, está entre Edemar Pires Meyer e Eduardo Paulino Ulhoa, ex-diretores da Associação.
Santos, no litoral paulista. Se alguém aí está imaginando entrar no carro, pegar a Anchieta ou Imigrantes e dar um pulinho na praia, está muito enganado. As estradas de hoje começaram a ser construídas na década de 60. Nos anos 40 e 50, a Estrada Velha de Santos era o caminho que levava os paulistanos à praia. Nos primeiros meses de fundação, a AES era administrada por uma diretoria provisória. A Assembléia para a primeira eleição aconteceu no dia 17 de janeiro de 1948 e, para surpresa dos organizadores, foi desanimadora. Apenas 62 sócios compareceram. Apesar do quorum ínfimo, podemos atribuir àquele grupo uma boa parcela da responsabilidade pela Associação ter resistido à primeira animosidade e existir até hoje. Foram eles os responsáveis pela primeira estrutura e organização dos departamentos que permitiram que a AES crescesse em número de sócios e bens materiais, se fortalecesse e chegasse aos 60 anos com a estrutura que todos conhecemos.
Imagem e semelhança N
o início de 1948, a AES já funcionava há alguns meses e ainda não possuía uma identidade visual. A diretoria decidiu criar um concurso para escolher um desenho ou uma idéia que identificaria a Associação. Apesar do resultado do concurso não ter sido registrado, alguns antigos associados indicam o professor Libaldo Costa como o idealizador do distintivo da AES que foi utilizado durante 40 anos. O professor utilizou as cores e a engrenagem de 21 dentes do logotipo do SENAI, substituindo o interior do desenho pela sigla AES. Uma idéia simples, mas que contemplava com perfeição os propósitos da entidade recém-criada. A semelhança dos emblemas era proposital e foi de importância única na construção da identidade da AES. Somente no final da década de 80 é que a engrenagem de 21 dentes caiu em desuso. Havia o sentimento de que o distintivo era antigo, desgastado e já não representava a realidade da Associação,
que cada vez mais caminhava para a autonomia. Por quase 10 anos a AES não teve um símbolo oficial. A sigla era grafada em formatos e cores diferentes sem uma regra que a tornasse oficial. Em 1996, a logomarca azul foi formalizada. O design era simples, mas carregava significados importantes para aquele momento. Simbolizava uma vida nova para a Associação, que iniciava um lento processo de profissionalizar sua administração. O início das comemorações dos 60 anos da AES, em novembro de 2006, também representa o princípio de um novo ciclo. A Associação se firma na gestão profissional e aponta para novas metas tendo o SENAI como importante parceiro sempre próximo, e não mais como um vínculo de dependência. Essa renovação, somada ao dinamismo e à imagem de uma entidade ativa, serviu de inspiração para a criação da nova logomarca, em que a sigla “surfa” sobre uma onda energética vermelha que a aproxima da marca SENAI.
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serviço
Fazer o bem
SEMPRE A principal marca da AES são os inúmeros benefícios oferecidos a todos os associados 10 | aes60anos
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m 1947, São Paulo já era uma grande cidade, mas ainda funcionava como pequenos núcleos que eram organizados e geridos pelos próprios vizinhos. A infra-estrutura ainda deixava a desejar. Não existiam tantos hospitais espalhados pela cidade. Supermercado era algo que surgiria muitos anos depois. E o preço de tudo, seja de um quilo de arroz ou uma consulta médica, quase sempre superava o orçamento dos trabalhadores.
O serviço de saúde foi um dos primeiros benefícios oferecidos pela AES e, ainda hoje, é utilizado pelos associados. Já o consórcio de carros durou apenas oito anos, tempo suficiente para contemplar 180 pessoas com veículos zero quilômetro.
Desde o dia da sua fundação, a AES já era realmente uma espécie de clube sócio-recreativo com festas, bailes e exposições. Mas não abria mão de seu objetivo maior: prestar serviços de necessidade básica para manutenção da vida. O primeiro departamento a oferecer um benefício real aos empregados do SENAI foi o Abastecimento. Sua finalidade era servir como uma espécie de minimercado, adquirindo alimentos em grandes quantidades para revendê-los aos associados por preços menores. A primeira experiência para saber se o departamento atenderia aos seus propósitos foi um enorme sucesso já em dezembro de 1947. Os associados que quisessem comprar os produtos natalinos com preços reduzidos deveriam entregar sua lista de encomendas. As vendas
superaram as expectativas da diretoria ao arrecadarem mais de Cr$ 500 mil, cerca de R$ 130 mil atualizados. Não foi necessário muito para perceber que o departamento teria grande trabalho pela frente e logo ganhou uma área no quinto andar da Escola Roberto Simonsen. “Era uma espécie de minimercado”, afirma Newton Hucke, ex-presidente da AES. “Houve um tempo em que o Abastecimento vendia de tudo, não só mantimentos, mas roupas e calçados.” O departamento funcionou por mais 18 anos, atendia ao restaurante da sede do SENAI e entregava as encomendas em domicílio. Diariamente, o caminhão da AES partia da sede carregado de suprimentos para percorrer as ruas da cidade. Em 1966, a realidade do mundo já era diferente. O SENAI crescia e tinha empregados es-
palhados por todos os cantos do Estado de São Paulo. Já não era possível atender a todos sem despender grandes investimentos para sua expansão tornandose inviável sua continuidade. O ano de 1966 foi um marco na história da Associação. Foi quando houve uma grande reforma no estatuto social. Newton Hucke, presidente daquela gestão, explica que as mudanças aconteceram para readequar a AES às necessidades da época. Os departamentos de Turismo, Social Recreativo, Editorial também foram extintos ou reorganizados para dar lugar a novos projetos. Entre eles estavam o consórcio de carro próprio, que entregou 180 veículos durante os oito anos em que funcionou. O mesmo sistema funcionou na década de 90 para aquisição de computadores. Aliás, esse foi outro período de grande dificuldade financeira para o país.
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O Brasil sempre foi um país que nadou em crises econômicas. Para permitir que os empregados do SENAI tivessem socorro em momentos críticos, a AES criou em 1953 o Caixa Beneficente dos Empregados do SENAI (CABES). Um grupo de conselheiros geria o fundo que seria de complementação salarial para empregados afastados por doença, auxílio-natalidade, auxílio-funeral e reembolso para despesas médicohospitalares. Bastava o funcionário pedir o socorro, justificar a necessidade e receber o valor. Por se tra-
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tar de benefício aos empregados do SENAI, a AES recebia 1,5% do valor total da folha de pagamento como ajuda financeira. No primeiro ano de funcionamento, 27 associados receberam valores porque tiveram filhos. No ano seguinte, foram concedidos 168 auxílios-natalidade, pois os partos não eram cobertos por convênios. A CABES foi extinto em 1974, quando o SENAI instituiu o Plano de Benefícios Sociais. Mesmo assim, a AES continuou com o Fundo de Solidariedade, que em 1994 foi rebatizado
como Fundo Mútuo de Solidariedade (FUMUS) e passou a funcionar em parceria com o Serviço Social, assim como o Fundo Mútuo de Utilização de Ambulância (FUMUA). Um dos benefícios mais importantes criados pela Associação era oferecido pelo departamento de Saúde, criado no ano da fundação e extinguido em 1969. Sua manutenção tornou-se desnecessária quando o SENAI implantou seu plano de saúde em parceria com o Serviço de Higiene do Trabalho (SHT), oferecendo con-
Dois serviços que foram de extrema importância para os associados e que duraram por alguns anos eram os consórcios. À esquerda, Thiago Gonçalves Moreira em um dos sorteios de microcomputadores, na década de 90. À direita, Newton Hucke sorteia números para o consórcio de carro em 1966.
sultas e serviços de diagnósticos. Não é exagero dizer que, durante os 22 anos em que funcionou, o departamento de Saúde salvou a vida de muitos empregados. Em janeiro de 1948, a Associação ainda não estava organizada e já atendia às urgências de alguns sócios. O doutor Orlando de Souza Nazareth, médico suplente do SHT, atendia espontaneamente os sócios da AES e realizava as intervenções cirúrgicas necessárias antes mesmo que a regulamentação fosse estabelecida. Em abril
daquele ano, o departamento de Saúde terminou de estabelecer suas regras de funcionamento, já estava regulamentado e ampliou o atendimento para consultas odontológicas, benefício que apenas há pouco os planos de saúde passaram a oferecer, e fechou acordo para utilização do Hospital do SESI no bairro do Ipiranga. A AES ressarcia o hospital em todos os gastos de seus filiados. Uma operação de apendicite custava Cr$ 350,00, o equivalente a R$ 265, valor devidamente corrigido. Uma cirurgia
de estômago saia por Cr$ 750, ou R$ 570. Valor alto para a época. Após o encerramento do departamento, os benefícios de saúde só voltaram a ser oferecidos durante a década de 90, quando as AES passou a aceitar os sócios agregados e aposentados. Atualmente com cerca de 24 mil pessoas entre associados - ativos, aposentados e agregados -, a Associação tem um grande poder de negociação ao estabelecer contratos com operadoras de plano de saúde, farmácia e seguro de veículos, vida e residência.
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arte&cultura
Mais do que bem-estar,
Conhecimento A arte e a cultura est達o presentes na vida da AES desde a sua funda巽達o. Uma forma de lazer? N達o. Um meio de integrar e estimular associados, familiares e agregados 14 | aes60anos
Em 1949, a Orquestra Sinfônica do SENAI era organizada pelo professor Ary Vieira de Albuquerque (no centro da foto) e formada exclusivamente por associados. Ao lado, a 1ª Exposição de Artes Plásticas da AES, que foi reaberta em janeiro de 1947 para que o Ministro do Trabalho Morvan Dias de Figueiredo (de terno claro e óculos), pudesse apreciar os trabalhos expostos.
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m dezembro de 1947, a Associação dos Funcionários do SENAI ainda não estava organizada, mas muitas idéias já movimentavam os associados. Enquanto uma diretoria provisória tratava de coordenar a administração, duas festas e um evento cultural já estavam sendo programados. Um baile vespertino, a confraternização de Natal e a primeira exposição de arte com obras produzidas pelos associados, que foi inaugurada por Roberto Mange, diretor regional do SENAI. Dezenas de sócios levaram mosaicos, quadros e esculturas que foram expostas na Escola Roberto Simonsen. O evento ainda teve uma reunião lítero-musical-dançante, uma conferência sobre história da arte e um recital de piano. A repercussão entre os visitantes foi tanta que até o artista Plácido Soave,
associado da AES, foi convidado a expor seus quadros no Theatro Municipal de São Paulo. O envolvimento do grande número de sócios e a atenção recebida até do Ministro do Trabalho da época já demonstravam a importância da AES não só para os funcionários do SENAI, mas também para a sociedade brasileira que ganhava um exemplo de promoção e fomento à cultura. Os bailes vespertinos, geralmente realizados aos domingos, foram a marca da Associação por mais de dez anos. Um dos bailes históricos aconteceu em novembro de 1948 e elegeu a primeira Rainha da Primavera da AES. Em 1949, o baile já estava institucionalizado, só que não era mais um evento de aniversário. Era o tradicional Baile da Primavera com a participação da Orquestra H. Riga, que foi organizado anualmente
até 1958. Essas mesmas festas estimularam 19 dos primeiros associados a formarem a Orquestra da AES. O organizador e regente era o professor Ary Vieira de Albuquerque, que comandou a primeira apresentação, em setembro de 1949, como homenagem aos estudantes franceses que participavam de um intercâmbio. Os músicos foram apresentados como a Filarmônica do SENAI e promoveram espetáculos em várias outras cerimônias e eventos por toda a cidade. Durante toda a década de 50, o departamento de Cultura promoveu vários cursos no intuito de ampliar o conhecimento dos associados não só no que se referia à arte, mas também em disciplinas que aprimorassem seu desenvolvimento profissional. Português e matemática eram dois dos cursos ministrados.
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Arte&Cultura Serviços Lazer
Também havia aulas de inglês, francês, corte-costura, fotografia e alguns mais curiosos, como radiotécnicos – os profissionais que montavam e consertavam os aparelhos de rádio – e habilitação para motoristas. Naquela época, muitos carros já circulavam pelas ruas de São Paulo, mas auto-escola ainda era algo raro na cidade. Não existem registros de quantos condutores a AES formou ou mesmo se o curso durou mais do que meses. O foco do departamento, e dos associados, era realmente arte e cultura. Em 1956, mais de 20 pessoas estavam inscritas no conjunto de Violões e Coral. O Grupo Teatral de Novos ensaiava e apresentava novas peças todos os anos. Como nem
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sempre havia um palco disponível, muitas apresentações eram realizadas nas dependências do SESI e do SENAI, da capital e do interior. O último espetáculo do grupo que foi registrado é “O Secretário de Sua Excelência, o Futuro Presidente”, de 1957. Em 1958, o departamento de Cultura ainda promoveu uma visita ao Planetário da cidade de São Paulo, que ficou na memória de todos que participaram do passeio. A partir de então, os registros indicam que a AES reduziu paulatinamente sua vocação cultural, tendo concentrado suas atividades na aquisição e instalação de sua Colônia de Férias. Em 1984, a Associação voltou a organizar uma série de eventos, como o Primeiro Concurso de Contos, Crônicas e Po-
esias da AES, o I CONCROPAES. Dos 68 trabalhos inscritos, 18 foram escolhidos e 6 foram eleitos vencedores. João Scortecci, um editor conhecido de alguns associados, juntou o material e publicou um livro com os textos de Neusa Cardoso, Rosana de Freitas da Cruz, José Porto, Antonio Leite Netto, Milton Ferraz de Campos e Moacyr Bagnareli. A diretoria percebeu que os associados se animaram com o resultado e passaram a promover feiras de livros didáticos, criaram a biblioteca de livros infantis na Colônia de Férias, exposições fotográficas e de presépios e concursos de artes para crianças e adolescentes. Em sua história mais recente, voltou a investir em passeios turísticos, até para o nordeste.
À esquerda, apresentação da peça “Os Transviados” no auditório da Escola SENAI Roberto Smonsen em 1953. Ao lado, Nilda Furquim é novamente coroada a Rainha da Primavera da AES, em 1951.
Na década de 70, os bailes dos primeiros anos já haviam caído no esquecimento. O resgate das grandes festas aconteceu em 1974, quando o presidente José B. Pedro de Oliveira promoveu a Festa do Chopp em alto-mar. A diretoria fez as contas, levou em consideração a dificuldade em chegar até a cidade de Santos, de onde sairia o barco da festa, e abriu as inscrições. A notícia se espalhou entre todos os associados que correram para não perder as poucas vagas disponíveis. Com tanta gente na fila de espera torcendo para que houvesse alguma desistência, a diretoria resolveu alugar um segundo barco para que os mais de 500 inscritos participassem da festa, que começou às 22h e só terminou quando o sol já despontava no horizonte.
Os anos de 1980 também não possuem muitos registros de festas e eventos culturais. A Associação passava por um período de grandes dificuldades financeiras, assim como resto do país que sofria com a inflação galopante. Em 1992, a diretoria organizou novamente o Baile da Primavera como parte das comemorações dos 50 anos do SENAI. A festa foi repetida em 1994 com mais de 800 convidados no salão do Clube Holms, na avenida Paulista. Nessa época, sócios da AES voltaram a organizar um grupo de teatro batizado de Trupe Flic D Vic. Foram dois anos de ensaios e dois espetáculos produzidos. O primeiro foi “Mural Mulher”, que serviu de treino e experiência para a montagem do segundo trabalho. “Fome e Folia” recebeu sete prêmios no
XIII Festival de Teatro Amador da cidade de São Paulo, incluindo o de ator revelação para Laércio Ferreira da Silva. Após as bodas de ouro da AES, uma nova fase de festas estava sendo inaugurada. A primeira foi a Festa Alemã, que reuniu 2600 convidados no galpão, que era utilizado como estacionamento da sede administrativa do SENAI no bairro do Cambuci, na capital paulista, no aniversário de 50 anos da Associação. Os concursos de contos e poesias também foram retomados e ainda hoje continuam sendo organizados, assim como o Cine Debate, iniciado em junho de 2007 e que, além de exibir filmes para os associados, convida debatedores para discutir pontos interessantes sobre cinema.
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esporte
O importante é
SE DIVERTIR Os eventos esportivos organizados pela AES têm o objetivo de reunir e integrar os empregados do SENAI espalhados por todo o Estado de São Paulo 18 | aes60anos
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ão é preciso nenhuma grande pesquisa para imaginar que o departamento de Esportes da AES começou a funcionar com uma bola rolando. A Associação mal tinha feito sua primeira assembléia, e já tinha sócio organizando os times para o primeiro campeonato. Era tanta gente querendo entrar em campo que foi necessário fazer um revezamento entre os atletas para que ninguém ficasse sem jogar.
Em 1948, a equipe de futebol da AES entra em campo pela primeira vez com o uniforme oficial. Quem não gostava dos esportes de ação, disputava os torneios de xadre, como o da foto ao lado, que aconteceu em 1956.
Em setembro de 1948, a fórmula do campeonato foi revista, a AES adquiriu equipamentos, uniformes listrados e bolas até para quem quisesse praticar vôlei e basquete. Naquela época, essas duas modalidades eram novidade e poucos sabiam as regras do jogo. Mas o que importava era a diversão. Para quem não fosse adepto dos esportes com bola, a diretoria criou o campeonato de xadrez. Se você está imaginando que a competição era algo como meia dúzia de pessoas observando um tabuleiro, está completamente enganado. Foram 48 inscritos, o que exigiu a criação do cargo de chefe de seção especial para tratar exclusivamente do campeonato. Quem assumiu a vaga foi João Conti Aguiar. Com a expansão do SENAI para outras cidades do interior e o crescimento da AES, as competições esportivas também tiveram
a estrutura e organização ampliadas. Em 1970, o campeonato de futebol de salão já tinha âmbito de competição estadual e promoveu uma disputada final entre a Escola Roberto Simonsen, da capital, e a equipe de Sorocaba. Nesse mesmo ano, a diretoria da AES recebeu o convite do SESI para participar de uma competição. A integração das duas entidades sempre foi motivo de comemoração, mas houve alguma falha de comunicação que até hoje ninguém soube explicar. A turma da AES se preparou para voltar com o título de campeão de futebol. Porém, na competição, se deparou com um esporte que mal conhecia: basquete. A AES acabou participando dos jogos e tudo se tornou uma grande diversão, já que a equipe não sabia nem para que lado deveria conduzir a bola. Em 1983, a diretoria promoveu o Primeiro Festival de Atividades
Recreativas da AES, o FARAES. O propósito era organizar um evento esportivo do qual todos pudessem participar. Após muita conversa, chegou-se a um regulamento e ficou definido que as modalidades disputadas seriam xadrez, damas, dominó, truco e buraco. Foram quase 1500 inscrições. As finais reuniram 96 competidores na Colônia de Férias em Itanhaém. O FARAES se repetiu em outras 13 edições, sempre mantendo o clima de harmonia, descontração e, claro, com uma pitadinha de competição. Era inevitável que as competições gerassem certa rivalidade entre escolas e cidades, fato que ainda hoje ocorre todos os anos. Porém, o objetivo maior de todos os eventos esportivos sempre teve como pano de fundo a integração dos empregados da capital com os colegas espalhados pelas várias cidades do interior paulista.
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Um lugar ao SOL Os associados sonhavam com um lugar onde pudessem ter momentos de lazer
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ugir de São Paulo aos finais de semana ou em feriados é um comportamento mais antigo. Muito antes de serem inauguradas as estradas que ligam a capital ao litoral paulista na década de 60, já eram feitas excursões e passeios para visitas à praia ou em acampamentos improvisados em áreas mais ou menos inóspitas. O primeiro passeio dos sócios da AES foi organizado em 1948 rumo a Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. A bordo de
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uma jardineira emprestada pela Diretoria Regional, os empregados do SENAI desceram a serra pela Estrada Velha de Santos. A turma da Associação acampou no Rancho Marissol, que pertencia ao deputado Diógenes Ribeiro de Lima, para alguns dias de diversão à beira-mar. Hoje, um passeio desses parece frivolidade. Há 59 anos, foi o início do sonho que por muito tempo alimentou o desejo de a AES possuir sua própria colônia de férias. Quase um ano depois,
o departamento de Turismo quebrava a cabeça para obter uma solução aos pedidos de promover mais viagens. Sem recursos financeiros, era impossível pensar em adquirir uma colônia, um rancho, um sítio. Foi só em julho de 1950 que a diretoria conseguiu o apoio da diretoria do SESC e uma parceria para usar sua colônia de férias em Bertioga, no litoral norte. Ainda demoraria cerca de 15 anos para que a Associação tivesse sua própria colônia de férias.
Quando foi adquirida, em 1961, a Colônia de Férias em Itanhaém era um pequeno hotel cercado de mato. Hoje, dispõe de 41 apartamentos e um amplo equipamento de lazer.
Em 1961, o presidente da AES era Edemar Pires Meyer. Ele estava decidido a atender às reivindicações dos associados por um lugar no litoral para onde pudessem levar a família. Meyer organizou uma comissão para estudar as possibilidades de adquirir um imóvel no litoral. Walter Satin, integrante da comissão, conta que apresentou à diretoria três possibilidades. A primeira era um termo de comodato com a colônia do SESC em Bertioga. A segunda opção era a compra de um terreno em Caraguatatuba. A terceira, um terreno em Itanhaém, foi a melhor proposta, pois era a cidade mais próxima da capital. Eduardo Paulino de Ulhoa saiu em busca de um lugar adequado acompanhado de dois colegas da AES. Ao passarem em frente a um pequeno hotel, perceberam que estavam diante do lugar perfeito. Próximo ao centro e à estação de trem. O hotelzinho era uma construção
simples com oito quartos, banheiros coletivos, chuveiros, uma pequena cozinha e acesso direto à praia. Humilde demais? Que nada, era mais do que o suficiente para realizar um sonho. O único problema era como pagar o valor de Cr$ 3 milhões, o que hoje seria cerca de R$ 200 mil. Como financiamento não era uma opção possível naquela época, a diretoria tomou uma atitude ousada. Foram convidados 300 sócios para emprestarem Cr$ 10 mil cada. Os valores seriam devolvidos acrescidos de juros. Infelizmente, não foi o que aconteceu. A inflação galopante dos anos 60 reduzia todos os dias qualquer saldo positivo nas contas da Associação. Cientes da realidade econômica do país, praticamente todos os 300 sócios abriram mão de resgatar o valor emprestado. Em setembro de 1962, muitos ônibus partiram da sede da AES, na Escola Roberto Simonsen, rumo a Itanhaém para inaugurar a Colônia
de Férias. O momento era tão especial que o SENAI decidiu aproveitar a reunião dos empregados para promover um grande churrasco e comemorar seus 20 anos. Em 1964, com Newton Hucke na presidência da Associação, a Colônia passou por sua primeira grande reforma. Hucke conseguiu comprar alguns terrenos ao redor da Colônia, ampliar as suas dependências. Para variar, o caixa da Associação não era dos mais ricos. Para reduzir custos, muitos sócios viajavam até a Colônia aos finais de semana para ajudar nos trabalhos da reforma e, na década de 80, o SENAI construiu um novo prédio com 21 apartamentos, com investimentos próprios. Hoje, a Colônia dispõe de 41 apartamentos, estacionamento, refeitório, lanchonete, sala para jogos, sala de televisão, parquinho, salão de estar, chuveiros, churrasqueira, forno a lenha para pizza, lavanderia, aluguel de cadeiras e guarda-sóis.
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Por mais de 20 anos, o Rancho Camboriú serviu de cenário para reuniões e momentos de lazer de famílias de muitos associados. Nos anos 80, as contas da AES estavam estabilizadas. O presidente da diretoria executiva Altino Carabolante passou a aplicar as receitas no mercado financeiro, multiplicando os recursos e tornando possível a realização de um novo sonho. Era hora de atender aos novos anseios da Associação e adquirir um espaço de lazer e entretenimento no interior do Estado. Após rodar por Piracicaba, Vale do Paraíba e Campinas, des-
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cobriu-se um sítio com mais de 300 mil m2, o equivalente a dois estádios do Maracanã, na periferia de Jundiaí. O Sítio Boa Esperança era uma área de manancial com dois lagos, mata nativa, pomar e um belo vinhedo. Altino Carabolante, Nacim Walter Chieco, Argeu Belizário e Maury Antonio Pinto exploraram todo o território do sítio a pé. Vasculharam o terreno percorrendo trilhas cobertas de mato, contornaram os lagos que estavam sujos, os morros escorregados e uma área terraplanada onde estavam construindo um campo de futebol. Não era dos
melhores cenários. Mas a diretoria visionária enxergava além e vislumbrava chalés, piscinas e quiosques. O Sítio Boa Esperança foi inaugurado em 1984 e trouxe aos associados uma nova oportunidade de escapar do cotidiano e passar alguns momentos de paz e muita diversão com a família e os amigos. “Com o acúmulo de divisas devido a aplicações bem sucedidas no mercado financeiro, conseguimos concretizar este sonho que há muito vinha sendo pleiteado por nossos associados”, afirmava Altino Carabolante.
À esquerda, a visão aérea do Sítio Boa Esperança, que foi inaugurado em 1984. Ao lado, o Clube Náutico de Boracéia, que tem um quiosque central em estrutura metálica com 20 metros de diâmetro, chalés, duas piscinas, vestiário, mirante, cozinha caipira, campo de futebol society, caminho até o rio, píer, estaleiro e local para pesca.
Já era o final de 1995. Com autorização do Conselho Deliberativo e acompanhamento do presidente da Diretoria Executiva, um grupo de associados de Bauru abraçou a causa de encontrar uma terceira opção de lazer para a AES. Ubirajara do Amaral Negrão, o Bira, era membro do Conselho Deliberativo e, na companhia de outros colegas, percorreu a região de Bauru em busca do local ideal. Após muitas buscas e conversas, a solução pareceu cair do céu. Dirceu Antonio Massacato, prefeito da cidade de Boracéia, centro-oeste paulista, ofereceu uma parceria à AES. Ele doava um
terreno de 32.800 m2, cerca de metade do Estádio do Pacaembu, às margens do rio Tietê, trecho que ainda é limpo e navegável. A AES não dispunha de todos os recursos financeiros necessários para a execução da obra, mas Bira usou de sua excelente articulação para encontrar soluções. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto José Xaídes, professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Bauru e ainda participou de um programa de preservação do meio ambiente, que previa a reutilização da água servida na irrigação das 2000 mudas de plantas nativas doadas. Esse fantástico projeto de susten-
tabilidade teve o apoio do professor Orlando Christofoletti, diretor da escola de SENAI de Piracicaba na ocasião, do Projeto Mata Ciliar e Reflorestamento da UNESP de Botucatu, da Associação de Recursos Florestal e de Ecologia (ACIFLORA). Batizado como Clube Náutico de Boracéia, o novo espaço foi inaugurado 21 de outubro de 2000 em uma grande festa que contou com a presença de 450 associados e autoridades como o Presidente da FIESP Dr. Carlos Eduardo Moreira Ferreira e o prefeito de Boracéia. Foi a realização de mais um ideal alcançado graças à tenacidade e importância dos associados.
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Nossa gente, Os benefícios tornaram a AES importante e necessária. Porém, foram as pessoas que doaram tempo e experiência para permitir a evolução através dos anos 24 | aes60anos
É uma pena que nos arquivos históricos da AES não existam tantas fotos antigas reunindo muitos sócios. Ao lado, um desses raros momentos registrados em fotografia aconteceu na confraternização de Natal de 1955.
nossa história N
as primeiras décadas de existência da AES, o número de associados estava em torno de 700 e 800 empregados do SENAI. Por muitos anos, o quadro de sócios se manteve estável, sem muitas novas adesões. Em 1982, nossos registros indicam 2.168 associados. Um número relativamente baixo se comparado ao número de empregados do SENAI na década de 1980.
A partir de 1996 o quadro de sócios começou a crescer, sinal de que os empregados do SENAI reconheceram na Associação um porto seguro. Naquele ano, a AES tinha 3.924 filiados. Em 1997, eram 4.587 sócios. Hoje, a AES conta com 5.870 sócios espalhados por todo o Estado de São Paulo e, se incluirmos nesta conta todos os dependentes e agregados, nossa gente chegaria a 24.000 pessoas.
Entre todos os associados, escolhemos aqueles que já foram presidentes da AES e, como não poderia deixar de ser, tiveram uma participação singular na administração. Eles atenderam ao pedido e transformaram em palavras sua experiência à frente da Associação e explicaram a importância que ela adquiriu na vida de todos os empregados do SENAI durante os últimos 60 anos.
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Newton Hucke
Presidente da Diretoria Executiva de 1963 a 1970 e de 1972 a 1974
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uando conheci a AES em 1959, ainda era uma Associação pequenininha. Tinha só um departamento de Abastecimento e algumas reuniões festivas. Tudo girava em torno das atividades de cada núcleo do SENAI. A AES nasceu e cresceu por si só, sem interesses políticos, mas por necessidade dos empregados. O SENAI apenas destinava recursos para que a Associação pudesse operar e os empregados desfrutarem de benefícios como os empréstimos, a compra de produtos no Abastecimento ou a colônia de férias.
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Mauro Marcon
Presidente da Diretoria Executiva de 1970 a 1971 e de 1986 a 1988 e do Conselho Deliberativo de 1994 a 1998
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uando a Associação começou, existia um medo de que ela fosse uma entidade reivindicatória, mas não tinha essa função. Seu objetivo era de participação, colaboração e aproximação, o que se tornou importante para o SENAI, já que também aumentava a produtividade dos empregados. A AES sempre funcionou como um ponto de convergência para os associados. Nas festas de Natal, nas práticas esportivas, nas viagens para a praia, sempre houve uma confraternização, uma aproximação entre os associados da capital e do interior.
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José B. Pedro de Oliveira
Presidente da Diretoria Executiva de 1974 a 1976
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ui o primeiro presidente que não era da diretoria do SENAI. O fato até gerou preocupação entre os empregados, que tinham medo de estarmos rompendo com o SENAI. Não foi o que aconteceu. Para provar que não havia divergência, convidamos o diretor regional Paulo Ernesto Tolle para ocupar o cargo de tesoureiro. Ele não pôde aceitar, mas indicou José Alófio. Aquele momento foi um divisor de águas. Não fomos adversos ao SENAI e alcançamos os objetivos propostos. Assim, a AES permaneceu como um braço da ação social do SENAI.
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Argeu Belizário
Presidente da Diretoria Executiva de 1983 a 1984
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Associação faz parte da vida da gente. Já passou por épocas em que dependia da ajuda financeira do SENAI, mas hoje é uma instituição forte, séria, que conseguiu construir um grande patrimônio como poucas associações do Brasil, com a ajuda de voluntários honestos. A AES é muito importante para o SENAI e para os empregados na ativa, mas é ainda mais importante para os aposentados, que se reúnem e participam das atividades de prevenção à saúde e passeios.
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Rubens Murilo L. Franca
Presidente da Diretoria Executiva de 1985 e 1986
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ui presidente em uma época difícil. Não tínhamos recursos e nem gente suficiente para cuidar da administração, o que fazia com que trabalhássemos até em finais de semana e feriados. Mas tudo foi superado e a AES continuou agregando valores ao associado, dando a ele oportunidade de lazer e cultura. Com a Associação, o associado atinge um nível de qualidade de vida que talvez não tivesse sem ela. Para o aposentado, fica o sentimento de pertencer à Associação e continuar ligado ao SENAI.
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Ubajara S. de Oliveira
Presidente da Diretoria Executiva de 1988 a 1989
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or muitos anos, a AES representou a única forma de lazer e descontração dos empregados do SENAI. Houve períodos de dificuldades e, nesses períodos, aqueles que amavam a Associação sempre foram muito aplicados e solícitos. Não só no sentido de manter o patrimônio, mas também no de ampliar, como aconteceu com a Colônia de Férias de Itanhaém e com o Clube de Campo de Jundiaí. A Associação sempre representou um valor a mais, um ponto positivo para o SENAI e seus empregados.
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Sérgio Nobre Franco
Presidente da Diretoria Executiva de 1989 a 1991
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período em que fui presidente deixou muitas expectativas. Naquela época, conseguimos criar uma estrutura para melhorar o atendimento aos sócios na Colônia de Férias, instalar o restaurante self-service e realizar a reforma da cozinha com a ajuda de voluntários de várias escolas do interior. Ainda conseguimos formar um grupo que participava de todas as atividades extras e encontros com as famílias dos sócios. É uma época que deixou saudade.
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Clayton George João
Presidente da Diretoria Executiva de 1991 a 1994 e de 2004 a 2006
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importância da Associação foi modificandose ao longo dos tempos. Antigamente, além de promover o congraçamento dos associados, dava oportunidades ao associado de passar temporadas na praia, o que era muito mais difícil há 40, 50 anos. Mas a Associação foi assumindo novos papéis. Com o passar dos anos e o aumento do número de associados, houve uma perda da identidade do relacionamento pessoal. Porém, ainda hoje, a Associação é uma fonte de bem-estar e congraçamento para os associados.
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Cláudio Colodron
Presidente da Diretoria Executiva de 1998 a 2004 e Presidente do Conselho Deliberativo de 2004 a 2006
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o longo do tempo a Associação vem procurando moldar-se às reais necessidades dos associados. Seja por meio da compra, construção e reformas da Colônia, do Clube, da criação do convênio médico ainda na década de 1960 ou das atividades culturais e esportivas. Desde o começo, a Associação foi uma idéia pioneira, que trabalhou no sentido de estimular o espírito associativo e oferecer benefícios aos empregados do SENAI. Ainda hoje, a AES cumpre um papel de congraçamento dos empregados.
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Nacim Walter Chieco
Presidente do Conselho Deliberativo de 1982 a 1985
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Associação teve muitos altos e baixos com relação à questão financeira e à sua gestão. Um deles ocorreu no começo dos anos 80, quando precisamos sanar o problema e colocar as contas em dia até o ponto de podermos ampliar o patrimônio. Esse foi um trabalho alcançado com garra, força e bastante dedicação. Dessa forma, a Associação conseguiu manter o espírito associativo, preservar o vínculo entre os empregados e o SENAI.
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Milton Gava
Presidente do Conselho Deliberativo de 1985 a 1988 e 2006 a 2008
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ais do que investir em benefícios, ao entrar para a AES, o associado amplia seu círculo de amizade e relacionamento. É também uma oportunidade de trocar experiências, conhecer pessoas mais bem posicionadas ou que podem servir de exemplo para desenhar melhor a carreira. Mas o papel mais importante da Associação, além da complementação da qualidade de vida, é acolher os empregados que estão desligando-se do SENAI e oferecer o plano de saúde, o seguro e o fundo mútuo de solidariedade.
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Ester Aquemi Abe
1ª mulher eleita para o corpo administrativo
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professor Altino Carabolante, pessoa fundamental para a estrutura profissional da AES, foi quem me desafiou a ser candidata. Eu não esperava ganhar, mas talvez as mulheres tenham votado em mim. Os principais fatos das gestões que participei foram o novo estatuto, que diminuiu a gestão para dois anos; o convênio médico começou a tomar corpo e a criação do sócio agregado para amparar os familiares. Também foi o início da informatização do SENAI e da AES e eu criei o primeiro cadastro de sócios.
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Enfim, a MATURIDADE Hoje, a AES tem a missão de integrar associados, familiares e agregados
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o completar 60 anos de existência, a Associação dos Empregados do SENAI - AES tem muito a celebrar. Estas seis décadas carregam uma bagagem histórica, política e social que se confundem com o crescimento e desenvolvimento do Brasil. Há pelo menos dez anos, a diretoria
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executiva vem se empenhando em profissionalizar a administração da instituição para torná-la capaz de gerir todas as necessidades de seus sócios, acatando sugestões, analisando mudanças e, por vezes, sendo firme em sua posição para evitar desvio no foco do trabalho. Ao chegar em novembro de 2007
aos 60 anos como uma instituição auto-sustentável, capaz de promover qualidade de vida, benefícios à saúde, promoção à cultural, ao esporte e à educação e ainda estimular a integração social para cerca de 24.000 pessoas, sejam associados, dependentes ou agregados, a AES alcança a maturidade.
Neste ano, o Departamento de Cultura se dedicou à organização das comemorações dos 60 anos da AES, como a Festa Ítalo-Espanhola (ao lado).
A maturidade é real e essencial para a boa sobrevivência de uma instituição sexagenária. É também fruto de um caminho natural, colhido pela administração competente e transparente das centenas de voluntários que fizeram parte de diretorias e conselhos desde 1947. Essa evolução constante nos conduziu à AES que conhecemos hoje, que tem duas características muito marcantes. A primeira é mantida desde a sua fundação com a prestação de serviços e benefícios aos associados. A segunda não é tão recente, mas ganhou força, principalmente, com o crescimento do número de aposentados que permaneceram como sócios nos últimos dez anos. Trata-se da reunião e aproximação de associados pelo convívio gerado pelas programações e eventos organizados pelos departamentos da AES.
Houve um tempo em que a Associação mantinha pelo menos oito departamentos funcionando simultaneamente. Eram Social Recreativo, Saúde, Esportivo, Cultural, Beneficente, Editorial, caixas com fundos para empréstimos e consórcios. Atualmente, são apenas quatro departamentos: Aposentados, Cultura e Divulgação, Esportivo e Interior. Os outros tantos que funcionaram no passado, na verdade, nunca deixaram de existir. Assim como a administração e os sócios, eles também evoluíram, desenvolveram-se e foram agregados aos novos setores ou absorvidos como prestação de serviços corriqueira. O interessante aqui é observar que a missão de todos, sejam os antigos ou os mais recentes, sempre foi a de promover qualidade de vida e integrar associados, dependentes e agregados.
Os departamentos de Cultura e Esportivo são os mais antigos. Apesar de terem mudado de nome algumas vezes, são ativos desde a fundação da AES. O primeiro é uma importante ferramenta de fomento à cultura. Por vezes, organizou visitas a exposições, feiras de arte e literatura. Também estimula os associados a produzirem arte participando de concursos de contos, poesias, fotografias, histórias. Desde 1996, organiza as festas temáticas que tradicionalmente estão na agenda da AES: comemorações de Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, festas juninas e os bailes dançantes. O departamento de Cultura é colabora na elaboração do Boletim Informativo que todos os sócios recebem em casa mensalmente com as últimas informações da Associação.
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Todos sabem que o importante é competir. Mas os atletas da AES fazem de tudo para garantir a vitória.
O departamento de Esportes também foi um dos primeiros a funcionar na Associação. Não importava as condições financeiras ou as tensões políticas. Se tivesse uma bola disponível, haveria associados prontos para disputar uma partida de futebol, vôlei ou basquete. Durante 60 anos foi assim e, hoje, não é diferente. O departamento do Interior assumiu a responsabilidade de integrar os empregados do SENAI do interior de São Paulo. Há 11 anos, Roberto Máximo Ferreira, diretor do departamento do Interior, vem desempenhando essa tare-
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fa com paixão. “Dá muito trabalho”, conta Roberto. “Mas a gente faz isso porque gosta.” De janeiro a dezembro de todos os anos, Roberto organiza o calendário do campeonato de futebol, dividido em três categorias, envolvendo todas as 49 escolas do interior. “Cada ano, a sede da competição é em uma cidade diferente”, explica Roberto. “À distância, temos de contratar juiz, encontrar o responsável pela marcação do campo e toda logística para fazer tudo acontecer e sair bem feito.” A final dos campeonatos é disputada entre o campeão do interior e o
vencedor entre os times da capital, cujos jogos são organizados pelo departamento de Esportes, na Colônia de Férias de Itanhaém. É uma forma de estimular o encontro entre associados e presenciar histórias interessantes. “De vez em quando, a gente encontra sócios na Colônia de Férias na final do campeonato que nunca tinham ido à praia”, conta Roberto. “Há algum tempo, o pessoal chegou lá de madrugada para jogar no dia seguinte. Só que em vez de ir pra cama, foram correndo molhar a mão no mar e experimentar a água para saber se era realmente salgada.”
Os eventos organizados pelo Departamento de Aposentados levam orientação em medicina e saúde para os associados mais antigos.
O departamento de Aposentados é o mais recente na história da AES. Ele foi criado em 1982, quando os primeiros empregados do SENAI e associados à AES chegavam à aposentadoria. A primeira ação específica para os aposentados foi a contratação de um plano de saúde em 1985. Mas, naquele momento e durante toda a década de 80, a quantidade desta nova categoria de sócios era tão pequena e a situação tão inédita que permaneceu estanque, praticamente sem atividades, durante 15 anos. Esse tempo de inatividade foi importante para entender que o departamento possuía enorme potencial e sua vocação era a de manter o aposentado envolvido em atividades sociais.
Somente em 1995 o departamento recebeu a atenção devida e passou a desenvolver atividades para pouco mais de 200 associados aposentados. As ações foram batizadas como Programa de Bem com a Vida. A idéia básica era reunir os aposentados em eventos e ocasiões nas quais pudessem encontrar-se com antigos colegas de trabalho e se manterem envolvidos por uma nova rede de relacionamentos. Os eventos foram incrementados com conteúdo focado nas necessidades das faixas etárias mais avançadas e passou a promover eventos, palestras e atividades que orientassem e promovessem a saúde física e mental dos sócios aposentados. Não foi um sucesso imediato, mas o grupo aumenta-
va a cada novo evento até tornar o departamento de Aposentados conhecido o suficiente para gerar uma nova característica entre os associados. Não é raro encontrar sócios mais novos com a percepção de que a AES tem sua atuação focada na terceira idade ou nos aposentados. É um sentimento inevitável porque este é o público que mais participa das atividades e da administração da Associação. A justificativa está no fato de que o trabalho voluntário exige um tempo nem sempre disponível aos associados ativos, o que não significa o afastamento dos mais novos, que são atendidos e contemplados pelos benefícios e atividades de todos os departamentos, inclusive o de Aposentados.
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Por uma vida AINDA melhor
Não precisamos de bola de cristal para saber que a AES anda por caminhos retos, os quais a conduzirão a um futuro tão brilhante quanto os primeiros 60 anos
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Associação dos Empregados do SENAI nasceu do sonho de homens visionários, capazes de olhar adiante e imaginar um futuro com muitas possibilidades. Naquela época, com tantas dificuldades, não se tratava de uma tarefa fácil. Mas eles alcançaram seus objetivos. Desde o princípio, os valores que regiam a AES eram muito claros. Hoje, 60 anos depois, eles continuam os mesmos diante de um mundo completamente diferente. O que era necessário, pre-
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cário e a AES oferecia de maneira pioneira, tornou-se obrigação na relação empregado versus empregador. Alguns benefícios se tornaram desnecessários, outros surgiram e se fizeram urgentes. Consórcios de carros e computadores, a Colônia de Férias, o Clube de Campo, o Clube Náutico e as reuniões sociais para os aposentados são alguns deles. E muitos outros ainda virão. Todos os benefícios nasceram de uma necessidade específica, foram realizados e passaram a
fazer parte da nossa história como funcionários do SENAI e da história das nossas famílias. Dificuldades vieram, foram enfrentadas e superadas. Chegamos aos 60 anos conscientes de todo esforço realizado no passado. Sabemos que o caminho trilhado nos levará a um futuro ainda melhor e continuaremos buscando atingir novas metas. O sonho de hoje é que a AES jamais perca seu rumo e tenha sempre a certeza de que o associado é sua maior riqueza.
Nossa missão é proporcionar qualidade de vida aos associados, dependentes e agregados, com o objetivo de desenvolver a integração social, a solidariedade e a cidadania, visando a formação de consciência coletiva. CORPO ADMINISTRATIVO GESTÃO 2006-2008 Conselho Deliberativo Milton Gava, presidente José Serafim Guarnieri, vice-presidente Célia Reni Fernandes Sanches, secretária Membros do Conselho Deliberativo Cláudio Murari Clayton George João Edemundo José Miranda Edson Sérgio Senna da Silva Francisco Hildebrando Júlio Marcondes Salgado Nelson Alves de Oliveira Roberlei Dias de Souza Conselho Fiscal Edison Simon, presidente Joaquim Dias Filho, secretário Membros do Conselho Fiscal Cícero Romão Vicente José Antonio Espelho Diretoria Executiva Mário Zanoni Adolfo Cintra, presidente Sivanira Fernandes Gil Hernandes, 1º vice presidente José Benedito Pedro de Oliveira, 2º vice presidente Joaquim Narciso Caldeira Filho, 1º secretário Clodoaldo Rodrigues Camargo, 2º secretário Cláudio Colodron, 1º tesoureiro Maria Enoi de Oliveira e Silva, 2ª tesoureira Alfredo Saccani Neto, 3º tesoureiro Edna Marian Zanon, depto. aposentados Maria Luiza Romano Sass, depto. de cultura e divulgação João Fernandes da Silva, depto. de esportes Roberto Máximo Ferreira, depto. do interior
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