Jornal da SBHCI

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Ano XIV | no 1 | #41 janeiro, fevereiro, março de 2011 Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

Estamos chegando a Curitiba A capital paranaense receberá centenas de cardiologistas para o XXXIII Congresso da SBHCI E mais: Acesso radial | Conflito de interesses | Autonomia dos hemodinamicistas


Fazendo a máxima diferença para a saúde através de grandes medicamentos.


dos pacientes


gisciasca.com.br

Palavra do Presidente

Caros colegas

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esta primeira edição de 2011 do Jornal da SBHCI, agradeço muito a participação de todos nas atividades do ano que passou e desejo, mais uma vez, muito sucesso e que todas as metas se tornem realidade em mais esta jornada de trabalho. Logo em janeiro, os colegas já redigiam seus artigos sobre eventos, reuniões e assuntos discutidos desde os últimos meses de 2010. É o caso da reportagem sobre conflito de interesses assinada por Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo, e Hélio Castello (SP), coeditor do Jornal, que traz números de uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP), diretor científico, nos apresenta os principais tópicos – em preparação há meses e que neste começo de ano ganhou forma – para o XXXIII Congresso da SBHCI, que será realizado de 8 a 10 de junho, na cidade de Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). Na seção Internas, os caros colegas verão que a nossa Sociedade mantém o propósito de estimular cardiologistas intervencionistas para que produzam artigos científicos. O Curso de Incentivo à Pesquisa já teve sete edições até o momento – sendo uma em 2010 e seis neste começo de ano – e continuará levando as aulas a todo o Brasil no segundo semestre. Uma parceria de relevância e importância internacional também se concretizou neste começo de ano. Em abril, a SBHCI estará à frente do Curso de Revisão sobre Inovações, promovido em parceria com The Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI) no GI2 Glo-

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bal Summit on Innovations in Interventions, evento que Luciana Constant Daher (GO), coeditora do Jornal, apresenta com maestria na página 13. Para um começo de ano, foram meses de agenda repleta de compromissos. São indícios de crescimento em representatividade, o que nos leva a tratar do futuro de nossa Sociedade. A Diretoria da SBHCI e representantes de hospitais que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) em nossa área de atuação reuniram-se na sede do Ministério da Saúde, em Brasília, com Helvécio Miranda Magalhães Júnior, médico sanitarista, ex-secretário de Saúde municipal em Belo Horizonte (MG) e que assumiu recentemente a direção da Secretaria de Atenção à Saúde, órgão encarregado dos projetos de média e alta complexidades do Ministério da Saúde. O grupo cumprimentou o secretário certo de que, com sua reconhecida experiência na administração em saúde pública, teremos grandes avanços no atendimento à população brasileira. Foi entregue ao secretário um documento com as solicitações da SBHCI, no qual destacamos a necessidade premente de um reajuste de honorários médicos e despesas hospitalares em cardiologia intervencionista, procurando viabilizar a manutenção do atendimento adequado aos pacientes do SUS em todo o País. Neste primeiro entendimento com a nova administração, foi também solicitada a revisão de pendências relativas à inclusão de novas tecnologias, como o uso de stents farmacológicos, aprovação de dispositivos para tratamento de cardiopatias congênitas e o ultrassom intracoronariano. O implante percutâneo de válvula aórtica foi também apresentado para estudos da Secretaria

como uma das mais modernas técnicas em cardiologia intervencionista, obtendo resultados clínicos bem estabelecidos e que podem beneficiar um grande número de pacientes do SUS. É de conhecimento de todos que 2011 é ano de eleição na SBHCI. Cumprindo com o determinado em nosso Estatuto e com nossa obrigação à frente da Sociedade, queremos conduzir o processo eleitoral com toda a transparência e seriedade que o tema exige. Nesta edição, apresentamos a chapa inscrita e o resumo do currículo de todos os colegas que ocuparão cargos na Diretoria a convite do candidato Marcelo Queiroga (PB). Também realizamos uma entrevista com o candidato à Presidência da SBHCI para a gestão 2012-2013, na qual Queiroga detalha alguns de seus propósitos. Cumprida esta etapa, todos os sócios aptos devem exercer seu direito de escolher os colegas que estarão à frente de nossos interesses como cardiologistas intervencionistas nos próximos dois anos. O voto será por meio eletrônico na primeira semana de junho e é muito importante para consolidar este moderno processo eleitoral, legitimando a escolha da Diretoria e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da SBHCI. Agradeço muito a todos os colegas, desejo boa leitura e espero encontrá-los em nosso congresso.

Maurício de Rezende Barbosa Presidente


Índice

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Internas

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Cremesp

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Notas e notícias sobre a SBHCI

Curso de Incentivo à Pesquisa 2011 | SBHCI no Cardio Interv 2010 | Enquete no Portal

Conflito de interesses

Evento em São Paulo discutiu e apresentou pesquisa sobre o envolvimento de médicos com a indústria

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Congresso SBHCI 2011

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Panorama

Em defesa da autonomia dos hemodinamicistas

Ainda há o que esclarecer na discussão sobre a prescrição de órteses, próteses e materiais especiais Ministério da Saúde

Aproximando-se do novo governo Comissão da SBHCI foi a Brasília (DF) para a primeira reunião com representantes do Ministério da Saúde Jogo Rápido

Direto de Milão

João Manica (RS) fala sobre os primeiros meses de sua experiência em Milão, na Itália

O mundo está de olho no Brasil Oportunidade singular de aprendizado e atualização científica para o médico brasileiro Joint Interventional Meeting 2011

De volta a Roma

Cardiopatias estruturais, coronariopatias e hemodinamicistas brasileiros estiveram entre os destaques do JIM 2011

#41

Cineangiocoronariografia com acesso pela artéria radial

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Arquitetura Hospitalar

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Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea

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Eleições 2011

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Muito além da sala de exames

Evento em Las Vegas, nos Estados Unidos, reuniu cerca de mil pessoas para discutir arquitetura hospitalar

Novas evidências

Simulador inédito no Brasil será destaque no evento da Fundação Universitária de Cardiologia em Porto Alegre

Processo eleitoral

Conheça a chapa candidata para estar à frente da SBHCI no biênio 2012-2013 Homenagem

Doutor Donaldo Pereira Garcia

No dia 18 de janeiro, faleceu um dos pioneiros da hemodinâmica e da cardiologia intervencionista no Brasil Agenda

Eventos

Conheça as datas e locais dos próximos eventos nacionais e internacionais de hemodinâmica e cardiologia intervencionista

Conselho editorial | SBHCI | www.sbhci.org.br Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo Alexandre Schaan de Quadros (RS) | diretor de comunicação Hélio Castello (SP), João Manica (RS) e Luciana Constant Daher (GO) | coeditores foto capa: Leonel Albuquerque

01/2011

Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assina­dos são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem neces­sariamente a opinião da SBHCI.

O principal evento de nossa Sociedade terá importantes novidades

O procedimento ganha adeptos, cresce no Brasil, e quem o utiliza já aplica a técnica em quase 100% de seus pacientes

CFM

Global Summit on Innovations in Interventions

XXXIII Congresso da SBHCI

Equipe técnica | take-a-coffee Comunicação Jornalista responsável | André Ciasca, mtb 31.963 Editora | Carla Ciasca Revisão | Christina G. Domene Projeto gráfico e direção de arte | Vagner Simonetti Fotografia e tratamento de imagens | Gis Ciasca | www.gisciasca.com.br Impressão | Ipsis | www.ipsis.com.br Tiragem | 11.600 exemplares Circulação | em todo o território nacional fone: (11) 2626.3921 contato@take-a-coffee.com skype: take.a.coffee twitter: @take_a_coffee


fotos: divulgação

Internas | notas e notícias

Curso de Incentivo à Pesquisa 2011 No primeiro trimestre deste ano, a SBHCI organizou seis edições do Curso de Incentivo à Pesquisa. Inaugurado em 2010, este curso tem por objetivo orientar os médicos participantes sobre bioestatística, banco de dados e técnica de redação científica. No segundo semestre, a SBHCI levará o curso para outras cidades, oferecendo o conhecimento necessário em metodologia científica e estatística para aumentar a produção de artigos e pesquisas em hemodinâmica e cardiologia intervencionista.

A segunda turma de São Paulo (SP) foi formada por 15 médicos e realizada no dia 15 de fevereiro. Um dia depois, a terceira turma teve 16 participantes.

A edição mineira do Curso de Incentivo à Pesquisa, realizada em Belo Horizonte (MG), recebeu 17 cardiologistas.

Fique atento ao Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) para saber os locais e as datas das próximas edições. Agradecemos a todos os preceptores que, gentilmente, liberaram seus residentes para que participassem do Curso. No Rio de Janeiro (RJ), contamos com o apoio de Maria Cristina Meira Ferreira (RJ) e José Ary Boechat (RJ) para reunir os 22 participantes. A edição de Salvador (BA) do Curso de Incentivo à Pesquisa contou com dez participantes.

Em Campinas (SP), o curso foi realizado no Hotel Premium Norte, teve 13 participantes e o apoio local de João Orávio de Freitas Junior (SP), presidente da Associação dos Cardiologistas Intervencionistas do Interior de São Paulo e de Mariangela Mocelin (SP), gerente de relacionamentos do Hospital Vera Cruz.

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SBHCI no Cardio Interv 2010

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os dias 3 e 4 de dezembro de 2010, a Fundação Francisco Costantini organizou a 10a edição do Cardio Interv, encontro anual de cardiologistas realizado no Hospital Cardiológico Costantini. A SBHCI também prestigiou o evento, onde montou um estande para atender os sócios, divulgar o Congresso 2011 e as publicações da nossa entidade.

Kelly Peruzi e Roberta Fonseca atenderam os sócios da SBHCI no estande montado na 10a edição do Cardio Interv.

Enquete no Portal

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e tempos em tempos, os editores e coeditores do Portal da SBHCI publicam na seção “Esquina Científica” uma enquete para conhecer a opinião dos internautas a respeito de diversos assuntos. A última enquete de 2010 foi uma pergunta técnica. Será que a sua opinião é a mesma da maioria dos internautas que responderam a pergunta?

O que representa a região demarcada com o círculo vermelho na imagem de tomografia por convergência óptica, ao lado? a. artefato de imagem b. placa de ateroma rica em lipídeos c. dissecção arterial d. trombo Acesse www.sbhci.org.br e saiba o que os colegas responderam.

Raios-X Móvel Digital

Raios-X Multipropósito

Arco Cirúrgico

Mamógrafo

Angiografia e Hemodinâmica

São Paulo (11) 2134.1688 • Rio de Janeiro (21) 2556.5171 • Bahia (11) 9235.6929 • Rio Grande do Sul (51) 3225.9106 • w w w. s h i m a d z u . c o m . b r

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Cremesp

Conflito de interesses O filósofo Dennis F. Thompson, PhD da Universidade de Harvard, define o conceito de conflito de interesses de maneira bastante clara. Trata-se de um conjunto de condições nas quais o julgamento de um profissional a respeito de um interesse primário tende a ser influenciado indevidamente por um interesse secundário. Apesar da clareza e do consenso no entendimento léxico do termo, a polêmica se mantém viva

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Por Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo e Hélio Castello (SP) | coeditor

correto aceitar amostras grátis de medicamentos oferecidos pela indústria? É possível organizar eventos científicos sem apoio ou patrocínio da indústria? É necessário haver regulamentação específica a respeito do envolvimento do médico com a indústria, ou o profissional deveria ser o único responsável por esta decisão? Estas perguntas fazem parte do cotidiano e das rodas de discussão de médicos de qualquer especialidade. Para tratar do assunto, em 26 de novembro de 2010, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) organizou um evento cuja programação abordou diversos aspectos e informações sobre o conflito de interesses na relação do médico com as empresas farmacêuticas, e contou com a participação de representantes de diversas entidades, sociedades médicas, da indústria farmacêutica, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da saúde suplementar, de universidades e de jornalistas. O evento foi motivado pelos resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, por encomenda do Cremesp. Segundo Bráulio Luna Filho (SP), conselheiro do Cremesp e coordenador do projeto, os resultados das entrevistas feitas com 600 médicos de diversas especialidades trouxeram à tona dados interessantes. Apesar de 51% dos entrevistados afirmarem que a indústria não deveria participar de congressos, a maioria entende que os eventos jamais seriam realizados sem o apoio das empresas do setor médico e farmacêuticas. De acordo com Guilherme Brauner Barcellos (RS), médico intensivista, diretor do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers) e presidente da Sociedade Brasileira

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de Medicina Hospitalar, é possível sobreviver profissionalmente sem que haja tamanho envolvimento do médico com a indústria. Criador do site www.campanhaalerta.com.br, Barcellos enfatizou em sua apresentação que a estratégia da indústria tem grande poder de influenciar o médico no momento da prescrição e que já realizou evento sem nenhum investimento de empresas farmacêuticas. Para José Augusto Cabral de Barros (PE), professor da Universidade Federal de Pernambuco e um dos palestrantes do evento, os médicos devem refletir sobre essas ações. Porém, o vice-presidente do Cremesp, Renato Azevedo (SP), defende que o Estado regule a relação médico-indústria farmacêutica. “É uma obrigação constitucional”, afirma Azevedo. “O governo possui força e legitimidade para

isso por meio da Anvisa, e precisamos da pressão da sociedade, dos conselhos e de universidades para termos medidas regulatórias mais fortes, que proíbam, inclusive, a publicidade na mídia.” O tema faz parte de discussões em todos os níveis, tornando imprescindível a busca conjunta por mudanças. Cada um dos envolvidos na assistência médica e na educação continuada deverá ter sua posição determinada por valores éticos. Não se discute o valor das contribuições que as indústrias oferecem no âmbito das pesquisas e da educação, porém estes investimentos devem estar focados na melhoria da assistência, na maior longevidade e no incremento de qualidade de vida das pessoas. Segundo os organizadores, este evento serviu para compilar, discutir e balizar futuros direcionamentos do Cremesp sobre o assunto. ■

Entre números e conflitos O evento realizado no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) divulgou os resultados da pesquisa encomendada ao Instituto Datafolha e feita com 600 médicos. Conheça alguns dados obtidos com este trabalho: • 93% dos médicos afirmam ter recebido produtos, benefícios ou pagamentos da indústria de valor inferior a R$ 500 nos últimos 12 meses. • 77% dos entrevistados declaram que conhecem médicos que aceitaram produtos, benefícios ou pagamentos da indústria superiores a R$ 500 nos últimos 12 meses. • 74% dos médicos declaram que presenciaram ou receberam benefícios da indústria ainda no período de graduação. • 33% dos médicos souberam ou presenciaram casos de pressão da indústria sobre colegas ou alguma parceria comercial considerada inadequada.


CFM

Em defesa da autonomia dos hemodinamicistas Conselho Federal de Medicina avança na discussão sobre a prescrição de órteses, próteses e materiais especiais, mas ainda precisa esclarecer pontos questionáveis Por Marcelo Queiroga (PB) | presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI)

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Resolução Normativa 1.956/10 do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada no final de 2010 e que trata da prescrição de órteses, próteses e materiais implantáveis, vem em decorrência do que já havia disposto a Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS), na Resolução Normativa 211, no âmbito dos planos privados de assistência à saúde. Para entender porque a resolução do CFM representa um avanço – com ressalvas – nesta polêmica discussão, é preciso entender o contexto em que foi definida. A ANS, entre outras funções, pugna pela viabilidade do setor da saúde suplementar no Brasil, o que envolve seus usuários e operadoras de planos de saúde. Há uma reclamação por parte das operadoras em relação aos profissionais, sugerindo que alguns médicos participam de esquemas comerciais com fabricantes ou distribuidores de materiais. Em virtude disso, a ANS resolveu que o médico não deveria indicar a marca do produto, e sim suas características. Caso a operadora lhe oferecesse um material com o qual ele não concordasse, ela poderia solicitar três marcas comerciais diferentes. Se o conflito ainda perdurasse, uma terceira parte arbitraria sobre a questão, de comum acordo entre a operadora e o médico. A resolução da ANS é um avanço, mas apresenta alguns problemas. O primeiro deles diz respeito à questão das três opções dos materiais. A norma diz que “pode a operadora solicitar do médico três opções para ele escolher”. Se está escrito “pode”, não quer dizer que a operadora “deva” solicitar. Sob esta interpretação, o CFM concluiu que tal resolução suscitaria questionamentos, e poderia interferir na autonomia do médico. Consequentemente,

para aclarar este cenário, o CFM editou uma nova resolução versando sobre o assunto. Para tanto, foi criada uma comissão especial no CFM integrada por conselheiros e médicos especialistas de várias entidades – entre elas, a SBHCI –, que se reuniu durante um ano. A comissão gerou este documento, que, posteriormente, foi aprovado pelo Pleno do CFM, o qual representa um avanço em relação à resolução da ANS. A nova resolução preserva a autonomia dos médicos, pois diz claramente que o profissional pode recusar o material oferecido pela operadora, assegurando sua autonomia, desde que devidamente justificado, e oferecendo à operadora três opções, quando houver. Outro aspecto importante é que a norma define as responsabilidades diante das negativas de autorização. As operadoras de plano de saúde, quando negam determinado procedimento, geralmente o fazem por meio de um funcionário burocrático e, às vezes, não identificado. Com a resolução do CFM, este procedimento tem de ser auditado na jurisdição onde ocorre. Por exemplo, se a solicitação é de um procedimento no Amapá, o auditor precisa ser um médico que esteja inscrito no Conselho Regional de Medicina do Amapá. Além disso, o médico auditor deve identificar-se, assim ficarão bem claras as devidas responsabilidades. Vale destacar que há normativos éticos que proíbem a negativa de determinados procedimentos por parte do auditor sem uma justificativa fundamentada. O ponto principal da discussão é o Artigo 3º, que diz que é vedado ao médico a indicação de marca comercial e fornecedor exclusivos. Esta polêmica tem trazido um certo desagrado e motivou as sociedades médicas a procurarem o CFM para rediscutir a resolução, embora não se vislumbre grandes modificações na

norma, deve-se destacar que ninguém pode impedir que qualquer médico manifeste sua preferência por um determinado material. Por outro lado, o médico não pode exigir um produto sem fundamentação científica comprovada. A substituição da prescrição poderia ser aceitável se fosse possível assegurar a similaridade do produto, que não diz respeito apenas ao material usado na fabricação de determinado dispositivo, se é de ferro, de inox, de níquel ou de tungstênio; o que deve ser observada é a similaridade dos resultados clínicos. Existe também a questão relativa à autonomia da interação médico-paciente, pois o paciente tem o direito de ser informado sobre todo o processo, não somente a parte clínica, mas também de todos os materiais que serão empregados – esta proposta foi inserida na resolução por sugestão da SBHCI. Não podemos permitir que o paciente desconheça que o dispositivo indicado pelo seu médico, em quem ele confia, seja negado e substituído à revelia pela operadora. A resolução do CFM obriga todos os médicos a agirem segundo determinada conduta. Já a da ANS tem poder sobre o setor da saúde suplementar. Então, é uma questão que está longe de terminar, sobretudo porque, no Brasil, há uma liberalidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dar registro a determinados produtos sem que os requisitos de eficácia e segurança sejam plenamente observados. Embora não seja a solução definitiva para as divergências sobre o tema, a resolução do CFM esclarece alguns pontos. Mesmo que haja modificações no futuro, estas serão motivo de discussão ampla na Câmara Técnica de Órteses e Próteses da Associação Médica Brasileira (AMB), matéria que certamente está em evolução. ■

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divulgação

Ministério da Saúde

Da esquerda para a direita, José Armando Mangione (SP), Expedito Ribeiro (SP), o secretário Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), Marcos Marino (MG), Maurício de Rezende Barbosa (MG), Adriando Dias Dourado Oliveira (BA), J. Eduardo Sousa (SP), Paulo Sérgio de Oliveira (RJ) e Marcelo Cantarelli (SP).

Aproximando-se do novo governo Honorários médicos e implementação de novas tecnologias foram assuntos discutidos com Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), que assumiu a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde Por Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente

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a manhã do dia 23 de março, diretores da SBHCI e representantes de hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) de diversas regiões do País foram recebidos em Brasília (DF) por Helvécio Miranda Magalhães Júnior, atual dirigente da Secretaria de Atenção à Saúde, órgão do Ministério da Saúde que tem entre suas principais ações participar da formulação e implementação das políticas de atenção básica e especializada, bem como elaborar e avaliar as políticas de média e alta complexidades, ambulatorial e hospitalar do SUS. O grupo convidado pela SBHCI para representar a grande capacidade assistencial de nossos dedicados associados e de nossos hospitais foi composto por J. Eduardo Sousa (SP), José Armando Mangione (SP), Paulo Sérgio de Oliveira (RJ), Expedito Ribeiro (SP) e Marcos Antonio Marino (MG). Em primeiro lugar, os participantes expressaram ao secretário o propósito da SBHCI de

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atuar conjuntamente com as autoridades do Ministério da Saúde em projetos que possam beneficiar a população brasileira, especialmente os usuários do SUS, oferecendo o melhor da cardiologia intervencionista em mais de 700 hospitais que realizam procedimentos minimamente invasivos. Sabendo da preocupação do atual secretário com a remuneração praticada pelo SUS, Adriano Dias Dourado Oliveira (BA), diretor de Qualidade Profissional da SBHCI, teve a oportunidade de apresentar um estudo com informações referentes à questão dos honorários médicos em nossa área de atuação. O último reajuste dos procedimentos em cardiologia intervencionista foi efetivado em outubro de 2007, o que resultou em grande defasagem nos honorários médicos praticados na especialidade. O momento é crítico, pois muitos colegas de diversas instituições do País encontram-se em situação que pode

inviabilizar o atendimento pelo SUS. A variação entre o valor pago atualmente e os valores sugeridos pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) chega a 480%, sendo premente que os reajustes sejam efetivados, para que tais distorções sejam corrigidas e não mais atinjam estes extremos, evitando sérios problemas para o atendimento da população. É importantíssima a valorização do ato médico, em especial para o cardiologista intervencionista, profissional altamente qualificado após, pelo menos, seis anos de especialização e que exerce atividade de risco, por estar diretamente exposto à radiação-X. Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI, expôs ao secretário que a cardiologia intervencionista brasileira encontra-se em constante evolução e progresso; é reconhecida mundialmente pelo trabalho assistencial realizado no País e pela


renomada pesquisa científica, que apresentou ao mundo grandes avanços, como os stents farmacológicos, introduzidos na prática clínica mundial após os trabalhos da equipe de J. Eduardo Sousa (SP) no Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo (SP). Tramitam no Ministério da Saúde solicitações da SBHCI de incorporação de novas tecnologias para os pacientes do SUS, tais como os stents farmacológicos e dispositivos para tratamento de pacientes com cardiopatias congênitas, sendo necessária a adequada atenção das autoridades para que estes e outros avanços modernos, como o implante percutâneo da válvula aórtica, sejam disponibilizados o mais brevemente possível aos pacientes do SUS. O secretário Magalhães

informou que estão sendo realizadas modificações na estrutura da Secretaria de Atenção à Saúde, as quais permitirão que estes processos sejam reavaliados com brevidade. Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo da SBHCI, ressaltou a importância da rediscussão de compatibilidade entre códigos de procedimentos e órteses, próteses e materiais especiais, minimizando os entraves burocráticos. Cantarelli informou ainda que a SBHCI tem se empenhado em desenvolver registros que possibilitem refletir a evolução da cardiologia intervencionista no País, com valiosas informações sobre os resultados dos procedimentos. Entre as boas notícias, fomos informados de que não houve cortes significativos no or-

çamento do Ministério da Saúde, e de que o novo governo sinaliza com interesse especial para os projetos do setor. A questão dos honorários médicos está sendo analisada, assim como a incorporação de novas tecnologias. A Diretoria da SBHCI está atenta a todos os desdobramentos desta importante reunião, reivindicando os direitos de nossos associados. Que este primeiro entendimento com a nova administração do País venha pavimentar o caminho para um futuro promissor nos próximos quatro anos, em benefício dos cardiologistas intervencionistas, do progresso contínuo de nossos hospitais e, em especial, para o bem-estar da sociedade brasileira, disponibilizando aos usuários do SUS o melhor da cardiologia intervencionista. ■

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divulgação: arquivo pessoal

Jogo Rápido

João Luiz Manica (RS) passará um ano em Milão, na Itália, participando do Programa de Doutorado do Instituto de Cardiologia (IC) do Rio Grande do Sul, que mantém convênio com o Istituto Di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico Policlinico San Donato.

Direto de Milão

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Por Carla Ciasca (SP) | jornalista

oão Luiz Manica (RS) tem 31 anos de idade, é cardiologista intervencionista especializado em cardiopatias congênitas e está em Milão, na Itália, desde o final do ano passado para fazer seu curso de Doutorado. Só de falar que se trata de uma viagem para Milão, começamos a imaginar o que há de bom e de melhor. Passeios fantásticos, bons restaurantes, muito glamour. Mas não é nada disso. Em um bate-papo rápido, o médico gaúcho nos contou sua experiência em solo italiano, que exige muito trabalho, dedicação e empenho nos estudos, acima de qualquer possibilidade de lazer e diversão. Como surgiu a oportunidade de participar desta experiência? Surgiu do Programa de Doutorado do Instituto de Cardiologia (IC) do Rio Grande do Sul. Entretanto, o convênio com o Istituto Di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico Policlinico San Donato (Milão, Itália), serviço de referência mundial de cardiologia intervencionista em cardiopatias congênitas, só foi possível graças à excelente relação de Raul Rossi (RS), do IC, com Mario Carminati, diretor da Unidade de Cardiologia Pediátrica e Intervencionista desta instituição italiana. Qual é seu objetivo com esta experiência? Além do Doutorado, promover intercâmbio científico entre as duas instituições, com a realização de linhas de pesquisa em conjunto e possibilidade de novas trocas de experiências entre as diversas áreas da cardiologia pediátrica. É também a possibilidade de continuar o aperfeiçoamento da intervenção em cardiopa-

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tias congênitas em uma nova instituição, com acesso completo às últimas novidades no que se refere a dispositivos e novas tecnologias, o que, no Brasil, em situações específicas, podemos encontrar alguns empecilhos devido às limitações do Sistema Único de Saúde (SUS). Quais as primeiras impressões sobre a nova rotina? De muita dificuldade. Não bastasse o frio, tive meu passaporte roubado no quarto dia por aqui. Com pouco dinheiro e sem documento, não era possível nem ao menos alugar um apartamento. A segunda semana foi melhor. Comecei a fazer cateterismos, consegui alugar um apartamento, minha esposa chegou e encontrei muitas pessoas dispostas a me ajudar. Não posso deixar de citar o nome de Luciane Piazza, médica brasileira, membro do corpo de intervencionistas do Instituto Policlinico San Donato, que me deu todo apoio e ajuda possíveis durante a minha chegada. Qual a diferença entre atuar na Itália e no Brasil? Afora os poucos recursos ainda não disponíveis no Brasil, não existe muita diferença. No Brasil, estamos realmente na “ponta do iceberg” no que se refere à qualidade técnica dos profissionais, o que dá a nós, hemodinamicistas da nova geração, muito orgulho de ter realizado o treinamento com pessoas de qualidade incontestável. Entretanto, a oportunidade de trabalhar ao lado de outros grandes nomes da hemodinâmica mundial é, sem dúvida, um crescimento profissional indiscutível.

Quais são os benefícios que uma experiência como esta pode trazer para a especialidade no Brasil? Antes de viajar, tive a oportunidade de conversar com diversos hemodinamicistas de cardiopatias congênitas sobre a experiência no exterior. O apoio à minha iniciativa foi incondicional. Não há dúvidas de que estamos em um patamar de qualidade internacional também porque a maioria dos nossos mestres acompanharam de perto o desenvolvimento da intervenção em cardiopatias congênitas. É indispensável que nós, mais jovens, mantenhamos esta relação próxima com os grandes centros mundiais para perpetuar a qualidade atual da hemodinâmica de congênitos no Brasil. Você recomenda que outros jovens hemodinamicistas sigam o mesmo caminho? Com certeza. Além do inegável crescimento profissional, o crescimento pessoal é incrível. A convivência com pessoas de diversos lugares do mundo, de culturas e hábitos completamente diferentes nos faz aprender e fortalecer valores muitas vezes esquecidos em nossa sociedade. O crescimento da cultura imediatista entre muitos estudantes faz com que iniciativas como esta se tornem cada vez mais escassas. Entretanto, ainda acredito em uma mudança de visão da medicina atual, o que se refletirá em melhorias na qualidade do ensino e do serviço médico nacional. ■


Global Summit on Innovations in Interventions

O mundo está de olho no Brasil Global Summit on Innovations in Interventions será realizado em abril em nosso País, oferecendo ao médico brasileiro uma oportunidade singular de aprendizado e atualização científica Por Luciana Constant Daher (GO) | coeditora

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ão Paulo será palco de um importante e inédito evento, reafirmando inequivocamente o papel do Brasil e de seus médicos no panorama da cardiologia intervencionista mundial. Trata-se do Global Summit on Innovations in Interventions (GI2), que será realizado entre os dias 13 e 15 de abril de 2011, no WTC Convention Center, em São Paulo (SP). O objetivo do evento é discutir o amplo conceito de inovações dentro da cardiologia intervencionista, desde a ideia de um novo dispositivo, dos aspectos de engenharia, fabricação e financiamento, até processos regulatórios de uso, estudos clínicos e aplicações práticas. O GI2 é um fórum importante para discussão de novas soluções dentro das principais áreas da cardiologia intervencionista, englobando as intervenções coronárias, extracardíacas, estruturais e em cardiopatias congênitas. O programa científico foi elaborado em parceria com a Cardiovascular Research Foundation (CRF), de Nova York, nos Estados Unidos, que tem longa tradição na organização do Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), o maior evento mundial de nossa área. A edição brasileira contará com a parceria, além da SBHCI, de outras renomadas entidades e instituições como Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo (SP), Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), The Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI), Pediatric Interventional Cardiology Symposium (PICS) e TCT. J. Eduardo Sousa (SP), pilar da hemodinâmica brasileira, é o presidente de honra do evento. Sua carreira coroada de êxitos e

prêmios foi responsável por projetar o Brasil no cenário mundial da pesquisa clínica em cardiologia intervencionista. Sousa dirigirá o evento junto com seus idealizadores, Alexandre Abizaid (SP), Carlos A. C. Pedra (SP) e Fausto Feres (SP), referências mundialmente conhecidas em suas áreas de atuação. O evento contará ainda com um notável comitê de codiretores, chefiado por Amanda G. M. R. Sousa (SP): Antonio Colombo (Itália), Eberhard Grube (Brasil), George Dangas (Estados Unidos), John Cheatham (Estados Unidos), Martin Leon (Estados Unidos), Patrick Serruys (Holanda), Peter Fitzgerald (Estados Unidos), Roxana Mehran (Estados Unidos), Shigeru Saito (Japão) e Ziyad Hijazi (Estados Unidos). Renomados cardiologistas intervencionistas de vários continentes terão participação fundamental para o êxito do congresso, cuja programação será dividida em três dias. No primeiro dia, 13 de abril, haverá um curso de revisão e atualização em cardiologia intervencionista dirigido para médicos novos na especialidade, com ênfase nas diretrizes atuais do uso das principais novidades tecnológicas. Este curso será organizado pela SBHCI e pela SCAI e terá a participação de palestrantes nacionais e internacionais. Paralelamente ao curso de revisão, o GI2 oferecerá sessões práticas de treinamento com novas técnicas e materiais disponibilizados pela indústria. Nessas sessões informais, o especialista poderá interagir com colegas renomados e com outros profissionais da área. Durante os dois dias subsequentes, o congressista assistirá a uma série de palestras permeadas por casos ao vivo transmitidos do Instituto Dante Pazzanese de

Cardiologia, que estimularão a discussão sobre as aplicações de novas tecnologias. Entre os principais tópicos do programa científico destacam-se o uso da sala híbrida – de cateterismo e cirurgia – para realização de novos procedimentos; métodos de imagem para o diagnóstico de doenças cardíacas; stents e medicamentos para doença coronária; dispositivos para doenças valvares, estruturais e congênitas; tecnologias para o tratamento intervencionista da insuficiência cardíaca; cirurgia e intervenção cardíaca robótica e aspectos processuais e regulatórios da pesquisa clínica. Os 14 casos ao vivo serão variados, incluindo intervenções coronárias, apêndice atrial esquerdo, valvas mitral e aórtica, cardiopatias congênitas e aneurismas da aorta. O maior desafio do GI2 será proporcionar ao congressista uma visão ampla, crítica e não tendenciosa de todo o processo de incorporação de novas tecnologias na prática da cardiologia intervencionista, com o objetivo final de levar aos pacientes cardiopatas a melhor terapêutica disponível. Estes objetivos, aliados à participação maciça de renomados intervencionistas nacionais e internacionais, tornam o GI2 um congresso importante em nosso meio. A interação salutar com a indústria será útil no sentido de ampliar os horizontes do intervencionista em relação às novidades tecnológicas, com potencial impacto positivo no tratamento de seus pacientes. A organização do evento espera a participação de 500 a mil congressistas do Brasil e do exterior. O sucesso do GI2 certamente resultará na periodicidade do evento em anos futuros. ■

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divulgação: arquivodivulgação pessoal

Joint Interventional Meeting 2011

Praça de São Pedro, no Vaticano, foi parada obrigatória aos visitantes do Joint Interventional Meeting 2011, realizado em Roma, na Itália.

De volta a Roma Cardiopatias estruturais, coronariopatias e hemodinamicistas brasileiros estiveram entre os destaques da edição 2011 do Joint Interventional Meeting (JIM), realizada em Roma, na Itália Por Décio Salvadori Jr. (SP) | chefe da Equipe de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Instituto de Cardiologia de São Paulo

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11a edição do Joint Interventional Meeting (JIM) 2011, realizada de 10 a 13 de fevereiro em Roma (Itália) com a participação de 1.500 congressistas, teve novo endereço. Neste ano, estivemos mais próximo ao Vaticano, diferentemente de edições anteriores, também realizadas em Roma, mas em uma região mais afastada. De acordo com os organizadores, a mudança foi uma determinação de repartições federais, para que o evento ocorresse em hotel classificado com 4 estrelas. Foi uma pena, pois o local anterior, o Hotel Hilton Cavalieri, embora mais distante e situado em outra colina romana, era magnífico, repleto de obras de arte e de história. Mais uma vez, o JIM caracterizou-se por inovações e demonstrações interessantes na área da cardiologia intervencionista. No programa deste ano, a intervenção em cardiopatias estruturais ganhou lugar de destaque, especialmente no primeiro dia do evento. O tratamento das patologias da valva aórtica, com diferentes tipos de próteses ou mesmo

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reintervenções, foi exaustivamente demonstrado. Em segundo plano, porém não menos explorados, ficaram os temas do tratamento da insuficiência valvar mitral (“Mitral clip”) e a oclusão da auriculeta esquerda com plug ou prótese. As transmissões dos casos ao vivo foram feitas a partir de Milão, com Antonio Colombo (Itália) e sua fantástica equipe (assim como acontecerá no Congresso da SBHCI 2011) da Universidade de Bonn, na Alemanha, pelos comandados de Eberhard Grube (SP), e também de um centro hospitalar em Londres, no Reino Unido, pela equipe de Carlo Di Mario (Itália). Os casos transmitidos ao vivo permitiram a apresentação de novas tecnologias, com o uso de materiais recentemente introduzidos pelas companhias e a divulgação de “truques” para obtenção dos melhores resultados. Esta visão dos organizadores na forma de configurar este curso sempre foi o ponto alto do JIM ao longo de todos esses anos. Apesar de tudo o que foi dito até agora, muitos participantes e congressistas ma-

nifestaram-se surpresos e um pouco desapontados com o número exagerado de casos relacionados a cardiopatias estruturais. Contudo, e principalmente do segundo dia em diante, as coronariopatias voltaram a ocupar lugar de destaque. Assistimos demonstrações de casos interessantes, nos quais foram utilizados equipamentos inéditos, que facilitam a intervenção e permitem a obtenção de resultados melhores e duradouros. O evento contou sempre com moderadores de renome, como os norte-americanos Martin Leon e Gregg W. Stone, e mesas repletas de especialistas das mais diversas nacionalidades, entre eles os brasileiros Alexandre Abizaid (SP) e Expedito Ribeiro (SP), que enriqueceram de maneira absoluta as discussões dos casos. Detalhes técnicos e a utilização de novas tecnologias ocuparam os principais momentos das apresentações. Também devemos salientar a brilhante participação do colega Marco Vugman Wainstein (RS) na execução de caso ao vivo transmitido da Universidade de Bonn, relacionado à coro-


Muito bem acompanhado

gisciasca.com.br

nariopatia complexa. Aliás, casos complexos sempre foram a tônica deste evento. Nas atividades didáticas na “hora do almoço”, relacionadas ao estado da arte das cardiopatias e tecnologias, mais uma vez esteve presente Alexandre Abizaid (SP), que proferiu palestra sobre novos stents farmacológicos e exibiu resultados preliminares de estudos clínicos sobre eles. Essa estrutura de programação, composta por exibições de casos ao vivo, discussões calorosas sobre novas tecnologias, divulgações de resultados de estudos com novos stents, demonstrações e dicas para obtenção dos melhores resultados e, por que não, para solucionar os problemas na execução destes procedimentos de coronariopatias complexas foram os pontos altos do JIM nestes 11 anos. E é justamente por esta razão que este evento é especial. Por fim, e também muito importante, é sua realização em Roma: a cidade eterna. Cada ano mais exuberante, fantástica e bela. Jamais conseguiremos conhecê-la por completo! Cada metro quadrado desta cidade tem uma longa história a ser contada. Grazie mille! ■

Marco Vugman Wainstein (RS), diretor de Intervenções Extracardíacas da SBHCI, foi um dos brasileiros de destaque na programação do JIM 2011. A convite da organização, Wainstein participou pela terceira vez do evento. Este ano apresentou um dos casos ao vivo de alta complexidade transmitidos a partir do Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha. “Fui o operador de um caso de bifurcação coronária”, afirma Wainstein. “Aliás, a bifurcação coronária teve grande ênfase em todo o congresso nas diversas abordagens sobre novos stents farmacológicos.” Entre os painelistas que discutiram o procedimento realizado pelo médico brasileiro estavam alguns dos mais importantes nomes da cardiologia intervencionista mundial, como Ian Meredith (Austrália), Gregg W. Stone (Estados Unidos) e Eulogio Garcia (Espanha).


fotos: sxc.hu e divulgação

Congresso SBHCI 2011

XXXIII Congresso da SBHCI A edição 2011 do principal evento de nossa Sociedade terá importantes novidades, como o prêmio para o caso clínico do ano e as transmissões de casos ao vivo em alta definição Por Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | diretor científico

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SBHCI já entrou na reta final da organização de seu congresso anual. Este ano, o principal evento nacional da cardiologia intervencionista, presidido por Samuel Silva da Silva (PR), acontecerá no Expotrade Convention Center em Pinhais (PR), região metropolitana de Curitiba, nos dias 8, 9 e 10 de junho. A maior novidade que o evento trará será a transmissão dos casos ao vivo em alta definição, tecnologia ainda rara em eventos científicos, mas que nossa Sociedade apresenta pela primeira vez, oferecendo aos congressistas imagens de altíssima definição e qualidade que permitirão a exibição de detalhes antes observados somente quando presentes na sala de intervenções. A Comissão Organizadora do congresso concentrou o conteúdo do evento deste ano no aprofundamento da discussão de alguns temas novos e outros amplamente conhecidos, que fazem parte da rotina do hemodinamicista: tratamento percutâneo das valvopatias aórtica e mitral; novos métodos de imagem; segurança, eficácia e novos stents farmacológicos; terapêutica farmacológica adjunta (novos antiplaquetários); dispositivos de assistência ventricular no infarto; intervenções extracardíacas; cardiopatias congênitas e diretrizes de cardiologia inter-

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De cima para baixo, pôr do sol em Curitiba, a Ópera de Arame e Expotrade, onde será realizado o XXXIII Congresso da SBHCI.

vencionista. Para discutir este último tópico, a coordenação do congresso convidou o médico William Wijns (Bélgica), presidente do EuroPCR e primeiro autor das diretrizes europeias de revascularização. Além de Wijns, outros profissionais estrangeiros confirmaram presença: Evan M. Zahn (Estados Unidos), Federico Piscione (Itália), Murat Tuzcu (Estados Unidos), Peter Fitzgerald (Estados Unidos) e Shakeel A. Qureshi (Inglaterra). Francisco José Araujo Chamié de Queiroz (RJ), diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas, está em contato com dois grandes profissionais estrangeiros que também virão ao Brasil. Todos os nomes serão confirmados nos próximos meses e divulgados no Portal da SBHCI. A participação de profissionais renomados internacionalmente também será marcada nas transmissões via satélite de casos ao vivo. Antonio Colombo (Itália) disponibilizou o Centro Cuore Columbus, em Milão, na Itália, para uma das sessões. Também temos confirmados casos transmitidos do Washington

Hospital Center, em Washington, DC, nos Estados Unidos, por Augusto Pichard (Chile), e do Swedish Hospital, em Seattle, também nos Estados Unidos, por Mark Reisman (Estados Unidos). Os casos nacionais serão realizados em hospitais de Curitiba (PR). Duas importantes novidades devem ser ressaltadas. A primeira é a criação da sessão batizada de “O Melhor Caso do Ano”. A comissão avaliadora vai escolher cinco casos clínicos previamente inscritos para serem apresentados na sala principal do congresso. Um dos casos apresentados será eleito o melhor do ano, e seu autor será premiado com passagem, estadia em hotel e inscrição para o Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT) 2011, que acontecerá em novembro na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. A segunda novidade em relação aos anos anteriores está no horário de abertura e encerramento do congresso. Neste ano, o evento terá início na quarta-feira, dia 8 de junho, às 9 horas, e o encerramento se dará na sexta-feira, dia 10 de junho, às 16 horas. ■


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Mar-2011


Panorama

Cineangiocoronariografia com acesso pela artéria radial Aos poucos, o procedimento de cateterismo com acesso pela artéria radial ganha adeptos, cresce no Brasil, e quem o utiliza já aplica a técnica em quase 100% de seus pacientes Por Gilberto Lahorgue Nunes (RS) | Centro de Terapia Endovascular e Instituto de Medicina Vascular, do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS)

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experiência com a utilização da artéria radial como alternativa ao acesso femoral tradicional iniciou-se em 1989 com Lucien Campeau (Canadá), do Montreal Heart Institute. Nesta experiência pioneira, 100 pacientes consecutivos foram submetidos à cineangiocoronariografia diagnóstica por esta nova via de acesso vascular. Posteriormente, em 1992, Ferdinand Kiemeneij (Holanda) e seu grupo no Hospital OLVG em Amsterdã adaptaram esta técnica e realizaram os primeiros casos de angioplastia coronária e, posteriormente, de implante dos stents coronários. Os resultados desta e de outras experiências iniciais levaram à gradual difusão desta via de acesso, inicialmente na Europa e na Ásia e, posteriormente, nas Américas. No Brasil, os colegas Raimundo Furtado (MA) e Bedson de Sá (PE) apresentaram sua experiência inicial com cineangiocoronariografia diagnóstica pela via transradial em 1998, que posteriormente foi replicada em outros hospitais de nosso País. Nossa experiência pessoal com o acesso radial iniciou-se em abril de 2000 na Santa Casa de Porto Alegre (RS), sendo que, atualmente, esta é a nossa via de acesso preferencial, tanto para a realização de exames diagnósticos como terapêuticos. O emprego da via radial apresenta várias vantagens em relação ao acesso femoral. Em primeiro lugar, a utilização da via radial permite a deambulação imediatamente após o término do procedimento, o que aumenta significativamente a sensação de conforto do paciente. Além disso, a via radial está associada a uma menor chance de ocorrência de sangramentos no local da punção e a me-

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nores taxas de complicações vasculares em comparação com as outras vias de acesso (mesmo quando são empregados dispositivos de sutura vascular da artéria femoral). Adicionalmente, a redução das complicações vasculares tem efeitos benéficos sobre os custos associados à intervenção coronária percutânea. Em comparação com a via femoral, os custos hospitalares são menores e a internação, mais curta. Outra vantagem da utilização do acesso radial é a possibilidade de transformar a intervenção coronária percutânea em um procedimento ambulatorial, como vem sendo realizado há vários anos pelo grupo de Amsterdã. Várias experiências internacionais demonstram que a liberação do paciente para casa horas após o procedimento é segura e pode ser empregada na maioria dos casos, tendo impacto ainda mais profundo na redução dos custos associados à intervenção percutânea. Finalmente, o acesso transradial é especialmente útil nos pacientes com maior probabilidade de desenvolvimento de complicações hemorrágicas associadas ao sítio de acesso vascular, como mulheres, idosos, obesos e pacientes tratados na vigência das síndromes coronarianas agudas, nos quais o uso de antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa e de anticoagulantes é mais frequente. Apesar de todas estas vantagens, o emprego rotineiro da via radial ainda é relativamente restrito. Dados do registro da SBHCI (Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares – CENIC), publicados em 1998, indicavam que a via femoral era empregada em mais de 90% dos procedimentos, sendo

que em apenas 8% das intervenções coronárias percutâneas (ICP) o acesso era radial. Nos últimos cinco anos, houve o aumento para aproximadamente 11% dos casos, segundo dados do mesmo registro. Situação semelhante é observada nos Estados Unidos, onde a análise de 593.094 procedimentos catalogados no National Cardiovascular Data Registry demonstrou que a frequência de utilização desta via de acesso é ainda menor (1,32% do total de procedimentos). As razões para a resistência de alguns operadores à utilização do acesso radial são múltiplas. A abordagem da artéria radial é tecnicamente mais complexa do que a punção da artéria femoral, e a punção da artéria radial requer maiores cuidados pelo seu menor calibre e pela sua maior propensão a apresentar espasmo. Adicionalmente, a cateterização dos óstios coronários também pode ser mais difícil, especialmente quando ocorre manipulação excessiva dos cateteres-guia ou dos fios-guia. Por estes motivos, para adquirir proficiência na realização de procedimentos utilizando a artéria radial, o operador precisa submeter-se a uma curva de aprendizado mais longa do que a observada com a abordagem femoral. Entretanto, dados do estudo RAPTOR, apresentados durante o congresso da American Heart Association (AHA) em 2009, demonstram que operadores experientes podem, em curto espaço de tempo, adquirir proficiência e adotar a via radial como acesso preferencial. Estudos recentes sugerem fortemente que o emprego da via radial é capaz de reduzir também desfechos duros pós-intervenção coronária percutânea, por meio da diminui-


divulgação | Terumo

Para ter domínio da técnica são necessários cerca de 500 casos, segundo José Armando Mangione (SP), que utiliza este tipo de procedimento desde 2006.

ção da ocorrência de sangramentos. Uma análise conjunta de pacientes incluídos nos estudos ISAR (REACT, SWEET, SMART-2 e REACT-2) demonstrou que a ocorrência de sangramento periprocedimento foi um importante preditor de mortalidade ao final de um ano. O sangramento de qualquer monta elevou a mortalidade em três vezes e apresentou um poder discriminatório semelhante ao da ocorrência de infarto periprocedimento ou da necessidade de revascularização urgente. O estudo M.O.R.T.A.L. confirmou estes achados, demonstrando que o acesso radial foi capaz de reduzir pela metade a taxa de transfusões sanguíneas (2,8% contra 1,4%) e, consequentemente, a mortalidade ao final de 30 dias e de um 1 ano em, respectivamente, 29% e 17% em comparação com o acesso femoral. Mais recentemente, os estudos PREVAIL e PRESTO-ACS confirmaram a associação entre emprego da via radial e redução de mortalidade, tanto em pacientes eletivos como naqueles com quadro de síndrome coronariana aguda. A grande quantidade de evidências relacionando o emprego do acesso transradial a menores taxas de complicações e a crescente disponibilidade no mercado de materiais desenvolvidos especificamente para utilização pela via radial vão propiciar que, em um futuro próximo, o número de operadores utilizando este acesso de maneira rotineira aumente expressivamente em nosso meio. Isto certamente terá um impacto positivo no aumento da segurança e na redução de custos associados à abordagem percutânea, o que será extremamente benéfico para o sistema de saúde de nosso País. ■

Quatro cardiologistas intervencionistas que optaram por enfrentar as dificuldades do aprendizado de uma nova técnica explicaram por que o acesso transradial reduz custos e diminui riscos, mas ainda é preterido pelos médicos acostumados ao acesso femoral

José Armando Mangione (SP) Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP). Utiliza a técnica radial desde 2006.

Como passou a utilizar a técnica? O início do procedimento foi um pouco mais trabalhoso porque esta artéria é muito fina, o que torna a punção mais trabalhosa. No começo, perdia de 15% a 20% do espaço e não conseguia fazer. Hoje, com a experiência, esta taxa cai a menos de 1%. Por conta desta dificuldade, é necessário um treinamento um pouco mais longo. Para ter o domínio da técnica é preciso ter feito, no mínimo, uns 500 casos. Com o material adequado, dificilmente ocorre espasmo. O cateter deve ser de boa qualidade. Se for rugoso, ele traumatiza um pouco a pele e causa espasmo. Hoje, a maior dificuldade é o início da técnica, período em que o pessoal começa a perder punção. Então, é preciso ter obstinação, paciência. No começo, nós sofremos, quase paramos, por conta da alta quantidade de espasmos. Descobri que era o uso inadequado do material e trocamos o cateter. Insistimos. Se os outros faziam, por que nós não poderíamos fazer? Mudamos o material, e as coisas melhoraram. Hoje, meus residentes adoram fazer este procedimento. Não é à toa que o acesso à artéria é mais simples, pois é uma artéria fina. É uma artéria mais superficial, então dificilmente será traumatizada e dificilmente haverá complicação vascular, como fístula, aneurisma, rompimento de uma placa ou oclusão da artéria. A complicação vascular é de 0,1%, quase inexistente. Outra vantagem da técnica em comparação à

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Radial ou femoral?

femoral é que na perna você tem de ficar de quatro a seis horas em repouso, com a perna esticada. Com a radial, você já pode andar imediatamente após o procedimento; esta é uma grande vantagem. Você tira o cateter, põe o curativo e já pode andar, se quiser. Existem pacientes de risco? Sim, os pacientes com artéria de pequeno calibre. Se a artéria for muito fina, pode ocorrer espasmo. É um local de rica circulação colateral na mão. Então, mesmo que você perca o pulso, se há um hematoma ou uma trombose, é possível fazer uma circulação colateral e a mão volta a ser irrigada normalmente. Na sua visão, qual o futuro da técnica? A técnica vai se desenvolver cada vez mais. A grande vantagem é que os pacientes vão embora para casa mais cedo. Então, você economiza, o custo diminui, o paciente fica menos tempo internado. Por conta de a chance de ocorrer hematomas, trombose ou fístula ser quase zero, diferentemente da técnica via artéria femoral, o custo diminui.

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Raimundo Furtado (MA)

Responsável técnico pelo Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital São Domingos, em São Luís (MA). Utiliza a técnica radial desde 1997, quando respondia como chefe do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do UDI Hospital, também em São Luís, com o auxílio de Bedson de Sá (PE) e, posteriormente, de Márcio Barbosa (MA).

Quais as principais dificuldades encontradas hoje? Na realidade, atualmente não temos muitas dificuldades. Entretanto, vale mencionar que o acesso transradial oferece alguns desafios técnicos que são superados conforme se adquire experiência. Em função destas dificuldades, a técnica tem sido aceita com relutância por operadores de grande experiência em outras vias de acesso, ao mesmo tempo em que ganha popularidade entre intervencionistas mais jovens, suscetíveis a encarar a curva de aprendizado. Estas dificuldades vão desde a punção radial propriamente dita, até o posicionamento adequado dos cateteres nos óstios coronários, tendo como denominador comum o espasmo radial. Algumas destas dificuldades também são superadas pela possibilidade de se poder utilizar a artéria radial contralateral, bem como pela opção da utilização da artéria ulnar, direita ou esquerda, cuja técnica tem sido desenvolvida no Brasil por Pedro Beraldo (SP) e colaboradores. Em que tipo de pacientes o senhor utiliza a técnica radial? Todos os pacientes com indicação para

realizar angiografia ou intervenção coronária, principalmente considerando que podemos utilizar ambas as artérias radiais, direita e esquerda, ou mesmo, a artéria ulnar. A possibilidade de uso de cateteres de até 8F de diâmetro, em muitos casos, permite a utilização de quase todos os dispositivos disponíveis atualmente. Assim, não existem limitações com relação à idade, sexo ou raça. Como o senhor vê o desenvolvimento da técnica a médio e longo prazos? O refinamento das técnicas e equipamentos tem permitido o uso de vias de acesso vascular alternativas no intuito de facilitar os procedimentos, reduzir o desconforto dos pacientes e minimizar as complicações. Atualmente, a maioria dos procedimentos percutâneos diagnósticos e terapêuticos já podem ser realizados de forma cômoda, por meio da punção da artéria radial. Implante de stents uni, bi ou triarteriais, tratamento de lesões de bifurcação, angioplastias primárias e de resgate com o mínimo de desconforto e complicações já são uma realidade. Nos dias de hoje, são utilizados cateteres diagnósticos de até 4F, e cateteres terapêuticos de 5F, 6F e até 8F. Com a constante evolução na indústria dos materiais, podemos crer que, em breve, todos os procedimentos intervencionistas coronários poderão ser realizados por esta via. Outro fato que pode auxiliar o desenvolvimento desta técnica em nosso País a médio e longo prazos seria sua utilização rotineira por instituições formadoras de opinião e de novos cardiologistas intervencionistas. No entanto, muitos cardiologistas intervencionistas experientes já fazem isso. Quero mencionar Nahaliel Pes-

Roberto Vieira Botelho (MG) Instituto do Coração do Triângulo, em Uberlândia (MG). Utiliza a técnica radial desde 1998.

Quais as principais dificuldades encontradas hoje? A necessidade de utilização de cateteres de maior calibre (7F, 8F) nas bifurcações e tratamentos do tronco da coronária esquerda, e a utilização de grandes ogivas de rotablator. Esta limitação já vem sendo amenizada pela técnica de intervenção sem introdutores (sheathless) na curva de aprendizado, embora cada vez menos impactante entre as limitações. Em que tipo de pacientes o senhor utiliza a técnica radial? Em pacientes que apresentam calibre adequado da artéria radial (que ofereça relação artéria/ sheath maior ou igual a 1) associado à boa patên-

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fotos: divulgação | arquivo pessoal

Panorama

soa Rodrigues (RJ), que mesmo tendo sido o introdutor da técnica femoral no Brasil, em conjunto com Gilvan Dourado (AL), hoje utiliza preferencialmente em seu Serviço a técnica transradial. Em São Paulo, o mesmo vem acontecendo com José Armando Mangione (SP), cuja técnica preferencial também era a femoral e passou a utilizar a técnica radial. Quantos casos são atendidos, aproximadamente, por mês, em seu Serviço? De 100 a 120 casos por mês. Considerando toda nossa experiência desde que iniciamos a técnica em 1997, bem como a experiência conjunta de nossa equipe, contamos hoje com cerca de 30 mil casos realizados através da via de acesso transradial. cia da circulação palmar, especialmente pacientes de maior risco e nas síndromes agudas. Como o senhor vê o desenvolvimento da técnica a médio e longo prazos? Os avanços da técnica e da tecnologia têm ampliado as indicações, favorecido a reutilização do acesso e facilitado a curva de aprendizado. O benefício, claramente percebido por médicos e pacientes, tem estimulado a incorporação nos principais laboratórios de cardiologia intervencionista. Por isso, a médio e longo prazos, será a técnica preferencial nos principais serviços em diferentes países. Quantos casos são atendidos, aproximadamente, por mês, em seu Serviço? Cerca de 66% dos pacientes são tratados por via radial em nosso Serviço, que realiza cerca de 4 mil exames por ano, sendo 800 intervenções terapêuticas.


divulgação | terumo

André Labrunie (PR)

Atua em oito hospitais, sendo um hospital em Marília (SP), um hospital em Londrina (PR) e outros seis em Curitiba (PR). Utiliza a técnica radial desde 1999.

Quais as principais dificuldades encontradas em 1999, quando começou a utilizar a técnica? A principal dificuldade era aceitar a mudança de um conceito, uma maneira de fazer alguma coisa que era feita há muito tempo de forma diferente. A partir daí, as coisas aconteceram de maneira muito mais natural. No nosso caso, foi uma busca. Nós imaginávamos que seria uma alternativa e queríamos esta nova opção. Então nos dedicamos e mergulhamos nesta empreitada. Em que tipo de pacientes o senhor utiliza a técnica radial? Um grupo de pacientes é o que apresenta obesidade, que fica em situação muito complicada quando o procedimento é feito pela perna. Já o procedimento pelo punho é uma situação muito mais serena e mais segura. A chance de sangrar na virilha é maior, e no obeso isso se multiplica por causa da condição física. Outro grupo de pacientes que se beneficia da técnica radial é o de coagulopatas, pacientes que têm problema de coagulação. Se eu faço o procedimento em uma via cuja chance de sangrar é menor, isso se torna melhor para eles. Outro grupo é o de idosos. O idoso tem problemas ortopédicos, questões posturais, da próstata. Para esses pacientes, ficar deitado por um longo período torna-se uma situação desconfortável; ao passo que, se ele faz pelo punho, ele pode se movimentar, o que minimiza

o desconforto. Um grupo de pacientes que tratamos muito frequentemente são os que possuem o quadro da síndrome coronária aguda. Esses pacientes vão ao cateterismo para desobstruir a artéria que está ocluída. Para isso, eles recebem vários fármacos que diminuem a capacidade do organismo de coagular, ou seja, que propiciam o sangramento. Então, nesse tipo de paciente, se eu utilizar uma via de acesso que reduz a possibilidade de sangramento, certamente, usarei essas drogas com mais segurança. É uma massa grande de gente que se beneficia. Então, o domínio desta técnica não é mais um luxo, é uma necessidade. Como o senhor vê o desenvolvimento da técnica a médio e longo prazos? Nas gerações mais novas, esta técnica está vindo com muita força. É inevitável. Você não pode prescindir de uma técnica que é melhor que a outra. A técnica radial é melhor que a femoral em muitas situações e se equivale em tantas outras situações. Hoje, no Brasil, ainda é pouco utilizada. Não chega a 20% do total, mas está crescendo. Em determinados países do Oriente, como o Japão e a China, esse número passa dos 60%. Em países da Europa, como Itália, Espanha e Noruega, chega a 70%. Nós ainda estamos bem abaixo, talvez, porque a influência americana seja muito grande em nossa medicina, e nos Estados Unidos esta técnica não chega a 5%. Mas as ondas europeia e oriental, que nos apresentaram esta técnica pelos resultados positivos, dobrarão os americanos mais cedo ou mais tarde. Quantos casos são atendidos, aproximadamente, por mês, em seu Serviço? Nós utilizamos a técnica radial em mais de 90% dos procedimentos. Nós nos apaixonamos e nos envolvemos com esta técnica de maneira que ela se tornou o carro-chefe e substituiu a técnica tradicional, que é a femoral. Utilizamos a técnica femoral como alternativa, quando há alguma contraindicação ou alguma dificuldade nesse sentido, e passamos para a chamada técnica clássica.

De acordo com André Labrunie (PR), a cineangiocoronariografia com acesso pela artéria radial não é mais um luxo. É uma necessidade, apesar de ainda ser pouco utilizada no Brasil.

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fotos: divulgação

Arquitetura Hospitalar

À esquerda, quarto no Las Vegas Medical Center, em Las Vegas, nos Estados Unidos. À direita, o Cleveland Clinic Lou Ruvo Center for Brain Health, também em Las Vegas. Os dois centros hospitalares estavam no roteiro de visitas monitoradas do Healthcare Design Conference 2010.

Muito além da sala de exames Evento especializado em arquitetura hospitalar reuniu em Las Vegas, nos Estados Unidos, cerca de mil pessoas envolvidas no universo da saúde para discutir arquitetura hospitalar Por Hélio Castello (SP) | coeditor e Pamela Ortiz (SP) | arquiteta hospitalar

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e 13 a 16 de novembro de 2010, participamos de um congresso diferente do que estamos habituados, o Healthcare Design Conference, que reuniu mais de mil congressistas no Hotel MGM Grand, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O evento mostrou aos visitantes como está a situação das construções de edifícios de saúde ao redor do mundo e, principalmente, para onde caminharemos, criando espaços que influenciem positivamente a melhoria da assistência à saúde da população, sem prejudicar o meio ambiente e com foco na relação custo-efetividade. O mais incrível é que o congresso não foi voltado apenas para arquitetos e engenheiros. Também teve a participação de médicos, professores, muitas enfermeiras, sociólogos, psicólogos, empresários da área da saúde, gestores e pessoas de quaisquer outros segmentos que exercem alguma influência na assistência aos pacientes. Em mais de 130 palestras e mesas-redondas disponíveis em quatro dias de congresso, destacamos alguns pontos de maior interesse e aplicabilidade:

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• A importância da participação multidisciplinar e multiprofissional na criação do espaço e no desenvolvimento do processo operacional; • Desenho de processos, rotinas técnicas e fluxos que visam a coibir desperdícios e evitar o retrabalho, fomentando uma assistência de qualidade e melhores resultados aos pacientes; • Uso de novos materiais e equipamentos com menor agressão ao meio ambiente e maior aproveitamento do espaço e dos recursos existentes; • A quebra de paradigmas em relação às cores e ao uso de imagens ou técnicas que influenciem positivamente o conforto e o equilíbrio emocional dos pacientes e dos profissionais de saúde; • Os novos desafios existentes na formação de profissionais de saúde, principalmente médicos, para que possam ampliar sua visão. Escolas de medicina e especialização em hospitais estão investindo em colocar os futuros médicos e especialistas em contato com profissionais de outras áreas, para que possam ampliar seus conhecimentos e

terem uma visão mais ampla da realidade; • O Design Baseado em Evidências (DBE), algo parecido com a Medicina Baseada em Evidências (MBE), torna o trabalho arquitetônico funcional no desempenho, no cumprimento de normas legais, na interação e na sinergia completa com as pessoas que utilizam o espaço e com os demais materiais inseridos, de olho na sustentabilidade e no respeito ao meio ambiente. O principal benefício do DBE é oferecer condições para que os profissionais trabalhem sem perda de tempo, com maior conforto, em condições ergonômicas e com praticidade, diminuindo o desgaste das pessoas e o índice de insalubridade; • Putting Patients First – Planetree Model: conceitos inseridos na criação de espaços de cura focados nas necessidades e expectativas dos pacientes. Com certeza, teremos de caminhar muito para que nossos serviços de saúde estejam adequados dos pontos de vista legal, ambiental e operacional. Este é só um alerta para que façamos a nossa parte nesta caminhada. ■


Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea

Novas evidências Por Rogério Sarmento-Leite (RS) | diretor-técnico do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

O

crescimento contínuo da tecnologia e o uso de um simulador de última geração e utilizado pela primeira vez em eventos brasileiros são os destaques da segunda edição do Simpósio Internacional de Terapia Valvular Percutânea, que será realizado pelo Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC-FUC) no dia 6 de maio, no Centro de Eventos do Hotel Deville, em Porto Alegre (RS). A novidade deste ano são os “hands on”, simuladores que permitirão aos participantes manipular o dispositivo, como se estivessem fazendo o procedimento em tempo real. Embora seja parecido com o simulador usado para síndromes coronarianas, é a primeira vez que o equipamento da Medtronic, com programa de computador específico para a técnica do implante percutâneo valvar aórtico, será usado no Brasil. O equipa-

mento já havia sido usado no Congresso da SOLACI, em Buenos Aires, no ano passado. Os participantes do simpósio poderão agendar períodos de 20 a 30 minutos durante todo o dia do evento para vivenciar a experiência com a técnica. A programação científica do simpósio prevê palestras sobre os conceitos básicos em terapia valvar aórtica, diferenças entre dispositivos, aumento das indicações deste procedimento e exposição de relatos de casos da prática clínica, que está em crescente demanda. “De um ano para cá, surgiram muitas evidências e foram publicados vários trabalhos que conseguiram caracterizar melhor o real papel desta tecnologia, que cada vez mais está indicada para pacientes de alto risco cirúrgico”, afirma Rogério Sarmento-Leite (RS), membro da Comissão Executiva do evento. Entre os palestrantes convidados, estão Eberhard Grube (SP), proctor especializado

no dispositivo CoreValve – utilizado atualmente pelos centros brasileiros –, e Josep Rodés-Cabau (Canadá), diretor do Laboratório de Cateterismo e Intervenção do Instituto de Pulmão e Coração de Quebec, no Canadá, que falará sobre as peculiaridades do dispositivo da Edwards, nova opção para a técnica, ainda em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas que deve chegar ao Brasil ainda este ano. ■ AGENDE-SE II Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea Data: 6 de maio de 2011 Horário: das 7h30 às 18h30 Local: Centro de Eventos do Hotel Deville, em Porto Alegre (RS) Informações e inscrições: Plenarium Organização de Congressos Tel: (51) 3311.8969 www.cardiologia.org.br

3 e 4 anos de

seguimento clínico Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.

Trombose Definida* - 3 Anos

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Segurança

3,5

Eventos Adversos - 4 Anos

Eficácia

Total

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20,0

3,0 Taxus

2,5

15,0

Nobori®

11,8

2,0

10,6

• Polímero Biodegradável (Ác. Polilactico – PLA)

10,0

1,5

0,0

0,0

0,5

%

0,0 0 dias

01 mês

01 ano

02 anos

03 anos

• Cobertura Abluminal

3,5

5,0

1,0

Morte / Infarto do Miocárdio

CABG

0,0 Revascularização da Lesão Alvo

Revascularização do Vaso Alvo

Eventos Adversos Cardíacos Maiores

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Eleições 2011

Processo eleitoral Exerça seu direito de legitimar os colegas que estarão à frente de nossa Sociedade no biênio 2012-2013. Participe da votação eletrônica que acontecerá na primeira semana de junho

N

o dia 1º de abril, encerrou-se o prazo para inscrições de chapas candidatas a assumirem a gestão 2012-2013 da SBHCI. Apenas um grupo se organizou, se preparou e se inscreveu tendo como candidato a presidente Marcelo Queiroga (PB), atual presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI).

É nosso dever societário participar do pleito eleitoral e legitimar a escolha do próximo presidente. Novamente, a votação será eletrônica, por meio da Internet. Todo sócio apto a participar do processo eleitoral recebeu uma senha enviada pelo correio que dará acesso ao sistema pela Internet. Caso não tenha recebido, o prazo final para solicitação da segunda via da senha é 24 de abril.

A votação estará aberta da 0 hora do dia 1º de junho até as 16 horas do dia 7 de junho. No dia 8 de junho, a Diretoria atual divulgará o resultado promulgado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Saiba quem são os colegas inscritos na chapa de Queiroga, seus currículos, e conheça as principais propostas para a gestão do biênio 2012-2013.

As propostas para o biênio 2012-2013 O candidato à Presidência da SBHCI apresenta as diretrizes de atuação que pretende manter à frente de nossa Sociedade

fotos: gisciasca.com.br

“A Marcelo Queiroga (PB) Presidente

Graduado em 1988 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, fez residência em 1991 no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro (RJ), e treinamento no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP), em 1993. É diretor do Cardiocenter (Departamento de Cardiologia Intervencionista dos hospitais Unimed João Pessoa e Santa Paula Ltda). Conselheiro do Conselho Regional de Medicina da Paraíba. Presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI). Especialista em cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Membro do Conselho Deliberativo da SBHCI. Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia da Paraíba (SBC-PB). Doutorando em bioética da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

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linha central de atuação de nossa Diretoria será focada na continuidade do processo de gestão da atual direção, conduzida com proficiência por Maurício de Rezende Barbosa (MG), diretrizes estabelecidas desde 2006, quando a SBHCI esteve sob a liderança de Luiz Alberto Piva e Mattos (SP). Será mantida a política de valorização do associado, seja por meio da oferta de programas de educação continuada ou pela defesa intransigente dos legítimos interesses dos cardiologistas intervencionistas como categoria profissional. Para consecução das metas anunciadas, constituímos uma equipe integrada por colegas de experiência comprovada, representativa da realidade nacional, todos comprometidos com o aperfeiçoamento da gestão societária. Atenção especial será dada ao processo de certificação profissional por meio da Comissão de Certificação Profissional, a fim de formar novos intervencionistas sintonizados com as atuais demandas da sociedade brasileira. Assim, atuaremos junto aos centros formadores fomentando a incorporação de valores éticos e científicos aos novos médicos que integrarão a comunidade intervencionista brasileira. Iniciativas visando a suscitar o interesse na pesquisa clínica serão priorizadas. A Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) continuará a ser incentivada, a fim de assegurar à comunidade cardiológica uma oportunidade para publicação de suas pesqui-

sas no campo da cardiologia invasiva. Todos os meios necessários a fim de obter uma indexação cada vez mais qualificada para nossa revista serão adotados, observando-se a excelência científica e independência editorial. Por fim, buscaremos dialogar com as autoridades governamentais e com a saúde suplementar pela incorporação das técnicas intervencionistas para potenciar os benefícios aos pacientes, sobretudo os extratos sociais que atualmente se encontram apartados desses procedimentos médicos.” Conheça, ao lado, a Diretoria Executiva, cuja atuação será complementada pelos conselheiros apresentados abaixo: Conselho Fiscal Carlos Eduardo Diniz Couto (MG) José Marconi Almeida de Sousa (SP) Marcello Augustus de Sena (RJ) Conselho Deliberativo Adrian Paulo Morales Kormann (SC) Alexandre do Canto Zago (RS) Bruno Moulin Machado (ES) Flávio Roberto Azevedo de Oliveira (PE) Gérson Miranda (MG) João Orávio de Freitas Júnior (SP) José Klauber Roger Carneiro (CE) Leonardo Cogo Beck (DF) Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) Maria Cristina Meira Ferreira (RJ) Viviana de Mello Guzzo Lemke (PR)


Pedro Alves Lemos Neto (SP) Diretor Administrativo

Formado pela Universidade de Brasília (DF), com residência em clínica médica no Hospital das Clínicas da USP e residência em cardiologia clínica e intervencionista no Instituto do Coração da USP. Possui PhD em medicina pela Universidade Erasmus, em Roterdam (Holanda). Atualmente é professor colaborador e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP e trabalha como cardiologista intervencionista no InCor, em São Paulo. É também coordenador técnico do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Possui três livros publicados e mais de uma centena de artigos científicos publicados em periódicos indexados.

José Ary Boechat (RJ) Diretor de Comunicações

Graduado pela Universidade Federal Fluminense, com residência médica em cardiologia e cardiologia intervencionista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua na Clínica São Vicente e nos hospitais da Rede ESHO, no Rio de Janeiro e em Niterói (RJ). Atual presidente da Sociedade de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ).

Antônio Carlos Neves Ferreira (MG) Diretor de Intervenções Extracardíacas

Graduado em 1986 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, fez residência no Hospital Vera Cruz, em 1989, e treinamento no InCor, em São Paulo. Atualmente, é cardiologista intervencionista e coordenador do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Mater Dei de Belo Horizonte (MG). Atual presidente da Associação Mineira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (AMHCI).

Antônio Luiz Secches (SP) Diretor Financeiro

Graduado em 1974 pela Universidade do Estado de São Paulo, em São José do Rio Preto (SP), concluiu em 1976 residência no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde realizou treinamento em hemodinâmica em 1977. Atualmente, é o responsável pelo Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista dos hospitais São Francisco e Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto (SP).

Hélio Castello (SP) Diretor de Qualidade Profissional

Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro em 1986, fez residência pela Universidade Federal de São Paulo em 1990, tornou-se especialista em cardiologia pela mesma instituição em 1991, na qual também tornou-se mestre em cardiologia. Possui MBA em gestão em saúde pela Fundação Getúlio Vargas e é coordenador dos Serviços de Intervenções Cardiovasculares do Grupo Saúde Bandeirantes, do Hospital São Luiz - Anália Franco e do Hospital Regional do Vale do Paraíba, em São Paulo.

Carlos AC Pedra (SP) Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas

Graduado em 1986 pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Fez residência em pediatria no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) de 1987 a 1989 seguido de complementação especializada em terapia intensiva no pós-operatório de cirurgia cardíaca do Instituto do Coração (InCor) da FMUSP em 1989. Fez residência em cardiologia pediátrica seguida de treinamento em cardiologia invasiva

Rogério Sarmento-Leite (RS) Diretor Científico

Graduado em 1992 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluiu residência em 1996 no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul da Fundação Universitária de Cardiologia de Porto Alegre (IC-FUC). É diretor-técnico do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologista Intervencionista do IC-FUC, fellow em cardiologia pelo Texas Heart Institute/ Baylor College of Medicine, Houston, Texas (Estados Unidos). Mestre e doutor em cardiologia pela FUC-RS, professor do curso de Pós-Graduação em cardiologia e pró-diretor de extensão da FUC-RS.

Samuel Silva da Silva (PR) Diretor de Educação Médica Continuada

Graduado em 1968 pela Universidade Federal de Santa Maria (PR). Concluiu especialização em cardiologia e hemodinâmica no Serviço do Prof. Luiz V. Décourt no Hospital das Clínicas da USP em 1970. É mestre em cardiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor-adjunto de cardiologia da Universidade Estadual de Londrina (PR). Chefe dos Serviços de Hemodinâmica do Hospital Evangélico de Londrina e do Hospital Universitário Regional Norte do Paraná.

e intervencionista em cardiopatias congênitas no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de 1994 a 1998. Entre 1998 e 1999, passou 18 meses no The Hospital for Sick Children em Toronto (Canadá) como clinical fellow. Em 2004 defendeu sua tese de Doutorado na Faculdade de Medicina da FMUSP e desde janeiro de 2004 é diretor da Seção Médica de Intervenções em Cardiopatias Congênitas do Instituto Dante Pazzanese de São Paulo. Também tem papel de codireção do Laboratório de Cateterismo de Cardiopatias Congênitas do Hospital do Coração da Associação Sanatório Sírio em São Paulo e atua nos hospitais Israelita Albert Einstein, São Luís e São Camilo. Nos últimos quatro anos teve papel de codireção do PICS (Pediatric Interventional Cardiololy Symposium) e é o atual diretor da pasta de Cardiologia Pediátrica da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI).

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divulgação | arquivo pessoal

Homenagem

Doutor Donaldo Pereira Garcia No dia 18 de janeiro, faleceu um dos pioneiros da hemodinâmica e da cardiologia intervencionista no Brasil Por Carla Ciasca (SP) | jornalista

D

onaldo Pereira Garcia nasceu no Maranhão, no dia 1o de abril de 1928. Formou-se médico em 1952 pela Universidade Federal da Bahia e fez residência no Hospital São Paulo, concluída em 1955. Na época em que se faziam exames coronarianos com pequenos e precários aparelhos, Donaldo foi o criador de diversas técnicas cirúrgicas, e seu nome faz parte da história da medicina e da hemodinâmica no Brasil. Entre 1961 e 1963, desenvolveu duas técnicas para biópsia do coração, a transtorácica e a intracavitária. Ao lado de Radi Macruz (SP), desenvolveu a técnica de septostomia, capaz de produzir comunicação entre septos atriais íntegros e reduzir o grave problema do edema agudo de pulmão. Também é ideia de Donaldo a técnica do laço para retirada de corpos estranhos no coração. Após uma temporada de estudos e aprendizado no exterior, Donaldo iniciou no Brasil as primeiras técnicas de cateterismo. Em 1977, fundou o Serviço de Hemodinâmica do Instituto do Coração (InCor), onde passou grande parte de sua carreira envolvido na assistência aos pacientes, no ensino e na pesquisa. Em 1979, soube que alguns cardiologistas estavam próximos de realizar a primeira angioplastia com balão. Na companhia de sua esposa, Dona Neide, foi à Alemanha para acompanhar as experiências no Serviço do médico Andreas

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Grüntzig. Após constatar o sucesso dos resultados, decidiu que traria a técnica para cá. Dona Neide conta que ele conseguiu um balão descartado durante um dos procedimentos na Alemanha e, pacientemente, recuperou o dispositivo no escritório de sua residência, em São Paulo. “Lembro como se fosse hoje dele desamassando aquela peça”, ela afirma. Com o material recuperado, a equipe de Donaldo se dizia pronta para realizar o procedimento. Só faltava um elemento: o paciente com as características adequadas. Passaram-se dias, semanas. Donaldo estava em casa quando recebeu o telefonema de um jovem médico com quem trabalhara no InCor, era Costantino Costantini (PR). O amigo e colega dizia do outro lado da linha que havia encontrado um paciente em Curitiba (PR). Donaldo dirigiu-se imediatamente à capital paranaense e realizou ali, junto com Costantini, a primeira angioplastia do País. Sua contribuição à hemodinâmica nacional se seguiu durante décadas no auxílio ao desenvolvimento de técnicas instrumentais e novos métodos, que hoje fazem parte da rotina dos centros cardiológicos. Como o próprio Donaldo Garcia afirmou em entrevista à Revista do InCor em 1998, ele era do tempo em que médico que fazia hemodinâmica era considerado louco. E é desse tempo que ele trazia as histórias que conta-

va para os amigos, colegas e familiares, pessoas que são unânimes ao descrevê-lo. Um homem de personalidade forte, mas muito social, sempre com uma piada ou uma boa história para contar. Pessoa querida. Jamais se negou a ajudar, sendo sempre generoso como chefe e, acima de tudo, respeitoso com qualquer pessoa, seja paciente, colega, residente ou subalterno. “Sua característica mais marcante é o respeito. Lembro dele como uma pessoa pioneira, solidária demais, que tinha muita confiança no que fazia”, afirma José Armando Mangione (SP), chefe de Equipe de Hemodinâmica do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, que conviveu durante 15 anos com Donaldo. “Devo muito da minha formação como hemodinamicista a ele, que foi meu grande incentivador.” Em casa, Donaldo era marido carinhoso. Gostava de tocar violino na companhia de sua esposa e, todos os anos, ia à Paraíba visitar sua filha e brincar com as netas. Foi em uma dessas visitas, em outubro do ano passado, que Donaldo sofreu um acidente. “Estávamos na casa de nossa filha Renata, em João Pessoa, quando ele caiu e fraturou o fêmur”, conta Dona Neide. Ele foi internado, operado e tornou-se vítima de uma segunda fatalidade: uma infecção hospitalar que o deixou debilitado. Ele não resistiu. Faleceu no dia 18 de janeiro, aos 82 anos de idade. ■


Agenda ABRIL dia 13 GI² - Global Summit on Interventions in Innovations SCAI & SBHCI - Review Course on Innovations São Paulo, SP dias 13 a 15 GI² - Global Summit on Interventions in Innovations São Paulo, SP dias 14 a 16 5º Congresso Piauiense de Cardiologia Teresina, PI sociedades.cardiol.br/pi/congresso.asp dias 27 a 29 16th Angioplasty Summit TCT Asia Pacific 2011 Seul, Coreia do Sul www.summit-tctap.com MAIO dias 4 a 7 SCAI 2011 – The Society for Cardiovascular Angiography and Interventions Congenital Heart Disease Symposium Baltimore, Estados Unidos www.scai.org dia 6 Simpósio Internacional de Terapia Valvular Percutânea do Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia Porto Alegre, RS www.cardiologia.org.br dias 8 a 11 17th Annual Interventional Cardiology – Fellows Course Miami, Estados Unidos www.fellowscourse.com dias 17 a 20 EuroPCR 2011 Paris Course of Revascularization Paris, França www.europcr.com dias 20 a 22 XXIX Congreso Nacional de Cardiología Córdoba, Argentina www.fac.org.ar/1/cong/2011/index.php dias 27 e 28 Congresso Paranaense de Cardiologia Curitiba, PR www.congressos-spc-pr.org

Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista www.sbhci.org.br Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 Vila Olímpia – São Paulo, SP CEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034

JUNHO dias 8 a 10 XXXIII Congresso da SBHCI Curitiba, PR www.sbhci.org.br dias 23 a 25 CSI 2011 Congenital & Structural Interventions Frankfurt, Alemanha www.csi-congress.org dia 25 Simpósio Satélite SBHCI no XXXII Congresso da SOCESP São Paulo, SP dias 23 a 25 XXXII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) São Paulo, SP www.congressosocesp.com.br/2011 julho dias 24 a 27 PICS & AICS 2011 - Pediatric & Adult Interventional Cardiac Symposium Boston, Estados Unidos www.picsymposium.com agosto dias 3 a 5 XVII Congresso da Sociedade Latino Americana de Cardiologia Intervencionista Santiago, Chile www.solaci.org dias 18 a 20 XXXI Congresso Norte Nordeste de Cardiologia 2011 Aracaju, SE dias 27 a 31 ESC Congress 2011 European Society of Cardiology Paris, França www.escardio.org setembro dias 10 a 14 CIRSE 2011 Cardiovascular and Interventional Radiological Society of Europe Munique, Alemanha www.cirse.org dia 19 Simpósio SBHCI no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia Porto Alegre, RS www.sbhci.org.br

dias 16 a 19 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia Porto Alegre, RS congresso.cardiol.br/66 outubro dias 9 a 12 Venice Arrhythmias 2011 Veneza, Itália www.venicearrhythmias.org dias 20 a 22 Curso Avançado em Aterotrombose Diagnóstico e Tratamento www.caat2011.com.br novembro dias 7 a 11 TCT 2011 - Transcatheter Cardiovascular Therapeutics São Francisco, Estados Unidos www.tctconference.com dias 12 a 16 American Heart Association Scientific Sessions 2011 (AHA) Orlando, Estados Unidos scientificsessions.americanheart.org dias 28 e 29 Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 2011 São Paulo, SP www.sbhci.org.br dezembro dia 2 5th Imaging & Physiology Summit 2011 Seul, Coreia do Sul www.imaging-physiology.com/2011 dia 3 VIII Simpósio de Cardiologia Clínica e Hemodinâmica do Hospital Mario Lioni (AMIL Par RJ) Rio de Janeiro, RJ Tel. (21) 2775-3000 dias 7 a 19 Reunião Científica Anual SOCIME 2011 Puebla, México www.socime.com.mx dias 9 e 10 Endovascular Summit 2011 San Juan, Porto Rico www.endovascularsummit.net

Gestão 2010-2011 Presidente: Maurício de Rezende Barbosa (MG) | Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) | Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) | Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) | Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) | Diretor de Edu­cação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) | Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vug­man Wainstein (RS) | Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ) Equipe Administrativa Norma Cabral | gerência administrativa | gerencia@sbhci.org.br Aline Ribeiro | científico | cientifico@sbhci.org.br Eleni Peixinho | financeiro | financeiro@sbhci.org.br Kelly Peruzi | sócios | socio@sbhci.org.br Roberta Fonseca | eventos | eventos@sbhci.org.br Vânia Fernandes | secretaria | secretaria@sbhci.org.br

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Curitiba

Expotrade Convention Center ∙ Pinhas ∙ PR

08 a 10

de junho

2011

Informações (11) 3 8 4 9 5 0 3 4 eventos@sbhci.org.br www.sbhci.org.br


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