Endonews #09

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Uma publicação Boston Scientific

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Ano VI

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N. 09

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Julho/2011

Casos inéditos

Em junho, recebemos a visita do Dr. Marcelo Averbach e do Dr. Claude Liguory

Pizza & Endoscopia

Encontro dos endoscopistas de São Paulo 2011

Próximos eventos 09 de agosto 12 de setembro 01 de outubro 08 de novembro Pizzaria Carlitos Rua França Pinto, 1.347 – Vila Mariana A partir das 20h00


editorial

pizza e fotos

Prezados doutores,

Em junho, nossa Noite da Pizza recebeu a ilustre presença de dois grandes professores. Doutor Marcelo Averbach, do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, esteve pela primeira vez em nosso evento e fez sua estreia com a apresentação de um caso. Também tivemos conosco o Doutor Claude Liguory, do Hospital Beaujon, na França, que estava de passagem pelo Brasil e aceitou o convite para visitar o Pizza & Endoscopia de junho. Na ocasião, pudemos apresentar mais um lançamento da Boston Scientific, o Extractor Pro™. O produto foi desenvolvido para ser utilizado em cálculos pequenos, médios e grandes. Entre as vantagens do produto estão o aumento da espessura da parede do balão garantindo maior resistência e a rigidez do cateter, permitindo canulação direta. Os balões de insuflação do Extractor Pro™ evitam a necessidade de mudanças de cateteres durante o procedimento, pois cada um dos três balões pode ser insuflado para dois tamanhos distintos: 9-12mm, 12-15mm ou 15-18mm, de forma que permite ser ajustado para adequar-se à anatomia do paciente, e também a injeção acima e abaixo do balão para o exame de colangiograma por oclusão.

Alessandra Rincon Especialista de Produtos Endoscopia Boston Scientific do Brasil

Endonews

Uma publicação da Boston Scientific. www.bostonscientific.com Coordenação: Beatrix Coutinho Contato: beatrix.coutinho@bsci.com | (11) 5853-2519 Reportagem, edição e revisão: take-a-coffee Comunicação Projeto gráfico: Piola mkt Fotografia e tratamento de imagens: Gis Ciasca Impressão: Power Graphics

casos

caso 1

Dr. Marcelo Averbach Hospital Sírio-Libanês de São Paulo Paciente: feminino, 65 anos Histórico: Alteração do hábito intestinal. DIAGNÓSTICO: A colonoscopia evidenciou extensa lesão do reto distal de superfície vilosa, padrão de cripta tipo IV, tomando cerca de metade da circunferência do órgão. Tratamento: Optou-se pela ressecção através de dissecção de submucosa (ESD). O procedimento se iniciou com injeção de solução de manitol a 10% na submucosa. Realizada incisão na mucosa com exposição da submucosa e seus vasos, utilizando-se IT knife. A dissecção progrediu até que, em determinado momento, o anestesista chamou a atenção para extenso enfisema de subcutâneo que já atingia a região cervical. O procedimento foi suspenso. Realizada CT de tórax e abdome que mostrou, além do enfisema de subcutâneo, enfisema de mediastino. A paciente foi encaminhada à UTI, e prescrito antibioticoterapia de amplo espectro. No dia seguinte, como apresentava-se bem, respirando confortavelmente em ar ambiente e sem sinais clínicos ou laboratoriais de quadro infeccioso, foi levada à unidade de endoscopia onde a ressecção foi terminada através da técnica de mucosectomia em fragmentos (EMR piecemeal), que transcorreu sem intercorrências. Dois meses após a ressecção, foi realizada colonoscopia de controle, que mostrou cicatriz no local e a biópsia não evidenciou lesão residual ou recidiva. DISCUSSÃO: Levando-se em conta que a ESD associa-se a elevadas taxas de complicações, principalmente em centros de menor experiência (até 12% conforme estudo de Saito publicado na GIE 2010), esta técnica deve ser reservada a centros onde haja um maior volume de casos e endoscopistas envolvidos com esta modalidade terapêutica. Em casos de maior dificuldade ou diante de complicações, a conversão da ESD para EMR pode ser uma boa opção.


caso 2

Dr. Leonardo Vallinoto Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Paciente: masculino, 26 anos Histórico: Dor forte em HD há 40 dias. Dor intensa tipo pontada, em HD, irradiando para epigástrio e de início súbito. Referia piora da dor com a alimentação, além de náuseas e vômitos. Negava febre. Sem alterações do hábito intestinal e urinário. Negava etilismo, tabagismo ou uso de drogas. Negava comorbidades, alergias e uso de medicações. Sem cirurgias prévias. DIAGNÓSTICO: Fasciolose hepática obtida por colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) com papilotomia e exploração de vias biliares com balão. Tratamento: Albendazol. DISCUSSÃO: O paciente deu entrada no hospital de origem com queixa principal de dor em hipocôndrio direito. Manteve o quadro e foi submetido a vários exames. A principal alteração nos exames laboratoriais era anemia. Nos exames de imagem, apresentou alterações na TC de abdome total e colangiorressonância que geravam dúvidas. Pela interpretação das imagens e do quadro clínico, foi optado pela realização de CPRE, que resultou no diagnóstico não esperado.

caso 3

Dr. Carlos Castillo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Paciente: feminino, 53 anos Histórico: HDA: assintomática, encaminhada por elevação do CEA em exames de rotina (CEA=5) e alteração de exame TC. HMP: osteoporose em uso Cálcio e Vitamina D (quatro anos). Exame físico: sem alterações. Esofagogastroduodenoscopia: sem alterações. Colonoscopia: sem alterações. Tomografia computadorizada de tórax: sem alterações. DIAGNÓSTICO: Intussuscepção intestinal associada à doença celíaca. Tratamento: Dieta livre de glúten.

caso 4

Dr. Cezar Fabiano Manabu Sato Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)

Paciente: masculino, 62 anos Histórico: Dor abdominal de início há um ano e quatro meses, com perda ponderal importante (16kg em três meses). Realizada tomografia de abdome, evidenciando-se vários nódulos hepáticos e linfonodomegalia em hilo hepático e tronco celíaco. Colonoscopia mostrou lesão estenosante em cólon descendente, sendo submetido à colectomia parcial. Encaminhado ao ICESP para avaliação oncológica, devido a possível doença metastática para o fígado. Realizou nova tomografia que evidenciou, além dos nódulos hepáticos, espessamento do hepatocolédoco, sendo realizada ecoendoscopia, a qual confirmou os achados da tomografia, e procedido à punção ecoguiada dos linfonodos aumentados, porém com resultado anátomo-patológico inconclusivo. Buscando-se o diagnóstico definitivo da lesão coledociana, optado pela colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), com escovado citológico. Porém, surpreendentemente, verificou-se que o espessamento visto à tomografia e à ecoendoscopia tratava-se de parasitose maciça em via biliar, com diagnóstico parasitológico de Fasciola hepática. DIAGNÓSTICO: Fasciolíase em vias biliares. Tratamento: Após varredura exaustiva das vias biliares durante a CPRE, o paciente foi submetido à avaliação da Infectologia, a qual prescreveu-lhe antiparasitário (Nitazoxanida) e antibióticos, devido ao risco de colangite bacteriana associada. DISCUSSÃO: Parasitose infrequente das vias biliares do homem, a qual se infesta ocasionalmente ao ingerir água e alimentos contaminados (principalmente vegetais), e que pode ocasionar, a longo prazo, colangite crônica, nódulos hepáticos, fibrose hepática e até colangiocarcinoma. Diagnóstico extremamente difícil, haja visto os métodos anteriores que falharam em elucidar o caso (tomografia, ecoendoscopia com punção), e particularmente neste caso, em paciente com diagnóstico recente de adenocarcinoma colônico, jamais seria aventada como primeira hipótese diagnóstica.


história

20º Curso Internacional de Endoscopia Diagnóstica e Terapêutica Hospital das Clínicas da FMUSP

A

Prof. Dr. Paulo Sakai Professor Associado do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP Membro Honorário da ASGE

o celebrarmos o 20º aniversário do Curso Internacional de Endoscopia Diagnóstica e Terapêutica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), gostaríamos de mencionar um pouco da história de nossa trajetória. Na realidade, houve um motivo para começar e uma intenção bem clara, a qual norteou seu desenvolvimento e aperfeiçoamento para alcançarmos o objetivo. Como todo empreendimento, começou simples, modesto e com muita dificuldade. A sementinha semeada germinou, cresceu e certamente continua crescendo em inovações. Em meados da década de 1980, quando Dr. João Carlos Andreoli retornou de Paris (França) após o Curso de Especialização com o Prof. Liguory, foi aventada a possibilidade de organizarmos, também em nosso meio, cursos de Endoscopia ao vivo como nos moldes organizados na Europa. Assim, após um período de maturação desta ideia, no ano de 1989, os Drs. Andreoli, Paulo Sakai e Shinichi Ishioka organizaram o I Curso de Endoscopia, com a participação apenas dos médicos assistentes do Serviço. Após esta experiência inicial, propusemos convidar, para os próximos cursos, especialistas do exterior e de renome mundial, com o intuito de trazer novos conhecimentos na área da Endoscopia. Esta proximidade poderia acrescentar técnicas novas e atuais ao nosso meio. Desta forma, o evento tornou-se internacional a partir de 1991, com a vinda do Prof. Liguory, o mentor da criação desse curso. Já em sua terceira edição, tivemos a participação dos Profs. Liguory e Soehendra, da Alemanha. No início, a proposta foi de organizar um curso bienal, e assim o foi até 1995, quando passou a ser anual e com a participação de pelo menos cinco especialistas vindos da Europa, Ásia, Américas do Norte, Central e do Sul. Tivemos também a ideia de integrar o Prof. René Lambert, de Lyon, na França, como mentor do curso, cuja formatação orientada por ele atingiu rapidamente um padrão internacional com o reconhecimento não só no Brasil mas

também citado no exterior. Em 2008, vislumbramos a possibilidade destes novos conhecimentos serem compartilhados também com médicos de outros países e que não pudessem comparecer ao nosso Centro de Convenções. Assim sendo, toda edição do curso começou a ser transmitida via satélite em tempo real a todos os países latino-americanos e sem custo, visando à divulgação do conhecimento em endoscopia digestiva. Desta forma, a nossa contribuição não se tem limitado apenas aos participantes no auditório do Centro de Convenções, mas com abrangência para mais de 1.600 médicos na América Latina, conforme o último censo de 2010, desde o México ao Uruguai. Temos depoimentos de colegas da região da Patagônia, que nos agradeceram pela oportunidade de aprender à distância, cujos ensinamentos foram aplicados com sucesso em benefício dos pacientes de uma comunidade longínqua. Este tipo de reconhecimento é realmente gratificante e nos anima a persistir na difusão de conhecimentos, cumprindo uma das metas da nossa instituição universitária. Evidentemente, o mérito do objetivo alcançado foi sempre de todos os membros do Serviço de Endoscopia do HC, incluindo-se assistentes, médicos residentes, a enfermagem e auxiliares da Secretaria. Sem dúvida, não poderíamos deixar de lembrar as empresas patrocinadoras, que sempre nos prestigiaram e, sem as quais, não seria possível o início e tampouco a continuidade nestes 20 anos. Temos de agradecer também à promotora de eventos, Sônia Winter, e à empresa TBR, que proporciona as transmissões de alta qualidade. O nosso agradecimento especial aos “experts” que têm atendido ao nosso convite e nos prestigiado nestes 20 anos. Desde o início, houve a determinação de realizarmos, a cada ano, um curso mais aperfeiçoado e melhor que o do ano anterior. Portanto, esta tradição será mantida e, certamente, no futuro, teremos cursos melhores que os já realizados.


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