Ano XII • Número 2 Abril a Junho de 2009
Publicação Trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Congresso
SOLACI & SBHCI 2009 O Maior Evento Latino-Americano de Intervenção Cardiovascular
JOGO RÁPIDO Perguntas e Respostas para David R. Holmes Jr. e Jean Fajadet
Panorama
Um Retrato do Atendimento do AVC Isquêmico nos Estados Unidos e no Brasil 1
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índice
4 Palavra do Presidente
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Congresso SOLACI & SBHCI
Internas 6 Eleições SBHCI 2010–2011 9 Evolução Societária 10 PEC SBHCI 2009: SOCESP e SOCERGS 12 SBHCI no CICE 2009 14 Atualização da Câmara Técnica - AMB e CFM 16 Memória: I Congresso da SBHCI - 1976
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Entrevista: David R. Holmes Jr.
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Entrevista: Jean Fajadet
Congresso SOLACI & SBHCI 2009 18 Apresentação 20 Abertura 22 III Simpósio de Intervenção Extracardíaca 23 Intervenção em Cardiopatias Congênitas 24 Demonstração de Casos “Ao Vivo” 26 Diálogo Brasil-Portugal 28 Temas Livres - Congresso 2009 32 Departamento de Enfermagem e Técnicos 34 Parceiros do Congresso SOLACI & SBHCI 2009 36 Entrevistas Repórter SBHCI: David R. Holmes Jr. e Jean Fajadet 40 Panorama: AVC Isquêmico 46 Cursos Internacionais: CRT 2009 48 Prática Médica: Doença Renal Crônica 50 Opinião dos Editores
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51 Agenda
Panorama: AVC Isquêmico 3
palavra do presidente
Prezados Colegas, Minha Saudação
C
ompletamos no mês de julho de 2009 três anos de vigência na administração da nossa entidade. Restam-nos seis meses de trabalho, e ainda com diversas ações a serem implementadas. Os objetivos principais foram sendo cumpridos progressivamente e, neste semestre, mais uma dessas tarefas foi executada com êxito. Após a extensa reforma do Estatuto Social da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), a mais ampla e meticulosa já realizada desde a criação do nosso departamento – que se tornou uma Sociedade –, gerenciamos o novo método e sistema eleitoral com sucesso. A reforma e a alteração do hábito preexistente foram completas, embora alguns sócios não
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tenham captado com plenitude a dimensão da nova metodologia implementada. Apesar das diversas comunicações, observei vários ainda questionando-nos “como eu faço para votar...”. As eleições são bienais, não mais presenciais, e, sim, por meio eletrônico, ampliando a possibilidade de participação de todos, e não somente daqueles que participavam do Congresso, retirando o fator regional das eleições, quando ocorriam em conjunto com o evento científico anual, em um dos extremos geográficos do Brasil. É permitido o pleito de uma reeleição somente e vetada a permanência, após, de todos os diretores, promovendo renovações completas. O gerenciamento é pleno e soberano da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), garantindo a isenção necessária. Com isto, os sócios devem estar muito atentos, pois as senhas para acesso à sala de votação virtual são únicas, emitidas somente para o portador e enviadas por correio, do mesmo modo que tantas senhas que acumulamos de outros serviços em nossa vida cotidiana. E para isto é necessária a devida previdência no preparo. A ausência do recebimento permite uma segunda emissão somente, sendo todo esse processo centralizado na SBC, sem qualquer interferência da SBHCI. A isenção do processo obriga esse rigor e não existe a possibilidade de emissões no último momento. A eleição para o período 2010-2011 refletiu a conquista de uma de nossas premissas, qual seja, a reconciliação. Em ambiente de cordialidade, um novo grupamento diretivo foi constituído, único, com características e fundamentos semelhantes ao atual, amplo, representativo nacionalmente e muito qualificado. Paralelo à eleição da nova Diretoria, renovam-se os dois conselhos vigilantes da SBHCI, o Deliberativo e o Fiscal. Ambos também foram eleitos pelo novo método, com perfeição, sendo possível ao eleitor, ao adentrar a sala de votação, encontrar apenas os candidatos relacionados a sua cidade, Estado ou região de moradia,
para a devida escolha. Também reflexo do bom momento atual da SBHCI, das 14 cadeiras de conselheiros disponíveis, apenas em uma havia disputa. Assim, sócios aptos por classificação estatutária, adimplentes e portadores de suas senhas individuais votaram e encontraram um sistema hábil para receber seu voto, durante o período de sete dias ininterruptos. O processo eleitoral da SBHCI do próximo biênio foi encerrado no dia 9 de junho de 2009, às 11 horas, na sede da SBC, com a presença do gerente de Informática, Orlando Castro, e do próprio presidente, Antonio Carlos P. Chagas. No cômputo total, 167 votantes, o que considero relevante. Nas duas eleições passadas (2004 e 2006), em ambiente polarizado com acirrada disputa, presencial, ou seja, na vigência do Congresso, votaram pouco mais de 300 colegas. Agora, com um sistema novo, não-presencial, mas, principalmente, sem disputa quase alguma e nenhuma para os cargos de Diretoria, obtermos pouco mais de 50% de participação comparativa com o passado citado é um bom termômetro, que indica que o sócio da SBHCI é diferenciado, atento e participativo, engajado na busca de uma entidade sempre mais fortalecida, renovada e qualificada. Meus mais sinceros parabéns aos novos conselheiros da SBHCI e, saudando o novo presidente eleito, Maurício Rezende Barbosa, de Minas Gerais, saúdo os novos diretores e desejo os melhores votos de boa sorte, que Deus os proteja, e que se dediquem intensamente nesses dois anos. Mais uma missão cumprida, com a execução do calendário e método eleitoral na SBHCI, e o ajuste do período administrativo, em consonância com a SBC. Nesta edição também destacamos a análise e os resultados do recente Congresso SOLACI & SBHCI 2009, efetivado no Rio de Janeiro, nos dias 10 a 12 de junho, que superou todos os eventos anteriores, seja em inovações como em audiência. Sucesso total! Abraço forte e vamos em frente!
Confiança
baseada em Evidências
C
M
Y
CM
NOBORI PK - 20 Pacientes
MY
NOBORI 1 - 363 Pacientes
CY
CMY
NOBORI CORE - 107 Pacientes NOBORI CORE - Estudo Endotelial 43 Pacientes NOBORI Japão - 340 Pacientes
K
NOBORI 2 - 3074 Pacientes COMPARE II - 2700 Pacientes SECURITY - 4000 Pacientes BASKET PROVE - 2300 Pacientes
www.terumo.com.br R. Gomes de Carvalho, 1507 cj. 151 e 152 - Vl. Olímpia São Paulo, SP - CEP.: 04547-005 Tel.: 3594 3800
Luiz Alberto Mattos Presidente da SBHCI 5
internas ELEIÇÕES SBHCI 2010–2011
Renovação Finalizada Eleições SBHCI 2010-2011: novo método promove renovação plena em (Luiz Alberto Mattos, presidente) um cenário de reconciliação societária
A
SBHCI executou uma das missões administrativas mais relevantes, com pleno êxito, exercitando o novo calendário eleitoral e os novos métodos e ferramentas para o cumprimento dessa tarefa. Com a ampla reforma estatutária efetivada no Congresso de Brasília de 2007, preparamo-nos para o cumprimento dos deveres prescritos em nosso regimento social. A eleição foi efetivada de modo eletrônico, não mais presencial, durante a vigência do Congresso anual, permitindo a votação por um período extenso – sete dias ininterruptos –, ampla e federativa, e inteiramente gerenciada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A Comissão Eleitoral foi presidida por José Armando Mangione, de São Paulo, que atestou que todas as etapas e ritos prescritos no estatuto e no calendário eleitoral foram rigorosamente cumpridos. A sequência cronológica foi executada sem percalços e divulgada com tempestividade nos diversos órgãos de comunicação da SBHCI, inúmeras vezes, seja impressa ou eletrônica. Estavam aptos para votar sócios titulares, aspirantes e colaboradores, adimplentes com a tesouraria na vigência de 2009, totalizando 538 sócios. Destes, 163 participaram e manifestaram seu voto. O processo eletrônico transcorreu isento de anormalidades, ou seja, todos aqueles aptos e portadores de suas senhas individuais exaradas
Marcelo Queiroga Lopes, Eduardo Manhães (gerente administrativo da SBC), Antonio Carlos P. Chagas (presidente da SBC), Luiz Alberto Mattos e Orlando Castro (gerente de Informática da SBC).
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pela SBC, que desejaram votar, lograram êxito, sem distúrbio eletrônico que tenha sido notificado à SBHCI ou à SBC. Confira nas tabelas os membros da nova Diretoria eleita, a votação porcentual por Estado e os novos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Os três suplentes dos membros titulares do Conselho Fiscal foram eleitos durante a Assembleia Geral Ordinária da SBHCI, realizada no Rio de Janeiro, no dia 11 de junho (Alexandre C. Zago, RS; Guilherme F. Attizzani, SP; e Viviana G. Lemke, PR). No dia 9 de junho de 2009, às 11 horas, homologamos esses resultados na sede da SBC, no Rio de Janeiro, mediante a presença dos dois principais dirigentes da SBHCI (presidente e diretor administrativo), do presidente da SBC (Antonio Carlos P. Chagas) e dos gerentes de Informática da entidade de especialidade, Orlando Castro e Valdinei Belchior. Os resultados dessa apuração foram divulgados formalmente aos sócios da SBHCI, por meio do coordenador da Comissão Eleitoral, José Armando Mangione, no dia 11 de junho de 2009, durante a realização da Assembleia Geral Ordinária, e assim aclamados sem questionamentos. Parabéns à nova Diretoria e conselheiros, desejando muito boa sorte e afinco na sequência das diversas atuações necessárias para que o bom funcionamento da entidade seja sempre mantido e elevado cada vez mais, a partir de janeiro de 2010.
Diretoria 2010-2011 Cargo
Nome
Cidade/UF
Presidente
Maurício R. Barbosa
Belo Horizonte, MG
Diretor Administrativo
Marcelo José de Carvalho Cantarelli
São Paulo, SP
Diretor Financeiro
Fernando Stucchi Devito
Catanduva, SP
Diretor Científico
Fábio Sândoli de Brito Jr.
São Paulo, SP
Diretor de Comunicação
Alexandre Schaan de Quadros
Porto Alegre, RS
Diretor de Educação Médica Continuada
Antonio Carlos de Camargo Carvalho
São Paulo, SP
Diretor de Qualidade Profissional
Adriano Dias Dourado Oliveira
Salvador, BA
Diretor de Intervenções Extracardíacas
Marco Vugman Wainstein
Porto Alegre, RS
Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas
Francisco José Araújo Chamié de Queiróz
Rio de Janeiro, RJ
Conselho Deliberativo Cidade/Estado/Região
Nome
Cidade/UF
Rio Grande do Sul
Rogério Eduardo Gomes Sarmento-Leite
Porto Alegre, RS
Paraná
Raul D’Aurea Mora Junior
Maringá, PR
São Paulo – Capital
Gerorge César Ximenes Meireles
São Paulo, SP
São Paulo – Interior
João Orávio de Freitas Jr.
Araraquara, SP
Rio de Janeiro
José Ary Boechat e Salles
Rio de Janeiro, RJ
Minas Gerais
Antonio Carlos Neves Ferreira
Belo Horizonte, MG
Santa Catarina
Adrian Paulo Morales Kormann
Blumenau, SC
Espírito Santo
Felipe Bortot César
Vitória, ES
Centro-Oeste
Vinícius Daher Vaz
Goiânia, GO
Heloisa Maria Melo e Silva Guimarães
Belém, PA
Marcelo Queiroga Lopes
João Pessoa, PB
Norte-Nordeste
Conselho Fiscal - Titulares
Conselho Fiscal - Suplentes
Nome
Cidade
UF
Nome
Cidade
UF
Carlos Eduardo Diniz Couto
Belo Horizonte
MG
Alexandre do Canto Zago
Porto Alegre
RS
Luiz Antonio Gubolino
Potirendaba
SP
Guilherme Ferragut Attizzani
Jundiaí
SP
Miguel Antonio Neves Rati
Rio de Janeiro
RJ
Viviana Guzzo Lemke
Curitiba
PR
Luiz Alberto Mattos, Maurício Rezende Barbosa, Marcelo Queiroga Lopes e Marcelo Cantarelli.
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internas ELEIÇÕES SBHCI 2010-2011
Previsão Confirmada O processo eleitoral para o Corpo Diretivo que comandará a SBHCI no biênio 2010-2011 foi concluído com êxito
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ntre os dias 2 e 8 de junho, conforme edital de convocação, foi realizada a eleição dos membros da Diretoria, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal para o biênio 2010-2011. Dos 538 associados com direito a voto, 30% participaram do processo de votação eletrônica, aplicado pela primeira vez na SBHCI. Com a eleição encerrada às vésperas do XXXI Congresso da SBHCI, os votos foram apurados e a Assembleia realizada no dia 11 de junho homologou o resultado. “Concluído o processo eleitoral, agradeço
a todos os que participaram, felicito os colegas eleitos e reitero a proposta de lutar pela remuneração justa e pela busca por orientações que facilitem o exercício profissional e assegurem o progresso e o crescimento de nossa área de atuação”, afirma Maurício Rezende Barbosa, presidente eleito para a gestão 2010-2011. O novo presidente traz na bagagem a experiência como vice-presidente da Associação Mineira de Hemodinâmica, membro da Comissão Científica da SBHCI e coordenador do Departamento de Hemodinâmica do Hospital Biocor, em Belo Horizonte, MG.
De pé, da esquerda para a direita: Fernando Stucchi Devito, Adriano Dias Dourado Oliveira, Marco Vugman Wainstein, Fábio Sândoli de Brito Jr. e Alexandre Schaan de Quadros. Sentados: Antônio Carlos de Camargo Carvalho, Maurício Rezende Barbosa e Marcelo José de Carvalho Cantarelli. No detalhe, Francisco Chamié.
“Reitero a proposta de lutar pela remuneração justa e pela busca por orientações que facilitem o exercício profissional.” Maurício Rezende Barbosa, presidente eleito para a gestão 2010-2011 8
EVOLUÇÃO SOCIETÁRIA
Recorde Absoluto Nos últimos três anos, a SBHCI quebrou todos os recordes em sua evolução societária. Em 2006, eram 459 sócios titulares e 306 sócios aspirantes. Hoje, são 647 titulares e 283 aspirantes, totalizando 930 sócios. Conheça os novos associados:
Novos Sócios Aspirantes Achilles Gustavo da Silva
SP
Mateus dos Santos Viana
SP
Felipe Camelo Biagi
SP
Alex Sandro dos Santos Carvalho
RO
Patricia Teixeira da Silva
SP
Felipe Eduardo Hatsumura
DF
Rafael Cavalcante e Silva
SP
GO
Roberto Max Lopes
MG
Guilherme de Oliveira Carvalho
MG
Alexandre Moraes Xavier André Guilherme Tavares Saldanha
PE
Ronaldo Castilho Camargo
AM
MG
André Luis Westin Bittar
SP
Thiago de Mendonça Lopes
SE
Gustavo Eugênio Martins Marinho
MG
Ariane Arnêz
SP
José Adailson da Silva Ferreira
Arthur Guilherme Magalhães Procópio
PE
Juliano Rachou Castilho
SP
Julio Cesar Francisco Vardi
SP
Carlos Eduardo Cordeiro Soares
SP
Leonardo José Duarte Silva
RJ
Leonardo Martins Barroso
SP
Christiano da Silveira Barcellos
RS
Lucas Lodi Junqueira
MG
Alan Nascimento Paiva
MG
Daniel Anibal Zanuttini
PR
Ludimilla Pereira Tartuce
GO
Alexis Vasiluk Knebel
RS
Fábio Bergman
RJ
SP
Ana Maria Rocha Krepsky
RS
Luiz Claudio Mendes Carvalho
Fábio Marcanth da Mota
RS
BA
Marcelo de Oliveira Hirga
SP
Fernando Henrique Fernandes
GO
Ana Paula Scher Barreto Leal
Marcelo Emilio Arndt
RS
RJ
Flavio Adolfo Aranha Japyassú
PE
André Valentim da Cunha e Silva
Marcelo Gottschald Ferreira
BA
AL
SP
Maria da Conceição Alves Pinto
RJ
Grace Carolina Van Leeuwen Bichara
Antonio Leilton Luna Machado Junior Bruno Macedo de Aguiar
BA
GO
Guilherme Cruz Lavall
RJ
Paulo Roberto Ferreira Tartuce Filho
Caetano Sartori
PR
Guilherme Sangirardi de Melo Reis
SP
PR
Pedro Gomes de Almeida Garzon
SP
Costantino Costantini Ortiz
Gustavo Lycurgo Leite
SP
Daniel Ferreira Mugrabi
RO
Renato Schuck Saraiva
RS
Higo Cunha Noronha
SP
SP
Ricardo Alves da Costa
SP
José Fábio Almiro da Silva
RJ
Denilson Rodrigues de Oliveira
Rodrigo Penha de Almeida
MG
Leonardo Avany Nunes
SC
Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
SP
Roger Renault Godinho
SP
Leonardo da Cruz Nunes
RJ
MS
Romulo Ronkaly Guimarães Lima
CE
Leonardo Gheller Zanatta
RS
Eduardo Henrique Curado Elias
SP
MG
Marcelo Nakashima de Melo
SP
Eduardo Kei Marquesini Washizu
Sandro Marcondes Malavasi Faig
SP
Luciano Pessoa Cavalcante
Wellington Borges Custódio
SP
Fabio Ridolfi Figueiredo
MT
Novo Sócio Colaborador Ibraim Masciarelli Francisco Pinto
SP
Novos Sócios Titulares
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internas PEC SOCESP
Audiência Duplicada Cerca de 500 pessoas participaram do PEC durante o XXX Congresso da SOCESP, em São Paulo (Luiz Alberto Mattos, presidente)
A
primeira edição de 2009 do Programa de Educação Continuada (PEC) Regional da SBHCI foi efetivada no XXX Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), no dia 30 de abril, no Expo Center Norte, na capital paulista. A sala reservada para o evento foi completamente tomada por 500 clínicos cardiologistas, foco de atenção e compartilhamento maior da SBHCI. A atividade constou da apresentação e discussão de dois casos clínicos, permeados por uma aula de revisão. Os debatedores e o coordenador reunidos compunham as estrelas de maior grandeza acadêmica do Estado de São Paulo, com livre-docentes universitários e chefes de serviços de cardiologia das mais reconhecidas escolas de medicina do Brasil. Eram eles: Antonio Carlos Carvalho, da UNIFESP; José Antonio F. Ramires, do INCOR-FMUSP; Otávio Rizzi Coelho, da UNICAMP; e José A. Marin-Neto, da FMUSP-Ribeirão Preto, além de José Carlos Nicolau, livre-docente pela USP.
José A. Marin-Neto, José F. Ramires, Luiz Alberto Mattos, Fausto Feres, Marcelo Queiroga Lopes, Antonio C. Carvalho e Otávio Rizzi Coelho.
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Fausto Feres e José A. Marin-Neto exibiram um caso de diabético portador de doença arterial coronária múltipla e um caso de tomada de decisão após a ocorrência de infarto agudo do miocárdio. A discussão polarizou os debatedores na busca de um consenso para as tipicidades da prática clínica e a sempre desafiadora escolha do melhor método de tratamento, prescrevendo a revascularização percutânea ou cirúrgica. A palestra temática foi proferida por Luiz Alberto Mattos, que respondeu às dúvidas mais frequentes relacionadas ao tratamento farmacológico dos pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea. O balanço final foi muito positivo. Consideramos que a renovação desse projeto gera largo interesse nos cardiologistas assim como nos intervencionistas, promovendo maior compartilhamento entre esses dois profissionais da saúde. Na essência, é o retorno de nossas origens, pois somos todos clínicos cardiologistas por formação.
PEC SOCERGS
Objetivo Plenamente Atingido O PEC gaúcho deste ano foi realizado durante o Congresso da SOCERGS 2009 (Rogério Sarmento-Leite, diretor de Comunicação)
N
diologia Intervencionista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (SOCERGS). Em um nobre espaço do Congresso da SOCERGS 2009, o evento teve a coordenação de Alexandre Quadros, sendo amparado pelos debatedores Miguel Gus e Jorge Pinto Ribeiro, que, apesar do frio de um dia tipicamente invernal na serra gaúcha, estimularam a qualificada plateia a discutir os muito interessantes casos clínicos apresentados por Rogério Sarmento-Leite e Alexandre Abizaid e a assistir as ótimas conferências proferidas por Gilberto Nunes e Fábio Sândoli de Brito Jr. Acreditamos que essa atividade, que fez profunda e completa imersão nos “Avanços Recentes da Cardiologia Intervencionista”, tenha cumprido mais uma etapa de integração entre as comunidades clínica e intervencionista do Sul do Brasil. Os resultados sólidos e profícuos dessa iniciativa que se segue certamente contribuíram para a maior união e congregação de todas as áreas da cardiologia para o combate a uma das afecções mais prevalentes no mundo.
este ano de 2009, a SBHCI deu sequência ao projeto inédito e bem-sucedido dos Programas de Educação Continuada (PEC), que tiveram início com amplo caráter federativo ainda em 2008. O objetivo de estimular, desenvolver e fortalecer o debate e a análise crítica dos principais assuntos contemporâneos e relacionados à prática da cardiologia intervencionista nacional parece ter sido plenamente atingido. O PEC-RS deste ano foi realizado no dia 5 de junho na aconchegante e bela cidade de Gramado, em parceria com o Departamento de Hemodinâmica e Car11
internas SBHCI NO CICE 2009
Integração e Harmonia
Marcelo Queiroga Lopes participou do CICE 2009 em mesa que discutiu as vantagens para o paciente e os limites do cardiologista intervencionista na terapia endovascular
A
SBHCI foi convidada por Armando de Carvalho Lobato, presidente da edição 2009 do Congresso Internacional de Cirurgia Endovascular (CICE) do Instituto de Cirurgia Vascular e Endovascular de São Paulo (ICVE-SP), a participar de uma mesa de discussão sobre a posição de múltiplos especialistas a respeito dos limites do cardiologista intervencionista na terapia endovascular. O evento ocorreu entre os dias 23 e 25 de abril e teve como participantes da mesa de discussão o professor da UNICAMP Domingo Marcolino Braile, representando a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), José Luís Camarinha do Nascimento Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), e Francisco Cesar Carnevale, presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE). A oportunidade para esse debate surgiu como resultado da ampla divulgação da legitimação da atuação dos cardiologistas intervencionistas nos procedimentos extracardíacos, ratificada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em dezembro de 2008. De acordo com Marcelo Queiroga Lopes, representante da SBHCI no CICE 2009, o evento foi muito produtivo porque ficou claro que o maior beneficiário da decisão do CFM e de toda a discussão a esse respeito é o paciente, que passa a ter ampliado o acesso qualificado de profissionais capazes de executar procedimentos de cardiologia intervencionista. Esse é um fato comprovado sem grandes esforços ao se analisar a estatística existente. Segundo informações do Datasus, o banco de dados do Sistema Único de Saúde, foram realizados 4.822 procedimentos endovasculares em 2005. Em 2006, foram 6.417. E em 2007, chegaram a 7.451. Já os procedimentos de cardiologia intervencionista tendem a ocorrer 700% mais vezes. Em 2005, ocorreram 37.263 pro-
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cedimentos. Em 2006, foram 43.252. E em 2007, foram registrados 44.839 procedimentos. “Repare que a capacidade é maior para os cardiologistas intervencionistas que para os especialistas da radiologia e cirurgia endovascular”, afirma Marcelo Queiroga Lopes. “O cardiologista intervencionista tem formação ampla, sólido contato com a medicina embasada em evidência, anamnese circunstanciada sobre lipotimia, síncope, dor torácica e abdominal, claudicação intermitente, exames físicos, compreensão fisiopatológica de aterotrombose e domínio de farmacopeia extensa e diversificada para tratamento dos pacientes.” Para Marcelo Queiroga Lopes, o evento abriu caminho para a discussão e a convivência pacífica com três especialistas de altíssimo nível, visando o interesse maior: o paciente. “É exatamente isso que pregamos, que haja uma integração dos três especialistas, trabalhando em harmonia sempre em benefício dos pacientes”, enfatiza.
Marcelo Queiroga Lopes fala no CICE 2009.
Organização e Informações:
Expominas Belo Horizonte Minas Gerais
www.congressosbhci.com.br/2010
22 a 24
de julho de
2010
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
telefone: (11) 3849-5034 email: gerencia@sbhci.org.br Apoio:
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internas Atualização da Câmara Técnica
Novidades na Câmara Técnica de Implantes SBHCI mantém participação ativa e constante em Câmara Técnica de Implantes da AMB/CFM e colabora na reclassificação de materiais implantáveis (Luiz Antonio Gubolino, diretor de Qualidade Profissional)
P
reocupados com o manuseio e os cuidados com os materiais médicos implantáveis, a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) constituíram em 2005 uma câmara técnica para promover debates e desenvolver ações cujo objetivo é a normatização da circulação desses produtos. Nas últimas reuniões, os trabalhos estiveram focados na reclassificação dos materiais implantáveis e na elaboração de uma lista de materiais utilizados em cada especialidade, conforme a nova nomenclatura. Os materiais foram redistribuídos dentro dos três grupos (órteses, próteses e materiais especiais), de forma que se manteve a padronização e pôde-se oferecer uma nova uniformização para ser utilizada pela Agência Nacional de Saúde (ANS), assim como servir de referência para balizar os trabalhos de gestores da saúde pública e privada e auditores dos planos de saúde suplementar. Essa política da AMB e do CFM em relação aos materiais implantáveis é de extrema importância para o trabalho médico e para a assistência dos pacientes em nosso País. Dentro de um formato
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democrático, está sendo conduzida com muita seriedade pelos coordenadores e integrantes dessa câmara técnica, possibilitando a livre participação dos vários segmentos da saúde envolvidos no controle, utilização e autorização desses insumos. Essa câmara técnica vem mantendo constância e determinação em seus trabalhos, inclusive ampliando ações e número de integrantes. Atualmente, é composta por participantes de vários segmentos da saúde do País, além da AMB e do CFM. Dentre esses estão representantes da ANS, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), dos diversos grupos da saúde suplementar (Unimed, Unidas, Abrange e Fenaseg) e das várias especialidades médicas que utilizam esses materiais na prática clínica. Também é importante citar a colaboração de representantes de nossa Sociedade, que atuam nos vários segmentos da intervenção cardiovascular na elaboração da lista de nossa especialidade. Dentre estes, além do parecer de representantes da Diretoria atual, tivemos o auxílio dos colegas Francisco J. A. Chamié de Queiroz, na área de cardiopatia congênita, e Marco Marino e Marco V. Wainstein, na área de endovascular. A SBHCI, como departamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), tem participado ativamente das reuniões dessa câmara técnica,
Reclassificação de Materiais Implantáveis Prótese Dispositivo permanente ou transitório que substitui total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido, podendo ser: • interna ou implantada (ex.: prótese articular, prótese não convencional para substituição de tumor, coração artificial, válvula cardíaca, ligamento artificial, etc.); • externa ou não implantada (ex.: prótese para membro); • implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo (ex.: implante dentário, pele artificial); • estética, quando mantém apenas a forma e a estética (ex.: prótese ocular, prótese mamária, cosmética de nariz).
Órtese Dispositivo permanente ou transitório, utilizado para auxiliar as funções de um membro, órgão ou tecido, evitando deformidades ou sua progressão e/ou compensando insuficiências funcionais, podendo ser: • interna ou implantada (ex.: material de sutura e de síntese, material de osteossíntese, instrumental para estabilização e fusão de coluna, marca-passo implantado, bomba de infusão implantada, etc.); • externa ou não implantada (ex.: bengalas, muletas, coletes, colares cervicais, aparelhos gessados, tutores, andadores, aparelhos auditivos, óculos, lentes de contato, aparelhos ortodônticos, etc.); • implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo (ex.: fixadores externos, stents, drenos, etc.).
representada pela Diretoria de Qualidade Profissional. A atuação de nossa Sociedade vai além da elaboração da relação de materiais implantáveis, inserindo-se no empenho da confecção de uma lista ampla, com a inclusão de todos os materiais e novas tecnologias disponíveis atualmente em nossa prática clínica e de aplicação cientificamente comprovada. A participação conjunta com o grupo de trabalho dessa Câmara Técnica de Implantes é mais uma grande conquista da atual gestão da SBHCI. Isso solidificará ainda mais o posicionamento de nossa Sociedade no cenário nacional e permitirá que a prática diária de nossas atividades seja amparada por uma assistência de qualidade, proporcionando segurança e eficácia ao profissional da intervenção cardiovascular e maior benefício para nossos pacientes.
A relação completa de próteses, órteses e materiais especiais utilizados em hemodinâmica e cardiologia intervencionista pode ser encontrada no website www.sbhci.org.br.
Materiais Especiais
Ficou decidido adotar essa nomenclatura para definir materiais e dispositivos utilizados em procedimentos diagnósticos e terapêuticos que não se enquadram nas especificações acima. 15
memória
O Primeiro de Muitos O I Congresso de Hemodinâmica e Angiografia foi o despertar de uma nova especialidade no Brasil
J. Eduardo Sousa, primeiro presidente do DHA, hoje SBHCI, e de seu congresso inicial (Guarujá, SP, 1976).
U
m dos grandes capítulos da história da hemodinâmica no Brasil foi escrito em 2 de dezembro de 1976. Naquele dia acontecia o I Congresso de Hemodinâmica e Angiografia em nosso País, um evento inédito que possibilitou o encontro de cerca de 200 médicos para a apresentação das técnicas então utilizadas no Brasil e no mundo. Diante das dezenas de congressos que disputam a agenda de médicos de várias especialidades nos dias de hoje, pode parecer algo simples, até banal. Não foi. Tratouse do segundo grande marco da hemodinâmica
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brasileira, o que despertou o interesse de jovens médicos e fortaleceu a especialidade, principalmente no campo científico. Para contar essa história, é de exímia importância resgatar a atitude corajosa e pioneira que um grupo de médicos tomou um ano antes, no dia 10 de julho de 1975. Naquela ocasião, um grupo de hemodinamicistas liderados por J. Eduardo Sousa, Pierre Labrunie, Siguemituzo Arie, Hans Dohmann, Oscar Portugal e Valmir Fontes teve a iniciativa de colher assinaturas de diversos membros da Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC), o que possibilitou a criação do Departainteresse enorme nos resultados de cirurgias com mento de Hemodinâmica e Angiografia (DHA) da o uso das próteses aórtica e mitral no infarto do SBC. Foi uma grande vitória. micárdio. Abordou-se, basicamente, cateterismo Para criar um departamento dentro da SBC, entre da cavidade direita, cateterismo da cavidade esvárias exigências, havia necessidade do apoio de querda, cineangiografia, coronariografia e infargrande quantidade de membros dessa Sociedato agudo do miocárdio, todos com relação aos de. Assim, podemos considerar a criação do DHA resultados clínicos. Aquele primeiro congresso a primeira grande conquista homenageou Silvio Borges, daquele grupo de hemodinada Escola Paulista de Memicistas visionários e pioneidicina, e Carvalho Azevedo, A estratégia atraiu ros. Mas os esforços jamais do Hospital Nossa Senhora sócios para a parariam ali. “Assim que o dedas Vitórias (Pontifícia Uniespecialidade que partamento foi criado oficialversidade Católica), no Rio se iniciava e mente, centramos esforços na de Janeiro, os responsáveis realização de nosso próprio pelos primeiros passos da possibilitou cerca congresso”, lembra J. Eduarhemodinâmica no Brasil no de 200 inscritos do Sousa, primeiro presidenfinal da década de 1940. te do DHA. “Considero essa “Foi um sucesso”, afirma J. a medida mais importante da Eduardo Sousa, lembrando gestão, pois foi o alicerce para fortalecer a especiade um de seus grandes passos para que a SBHCI lidade no País e o embrião da pujante SBHCI que se tornasse possível e tivesse a importância que conhecemos hoje.” assume hoje, seja no Brasil, com seus 930 sócios, A estratégia para a organização daquele primeiou no mundo. ro congresso tinha a obrigação de ser inteligente e precisa. Na década de 1970, os hemodinamicistas restringiam-se a realizar procedimentos diagnósticos e os cirurgiões eram responsáveis pelo tratamento. Ciente da boa frequência de cirurgiões e hemodinamicistas aos eventos do Departamento de Cirurgia Cardiovascular, J. Eduardo Sousa propôs que os congressos das duas áreas fossem realizados sequencialmente, no mesmo local, no Hotel Casa Grande, na cidade litorânea paulista do Guarujá. A estratégia atraiu sócios para a especialidade que se iniciava e possibilitou a presença de cerca de 200 inscritos. A organização esteve sob a responsabilidade do presidente J. Eduardo Sousa. A programação científica foi desenvolvida com apoio do primeiro secretário Pierre Labrunie. William Parmley, que atuava no Hospital Cedars-Sinai, de Los Angeles, Estados Unidos, líder no tratamento medicamentoso em casos de infarto agudo do miocárdio, foi o único palestrante estrangeiro. Os estudos sobre função ventricular esquerda e cineangiografia nas cardiopatias congênitas e doenças aórtica e mitral foram a base para o congresso. Havia um 17
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
O Maior de Todos os Tempos O evento conjunto entre Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) e Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), realizado no Rio de Janeiro, de 10 a 12 de junho, atingiu as expectativas almejadas 18
A
união das duas maiores forças latino-americanas promoveu o diferencial e alavancou a América Latina a se ombrear com os grandes eventos internacionais dedicados a essa área de atuação da medicina cardiovascular. Além do número exponencial de médicos reunidos – quase 1.200 profissionais –, acrescenta-se 20% de público dedicado ao temário da enfermagem e técnicos em relação ao comparecimento observado nos eventos brasileiros da SBHCI. Um dos maiores destaques do Congresso SOLACI & SBHCI 2009 foi a transmissão de casos “ao vivo”, originados de centros internacionais de excelência reconhecida, que elevou o evento ao patamar de
grande exemplo internacional de organização e promoção de conteúdo. Para promover a transmissão dos 18 casos apresentados – quantidade inédita em eventos médicos no País –, a equipe da TBR World Link montou no Riocentro uma central de comunicação e controle semelhante à de um grande canal de televisão. “Nós trouxemos para o Congresso uma estrutura idêntica à que utilizamos para transmitir eventos como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Panamericanos”, explica Willians Cerozzi Balan, diretor geral da TBR. “Tivemos seis canais de dois satélites conectados com nossas unidades móveis montadas em cada um dos centros cirúrgicos que fizeram as transmissões.” Na sede do Congresso foram envolvidos 20 profissionais, responsáveis por administrar os sinais dos satélites, controlar a qualidade de áudio e vídeo e manter contato constante e simultâneo via telefone com os oito profissionais que faziam a transmissão em cada um dos centros cirúrgicos e com a equipe de intervencionistas que apresentava os casos “ao vivo”. No centro de exposições eram mais de 60 estandes e uma brigada de serviços que se aproxima de 300 pessoas, responsáveis pela secretaria, recepção, montagem da feira de exposição, audiovisual, transmissões de demonstrações “ao vivo”, tradutores, agentes de viagem, jornalistas e gerências societárias. Foi assim efetivado o maior congresso conjunto latino-americano de intervenção cardiovascular, que o posiciona entre os cinco maiores do mundo.
Totalizações do Congresso SOLACI & SBHCI 2009: Resultado Superlativo Rompe a Barreira dos Mil Médicos Participantes N.
%*
1.194
35%
561
16,4%
1.380
40,4%
Serviços
273
8%
Visitantes
4
0,2%
3.412
100%
Categoria Médicos Enfermagem e Técnicos Expositores
Total
Análise Divisão Societária - Médicos Médicos Sócios SBHCI
554
46,4%
Médicos Não-Sócios (Brasil)
185
15,5%
Total de Médicos Brasileiros
739
61,9%
Médicos Sócios SOLACI
194
16,2%
Médicos Não-Sócios (Internacional)
261
21,9%
Total de Médicos Não-Brasileiros
580
38,1%
Brasil
449
80%
Internacional
112
20%
Total de Sócios SOLACI
194
16,2%
Análise Enfermagem e Técnicos
Os 10 Países Líderes em Participação Brasil
739
61,9%
Argentina
41
10,6%
Chile
36
9,3%
Venezuela
33
8,5%
Estados Unidos
26
6,7%
Colômbia
18
4,7%
Uruguai
13
3,4%
Peru
11
2,8%
México
10
2,6%
Portugal
10
2,6%
* A porcentagem sempre se refere ao total de participantes no Congresso
19
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
Uma Noite Solene A primeira noite do Congresso SOLACI & SBHCI 2009 foi marcada por suntuosidade, participação de autoridades, enriquecedora aula magna proferida por David R. Holmes Jr., e homenagem a pioneiros e amigos das entidades
E
molduradas pela presença dos presidentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), Edson de Oliveira Andrade, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Antonio Carlos P. Chagas, e do secretário municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Hans R. Dohmann, a SOLACI e a SBHCI efetivaram quatro homenagens muito significativas. A SBHCI concedeu o título de sócio honorário da entidade a Edson de Oliveira Andrade, presidente
Edson de Oliveira Andrade, presidente do CFM.
20
Antonio Carlos P. Chagas, presidente da SBC.
David R. Holmes Jr. durante a aula magna que abriu oficialmente o Congresso.
Hans R. Dohmann, secretário municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.
Luiz Alberto Mattos, presidente da SBHCI.
Amanda G. M. R. Sousa, Pierre Labrunie, Edson de Oliveira Andrade e Samuel Silva da Silva foram homenageados durante a abertura oficial do Congresso.
Além de ser uma das homenageadas da noite, Amanda G. M. R. Sousa lançou oficialmente o livro “Intervenções Cardiovasculares SOLACI”.
Alexandre Abizaid, presidente da SOLACI.
do CFM, amazonense e pneumologista, trabalhador obstinado das causas médicas, que renovou e fortaleceu novamente a classe médica em seus quase oito anos de mandato à frente da representação maior dos médicos. A placa e a homenagem foram outorgadas pelas mãos e palavras do diretor administrativo da SBHCI, Marcelo Queiroga Lopes, de João Pessoa (PB). Também receberam menções honrosas por serviços únicos e incontestes prestados à entidade Pierre Labrunie, do Rio de Janeiro (RJ), e Samuel Silva da Silva, de Londrina (PR), ambos pioneiros e pilares da Sociedade. As homenagens foram outorgadas pelo membro da atual Comissão Científica da SBHCI, Júlio Andréa Machado, do Rio de Janeiro (RJ), e pelo presidente da SBHCI, Luiz Alberto Mattos, de São Paulo (SP). A SOLACI, por meio do seu presidente atual, Alexandre Abizaid, de São Paulo (SP), entregou uma placa comemorativa de homenagem aos dedicados préstimos científicos, além da criação da Biblioteca Societária, para Amanda G. M. R. Sousa, de São Paulo (SP). Ao final, após excepcional palestra de David R. Holmes Jr., chefe de Intervenção Cardiovascular da Clínica Mayo, na cidade de Rochester, em Minnesota, Estados Unidos, a SOLACI apresentou, por meio da sua editora-chefe, Amanda G. M. R. Sousa, a nova edição do livro “Intervenções Cardiovasculares SOLACI”, destacando os quatro editores principais — Alexandre Abizaid (Brasil), Marco M. Rios (México), Daniel Berrocal (Argentina) e J. Eduardo Sousa (Brasil) —, que entregaram os cinco primeiros exemplares para Luiz Alberto Mattos (Brasil), Hugo Londero (Argentina), Carlos Macaya (Espanha), Pedro Moreno (Estados Unidos) e Dario Echeverri (Colômbia).
Hélio Roque Figueira, presidente do Congresso SOLACI & SBHCI 2009.
21
Congresso SOLACI & SBHCI 2009 III SIMPÓSIO DE INTERVENÇÃO EXTRACARDÍACA
Renovação de Conhecimento III Simpósio de Intervenção Extracardíaca avança em qualidade e robustez científica. A transmissão de casos “ao vivo” internacionais promoveu a diferença
O
22
III Simpósio de Intervenção Extracardíaca da SBHCI foi efetivado em conjunto com o Congresso SOLACI & SBHCI 2009, no Rio de Janeiro, nos dias 10 a 12 de junho, em uma sala exclusiva para as sessões científicas com até 200 assentos disponíveis. Este ano, o Simpósio novamente recebeu convidados internacionais reconhecidos e representantes da Society for Cardiovascular and Angiography Interventions (SCAI), dos Estados Unidos, representada pelo secretário da entidade, Christopher U. Cates (Atlanta, Georgia), e Robert Bersin (Seattle, Washington), membro da Comissão Científica. Ainda participaram do Simpósio outros dois convidados de relevância, Thomas Zeller (Alemanha) e Joseph Cardennas (Estados Unidos). Além destes, dois membros da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE) e da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica Terapêutica (SBNRDT), Felipe Nasser e Paulo Puglia, estiveram presentes como membros da Comissão Científica do evento, valorizando o compartilhamento desejado entre as três especialidades e áreas de atuação que praticam esses procedimentos no Brasil. As sessões revisaram o temário atualizado das diretrizes e recomendações vigentes dedicadas aos procedimentos intervencionistas percutâneos ao abordarem as artérias carótidas, renais, ilíaco-femorais e aorta, além das perspectivas futuras, as fronteiras futuras do conhecimento a serem absorvidas.
Christopher U. Cates, secretário da SCAI, foi um dos convidados internacionais do III Simpósio de Intervenção Extracardíaca.
Em média, a audiência fiel — de cerca de 150 médicos — participou das sete sessões programadas, conferências, mesas-redondas e discussões habituais. Duas sessões inéditas foram adicionadas ao programa. A primeira, discutindo pesquisas enviadas como temas livres originais, brasileiras e argentinas, com apresentação oral e, o mais atrativo para fixação dos conhecimentos, duas horas de demonstração de casos clínicos “ao vivo”, transmitidos via satélite de Miami, Flórida, nos Estados Unidos, gerenciados pelo Hospital Baptista e chefiados por Barry Katzen. A SBHCI avança de modo consistente para, novamente, destacar sua presença com uma das áreas de atuação reconhecidas para efetivar esses procedimentos nos pacientes atendidos no Brasil, tanto no âmbito do sistema de saúde público como da saúde suplementar. Para atingirmos esses objetivos, a renovação dos conhecimentos por meio de cursos de atualização sistemáticos, de cunho teórico-prático, é essencial. A operacionalização do III Simpósio de Intervenção Extracardíaca sacramenta a premissa da atual administração da SBHCI, de que os cardiologistas intervencionistas, desde que devidamente treinados e certificados, são capazes de efetivar procedimentos no leito vascular, obtendo resultados clínicos eficazes e seguros para os pacientes, ombreando-se com os demais profissionais da saúde que compartilham esse nicho do intervencionismo vascular.
INTERVENÇÃO EM CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Superando as Expectativas O intervencionismo dedicado à correção dos defeitos estruturais e congênitos do coração avança com passos consistentes, galgando um patamar superior a cada ano de evolução
A
correta e precisa identificação dos defeitos congênitos e estruturais por meio de exames diagnósticos não-invasivos tem guiado e auxiliado na evolução tecnológica necessária para o devido aprimoramento dos dispositivos e materiais de utilização intervencionista percutânea. Durante o Congresso SOLACI & SBHCI 2009, novamente uma sala exclusiva foi dedicada ao desenvolvimento dessa programação de atualização de cunho teórico-prático, verticalizando a ênfase na realização de procedimentos intervencionistas por meio de demonstrações de casos clínicos realizados “ao vivo”. A gerência dos médicos Francisco Chamié Queiroz e Luiz Carlos Simões, ambos do Rio de Janeiro, e do diretor de Intervenção em Cardiopatia Congênita da SBHCI, César A. Esteves, de São Paulo, alavancou o evento a um patamar acima das expectativas, posicionando-o em categoria internacional. Eles ainda contaram com três convidados internacionais de relevância: Shakeel Qureshi (Inglaterra), Christian Jux (Alemanha) e Joseph DeGiovanni (Inglaterra). Em uma sala exclusiva para o tema, que se manteve lotada durante os três dias com as 100 cadeiras ocupadas, esses profissionais de saúde lograram visualizar, ouvir e discutir dez demonstrações “ao vivo”, transmitidas via satélite do Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e do Hospital de Clínicas de Niterói. Ainda foi realizada uma transmissão internacional proveniente do Guangdong Provincial People’s Hospital, da cidade de Guangzhou, na China. Desde a revisão de novas endopróteses para fechamento dos defeitos interatriais até a correção de forâmen oval permeável e da comunicação interventricular e do tratamento da coarctação da aorta, entre outras doenças revisadas, adicionaram a ênfase crescente da atuação do cardiologista intervencio-
Adriano D. Dourado de Oliveira, Luiz Carlos Giuliano, Federico B. Rodriguez, José Luiz B. Jacob e Leo Agostinho Solarewicz participam da mesa que discutiu o caso “ao vivo” transmitido via satélite do Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras.
nista na ação terapêutica eficaz direcionada para esses pacientes. A dedicação dessa sala ao tema de Congênitos é o cumprimento da administração SBHCI 20062009 às solicitações dos colegas afeitos e dedicados a esses procedimentos. Missão cumprida com louvor vislumbrando-se novos horizontes, amplos e com expectativas alvissareiras para o tratamento intervencionista dos defeitos estruturais e congênitos cardíacos, abrandando o estigma da doença em crianças e jovens adultos e reabilitando-os para a vida social. O próximo passo da SBHCI é a busca da absorção desses procedimentos, por meio de reembolso no Sistema Único de Saúde brasileiro, para os quais todos os esforços serão envidados. 23
Congresso SOLACI & SBHCI 2009 DEMONSTRAÇÃO DE CASOS “AO VIVO”
Conteúdo que
Faz a Diferença
Congresso SOLACI & SBHCI 2009 inova com a transmissão de casos “ao vivo” internacionais: um ineditismo positivo
A 24
sinergia positiva entre as duas entidades dedicadas à cardiologia intervencionista promoveu mais um avanço inédito e nunca antes efetivado em eventos no Brasil, que é a transmissão da prática clínica com demonstrações “ao vivo” de procedimentos intervencionistas via satélite, de centros reconhecidos mundialmente, com a aplicação de técnica inovadoras. Alexandre Abizaid e Luiz Alberto Mattos, presidentes da SOLACI e SBHCI, respectivamente, empenharam-se para operacionalizar mais esse avanço, arrojado no propósito, mas gratificante nos resultados iniciais captura-
dos na vigência do evento internacional realizado no Rio de Janeiro. Com o suporte dos parceiros de ambas as entidades e também recebido de hospitais interessados, foram ofertadas ao público cinco sessões de 90 minutos cada, perfazendo 450 minutos de educação continuada com transmissões internacionais “ao vivo”. O método de ensino e reciclagem no temário da cardiologia intervencionista por meio da execução e assistência de procedimentos realizados “ao vivo” constitui-se no aríete da difusão do conhecimento e translado imediato para a prática clínica vigente, introduzida por Andreas Gruentzig em 1979.
O Congresso recebeu a transmissão de três sessões internacionais, dedicadas ao tratamento da doença arterial coronária. A primeira foi realizada por Junbo Ge, na cidade de Xangai, na China. A segunda, por Augusto Pichard, em Washington DC, nos Estados Unidos. A terceira foi transmitida de Seul, na Coreia do Sul, por S. J. Park. Nessas sessões, intervencionistas reconhecidos exploraram as fronteiras da prática clínica na abordagem intervencionista das oclusões crônicas, do tratamento da enfermidade multiarterial amparada por métodos adjuntos de imagem (ultrassom intracoronário) e implante de stents no tronco da coronária esquerda não protegido e envolvendo a bifurcação dos principais vasos coronários. Uma sessão abordou exclusivamente os procedimentos extracardíacos, realizada por Barry Katzen, de Miami, nos Estados Unidos, e, em outra, foi abordada a correção de defeitos estruturais cardíacos congênitos, diretamente de Guangdong, na China. As transmissões transcorreram com perfeição técnica absoluta, amparada pelo novo sistema audiovisual Folson. “Esses avanços são consistentes”, afirmou Luiz Alberto Mattos. “E comprovam a tese de que o público deseja assistir ensinamentos que fazem a diferença do seu cotidiano.” Foi atingido um patamar superior, atendendo aos anseios do público, os médicos, que certamente será transladado, positivamente, para a prática clínica diária e benefício do bem maior, os pacientes. Doravante, os eventos SOLACI e SBHCI irão carregar a obrigação de manter o padrão ofertado em 2009, que fixa um diferencial superior. “A transmissão de demonstrações ao vivo precisa ofertar produtos que fazem a diferença sem insistir na repetição de procedimentos que pouco acrescentam a todos nós”, enfatiza Luiz Alberto Mattos. “Avancemos, retroceder não será mais possível.”
25
Congresso SOLACI & SBHCI 2009 DIÁLOGO TRANSATLÂNTICO BRASIL–PORTUGAL
Laços Fortalecidos
II Diálogo Transatlântico em Cardiologia Intervencionista fortalece laços entre Brasil e Portugal
E
m maio de 2007, os presidentes da SBHCI e da Liga Portuguesa de Cardiologia Intervencionista, Luiz Alberto Mattos e Lino Patrício, respectivamente, reuniram-se pela primeira vez em Lisboa, Portugal, com a finalidade de atualização científica e intercâmbio de experiência clínica. Naquela oportunidade, o evento congregou cerca de 100 colegas portugueses, brasileiros e alguns espanhóis. Durante a vigência do Congresso SOLACI & SBHCI 2009, no Rio de Janeiro, ofereceu-se a oportunidade de reunirem-se novamente intervencionistas de Portugal e do Brasil, celebrando o II Diálogo Transatlântico em Cardiologia Intervencionista luso-brasileira. No dia 11 de junho, na Sala Grumari do Centro de Convenções Riocentro, compareceram 10 colegas 26
oriundos de diversos serviços intervencionistas portugueses, da Cidade do Porto a Setúbal, que, nessa sessão, se juntaram a mais 80 colegas brasileiros. A assiduidade foi considerada acima da expectativa, tendo em vista a concorrência simultânea com mais três atividades do evento internacional SOLACI & SBHCI 2009, incluindo transmissões internacionais de demonstrações de casos clínicos “ao vivo”. A sessão foi coordenada por Lino Patrício e Pedro Canas, de Lisboa, e Luiz Alberto Mattos, de São Paulo. O formato se demonstrou muito atrativo, com aulas sumárias evocativas da expansão das fronteiras da aplicação clínica da cardiologia intervencionista e, na sequência, a discussão de um caso editado espelhado na apresentação prévia. Participaram da
LANÇAMENTO
Segunda Edição,
Enriquecida e Renovada
Raimundo Furtado, Bedson de Sá e o novo “Transradial – Diagnóstico e Intervenção Coronária e Extracardíaca”.
R Guilherme Bromberg Marin (Brasil), Manuel Almeida (Portugal), Lino Patrício (Portugal), Paulo R. A. Caramori (Brasil), José Baptista (Portugal), Henrique Carvalho (Portugal), José A. Mangione (Brasil), Luiz Alberto Mattos (Brasil), Pedro Canas (Portugal), Ricardo Santos (Portugal) e Wilson A. Pimentel (Brasil).
sessão os brasileiros José Armando Mangione (SP), André Labrunie (PR), Paulo Ricardo A. Caramori (RS) e Guilherme Bromberg Marin (SP), e os portugueses Henrique Carvalho (Cidade do Porto), Ricardo Santos (Setúbal), Manuel Almeida (Linda-a-Velha) e José Baptista (Lisboa). O III Diálogo Transatlântico já está em perspectiva futura de planejamento e a captura do interesse do público é muito evidente, qual seja, consolidar as práticas rotineiras individuais de portugueses e brasileiros e redimir inquietudes diante das adversidades e complexidades clínicas, que todos enfrentam em sua atividade diária.
aimundo Furtado e Bedson de Sá lançaram, durante o Congresso SOLACI & SBHCI 2009, a segunda edição do livro “Transradial – Diagnóstico e Intervenção Coronária e Extracardíaca”. “Para ampliar o trabalho, introduzimos um capítulo sobre Extracardíacos, coordenado pelo neurologista intervencionista José Aldemir Nunes, e inserimos material de 85 autores convidados”, afirma Raimundo Furtado. “Entre eles estão J. Eduardo Sousa, Amanda G. M. R. Sousa, Luiz Alberto Mattos e Alexandre Abizaid, além de quatro internacionais: Shigero Saito, do Japão; Ferdinand Kiemeney, da Holanda; Pedro Lylyk e Rosanna Ceratto, da Argentina.”
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Congresso SOLACI & SBHCI 2009 TEMAS LIVRES
Mobilização Científica O XV Congresso SOLACI e o XXXI Congresso SBHCI foram um marco na história de nossa Sociedade (Fernando Stucchi Devito, coordenador de Temas Livres 2009)
A área de pôsteres esteve sempre movimentada nos intervalos do Congresso.
A
apresentação das pesquisas científicas sob o formato de temas livres no Congresso destacou-se pelo número expressivo de submissões, pelo grande interesse dos pesquisadores latinoamericanos e brasileiros, e, de forma inédita, pela grande participação de pesquisadores provenientes de outros países, contribuindo com quase um terço dos trabalhos científicos. Foram 287 trabalhos inscritos, dos quais 167 estiveram expostos no Congresso, seja de forma oral ou pela exposição no espaço destinado aos pôsteres. As 37 inserções das apresentações orais em meio às palestras e casos “ao vivo” permitiram maior integração dos pesquisadores aos colegas participantes, cumprindo a expectativa da Comissão Científica, que cuidadosamente programou esse evento. No entanto, o que mais nos chamou a atenção durante o
28
Congresso foi o destaque alcançado pelas 130 apresentações no formato pôster, que movimentaram e mobilizaram grande número de colegas interessados em seus resultados. Foi um sinal claro e direto da importância da pesquisa científica para a cardiologia intervencionista e da solidez dessa democrática forma de apresentação. Ao final do evento, foram premiados 29 trabalhos científicos, os quais a Comissão de Temas Livres parabeniza de forma especial. Doze deles foram selecionados no julgamento eletrônico e, durante o Congresso, uma comissão composta por 46 colegas associados à SBHCI e/ou à SOLACI avaliou as outras pesquisas apresentadas e premiou mais 12 trabalhos. Em sessão especial, o “2.º Prêmio Abbott Vascular Intervencionista do Ano” destacou mais dois trabalhos e a SBHCI conferiu ainda três Menções Honrosas, dado
2.º Prêmio Abbott Vascular Intervencionista do Ano 2009 — Instituto Crossroads
1.º
o alto nível das apresentações realizadas. As três áreas temáticas dos temas livres, ou seja, Doença Cardiovascular Adquirida, Intervenção Extracardíaca e Cardiopatias Congênitas, foram contempladas nesse processo. Os colegas premiados deverão veicular suas pesquisas na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (www.rbci.org.br), órgão oficial de publicação científica da SBHCI, o que permitirá a consolidação definitiva de cada pesquisa realizada e uma apresentação ainda mais abrangente à nossa cardiologia intervencionista. Esperamos que o trabalho de incentivo e estímulo à pesquisa científica esteja sempre presente na SBHCI, para que as fronteiras do conhecimento e o desenvolvimento de nossa prática clínica avancem cada vez mais.
Menção Honrosa
2.º
Tema
Autor
Instituição Local
Experiência Inicial de um Único Centro com Angioplastia Coronária com Implante de Stents Farmacológicos em Lesões Não Protegidas de Tronco de Coronárias Esquerda
Costantino Costantini Ortiz
Hospital Cardiológico Costantini – Fundação Francisco Costantini
Relação Entre os Níveis de Proteína C-Reativa e da Elevação de Troponina com a Composição de Placas Ateroscleróticas em Pacientes com Síndromes Coronárias Agudas, Análise pela Histologia Virtual
Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
Instituto Dante São Paulo, Pazzanese de SP, Brasil Cardiologia
Segurança e Eficácia da ICP Ad Hoc em Pacientes com Angina Estável
José Klauber Roger Carneiro
Hospital do Coração de Sobral
Segurança e Eficácia Muito Tardia dos Stents Farmacológicos no Tratamento de Reestenose de Stents Não-Farmacológicos e Farmacológicos, Uma Subanálise do Registro Desire
José de Ribamar Costa Junior
Instituto Dante São Paulo, Pazzanese de SP, Brasil Cardiologia
Estudo Comparativo Entre as Vias de Acesso Radial e Ulnar na Realização de Procedimentos Coronários Diagnósticos e Terapêuticos
Pedro Beraldo de Andrade
Santa Casa de Marília, Marília, Hospi- SP, Brasil tal do Coração de Londrina
Curitiba, PR, Brasil
Sobral, CE, Brasil
UNICO STENT RECOBERTO DE TITANIO-OXIDO-NITRICO
1o
Comprovada não inferioridade comparado ao DES em 12 meses* Reduz em 40% a perda tardia comparado ao BMS aos 6 meses* Não exige tratamento anti-plaquetário de longo prazo Mais seguro a longo prazo Não elui drogas Sem polímero
HEXACATH
Disponibilizando a tecnologia do amanhã !
* Estudo TINOX (Circulação 2005) Estudo TITAX (TCT 2007)
29
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Doença Cardiovascular Adquirida
Tema
1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º
Autor
Instituição
Local
Experiencia Inicial con la Prótesis Aórtica Corevalve en el Tratamento de la Estenosis Aórtica Severa Sintomática
José Maria HernandezGarcia
Área Del Corazón. H.C.U. Virgen de La Victoria y Servicio de Anestesia y Reanimación. H.C.U. Virgen de La Victoria
Málaga, Espanha
Mitralign Percutaneous Mitral Annuloplasty for Mitral Regurgitation in CHD Patients. First in Man Experience Perfil Demográfico e Resultados Agudos (30 Dias) Após Intervenção Coronária Percutânea no Infarto Agudo do Miocárdio, Resultados do Registro SOLACI
Santiago Felipe Gallo Merino
Hospital Privado Frances
Assunção, Paraguai
Amanda Guerra Moraes Rego Sousa
Sociedad Latinoamericana de Cardiologia Intervencionista
São Paulo, SP, Brasil
Substituição Percutânea da Valva Aórtica com o Sistema Corevalve para o Tratamento da Estenose Aórtica, Resultados do Seguimento de Médio Prazo
Fábio Sândoli de Brito Jr.
Hospital Israelita Albert Einstein
São Paulo, SP, Brasil
O Grau de Colaterais Para a Artéria Relacionada ao Infarto Está Associado à Menor Frequência de Insuficiência Cardíaca Pós Infarto, Análise do Estudo Occluded Artery Trial (OAT) Interventional Cardiology Profile in Latin America, SOLACI Registry Data Collected in The Last Decade
Hélio José Castello Junior
Hospital Bandeirantes/EPM – Unifesp
São Paulo, SP, Brasil
Amanda Guerra Moraes Rego Sousa
Sociedad Latinoamericana de Cardiologia Intervencionista
São Paulo, SP, Brasil
Seguimento Clínico Tardio (3 Anos) de Pacientes Não Selecionados Tratados com Stent Farmacológico Liberador de Zotarolimus Endeavor®
Ricardo Alves Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Costa
São Paulo, SP, Brasil
Impacto das Dimensões Finais no Interior do Stent nos Resultados a Médio Prazo do Stent Farmacológico Endeavor®, Uma Análise Com Ultrassom Seriado
Instituto Dante Pazzanese André Farinelli Lima de Cardiologia Brito
São Paulo, SP, Brasil
Escore de Risco Prediz Aderência aos Tienopiridínicos Após o Implante de Stents Coronarianos
Dulce I. Welter
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação Universitária de Cardiologia
Porto Alegre, RS, Brasil
Os Resultados do Estudo Courage se Aplicam à Realidade Brasileira?
Thais Modkovski
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação Universitária de Cardiologia
Porto Alegre, RS, Brasil
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Cardiopatias Congênitas Atriosseptomia por Cateter-Balão Guiada pela Ecocardiografia Bidimensional em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
Eduardo Erudilho
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
São Paulo, SP, Brasil
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Intervenção Extracardíaca Endovascular Treatment Of Type B Aortic Dissection, Late Follow-up
30
Claudia M. R. Alves
Escola Paulista de Medicina – Unifesp, Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio
São Paulo, SP, Brasil
Melhor Tema Livre no Congresso • Doença Cardiovascular Adquirida
1.º
Tema
Autor
Instituição
Local
Emprego do Stent Supralimus® com Sirolimus e Polímero Absorvível no Tratamento de Pacientes com Síndrome Coronária Aguda Submetidos a Tratamento Percutâneo: Resultados Preliminares do Registro Prospectivo e Multicêntrico E-Series
José de Ribamar Costa Junior
Cardiovascular Research Center, Centros participantes do Registro E-Series
São Paulo, SP, Brasil
Avaliação a Longo Prazo da Qualidade de Vida Após Intervenções Coronarianas Percutâneas em Pacientes com Angina Estável
Tatiane Lima
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação Universitária de Cardiologia
Porto Alegre, RS, Brasil
O Emprego Irrestrito dos Stents Farmacológicos no universo da Prática Clínica Diária
Marco Antonio Perin
Hospital Israelita Albert Einstein
São Paulo, SP, Brasil
Evaluación de la Resolución del Supradesnivel Del Delst con Angioplastía Coronaria Primaria. Registro Multicéntrico de Infarto Agudo de Miocárdio con Supradesnivel Del ST.
Aníbal Damonte
Instituto Cardiovascular de Rosário, Club de Distúrbios Coronários
Rosário, Argentina
Evolução em Longo Prazo da Valvoplastia Mitral com a Técnica de Inoue Versus a do Balão Único
Edison Carvalho Sandoval Peixoto
Cinecor – Hospital Evangélico, Unversidade Federal Fluminense
Niterói, RJ, Brasil
6.º
Primary PCI a High Volume European Center. In-Hospital Results
Ruben Almir Baptista Ramos
Hospital de Santa Marta
Lisboa, Portugal
7.º
Tratamento Minimamente Invasivo dos Pseudoaneurismas de Geometria Simples e Complexa Após Acesso Vascular Arterial Femoral. Comparação da Compressão vs. Injeção de Trombina Guiadas por Ultrassom com Doppler
Marco Aurélio de Magalhães
Hospital Israelita Albert Einstein
São Paulo, SP, Brasil
Stent com Polímero Biodegradável e Eluição de Sirolimus (SupralimusTM) em Diabéticos: Resultados Preliminares de um Registro Prospectivo, Multicêntrico e Internacional
Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
São Paulo, SP, Brasil
Significant Association Between Coronary Plaque Composition by 64-Slice Multidetector Computed Tomography and Intravascular Ultrasound Virtual Histology: Results from a Prospective Matched Comparison
João Luiz de Alencar Araripe Falcão
Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, UCI School of Medicine
São Paulo, SP, Brasil
Mguard Fim Long Term Follow-Up
Eberhard Grube
Helios Heart Center, Krankenhaus Der Barmherzigen Bruder
Siegburg, Alemanha
2.º 3.º 4.º 5.º
8.º 9.º 10.º
Melhor Tema Livre no Congresso • Cardiopatias Congênitas A Multicenter Experience With Perventricular Closure of Muscular Ventricular Septal Defects in South America
Carlos Augusto Cardoso Pedra
Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
São Paulo, SP, Brasil
Melhor Tema Livre no Congresso • Intervenção Extracardíaca Evolución Clínica Y Del Saco Aneurimatico de la Aorta Abdominal Côn El Tratamiento Por Via Endovascular
Lev Gustavo Alejandro
Fundación Favaloro
Buenos Aires, Argentina
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Congresso SOLACI & SBHCI 2009 Departamento de EnfERmagem e Técnicos
Aprimoramento e Qualidade Inserida no XXXI Congresso da SBHCI, a XIV Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista reuniu cerca de 500 profissionais em busca de conhecimento (Claudia Burigo Zanuzzi, vice-presidente do DE-SBHCI; Edinaldo S. de Oliveira, primeiro secretário do DE-SBHCI; Thaís Vasconcelos Amorim, diretora do Comitê Científico; e Ivanise Maria Gomes, coordenadora de Temas Livres)
Cerca de 500 profissionais participaram da XIV Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
A
Enfermagem vem ocupando o espaço que naturalmente lhe pertence dentro da cardiologia intervencionista. Para a organização da XIV Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, contamos com a parceria e o apoio de enfermeiros e tecnólogos da Sociedade Latino-Americana, buscando focar os progressos da área de enfermagem em todo o continente. Foram mais de 500 participantes, o que denota a preocupação dos enfermeiros e técnicos, brasileiros e latino-americanos, em agregar valor a seus serviços com maior conhecimento técnico e científico e focados no que o presente e o futuro esperam: o constante aprimoramento e qualidade dos serviços de enfermagem. Trabalhamos intensamente para ga-
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rantir a excelência da Jornada e esperamos ter correspondido às expectativas de todos. O principal objetivo do evento era discutir ampla e profundamente tópicos como gerenciamento, auditoria, assistência e outros importantes temas de enfermagem. Foram apresentados mesas-redondas, conferências e relatos de casos com a participação de profissionais com vasta experiência. Como sessão especial, contamos mais uma vez com o incentivo da Terumo, que promoveu o simpósio-satélite e abordou o tema “Técnicas de Punção Radial”. Na programação científica, também tivemos apresentação de temas livres e trabalhos nos formatos de pôsteres e apresentação oral, avaliados por uma comissão de enfermeiros. Os três melhores trabalhos foram premiados, tanto pôsteres quanto apresenta-
Prêmio • Tema Livre Oral Tema
1.º
Autores
Instituição
Ensaio Clínico Randomizado Andrea Cornelia Augustin; Sobre Deambulação Precoce Quadros, AS; Sarmento-Leite, Após Angioplastia: ImplicaREG ções Para a Enfermagem
IC-FUC
2.º
Redução do Tempo de ReVanet Silva Rocha; Graziella B pouso Para Três Horas Não Aliti; Maria Antonieta Moraes; Aumentam as Complicações Eneida R Rabelo Após-Cateterismo Cardíaco Ensaio Clínico Randomizado.
Ppg Lato Sensu – Enfermagem em Cardiologia – IC/FUC; Hemocor Sm Cardiologia Intervencionista
3.º
Busca Ativa de Possíveis Causas de Pirogenia em Procedimentos Coronários Percutâneos: Papel do Enfermeiro
Monica Vieira Athanazio de Santa Casa de Marília; Andrade; Regina Silveira Silva; Hospital do Coração de Silvana Martins Dias Toni; Londrina Pedro Beraldo de Andrade; Marden André Tebet; André Labrunie
Local Porto Alegre, RS, Brasil
Londrina, PR, Brasil
Prêmio • Pôster Tema
Autores
Instituição
1.º
Riscos em Procedimentos Erika Gondim Gurgel Ramalho Hospital Regional Eletivos na Hemodinâmica, Lima; Celiane Maria Lopes Unimed Identificados pelo Enfermeiro Muniz; Sônia Ferreira Bringel Franco; Viviane Marinho Pinto Bandeira; Lucilene Maria Sampaio; José Erirtônio Façanha Barreto
2.º
Análise Custo/Efetividade Entre Compressão Femoral e Dispositivo de Oclusão Vascular Para Hemostasia Após Procedimentos Endovasculares
3.º
Silvio Gioppato; Gonçalves, FS; Castelo, HJ; Cantarelli, MJC
Proposta de ReprocessaGustavo Cortez Sacramento mento: Pulseira de Compressão Radial
ções orais, sob o patrocínio da Abbott Vascular, que mais uma vez prestigiou e incentivou os trabalhos científicos na enfermagem. Foram enviados 42 trabalhos científicos de profissionais de quatro países. Destes, 39 foram aprovados para apresentação no formato de tema livre ou pôster. O intercâmbio científico proporcionado nesta Jornada foi de indubitável importância para os autores e suas linhas de pesquisa, bem como para o próprio Departamento de Enfermagem, que se fortalece na missão de geração e propagação do conhecimento. Durante a Jornada, também foi realizada a As-
Local Fortaleza, CE, Brasil
Hospital Vera Cruz
Campinas, SP, Brasil
Hospital Totalcor
Conejo, SC, Brasil
sembleia Geral Ordinária do Departamento de Enfermagem da SBHCI. Estavam em pauta alguns dos assuntos que devem elevar nosso departamento a um patamar ainda mais alto em qualidade e profissionalismo. A Assembleia também elegeu a enfermeira Márcia Tosi como a delegada do Capítulo de Enfermeiros e Tecnólogos da SOLACI 2010. Ainda na reunião, foram eleitos os membros da Diretoria para a gestão do biênio 2010-2011, que já se prepara para dar sequência ao trabalho sério e competente assinado pela gestão atual. 33
Congresso SOLACI & SBHCI 2009 PARCEIROS
Olho no Olho
Os 3.926 m2 do Salão de Exposições do Pavilhão 5 do Riocentro foram tomados pelos profissionais das 59 empresas expositoras
A
crise econômica mundial é real, mas os esforços para superá-la já vêm apresentando bons resultados, pelo menos para as empresas que atuam com hemodinâmica e cardiologia intervencionista. Bastavam alguns minutos de batepapo com os responsáveis pela área comercial ou de marketing nos estandes de expositores do XXXI Congresso da SBHCI para perceber que muitos estavam surpresos com a movimentação positiva e a demonstração de interesse dos congressistas. “A exemplo de outros eventos que participamos este ano, nós esperávamos que o balanço comercial não fosse dos melhores devido à crise econômica mundial”, afirma Ademar Okatani, supervisor de marketing da Shimadzu. “Mas nos surpreendemos pela quantidade de profissionais que nos procuraram durante o Congresso para tomada de decisão de compra de nossos produtos.” Não se trata de um ou dois depoimentos, mas de vários. É o caso de Adriana Victoria, gerente de produto da Terumo. “Fazia tempo que não tínha-
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mos um Congresso tão bom quanto esse”, afirma. Além de lançar o Nobori, stent farmacológico de segunda geração, promoveu o lançamento do livro “Transradial – Diagnóstico e Intervenção Coronária e Extracardíaca” e criou o Boteco Nobori, um momento de descontração ao final do segundo dia de evento para reunir os médicos para uma conversa informal. “Comercialmente, foi um sucesso e isso só foi possível graças à união de esforços”, diz Adriana Victoria. A parceria entre organização e expositor também foi exaltada por Andor Aron Ascer, presidente da Hexacath do Brasil, cujo estande tornou-se um dos pontos de encontro de grandes personalidades presentes ao Congresso. “Foi um sucesso acima do esperado”, afirma. “Tivemos uma ótima exposição da marca e um bom resultado do investimento feito na agenda científica, em que colocamos nosso principal produto, o Titan 2, para ser discutido na mesa-redonda.” Nelson Vicari, gerente de marketing e produto da Philips, levou
ao Congresso uma equipe de 15 pessoas, entre profissionais de aplicação, desenvolvimento de produtos e vendas. “Foi um Congresso muito movimentado”, afirma Vicari. “As pessoas que fazem diferença nesse meio estiveram por aqui.” Já conhecendo a repercussão e importância do Congresso no meio científico, a Abbott novamente investiu, além da participação no salão de exposições, no 2.º Prêmio Abbott Vascular Intervencionista do Ano 2009 – Instituto Crossroads, elegendo dois trabalhos vencedores. “O Congresso foi um sucesso”, diz Fernando Alves Mossri, gerente regional Sul e Centro-Oeste da Abbott. “Demos uma excelente contribuição com produtos e inovações para procedimentos e tratamentos.”
Um dos estandes mais movimentados era o da Boston Scientific, que aproveitou a reunião com amigos e parceiros para comemorar os 30 anos de existência da empresa. “Fiquei muito satisfeita ao ver o público nos procurando para conhecer o IVUS e o Syntaxcare, recém-lançados na Europa e já repercutindo por aqui, e também com os comentários positivos a respeito do caso clínico transmitido de Washington DC, que nós patrocinamos”, diz Viviane Barbieri, gerente de marketing da área de cardiologia intervencionista da Boston Scientific. “É o evento correto para se relacionar com os melhores e mais respeitados profissionais que atuam na área de hemodinâmica e cardiologia intervencionista.”
O evento correto para se relacionar com os melhores profissionais de HCI
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entrevista repórter SBHCI
David R. Holmes Jr.
O americano David R. Holmes Jr. é autor de inúmeros estudos publicados em diversos periódicos, além de ser professor de medicina cardiovascular e pesquisador da Mayo Clinic College of Medicine na cidade de Rochester, em Minnesota, Estados Unidos. Tão importante quanto seu vasto currículo são suas características ímpares. Educado, de fala mansa e com o dom de cativar a atenção sem grandes esforços, não nega atenção a ninguém. Foi com essa disposição que atendeu os autores desta entrevista exclusiva, os coeditores do Portal SBHCI Guilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade, durante um traslado do Riocentro ao hotel (Guilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade, coeditores do Portal SBHCI)
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Qual é a maior conquista de sua carreira? Acredito que a melhor parte de minha carreira é ter a chance de interagir com pacientes com doenças variadas e com médicos que cuidam dessas pessoas. Posso dizer que esse é o maior prazer que carrego. A maior conquista foi conseguir estar em situações que me permitiram viver essa experiência. Uma das mensagens do estudo SYNTAX foi: escores baixo e moderado = angioplastia; e escore alto = cirurgia de revascularização do miocárdio. É tão simples quanto parece? Acho que nada é tão simples como parece. E acredito que o mais importante é, às vezes, o mais simples. O ponto mais importante reforçado pelo estudo SYNTAX foi que os pacientes dispõem de diferentes opções e que as melhores decisões nos casos de maior complexidade são tomadas através de uma abordagem em grupo, exibindo os pontos positivos e negativos das duas alternativas. Um maravilhoso ditado diz que “nem eu nem meu amigo somos perfeitos, mas a gente combina muito bem”. Eu acho que essa é a mensagem do SYNTAX. A melhor abordagem para cuidar de pacientes é individualizar o tratamento. Qual foi sua primeira impressão do estudo BARI-2D? Trata-se de um estudo muito complexo, porque retrata uma enfermidade aterosclerótica multiarterial muito complexa. O estudo nos mostrou algumas coisas importantes. A primeira é que não parece fazer diferença a maneira como tratamos o diabetes, quer seja com sensibilizadores de insulina ou com a administração de insulina. Durante muito tempo, as pessoas questionaram sobre a insulina ser pró-aterogênica. Isso nos traz à mente novamente a questão sobre
como provar que o diabetes é um fator importante. A segunda coisa que o estudo BARI-2D nos ensinou foi que, de fato, o controle otimizado do diabetes é importante. Antes de uma pequena publicação no The New England Journal of Medicine, em 2008, não era claro se a terapia médica otimizada diminuía o risco de eventos adversos cardiovasculares. A informação importante é que existe uma interação com o tipo de estratégia de revascularização, definida clinicamente. Mas, aqui, o importante é que existe um número substancial de diabéticos que podem ser tratados tanto com intervenção coronária percutânea como com terapia medicamentosa otimizada. Como foi observado em outros estudos, se escolhermos terapia medicamentosa otimizada, ainda vamos precisar de revascularização para cerca de 40% dos pacientes. Por essa razão, acho que existem várias mensagens que enfatizam novamente a importância de individualizarmos o tratamento. Qual evento teve maior importância em seu trabalho? Foi um acidente em minha coluna, no qual eu, como paciente, cometi um erro. Escolhi uma terapia sobre a qual não sabia nada. E depois decidi segui-la, indo contra as orientações de meu cirurgião. Paguei o preço pela minha atitude, mas o que realmente causou impacto profundo em meu trabalho foi o questionamento que surgiu a partir disso: “E se eu tivesse feito isso a um paciente?”. Qual é seu conselho para um médico que acabou de se formar? Meu conselho é que a cardiologia intervencionista ou, melhor dizendo, o tratamento da doença cardiovascular de modo intervencionista é uma aventura selvagem, repleta de oportunidades maravilhosas, alegria e satisfação. Não poderia ser melhor!
“Um maravilhoso ditado diz que nem eu nem meu amigo somos perfeitos, mas a gente combina muito bem”
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entrevista repórter SBHCI
Jean Fajadet (Guilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade, coeditores do Portal SBHCI)
Ele nasceu no dia 12 de maio de 1953 na cidade de Toulouse, na França. Começou sua carreira como residente no Hospital da Faculdade de Medicina da Universidade de Toulouse-Purpan, em 1979. Ali mesmo chegou a chefe dos residentes do Departamento de Cardiologia e de lá saiu, em 1987, para atuar na Clinique Pasteur, onde hoje é codiretor da Unidade de Cardiologia Intervencionista 38
A
do paciente. Pacientes, mesmo que diabéticos, mas apresentando um escore de Syntax baixo, lesões que possam ser tratadas com stents curtos, um stent por vaso, por que não tratá-los percutaneamente?
Qual o papel da intervenção coronária percutânea (ICP) no tratamento de lesões de tronco de coronária esquerda (TCE)? Nossa conclusão, anterior à apresentação em 2008
Caso fosse utilizar uma ferramenta para auxiliá-lo na investigação e tratamento de lesões moderadas: ultrassom intracoronário ou reserva de fluxo fracionada (FFR)? Acredito que a FFR seria um dispositivo mais adequado. Por quê? Vivemos durante muitos anos o dogma da necessidade de revascularização completa. E a indicação de revascularização sempre se baseou na avaliação angiográfica. Sabemos hoje que muitas dessas lesões foram tratadas desnecessariamente, de fato lesões não significativas funcionalmente. Assim, diante da necessidade de revascularização completa, devemos aplicar o
o longo de 30 anos de atuação profissional, Jean Fajadet construiu uma reputação invejável como pesquisador atuante em diversos campos da cardiologia intervencionista e com participação ativa em diversos estudos randomizados, como PAMI, BENESTENT, RAVEL, ARTS II, E-SIRIUS, TYPHOON, REALITY, SYNTAX e FREEDOM. Em um dos raros intervalos durante sua participação no XXXI Congresso da SBHCI, Jean Fajadet encontrou-se com Guilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade no Faculty Lounge para conceder esta entrevista exclusiva.
“Penso que um terço dos pacientes randomizados para o estudo Syntax não sejam de fato ‘pacientes Syntax’ ” do estudo Syntax, é que a ICP funciona em lesões não distais, envolvendo óstio e corpo do TCE, exibindo bons resultados a longo prazo. Quando há o envolvimento de bifurcação distal, acredito que, no momento atual, a cirurgia é a primeira opção. E o Syntax não mudou isso. Em primeiro lugar, por ser difícil uma análise de subgrupos do estudo, uma vez que o desfecho de não-inferioridade não foi atingido. Assim, não podemos dizer que após o Syntax a ICP seja recomendada no tratamento de lesões de TCE. O senhor tem a mesma opinião acerca do tratamento de diabéticos multiarteriais, após Syntax e BARI-2D? A cirurgia ainda é a primeira opção? Sim. Quando olhamos os resultados do estudo Syntax, uma diferença de eventos cerebrovasculares maiores de 26% versus 14%, o delta favorável à cirurgia é realmente importante. Assim, no diabético com lesões em três a quatro vasos, a cirurgia ainda é o tratamento padrão. É claro que temos de analisar a complexidade de cada lesão, e individualizar o tratamento
conceito de revascularização funcional completa. Penso que um terço dos pacientes randomizados para o estudo Syntax não sejam de fato ‘pacientes Syntax’, uma vez que a randomização baseou-se na angiografia, o uso da FFR não foi sistematizado e muitas dessas lesões talvez não fossem funcionalmente significativas. Diante da preocupação acerca da segurança tardia dos stents farmacológicos, com o advento de stents de segunda geração, o senhor acha que podemos seguir adiante? Hoje ainda não sabemos, pois não temos seguimento a longo prazo com os stents de nova geração. Mas é certo que, com novas plataformas, hastes finas, polímeros biocompatíveis, bioabsorvíveis ou stents sem cobertura polimérica, novos agentes antiproliferativos, menor dose utilizada do fármaco, teremos menor reação inflamatória, menor risco de trombose do stent. Mas isso ainda precisa ser demonstrado. 39
panorama
A Abordagem do AVC
Isquêmico nos Estados Unidos A neurologista Cláudia J. Chaves revela como se dá o atendimento do AVC isquêmico nos Estados Unidos e detalha informações sobre o tratamento apresentadas no Annual Meeting de 2009 da Academia Americana de Neurologia
D
esde o início da década de 1990, Cláudia J. Chaves está radicada em Boston, nos Estados Unidos. Neurologista graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), fez formação complementar no New England Medical Center, da Universidade de Tufts, e, posteriormente, no Beth Israel Deaconess Medical Center, da Universidade de Harvard. Atualmente, é médica da Lahey Clinic e professora assistente de neurologia da Universidade de Tufts. Conduzida por Áurea J. Chaves, editora da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva, órgão oficial da SBHCI, cardiologista com formação pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e irmã de Cláudia, a entrevista apresenta em detalhes informações sobre o atendimento e o tratamento de pacientes acometidos de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.
Quais são as recomendações para que o paciente chegue ao hospital dentro da janela terapêutica para o tratamento eficaz do AVC isquêmico? Aqui nos Estados Unidos, pacientes que apresentem qualquer sintoma neurológico de início súbito, mesmo transitório, como dificuldade na fala, perda da força, alterações de sensibilidade, problemas na coordenação envolvendo um dos lados do corpo ou distúrbios visuais, são encorajados a procurar o pronto-socorro mais próximo ou ligar para 911, o número para chamadas de emergência nos Estados Unidos. Qual é a estrutura hospitalar básica necessária para o atendimento do AVC isquêmico agudo? Idealmente os pacientes devem procurar um hospital onde pelo menos uma tomografia computadorizada de crânio possa ser realizada de imediato, seguida, se indicado, do tratamento fibrinolítico endovenoso. A maioria dos Stroke Centers americanos são equipados para realizar um diagnóstico por imagem mais sofisticado, com protocolos que envolvem a ressonância nuclear magnética (imagens de difusão, perfusão e angiorressonância de cabeça e pescoço) ou a tomografia computadorizada (angiotomografia e estudo de perfusão). Esses protocolos de avaliação por imagem não devem durar mais do que dez minutos para não atrasarem de maneira significativa o tratamento. Qual o tratamento farmacológico que deve ser iniciado na chegada do paciente?
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Assim que o paciente chega ao pronto-socorro, uma via de infusão endovenosa deve ser estabelecida e deve ser rapidamente realizada avaliação laboratorial que envolva hemograma, função renal, glicemia e estudos de coagulação. Esses procedimentos são seguidos por avaliação neurológica e confirmação diagnóstica por imagem. Caso os pacientes sejam candidatos a fibrinólise, a pressão arterial é tratada se a sistólica for >185 mmHg ou a diastólica for >110 mmHg. Se não, o tratamento antiplaquetário é iniciado. A pressão arterial é tratada somente se a pressão sistólica for > 220 mmHg ou a diastólica estiver >120 mmHg, a menos que sejam constatadas lesões de outros órgãos-alvo, como dissecção aórtica, infarto agudo do miocárdio, edema agudo de pulmão ou encefalopatia hipertensiva. Glicemias altas devem ser tratadas agressivamente com insulina e as estatinas devem ser iniciadas se o LDL-colesterol for >100 mg/dl. Depois da avaliação clínica, quais são os métodos de imagem necessários para a avaliação do paciente antes do tratamento fibrinolítico? A tomografia computadorizada de crânio é essencial antes do uso dos fibrinolíticos. Entretanto, é recomendável obter informações adicionais que avaliem a patência das artérias intra e extracranianas pela tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética, bem como a quantificação do tecido viável, pelos estudos de difusão e perfusão. Todo AVC isquêmico é candidato ao trombolítico nas primeiras 3 horas de evolução? Quais os fibrinolíticos empregados? Sim, todo AVC isquêmico atendido nas primeiras 3 horas de evolução deve ser tratado com fibrinolíticos por via endovenosa. Desde a publicação do estudo ECASS III, a janela terapêutica para a utilização dos fibrinolíticos por via endovenosa foi estendida para 4,5 horas em alguns países. O Food and Drug Administration (FDA, órgão governamental norte-americano que regula o uso de drogas e alimentos) ainda não aprovou o uso de fibrinolíticos por via endovenosa superior a 3 horas. A maioria dos Stroke Centers nos Estados Unidos usa o fator ativador de plasminogênio tecidual recombinante (r-TPA) para o tratamento
do AVC isquêmico agudo, exceto em pacientes incluídos em estudos clínicos específicos. Quais as contraindicações para o tratamento fibrinolítico nesse cenário? Existem contraindicações absolutas e relativas para o uso de r-TPA por via endovenosa como descrito na tabela a seguir. No AVC isquêmico, o tecido viável pode ser salvo em algumas horas. Quais as estratégias para estender a janela terapêutica? A presença de um mismatch entre a difusão-perfusão, mostrando a presença de grande área de pe-
Contraindicações absolutas 1 Sintomas menores ou com melhora rápida AVC isquêmico ou trauma 2 Outro de crânio < 3 meses 3 Cirurgia de grande porte <14 dias conhecida de hemorragia 4 História intracraniana 5 6 7
Pressão arterial sistólica sustentada >185 mmHg
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Hemorragia gastrointestinal ou do trato urinário < 21 dias
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Punção arterial em sítio não compressível < 7 dias
Pressão arterial diastólica >110 mmHg Sintomas sugestivos de hemorragia subaracnoide
heparina < 48 horas e tem 10 Recebeu TTP aumentado 11 Plaquetas <100.000 Contraindicações relativas convulsiva concomitante ao 1 Crise AVC isquêmico 2 Glicemia < 50 mg/dl ou > 400 mg/dl 3 Hemorragia intraocular 4 Infarto do miocárdio < 6 semanas 5 Suspeita de embolia séptica 6 Endocardite infecciosa 7 INR >1,7
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panorama numbra, é ainda o melhor indicador para que uma intervenção seja tentada, mesmo que o paciente esteja fora da janela de 3 horas (ou talvez 4,5 horas, baseado nos resultados do ECASS III). Manter o paciente no leito com a cabeceira plana, euglicêmico e evitando pressões arteriais muito baixas ou altas também são medidas benéficas para prevenir dano isquêmico adicional. Depois da recanalização do vaso com o trombolítico, qual o esquema farmacológico preconizado? É necessária angiografia pós-fibrinolítico para verificar a necessidade de tratamento endovascular complementar do vaso acometido? O tratamento antiplaquetário – ou a anticoagulação – é usualmente iniciado 24 horas após a fibrinólise, de acordo com o mecanismo do AVC isquêmico. Em alguns centros a angiografia pós-trombólise é realizada, em geral, como parte do estudo em andamento Interventional Management of Stroke III trial (IMS), com trombólise intra-arterial adicional ou ruptura mecânica do trombo, se a artéria ainda não foi recanalizada.
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Qual é a indicação atual nos Estados Unidos para a intervenção endovascular no AVC isquêmico agudo? A trombólise intra-arterial é indicada para o tratamento de pacientes selecionados com grandes AVCs isquêmicos secundários à oclusão das artérias carótida interna ou cerebral média, com < 6 horas de evolução ou em pacientes que tenham contraindicação para o uso de trombolíticos por via endovenosa. O uso de dispositivos que fazem a extração mecânica do trombo, como o Merci, pode ser apropriado em alguns pacientes, ainda que não esteja claro que melhorem a evolução após o AVC isquêmico. Dados a respeito do uso da angioplastia ainda são limitados no tratamento emergencial das artérias intra e extracranianas em pacientes com AVC isquêmico agudo. Ainda que sua utilidade não esteja estabelecida, alguns estudos têm mostrado altas taxas de recanalização com a angioplastia, com ou sem o implante de stents, associada ou não a
trombólise intra-arterial. Assim, essa abordagem pode ser benéfica em casos selecionados. Quais as novidades do Annual Meeting de 2009 da Academia Americana de Neurologia, realizado recentemente em Seattle para o AVC isquêmico? Um estudo epidemiológico realizado por Sanossian et al. mostrou que somente metade dos pacientes que sobrevivem ao AVC isquêmico tem sua pressão arterial dentro das metas estabelecidas pelo Joint National Committee (JNC-7). Os mesmos autores também demonstraram que metade dos que sobrevivem ao AVC estava em uso de hipolipemiantes e, destes, 50% estavam com LDL ≤ 100 mg/dl. A melhora do controle desses fatores de risco vascular nos Estados Unidos é obrigatória. Em relação ao manuseio agudo do AVC isquêmico, alguns estudos (Truong V et al., Rodriguez et al.) mostraram melhor evolução, sem aumento de mortalidade ou risco de transformação hemorrágica, da abordagem drip and ship, na qual o r-TPA endovenoso é iniciado no hospital comunitário e os pacientes são, então, transferidos para os Stroke Centers para tratamento adicional. Essa abordagem provavelmente aumentará o número de pacientes com AVC isquêmico tratados com r-TPA nos Estados Unidos. Análise adicional dos resultados do estudo ECASS III por Saver J et al. mostrou que o tratamento com o r-TPA no período de 3 a 4,5 horas de evolução do AVC isquêmico traz benefício adicional em parte dos pacientes sem aumentar os riscos. Espera-se para breve a aprovação do FDA para a utilização do r-TPA endovenoso nessa janela de tempo de 3 a 4,5 horas pós-AVC isquêmico. Hussein et al. apresentaram os preditores de “recanalização fútil”, definida pela evolução desfavorável (escala de Rankin ≥ 3) na presença da restauração completa do fluxo (TIMI 3). Os autores identificaram 350 pacientes tratados com trombólise intra-arterial e mostraram que a idade ≥ 70 anos foi o único preditor significante de “recanalização fútil”, enquanto o grau de lesão angiográfica, a gravidade do AVC e o tempo para o posicionamento do microcateter para a infusão do fibrinolítico intra-arterial foram, surpreendentemente, não preditores.
O Retrato do AVC Isquêmico no Brasil
A neurologista Sheila Martins é uma das responsáveis pelo desenvolvimento do projeto de protocolos e normatizações de atendimento do AVC isquêmico do Ministério da Saúde
C
oordenadora do Projeto Nacional de Atendimento de AVC, ligado à Coordenação de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, a neurologista Sheila Martins é uma autoridade ao falar de peculiaridades e da problemática da saúde no Brasil. Em um bate-papo franco e transparente, ela apresentou um retrato do acidente vascular cerevral (AVC) isquêmico no Brasil. E apontou onde estão as principais falhas e dificuldades ao implementar um projeto nacional que nasceu com a missão de formar, informar e tratar da doença que mais mata brasileiros e é a principal causa de incapacidade no mundo. Qual é a realidade atual do tratamento do AVC no Brasil? Como estamos na comparação com outros países? O AVC é a doença que mais mata brasileiros e é a principal causa de incapacidade no mundo. Apesar disso, ainda é uma doença negligenciada. A população não sabe reconhecer os sintomas, não sabe que atitude tomar na vigência do quadro agudo, não conhece seus fatores de risco e adere mal a sua prevenção. Em 1995, ficou demonstrado que a trombólise endovenosa com o fator ativador de plasminogênio tecidual recombinante (r-TPA), quando aplicada em até 3 horas do início dos sintomas do AVC isquêmico, é capaz de recanalizar o vaso cerebral ocluído, aumentando muito as chances de recuperação do paciente, além de 30% mais pacientes obterem recuperação completa. Esse é o único tratamento aprovado para o AVC (Nível 1A). A trombólise para o AVC está aprovada no Brasil desde 2001, mas, ainda hoje, poucos hospitais
têm treinamento, estrutura e organização suficientes para implementá-la. Quais são os planos do Ministério da Saúde (MS) para ampliação e qualificação dos programas de atendimento do AVC em nosso País? O desafio não é muito grande, considerando as enormes diferenças sociais, culturais, logísticas e econômicas do Brasil? O desafio é muito grande, o País é muito grande e realmente as diferenças são assustadoras. Para criar um projeto nacional precisamos levar em consideração todas essas diferenças. O projeto nacional começa com a organização da rede de urgência para o atendimento agudo (hospitais e pré-hospitalar), mas tem o objetivo de organizar toda a rede de assistência ao AVC. O primeiro passo está sendo reunir os gestores locais na capital dos Estados: secretários de saúde estaduais e mu43
panorama nicipais, coordenadores de urgência do Estado e município, diretores dos principais hospitais e chefes de emergência e coordenadores do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). O MS, junto com esse grupo, decide quais hospitais têm estrutura para serem referências para trombólise e quais ficarão na retaguarda. A partir dessa decisão, visitamos os hospitais e definimos o melhor local para atendimento agudo. Depois dessas definições, marcamos a capacitação para o atendimento do AVC para todos do SAMU e para os hospitais, inclusive os que não farão trombólise, pois devem atender melhor esses pacientes, uma vez que cuidados simples na fase aguda têm grande impacto na morbidade e na mortalidade. Hospitais sem especialistas mas com estruturas física e organizacional adequadas serão centros de referência no AVC, orientados por especialistas em neurologia vascular à distância, por telemedicina (para avaliação neurológica do paciente e avaliação da tomografia de crânio em tempo real). Como os recursos e a qualidade do atendimento serão monitorados? Os recursos serão empregados diretamente nas ações, sem intermediários, e os resultados, monitorados de perto. A qualidade do atendimento será monitorada por banco de dados internacional (Registro SITS), que agora será o banco de dados nacional ligado ao MS – no começo de junho o registro foi iniciado com 45 hospitais em pleno funcionamento (públicos ou privados) e serão registrados todos os casos de AVC (não apenas os trombolisados). As complicações registradas lançarão um alerta para quatro pessoas do grupo de controle de segurança, que avaliará cada caso. Esses registros serão auditados por equipe do MS para verificar a confiabilidade desses dados. Existem semelhanças entre os protocolos de tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) e do AVC? Sim. Ambos utilizam tratamento de reperfusão, ou seja, abrir o vaso para restaurar a circulação. Ambos são tempo-dependentes e a droga utilizada no AVC também pode ser utilizada no infarto. Mas 44
existem algumas diferenças de dose e de medicações associadas utilizadas no infarto e que não podem ser utilizadas no AVC, pois aumentam o risco de sangramento cerebral. Referente à trombólise e à fibrinólise coronária, existem várias drogas com diferentes características e potencialidades. O mesmo se aplica ao AVC? Não. Para o AVC só existe uma droga aprovada. É o r-TPA. O fibrinolítico disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a estreptoquinase, considerada inadequada para a realização do tratamento proposto. Quais as ações que estão sendo executadas para viabilizar o reembolso pelo SUS de um agente fibrino específico? A estreptoquinase é absolutamente contraindicada para o AVC. Estamos cadastrando os hospitais escolhidos pelo MS e pelos gestores locais que serão referência no País para o tratamento do AVC. Apenas esses hospitais estarão habilitados e receberão reembolso da medicação. Essa ação servirá para evitar o uso indiscriminado de um tratamento que pode ser mais prejudicial que benéfico se utilizado por mãos não capacitadas. Fale sobre a reperfusão mecânica do AVC. Isso é realmente possível em larga escala ou somente em centros altamente especializados? A reperfusão mecânica existe em vários centros no País, principalmente nos hospitais privados. É bastante efetiva, mas só deve ser utilizada em situações especiais. Para a maioria dos pacientes o tratamento indicado é o endovenoso, ficando a trombólise mecânica para o resgate após falha desse tratamento ou para casos de oclusão de um vaso proximal até 6 horas do início dos sintomas. Certamente, não será possível em larga escala, pois precisa de neurointervencionista e hemodinâmica disponível 24 horas por dia. Fale um pouco sobre o tratamento pré-hospitalar.
“O papel do atendimento pré-hospitalar é fundamental no reconhecimento dos casos elegíveis e direcionamento dos pacientes para o hospital preparado para o atendimento”
No AVC o paciente não pode receber trombolítico no pré-hospitalar porque é absolutamente fundamental a realização da tomografia de crânio antes da aplicação da medicação. O papel do atendimento pré-hospitalar é fundamental no reconhecimento dos casos elegíveis e direcionamento dos pacientes para o hospital preparado para o atendimento. O SAMU será o responsável por colocar o paciente certo no local certo em qualquer lugar do Brasil. Já temos a experiência de Curitiba, no Paraná, e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde aproximadamente 85% dos pacientes selecionados pelo SAMU receberam tratamento. Quais as recomendações do projeto de protocolos e normatização do atendimento do AVC isquêmico agudo no Brasil? O protocolo de atendimento deve ser o mesmo em todo o País e está baseado na última diretriz da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, de novembro de 2008. Essa diretriz é semelhante às diretrizes americanas e europeias. Para que o protocolo seja um só, o treinamento de todos os hospitais e do SAMU já está padronizado.
Serão realizadas campanhas populares para conscientização da sociedade sobre sintomas, como e onde procurar atendimento? Sim. Faz parte do projeto. Mas a campanha não vai orientar a procurar um hospital, e sim a chamar SAMU 192 na presença de sinais e sintomas. Já está comprovado que o paciente é atendido mais rápida e efetivamente se chegar ao hospital de ambulância.
Dependendo da região do Brasil, as estatísticas indicam que o AVC isquêmico representa de 53% a 85% dos casos de AVC e que os óbitos por AVC superam os de doença coronária desde a década de 1960. É possível dizer se estão relacionados à utilização dos protocolos para atendimento e tratamento do AVC isquêmico? Com certeza os hospitais que possuem protocolos de atendimento têm mortalidade e morbidade muito menores. Muitos estão apenas começando e ainda são poucos hospitais e pouco tempo para podermos demonstrar esse impacto. Mas não temos dúvida de que esse projeto vai mudar a história dos pacientes com AVC no País.
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CURSOS INTERNACIONAIS
CRT 2009
CRT 2009 apresentou os grandes avanços na intervenção cardiovascular em uma atmosfera de elevado senso crítico, científico e assistencial (Paulo Caramori) Paulo Caramori, cardiologista intervencionista do Hospital São Lucas da PUC-RS e do Hospital Mãe de Deus – Porto Alegre, RS.
N
o início de março, foi realizada a edição 2009 do Cardiovascular Research Technologies (CRT) em Washington, nos Estados Unidos. O CRT tem características singulares, que chamam a atenção dos principais líderes clínicos e acadêmicos relacionados à cardiologia intervencionista, membros da indústria e representantes do Food and Drug Administration (FDA, órgão governamental norte-americano que regula o uso de drogas
e alimentos). Com essa composição de participantes orquestrada por Ron Waksman, diretor do CRT, o evento se destaca pela profundidade e transparência das discussões, envolvendo palestrantes mundialmente reconhecidos como experts em cada assunto abordado. Durante três dias, o CRT 2009 manteve um programa científico completo e interessante, focado em cinco áreas: 1) Coronária (manejo da síndrome coro-
Durante três dias, o CRT 2009 manteve um programa científico completo e interessante, focado em cinco áreas: Coronária , Ciência, Tecnologia, Endovascular e Fórum de enfermagem em intervenção cardiovascular 46
nária aguda e infarto agudo do miocárdio (IAM), intervenções complexas, fórum de oclusão total crônica e angiotomografia coronária; 2) Ciência (aterosclerose, placa vulnerável, angiogênese e terapia celular); 3) Tecnologia (novas tecnologias, novos stents farmacológicos, intervenção percutânea valvular e workshop com o FDA); 4) Endovascular (neurovascular, intervenção em aorta, periférica e visceral; e 5) Fórum de enfermagem em intervenção cardiovascular. Os debates sobre uso dos stents farmacológicos, na população com doença coronária em geral e em subgrupos como tronco da coronária esquerda, pontes de safena e IAM, atraíram muita atenção, envolvendo nomes como Renu Virmani, Adnan Kastrati, Martin Leon e Spencer King, que apresentou o tema “Quem não deve receber stent farmacológico em 2009”. Patrick Serruys divulgou, em primeira mão, os resultados do SYNTAX no subgrupo de pacientes com oclusões crônicas. Também foram apresentadas atualizações nos programas de desenvolvimento de stents farmacológicos e de stents bioabsorvíveis de toda a indústria. Foram igualmente excelentes as sessões sobre
tips and tricks para recanalização de oclusões crônicas, com casos ao vivo tendo os colegas japoneses como operadores. Quanto à intervenção percutânea em válvulas, foram apresentados os novos avanços em intervenção mitral e aórtica, bem como os dados consolidados dos respectivos programas. A dupla inibição da agregação plaquetária foi discutida em seus vários aspectos, principalmente no que se refere a suas limitações atuais quanto a eficácia, risco de sangramento associado ao uso a curto e longo prazos, e fragilidade dos dados que a vinculam à trombose tardia de stents farmacológicos. Também chamou a atenção a organização dos serviços norte-americanos visando a neurointervenção no AVC e a discussão das evidências que suportam essa tendência. Finalmente, também foram muito interessantes as discussões com o FDA sobre o nível de evidência atualmente exigido, quanto a eficácia e segurança, para a adoção de novas tecnologias. Posso concluir afirmando que o CRT 2009 empolgou por apresentar os grandes avanços na intervenção cardiovascular em uma atmosfera de elevado senso crítico, científico e assistencial.
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prática médica
Doença Renal Crônica:
Tratamento e Riscos
A presença de doença renal crônica tem sido apontada como importante marcador de morbidade e mortalidade em vários (Alexandre Azmus) cenários cardiológicos
A
doença renal crônica é definida pela presença de um marcador de dano renal (por exemplo, proteinúria) ou por taxa de filtração glomerular calculada menor ou igual a 60 ml/min/1,73 m². A ocorrência de nefropatia induzida por contraste (NIC) iodado é uma manifestação de doença renal crônica e também representa risco de eventos cardiológicos. Apesar de inúmeros ensaios clínicos avaliarem estratégias de prevenção da NIC, existem várias dúvidas, além de poucas e antigas evidências definitivas a respeito. A maioria dos estudos de profilaxia da NIC avalia um desfecho intermediário, que é a variação da creatinina antes e após a exposição ao contraste. Grande parte desses estudos considera arbitrariamente que a NIC consiste em aumento de 25% da creatinina basal ou em 0,5% da forma absoluta. Certos problemas metodológicos limitam as conclusões dos estudos. Por ser uma variável contínua, aumentos diferentes representam proporcionalmente prognósticos diversos. Isso não é observado quando se aborda a variação da creatinina como variável binária. Pode haver uma variação da medida da creatinina ao longo dos dias mesmo em pacientes não expostos ao contraste. Há retardo entre o dano renal e a apresentação do evento, apesar de
Alexandre Azmus, cardiologista intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS.
60% a 70% dos pacientes já apresentarem aumento da creatinina em 24 horas após a exposição. A medida da creatinina pode ter interferência de drogas administradas. Recentemente, têm sido avaliados clinicamente biomarcadores plasmáticos (por exemplo, neutrophil gelatinase-associated lipocalin – NGAL, cista-
A avaliação pré e pós-exames da função renal em pacientes com risco deveria ser rotina obrigatória na prática diária da cardiologia intervencionista, não só pela chance de nefropatia, mas também por ser um marcador importante de risco cardiovascular 48
tina C) e urinários (por exemplo, NGAL, interleucições eficazes. A comparação entre as duas soluções na-18) de lesão renal aguda, que poderão detectar propostas não demonstrou diferença definitiva mesde maneira mais acurada e precocemente o evento mo após vários estudos randomizados. Na prática, a após exposição ao contraste. Assim, a avaliação da simples administração rotineira de 1.000 ml de solueficácia das inúmeras drogas utilizadas na prevenção fisiológica – 0,9% antes e 1.000 ml depois – pode ção da NIC está comprometida pelas limitações dos facilitar a rotina. Deveria-se contraindicar a realização ensaios clínicos. Nesse contexto, a utilização de de exame não-urgente em paciente de risco sem profármacos é secundária. A N-acetilcisteína tem sido tocolo de hidratação. a mais utilizada por seu baixo custo e raros paraeHá muito já se reconhece que há diferença na feitos, apesar de não se saber definitivamente sobre taxa de NIC entre os diferentes meios de contrassua eficácia. O emprego de métodos dialíticos tamte iodado. Aqueles com osmolalidade dita alta bém deve ser reservado a casos de exceção, espe(> 1.500 mOsm/kg) são provavelmente mais nefrocialmente em pacientes com disfunção ventricular tóxicos. A diferença entre os considerados de baixa grave e hipervolemia. osmolalidade (600-800 mOsm/kg) e aqueles com As medidas mais importantes resumem-se na osmolalidade semelhante ao plasma (300 mOsm/kg) aplicação de princípios conhecidos há muito temnão está ainda bem estabelecida. Estes represenpo: reconhecer o problema, diminuir a exposição tam aumento de pelo menos três vezes o custo em ao agente nefrotóxico, manter comparação com os de alta volemia adequada e utilizar osmolalidade. O reconhecimento contraste iodado com menor Embora a doença renal crôosmolalidade. do problema e o emprego nica e a doença cardiovasA avaliação pré e pós-exade medidas simples, a cular estejam relacionadas mes da função renal em padiretamente, a profilaxia da maioria de baixo custo, cientes com risco deveria ser qualificam o atendimento NIC ainda é negligenciada. O rotina obrigatória na prática reconhecimento do problema diária da cardiologia intervene o emprego de medidas simcionista, não só pela chance de nefropatia, mas ples, a maioria de baixo custo, qualificam o atentambém por ser um marcador importante de risco dimento – a dosagem da creatinina custa algo em cardiovascular. Isso é especialmente verdadeiro em torno de R$ 2,00. À semelhança da frase conhecida pacientes idosos e diabéticos, já que muito frequen“visite nossa cozinha”, deveríamos insistir em “solitemente apresentam disfunção renal desconhecida. cite a creatinina” antes e após exposição a contrasA simples dosagem sérica da creatinina pode não te iodado. Mesmo não sendo algo visível à mesa, identificar adequadamente disfunção renal. A estirepresenta um importante item no atendimento ao mativa da taxa de filtração glomerular por fórmula paciente pela cardiologia intervencionista. Assim, conhecida (Cockcroft-Gault) é mais acurada. Apecuide também da sua cozinha. sar de não haver consenso sobre o momento mais Referências Bibliográficas apropriado para avaliação do controle, parece raDiretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Interzoável fazê-lo pelo menos em 24/48 horas após a venção Coronária Percutânea e Métodos Adjuntos Diagintervenção. A utilização do menor volume de connósticos em Cardiologia Intervencionista (II Edição – 2008). Rev Bras Cardiol Invas. 2008;2:75. traste possível e o estadiamento de procedimentos Friedewald VE, Goldfarb S, Laskey WK, McCullough PA, com período superior a 72 horas – preferencialmenRoberts WC. The editor’s roundtable: contrast-induced nete após dez dias – são medidas de consenso. phropathy. Am J Cardiol. 2007;100:544-51. A suspensão de diuréticos e a hidratação parenteral Stacul F, Adam AMB, Becker C. Strategies to reduce the risk of contrast-induced nephropathy. Am J Cardiol. atenuam a vasoconstrição renal atribuída ao contras2006;98:59K–77K. te. Os protocolos com solução salina normal, 12 hoSterling KA, Tehrani T, Rudnick MR. Clinical significance ras antes e depois da intervenção, ou com solução de and preventive strategies for contrast-induced nephropabicarbonato, 3 horas antes e 6 horas depois, são opthy. Curr Opin Nephrol Hypertens. 2008;17:616-23. 49
opinião
Trabalho Árduo e Contínuo
Mais uma vez, a SBHCI cria um marco na história da cardiologia intervencionista brasileira e latino-americana (César Medeiros, editor)
O
principal evento de nossa Sociedade rais adquiridas, e na excelência dos temas livres que, este ano, mais uma vez, se realimédicos e de enfermagem. zou conjuntamente com o Congresso da A ótima estrutura física e a tecnologia inovadoSOLACI, foi um reflexo fiel do tamanho e da relera de interatividade entre as duas principais arenas vância da cardiologia intervencionista latino-amesomam-se às razões anteriores para tornar esse ricana e, em especial, da brasileira. Alcançamos o evento um marco na história de nossa Sociedade. patamar de um evento que extrapola as fronteiras O Congresso do Rio eleva as expectativas acerca nacionais e continentais, e que se manifesta com a dos próximos, e, para fazer jus a elas, o trabalho de ousadia de transmissões de casos “ao vivo” de panossa Sociedade continuará árduo e contínuo. AD XPRO 122x58mm APROVADO sem sangria.pdf 19.04.08 19:51:42 íses tão distantes como a China e a Coreia do Sul e a confluência e participação ativa de grandes ícones internacionais. Mas o motivo de orgulho maior é, sem dúvida, a produção brasileira desenvolvida Tecnologia própria, qualidade internacional e solução completa e integrada em produtos para angiografia digital. em forma de demonstrações qualificadas e diversificadas de casos “ao vivo” nas áreas de coronária, intervenções extracardíacas e em cardioAv. Cristiano Machado, 1989 | Cidade Nova | Belo Horizonte | Minas Gerais | Tel (31) 3036 4300 | Fax (31) 3036 4301 | www.xpro.com.br | xpro@xpro.com.br patias congênitas e estrutuC
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Mês Julho
AGENDA
Dia Evento 30
• XXIX Congresso Norte/Nordeste de Cardiologia • IV Simpósio Norte/Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista Natal, RN www.sociedades.cardiol.br/nn/congresso2009
Agosto
14 e 15
• I Simpósio Catarinense de Cardiologia Intervencionista para Clínicos • II Simpósio de Enfermagem em Cardiologia • II Curso Básico de Cateterismo Cardíaco e Angioplastia Coronária para Enfermagem Joinville, SC www.sjm.com.br/cardiologia
13
Setembro 12 a 16
64.º Congresso Brasileiro de Cardiologia Salvador, BA congresso.cardiol.br
21 a 25
Transcatheter Cardiovascular Therapeutics São Francisco, Califórnia, Estados Unidos www.tctconference.com
4a7 Outubro
Novembro
PEC SBC Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia Salvador, BA www.sbhci.org.br
Venice Arrhythmias 2009 Veneza, Itália www.venicearrhythmias.org
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA Gestão 2006-2009 Presidente: Luiz Alberto Mattos (SP) • Diretor Administrativo: Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes (PB) • Diretor Financeiro: Hélio Roque Figueira (RJ) • Diretor Científico: Pedro Alves Lemos Neto (SP) • Diretor de Comunicação: Rogério Sarmento-Leite (RS) • Diretor de Qualidade Profissional: Luiz Antonio Gubolino (SP) • Diretor de Educação Médica Continuada: José Antonio Marin-Neto (MG) • Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marcos Antônio Marino (MG) • Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: César A. Esteves (SP) • Editores Jornal da SBHCI: César Rocha Medeiros (RJ), Luciana Constant Daher (GO), Marcelo de Freitas Santos (PR), Marcelo José Cantarelli (SP) • Gerência Administrativa: Norma Cabral • Secretária de Comunicação: Débora Valejo • Departamento de Eventos: Norma Cabral • Secretária: Aline Ribeiro Rodrigues www.sbhci.org.br Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 – Vila Olímpia Cep 04548-050 – São Paulo, SP Fone: (11) 3849-5034
25 a 27
6th International Meeting on Invasive Cardiac Care Tel-Aviv, Israel www.isas.co.il/cardiac-care2009
11 a 13
XIII Encuentro International de Investigación en Enfermería Alicante, Espanha encuentros.isciii.es/alicante2009/
13 e 14
Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 2009 – SBHCI São Paulo, SP www.sbhci.org.br
Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI, distribuída a seus associados. Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da SBHCI.
14 a 18
American Heart Association Scientific Sessions 2009 (AHA) Orlando, Flórida, Estados Unidos scientificsessions.americanheart.org/
20 e 21
3rd Imaging & Physiology Summit 2009 Seul, Coreia do Sul www.imaging-physiology.com/2009/
Edição e reportagem: André Ciasca Projeto gráfico e direção de arte: Manoela Tourinho Tradução: Kátia Norkaits e Rebecca G. Raia Fotos: Gislene Ciasca e arquivo SBHCI Jornalista responsável: André Ciasca, mtb 31.963 Tiragem: 9.400 exemplares
4e5
Endovascular Summit 2009 Buenos Aires, Argentina www.endovascularsummit.net/
6a8
ICI 2009 (Innovations in Cardiovascular Interventions) Tel-Aviv, Israel www.congress.co.il/ici2009/
Dezembro
take-a-coffee Comunicação www.take-a-coffee.com –Fone: (11) 3571-5353 Email: contato@take-a-coffee.com Skype: take.a.coffee
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