Jornal da SBHCI - ed. 44 - 4/2010

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Ano XIV | no 4 | #44 outubro, novembro e dezembro de 2011 Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

A Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva foi indexada pelo SciELO E mais: Diretoria faz o balanço da gestão 2010-2011 | Coberturas TCT e AHA


A vida merece uma segunda chance.

Agora você já pode fazer muito mais pelos seus pacientes com SCA.

Brilinta® demonstrou superioridade em relação ao clopidogrel no estudo PlatO: 21% de redução do risco relativo na mortalidade cardiovascular versus clopidogrel.1 Superioridade de BRILINTA® na redução do desfecho de eficácia evidente nos primeiros 30 dias e aumento no período de 12 meses de tratamento.1 Não apresenta diferenças significativas no sangramento maior ou fatal versus clopidogrel.1 Oferece resultados consistentes em amplo espectro de pacientes com SCA e suas formas de tratamento.1 Contraindicação: pacientes com sangramento patológico ativo, com antecedente de hemorragia intracraniana e/ou com insuficiência hepática grave. Interações medicamentosas: cetoconazol, diltiazem e rifampicina. A peRSISTIRem OS SINTOmAS, O médICO deveRá SeR CONSuLTAdO.


20 Comprimidos 30 Comprimidos

BRILINTA® (ticagrelor) é um membro da classe química ciclopentiltriazolopirimidinas (CpTp), que é antagonista seletivo e reversível do receptor da adenosina difosfato (Adp), agindo sobre o receptor de Adp p2Y12 que pode prevenir a ativação e agregação plaquetária mediada por Adp. O ticagrelor é ativo por via oral e interage reversivelmente com o receptor plaquetário de Adp p2Y12. O ticagrelor não interage com o sítio de ligação Adp, mas sua interação com o receptor plaquetário de Adp p2Y12 previne a transdução de sinal. Indicações: BRILINTA® é indicado para a prevenção de eventos trombóticos – morte cardiovascular (Cv), infarto do miocárdio (Im) e acidente vascular cerebral (AvC) – em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), angina instável, infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST (IAmSST) ou infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAmCST), incluindo pacientes tratados clinicamente e aqueles que são tratados com intervenção coronariana percutânea (ICp) ou cirurgia de revascularização do miocárdio (Rm). Contraindicações: BRILINTA® é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade ao ticagrelor ou a qualquer componente da fórmula. este medicamento é contraindicado a pacientes com sangramento patológico ativo, com antecedente de hemorragia intracraniana e/ou com insuficiência hepática grave. Cuidados e Advertências: Advertências: risco de sangramento – Assim como com outros agentes antiplaquetários, o uso de BRILINTA® em pacientes com reconhecido risco aumentado de sangramento deve ser balanceado em relação ao benefício em termos de prevenção de eventos trombóticos. Não existem dados com BRILINTA® em relação ao benefício hemostático de transfusões de plaquetas; BRILINTA® circulante pode inibir as plaquetas transfundidas. uma vez que a coadministração de BRILINTA® com desmopressina não diminuiu o tempo de sangramento padrão, é improvável que a desmopressina seja efetiva no manuseio clínico do sangramento. Terapia antifibrinolítica (ácido aminocaproico ou ácido tranexâmico) e/ou fator vIIa recombinante podem aumentar a hemostasia. BRILINTA® pode ser retomado após a causa de sangramento ter sido identificada e controlada. Cirurgia – Se um paciente necessita de cirurgia, os médicos devem considerar o perfil clínico de cada paciente, bem como os benefícios e riscos da terapia antiplaquetária continuada, determinando quando a interrupção do tratamento BRILINTA® deve ocorrer. Pacientes com insuficiência hepática moderada – é aconselhada cautela em pacientes com insuficiência hepática moderada, pois não há estudos com BRILINTA® nesses pacientes. Pacientes com risco de eventos bradicárdicos – devido à experiência clínica limitada nesses pacientes, recomenda-se precaução. Dispneia – dispneia, geralmente de leve a moderada e frequentemente de resolução espontânea sem a necessidade de descontinuação do tratamento, foi relatada em pacientes tratados com BRILINTA® (aproximadamente 13,8%). Outros – A coadministração de ticagrelor com altas doses de ácido acetilsalicílico (>300 mg) não é recomendada. Descontinuações – Os pacientes que requerem a descontinuação de BRILINTA® estão em risco aumentado para eventos cardíacos. A descontinuação prematura do tratamento deve ser evitada. Gravidez: Categoria B – Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica (vide bula completa do produto). Interações medicamentosas: efeitos de outros medicamentos em BRILINTA® – Medicamentos metabolizados pela CYP3A4 – potentes inibidores da CYp3A4: a coadministração de cetoconazol com ticagrelor aumentou a Cmax e AuC de ticagrelor igual a 2,4 vezes e 7,3 vezes, respectivamente. A Cmax e AuC do metabólito ativo foram reduzidas em 89% e 56%, respectivamente. Outros potentes inibidores da CYp3A4 devem ter efeitos similares e não devem ser administrados concomitantemente com BRILINTA®). – Indutores da CYp3A4: a coadministração de rifampicina com ticagrelor diminuiu a Cmax e AuC de ticagrelor em 73% e 86%, respectivamente. A Cmax do metabólito ativo foi inalterada e a AuC diminuiu em 46%, respectivamente. Outros indutores da CYp3A4 devem diminuir a exposição ao ticagrelor e poderiam resultar em eficácia reduzida de BRILINTA®. Efeitos de BRILINTA® em outros medicamentos – Medicamentos metabolizados pela CYP3A4 – a coadministração de ticagrelor com sinvastatina aumentou a Cmax da sinvastatina em 81% e a AuC em 56% e elevou a Cmax em 64% e a AuC em 52% da sinvastatina ácida, com alguns aumentos individuais iguais a 2 a 3 vezes. Consideração de significância clínica deve ser dada referente à magnitude e variação de alterações na exposição à sinvastatina em pacientes que requerem mais de 40 mg de sinvastatina. Não houve efeito da sinvastatina nos níveis plasmáticos de ticagrelor. BRILINTA® pode ter efeito similar sobre a lovastatina, mas não é esperado ter um efeito clinicamente significativo sobre outras estatinas. – digoxina (substrato da Gpp – glicoproteína p): a administração concomitante de ticagrelor aumentou a Cmax da digoxina em 75% e a AuC em 28%. portanto, monitoramento laboratorial e/ou clínico adequado é recomendado quando da administração de medicamentos dependentes da glicoproteína p (Gpp) de índice terapêutico estreito como a digoxina concomitantemente com BRILINTA® (vide bula completa do produto). Reações adversas: as seguintes reações adversas foram identificadas nos estudos com BRILINTA® – Reação muito comum: hiperuricemia, dispneia. Reação comum: cefaleia, tontura, vertigem, epistaxe, dor abdominal, constipação, diarreia, dispepsia, hemorragia gastrointestinal, náusea, vômito, sangramento dérmico ou subcutâneo, rash, prurido, sangramento do trato urinário, creatinina sanguínea aumentada, hemorragia pós-procedimento (vide bula completa do produto). Posologia: o tratamento de BRILINTA® deve ser iniciado com uma dose única de 180 mg (dois comprimidos de 90 mg) e então continuada com a dose de 90 mg duas vezes ao dia. Os pacientes que estiverem utilizando BRILINTA® devem também tomar ácido acetilsalicílico diariamente, a menos que especificamente contraindicado. Após uma dose inicial de ácido acetilsalicílico, BRILINTA® deve ser utilizado com uma dose de manutenção de 75-150 mg de ácido acetilsalicílico. O tratamento é recomendado por pelo menos 12 meses, exceto se a interrupção de BRILINTA® for clinicamente indicada. em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), a interrupção prematura com qualquer terapia antiplaquetária, incluindo BRILINTA®, poderia resultar em aumento do risco de morte cardiovascular ou infarto do miocárdio devido a doença subjacente do paciente. Superdose: atualmente, não há antídoto para reverter os efeitos do BRILINTA® e não é esperado que BRILINTA® seja dialisável. O tratamento da superdose deve seguir a prática médica local padrão. O efeito esperado da dose excessiva de BRILINTA® é a duração prolongada do risco de sangramento associado com a inibição plaquetária. Se ocorrer sangramento, devem ser tomadas medidas de suporte apropriadas. O ticagrelor é bem tolerado em doses únicas de até 900 mg. A toxicidade gastrointestinal foi dose-limitante em um único estudo de aumento de dose. Outros efeitos adversos significativos que podem ocorrer com a superdosagem incluem dispneia e pausas ventriculares. em caso de superdosagem, devem-se observar os efeitos adversos potenciais e considerar o monitoramento eCG. Apresentação(ões): comprimidos revestidos de 90 mg em embalagens com 20, 30 ou 60 comprimidos. USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS DE IDADE. USO ORAL. veNdA SOB pReSCRIÇÃO médICA. para mais informações, consulte a bula completa do produto. (BRL002a) AstraZeneca do Brasil Ltda., Rod. Raposo Tavares, km 26,9 - Cotia / Sp - Cep 06707-000. Tel.: 0800-0145578. www.astrazeneca.com.br BRILINTA®. MS – 1.1618.0238. Referências bibliográficas: 1- Wallentin L, Becker RC, Budaj A, et al; pLATO investigators. Ticagrelor versus clopidogrel in patients with acute coronary syndromes. N engl J med. 2009;361:1045-57.

material destinado exclusivamente à classe médica. A bula do produto encontra-se no interior desta publicação.

BRI.11.e.128 - produzido em junho/2011

60 Comprimidos


PALAVRA DO PRESIDENTE

Realizações e agradecimentos

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stimados colegas, Neste editorial, último de nossa gestão, venho com emoção e gratidão agradecer a todos pelo apoio recebido durante estes dois anos de trabalho. Este é um dezembro muito especial, pois em 2 de dezembro de 1976, há exatos 35 anos, foi realizado o primeiro Congresso da SBHCI, na cidade do Guarujá (SP). Aquele foi o começo das atividades científicas que evoluíram constantemente e hoje se destacam no trabalho realizado durante os dois anos de nossa gestão. Sendo esta uma Sociedade científica, nossos esforços foram dirigidos para ações que contribuíssem para o contínuo aperfeiçoamento de nossa área de atuação. Foi marcante o sucesso dos eventos científicos realizados em Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR), com recordes de participantes, dezenas de convidados internacionais e centenas de palestras em programações de alto nível. Casos ao vivo foram transmitidos pela primeira vez do exterior para o nosso congresso. As transmissões foram projetadas nos auditórios pela primeira vez em alta definição e retransmitidas via Internet, possibilitando o acompanhamento on-line de todas as apresentações, colocando a SBHCI na vanguarda das comunicações. A Comissão Permanente de Certificação editou o livro de Questões de Provas Comentadas e participamos da elaboração do Livro de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) com dois atualizados capítulos sobre cardiologia intervencionista. Ainda com a SBC, elaboramos a diretriz de Tratamento de Valvulopatias e a

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diretriz de Formação do Cardiologista Clínico. Foram realizados Programas de Educação Continuada, Cursos de Incentivo à Pesquisa e Cursos Hands-On, totalizando 23 eventos organizados em todo o País. Temas de Intervenção Extracardíaca e Intervenção em Cardiopatias Congênitas foram inseridos em todos os eventos da SBHCI consolidando nossa participação e o nosso espaço nestas importantes áreas de atuação. No setor de comunicação, a SBHCI incorporou grandes avanços. O Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) foi inteiramente renovado em seu visual e sobretudo em sua estrutura interna, com novas ferramentas de pesquisa. A Revista Brasileira de Cardiologia Intervencionista (RBCI) consolida-se como um dos grandes periódicos da especialidade no mundo após exaustivo aprimoramento ao longo dos últimos anos. Após rigorosa análise, nosso jornal científico recebeu a merecida indexação no SciELO, configurando uma grande vitória para a SBHCI. Com esta grande conquista, cumprimentamos e agradecemos o dedicado trabalho da equipe atual da RBCI e todos aqueles que contribuíram e que sempre acreditaram na Revista. Os dedicados repórteres da SBHCI compareceram aos mais importantes congressos da especialidade e apresentaram de forma rápida e eficiente no Portal da SBHCI os grandes avanços da especialidade. À equipe do Jornal da SBHCI o meu agradecimento pelo primoroso trabalho, levando a informação de qualidade a mais de 11 mil cardiologistas de todo o Brasil.

Aos colegas de Diretoria e a todos os comissionados, o meu mais sincero agradecimento pelo imprescindível trabalho que possibilitou a manutenção, renovação e aprimoramento dos projetos. À equipe de colaboradores da administração, agradeço o trabalho dedicado e eficiente. À valiosa participação de nossos parceiros da indústria e empresas distribuidoras, o nosso sincero reconhecimento pelo irrestrito apoio durante estes dois anos. Aos meus pacientes, aos meus colegas de trabalho no Hospital Biocor, em Belo Horizonte, e à minha família, o agradecimento penhorado pelo valioso suporte e compreensão durantes estes dois anos de intenso trabalho. Com os olhos voltados para o futuro, na certeza de progresso contínuo, saúdo o novo presidente Marcelo Queiroga (PB) e sua Diretoria, confiante de que, com a notável capacidade desta nova equipe, a SBHCI seguirá renovada em sua trajetória de sucesso, em busca do progresso contínuo da especialidade, sempre cumprindo nossa missão em benefício de nossos pacientes. Vamos todos trabalhar unidos na defesa de nossos direitos e na luta por melhores condições e trabalho. De coração, desejo a todos um fim de ano abençoado, com Felizes Festas, grandes realizações com muito sucesso em 2012, saúde e paz.

Maurício de Rezende Barbosa Presidente


ÍNDICE CERIMÔNIA DE POSSE | GESTÃO 2012-2013

6 Emocionante e intimista

Diretoria eleita toma posse em evento com convidados ilustres

ENTREVISTA | CARLOS RUIZ

20 Forame oval patente: quando fechar?

Três perguntas para o pioneiro em implantes percutâneos de válvulas aórticas

OPINIÃO | PALAVRA DA EDITORA

8 Integração e coesão

Luciana Constant Daher (GO) avalia o Jornal da SBHCI nos últimos 24 meses

CARDIOINTERV 2011

21 Ciência entre amigos

Debates de alto nível com grandes nomes da hemodinâmica mundial

INTERNAS

9 Notas e notícias sobre a SBHCI Reconhecimento profissional | Curso de Revisão | Hands-on | PEC@SBC

SBC | JORGE ILHA GUIMARÃES

22 Realizações e inovações

Presidente da SBC do biênio 2010-2011 faz um balanço de sua gestão

XXXIV CONGRESSO DA SBHCI

14 A caminho de Salvador

Conheça as novidades que a Diretoria Científica preparou para o Congresso 2012

SBC | CANDIDATOS 2014-2015

26 Propostas de atuação

Candidatos à presidência da SBC apresentam suas propostas

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

16 Para tornar-se maior e melhor

Empresa de consultoria dará suporte no desenvolvimento de novos projetos

ENTREVISTA | JULIO PALMAZ

28 Definindo o futuro

Dono de uma das dez patentes que mudou o mundo falou sobre o futuro do stent

QUALIDADE PROFISSIONAL

17 Agora tem prazo

Lei federal estabelece prazo de resposta para Ministério da Saúde

REVISTA BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA INVASIVA

30 Indexada pelo ScieELO

Trabalho de equipe realizado por diversos cardiologistas intervencionistas possibilitou a indexação da RBCI pelo SciELO

TCT 2011

18 Conhecimento compartilhado Sessão conjunta reforçou imagem da SBHCI no cenário internacional

BALANÇO DA GESTÃO 2010-2011

32 Consolidando o crescimento

Maurício de Rezende Barbosa (MG) avalia as ações promovidas ao longo de sua gestão como presidente da SBHCI

AHA 2011

19 Descoberta de liderança e impacto global

Fomos a Orlando para trazer informações dos estudos apresentados no congresso

#44

04/2011

Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assina­dos são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem neces­sariamente a opinião da SBHCI.

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JOGO RÁPIDO | AMANDA G.M.R. SOUZA

Mente brilhante

DIretora-geral do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia fala dos 35 anos de carreira

Conselho editorial | SBHCI | www.sbhci.org.br Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo Alexandre Schaan de Quadros (RS) | diretor de comunicação Luciana Constant Daher (GO) | editora Hélio Castello (SP), João Manica (RS) e Robson Bueno (GO) | coeditores Equipe técnica | take-a-coffee Comunicação Jornalista responsável | André Ciasca, mtb 31.963 Editora | Carla Ciasca Reportagem | Isadora de Campos Revisão | Christina G. Domene Projeto gráfico e direção de arte | Vagner Simonetti Fotografia e tratamento de imagens | Gis Ciasca | www.gisciasca.com.br Impressão | Gráfica e Editora Cocktail | www.graficacocktail.com.br Tiragem | 11.600 exemplares Circulação | em todo o território nacional

fone: (11) 2626.3921 contato@take-a-coffee.com skype: take.a.coffee twitter: @take_a_coffee


CERIMÔNIA DE POSSE | GESTÃO 2012-2013

Emocionante e intimista Com a presença da Diretoria que geriu a Sociedade no biênio 2010-2011, Maurício de Rezende Barbosa (MG) entregou a presidência para Marcelo Queiroga (PB) em uma cerimônia que reuniu boa parte da liderança da cardiologia intervencionista brasileira

O

evento de transmissão e posse da gestão 2012-2013 da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) foi realizado no dia 12 de dezembro no Hotel Hyatt, em São Paulo (SP). Marcelo Cantarelli (SP), que deixou a Diretoria Administrativa para assumir uma vaga no Conselho Deliberativo, comandou o evento de maneira intimista e emocionante. A intimidade tornou a solenidade uma bela reunião de amigos. A emoção foi conduzida por Maurício de Rezende Barbosa (MG) no discurso que marcou sua despedida da presidência da Sociedade. Ao ocupar a tribuna, Barbosa lembrou de maneira detalhada as principais lutas e vitórias obtidas ao longo dos dois últimos anos. Ele agradeceu o apoio de todos os colegas que compuseram sua Diretoria,

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profissionais e colaboradores que participaram de sua gestão e seus familiares. “Ao presidente Queiroga, nós desejamos sucesso e oferecemos nossa colaboração incondicional”, afirmou Barbosa. Ao ser empossado, Marcelo Queiroga (PB) exaltou os 12 ex-presidentes que ajudaram a construir e consolidar a SBHCI em seus 36 anos de existência. Queiroga apresentou, um a um, seus diretores e reafirmou seus propósitos e metas para os próximos dois anos. “O Brasil vive um momento muito positivo”, afirmou Queiroga. “Vamos crescer ainda mais dando continuidade ao programa Novas Ideias, que teve início na gestão de Luiz Alberto Piva e Mattos (SP) e foi expandido pela Diretoria de Maurício de Rezende Barbosa.” Queiroga ainda enfatizou a importância da incorporação de novas tecnologias no

âmbito da saúde pública, a exemplo dos stents farmacológicos que, apesar de disponíveis há uma década, ainda não são ofertados pelo Sistema Único de Saúde. Também destacou os pontos centrais da futura gestão, alicerçada no tripé: certificação profissional e institucional, associativismo médico e educação médica continuada. Para Queiroga, é preciso atuar de maneira incisiva na valorização do trabalho médico, sendo necessário tornar a atuação do cardiologista intervencionista mais conhecida da sociedade civil, realçando o tratamento intervencionista do infarto do miocárdio como emblemático. “A angioplastia no infarto salva vidas, e esta é a principal missão dos médicos”, afirma Queiroga. “Precisamos ser reconhecidos por esta ação, não como meros implantadores de stents.” Já como presidente da SBHCI, Queiroga


Maurício de Rezende Barbosa (MG) promoveu um emocionado discurso de despedida da presidência da SBHCI.

Diretoria da gestão 2010-2011 brinda o encerramento dos trabalhos que consolidaram o importante momento vivido pela SBHCI.

Maurício de Rezende Barbosa (MG) transmite a presidência da SBHCI para Marcelo Queiroga (PB), que presta homenagem ao colega com a entrega de uma placa comemorativa.

Diretoria da gestão 2012-2013 está pronta para dois anos de lutas em prol da cardiologia intervencionista.

Maurício de Rezende Barbosa (MG) e Marcelo Cantarelli (SP) inauguram o painel na galeria de ex-presidentes.

prestou homenagem ao ex-presidente Barbosa, à sua Diretoria e promoveu o reconhecimento do trabalho de Áurea Chaves (SP) como editora da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI). “Só tenho a agradecer”, ela afirmou. “Agradeço à Diretoria pelo apoio e independência editorial, e desejo que continuem colaborando, porque a Revista é o reflexo de nossa Sociedade.” Oscar Mendiz (Argentina), atual presidente da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), parabenizou Barbosa pelas ações que aproximaram as Sociedades brasileira e latino-americana e se comprometeu a colaborar com a gestão de Queiroga. Também prestigiaram o evento o presidente futuro da SOLACI Jamil Abdala Saad (SP) e o presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, João Gonçalves de Medeiros Filho (PB). ■

Da esquerda para a direita, Jamil Abdala Saad (SP), ex-presidente da SBHCI e presidente futuro da SOLACI; Oscar Mendiz (Argentina), atual presidente da SOLACI; Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da gestão 2010-2011; e Marcelo Queiroga (PB), presidente da gestão 2012-2013.

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OPINIÃO | PALAVRA DA EDITORA

Integração e coesão

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É o momento de agradecer a atenção dos colegas, dos leitores que motivaram a existência do Jornal da SBHCI e nos incentivaram a progredir na busca da melhora contínua

Por Luciana Constant Daher (GO), editora

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sta é a quarta e última edição do Jornal da SBHCI no ano de 2011, e também a última publicação na gestão do biênio 2010-2011, comandada por Maurício de Rezende Barbosa (MG), que realizou uma administração de intenso, dedicado e profícuo trabalho, uma administração elegante como a de um regente de uma grande orquestra. É o momento de agradecer a atenção dos colegas, dos leitores que motivaram a existência do Jornal da SBHCI e nos incentivaram a progredir na busca da melhora contínua. Faz-se necessário ressaltar o trabalho afinado que houve durante estes dois anos entre a Diretoria de Comunicação, corpo editorial e equipe de jornalismo; uma parceria forte, de profunda colaboração e confiança. Desde o início da atual gestão houve por parte da Diretoria um reconhecimento do valor deste veículo de comunicação e de integração com os associados e com a comunidade de médicos cardiologistas; mas também uma preocupação em relação aos custos desta publicação, com vistas a manter sua sustentabilidade, sem perda da qualidade editorial, visando o equilíbrio financeiro da Sociedade. Para alcançar este objetivo, houve uma readequação do layout do Jornal, com reformulação de todo o projeto gráfico, com diminuição da fonte, melhor disposição das imagens, para citar alguns exemplos de alterações, permitindo redução do custo gráfico com aumento do conteúdo. Neste editorial, é imprescindível ressaltar a grande integração entre a equipe do Jornal e a do Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br). Podemos citar como exemplo os Highlights deste último, des-

tacando as publicações do Jornal, e mais ainda, a parceria na produção de várias pautas como nos eventos internacionais, nos quais a equipe da Diretoria de Comunicação fazia a ampla cobertura, que era publicada imediatamente no Portal e, posteriormente, no Jornal. O Jornal da SBHCI avançou grandemente como órgão informativo, criando as edições especiais do Congresso da SBHCI. No congresso de 2010, uma edição especial foi distribuída aos participantes no primeiro dia do evento. Já em 2011, foram distribuídas duas edições, uma no primeiro dia do evento, e a segunda, produzida durante ele, e distribuída aos congressistas no último dia do congresso. Mas além da cobertura das atividades científicas ocorridas durante o congresso, vale destacar a participação ativa da equipe do Jornal, entrevistando os mais renomados nomes da cardiologia na atualidade. Todas as ações que brotaram desta grande integração entre Diretoria de Comunicação, corpo editorial e jornalístico do Jornal e do Portal têm como verdadeiro objetivo promover a informação e, especialmente, a congregação de todos os membros de nossa Sociedade. Uma sociedade coesa e informada, seja ela qual for, é sempre mais forte e representativa em seus anseios. Como já feito por mim anteriormente, gostaria de encerrar este editorial citando Nietzsche: “A coragem máxima de quem busca o conhecimento mostra-se, não onde ele provoca espanto e susto, e sim aí onde ele precisa ser considerado pelos que não buscam o conhecimento como superficial, indiferente... Vontade forte? Isso é muito, mas não basta. De uma vontade longa e forte eu preciso, de uma resolução eterna...”


INTERNAS | notas e notícias

Dois sócios da SBHCI tiveram destaque durante o 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado no mês de setembro, em Porto Alegre (RS). Na solenidade de abertura, José Antonio Marin-Neto (SP) e Carlos Antonio Mascia Gottschall (RS) receberam o Prêmio Mérito Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A premiação ocorre todos os anos e tem o objetivo de destacar os sócios da SBC que contribuíram para o desenvolvimento da Sociedade. “É uma forma de valorizar e prestigiar os cardiologistas”, afirma Miguel Antonio Moretti (SP), diretor de Comunicação da SBC. Marin-Neto foi premiado na categoria “Personalidade da Cardiologia” por sua trajetória na especialidade. Ele é professor-titular, chefe da Divisão de Cardiologia e diretor do Serviço de Cardiologia Intervencionista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Para Marin-Neto, um prêmio como este é

verdadeiramente um reconhecimento pelas etapas vencidas e contribuições prestadas de uma forma ou de outra à coletividade. “Outro componente de significação é o do estímulo para que eu continue a trabalhar no sentido de consolidar esforços e contribuições que, de alguma forma, enalteçam a SBC e seus associados em geral.” Gottschall recebeu o prêmio na categoria “Destaque Docente” por sua dedicação à formação do médico cardiologista. Gottschall é professor emérito da Fundação Universitária de Cardiologia e membro titular das Academias Sul-Rio-Grandense e Nacional de Medicina, além de fundador e ex-presidente da SBHCI. “Receber este prêmio é uma honra pelo reconhecimento do envolvimento de tantos anos na atividade cardiológica de ensino e pesquisa”, afirma Gottschall. “Mais do que sentir-me honrado, o prêmio me estimula a continuar trabalhando e produzindo.”

foto: divulgação

Reconhecimento profissional

Carlos Antonio Mascia Gottschall (RS) recebeu o prêmio SBC “Destaque Docente 2011”

José Antonio Marin-Neto (SP) recebeu o prêmio “Personalidade da Cardiologia 2011”

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INTERNAS | notas e notícias

Curso de Revisão Este ano, o Curso de Revisão ganhou uma nova característica. Além de preparar os candidatos para a Prova de Título, muitos colegas participaram com o objetivo de se atualizar 10

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edição 2011 do Curso Anual de Revisão de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista foi realizada nos dias 28 e 29 de outubro no Hotel Pullmann, em São Paulo (SP). Neste ano, 115 médicos foram inscritos para o Curso, sendo que apenas 45 deles tinham o objetivo de se preparar para a Prova de Título, que aconteceu no dia 30 de outubro. Os demais participantes assistiram às aulas com o objetivo de atualizar o conhecimento científico. Na abertura do evento, Samuel Silva da Silva (PR), coordenador da Comissão Permanente de Certificação destacou os méritos do Curso, que evoluiu de maneira excepcional nos últimos anos. “Hoje, o Curso de Revisão é um evento que congrega tanto aqueles que farão a prova quanto os que querem apenas atualizar-se”, afirmou Silva. “Alcançamos um grau de profissionalismo e proficiência, resultado de anos de aprimoramento deste modelo.”


fotos: Sandro Pimenta

Diversidade de objetivos

Conversamos com alguns dos profissionais que participaram do Curso de Revisão de 2011 com o objetivo de se atualizar.

“Sou titular da SBHCI desde 2008, mas resolvi acompanhar um residente e me atualizar no curso deste ano.” Alan Nascimento Paiva (MG)

“Eu já conhecia o Curso de Revisão e vou fazer a prova do ano que vem. Este ano eu vim para me atualizar em relação ao que já leio nos livros.” Márcio Alves de Urzeda (MG)

“Me inscrevi no curso porque queria me atualizar e me antecipar, já que vou fazer a prova em 2012.” Alexandre Russo Spósito (SP)

“Um curso como este ajuda a nós, enfermeiras, a entender melhor tudo o que acontece dentro de um serviço de hemodinâmica.” Mara Liliane Alves (SP) Cardiologistas intervencionistas renomados apresentaram resultados de recentes estudos a 115 médicos inscritos no Curso Anual de Revisão da SBHCI.

“O curso é importante para renovar o conhecimento e, principalmente, ouvir mais sobre a vivência em áreas que não estou tão acostumado a ver nos hospitais onde trabalho.” Sylvio Robertyo Gomes Soares (PR)

Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo da SBHCI, lembrou aos participantes que o Curso de Revisão é um dos pontos fortes da SBHCI, e que a participação nestas aulas reforça o conhecimento científico, agrega qualidade e ajuda a preparar o cardiologista intervencionistas para a obtenção de sua certificação. O presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG), declarou aberto oficialmente o Curso de Revisão ao explanar que o propósito do evento é tornar o cardiologista intervencionista um perito em sua atividade. “Trabalhamos em uma área com uma gama enorme de tarefas bem como de equipamentos, e precisamos conhecer cada detalhe de cada um deles”, afirma o presidente. Entre os temas discutidos durante os dois dias de evento, foram apresentadas novidades sobre o lançamento de novos dispositivos utilizados em cardiologia intervencionista no mundo todo, assim

como resultados dos últimos estudos clínicos que fortalecem a prática da medicina baseada em evidências. O Curso deste ano foi realizado em oito módulos divididos em 49 aulas dadas por 50 palestrantes convidados. Entre eles estava Oscar Mendiz, cardiologista intervencionista argentino e atual presidente da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI). A vinda de Mendiz ao Curso de Revisão marca mais uma etapa da aproximação da SBHCI com a entidade internacional e reforça a proposta de manter o intercâmbio constante e recíproco entre brasileiros e médicos dos demais países da América Latina. Também pela primeira vez, o Curso de Revisão foi transmitido ao vivo pela internet, por meio do Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br), dando a oportunidade para que cardiologistas de todo o mundo pudessem acompanhar as aulas à distância.

PROVA DE TÍTULO

No dia 30 de novembro, a SBHCI realizou no Hotel Pullmann, em São Paulo (SP), a Prova de Título de especialista para obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista para 45 candidatos oriundos de todos os cantos do Brasil. Como em 2010, a prova foi dividida em três etapas, sendo uma teórica, uma teórico-prática, e a terceira, apenas prática.

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INTERNAS | notas e notícias

Na teoria e na prática

Uma das grandes novidades da Diretoria de Educação Médica Continuada da SBHCI para o segundo semestre de 2011 foi a criação do Curso Hands On. Desenvolvido em parceria

com a Cordis, o programa teórico e prático teve a participação de grandes nomes da cardiologia intervencionista brasileira, responsáveis pela apresentação das aulas teóricas e discussões de casos clínicos. Boa parte do curso foi dedicada à prática nos simuladores de intervenção coronariana para residentes do primeiro ano e de intervenção extracoronariana (carótida, renal, ilíaca, femoral) para os residentes do segundo ano. Em 2011, foram realizadas três edições do curso, que ocorreram em setembro, outubro e novembro no J&J Medical Innovation Institute, em São Paulo (SP). A inscrição era gratuita e exclusiva para os residentes

fotos: divulgação

dos centros credenciados pela SBHCI. Novas

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edições devem acontecer ao longo de 2012. Acompanhem a programação de eventos no Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br).


PEC@SBC 2011

A SBHCI levou ao Congresso 2011 da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), realizado em Porto Alegre (RS), o Programa de Educação Continuada. Marco Vugman Wainstein (RS), diretor de Intervenções Extracardíacas, apresentou uma aula sobre o tratamento endovascular da estenose da artéria renal. Valter Correia de Lima (RS) apresentou, logo em seguida, um caso clínico sobre angioplastia de artéria renal. O segundo módulo tratou de doença estrutural cardíaca e teve a participação de Fábio Sândoli de Brito Júnior (SP), diretor científico da SBHCI; Alexandre Schaan de Quadros (RS), diretor de comunicação; Francisco Araujo Chamié de Queiroz (RJ), diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas, Raul Ivo Rossi Filho (RS), Marcelo de Freitas Santos (PR), Rogério Sarmento-Leite (RS) e Luiz Antonio Carvalho (RJ). O presidente Maurício de Rezende Barbosa (MG) e Marcelo Queiroga (PB) também participaram do programa discutindo os casos e temas apresentados.


foto: divulgação

XXXIV CONGRESSO DA SBHCI

A caminho de Salvador A Diretoria Científica já determinou as diretrizes para o Congresso 2012. Convidados internacionais confirmaram presença, casos ao vivo estão sendo negociados para provocar debates e discussões sobre os temas em relevância na cardiologia intervencionista mundial 14

H

á cerca de seis meses, a Diretoria Científica da SBHCI vem trabalhando na construção do programa e do formato do Congresso 2012, que acontecerá na cidade de Salvador, na Bahia. De acordo com Rogério Sarmento-Leite (RS), diretor científico da gestão 2012-2013, que tomou posse recentemente, a Comissão Organizadora vem trabalhando na definição de palestrantes, temas e sessões e já tem a confirmação de pelo menos três colegas. Os dois primeiros a confirmar presença foram os cardiologistas Kevin J. Croce e Ramon Quesada, ambos atuando nos Estados Unidos. Em meados de dezembro, chegou a confirmação da participação do professor Sigmund Silber, da Universidade de Munique, na Alemanha, onde é diretor. Autor de mais de 150 trabalhos, o cardiologista alemão é o atual presidente da Society of Cardiologists in Private Practice em seu país; foi presidente do comitê European Society of Cardiology for Guidelines Percutaneous Cardiovascular Intervention (ESC-PCI) no período em que a recomendação do tratamento intervencionista para doenças corona-


TEMAS LIVRES Inscrições abertas

A Comissão Científica do Congresso 2012 informa que as inscrições para os Temas Livres estão abertas desde o dia 5 de dezembro no Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br). Conheça as regras para submissão de trabalhos:

O sistema para envio de trabalhos está disponível desde o dia 5 de dezembro de 2011.

Data limite para o envio: até as 24 horas do dia 11/03/2012, impreterivelmente.

O preenchimento e envio serão exclusivamente por meio eletrônico.

Siga as instruções na tela, clicando nos locais indicados.

Serão aceitos trabalhos para as categorias: 1) Intervenção em Doenças Cardiovasculares Adquiridas; 2) Intervenção em Cardiopatias Congênitas; 3) Intervenção em Doenças Extracardíacas; 4) Enfermagem e Técnicos.

Não é permitido submeter o mesmo artigo a mais de uma categoria, sob pena de ter o trabalho desclassificado.

rianas foi publicado no European Heart Journal, em Estocolmo, na Suécia. “Estamos trabalhando em outros nomes fortes do cenário da cardiologia intervencionista mundial e, em breve, teremos mais novidades”, afirma Sarmento-Leite. Quem participar do Congresso de Salvador perceberá que a as apresentações de casos clínicos e situações complexas vividas na rotina da cardiologia intervencionista ganharão bastante destaque. Haverá sessões dinâmicas com casos pontuais e explanações sintéticas focadas em assuntos específicos. Este modelo permitirá maior interação e troca de experiências entre os profissionais. Além das tradicionais transmissões de casos ao vivo nacionais, a partir de hospitais de Salvador, casos transmitidos de centros europeus e americanos terão importante impacto na programação científica. Logo na abertura do congresso haverá dois casos de intervenção complexa em tronco de coronária esquerdo, transmitidos da Clínica Pasteur de Toulouse, na França, pelo professor Jean Fajadet. Outros centros de hemodinâmica de expressão e relevância internacional também farão transmissões de casos ao vivo. Estas confirmações serão informadas pelo Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) e publicadas nas próximas edições de Newsletter e do Jornal da SBHCI. ■

Os Temas Livres poderão ser enviados em português e inglês.

O Tema Livre aprovado deverá ser apresentado por um dos autores obrigatoriamente inscrito no congresso.

A SBHCI não será responsável pelos custos de transporte e hospedagem, relacionados à apresentação do Tema Livre aprovado.

Os resumos dos trabalhos aprovados serão publicados na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (www.rbci.org.br).

não perca

XXXIV Congresso da SBHCI 20 a 22 de junho de 2012 Centro de Convenções da Bahia Informações: (11) 3849-5034 eventos@sbhci.org.br www.sbhci.org.br

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Para tornar-se maior e melhor Com o objetivo de definir melhor sua metodologia de trabalho e otimizar resultados de maneira organizada e eficaz, a SBHCI fez uma parceria com a Antares NP Consulting, empresa de consultoria que recebeu a missão de elaborar estratégias visando a melhoria da gestão da Sociedade, desde o diagnóstico de problemas, definição de visão, missão e valores, e orientação do passo a passo de como alcançar os objetivos almejados

C

riada há dez anos, a NP Consulting atua na equipação de hospitais públicos e privados, dando suporte às unidades de saúde no tocante à sua estrutura interna e operacional. Em 2010, associou-se à Antares Consulting, empresa espanhola com atuação em Madri e Barcelona (Espanha), Lisboa (Portugal), Paris (França), Bruxelas (Bélgica) e Lausanne (Suíça). Esta nova fusão traz ao Brasil um conceito de trabalho integrado voltado para o mercado de soluções em gestão na área da saúde, com consultoria, gerenciamento e tecnologia. Genésio Korbes, diretor associado da área de Unidades de Saúde da NP Consulting, explicou como será feito este planejamento estratégico e de que maneira ele vai beneficiar a SBHCI e seus associados. O que é Estratégia é definir a direção dos esforços. É parte de um processo complexo, chamado de Sistema da Excelência da Gestão. Você não pode ter cinco ou dez direções, você deve ter uma direção. A importância O Planejamento Estratégico será a base, a estrutura de gestão que vai determinar os processos de trabalho e de atuação da SBHCI. Vamos começar determinando de forma clara qual a missão e quais os valores

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da Sociedade. Estas informações já estão no Portal, em documento fantástico redigido por Carlos Gottschall (RS), e todos os associados devem conhecê-lo. Mas vamos partir dali para estabelecer este conteúdo de forma sintética, de uma maneira que gere sinergia entre todos os envolvidos com a SBHCI, sejam associados, colaboradores ou prestadores de serviço. O resultado deste trabalho deve ser como as raízes de uma árvore, que devem ser fortes o suficiente para suportar qualquer vento. O caminho É preciso estabelecer as metas e o foco de uma visão futura dentro de determinado período. A partir daí, passa-se a desenvolver um plano ordenado, com um método de trabalho para tudo o que se faz, desde os princípios éticos até a forma de gestão, o trato com os funcionários, com as pessoas que estão ao redor e com o meio ambiente. Dentro de todo o processo, temos um campo de atuação que são as Estratégias, Planos e Planejamento Estratégico. Se você quer ser reconhecido mundialmente, precisa lutar para isso. E como você é reconhecido mundialmente em uma sociedade médica? Por meio de pesquisas, resolutividade, inovação, novos procedimentos, muito estudo. Isto é a essência da Sociedade. É por este caminho que vamos seguir.

Como será feito Além da análise de cenários externos econômicos, políticos, sociais de mercado, de concorrência, ambientais, nos quais verificamos oportunidade, ameaças, pontos fortes e fraquezas, utilizamos o questionário confidencial. É um material riquíssimo para fazer consultas e pesquisas. A partir da tabulação deste questionário e das análises internas, nasce o mapa estratégico, com o uso da metodologia do Balanced Scorecard (BSC), mapa que engloba a parte de desenvolvimento humano e tecnologia. Os autores chamam isso de perspectiva: a perspectiva de processos internos, de mercado, dos concorrentes, dos clientes e a perspectiva financeira da entidade. Em cada perspectiva, haverá a locação de objetivos estratégicos, uma intenção que vira uma ação, que tem um indicador e uma resposta avaliada a cada mês. Isso é objetivo estratégico. ■ O documento oficial com as diretrizes do planejamento estratégico foi definido e

apresentado pelas diretorias das gestões

2010-2011 e 2012-2013 em dezembro.

Nas próximas edições, voltaremos a tratar do assunto, apresentando as etapas do trabalho que ainda está por vir.


QUALIDADE PROFISSIONAL

Agora tem prazo No dia 26 de outubro de 2011, entrou em vigor a Lei Federal nº 12.401 de 28 de abril de 2011, dispondo sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A nova lei estabelece que a Câmara de Incorporação de Tecnologias (CITEC) do Ministério da Saúde tem prazo máximo de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias, para divulgar respostas de solicitações. Em 2008 e 2009, a SBHCI solicitou à CITEC a incorporação de stents farmacológicos, cateteres de ultrassom e próteses para oclusão de comunicação interatrial. Até hoje, nenhuma resposta foi obtida. Porém, segundo Maria Ângela Avelar, representante do Ministério da Saúde na Câmara Técnica de Implantes da Associação Médica Brasileira (AMB), em breve a CITEC deve procurar a SBHCI para dar andamento aos processos.

fotos: divulgação

Biolimus A9 em Pequenos Vasos Seguimento Clínico de 2 anos 12.9

14 12 10 8 6 4 2

10.9 3,7

7.6 5.3

4.8

1,2

0,9

4,1

3,9

≤2,5mm

>2,5mm

3,2

6.1 2,0

1,4

5,6

4,7

≤2,5mm

>2,5mm

9,2

7,7

2 anos 1 ano

0

Falha da Lesão Alvo

Eventos Cardíacos Adversos Maiores

≤2,5mm

>2,5mm

Desfecho orientado para pacientes

Trombose – 2 anos 0.8 1,0 0,8

0,0 0,1

0.7

- 3.067 pacientes

0,6

0,2

Aguda

0,4

0,2

Tardia

0,2

0,3

0,7

Muito tardia

- 1.284 pacientes com vasos ≤ 2,5mm de diâmetro - 125 centros europeus e asiáticos • Dados em arquivo na Terumo Medical do Brasil

0,0 ≤2,5mm

>2,5mm

• Desfecho Orientado para Paciente = Total de Mortes, Infartos e Revascularização

Definido de acordo com ARC

terumo.com.br | terumo.com | 11 3594-3800

REGISTRO ANVISA No. 80012280064 TERUMO®, NoboriTM e M-CoatTM são marcas registradas da TERUMO Corporation.


fotos: divulgação

TCT 2011

Conhecimento C compartilhado

Sessão conjunta entre a SBHCI e a CRF reforça a posição de destaque da Sociedade dentro da cardiologia intervencionista mundial e deve ser motivo de júbilo para seus associados Por Guilherme F. Attizzani (SP), editor do Portal da SBHCI, e Rodrigo Wainstein (RS), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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om mais de 22 ensaios clínicos recentes, 650 resumos, 100 casos ao vivo e mais de três mil apresentações, cerca de 12 mil pessoas estiveram presentes este ano ao Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), encontro anual realizado pela Cardiovascular Research Foundation (CRF), entre os dias 7 e 11 de novembro, em São Francisco, nos Estados Unidos. Mais uma vez, a equipe de repórteres internacionais da SBHCI esteve presente para registrar in loco todas as atualizações e resultados obtidos nos mais diversos estudos científicos compartilhados pelos mais experientes nomes da cardiologia intervencionista mundial. No dia 10 de novembro, Gregg Stone (Estados Unidos) fez a abertura da sessão conjunta entre a SBHCI e a CRF (Estados Unidos), quando foram realizadas excelentes palestras sobre implante percutâneo de válvula aórtica (TAVI) proferidas por expoentes da cardiologia intervencionista brasileira, além de convidados internacionais como Augusto Pichard (Chile), Murat Tuzcu (Turquia) e Antonio Colombo (Itália). A escolha do candidato ideal para TAVI foi extensamente debatida pelos especialistas presentes; adicionalmente, ocorreu uma ampla revisão acerca de como evitar as principais complicações do procedimento. Houve a apresentação de casos clínicos desafiadores como abordagem de tronco de coronária esquerda não protegido e doença arterial coronária multiarterial, igualmente debatidos pelo painel de especialistas. A realização e o sucesso desta sessão reforçam a posição de destaque da SBHCI dentro da cardiologia intervencionista mundial e deve ser motivo de júbilo aos seus associados. Durante os três dias de evento, foram abordados estudos comparativos entre diferentes stents farmacológicos, avaliação do uso de balões farmacológicos no tratamento de reestenose intra-stent, bem como a apresentação do estudo ADVISE, que propõe uma forma de avaliar a fisiologia coronariana sem a infusão de adenosina. ■ Todos os estudos apresentados estão disponíveis no

Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br), com seus respectivos

slides e artigos científicos.


foto: divulgação

AHA 2011

Descoberta de liderança e impacto global Dois dias depois de encerrar a cobertura do TCT 2011, nossos colegas desembarcaram em Orlando, na Flórida, para iniciar a última edição do ano do “Repórter Internacional SBHCI” Por Carlos Augusto de Campos (SP), editor executivo do Portal, Alexandre Schaan de Quadros (RS), diretor de Comunicação, e Aníbal Pereira Abelin (RS)

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onhecido como The Sunshine State, o Estado da Flórida tornou-se sinônimo de lazer, férias e atividades agradáveis. Estima-se que a cidade de Orlando receba mais de cinco milhões de visitantes por ano. Diante deste alcance turístico, o American Heart Association Scientific Sessions (AHA 2011) recebeu mais de 18 mil profissionais de cardiologia do mundo inteiro entre os dias 12 e 16 de novembro. A conferência contou com apresentações sobre os últimos avanços na medicina e cirurgia cardiovascular, fornecendo informações sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da hipertensão, dislipidemias, diabetes, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias e acidente vascular cerebral. O evento iniciou-se com uma abordagem arrojada: Leading Discovery. Global Impact (Descoberta de liderança. Impacto Global). No primeiro dia do evento, as sessões na área da cardiologia intervencionista deram enfoque às estratégias de anticoagulação nas síndromes coronárias agudas e na prevenção de eventos trombóticos. No segundo dia de cobertura, Oliver Smithies (Estados Unidos), ganhador do Prêmio Nobel de 2007 em fisiologia ou medicina, fez um depoimento sobre a dedicação de 60 anos de sua vida à pesquisa científica. A premiação é resultado de suas descobertas dos princípios da introdução de modificações genéticas específicas por células-tronco embrionárias. Seu método levou a modelos transgênicos de camundongos que replicaram doenças humanas como fibrose cística, hipertensão e aterosclerose. Após a fala desta personalidade do mundo da cardiologia, ocorreram abrangentes sessões de estudos clínicos e ensaios que envolvem os cuidados com aderência ao tratamento e seus desfechos na insuficiência cardíaca e após infarto agudo do miocárdio. Para as intervenções coronárias percutâneas foram abordadas a aplicação de um termo de consentimento mais abrangente e explicativo, bem como a realização de procedimentos sem a retaguarda de cirurgia cardíaca. Na seção vespertina, todas as atenções estiveram voltadas para novas fronteiras no tratamento das arritmias cardíacas. No último dia de cobertura do AHA 2011, a sessão de Late Breaking Clinical Trials esteve voltada para o tratamento clínico da aterosclerose com abordagens de dislipidemias e modificações no estilo de vida. ■ Todos os estudos apresentados estão disponíveis no

Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br), com seus respectivos

slides e artigos científicos.

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ENTREVISTA | CARLOS RUIZ

Forame oval patente: quando fechar? Diretor do Departamento de Cardiologia Intervencionista e Cardiopatias Congênitas e Estruturais do Lenox Hill Hospital, em Nova York (Estados Unidos), Carlos E. Ruiz é reconhecido internacionalmente pelo trabalho pioneiro em implantes percutâneos de válvulas aórticas e em valvuloplastias aórticas e mitrais, além de sua vasta pesquisa em desenvolvimento de inovações no campo das intervenções cardíacas estruturais Por Adriano Dias Dourado Oliveira (BA), diretor de Qualidade Profissional da SBHCI, e Luiz Carlos Simões (RJ), do Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro

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O senhor acredita que há pacientes com estruturas de átrio direito, forame oval e válvulas embriológicas com maior risco de embolização do que outros? Acredito que sim. Penso que os pacientes com válvulas de Eustáquio maiores e aneurisma aórtico têm um maior risco de embolia do que outros. Então, se ele teve um acidente isquêmico cerebral, e tem estas características no átrio direito, seria uma indicação mais precisa para o fechamento do forame oval patente (FOP) do que aqueles que não tiveram? Não, porque atualmente não temos dados que comprovem que fechar o forame é melhor do que não fechá-lo. Precisamos desta informação. Estamos chegando a uma era da medicina em que precisamos de evidências para tudo e não contamos com a intuição médica. Não sei se isso é bom ou ruim. Mas é a nossa situação hoje. O senhor acha que chegaremos a este ponto? Vamos atingir estes dados? Acho que sim. Porque, na verdade, essa é a ideia de todos nós que tratamos este tipo de paciente. Vejamos: se eu tenho uma paciente de 30 anos, mãe de uma criança de dois anos, que teve um acidente vascular cerebral (AVC), que não estava sob o efeito de anticoagulantes, não tinha nada... Vocês acham que eu vou dizer pra ela: “vamos esperar pelo segundo AVC para fecharmos o dispositivo?” Isto não é ético. Eu devo fechar o FOP. Não posso fazer uma afirmação pública generalizada sobre isso, mas seleciono muito cuidadosamente, principalmente quando há um neurologista envolvido. Se o neurologista disser: “Olha, não há dúvida, é trombólise”, então, eu fecho mesmo. ■


CARDIOINTERV 2011

Ciência entre amigos

foto: divulgação

A

edição 2011 do CardioInterv, Simpósio Internacional de Cardiologia Intervencionista organizado pelo Hospital Cardiológico Costantini, em Curitiba (PR), foi um evento de tirar o chapéu. Não bastasse os 16 casos ao vivo, mais de uma dezena de aulas com apresentações de estudos e casos editados e a presença dos cânones da cardiologia intervencionista brasileira, o CardioInterv foi palco de uma discussão de elevado nível científico entre dois grandes expoentes da cardiologia intervencionista. “Este foi o ponto alto de nosso simpósio”, afirmou Costantino R. F. Costantini (PR). De Washington DC (Estados Unidos), Augusto Pichard defendia, em transmissão ao vivo, a intervenção guiada pelo fluxo fracionado da reserva do miocárdio (FFR) em lesões intermediárias. Do outro lado, o espanhol Eulógio Garcia rebatia ferrenhamente os argumentos apresentados pelo colega.

Duas novidades do evento deste ano foram as sessões “Como eu trato” e “E aí, doutor?”. Os nomes criativos já sugeriam que as aulas teriam um mote provocativo para envolver o público em discussões científicas. De acordo com Costantini, foram apresentados casos bastante complexos e conflitivos que elevaram o nível científico da discussão. Reconhecido internacionalmente por ser o evento que encerra as atividades científicas no Brasil, o CardioInterv vem atraindo um público maior a cada ano. A despeito disso, Costantini afirma que se tornar um grande congresso não é o propósito do evento. “Queremos continuar apresentando à gente jovem os assuntos que eles nem sempre têm oportunidade de aprender por não poderem ir ao TCT ou AHA”, afirma Costantini. “E só conseguimos fazer tudo isso pela presença dos amigos, pelo apoio das empresas e de todos os profissionais que trabalham conosco.” ■


SBC | JORGE ILHA GUIMARÃES

Realizações e inovações Jorge Ilha Guimarães (RS), presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) durante o biênio 2010-2011, encerra sua gestão com o sentimento de missão cumprida. Em entrevista exclusiva, o presidente da entidade maior da cardiologia brasileira falou sobre a experiência vivida junto à sua equipe que, com empenho e dedicação ímpares, promoveu grandes realizações e inovações, como a finalização da primeira etapa dos “Registros Brasileiros Cardiovasculares”, projeto pioneiro no País 22

Como surgiu a oportunidade de se candidatar à presidência da SBC? Alguns anos atrás, já havia surgido o convite, mas não tive condição de abraçá-lo em função do meu ritmo de trabalho na época, já que a presidência da SBC exige muito. Como costumo brincar, todas as outras atividades de nossa vida param quando se assume a SBC. Quando o convite surgiu novamente, houve uma forte mobilização por parte do meu Estado (RS) e do Departamento de Ergometria para que eu aceitasse o desafio. Como a minha situação de vida estava mais estável, foi possível assumir esta empreitada. Assim, pude aceitar esta tarefa no meu melhor momento de vida. Qual era seu grande projeto para a SBC? Tinha muitos projetos, mas um deles era especial: os Registros Brasileiros Cardiovasculares. Nos últimos anos, a SBC fez um programa de diretrizes extremamente competente. Elaboramos diretrizes sobre o que era a doença, divulgamo-nas de várias formas, mas necessitávamos saber a realidade brasileira, a verdadeira prática cardiológica em nosso País, o que só seria possível com um programa de registros robusto e confiável. Nós precisávamos destes dados para saber o que acontece em nosso País. Como conseguiu colocá-lo em prática? Nós começamos com um esforço enorme e conseguimos fechar os Registros em tempo recorde. Nenhum país do mundo conseguiu fazê-lo tão rapidamente. Em um ano e meio, saímos do zero e reunimos mais de 100 hospitais para trabalhar neste programa. Foi preciso registrar os Centros, ensinar como fazer os Registros, auditá-los etc. Houve mobilização de toda a Sociedade, o que tornou tudo possível. Inicialmente foram idealizados três Registros, abrangendo síndromes cardiológicas de elevada prevalência, com interesse de observação horizontal, ampla e federativa. O esboço destes Registros foi publicado como artigos originais, também de maneira inédita, nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Em setembro, apresentamos no nosso Congresso e, recentemente, no


American Heart Association Scientific Sessions (AHA), nos Estados Unidos. Foi um êxito muito grande, mesmo. Quais foram ações ou realizações mais importantes durante esses dois anos? Primeiro, fizemos a reorganização administrativa interna da SBC, algo importante que nos deu agilidade para termos condição de dar respostas melhores. Trouxemos os Departamentos para dentro da Sociedade. Fizemos o livro-texto da SBC, escrito por cardiologistas do País todo. Este livro será usado para o ensino da cardiologia no Brasil e para a Prova de Título de Especialista. Criamos também a Universidade Corporativa da SBC, com um programa de educação consistente. Criamos uma web station no Rio de Janeiro, de forma a permitir a gravação de aulas para educação à distância. Esta iniciativa revelou-se um sucesso e está com a agenda cheia até março de 2012 para gravação de aulas, e já existem cerca de 100 aulas disponíveis em nosso site (www.cardiol.com.br). Idealizamos um programa visando o desenvolvimento de novos centros de pesquisa espalhados por todo o Brasil, dentro de um princípio caro à SBC: ensinar a fazer pesquisa. Aumentamos, assim, a nossa base de pesquisa no Brasil. Trabalhamos fortemente na qualidade assistencial, implementamos um programa de inclusão para novos associados: neste ano, foram admitidos mais de 500 jovens como sócios. Cabe destacar ainda uma série de programas com o governo. Em quais áreas a SBC mais avançou durante a sua gestão? A nossa relação com o governo, que tem sido extraordinária, tem trazido benefícios diretos no atendimento da nossa população. A SBC tem trabalhado com o Ministério da Saúde, com a diretoria da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), com a Agência Nacional de Vigilância à Saúde (Anvisa) e com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Tudo isso em prol da melhora da qualidade do atendimento cardiovascular em nosso País. Já estamos tendo resultados no tratamento do infarto do miocárdio e da insuficiência cardíaca.

Esta diretoria esteve focada para que o atendimento cardiovascular em nosso País fosse melhorado, principalmente nas classes mais pobres de nossa população, que é onde estão os piores índices de morbimortalidade.

O governo nos atendeu em praticamente todas as demandas. Um outro aspecto no qual avançamos muito foi nas relações internacionais. Na gestão passada, o presidente Antonio Carlos Palandri Chagas (SP) iniciou um contato muito proveitoso com o American College of Cardiology (ACC). Os resultados foram excelentes, e estendemos isso aos europeus, por meio da European Society of Cardiology (ESC), ao American Heart Association (AHA), às sociedades Interamericana e Sulamericana. Participamos da Sociedade de Cardiologia de Língua Portuguesa, inclusive com um trabalho em Moçambique, enviando uma delegação para dar aulas, e também fizemos contratos de parceria com Espanha, Portugal e Argentina. As relações internacionais foram tremendamente expandidas. Um exemplo disto ocorreu no Congresso Brasileiro de Cardiologia: vieram oito europeus para o Congresso brasileiro e vão oito brasileiros para o Congresso europeu. É uma salutar relação de troca, de parceria. Houve também avanço na atuação dentro do Brasil? Sim. Conseguimos agregar todos os Departamentos da SBC: Cirurgia, Hemodinâmica, Arritmias, Ergometria, Insuficiência Cardíaca, e assim vai. Eram todos muito autônomos. Criamos um board departamental que funcionou muito bem. Só que não fomos tão eficientes em fazer isso com os Estados. Nossos programas para os Estados ocorreram com menor frequência do que pretendíamos. Talvez tenha sido o lado onde menos avançamos nestes dois anos. Quais áreas da cardiologia mais avançaram nestes últimos dois anos? Basicamente, surgiram técnicas menos agressivas que estão se desenvolvendo muito, como, por exemplo, o tratamento da válvula aórtica por via percutânea. Há pouco mais de dois anos não se fazia isso. É uma técnica completamente nova, algo revolucionário mesmo. Tivemos novos stents, novas drogas, principalmente na área de anticoagulação. Antes, era difícil anticoagular um paciente.

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foto: divulgação

SBC | JORGE ILHA GUIMARÃES Havia muitos sangramentos, eram necessários retornos mensais. Hoje, não é preciso nada disso. Alguns estudos mostraram o avanço nas indicações de stents e a Sociedade acompanhou tudo isso. Nós estamos na ponta do mundo em tudo, nada é feito no mundo que não façamos aqui no Brasil. Este é o lado bom, mas tem o lado ruim. O lado ruim é que os índices de mortalidade cardiovascular do Brasil ainda são muito altos. Os índices de internação por insuficiência cardíaca são absurdos. Nós temos uma pirâmide, em que a parte de cima seria uma medicina de ponta e é igual à melhor do mundo. Mas, na parte de baixo desta pirâmide imaginária, o atendimento da população de baixa renda ainda deixa a desejar, e muito. Sabemos que um grande número de infartados não consegue chegar ao hospital, a um lugar onde possa receber uma terapêutica adequada. Isso acontece inclusive na periferia das cidades grandes. Aqui nós ainda temos um caminho muito longo a percorrer. Quando assumimos, falei para toda a minha turma que teríamos de sair da sala de aula e subir o morro. Nós precisamos trabalhar nestes índices, trabalhar junto com o governo. Isso engloba a questão da prevenção, principalmente na população de baixa renda? O governo do Brasil, historicamente, sempre atuou muito bem nas doenças infecciosas. Mas nunca deu a importância que devia para as doenças cardiovasculares. O governo atual priorizou as doenças cardiovasculares, o que foi um grande avanço. Fizemos muita pressão para que isto ocorresse. Assim, as doenças cardiovasculares, principalmente o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral, foram colocadas como prioridade máxima. Isso nos ajudou muito, mas prevenção ainda é coisa que se faz muito pouco. Nós temos um projeto belíssimo nesse sentido e vamos tentar sensibilizar o governo. Não adianta só tratar, temos de prevenir e ainda fazer a prevenção secundária, com aquele indivíduo que já teve o infarto e precisa cuidar-se para não ter outro. Há necessidade de acompanhamento e tratamento com o paciente com insuficiência cardíaca pós-alta do hospital, caso contrário, um mês depois, estará no hospital novamente. É nesta direção que agora tentamos sensibilizar o governo. Como as sociedades médicas podem levar informação à população, como o senhor disse, “subir o morro”, ir até onde o indivíduo não recebe a informação? O nosso braço de comunicação com o povo é o Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia (FUNCOR). É a nossa interface que permite o desenvolvimento de uma série de ações sociais. Posso citar uma, que ocorreu via Departamento de Hipertensão, e que foi extraordinária: o programa “Eu sou 12 por 8”. Divulgando o conceito de cuidar da pressão arterial, obtivemos a colaboração de vários artistas e esportistas, que se apresentaram gratuitamente com a camiseta escrita “Eu sou 12 por 8”, em alusão ao cuidado com a pressão arterial. Entendemos que uma Sociedade como a nossa deve ter uma responsabilidade social. O programa “Eu sou 12 por 8” atingiu mais de 50 milhões de pessoas. Foi incrível. Dois temas polêmicos que estiveram em discussão ao longo de sua gestão foram a restrição da autonomia médica e a questão dos honorários médicos. Qual o posicionamento da SBC diante das duas questões? Nós temos uma Diretoria de Qualidade Assistencial muito atuante nessa defesa, focada exatamente nestes aspectos. Conseguimos resultados muito bons neste período. O último foi com relação à valorização do teste ergométrico, que tinha valores de

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A campanha “Sou 12 por 8” envolveu artistas famosos e atingiu mais de 50 milhões de pessoas.

remuneração muito baixos. Numa ação bem articulada, foi possível uma remuneração melhor. Esta Diretoria esteve focada para que o atendimento cardiovascular em nosso País fosse melhorado, principalmente nas classes mais pobres de nossa população, que é onde estão os piores índices de morbimortalidade. É claro que a restrição da autonomia médica não é uma coisa da qual a gente goste. A luta pelo honorário médico é geral e, evidentemente, continuamos nela, mas sempre com uma visão social do todo, focada no benefício ao paciente. Como o senhor avalia sua gestão? Acho que fizemos uma gestão muito boa, principalmente devido ao grupo extraordinário que esteve ao nosso lado. Ao longo desta gestão tive mais de 100 colegas cardiologistas trabalhando comigo em vários projetos e programas. Foi uma mobilização nunca vista antes. O pessoal mostrou disposição, quis participar. A sociedade está pacificada, está em festa e, com isso, tivemos muito apoio. Eu avalio que foi uma grande gestão, principalmente porque foi planejada desde o momento de minha posse, quando uma grande reunião traçou o planejamento estratégico da gestão. O cumprimento à risca deste planejamento garantiu que atingíssemos este patamar de excelência. O que é necessário para assumir a presidência da SBC e executar esta função com excelência? Acho que, primordialmente, é preciso que um candidato à presidência da SBC entenda que deverá dedicar-se muito durante sua gestão, pois, como digo, ninguém pode ser presidente pela metade. Há uma exigência de dedicação e tempo que deve estar presente no horizonte de cada candidato. O próximo presidente sabe bem destas exigências, pois Jadelson Andrade (BA) é um grande amigo e nós trabalhamos juntos a vida inteira. Em verdade, ele me acompanha em absolutamente tudo. São dez anos ombro a ombro comigo o tempo inteiro. Ele vai ser um presidente muito bom, já está pronto. O que está acontecendo hoje já tem a participação dele. Os programas que incentivamos devem continuar. Nós temos conversado muito sobre como tornar as coisas melhores. Certamente, ele está preparado para assumir a empreitada. ■



SBC | CANDIDATOS 2014-2015

Propostas de atuação fotos: divulgação

Por que se candidatar à presidência da SBC?

Angelo Amato Vincenzo de Paola (SP) www.angelosbc2012.com.br

Denilson Albuquerque (RJ) www.denilsonalbuquerque.com.br

Luiz Antonio de Almeida Campos (RJ) luizantoniopresidente.wordpress.com 26

A SBC pode influir nas importantes realizações médicas e sociais que todos nós almejamos. O envolvimento acadêmico e associativo de três décadas, a participação na gestão atual, a proximidade técnica e ética de um grande grupo de apoio e, principalmente, a motivação de contribuir de forma intensa para o desenvolvimento da nossa Sociedade nos encorajaram a concorrer à presidência da SBC, um grande privilégio que nos esforçaremos ao máximo para merecer e, para o qual, todo o preparo é pouco. Acreditamos que a vida universitária plena de Professor Titular da Escola Paulista de Medicina e do Conselho Diretor da SPDM, junto com nossa história na SBC, sócio da SBHCI e da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) e várias diretorias da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), SBC e Departamentos, tudo isso somou experiências para uma gestão inovadora, sustentada e serena, preparada para acolher e administrar as diversidades, melhorando as condições da prática cardiológica dos nossos associados.

Quero ser presidente da SBC para ampliar as ações de defesa profissional do cardiologista e continuar o trabalho de crescimento científico da cardiologia brasileira. Motivado por colegas de todo o País a apresentar meu nome para este pleito, iniciei a caminhada respaldado e alavancado previamente pelas lideranças da minha Sociedade original, a Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ). Recebi também o apoio global da Universidade na qual sou Professor, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foram incontáveis os apoios de diversos colegas, gestores e membros ativos, que labutam nos Departamentos e grupos de estudos da SBC, dos quais faço parte com dedicação e entusiasmo há quase 30 anos. Minha atuação é dedicada à assistência ao paciente, ao ensino e à pesquisa, como professor universitário, cardiologista clínico e investigador, ações estas, sempre muito próximas da SBC. Tenho uma vivência associativa rica, pontuada e acumulada nos grupos de estudos, departamentos e diretorias passadas da SBC e na presidência da SOCERJ. Estas experiências, reunidas ao longo de quase 30 anos consecutivos, serão valiosas para o gerenciamento futuro da nossa SBC, agregando a ajuda de todos os associados. Ingressei na Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ) em 1989, convidado por Francisco Manes Albanesi Filho. Nestes últimos 22 anos, exerci as funções de diretor financeiro, diretor científico e presidente, e procurei dedicar-me ao máximo em prol da cardiologia e dos cardiologistas. Em 2008 e 2009, na diretoria presidida por Antonio Carlos Palandri Chagas, desempenhei a função de diretor científico. Em coerência com meu histórico societário e em consonância com os princípios da SBC, empenhei-me em promover Educação Continuada e difusão do conhecimento cardiológico em âmbito nacional, sempre baseado em uma visão e em ações federativas e igualitárias. No biênio 2010-2011, exerci as funções de membro da Comissão Eleitoral e de Ética Profissional (CELEP) e da Comissão de Relações Internacionais, sendo concomitantemente Fellow das entidades American College of Cardiology (ACC) e European Society of Cardiology (ESC). Respaldado por uma base de apoio nacional e revestido dos mais nobres princípios que alicerçam a nossa profissão e as nossas ações societárias, aliados à postura ética de dignidade, idoneidade e legitimidade, oficializei minha candidatura à presidência da SBC.


A disputa à presidência da SBC para o biênio 2014-2015 começou há alguns meses. Conheça as propostas dos três candidatos Quais as suas propostas para a SBC?

Como pode ser elaborada uma maior integração entre os Departamentos da SBC?

A bandeira de nossa campanha “Integração Plena e Valorização Profissional” contempla: 1. Maior aproximação da SBC com o cardiologista, valorização da qualidade assistencial, remuneração adequada e estrutura jurídica para combater o aviltamento profissional do cardiologista. 2. Relação sinérgica com a Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Sistema Único de Saúde (SUS). 3. Gestão organizada e ética para captação apropriada de recursos dos órgãos governamentais e privados. 4. Reorganização da educação continuada. 5. Integração nacional das Regionais, Departamentos e Grupos de Estudo, com combate às desigualdades regionais. 6. Board dos Serviços de Cardiologia das Instituições de Ensino e Universidades brasileiras. 7. Comprometimento institucional da SBC com ensino, assistência e pesquisa.

Iniciamos o Board Científico Departamental ligado à Diretoria Científica, que funcionou de forma integrada com a Comissão Julgadora do Título de Especialista em Cardiologia (CJTEC) nos congressos, na Diretriz da formação do cardiologista e no livro-texto da SBC. Estas ações integradas devem ser ampliadas e estendidas também na valorização profissional, com a remuneração adequada de nossas atividades médicas. Como sócio da SBHCI e da SOBRAC, atuando nas áreas da cardiologia intervencionista e eletrofisiologia, vivi as dificuldades para incorporar tecnologia em nosso meio. Como diretor da SBC, SOCESP e Departamentos, presenciei a luta contra a baixa remuneração em todas as áreas da cardiologia. O Board Departamental integrado poderá atuar com mais força na AMB e no governo, para que a nossa profissão seja exercida com plenitude e dignidade. Com o apoio da SBHCI, sociedade reconhecidamente organizada e competente, teremos mais chances de viabilizar nossos projetos, sempre voltados para a ética e cidadania.

Herdaremos um quinquênio de avanços expressivos, sejam administrativos, de integração internacional inédita e crescente, ofertando bons serviços de suporte ao ensino, pesquisa e assistência científica. Esta herança reforça a necessidade de seguirmos em frente, com um grupamento comprometido e arrojado. Estamos reunindo um grupo de colegas éticos, qualificados e experientes, renovados no desejo de comprometer-se integralmente. No campo da defesa profissional, daremos ênfase no reforço à defesa dos interesses do cardiologista. É papel da SBC trabalhar pela melhoria e atualização dos valores de consulta e procedimentos em cardiologia. Também pretendemos tornar a Sociedade mais próxima do cardiologista. Na área científica, renovaremos os métodos para fornecimento de programas sustentados de educação continuada, adaptando-o às novas tecnologias, com conteúdo objetivo e de impacto imediato na prática assistencial diária, buscando modernização e inovação. Temos ações previstas para as áreas de epidemiologia cardiovascular, pesquisa, Diretrizes (aplicação prática e redução dos conflitos de interesses) e investimento no jovem cardiologista.

Reforçaremos o suporte às nossas Sociedades regionais, estaduais e Departamentos de menor porte, fornecendo integração e qualificação gerencial, buscando evitar o esvaziamento de seus congressos e facilitar o acesso às fontes de financiamento. No que tange diretamente à SBHCI, resgataremos a integração entre cardiologistas clínicos e intervencionistas. Ao longo dos últimos anos, percebemos um afastamento progressivo dos cardiologistas intervencionistas dos eventos da SBC. Considero fundamental resgatar esta integração, seja nos congressos e eventos da SBC, seja na luta pela defesa de seus interesses, buscando resgatar esta característica de unidade da nossa Sociedade.

Nossas principais propostas diretoras estão focadas em três pilares: Científico (Ensino e Pesquisa), Profissional (Qualificação e Valorização) e Administrativo (Gestão, Sustentabilidade e Relacionamento), os quais objetivam o aperfeiçoamento de todas as ações implementadas pelas prévias Diretorias. Sob o ponto de vista “Científico”, precisamos incrementar todo o Processo de Educação e Pesquisa, em níveis regional, estadual e municipal utilizando as três ferramentas pedagógicas: as Diretrizes, os Registros e a recém-criada Universidade Corporativa da SBC, através de seus Programas de Educação à Distância. No âmbito da “Defesa Profissional”, entendemos que a melhor maneira de nós, cardiologistas brasileiros, sermos valorizados é através da qualificação profissional. Na esfera “Administrativa” reside toda a Sustentabilidade de nossa Sociedade. A realidade contemporânea da vida associativa e das iniciativas empresariais exige elevados níveis de profissionalismo e relacionamento; parcerias e associações com as atuais entidades e empresas privadas e públicas e, sobretudo, com os “novos entrantes” se fazem fundamentais no Planejamento de Estratégias atuais e futuras da SBC.

A grandiosidade de nossa “Sociedade-Mãe” provém, indiscutivelmente, de sua extraordinária e auspiciosa “departamentalização”, pois, da força, do empreendedorismo e da vanguarda do conhecimento, embutidos em nossos Departamentos Especializados, modelou-se o pilar científico da SBC. A SBHCI é a expressão viva desta realidade e da íntima integração vigente. Entendemos que os “reforços de relacionamento” estão baseados em ações conjuntas e visões comuns, que pavimentem ainda mais esta integração. A direta parceria nas elaborações das “grades científicas” dos Congressos Nacionais, Regionais e Estaduais, além dos Cursos de Atualização, das Diretrizes, dos Registros, da Educação à Distância promovem, continuadamente, uma maior integração.

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ENTREVISTA | JULIO PALMAZ

Definindo o futuro Ao participar do desenvolvimento do primeiro stent, o senhor imaginou como seria o futuro dentro da cardiologia intervencionista? Esta é uma boa pergunta. Em relação ao stent propriamente dito, eu jamais imaginei que seria aplicado desta forma, além das fronteiras do implante coronário percutâneo (ICP). Eu acho que ele foi muito além daquilo que eu sonhei que iria. Imaginei que ele seria usado em, talvez, 15% a 20% dos casos. Jamais imaginei que seria usado em sua maioria. Em relação à evolução dos stents, a partir da perspectiva dos anos 1980, quando começamos, eu achava que no ano 2000 os stents estariam muito além em termos de tecnologia e melhorias do que hoje. Então, é um pouco frustrante do ponto de vista tecnológico. Acredito que temos apenas mais do mesmo. Em outras palavras, além do fato de que naquela época os stents foram a grande manchete, os bioabsorvíveis estão tentando voltar, e eu acho que todos eventualmente encontrarão o seu lugar. Eu não imaginei, a partir dos primeiros estudos da angioplastia, que o ICP dominaria. Estou feliz em ver o que está acontecendo. O benefício do ICP é bem claro. Qual é a sua opinião a respeito dos stents bioabsorvíveis? Eles são o futuro? Você está falando com alguém tendencioso. Sempre apoiei o implante permanente. Mas deixe-me explicar minha posição: eu sempre trabalhei com o pressuposto de que o vaso “morto” perdeu sua estrutura, e que o stent, na verdade, fornece esta função de se tornar a estrutura do vaso “morto”. A partir deste raciocínio simples, com os stents absorvíveis teremos uma estenose tardia, baseado no fato de que a lesão pode

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Criador do primeiro stent expansível por balão, pelo qual recebeu uma patente registrada em 1985, o cardiologista intervencionista argentino Julio Palmaz é reconhecido pela revista internacional Intellectual Property como uma das “Dez Patentes que Mudaram o Mundo” no século passado Por Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo da SBHCI

acontecer novamente. Para lesões simples, vemos benefícios. Se eu tiver que fazer uma previsão simples para o futuro, diria que os absorvíveis serão aplicados em lesões simples, em pacientes relativamente jovens, simplesmente, porque é interessante o fato de que você não precisa deixar um implante permanente no lugar. Mas posso antecipar que não vai funcionar em lesões mais severas. Eu não acho que os bioabsorvíveis vão suprir a necessidade mecânica que os stents metálicos suprem nas lesões mais complexas. Eu não acho que os bioabsorvíveis vão atender estas necessidades. Além de outros problemas. Eu acho que vai haver limitações. Mas eles terão o seu lugar no ICP. Existe um foco para o uso do Paclitaxel ou a família “limus” atende a todos os tipos de pacientes? Os dois são agentes com drogas antiproliferativas, e a diferença de ação deles é tão pequena que é difícil de analisar sua influência e fazer qualquer comparação entre os dois. Portanto, não estou certo de que é justo escolher entre um e outro, porque há outros fatores menores que podem modificar os resultados. As diferenças são tão sutis. Ambos se comportam de forma muito semelhante. Eu realmente não posso afirmar. É como escolher entre Mercedez e BMW, uma vez que as diferenças são mínimas e os dois são bons? Na verdade, não tenho certeza de que todos esses imensos testes que apenas comprovam a diferença de fração de porcentagem se justificam. Penso que é um concorrente tentando empurrar o outro para fora do mercado. Mas estes dispositivos são realmente semelhantes, como você disse. ■


Existem muitas razões para ouvir de perto o coração das brasileiras. • No Brasil, uma em cada cinco mulheres adultas corre o risco de desenvolver doença cardiovascular;1 • Sintomas de doença cardíaca em mulheres podem ser diferentes dos sintomas sentidos pelos homens;2 • No Brasil, as doenças cardiovasculares matam mais mulheres que qualquer outra doença;3

Por isso, a Medtronic está promovendo no Brasil, junto às sociedades médicas, uma campanha socioeducativa para conscientizar as mulheres sobre a importância de manter os exames cardiovasculares sempre em dia. Esta iniciativa faz parte do envolvimento da Medtronic com a campanha de ação global iniciada pela ONU, que busca combater os problemas de saúde decorrentes das DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Para isso, o cardiologista é o melhor médico para ser procurado. Ajude a divulgar essa campanha.

Um compromisso Medtronic com o bem-estar das brasileiras.

www.portrasdobiquini.com.br Referências: 1. IBGE - 2010 Brazilian Census. 2. <http://www.mayoclinic.com/health/heartdisease/HB00040>. 3. <http://www.cardiol.br/imprensa/jornais/impresso/sampa.htm>.

Apoio:

Outubro/2011

• Apesar do risco, apenas um pequeno número de mulheres visita o cardiologista periodicamente.3


REVISTA BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA INVASIVA

Áurea Jacob Chaves (SP) recebe de Alexandre Schaan de Quadros (RS) placa em homenagem aos trabalhos realizados como editora da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva.

Indexada pelo SciELO E

Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva é a única publicação da especialidade na América Latina e acaba de ser indexada pelo ScieELO

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m dezembro de 2011, a SBHCI comemorou mais um marco em sua história: a indexação da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) pelo Scientific Electronic Library Online (SciELO), conquistada após o cumprimento de rigorosos quesitos de forma e conteúdo. Alcançado anualmente por pouquíssimos periódicos, este reconhecimento da qualidade científica aumentará significantemente a visibilidade da Revista. O SciELO é uma base de dados de consulta ampla e elevará a classificação da RBCI no Qualis Periódicos, atraindo, dessa maneira, a produção científica proveniente de programas de Mestrado e Doutorado. De acordo com o professor Antonio Carlos de Carvalho Camargo (SP), a indexação é consequência do esforço coletivo e homogêneo de muitos colegas que atuaram com todos os envolvidos no processo de avaliação do SciELO. “Os critérios de entrada são extremamente amplos, estão cada vez mais difíceis de serem alcançados e envolvem muita gente”, afirma Carvalho. “Por isso é um resultado muito gratificante e que vai nos levar a preencher uma lacuna que existia na América Latina no que se refere às revistas indexadas da especialidade.” Para Luiz Alberto Piva e Mattos (SP), diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a inserção da única revista científica dedicada à publicação periódica de pesquisas relacionadas à cardiologia intervencionista na América Latina é o reconhecimento do valor agregado exposto na RBCI. O SciELO é uma biblioteca dedicada à publicação eletrônica de periódicos científicos na Internet. Proporciona acesso aberto à sua coleção de revistas científicas e dispõe de ferramentas


“Os critérios de entrada são extremamente amplos, estão cada vez mais difíceis de serem alcançados e envolvem muita gente. Por isso é um resultado muito gratificante e que vai nos levar a preencher uma lacuna que existia na América Latina no que se refere às revistas indexadas de cardiologia intervencionista e invasiva.” Antonio Carlos de Camargo Carvalho (SP), diretor científico da gestão 2010-2011

“A indexação no SciELO representa um certificado de qualidade científica e editorial. Para nossa Sociedade, é uma maior visibilidade por passar a ter a oportunidade de expor sua produtividade nessa importante base de dados. Para a cardiologia intervencionista brasileira, representa a materialização da qualidade de sua atuação e a certeza de estarmos trilhando o rumo certo em direção ao PubMed/ISI” Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo da gestão 2010-2011

para medir o fator de impacto dessas publicações. Criado em 1998 pela cooperação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), ele conta, desde 2002, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A inclusão da RBCI inicia uma nova fase, em que as maiores exigências para a aprovação para publicação dos manuscritos atrairão artigos de maior qualidade científica e elevarão o grande prestígio que a RBCI já desfruta em território nacional. Os passos mais importantes em um curto prazo consistem em obter a versão completa em inglês da RBCI. Esta ação contribuirá para a internacionalização da Revista e está programada para ser implementada em 2012. A política de convidar médicos de prestígio internacional para redigirem editoriais a respeito dos temas publicados será mantida assim como o estímulo, em conjunto com a Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), para a publicação de artigos científicos de países vizinhos. A Revista Criada em 1993, na gestão de José Armando Mangione (SP), quatro colegas editores já estiveram no comando da publicação: Expedito Ribeiro (SP), Marco Antonio Perin (SP), Adriano Mendes Caixeta (SP) e Áurea Jacob Chaves (SP), que exerce a função desde 2007 e foi, recentemente, reconduzida ao cargo pelos próximos quatro anos. A RBCI, na versão impressa, circula em todo território nacional, distribuída aos mais de dez mil cardiologistas associa-

“Nós nos ombreamos com demais órgãos de divulgação cientifica médica, valorizamos a pesquisa brasileira e iremos alavancar, progressivamente, o fator de impacto da nossa publicação, na busca da sua indexação em outros portais reconhecidos internacionalmente” Luiz Alberto de Piva e Mattos (SP), diretor científico da SBC

dos à SBC. Além disso, tem portal próprio (www.rbci.com.br), de acesso aberto. Nestes dois últimos anos, observamos o crescimento progressivo da audiência ao portal, que atingiu quase 23 mil acessos por mês em 2012. Fator indissociável desse sucesso foi o apoio irrestrito da diretoria 2010-2011 da SBHCI à Revista, que entendeu ser a RBCI um de seus bens mais valiosos. Essa diretoria empreendeu duas ações que visavam estimular autores a produzir artigos científicos. Um deles foi o Curso de Incentivo à Pesquisa Clínica, ministrado em diversas regiões do País, e o outro, a disponibilização de serviço que dará suporte aos sócios para a realização de análise estatística, sem custos. A indexação da RBCI no SciELO foi alcançada por um verdadeiro trabalho de equipe, no qual vários membros da SBHCI atuaram incansavelmente na busca do objetivo comum. “Agradeço, em especial, a Alexandre Schaan de Quadros (RS), Antonio Carlos Carvalho (SP), Carlos AC Pedra (SP), José Antonio Marin-Neto (RS), Marcelo Cantarelli (SP) e Maurício de Rezende Barbosa (MG), pela parceria na busca desta almejada conquista”, afirma Áurea. A editora também agradeço a Luiz Alberto Piva e Mattos (SP) e a Rogério Sarmento-Leite (RS) pela ajuda imprescindível na reestruturação da RBCI a partir de 2007, e a Marcelo Queiroga (PB) que, como presidente do Conselho Deliberativo da gestão 2010-2011, conduziu o processo que culminou com a completa independência editorial da Revista, por meio da seleção pública do editor-chefe, e aprovou importante resolução criando o programa de estímulo à pesquisa em cardiologia intervencionista, a qual fortalecerá ainda mais a RBCI. ■

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BALANÇO DA GESTÃO 2010-2011

MAIO DE 2010 - Auditório lotado e fila de espera no PEC@SOCESP, sucesso repetido em 2011.

JUNHO DE 2010 - XXXII Congresso da SBHCI, em Belo Horizonte (MG), teve a primeira transmissão pela Internet em tempo real.

SETEMBRO DE 2010 - SBHCI teve participação ativa na programação científica do Congresso SOLACI 2010.

Consolidando o

crescimento No fim de dezembro, encerram-se os trabalhos na SBHCI da diretoria da gestão do biênio 2010-2011. Comandada por Maurício de Rezende Barbosa (MG) e seu corpo diretivo, a equipe manteve o foco constante na busca pelo crescimento, renovação, integração e desenvolvimento de novos projetos

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ABRIL DE 2011 - A SBHCI teve participação especial em sessão exclusiva no primeiro GI2 Summit realizado em São Paulo (SP).

JUNHO DE 2011 - XXXIII Congresso da SBHCI, em Curitiba (PR), foi o primeiro com casos ao vivo em alta definição.

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m janeiro de 2010 era dado o pontapé inicial de uma nova administração na SBHCI. Novos diretores, novos hábitos, porém, com a mesma responsabilidade e ampla visão de continuidade e expansão do trabalho realizado pela gestão anterior. “Recebemos da gestão que nos antecedeu a Sociedade organizada, transparente e estruturada como uma grande empresa”, afirmavam à época o presidente Maurício de Rezende Barbosa (MG) e sua equipe. Durante os últimos dois anos, a hemodinâmica e a cardiologia intervencionista passaram por inovações científicas e avanços tecnológicos. A SBHCI cresceu e se fortaleceu tanto quanto a especialidade. Parcerias com entidades internacionais nos Estados Unidos e Europa promoveram o acesso à informação e o intercâmbio de experiências, conhecimento e de profissionais durante toda a gestão. Os canais de comunicação da SBHCI também evoluíram a fim de divulgar as boas práticas e o crescimento científico no campo da pesquisa e da educação. No Brasil e no mundo Sob o escopo do desenvolvimento científico, realizamos com êxito os Congressos anuais de 2010, em Belo Horizonte (MG), e 2011, em Curitiba (PR). Somados os dois eventos, tivemos a presença de 33 convidados internacionais, mais de 370 palestrantes nacionais e a apresentação de 28 casos ao vivo, transmitidos de centros no Brasil e no exterior – e, pela primeira vez, transmitidos pela Internet. A SBHCI participou e apoiou a realização de dezenas de simpósios científicos nas

DEZEMBRO DE 2011 - Em parceria com a SCAI, a SBHCI sorteou duas vagas no SCAI Fall Fellews Course 2010 e outras duas em 2011.

Sociedades regionais, bem como em outros eventos em diversos pontos do País, levando conhecimento e aprimoramento dos temas mais recentes do Estado da Arte da Hemodinâmica e da Cardiologia Intervencionista. No campo da literatura, participamos do projeto do livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Nossos associados contribuíram com dois capítulos de hemodinâmica e cardiologia intervencionista – o equivalente a mais de 150 páginas. A Comissão Permanente de Certificação (CPC) editou, em 2011, uma importante publicação: o livro “Provas para Obtenção de Certificado em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – Provas Comentadas 2006 a 2010”. Esta é uma obra que muito vai contribuir para o aprimoramento dos conhecimentos do jovem intervencionista, que pretende obter a devida certificação na área de atuação, assim como para os mais experientes que podem, com o exercício das questões, manter seu conhecimento atualizado. Neste ano de 2011, foi lançado um evento em parceria com a Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI): um curso de cardiologia intervencionista, com a participação de palestrantes nacionais e convidados internacionais, que foi efetivado durante o primeiro Global Summit on Innovations in Intervention (GI2) realizado na cidade de São Paulo (SP). Um de nossos objetivos, fortemente trabalhado, diz respeito à integração da SBHCI às sociedades internacionais, em especial à Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), da qual somos fundadores e ativamente participantes.

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BALANÇO DA GESTÃO 2010-2011

JUNHO DE 2010 - Participação da SBHCI em debate técnico no CREMERS (RS).

Pudemos fortalecer nossa Sociedade ao estimular a participação de todos, com base em sólidos princípios éticos e sempre em clima de cordialidade e união. Entre os frutos deste trabalho está o Simpósio SBHCI@SOLACI no Congresso da SOLACI, em Santiago do Chile; e o Simpósio SOLACI@SBHCI, com a presença de representantes da Sociedade Latino-Americana. Esta sessão foi um grande sucesso no congresso de Curitiba. Coberturas Internacionais Com grande eficiência, rapidez e alto nível científico, a SBHCI esteve presente em cinco importantes congressos internacionais: American College of Cardiology (ACC), Paris Course of Revascularization (PCR), European Society of Cardiology (ESC), Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT) e American Heart Association (AHA). Em tempo real, dezenas de importantes estudos eram reportados em nossos canais de comunicação online: site, Newsletter, Facebook e Twitter direcionados à SBHCI e à SOLACI, com receptividade bastante positiva.

NOVEMBRO DE 2010 - Curso de Revisão realizado em São Paulo (SP).

NOVEMBRO DE 2010 - Curso de Bioestatística, estimulando a produção científica.

JUNHO DE 2011 - Autores do livro sobre as provas comentadas de 2006 a 2010.

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Produção científica Nestes dois anos, a SBHCI investiu em um programa de incentivo à pesquisa científica, com a realização de Cursos de Metodologia Científica e Estatística em diversos pontos do País. Uma empresa especializada em estatística médica foi contratada para auxiliar os cardiologistas intervencionistas na elaboração de trabalhos científicos. Este programa visa implementar a produção e a publicação de artigos, divulgando a cardiologia intervencionista em revistas nacionais e internacionais. Um dos objetivos pretendidos por este programa é a manutenção da pontualidade e do nível das publicações científicas no campo da cardiologia intervencionista. Como entidade científica, a SBHCI mantém a Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI). Este é o mais importante meio de divulgação das atividades da especialidade no País, na América Latina e em todo o mundo. Trabalhos científicos de altíssimo nível têm sido publicados e comentados em editoriais, sempre redigidos por profissionais de grande destaque do Brasil e do exterior. Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva Com o objetivo de ser reconhecida mundialmente como Sociedade médica por meio da evolução tecnológica, científica e inovadora, a Diretoria da SBHCI não mediu esforços em busca da importante indexação da RBCI na Scientific Electronic Library Online (SciELO), conquistada em dezembro. Nosso periódico científico possui tiragem de 11 mil exemplares e é distribuído gratuitamente a todos os sócios da SBHCI e da SBC, além de 79 bibliotecas de instituições universitárias. Desde 2003, a RBCI disponibiliza sua versão eletrônica no site www.rbci.org.br, com textos na íntegra que podem ser acessados livremente. Em 2011, o site recebeu, em média, 22 mil acessos mensais. Indexada nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scopus, os índices bibliométricos da RBCI, obtidos na página do Scopus, indicam, em 2010, índices SJR (SCImago Journal Rank) e SNIP (Source Normalized Impact per Paper) de 0,028 e 0,205,


respectivamente. O índice h de 2008 a 2010 variou de 2 a 3. A indexação foi conquistada graças ao grande trabalho de editores, coeditores e da contribuição dos associados com os trabalhos enviados. Relacionamento com o governo No início de 2011, estivemos em Brasília (DF) para audiência no Ministério da Saúde com o secretário de Assistência à Saúde, Helvécio de Miranda Magalhães (MG). Tivemos a oportunidade de fazer uma série de solicitações acerca do reajuste de honorários médicos no Sistema Único de Saúde (SUS), a solicitação de incorporação do stent farmacológico e das próteses para fechamento de comunicação interatrial – para a qual tivemos recentemente um parecer da Câmara Técnica de Implantes da Associação Médica Brasileira (AMB) – bem como a solicitação de incorporação do ultrassom intracoronário (IVUS). O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde compareceu ao Congresso da SBHCI em Curitiba (PR) e ministrou conferência na abertura do evento. Desde então, tem mantido frequentes contatos com a Diretoria da Sociedade no intuito de disponibilizar os grandes avanços da cardiologia intervencionista para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Diretrizes As Diretrizes e Consensos têm sido importantes instrumentos de orientação na rotina diária da nossa profissão, e a SBHCI tem se dedicado intensamente a desenvolver estes instrumentos. Durante nossa gestão, foram realizadas duas Diretrizes em conjunto com a SBC: a Diretriz de Tratamento de Valvulopatias e a Diretriz sobre Processos e Competência para a Formação em Cardiologia no Brasil. Foram também estruturadas as bases para a edição da Diretriz de Intervenção em Cardiopatias Congênitas. O futuro da cardiologia intervencionista Mais do que renovar o conhecimento e manter nossos profissionais atualizados com os recentes avanços da especialidade, uma grande preocupação de nossa gestão foi a formação dos jovens cardiologistas, interessados em obter o título de especialista de cardiologista intervencionista. Procuramos incentivar o jovem intervencionista a se dedicar, durante o período de residência, à elaboração de trabalhos científicos originais para publicação, enriquecendo sua formação médica e o currículo profissional. Acreditamos que cursos de metodologia científica podem orientar e facilitar a estruturação destes trabalhos científicos, bem como contribuir com uma análise estatística adequada. Para isso, fizemos investimentos em prêmios para publicações na RBCI, melhores trabalhos de Temas Livres e pôsteres, Curso da SCAI em Las Vegas, nos Estados Unidos. Incentivamos projeção simultânea de “FACTOIDS” com aspectos científicos relevantes durante a apresentação dos casos ao vivo no congresso e promovemos o Curso Hands-on, com simuladores, em parceria com a Cordis – Johnson&Johnson. Com o apoio de todos os associados, a SBHCI cresce e se destaca nos cenários nacional e internacional, sempre em busca de um futuro melhor. ■

ABRIL DE 2011- Comissão da SBHCI após audiência com Helvécio Magalhães, do Ministério da Saúde.

JUNHO DE 2011- Helvécio Magalhães (centro), do Ministério da Saúde, junto à diretoria da SBHCI e SBC.

SETEMBRO DE 2011 - I Fórum de Qualidade Profissional realizado em Aracajú (SE).

NOVEMBRO DE 2011 - Os presidentes das gestões 2010-2011 e 2012-2013 levando a SBHCI ao TCT.

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BALANÇO DA GESTÃO 2010-2011

Marcelo Cantarelli (SP) Diretor Administrativo

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esde a primeira reunião de nossa Diretoria, em janeiro de 2010, quando foram levantadas ideias, formatadas estratégias e traçadas metas para o crescimento e melhoria contínua da SBHCI, entendemos que o papel da Diretoria Administrativa seria ajudar a viabilizar todos aqueles projetos com sustentabilidade, responsabilidade e zelo, buscando também contribuir com ideias que trouxessem melhorias e benefícios aos nossos associados. Entre muitas realizações, houve participação direta ou indireta de nossa Diretoria no suporte para a viabilização do novo Portal da SBHCI; ações para a facilitação da produção científica de nossos associados no intuito do crescimento da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) com os cursos de estatística e redação científica e a oferta de assessoria estatística gratuita; participações na Câmara Técnica de Implantes da Associação Médica Brasileira (AMB), com proximidade aos representantes do Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também desenvolvemos cursos com o uso de simuladores (Hands-On) para residentes; incentivamos a participação em fóruns da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (ABRAIDI), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP); viabilizamos Programas de Educação Continuada (PECs) na Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e o projeto de publicação do livro de questões elaborado pela Comissão Permanente de Certificação (CPC); apoiamos o projeto de inovação da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC) e a campanha de mídia “Coração Alerta” sobre infarto agudo do miocárdio; entre tantas outras atividades. Participar destas ações só foi possível graças à competência de todos os diretores e colaboradores da SBHCI, hoje, amigos. A SBHCI permanece soberana, cheia de sonhos, ávida por novos projetos e realizações capazes de agregar competência técnica e científica, reconhecimento, respeito e valorização profissional ao cardiologista intervencionista brasileiro.

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Fernando Stucchi Devito (SP) Diretor Financeiro

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principal ação da Diretoria Financeira foi dar estrutura e capacitação às demais diretorias para a realização das diversas atividades projetadas e realizadas. Para isto, buscamos manter um custo administrativo correto e dar prioridade às ações com a finalidade de beneficiar a Sociedade como um todo, em detrimento de pequenos grupos ou mesmo de alguns sócios individualmente. Entre as ações mais marcantes, é possível citar o exercício do equilíbrio financeiro, mesmo à custa de restrições à realização de projetos além da capacidade atual. Além disto, destacamos a administração do patrimônio da Sociedade com a máxima segurança possível, preservando com responsabilidade seus recursos para os fins justos e exclusivos a que se propõe a nossa Sociedade. Entre as adversidades, cito a indisponibilidade de recursos para a capacitação de mais projetos. Como recomendação a meu sucessor, sugiro o esforço de manter o equilíbrio financeiro de nossa Sociedade, nosso bem maior.


Fábio Sândoli de Brito Junior (SP) Diretor Científico

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urante a gestão, o estreitamento das relações com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e demais entidades representativas dos cardiologistas clínicos foi uma conquista importante. A SBHCI participou ativamente da construção da programação dos maiores congressos de cardiologia do País. Nos dois últimos congressos, em Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR), oferecemos inscrições gratuitas para nossos colegas clínicos, estimulando a participação deles. A internacionalização do congresso da SBHCI foi, seguramente, um grande avanço. Tivemos a participação de convidados de grande reconhecimento em todo o mundo, além de centros de excelência transmitindo casos ao vivo. Em Belo Horizonte, pela primeira vez em um congresso exclusivo da SBHCI, tivemos Eulogio Garcia (Espanha) transmitindo de Madri, e Martin Leon (Estados Unidos) e Gregg Stone (Estados Unidos), de Nova York. Neste ano, em Curitiba, Antonio Colombo (Itália) fez a abertura de nosso evento transmitindo ao vivo o tratamento de paciente com lesão complexa de tronco de coronária esquerda. Tivemos transmissões brilhantes de Washington, com Augusto Pichard (Chile), e de Seattle, com Mark Reisman (Estados Unidos). Hoje, o Congresso da SBHCI já é conhecido e respeitado internacionalmente como um evento de alto nível científico. Além disso, a SBHCI teve participação destacada nos congressos da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) e Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT) em 2010 e 2011, com excelentes simpósios. A herança para meu sucessor é a de um time treinado, motivado e plenamente capacitado para a realização de eventos científicos. O espírito de melhoria contínua é uma grande virtude deste grupo que hoje trabalha para a SBHCI. Recomendo que mantenha a participação ativa da SBHCI na programação dos congressos de cardiologia clínica e que procure atraí-los cada vez mais para os nossos eventos.

Alexandre Schaan de Quadros (RS) Diretor de Comunicações

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s principais estratégias de comunicação da SBHCI já tinham sido traçadas na gestão anterior, e procuramos manter esta linha e aperfeiçoar alguns pontos. O desenvolvimento do novo site foi o projeto mais elaborado, que envolveu muito tempo de planejamento, uma pesquisa extensa no mercado e avaliação de inúmeras empresas e aspectos que desejávamos melhorar. Ficamos satisfeitos, pois o projeto teve ótima receptividade e realmente aperfeiçoou muito o serviço prestado pela SBHCI. É importante ressaltar também nossa participação pioneira nas novas mídias, como Facebook e Twitter, que ajudaram a divulgar a Sociedade e facilitaram o acesso aos associados e usuários do site. As coberturas científicas dos congressos internacionais foram mantidas e aperfeiçoadas em alguns aspectos, com entrevistas exclusivas e também com o suporte do novo site. O apoio constante à Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) foi outra ação importante, juntamente com a continuidade no pleito de indexação ao SciELO. O Jornal da SBHCI também foi priorizado, e introduzimos edições extras durante os últimos dois congressos da SBHCI. Acreditamos que a Sociedade necessita de uma atuação mais pró-ativa na mídia leiga, com o objetivo de divulgar a especialidade e os avanços frequentes, e também esclarecer o público leigo quanto a temas controversos. Este é um projeto importante que estamos avaliando com muito cuidado, e que poderá ser implementado nos próximos dois anos, conforme a avaliação da próxima Diretoria. Ao meu sucessor, recomendo manter as iniciativas atuais, iniciadas em 2006 e que têm sido constantemente aprimoradas. Também recomendo investir em uma assessoria de imprensa dedicada a um posicionamento estratégico da SBHCI na mídia leiga, para melhor informar a comunidade sobre nossa especialidade e questões técnicas, científicas e de exercício profissional a ela relacionadas.

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BALANÇO DA GESTÃO 2010-2011

Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) Diretor de Qualidade Profissional

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elizmente conseguimos manter as conquistas da gestão anterior. Mantivemos ativo o suporte ao sócio através da nossa página na Internet, por e-mail, por carta e até por contato telefônico. Problemas de relacionamento com convênios e questões médico-científicas foram os assuntos mais frequentes. A presença nas reuniões da Câmara Técnica de Implantes da Associação Médica Brasileira (AMB) também foi constante. Relevantes discussões foram realizadas, mas, principalmente, fizemos contatos importantes com representantes do Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outra conquista considerável foi o fomento da parceria entre SBHCI, Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) – laboratório de física radiológica credenciado pela Anvisa – resultando em um projeto de cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica a ser implementado no próximo biênio. Apesar de nossos esforços e do prévio contato com a Anvisa, não conseguimos colocar o Implante Percutâneo de Prótese Aórtica na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) e nem na Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS). A melhor remuneração do cardiologista intervencionista sempre foi uma preocupação especial e os contatos frequentes com os colegas mostrou ser este um anseio de todos. Realizamos em Aracaju (SE), juntamente com a SNNEeHCI o I Fórum de Qualidade Profissional, talvez o ponto de partida para a mobilização nacional dos cardiologistas intervencionistas. Desejo boa sorte à nova Diretoria, com quem já venho trabalhando nestes dois últimos anos. Os dois projetos mais relevantes, a serem trabalhados pela nova Diretoria são a mobilização nacional dos cardiologistas intervencionistas, com vistas a lutar por uma melhor remuneração e o projeto de certificação dos serviços de hemodinâmica.

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Antonio Carlos de Camargo Carvalho (SP) Diretor de Educação Médica Continuada

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m nossa área, durante toda a gestão, houve uma preocupação em dar continuidade às ações efetivas que vinham sendo realizadas. O nosso Programa de Educação Continuada (PEC) é o exemplo mais exuberante. Procuramos aprimorá-lo, e hoje temos PECs em praticamente todos os eventos maiores, mesmo fora da SBHCI, realizados nas mais diversas regiões do País. A nova formatação abordou programas nas áreas de intervenção em território das carótidas, congênita, renal, aorta, válvula aórtica, oclusão de apêndice atrial, além do carro-chefe: território coronário. No período de dois anos, realizamos 13 PECs , sete Cursos de Incentivo à Pesquisa Clínica, três Cursos Hands-on , dois Cursos de Revisão, duas atividades específicas em congressos da SBHCI e um Fórum de Qualificação Profissional. Entre as ações mais marcantes, valorizo muito o curso inicial em simuladores (Hands-On), oferecido a todas as pessoas em treinamento (primeiro e segundo anos) em lugares reconhecidos pela SBHCI. Para que isto se tornasse realidade, foi imprescindível o apoio de toda a Diretoria. Meu sonho é que, em alguns anos, este curso seja feito como pré-início efetivo de atuação no paciente, o que permitirá uma formação técnica de qualidade a todos que irão fazer a especialidade. Ao meu sucessor, recomendo aprimorar este curso de simuladores, pois este início significou apenas o pontapé inicial. O objetivo é torná-lo o mais precoce possível para alunos de primeiro ano. Isto aproximará os jovens efetivamente da Sociedade. Temos também de atingir mais clínicos de um modo mais efetivo, seja organizando módulos em áreas mais gerais, em congressos fora da área cardiológica ou por meio do oferecimento às secretarias municipais e estaduais de treinamento da rede básica, que atinge a população que mais precisa ser cuidada.


Marco Vugman Wainsten (RS) Diretor de Intervenções Extracardíacas

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alvez a melhor ação da Diretoria de Intervenções Extracardíacas durante toda a gestão tenha sido colocarmos tópicos de extracardíacos em absolutamente todos os eventos e simpósios científicos que tiveram a chancela da SBHCI, incluindo os diversos Programas de Educação Continuada (PECs) realizados em todo o Brasil. Aliada a esta ação, é possível também citar a criação e realização da Newsletter do Extracardíaco, publicação na qual, periodicamente, foram apresentados casos clínicos e resultados de estudos científicos da área. É relevante citar que, com a ajuda da Educação Médica Continuada, conseguimos finalmente dar início ao Curso Hands-On de capacitação prática de residentes. Isso é absolutamente fundamental para aqueles que buscam certificação na área. Minha recomendação para o próximo diretor é manter a luta constante para que os temas de extracardíacos tenham papel de destaque nos diversos eventos científicos que carregam a chancela da SBHCI.

Francisco José Araujo Chamié de Queiroz (RJ) Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas

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omo uma das boas ações desta gestão, destaco a consolidação da especialidade no seio da SBHCI, obtendo o espaço que é devido a uma área que está em franco crescimento nos últimos anos. Certamente, um dos fatos mais marcantes foi promover o entrosamento entre os colegas de todo o País, dando chance aos mais novos de mostrar seu trabalho na programação científica dos nossos congressos. Promovemos também uma prova específica para defeitos congênitos, elaborada por colegas de reconhecido saber. Iniciamos o processo de elaboração das Diretrizes de Intervenção dos Defeitos Congênitos, que, de há muito, é necessária e devida. Como adversidade durante este período, posso citar a resistência da Associação Médica Brasileira (AMB) em reconhecer e titular os colegas oriundos da Pediatria, que, no momento, ainda não conseguem ter acesso à prova da especialidade. A meu sucessor, recomendo que, além das iniciativas próprias que certamente terá, dê sequência às ações que começamos e que não foi possível terminar durante o nosso mandato. É claro que ele contará sempre com a nossa integral colaboração em todas as eventualidades. Que ele procure sempre trabalhar visando o bem maior da especialidade prestigiando a todos, sem restrições. O novo diretor de Intervenções em Defeitos Congênitos é pessoa da maior competência e imenso prestígio e, certamente, com a sua criatividade e visão abrangente da cardiologia intervencionista, será capaz de agregar valor, fortalecendo e engrandecendo a nossa especialidade.

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JOGO RÁPIDO | AMANDA G.M.R. SOUZA

Mente brilhante Amanda G.M.R. Souza (SP), diretora-geral do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, tem 35 anos de uma carreira ímpar e impecável na cardiologia intervencionista mundial. Casada há mais de 30 anos com o professor J. Eduardo Sousa (SP) – com quem escreveu a história da hemodinâmica brasileira e mundial nas últimas três décadas –, Amanda tem seis filhos e nove netos, para os quais dedica seu tempo livre e faz questão de acompanhar de perto

Por Carla Ciasca | jornalista

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Quando a senhora decidiu pela medicina? Para ser franca, eu tenho dificuldade de me imaginar em qualquer situação que não seja na medicina, porque eu decidi por ela praticamente na minha adolescência, no momento em que, saindo do primeiro grau, entrei para o científico, que era dividido em biológicas e exatas. Eu fiz naturalmente biológicas. Desde então, já me voltei para biologia, ciências biológicas e depois para medicina quase como um caminho natural. Sendo assim foi uma escolha precoce, e nunca tive a dúvida do que iria fazer dentro das diversas áreas do conhecimento. Por que escolheu a cardiologia? Inicialmente pensei em nefrologia pela proximidade com o professor Oswaldo Ramos, mas comecei a atuar em cardiologia trabalhando com cardiologistas desde o 4º ano da faculdade. Tive uma identificação tão grande com a especialidade e, na minha visão, um certo domínio daquele conhecimento, que me fascinou. Talvez, se a cardiologia começasse no primeiro ano, eu já seria cardiologista antes de ser médica. Se não fosse médica, qual carreira teria escolhido? Tenho dificuldade de dizer o que eu faria. Gosto de lecionar, mas não daria aula de coisa alguma que não fosse da área de medicina, mais especificamente da medicina cardiovascular. Eu sei que não faria nada relacionado às ciências exatas. Talvez seguisse na área do direito, porque meu pai foi magistrado, desembargador, por eu ser polemista, por ter aberto fronteiras junto com o professor J. Eduardo Sousa e sua equipe. Quem foi o professor que mais a influenciou? Por quê? O professor Oswaldo Ramos, de nefrologia, foi o primeiro a formar um serviço com as características que gostamos demais. Além da forte assistência e trabalhos pioneiros, reforçava grandemente a área de ensino e pesquisa. Ingressando no Dante, indubitavelmente, o grande mentor foi o professor J. Eduardo Sousa. Por identificação com a


área, passamos a organizar a partir de 1979 a sessão de angioplastia e, ligados a ele que é um pioneiro, passamos a trabalhar na vanguarda. Hoje, ele comanda no Instituto um grupo chamado CIDEC, que é o Centro de Intervenções de Doenças Estruturais do Coração, também uma iniciativa pioneira por formar um dos heart teams mais operativos da América Latina. Então, posso afirmar que o professor Oswaldo Ramos foi o que mais me marcou na graduação, mas durante esses 35 anos de vida profissional, sem dúvida, foi o professor J. Eduardo Sousa, porque nós tivemos uma ligação em absolutamente tudo em termos de desenvolvimento da cardiologia intervencionista terapêutica. O primeiro deu o start na orientação, e o outro, todo o resto. Eu gostaria de citar também entre os mentores o professor Adib Jatene. Todos nós miramos muito na pessoa dele. Qual a maior conquista de sua carreira? Foram as conquistas acadêmicas. O doutorado representou muito, a livre docência, depois a aplicação de tudo isso à pós-graduação stricto sensu no Dante Pazzanese. Este é o ponto que agrada o meu coração e sinto que desenvolvi um traço da minha personalidade médica muito importante. Eu gosto demais de assistência, mas eu me realizo muitíssimo também nesta outra área. Qual é a área mais promissora na medicina hoje? Eu não tenho dúvidas que é a cardiologia. Primeiro porque as doenças cardiovasculares representam, junto com as doenças neoplásicas, as maiores causas de morbimortalidade do mundo ocidental. Então, a importância já se dá pelo próprio guarda-chuva que elas abrigam. Desta forma, toda a prevenção que vem antes da doença nestas áreas evoluíram de uma maneira extraordinária. Eu sempre digo que me sinto profundamente afortunada por estar no mundo na época em que estou, pois iniciei a minha carreira em meados dos anos 1970. Quando me formei, vi todo o desenvolvimento do tratamento clínico com as novas terapêuticas farmacológicas e a consagração dos quatro grupos importantes de medicamentos antiplaquetários. Ao mesmo tempo, vi o florescer e a evolução da cirurgia cardíaca. São três décadas e meia de desenvolvimento, e pude testemunhar e me valer dela na minha profissão. E, por fim, participei da alma da cardiologia intervencionista brasileira. Eu não teria inibição de dizer que nós tivemos um grande destaque na cardiologia intervencionista mundial como grupo muito operativo e reconhecido internacionalmente. Viver nesta época, em que todas as formas de abordagem na medicina cardiovascular tiveram esta ênfase, é um privilégio. Já me sinto privilegiada como ser humano, como filha de Deus, herdeira do paraíso. Privilegiada de estar em um país em desenvolvimento e termos podido fazer com que todas estas técnicas tivessem um impacto social enorme. Privilegiada em estar nesta Instituição, em poder fazer tudo o que nós nos propomos a fazer. Então, o que posso dizer? É a cardiologia. Tudo evoluiu. Da mesma maneira como a técnica prespassou a cardiologia, as evoluções tecnológicas também prespassaram todas as outras. Mas a cardiologia, pelo impacto que tem, pela importância que tem, pela abrangência que tem, é, modéstia à parte, de uma dianteira que não tem tamanho. Qual a sua recomendação para os novos médicos? O novo médico precisa colocar-se na postura de batalhador, de lutador, reconhecer a boa causa e se ligar a ela, e, sobretudo, dar o exemplo porque ele precisa ter coerência. Um líder maduro é coerente, faz o que fala, procura ser aquilo que entende que tem valor. Então,

é na busca desta coerência madura que todos devem caminhar em qualquer campo que atuem, não só na medicina. Um líder deve ter autoridade moral, princípios éticos. De certa maneira, cada um é um líder de uma pequena comunidade, de sua família, de seu grupo na escola, de um grupo de amigos, do seu bairro, e, em qualquer posição de liderança, maior ou menor, a pessoa precisa se revestir de autoridade moral, de comprometimento com a causa, ligar o seu destino ao destino da causa. O líder é o que mais serve, não é o que é servido. A senhora tem um sonho a realizar? Sinto-me privilegiada pelas oportunidades que tive e tenho. Seria uma injustiça eu dizer que tenho tantos sonhos não realizados. Naturalmente, entendo que a minha vida não está terminada. Mas a cada dia imagino que ela pudesse terminar. Então, o meu maior sonho é preencher o meu “container” até a borda e, ao final, dizer que não resta nenhuma gota para preenchê-lo. O que a deixa inspirada e de bom humor? A vida. Eu acho que a vida é um presente e cada dia é um presente. Existem preocupações, existem momentos de apreensão, de tensão. Isso é natural das rotinas, mas não altera a minha alegria de viver. Sou uma pessoa que acha a vida uma graça. Tenho um respeito profundo pelo outro, o que deve ser uma característica natural do médico. Tenho um comprometimento com o restabelecimento da saúde física, psíquica e espiritual de tudo que me cerca. O que a tira do sério? A injustiça me deixa profundamente indignada. Não me tira o bom-humor, mas me deixa preocupada, tira do sério. Eu saio para lutar contra. No que depende de mim, luto contra qualquer tipo de injustiça, qualquer tipo de falta de acesso dos que estão ao meu redor às coisas boas. Disponho-me a promover o que há de melhor para todos. Como a senhora gosta de passar o seu tempo livre? A arte me fascina. Gosto muito de música. Sempre busquei estar a par do que ocorre na música, quais são os novos valores, como é feita a releitura dos antigos valores, das obras. É um hobby. Tão grande ou maior é o hobby da literatura. Estas duas paixões vêm, naturalmente, da influência familiar. Fui formada num ambiente com avós europeus que traziam na bagagem essa cultura. As artes plásticas estariam em segundo lugar, pois aprecio muito. Pelo Suplemento Sabático do jornal O Estado de S. Paulo, fico sabendo dos lançamentos do teatro e, dentre tudo isso, uma distração muito grande é o cinema. Qual livro está lendo atualmente? Nos três últimos anos, tomei a decisão de fazer um percurso sobre a literatura latino-americana. Comecei por um percurso geográfico, desci do norte da América do Sul entre os diversos autores da Colômbia, Venezuela, Chile, Argentina. No último ano, entrei no Brasil, e confesso que, havia muito tempo, não lia Guimarães Rosa. “Grandes Sertões Veredas” foi, talvez, a tônica mais forte deste ano. Como é um dia perfeito? É um dia de muito trabalho bem-sucedido e, ao final, aquela história do “container” estar preenchido e tudo que de mim depende foi feito, acompanhado de um bom resultado. Não tem dia melhor. Que título daria à sua autobiografia? “A vida como ela é”. ■

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AGENDA FEVEREIRO dias 9 a 12 JIM 2012 Joint Interventional Meeting Roma, Itália www.jim-vascular.com MARÇO dias 4 a 9 Interventional Cardiology 2012: 27th Annual International Symposium Colorado, Estados Unidos www.promedicacme.com dias 24 a 27 ACC 2012 - 61st Annual Scientific Session Chicago, Estados Unidos accscientificsession.cardiosource.org ABRIL dias 11 a 13 GI² - Global Summit on Innovations in Interventions São Paulo, SP www.gi2summit.com

dias 15 a 18 EuroPCR 2012 Paris Course of Revascularization Paris, França www.europcr.com dias 15 a 18 PICS & AICS 2012 - Pediatric & Adult Interventional Cardiac Symposium Chicago, Estados Unidos www.picsymposium.com dias 25 e 26 XXXIX Congresso Paranaense de Cardiologia Curitiba, PR www.abev.com.br/paranaense2012

dias 18 a 21 World Congress of Cardiology Scientific Sessions 2012 Dubai, Emirados Árabes Unidos www.world-heart-federation.org

dia 30 a 2 de junho XXIV Congresso de Cardiologia do Estado da Bahia Salvador, BA sociedades.cardiol.br/ba/congresso.asp

dias 19 a 28 18th Annual Interventional Cardiology Fellows Course Miami, Estados Unidos www.fellowscourse.com

dia 31 a 2 de junho XXX Congreso Nacional de Cardiología Salta, Argentina www.fac.org.ar/1/cong/2012

dias 22 a 24 XXXII Congresso Português de Cardiologia Vilamoura, Portugal www.spc.pt/spc/CongressoXXXII dia 25 XIII Simpósio de Cardiologia Intervencionista do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, RJ www.sohcierj.org.br

JUNHO dias 7 a 9 XXXIII Congresso da SOCESP - Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo São Paulo, SP www.SOCESP2012.com.br dias 20 a 22 XXXIV Congresso da SBHCI Salvador, BA www.sbhci.org.br

dias 25 a 28 29o Congresso de Cardiologia da SOCERJ – Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, RJ www.socerj.org.br

dias 22 e 23 I Fórum de Cardiologia Intervencionista da SBC-MT Cuiabá, MT sociedades.cardiol.br/mt

dias 25 a 28 CICE 2012 - Congresso Internacional de Cirurgia Endovascular São Paulo, SP www.icve.com.br/cice2012

dias 28 a 30 CSI 2012 Congenital & Structural Interventions Frankfurt, Alemanha www.csi-congress.org

Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista www.sbhci.org.br Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 Vila Olímpia – São Paulo, SP CEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034

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MAIO dias 9 a 12 SCAI 2012 Society for Cardiovascular Angiography and Interventions Scientific Sessions Las Vegas, Estados Unidos www.scai.org/SCAI2012

JULHO dias 5 a 7 XXII Congresso Mineiro de Cardiologia Belo Horizonte, MG sociedades.cardiol.br/sbc-mg AGOSTO dias 2 a 4 SOCERGS 2012 – Congresso de Cardiologia do Rio Grande do Sul Gramado, RS www.socergs.org.br dias 8 a 10 XVIII Congresso SOLACI – Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista Cidade do México, México www.solaci.org dias 9 a 11 XV Congresso de Cardiologia do Estado do Mato Grosso (SBC-MT) Cuiabá, MT sociedades.cardiol.br/mt dias 16 a 18 17o Congresso Paraibano de Cardiologia João Pessoa, PB sociedades.cardiol.br/pb dias 25 a 26 ESC Congress 2012 Sociedade Europeia de Cardiologia Munique, Alemanha www.escardio.org SETEMBRO dias 14 a 17 67º Congresso Brasileiro de Cardiologia Recife, PE educacao.cardiol.br/eventos dias 15 a 19 CIRSE 2012 Cardiovascular and Interventional Radiological Society of Europe Lisboa, Portugal www.cirse.org OUTUBRO dias 22 a 26 TCT 2012 Transcatheter Cardiovascular Therapeutics Miami, Estados Unidos www.tctconference.com NOVEMBRO dias 3 a 7 AHA 2012 - American Heart Association Los Angeles, Estados Unidos scientificsessions.org

Gestão 2010-2011 Presidente: Maurício de Rezende Barbosa (MG) | Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) | Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) | Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Junior (SP) | Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) | Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) | Diretor de Edu­cação Médica Continuada: Antonio Carlos de Camargo Carvalho (SP) | Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vug­man Wainstein (RS) | Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araujo Chamié de Queiroz (RJ) Equipe Administrativa Norma Cabral | gerência administrativa | gerencia@sbhci.org.br Aline Ribeiro | científico | cientifico@sbhci.org.br Eleni Peixinho | financeiro | financeiro@sbhci.org.br Kelly Peruzi | sócios | socio@sbhci.org.br Roberta Fonseca | eventos | eventos@sbhci.org.br Vânia Fernandes | secretaria | secretaria@sbhci.org.br



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