Ano XIV | no 3 | #43 julho, agosto e setembro de 2011 Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
+
Honorários médicos É hora de união! E mais:
Novo Portal SBHCI
|
Cobertura ESC e SOLACI
|
Salas híbridas
A vida merece uma segunda chance.
Agora você já pode fazer muito mais pelos seus pacientes com SCA.
Brilinta® demonstrou superioridade em relação ao clopidogrel no estudo PlatO: 21% de redução do risco relativo na mortalidade cardiovascular versus clopidogrel.1 Superioridade de BRILINTA® na redução do desfecho de eficácia evidente nos primeiros 30 dias e aumento no período de 12 meses de tratamento.1 Não apresenta diferenças significativas no sangramento maior ou fatal versus clopidogrel.1 Oferece resultados consistentes em amplo espectro de pacientes com SCA e suas formas de tratamento.1 Contraindicação: pacientes com sangramento patológico ativo, com antecedente de hemorragia intracraniana e/ou com insuficiência hepática grave. Interações medicamentosas: cetoconazol, diltiazem e rifampicina. A peRSISTIRem OS SINTOmAS, O médICO deveRá SeR CONSuLTAdO.
20 Comprimidos 30 Comprimidos
BRILINTA® (ticagrelor) é um membro da classe química ciclopentiltriazolopirimidinas (CpTp), que é antagonista seletivo e reversível do receptor da adenosina difosfato (Adp), agindo sobre o receptor de Adp p2Y12 que pode prevenir a ativação e agregação plaquetária mediada por Adp. O ticagrelor é ativo por via oral e interage reversivelmente com o receptor plaquetário de Adp p2Y12. O ticagrelor não interage com o sítio de ligação Adp, mas sua interação com o receptor plaquetário de Adp p2Y12 previne a transdução de sinal. Indicações: BRILINTA® é indicado para a prevenção de eventos trombóticos – morte cardiovascular (Cv), infarto do miocárdio (Im) e acidente vascular cerebral (AvC) – em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), angina instável, infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST (IAmSST) ou infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAmCST), incluindo pacientes tratados clinicamente e aqueles que são tratados com intervenção coronariana percutânea (ICp) ou cirurgia de revascularização do miocárdio (Rm). Contraindicações: BRILINTA® é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade ao ticagrelor ou a qualquer componente da fórmula. este medicamento é contraindicado a pacientes com sangramento patológico ativo, com antecedente de hemorragia intracraniana e/ou com insuficiência hepática grave. Cuidados e Advertências: Advertências: risco de sangramento – Assim como com outros agentes antiplaquetários, o uso de BRILINTA® em pacientes com reconhecido risco aumentado de sangramento deve ser balanceado em relação ao benefício em termos de prevenção de eventos trombóticos. Não existem dados com BRILINTA® em relação ao benefício hemostático de transfusões de plaquetas; BRILINTA® circulante pode inibir as plaquetas transfundidas. uma vez que a coadministração de BRILINTA® com desmopressina não diminuiu o tempo de sangramento padrão, é improvável que a desmopressina seja efetiva no manuseio clínico do sangramento. Terapia antifibrinolítica (ácido aminocaproico ou ácido tranexâmico) e/ou fator vIIa recombinante podem aumentar a hemostasia. BRILINTA® pode ser retomado após a causa de sangramento ter sido identificada e controlada. Cirurgia – Se um paciente necessita de cirurgia, os médicos devem considerar o perfil clínico de cada paciente, bem como os benefícios e riscos da terapia antiplaquetária continuada, determinando quando a interrupção do tratamento BRILINTA® deve ocorrer. Pacientes com insuficiência hepática moderada – é aconselhada cautela em pacientes com insuficiência hepática moderada, pois não há estudos com BRILINTA® nesses pacientes. Pacientes com risco de eventos bradicárdicos – devido à experiência clínica limitada nesses pacientes, recomenda-se precaução. Dispneia – dispneia, geralmente de leve a moderada e frequentemente de resolução espontânea sem a necessidade de descontinuação do tratamento, foi relatada em pacientes tratados com BRILINTA® (aproximadamente 13,8%). Outros – A coadministração de ticagrelor com altas doses de ácido acetilsalicílico (>300 mg) não é recomendada. Descontinuações – Os pacientes que requerem a descontinuação de BRILINTA® estão em risco aumentado para eventos cardíacos. A descontinuação prematura do tratamento deve ser evitada. Gravidez: Categoria B – Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica (vide bula completa do produto). Interações medicamentosas: efeitos de outros medicamentos em BRILINTA® – Medicamentos metabolizados pela CYP3A4 – potentes inibidores da CYp3A4: a coadministração de cetoconazol com ticagrelor aumentou a Cmax e AuC de ticagrelor igual a 2,4 vezes e 7,3 vezes, respectivamente. A Cmax e AuC do metabólito ativo foram reduzidas em 89% e 56%, respectivamente. Outros potentes inibidores da CYp3A4 devem ter efeitos similares e não devem ser administrados concomitantemente com BRILINTA®). – Indutores da CYp3A4: a coadministração de rifampicina com ticagrelor diminuiu a Cmax e AuC de ticagrelor em 73% e 86%, respectivamente. A Cmax do metabólito ativo foi inalterada e a AuC diminuiu em 46%, respectivamente. Outros indutores da CYp3A4 devem diminuir a exposição ao ticagrelor e poderiam resultar em eficácia reduzida de BRILINTA®. Efeitos de BRILINTA® em outros medicamentos – Medicamentos metabolizados pela CYP3A4 – a coadministração de ticagrelor com sinvastatina aumentou a Cmax da sinvastatina em 81% e a AuC em 56% e elevou a Cmax em 64% e a AuC em 52% da sinvastatina ácida, com alguns aumentos individuais iguais a 2 a 3 vezes. Consideração de significância clínica deve ser dada referente à magnitude e variação de alterações na exposição à sinvastatina em pacientes que requerem mais de 40 mg de sinvastatina. Não houve efeito da sinvastatina nos níveis plasmáticos de ticagrelor. BRILINTA® pode ter efeito similar sobre a lovastatina, mas não é esperado ter um efeito clinicamente significativo sobre outras estatinas. – digoxina (substrato da Gpp – glicoproteína p): a administração concomitante de ticagrelor aumentou a Cmax da digoxina em 75% e a AuC em 28%. portanto, monitoramento laboratorial e/ou clínico adequado é recomendado quando da administração de medicamentos dependentes da glicoproteína p (Gpp) de índice terapêutico estreito como a digoxina concomitantemente com BRILINTA® (vide bula completa do produto). Reações adversas: as seguintes reações adversas foram identificadas nos estudos com BRILINTA® – Reação muito comum: hiperuricemia, dispneia. Reação comum: cefaleia, tontura, vertigem, epistaxe, dor abdominal, constipação, diarreia, dispepsia, hemorragia gastrointestinal, náusea, vômito, sangramento dérmico ou subcutâneo, rash, prurido, sangramento do trato urinário, creatinina sanguínea aumentada, hemorragia pós-procedimento (vide bula completa do produto). Posologia: o tratamento de BRILINTA® deve ser iniciado com uma dose única de 180 mg (dois comprimidos de 90 mg) e então continuada com a dose de 90 mg duas vezes ao dia. Os pacientes que estiverem utilizando BRILINTA® devem também tomar ácido acetilsalicílico diariamente, a menos que especificamente contraindicado. Após uma dose inicial de ácido acetilsalicílico, BRILINTA® deve ser utilizado com uma dose de manutenção de 75-150 mg de ácido acetilsalicílico. O tratamento é recomendado por pelo menos 12 meses, exceto se a interrupção de BRILINTA® for clinicamente indicada. em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), a interrupção prematura com qualquer terapia antiplaquetária, incluindo BRILINTA®, poderia resultar em aumento do risco de morte cardiovascular ou infarto do miocárdio devido a doença subjacente do paciente. Superdose: atualmente, não há antídoto para reverter os efeitos do BRILINTA® e não é esperado que BRILINTA® seja dialisável. O tratamento da superdose deve seguir a prática médica local padrão. O efeito esperado da dose excessiva de BRILINTA® é a duração prolongada do risco de sangramento associado com a inibição plaquetária. Se ocorrer sangramento, devem ser tomadas medidas de suporte apropriadas. O ticagrelor é bem tolerado em doses únicas de até 900 mg. A toxicidade gastrointestinal foi dose-limitante em um único estudo de aumento de dose. Outros efeitos adversos significativos que podem ocorrer com a superdosagem incluem dispneia e pausas ventriculares. em caso de superdosagem, devem-se observar os efeitos adversos potenciais e considerar o monitoramento eCG. Apresentação(ões): comprimidos revestidos de 90 mg em embalagens com 20, 30 ou 60 comprimidos. USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS DE IDADE. USO ORAL. veNdA SOB pReSCRIÇÃO médICA. para mais informações, consulte a bula completa do produto. (BRL002a) AstraZeneca do Brasil Ltda., Rod. Raposo Tavares, km 26,9 - Cotia / Sp - Cep 06707-000. Tel.: 0800-0145578. www.astrazeneca.com.br BRILINTA®. MS – 1.1618.0238. Referências bibliográficas: 1- Wallentin L, Becker RC, Budaj A, et al; pLATO investigators. Ticagrelor versus clopidogrel in patients with acute coronary syndromes. N engl J med. 2009;361:1045-57.
material destinado exclusivamente à classe médica. A bula do produto encontra-se no interior desta publicação.
BRI.11.e.128 - produzido em junho/2011
60 Comprimidos
PALAVRA DO PRESIDENTE
Estimados colegas
E
stamos próximos do término de nosso mandato e, com grande entusiasmo, vamos nos dedicar aos três meses de intenso trabalho que temos pela frente. São muitas as realizações a serem implementadas, as quais comento a seguir. Entre nossas próximas atividades científicas, destaco dois importantes eventos. Nos dias 28 e 29 de outubro, teremos a edição 2011 do Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, o qual foi reformulado para atender aos objetivos daqueles que pretendem participar do Processo de Avaliação para Obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, bem como proporcionar uma revisão dos avanços recentes em intervenção na doença coronária, nas cardiopatias congênitas e em procedimentos extracardíacos. Para o aprimoramento científico dos cardiologistas intervencionistas em fomação, idealizamos um interessante programa teórico-prático, em parceria com a empresa Cordis/Johnson & Johnson, chamado SBHCI Hands-On Training, que será realizado nos dias 22 e 23 de setembro, 13 e 14 de outubro e 03/04 de novembro em São Paulo. Acreditamos que este curso, com auxílio de simuladores, seja uma moderna modalidade de treinamento em cardiologia intervencionista, ampliando o leque dos procedimentos a serem estudados e praticados, elevando o nível científico dos especializandos.
4
Outro assunto que tem sido motivo de grande dedicação de todos é a tão almejada e justa indexação de nossa Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI). Nos próximos meses, teremos a reavaliação de nossas solicitações em reunião com o SciELO, quando esperamos obter mais esta vitória. Ainda na área da Comunicação, quero destacar uma grande realização no segundo semestre deste ano: o lançamento do novo Portal da SBHCI, com um visual inovador e estrutura moderna, que facilita a busca rápida pelo conteúdo. A cobertura do Congresso Europeu de Cardiologia (ESC) foi um grande sucesso e já temos programada a presença dos repórteres da SBHCI nos próximos congressos internacionais. Nesta edição, os colegas ficarão por dentro de nossa luta por melhores honorários médicos, que tem sido intensa em todo o País, mas, infelizmente, sem avanços significativos. Nós, cardiologistas intervencionistas, devemos estar engajados nessa luta e, para isso, a união de todos é muito importante para que, de forma organizada e firme, possamos negociar e exercer forte pressão nos sistemas público e privado para alcançarmos a justa e merecida remuneração. Este assunto foi foco do I Fórum de Qualidade Profissional da SBHCI/SNNEHCI, realizado em 20 de agosto, em Aracaju (SE). Na ocasião, a questão da remuneração do trabalho médico foi profundamente debatida e, dentre as soluções propostas, está a consti-
tuição de cooperativas médicas de cardiologistas intervencionistas, uma fórmula muito bem conhecida e que permanece como uma solução muito atual com ótimos resultados, sempre com muito entendimento e forte união entre os colegas. A SBHCI pretende coordenar, estimular e dar continuidade aos debates sobre a qualidade profissional e remuneração em encontros de níveis regional e nacional. Não seremos bem-sucedidos sem união e sem luta! O Jornal da SBHCI traz ainda, nesta edição, entrevistas com renomados cardiologistas internacionais, como Mario Carminati, chefe da Cardiologia Pediátrica do Instituto Policlinico San Donato, de Milão (Itália); uma reportagem especial sobre a expansão das salas híbridas no País e um bate-papo com Carlos Gottschall (RS), um dos pioneiros da angioplastia coronariana no Brasil. Estamos em pleno processo de transição para uma nova gestão, trabalhando em diversas frentes em conjunto com a futura diretoria da SBHCI (gestão 2012-2013). As primeiras reuniões para o próximo Congresso já foram efetivadas e antecipamos mais um grande sucesso de nosso principal evento nacional em Salvador (BA), nos dias 20 a 22 de junho de 2012. Um cordial abraço e boa leitura!
Maurício de Rezende Barbosa Presidente
ÍNDICE
6
12
INTERNAS
Notas e notícias sobre a SBHCI
I Fórum de Qualidade Profissional | Estivemos na SOLACI’11 | Curso de Revisão | Prova de Título | Novo Portal da SBHCI: mais moderno, mais acessível | Literatura histórica | Hemodinâmica em pauta | Reunião de Investigadores do Registro Brasileiro de Implante de Bioprótese Valvar Aórtica Por Cateter | Sócios homologados
ESC 2011
22
QUALIDADE PROFISSIONAL
Em constante crescimento
Intervencionistas de Goiás almejam a concretização da Associação Goiana de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
16 17
Stents FARMACológicos
cardiopatiA pediátrica
Bate-papo em Milão
João Manica (RS) conversou com o mestre italiano Mario Carminati durante um café em Milão
#43
03/2011
Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da SBHCI.
Honorários médicos: é hora de intervir!
PANORAMA | SALAS HÍBRIDAS
26
JOGO RÁPIDO
27
Agenda
Uma entrevista exclusiva com o cardiologista italiano Federico Piscione
Alexandre Abizaid (SP) faz duas perguntas para Peter Fitzgerald, diretor do Centro de Pesquisa em Intervenções Cardiovasculares e do Laboratório de Análises Cardiovasculares Core (CCAL) da Universidade de Stanford
O evento anual da Sociedade Europeia de Cardiologia superou todas as expectativas da comissão científica tanto em público como em número de estudos apresentados
24
Inovações no tratamento
Uma visão sobre os stents farmacológicos
Recorde científico
Cardiologistas intervencionistas e hemodinamicistas de todo o Brasil precisam unir-se para mudar a realidade da remuneração de nossa especialidade
GIRO PELO BRASIL | GOIÁS
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
18
20
Novo conceito de tecnologia
A união de conhecimentos e técnicas aprimoradas formam equipes multidisciplinares, somando habilidades de clínicos, hemodinamicistas e cirurgiões junto ao que existe de mais moderno em tecnologia em um único ambiente
Médico e escritor
Um dos pioneiros da angioplastia coronariana no Brasil e introdutor da técnica no Rio Grande do Sul, Carlos Antonio Mascia Gottschall (RS) é um dos mais renomados cardiologistas intervencionistas do País
Eventos
Conheça as datas e locais dos próximos eventos nacionais e internacionais de hemodinâmica e cardiologia intervencionista
Conselho editorial | SBHCI | www.sbhci.org.br Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo Alexandre Schaan de Quadros (RS) | diretor de comunicação Luciana Constant Daher (GO) | editora Hélio Castello (SP), João Manica (RS) e Robson Bueno (GO) | coeditores Equipe técnica | take-a-coffee Comunicação Jornalista responsável | André Ciasca, mtb 31.963 Editora | Carla Ciasca Reportagem | Isadora de Campos Revisão | Christina G. Domene Projeto gráfico e direção de arte | Vagner Simonetti Fotografia e tratamento de imagens | Gis Ciasca | www.gisciasca.com.br Impressão | Gráfica e Editora Cocktail | www.graficacocktail.com.br Tiragem | 11.600 exemplares Circulação | em todo o território nacional
fone: (11) 2626.3921 contato@take-a-coffee.com skype: take.a.coffee twitter: @take_a_coffee
INTERNAS | notas e notícias
Estivemos na divulgação
SOLACI’11
I Fórum de Qualidade Profissional SBHCI/SNNHCI
E
Por Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) | diretor de Qualidade Profissional, e Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo
m um sábado ensolarado, no dia 20 de agosto, a cidade de Aracaju (SE) recebeu o I Fórum de Qualidade Profissional da SBHCI/SNNEHCI, durante o XXXI Congresso Norte e Nordeste de Cardiologia, no Centro de Convenções do Radisson Hotel. Com a presença de colegas da região e dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, houve uma importante discussão sobre os problemas enfrentados no dia-a-dia de nossa profissão, como as restrições impostas à liberdade do ato médico pelas operadoras de planos de saúde, culminando, muitas vezes, em demandas judiciais. Ficou evidente, nas apresentações de casos, o desrespeito repetitivo aos direitos dos médicos, garantidos pelo Código de Ética Médica nas resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), na decisão sobre o melhor tratamento de seus pacientes. Com as participações da representante do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Sergipe, Glória Tereza Lima Barreto, e da promotora do Ministério Público (MP) de Sergipe, Euza Missano, percebemos que não devemos recuar e, sempre que nossos direitos forem desrespeitados, é preciso comunicar ao CRM e ao MP para assegurar a liberdade do exercício profissional. É importante lembrar que todo e qualquer plano ou seguro de saúde, para exercer suas atividades, deve estar inscrito no CRM local e ter um médico auditor responsável, inscrito também neste Conselho. Entretanto, mesmo neste contexto de “judicialização da medicina”, termo usado por Euza Missano, devemos sempre dar prioridade ao bem-estar do paciente. Do ponto de vista legal, é preciso registrar toda a nossa conduta em prontuário médico ou de consultório e, quando necessário, fazer relatórios médicos bem embasados e substanciados que, via de regra, são utilizados como prova em processos judiciais. O ponto alto do encontro foi a discussão sobre os honorários médicos e a apresentação da experiência bem-sucedida dos médicos anestesistas da Cooperativa de Cardiologistas de Pernambuco, à qual se juntaram recentemente os hemodinamicistas, e a experiência também bem-sucedida do movimento dos cirurgiões cardíacos. A mensagem principal de todas as apresentações foi a necessidade de união. Todos os relatos descreveram mobilizações vitoriosas quando os colegas estiveram unidos e com o mesmo objetivo. Em alguns casos, mesmo diante de divergências passadas, houve espaço para os médicos sentarem à mesa para discutir atitudes em conjunto, com resultados proveitosos para a categoria. O encontro foi um sucesso, não só pelo nível das discussões e grande audiência, mas principalmente porque foi dado o primeiro passo para mobilização dos cardiologistas intervencionistas. Pela resposta da plateia, em sua maioria, profissionais da cardiologia intervencionista, percebe-se que o caminho a ser seguido deve ser centrado na união como forma de viabilizar o resgate dos honorários médicos, atualmente aviltados, sobretudo, em face das peculiaridades de nossa área de atuação, fortemente sujeita à insalubridade.
6
Entre os dias 3 e 5 de agosto, aconteceu o XVII Congresso da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), em Santiago do Chile. Durante os três dias do evento, cerca de 2.300 participantes estiveram reunidos no Centro de Convenções CasaPiedra, sendo 1.158 médicos, 340 enfermeiros e técnicos e 753 representantes da indústria farmacêutica para apresentar e debater os temas mais relevantes da cardiologia intervencionista. Na cerimônia de abertura, diante de uma massiva audiência, o presidente do Congresso, Gastón Dussaillant Nielsen (Chile), destacou o papel da SOLACI no desenvolvimento, expansão e integração da cardiologia intervencionista na América Latina. O número de participantes estrangeiros foi bastante alto, e chegou a 60% do público presente, com representantes de todos os países da América do Sul. O evento teve a presença de 26 convidados internacionais (Estados Unidos e Europa) e 181 palestrantes latino-americanos. Foram transmitidos 17 casos ao vivo de intervenções coronárias percutâneas por meio da tecnologia em HD. Foram apresentados 236 trabalhos de temas-livres, sendo 68 no formato oral e 168 sob a forma de pôsteres, na área de exposições. Sessões conjuntas foram realizadas com outras Sociedades e instituições internacionais como SBHCI, Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), EuroPCR e Cleveland Clinic. O Programa de Educação Continuada (PEC) da SBHCI se fez presente no segundo dia do evento, com a sessão “Nova geração de DES: Segurança e Eficácia”, que contou com Maurício de Rezende Barbosa (MG) como moderador e Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP), Jamil Saad (MG), Costantino Costantini (PR) e Darío Echeverry (Colômbia) como painelistas. Seguiram-se palestras de Expedito Ribeiro (SP), sobre a segurança dos DES de segunda geração; e apresentações de dois casos de falhas de DES da nova geração com polímeros duráveis e com polímeros biodegradáveis, por Rogério Sarmento-Leite (RS) e Marco Antonio Perin (SP), respectivamente. Fausto Feres (SP) apresentou um caso com stent livre de polímero e, finalmente, Alexandre Abizaid (SP) realizou uma palestra sobre stents livres de polímeros e stents biodegradáveis.
Curso de Revisão
Já estão abertas as inscrições para o Curso de Revisão de 2011. Serão mais de 40 palestrantes apresentando as últimas atualizações sobre os principais assuntos da especialidade em oito módulos durante os dois dias de programação. Neste ano, o evento terá a presença de Oscar Mendiz (Argentina), presidente da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI). “A diretoria da SBHCI convida todos os sócios para mais um Curso de Revisão, quando serão discutidos os temas mais atuais e relevantes da cardiologia intervencionista por renomados palestrantes”, diz Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI. As vagas são limitadas. Os interessados poderão inscrever-se até o dia 19 de outubro no Portal da SBHCI (www.sbhci. org.br). Após esta data, as inscrições serão feitas somente no local, no dia do evento. Agende-se
Curso de Revisão 2011 Data: 28 e 29 de outubro de 2011 Local: Hotel Pullman Endereço: Rua Joinville, 515, Ibirapuera – São Paulo (SP) Informações e inscrições (11) 3849-5034 ou eventos@sbhci.org.br
Prova de Título
O presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG), comunica a abertura das inscrições do Processo de Avaliação para Obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Os candidatos interessados deverão acessar o Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) no período de 26 de setembro a 7 de outubro e seguir rigorosamente as instruções. Este processo de avaliação constará de três etapas: prova teórica, prova teórico-prática e análise do currículo; prova prática; comprovação da publicação de artigo científico na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) ou em outra revista indexada e dedicada à cardiologia. As provas teórica e teórico-prática que compõem a primeira etapa do processo serão realizadas no dia 30 de outubro, em São Paulo (SP). Agende-se
Prova de Título Data: 30 de outubro de 2011 Local: Hotel Pullman Endereço: Rua Joinville, 515, Ibirapuera – São Paulo (SP) Informações e inscrições (11) 3849-5034 ou prova@sbhci.org.br
Raios-X Móvel Digital
Raios-X Multipropósito
Arco Cirúrgico
Mamógrafo
Angiografia e Hemodinâmica
São Paulo (11) 2134.1688 • Rio de Janeiro (21) 2556.5171 • Bahia (11) 9235.6929 • Rio Grande do Sul (51) 3225.9106 • w w w. s h i m a d z u . c o m . b r
INTERNAS | notas e notícias
Novo Portal da SBHCI:
mais moderno, mais acessível Com novo visual e recursos mais modernos, o novo Portal da SBHCI permite maior interação entre os associados e facilita o acesso ao conteúdo científico atualizado Por Carla Ciasca | jornalista
N
o dia 15 de agosto, a SBHCI lançou a nova versão de seu Portal na Internet (www.sbhci.org.br), que traz um visual mais objetivo, layout moderno e maior facilidade no acesso às informações de interesse dos associados. O objetivo da mudança é incentivar a interatividade e incrementar a atualização científica. “O site foi construído numa plataforma moderna em que os médicos do corpo editorial conseguem publicar conteúdo diretamente, o que dá uma agilidade tremenda ao Portal”, afirma Carlos Augusto de Campos (SP), editor executivo do Portal da SBHCI. “As últimas atualizações de congressos poderão ser postadas instantaneamente, a exemplo do que ocorreu no ESC 2011, que foi nossa primeira cobertura realizada em tempo real.” Entre as inovações do Portal está uma ferramenta de busca interna mais moderna e eficiente, localizada no topo da homepage, que facilita a localização das informações que o associado procura, desde nomes até publicações antigas e atuais. A forma como o site foi construído vai possibilitar também que os sites de busca da Internet, como Google e Yahoo, direcionem os internautas ao Portal da SBHCI como uma das opções mais diretas aos assuntos relacionados. “Isso deve ampliar consideravelmente o número de acessos do site”, afirma Campos, ressaltando outra ferramenta nova: o controlador de acessos. Esta tecnologia, praticamente invisível aos olhos leigos, fará o monitoramento detalhado de todas as pessoas que acessam o Portal, permitindo relatórios de acessos diários, informando a cidade onde ocorreu o acesso, quantas páginas o indivíduo visitou, se foi pelo smartphone ou pelo computador. “É uma estratégia de crescimento que nos dará um detalhamento muito mais profundo e que vai nos ajudar a conhecer melhor o usuário, gerando informações para o crescimento do Portal”, afirma o editor executivo.
8
Outra novidade são os highlights, janelas de destaque que informarão os visitantes sobre os cursos, notícias institucionais, patrocínios, publicações do Jornal da SBHCI e da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) de maneira dinâmica. Abaixo destas janelas, está o quadro “Fique por dentro”, um espaço que reúne todas as notícias, aulas e conferências, artigos comentados e casos clínicos organizados nas principais categorias que envolvem a cardiologia intervencionista: cardiologia clínica, cardiopatias estruturais, doença arterial coronária, extracardíacos, farmacologia adjunta, imagem, síndromes coronárias agudas e stents farmacológicos. Outro ponto importante é a visualização rápida das últimas notícias publicadas e a possibilidade de acesso a itens mais antigos. O associado vai ficar sabendo de notícias anteriores, que estarão disponíveis em um link ao final de cada página. “Buscamos uma apresentação mais clara e objetiva de seu conteúdo por meio de um desenho mais arrojado. Ferramentas que dividem os artigos revisados em pastas distintas, de acordo com seu tema principal, facilitam sobremaneira o acesso à informação”, afirma Guilherme Ferragut Attizzani (SP), editor científico do Portal. “Esperamos que todos aproveitem e participem enviando casos clínicos, comentários e sugestões”. O carro-chefe do novo Portal é a interatividade. Com o objetivo de proporcionar aos cardiologistas intervencionistas um canal de comunicação mais dinâmico, a SBHCI criou um espaço para inserção de comentários ao final de cada publicação, estudos de caso e artigos. “É um modelo prático e intuitivo para que a pessoa entre em contato e faça comentários, contribuindo para uma discussão rica em conhecimento”, afirma Alexandre Schaan de Quadros (RS), diretor de Comunicação da SBHCI. “Toda manifestação publicada ali é comunicada instantaneamente, o que torna a interatividade
com o associado muito mais ágil”. Os comentários permanecerão publicados para transformar este espaço em um fórum de discussão, visando a troca de experiências. O acesso restrito dos associados também ficou mais fácil. Na margem direita do site, logo abaixo do espaço publicitário, há um campo disponível para digitar login e senha. É uma área onde todos os sócios quites da SBHCI vão encontrar informações restritas, lista de e-mails e revistas internacionais. Este acesso também pode ser feito no link “Área restrita”, localizado no canto superior esquerdo da homepage. A partir de agora, com esta nova plataforma do site, os médicos que compõem o corpo editorial do Portal poderão administrar todo o conteúdo publicado de maneira direta e objetiva, usufruindo de maior autonomia e rapidez no fluxo das informações. É uma conquista da SBHCI e um benefício a todos os sócios, que têm em mãos um importante canal de comunicação para estar em dia com o que há de novo no campo científico.“Esta transição foi um processo longo e difícil, já que o modelo do site antigo tinha sua audiência consolidada desde que o assumimos como editores, em 2006”, afirma Quadros. “Gostaria de agradecer o trabalho incansável do Carlos Augusto Campos, Guilherme Ferragut Attizzani e demais coeditores, e da colaboração e apoio irrestrito de nosso presidente, Maurício Rezende de Barbosa (MG), e do diretor administrativo, Marcelo Cantarelli (SP), que acreditaram na equipe e apostaram neste projeto!” A equipe responsável pelo Portal da SBHCI é comandada pelo editor científico, Guilherme Ferragut Attizzani; pelo editor executivo, Carlos Augusto Campos; e pelo time de coeditores formado por Daniel Chamié (SP), Rodrigo Wainstein (RS), Alberto Fonseca (DF), Anibal Abelin (RS) e Rafael Cavalcante (SP). ■
Conheça os principais links de acesso e a organização do conteúdo do novo Portal da SBHCI: www.sbhci.org.br BARRA SUPERIOR área restrita
O acesso dos usuários à área restrita do site continua sendo feito por meio de login e senha. Quem não possuir senha ou tiver dificuldade para acessar, pode entrar em contato com a SBHCI pelo e-mail sbhci@ sbhci.org.br
NOVO MENU INSTINTIVO CAPA Acesso à página inicial do Portal a qualquer momento. INSTITUCIONAL Informações sobre a diretoria, conselhos, comitês, regionais e membros da SBHCI; acesso direto ao histórico, estatuto e boletins.
Newsletter: Caso tenha interesse em assinar os informativos semanais da SBHCI, solicite o seu cadastro aqui. Fale Conosco
PROFISSIONAL Tudo sobre a legislação, diretrizes, centros de treinamento, honorários, notas e pareceres.
Aqui, os usuários podem entrar em contato com a SBHCI para tirar todas as suas dúvidas relacionadas ao Portal ou a qualquer assunto de seu interesse.
CIENTÍFICO Canal de acesso a todas as informações científicas publicadas no site, como artigos, aulas, conferências e casos clínicos; edições anteriores do Jornal da SBHCI e da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI).
Redes Sociais
Não deixe de acompanhar as últimas notícias da SBHCI nas redes e mídias socais: Facebook e Twitter.
NOTÍCIAS Arquivos disponibilizados de editais e provas realizadas; avisos de oportunidades profissionais; divulgação de eventos nacionais e internacionais.
ACESSO ÁREA RESTRITA
Este é outro caminho de rápido acesso à área restrita do Portal. Basta inserir login, senha e clicar no botão “enviar”.
CONGRESSOS Tudo sobre o principal evento científico nacional da especialidade e todos os congressos internacionais nos quais a SBHCI é representada por meio de seus membros.
NOVO MENU LATERAL
NOTÍCIAS E AVISOS
BOTÕES DE Rápido acesso
Os links do menu lateral foram desenvolvidos para direcionar o visitante aos assuntos científicos de seu interesse sem que precise procurar os temas pelo site: . CARDIOLOGIA CLínica . cardiopatias estruturais . doença arterial coronária . extracardíacos . farmacologia adjunta . imagem . síndromes coronárias agudas . stents farmacológicos
Além das áreas de destaque no alto da página, a parte central também é dedicada às notícias, avisos de cursos, estímulo à produção científica e a outros assuntos de importância para o associados e demais médicos interessados em hemodinâmica e cardiologia intervencionista.
Criamos quatro botões para facilitar o acesso a quatro áreas de grande interesse dos visitantes: . RBCI . CENIC . Newsletter . Associe-se
As notícias mais antigas permanecerão no Portal, listadas sempre abaixo das demais áreas.
9
INTERNAS | notas e notícias
Literatura histórica
No dia 8 de agosto, foi lançado o livro “Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, 57 anos de História (1954-2011)”, em uma cerimônia solene com a presença da diretoria da instituição, representada por Amanda G. M. R. Sousa (SP) e J. Eduardo Sousa (SP), e autoridades governamentais como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerr, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Dividida em dois volumes, totalizando 800 páginas, a obra descreve a trajetória da instituição fundada por Dante Pazzanese e fala sobre a estrutura e administração do hospital, desde os primeiros passos até os dias de hoje, quando é mundialmente reconhecido como referência em intervenções cardíacas. O projeto editorial foi realizado por uma comissão de cinco médicos coordenados por J. Eduardo Sousa, que exerceu a função de diretor da instituição por 21 anos, e traz uma coletânea de depoimentos de autoridades e especialistas na área da Saúde. Patrocinado pela Fundação Bradesco e editado pela Livraria Atheneu, o livro será distribuído gratuitamente para hospitais e instituições de ensino e para médicos e residentes do Instituto Dante Pazzanese.
O lançamento do livro sobre a história do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia teve participação de grandes nomes da cardiologia brasileira, além de autoridades.
Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab esteve entre as autoridades presentes na solenidade
fotos: divulgação
Hemodinâmica em pauta
A discussão de casos clínicas promovida por Expedito Ribeiro (SP) foi o ponto aldo do evento
10
Pelo segundo ano, especialistas debateram as novidades no tratamento de doenças cardiovasculares em um evento realizado em agosto, em São Paulo (SP), pelo Hospital TotalCor em parceria com a Cleveland Clinic, dos Estados Unidos. O II Simpósio Internacional de Cardiologia teve a participação de profissionais vinculados à SBHCI como Expedito Ribeiro (SP), que falou sobre as opções entre angioplastia ou cirurgia, baseado em escores de risco de pacientes com doença arterial coronária; Áurea Jacob Chaves (SP), que esteve à frente do debate sobre a diferença do tratamento da doença coronária em mulheres e novos anticoagulantes na prática clínica; e Eberhard Grube (SP), que realizou uma excelente aula sobre o estado atual do tratamento percutâneo das valvas aórtica e mitral, que tem evidenciado uma melhora da qualidade de vida em mais de 80% dos casos. O ponto alto do evento foi a discussão de casos clínicos, que reuniu dez clínicos, cirurgiões e intervencionistas das duas instituições, entre eles o especialista em medicina interna e cardiologia, James Thomas, e o cirurgião sueco Gotta Petterson, ambos da Cleveland Clinic. Um dos principais aspectos levantados foi a importância do entendimento comum do heart team, equipe que atua conjuntamente na decisão do tratamento mais adequado ao paciente, e a necessidade do check-list de exames essenciais.
Sócios homologados
Na última Assembleia Geral Ordinária da SBHCI, realizada no dia 9 de junho, 24 novos associados foram homologados. Hoje, o rol de membros de Sociedade conta com mais de mil sócios, sendo 608 titulares e 188 aspirantes ativos. Saiba quem são os novos associados:
Reunião de Investigadores do Registro Brasileiro de Implante de Bioprótese Valvar Aórtica Por Cateter Realizado no dia 10 de agosto, no Hotel Golden Tulip – Paulista Plaza, em São Paulo (SP), o encontro teve a participação de 13 investigadores brasileiros, além do espanhol Cesar Moris, coordenador do Registro IberoLatino-Americano. Foram discutidas inclusão de dados e definições de complicações, e foi feita a programação futura em relação à divulgação dos resultados do Registro.
Anibal Pereira Abelin (RS) Breno de Alencar Araripe Falcão (SP) Carlos Renato Pinto de Oliveira (RJ) Cristiane Cardoso da Cunha (RJ) Daniel Conterno Lemos (SP) Denise Machado de Oliveira (RS) Ederlon Ferreira Nogueira (SP) Eduardo Erudilho (SP) Ernesto Misael Cintra Osterne (SP) Fabiano Lima Cantarelli (PE) Fábio Vivian Ferreira (SP) Gustavo Pinaud Laufer (RJ) Jair Baron Júnior (SP) Jeyson Marcus Araújo Miranda (SP) Joaquim David Carneiro Neto (CE) Juliano Rasquin Slhessarenko (SP) Leandro Z. F. de Freitas (GO) Leon Gustavo dos Reis Macedo (SP) Ricardo de Gasperi (SP) Rodrigo Barreto (SP) Rodrigo Cantarelli Alves (PE) Rodrigo Gimenez Pissuti Modolo (SP) Rodrigo Nieckel da Costa (SP) Zandonai Miranda (MG)
GIRO PELO BRASIL | goiás
Atualmente, os médicos de Goiás vivem o desafio de manter o crescimento da hemodinâmica no Estado e concretizar a Associação Goiana de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Em constante
CRESCIMENTO Em 37 anos de história da hemodinâmica no Estado, intervencionistas de Goiás almejam a concretização da Associação Goiana de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista Por Robson Bueno de Carvalho (GO) | coeditor
O
Estado de Goiás, na Região Centro-oeste do País, tem cerca de seis milhões de habitantes em seus 246 municípios, ocupando a sétima posição no ranking nacional, tanto em extensão territorial como em número de municípios, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010). A capital Goiânia é reconhecida nacionalmente como um dos melhores lugares para se viver no País, tendo como destaque a maior área verde por habitante do Brasil. A história da hemodinâmica no Estado se assemelha à de outras regiões brasileiras. Na década de 1970, o primeiro hospital do centro-oeste, o Hospital Santa Genoveva, localizado em Goiânia, possuía um serviço de cirurgia cardíaca, chefiado por Hibraim Borges Kaadi, mas ainda não contava com
12
equipamento para realização de procedimentos intervencionistas. Em novembro de 1974, o hospital adquiriu um equipamento Phillips de Berço e convidou José Silvério Peixoto Guimarães (GO), com formação em hemodinâmica pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo, e Aguinaldo Parrode Caiado (GO), procedente da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (RJ), para dar início aos primeiros trabalhos na capital goiana, sendo inaugurado o primeiro serviço de hemodinâmica no Estado de Goiás. O Hospital Santa Genoveva passou, então, a receber pacientes de todo o centro-oeste e da Região Norte do País, que percorriam grandes distâncias para receber tratamento médico especializado.
Mesmo com todas as dificuldades encontradas, como cateteres grosseiros, meios de contraste de alta osmolaridade e alta arritmogenicidade, dificuldades com reesterilizações dos materiais, falta de manutenção dos equipamentos, além da necessidade de gravação e revelação dos filmes de 35 mm, José Silvério tem boas lembranças daquela época de pioneirismo. Ele se recorda da primeira paciente que atendeu, uma criança da cidade de Anápolis (GO) que apresentava estenose pulmonar, e do medo excessivo dos familiares com relação aos riscos inerentes ao procedimento por eles desconhecido. No início da década de 1980, o Hospital São Francisco de Assis, também em Goiânia, importou da França um equipamento CGR e convidou José Antônio Jatene (GO) para assumir o serviço de hemodinâmica do hospital.
fotos: divulgação
Goiás conta com 16 serviços de hemodinâmica e cardiologia intervencionista espalhados por todo o Estado
Procedente de São Paulo, do Instituto Dante Pazzanese, Jatene iniciou sua atividade em 1983 no hospital, que já contava com equipe de cirurgia cardíaca chefiada por Austiclinio de Abreu (GO), tendo em sua inauguração a presença ilustre de Euryclides Zerbini (SP). Na década seguinte, os serviços se multiplicaram na cidade de Goiânia, que passou a oferecer à população atendimento no Hospital São Salvador, no Hospital Santa Helena, na Santa Casa de Misericórdia, no Hospital Lúcio Rebelo e Anis Rassi Hospital. O aumento da demanda dos serviços também ocasionou a ida de diversos cardiologistas intervencionistas para Goiás, como José Maria Dias de Azeredo Bastos (GO), Hernando Eduardo Nazzeta (GO), Copérnico José Di Ramos Caiado (GO), Alberico Borges de Carvalho Neto (GO), Roberto José de Alvarenga Freire (GO), Álvaro de Morais Junior (GO) e David de Araújo Almeida Filho (GO). No final do anos 1990, chegaram Luciana Constant Daher (GO), Mauricio Lopes Prudente (GO), João Bosco da Silva Filho (GO), Robson Bueno de Carvalho (GO), Vinícius Daher Vaz (GO) e Gustavo Carvalho (GO). Grupos se formavam e se dissolviam, mudavam de hospitais e criavam novos ser-
viços. O crescimento do número de serviços foi grande de 2000 a 2011, tanto na capital como no interior. Atualmente, Goiás conta com mais de 30 profissionais atuando em todo o Estado. São cerca de 26 equipamentos de hemodinâmica em funcionamento, sendo 18 em Goiânia, um em Anápolis, dois na cidade de Aparecida de Goiânia, dois em Rio Verde, dois em Catalão e um em Luziânia, com previsão de outros serviços até o final do ano, uma vez que o grande número de serviços existentes não atende todas as regiões do Estado, dificultando o acesso de parte da população aos centros com serviço de hemodinâmica para tratamento das síndromes coronarianas agudas. O grande desafio no momento é a concretização da Associação Goiana de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, que se encontra em andamento seguindo o bom exemplo das demais regionais sob a chancela da SBHCI, e quem sabe, para um futuro próximo, a criação da Sociedade Centro-Oeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista com Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul como membros. ■
Os serviços de Goiás Goiânia Hospital Geral de Goiânia Hospital das Clínicas da UFG Santa Casa de Misericórdia da PUC-GO Hospital São Francisco de Assis Hospital Santa Genoveva Hospital Monte Sinai Encore no Hospital Lúcio Rebelo Hospital São Bernardo Anápolis Hospital Evangélico Rio Verde Hospital Presbisteriano Dr. Gordon Hospital Santa Terezinha Aparecida de Goiânia Cardiovida no Hospital Santa Mônica Encore no Hospital São Bernardo Catalão Hospital São Nicolau Hospital Nasser Faiad Luziânia Hospital Santa Luzia
13
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Inovações no tratamento Federico Piscione, professor de Cardiologia, chefe do Laboratório de Intervenções Cardiovasculares do Departamento de Clínica Médica, Ciências Cardiovasculares e Imunológicas da Escola de Medicina da Universidade de Napoli, na Itália, fala com exclusividade para o Jornal da SBHCI sobre as inovações no atendimento do infarto agudo do miocárdio Por Expedito Ribeiro (SP) | diretor do Serviço de Cardiologia Intervencionista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo
16
Qual farmacoterapia adjunta o senhor considera padrão ouro na intervenção coronária percutânea (ICP) primária? Eu acredito que o candidato para ICP primária deve receber, o quanto antes, ainda na ambulância, AAS e dose de ataque de tienopiridínico juntamente com heparina não fracionada (se houvesse risco de sangramento, eu preferiria utilizar bivalirudina após a admissão hospitalar). Após a angiografia, eu utilizo muitas vezes Abciximab, particularmente no caso de grande carga trombótica, administrando a dose de bolus intracoronária. Em relação à intervenção propriamente dita, que detalhes técnicos podem fazer a diferença na ICP primária? Tenho convicção de que o primeiro objetivo seja a prevenção da embolização distal, que afeta um grande número de ICPs primárias. Eu utilizei todos os dispositivos disponíveis para este propósito e, neste momento, estou conduzindo um estudo randomizado controlado para testar trombectomia manual mais stent convencional vs. o stent MGUARD. Este último é um stent convencional com uma rede de PET que supostamente aprisiona em sua estrutura os trombos e debris, prevenindo ou minimizando a embolização distal. Quando o senhor recomenda a utilização de stents farmacológicos na ICP primária? Nunca, sempre ou depende? Eu acredito que os stents eluidores de medicação são úteis, particularmente, nos casos de oclusão proximal de vaso epicárdico principal, já que minimiza a já relativamente baixa taxa de revascularização do vaso alvo após ICP primária (e recentemente publicamos na Atherosclerosis uma metanálise de stents farmacológicos vs. stents convencionais no infarto agudo). Por outro lado, temos de considerar que muitas vezes não conseguimos determinar informações cruciais sobre outras possíveis doenças em nossos pacientes, tornando difícil e até perigosa a utilização de stents com droga. Como estamos lidando cada vez mais com pacientes idosos e que podem ter comorbidades ou serem frágeis, nós estamos utilizando mais frequentemente, neste cenário, stents que favoreçam a regeneração ou stents farmacológicos sem polímeros. ■
Stents FARMACológicos
Uma visão
sobre os stents farmacológicos Peter Fitzgerald, diretor do Centro de Pesquisa em Intervenções Cardiovasculares e do Laboratório de Análises Cardiovasculares Core (CCAL) da Universidade de Stanford (Estados Unidos), conversou com Alexandre Abizaid (SP) para o Jornal da SBHCI sobre sua experiência com stents farmacológicos Por Alexandre Abizaid (SP) | Chefe de intervenções coronárias no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, e professor visitante de Medicina da Columbia University Medical Center, em Nova York
Nos últimos dez anos, o senhor colaborou para o desenvolvimento dos stents farmacológicos, e ficamos muito entusiasmados com tudo o que vimos. Como podemos aumentar a segurança destes stents? Acho que esta é uma pergunta instigadora, sendo que já existem dados de longo prazo relacionados à segurança dos stents recobertos com fármacos, pelo menos da segunda geração. Penso que isso pode ser melhorado, com plataformas com perfil mais baixo e o tipo de tecnologia de balão coberto de fármaco. Uma ideia interessante é aplicação local do fármaco que não fique armazenado por muito tempo, e também polímeros biodegradáveis. Acho que isso é o que vem a seguir. E por fim, acho que podemos ver tecnologias que nem usam o polímero para aplicar o medicamento. Já vimos alguns casos, e acho que eles nos ajudarão na questão de segurança. Agora, voltando nossa atenção para o TAVI (implante percutâneo de válvula aórtica), talvez essa seja a grande onda da cardiologia intervencionista. Estamos muito animados com os primeiros resultados. Considerando que AVCs e complicações vasculares são as principais limitações desta técnica, qual sua opinião e experiência com aparelhos e tecnologias futuristas? Qual será a solução para estas duas complicações? Estas são as duas complicações a que nos referimos: cérebro e sangue. Provavelmente, haverá outras com as quais teremos de lidar com o uso da tecnologia. Mas acho que a proteção cerebral durante o procedimento é muito importante. Não sei se podemos mudar o aparelho e focar nas características que realmente precisamos para implantar uma válvula eficiente e, ao mesmo tempo, tê-la fortalecida com alguma solução intrínseca para cuidar da questão do AVC. Acho que vamos ver muita integração das tecnologias que acompanham o TAVI e, mais uma vez, para nós clínicos, é muita responsabilidade. Não se trata apenas da questão de colocar uma válvula. É permitir que o paciente receba alta em dois dias sem ter AVC e sem ter sangramento. ■
17
CARDIOPATIA CONGênita
Bate-papo em Milão
E
Por João Manica (Itália) | coeditor, direto de Milão
m uma pausa para um bom café italiano, Carminati falou sobre sua carreira médica que, em 2009, foi condecorada com o prêmio Pediatric International Cardiac Symposium Achievement Award, como reconhecimento por suas contribuições inovadoras no campo da cardiologia intervencionista congênita. Quando surgiu o seu interesse pela medicina? Aos 16 anos, saí de Bergamo para Milão para jogar futebol no time juvenil da Internazionale. Dois anos depois, troquei as chuteiras pelos livros. Nunca soube exatamente porque escolhi a medicina, mas durante os primeiros anos na universidade, meu interesse e paixão cresceram e fiquei convencido de que tinha feito a escolha certa. De onde surgiu o interesse pela cardiologia pediátrica? Após a graduação, em 1976, trabalhei no Departamento de Cardiologia do Hospital Riuniti, em Bergamo, sob a direção de Lucio Parenzan. Foi um ótimo começo de carreira e, com certeza, foi o Prof. Parenzan que me trouxe inspiração e conhecimento necessários para me dedicar cada vez mais ao diagnóstico e manejo das cardiopatias congênitas. Em sua carreira, como foi a transição da cardiologia invasiva diagnóstica para intervencionista? Após a primeira valvoplastia pulmonar com balão, foi iniciada a era do cateterismo intervencionista. A partir daí, meu entusiasmo redobrou e, desde então, tenho focado minha carreira nos procedimentos intervencionistas como valvoplastias pulmonar e aórtica, angioplastia de ramos pulmonares e obstruções do arco aórtico e, posteriormente, no implante de stents. O senhor foi o pioneiro da cardiologia intervencionista na Itália. Quando isso começou? Em 1993, tornei-me diretor do Hospital G. Pasquinucci em Massa, na Toscana, onde, juntamente com Sandra Giusti e Vittorio Vanini, comecei a introduzir novas técnicas e aumentamos muito o número de procedimentos intervencionistas. Em 1996, realizamos o primeiro fechamento percutâneo de defeito atrial na Itália, em Massa. Já em 2000, quando me
18
divulgação
Chefe da Cardiologia Pediátrica do I.R.C.C.S. Policlinico San Donato, em Milão (Itália), Mario Carminati passa muito tempo de sua vida ensinando colegas no mundo todo sobre como implementar novos procedimentos hemodinâmicos ou tratar casos difíceis
tornei chefe da cardiologia pediátrica do I.R.C.C.S. Policlinico San Donato, em Milão, o mais importante hospital para manejo e tratamento das cardiopatias congênitas na Itália, com aproximadamente duas mil cirurgias ao ano, tive a oportunidade de exercer a cardiologia intervencionista em um centro de excelência voltado para pesquisa biomédica clínica e translacional. Em 2008, com Philipp Bonhoeffer, realizei o primeiro implante de válvula percutânea e, desde então, mais de 50 pacientes se beneficiaram deste procedimento em nossa instituição. Em dez anos, o Policlinico San Donato tornou-se um dos grandes centros de cardiologia intervencionista em cardiopatias congênitas no mundo. Quais foram os principais fatores que contribuíram para isso? Com certeza a presença de Gianfranco Butera, Massimo Chessa e Luciane Piazza foi fundamental para o crescimento de um Serviço de hemodinâmica que realizou, até 2010, mais de mil fechamentos percutâneos de comunicações interatriais (CIA) e forame oval patente (FOP) . Entretanto, sem o suporte de uma equipe multidisciplinar e o apoio de cardiologistas clínicos de extrema competência não teríamos chegado a este patamar. O cardiologista intervencionista deve saber onde suas habilidades se encaixam dentro da grande estrutura que é o manejo dos defeitos congênitos. A avaliação clínica antes, durante e após o procedimento é de vital importância. O I.R.C.C.S. possui convênio de intercâmbio profissional com diversos centros em países em desenvolvimento da África, Ásia e América do Sul. Conte um pouco desta experiência. Desde 1993, Alessandro Frigiola e Silvia Cirri, chefes da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital San Ambrogio, em Milão, encabeçam a Associação de Crianças Cardiopatas no Mundo, oferecendo tratamentos não disponíveis em países em desenvolvimento. Até hoje, mais de 1.500 cirurgias cardíacas e 250 bolsas de estudo para médicos estrangeiros foram subsidiadas, além da construção de centros para o tratamento cirúrgico e intervencionista de cardiopatias congênitas em Shisong (Camarões), Damasco (Síria) e Pristina (Kosovo) e de duas Unidades de Tratamento Intensivo para hospitais em Lima (Peru) e no Cairo (Egito). ■
ESC 2011
A equipe da diretoria de Comunicação fez ampla cobertura ao vivo do ESC 2011, que pode ser encontrada no Portal da SBHCI
Recorde científico
O evento anual da Sociedade Europeia de Cardiologia superou todas as expectativas da comissão científica tanto em público como em número de estudos apresentados
Por Alexandre Schaan de Quadros (RS) | diretor de Comunicação; Rodrigo V. Wainstein (RS) | Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS); e Guilherme F. Attizzani (Estados Unidos) | editor científico do Portal da SBHCI
A
principal conferência mundial sobre a ciência, gestão e prevenção de doença cardiovascular da Sociedade Europeia de Cardiologia, o ESC 2011, neste ano, recebeu o público recorde de 32.946 congressistas entre os dias 27 e 31 de agosto, no Parc des Expositions de Paris Nord Villepinte, em Paris (França). Além do elevado número de inscritos, de um total de 144 países – dentre os quais, o Brasil foi o terceiro com mais participantes – o evento foi superlativo também em quantidade de estudos de grande porte e de pesquisa científica, contabilizando 521 sessões, 143 topics e 4.276 abstracts. Neste ano, os holofotes ficaram sobre as questões controversas em cardiologia, com garantia de intenso debate sobre inúmeros temas. Foram feitas contribuições individuais e coletivas por membros de 53 Sociedades nacionais de Cardiologia, cinco Associações, 19 grupos de trabalho e cinco Conselhos. Um aspecto ressaltado pelo presidente do congresso,
20
Michel Komajda (França), foi a importância dos registros clínicos, os quais foram também objeto de diversas sessões. Na área da cardiologia intervencionista, nenhum estudo apresentou grande impacto que deva levar à mudança das condutas adotadas atualmente baseadas nas diretrizes vigentes, mas vale a pena ressaltar as últimas evidências da especialidade. Um dos dias do evento teve como foco os estudos de fibrilação atrial, com a apresentação do ARISTOTLE, um novo trial com mais de 18 mil pacientes que compara o novo anticoagulante apixaban com o tratamento convencional. O nome do estudo é uma homenagem ao filósofo grego Aristóteles – à semelhança de Platão, que recentemente foi homenageado com o estudo PLATO, comparando o uso de clopidogrel e ticagrelor nas síndromes coronárias agudas –, uma das mais importantes personalidades da filosofia ocidental, e cujas pesquisas exerceram influência na lógica, física, metafísica, música, biologia, ética, política, zoologia e medicina.
No estudo ARISTOTLE, o apixabam, inibidor do fator Xa, mostrou-se não inferior (desenho original do estudo visava demonstrar não-inferioridade em relação à warfarina em termos de eficácia), e até superior à droga controle, na prevenção de eventos tromboembólicos em pacientes portadores de fibrilação atrial e pelo menos um fator de risco adicional. Adicionalmente, não houve preço alto a se pagar pelo benefício: as taxas de sangramento foram, de fato, reduzidas em 31% com a nova droga. Os fatos indicam que os novos inibidores do fator Xa (rivaroxaban e apixabam), bem como o dabigatran (inibidor direto da trombina), parecem ser alternativas mais eficazes, seguras e confortáveis (não demandam coleta de sangue periódica para checar o tempo de protrombina) que a warfarina neste cenário. Contudo, seu custo marcadamente superior (embora não exista nenhum estudo de custo-efetividade detalhado com tais drogas dentro da realidade brasileira) poderá inibir seu uso disseminado.
divulgação
No estudo PURE, coordenado por Salim Yusuf (Índia), foi avaliada a adequação do tratamento clínico em aproximadamente 150 mil pacientes de diversos países ao redor do mundo, estratificados por nível socioeconômico. O estudo dal-VESSEL relatou resultados preliminares com o dalcetrapib, que pode ser uma nova opção para o tratamento do HDL baixo, mesmo após os resultados desapontadores do ILLUMINATE. Algumas sessões do congresso destacaram o uso do controle à distância para acompanhar pacientes com desfibriladores implantáveis, situação cada vez mais frequente em uma população mais velha e doente. Estudos de intervenção percutânea e comparações com resultados cirúrgicos também foram exibidos, e uma atualização do estudo EMPHASIS foi apresentada. Outro tópico ressaltado durante o evento foi o stent eluidor de everolimus (SEE), juntamente com o implante valvar aórtico percutâneo. Baseado em dados de estudos randomizados e de registros de
mundo real, o uso de SEE já se mostrou seguro e eficaz em pacientes de distintos perfis de risco, inclusive diabéticos. Além deste dispositivo, outros stents farmacológicos de nova geração ganharam o mercado recentemente: eluidores de novas drogas, controlados por polímeros bioabsorvíveis ou, até mesmo, sem polímero. Seus perfis de segurança e eficácia parecem semelhantes e adequados, tornando difícil uma comparação direta na tentativa de responder à pergunta: qual deles é o melhor? Um grande registro francês sobre o implante valvar aórtico percutâneo, o qual utilizou tanto a prótese balão expansível quanto a autoexpansível, demonstrou a segurança e eficácia desta prática em pacientes com estenose aórtica grave e elevado risco operatório. Registro com características semelhantes ao FRANCE II está sendo conduzido atualmente em nosso meio. No estudo MINAP-GPRD, a cessação precoce do uso de clopidogrel após síndromes
coronárias agudas mostrou-se comum e associada a desfechos adversos duros. Já o estudo PRODIGY demonstrou a possibilidade do uso mais abreviado do clopidogrel após intervenções com stents farmacológicos, e novos estudos com os dispositivos de nova geração reforçam sua segurança e eficácia até mesmo no infarto agudo do miocárdio. O alto risco de eventos recorrente após síndromes isquêmicas agudas estimula a tentativa da terapia antiplaquetária tripla nestes pacientes, mas até o momento evidências consistentes de benefício não estão disponíveis. O estudo RUBY-1 não demonstrou benefício do uso do darexaban (inibidor do fator Xa) associado à terapia convencional em pacientes com síndromes coronárias agudas. A droga promoveu, adicionalmente, um aumento nas taxas de sangramentos. ■ Todos os estudos apresentados estão disponíveis no Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br), com seus respectivos slides e artigos científicos.
QUALIDADE PROFISSIONAL
Honorários médicos: é hora de intervir! Cardiologistas intervencionistas e hemodinamicistas de todo o Brasil precisam unir-se para mudar a realidade da remuneração de nossa especialidade, e a SBHCI pode ajudar Por Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) | diretor de Qualidade Profissional da SBHCI
A
palavra “honorário” tem como significado “remuneração por serviços prestados em cargo facultativo, de qualificação honrosa, tais como o de médico, advogado etc.; estipêndio”. Assim sendo, a expressão “honorário médico” deve ser entendida como o valor com que é remunerado o serviço de um profissional de medicina, referente a um procedimento ou ato realizado, de acordo com a especialização e atuação. É clara a defasagem dos honorários médicos em todas as áreas da medicina, inclusive na cardiologia intervencionista. O Sistema Único de Saúde (SUS) paga, de honorários médicos, R$ 122,20 pelo cateterismo cardíaco diagnóstico e R$ 587,24 pelos procedimentos terapêuticos. É importante lembrar que, deste valor, devem ser extraídos os honorários de outros profissionais médicos envolvidos no cuidado ao paciente, como, por exemplo, anestesistas, intensivistas, cardiologista clínico etc. Este tema foi discutido com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), quando da nossa visita ao seu gabinete, em Brasília (DF), no início deste ano. Ele se mostrou sensível ao nosso pleito e prometeu estudar o assunto. Na saúde suplementar, enfrentamos problema semelhante, com um agravante: existem diversas formas de relacionamento dos médicos com as empresas de saúde,
22
desde uma relação contratual de credenciamento, até a ausência de relação direta, sendo os honorários repassados pela unidade hospitalar. Além disso, a saúde suplementar é muito regionalizada, pois existe um número muito grande de empresas, com penetrações muito distintas e variáveis de Estado para Estado. Tenho conhecimento de colegas que recebem R$ 100,00 de honorários por cateterismo diagnóstico, enquanto em outros locais, a média varia de R$ 400,00 a R$ 700,00. A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), apesar de algumas distorções e de várias manifestações contrárias, principalmente das empresas de saúde suplementar, é uma realidade. A unificação dos códigos dos procedimentos, pela Agência Nacional de Saúde (ANS), utilizou-a como parâmetro, inclusive com a mesma codificação, facilitando as cobranças e diminuindo a burocracia. A discussão sobre remuneração é uma constante em qualquer reunião informal de médicos que estão cada vez mais conscientes e cientes dos seus direitos. Na última assembleia da nossa Sociedade, em Curitiba (PR), o assunto foi muito discutido, de maneira que é possível perceber que é crescente a união e o engajamento dos médicos e de suas entidades em movimentos por uma remuneração mais justa. A paralisação de abril foi uma prova da
força desta união, pois foi grande a adesão em todo o País. Acredita-se, inclusive, que o parecer da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Saúde, liberado rapidamente, depois de muito tempo em análise, foi uma resposta do “lobby” das empresas de saúde suplementar, na tentativa de frear o movimento médico. Em minha opinião, devemos assumir definitivamente a CBHPM como valor referencial “mínimo e ético” de remuneração e, a partir dela, discutir regionalmente com as operadoras de saúde. Entendo que o ato médico, por exemplo, o cateterismo diagnóstico, é o mesmo em qualquer lugar do País e, por este procedimento, o médico deverá ser remunerado da mesma forma, independentemente das instalações hospitalares. O valor pago à unidade hospitalar não está em discussão aqui. Por outro lado, considero lícito também que aqueles profissionais com maior reconhecimento, titulação e/ ou experiência, valorizem a mais, nunca a menos, o seu honorário. A CBHPM, atualmente em sua 6ª edição (2010), corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE), traz o valor referencial para o cateterismo cardíaco diagnóstico e implante percutâneo de stent (um vaso), respectivamente, de R$ 621,40 e R$ 1423,50, no plano enfermaria, e R$ 1.242,80 e R$ 2.847,00, no plano apartamento.
UNIR PARA INTERVIR Outro ponto fundamental é a união dos colegas. Vários exemplos mostram que apenas unidos os médicos conseguem fazer valer seus direitos. Foi assim em Natal (RN), quando, em 2005, após 70 dias de paralisação, os médicos conseguiram reverter uma decisão arbitrária da Prefeitura Municipal e ainda receberam 100% de reajuste de seus honorários. Pernambuco possui uma cooperativa de cardiologistas muito forte e atuante, à qual se juntaram os cardiologistas intervencionistas e cirurgiões cardíacos. Conseguiram aumentos reais dos honorários médicos e, atualmente, discutem a implantação da CBHPM 2010, para o grupo Unidas. Em Sergipe, a mobilização é crescente e, atualmente, o grupo Unidas já remunera com base na CBHPM (4ª edição), sem redução. Na Bahia, a cardiologia intervencionista sempre esteve unida e participando ativamente das ações da Comissão Estadual de Honorários. Por este motivo, não se permitiu a inclusão dos honorários nos “pacotes” de procedimentos, que são valorizados separadamente e não entram na negociação das empresas de saúde suplementar com as unidades hospitalares. Recentemente, apesar de considerar a CBHPM 2010 como valor referencial correto, o Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista apoiou a negociação regional dos médicos com o grupo Unidas, para a implantação, a partir do mês de agosto, dos valores da CBHPM (5ª edição). Mesmo
assim, em geral, o valor do cateterismo diagnóstico será reajustado em aproximadamente 30%. Não podemos esquecer do movimento dos cirurgiões cardíacos, no ano passado, que, após paralisação, conseguiram reajustes de até 227% na remuneração dos seus procedimentos pelo SUS. Este é o melhor momento para lutarmos pela justa valorização de nossos honorários. Entretanto, precisamos sair um pouco da sala de hemodinâmica, das salas de aula, das atividades científicas e gastar um pouco mais de tempo defendendo a nossa profissão. As experiências citadas comprovam ser possível conseguir boas negociações, quando estamos unidos. As operadoras também já perceberam este momento e, por serem muito bem organizadas, estão atuando preventivamente. O grupo Unidas, aqui citado várias vezes, tem tomado a iniciativa de negociar com as entidades médicas, na tentativa de minimizar gastos. Os movimentos devem ser regionalizados devido às realidades distintas, mas a SBHCI pode ajudar, facilitando e promovendo a troca de informações e de experiências. No dia 20 de agosto, a SBHCI promoveu, juntamente com a Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, o I Fórum de Qualidade Profissional em Sergipe, durante o Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia. Portanto, o diagnóstico está feito e é hora de partir para a intervenção, pois talvez, mais tarde, o paciente (no caso, o cardiologista intervencionista) não resista. ■
steakpinball
+ Planos de saúde
No dia 3 de Agosto, o juiz federal Daniel Paz Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília (DF), cassou a liminar que suspendia os efeitos da medida preventiva da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça. Por enquanto, as entidades médicas estão proibidas de coordenar boicotes e paralisações a planos de saúde. Em 18 de Agosto, Roberto d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), reuniu-se em Brasília com representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e SDE, para tratar do assunto. Foi iniciado, então, processo de negociação para que a CBHPM possa vir a ser utilizada como referência em discussões sobre remuneração e para a posssibilidade de negociação coletiva dos médicos, sem ferir o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC).
23
PANORAMA | Salas Híbridas
NOVO CONCEITO de tecnologia
A união de conhecimentos e técnicas aprimoradas formam equipes multidisciplinares somando habilidades de clínicos, hemodinamicistas e cirurgiões junto ao que existe de mais moderno em tecnologia em um único ambiente
Por Carla Ciasca | jornalista e Isadora de Campos | jornalista
C
om o objetivo de otimizar a realização de procedimentos de alta complexidade, médicos especializados nas áreas clínica, hemodinâmica e cirúrgica têm atuado de forma conjunta, com equipamentos altamente avançados, em um mesmo espaço de maneira segura, rápida e menos invasiva. Este é o objetivo da sala híbrida, um conceito moderno da medicina no tratamento de doenças cardiovasculares complexas que começa a se espalhar em hospitais brasileiros. O termo “híbrida” foi dado porque este espaço dispõe de todos os recursos de uma unidade de hemodinâmica convencional em um centro cirúrgico. O ambiente consiste em uma sala de cateterismo cardíaco com todos os recursos tecnológicos de última geração, dentro do bloco cirúrgico, que possibilita a intervenção percutânea acoplada, quando necessário, às cirurgias cardiovasculares, em geral, minimamente invasivas. No Brasil, a ideia deste ambiente unificado já existia no hospital da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde 2005. “Naquela época, já trabalhávamos algum conceito de sala híbrida, não do jeito como ela está concebida agora, mas de forma primária,
24
desde quando desenvolvemos um grupo de tratamento endovascular, com stents de aorta”, afirma José Honório Palma da Fonseca (SP), cirurgião cardiovascular que já lidava com a técnica conjunta de implante de stents de aorta na Unifesp ao lado de Claudia M. R. Alves (SP), José Augusto Marcondes de Souza (SP) e Marcelo Cantarelli (SP). “Vimos a necessidade de trabalhar em um ambiente com mais equipamentos, com recursos melhores, como o ecocardiograma transesofágico, entre outros”, explica Fonseca, que hoje atua em uma sala com tecnologia de ponta, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde. “A grande vantagem da sala híbrida e desta equipe multiprofissional é dedicada ao doente, porque a gente consegue fazer uma cirurgia menos invasiva do que faria num procedimento normal.” De acordo com Rogério Sarmento-Leite (RS), diretor técnico do Laboratório de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul da Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC), o maior benefício da sala híbrida é a segurança total do paciente, por se tratar de um ambiente que permite maior versatilida-
de de procedimentos. “Podemos transformar um procedimento minimamente invasivo em maximamente invasivo, se houver necessidade, com todo o suporte necessário”, afirma. “Isso agrega segurança àqueles casos cada vez mais complexos que fazemos no dia-a-dia e ainda permite a extensão a novas áreas e cenários de casos mais difíceis.” Em fevereiro deste ano, o IC-FUC do Rio Grande do Sul inaugurou sua primeira sala híbrida, com aproximadamente 300 metros quadrados, que atende todas as faixas etárias e segmentos da população, com equipamentos de ponta que oferecem avanços inéditos com foco na abordagem minimamente invasiva das cardiopatias isquêmica e estrutural, afecções das válvulas cardíacas e da aorta torácica. A partir de então, procedimentos com cateteres tradicionais e suas associações podem garantir, por exemplo, que um paciente com doença coronária receba, na mesma sala, uma artéria mamária na artéria coronária descendente anterior. Ao mesmo tempo, no mesmo procedimento, pode-se fazer angioplastia das demais artérias coronárias, associando cirurgia, angioplastia e implante de stents
fotos: divulgação
Sala híbrida do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul da Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC)
“Os procedimentos mais comuns realizados ali são os implantes percutâneos valvares aórticos, tratamento de cardiopatias congênitas, tratamento endovascular das doenças da aorta e revascularização híbrida do miocárdio, em que se pode colocar stent em um vaso e fazer uma revascularização em outro vaso”, explica Sarmento-Leite, que coordena a equipe multidisciplinar do IC-FUC ao lado do cirurgião cardiovascular Paulo Roberto Prates (RS), que corrobora o benefício ao paciente com este novo método de trabalho. “Uma cirurgia que durava cinco horas, agora, pode ser realizada em até uma hora”, afirma Prates. “E ainda reduz o tempo de espera para a pessoa ir para o quarto e ter alta, que pode acontecer em dois dias. Antes eram necessários dez, pelo menos.” Este modelo de ambiente está lentamente ganhando expressão no Brasil, já que o custo e a complexidade para a instalação são altos. Entretanto, há boas perspectivas de desenvolvimento em consonância com uma tendência muito presente nas instituições, que é a figura do team heart como maneira ideal de se trabalhar. “O cenário ideal seria que todas as instituições de referência dispusessem de equipes multidisciplinares para tratar dessas doenças que, na verdade, são multissistêmicas”, afirma Sarmento-Leite, ressaltando que o trabalho em equipe divide não só responsabilidades, mas também áreas de atuação. “Este cenário permite que se somem esforços em prol de um objetivo comum.” ■
Álvaro Albrecht (RS), Rogério Sarmento-Leite (RS)e Paulo Roberto Prates (RS), da equipe multisistêmica do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul da Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC)
TM
Guias Coronárias 0.014” As melhores opções para o cruzamento de todas a lesões A família de guias RunthroughTM NS possui a ponta distal em Nitinol oferecendo flexibilidade e dirigibilidade em todos os tipos de procedimento.
A família de Guias Coronárias CrosswireTM apresenta características únicas para o cruzamento de Lesões Complexas e Oclusões Totais.
Os modelos Floppy e Intermediate cruzam a maioria das lesões encontradas na prática diária do Intervencionista e o modelo HyperCoat, com o alma central mais rígida e duas vezes mais hidrofílica é a opção ideal quando um maior suporte é necessário.
40 cm de revestimento Hidrofílico M-Coat garante o cruzamento da lesão com segurança. A ponta distal com Peso Progressivo de 10g, 40 e 80g asseguram o sucesso do procedimento mais desafiador.
terumo.com.br | terumo.com | 11 3594-3800 TERUMO®, RunthroughTMNS e CroswireTM NT, são marcas registradas da TERUMO Corporation. Registro ANVISA RunthroughTM NS 80012280063 - CrosswireTM NT 80012280062
JOGO Rápido
Médico e escritor Por Isadora de Campos | jornalista
P
Um dos pioneiros da angioplastia coronariana no Brasil e introdutor da técnica no Rio Grande do Sul, Carlos Antonio Mascia Gottschall (RS), é um dos mais renomados cardiologistas intervencionistas do País e carrega a satisfação de ter formado um grande número de profissionais íntegros
rofessor e diretor do Laboratório de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC/FUC) e livre-docente em cardiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Carlos Antonio Mascia Gottschall é um dos pioneiros do ensino pós-graduado em medicina das duas instituições. Autor de mais de mil textos médicos, teses e alguns livros, recebeu dezenas de prêmios nacionais e internacionais. Presidiu a Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, é fundador e ex-presidente da SBHCI, fundador da Associação Gaúcha de História da Medicina e seu Presidente de Honra. Casado há 48 anos com a artista plástica Elisabete Santos Gottschall, por quem faz questão de se declarar completa e irreversivelmente apaixonado desde os 14 anos de idade, Gottschall tem três filhos e sete netos. Mas sua paixão doentia é o time do coração: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Quando decidiu pela medicina? Já nasci médico. Nunca pensei em ser outra coisa. Eu era o melhor em ciências naturais; sempre tirava dez! Por que cardiologia? Entre as matérias básicas do curso de medicina, a que mais me atraiu foi a fisiologia, em especial a fisiologia cardiovascular, área que me possibilitava entendimento e
26
explicações baseadas em princípios físicos e matemáticos. Daí foi um pulo para a cardiologia, que considero a mais racional das especialidades médicas, em especial, a hemodinâmica, na qual os princípios físicos e fisiológicos são ressaltados. Quem foi o professor que mais o influenciou? Por quê? O humanista Rubens Mario Garcia Maciel (RS), sobre quem terminei de escrever o livro “Rubens Maciel, o triunfo da inteligência”. Cardiologista e professor de Semiologia, fundador da lendária Enfermaria 29 da Santa Casa de Porto Alegre (RS). Foram discípulos de Rubens Maciel: Rubem Rodrigues (RS), fundador do IC/FUC, e Mario Rigatto (RS), ambos também meus mestres. No exterior, destaco a figura de Richard K. Myler (Estados Unidos). Qual é a área mais promissora na medicina de hoje? Não se trata de especialidades, mas de serviços médicos a serem prestados. Entre estes está a cardiologia intervencionista. E quais as áreas mais negligenciadas? As faculdades de medicina precisam voltar a adicionar à sua cultura a história da medicina (para prevenir erros que se repetem); o humanismo (para evitar o tecnicismo desumanizante); e a bioética (para que o médico insira o paciente no meio ambiente com a dignidade que o ser humano merece e a natureza requer).
Qual sua recomendação para os médicos que estão prestes a se formar? O óbvio: gostar do que faz, estudar sempre, trabalhar com ética. Recompensa monetária deve ser consequência, não busca primária. O que o deixa inspirado e de bom humor? Sentir que realizei alguma tarefa de maneira adequada. O que o tira do sério? Mentira, traição, covardia, hipocrisia, prepotência. Como o senhor gosta de relaxar? Aproveitar com a família, com a minha esposa, praticar algum exercício ao ar livre, ler, escrever, uma boa viagem e uma boa mesa, claro que com um bom vinho. Qual livro está lendo atualmente? Na verdade, terminei de escrever e estou preparando “Rubens Maciel, o triunfo da inteligência. Registros e reminiscências”. Cultivo muito o conselho de Disraeli: “Quando você quer muito ler um livro, escreva-o”. Antes disso, o último que li foi “Boaventura”, um excelente livro sobre o ciclo do ouro no Brasil e que explica muito da formação cultural e econômica de nosso País. Se o senhor escrevesse uma autobiografia, que título daria ao livro? “O sujeito que procurou acertar”. ■
AGENDA outubro dias 7 e 8 CAAT 2011 - São Paulo Curso Avançado em Aterotrombose Diagnóstico e Tratamento São Paulo, SP www.caat2011.com.br dia 14 Simpósio SBHCI Congresso Goiano de Cardiologia Goiânia, GO www.sbhci.org.br dias 14 e 15 CAAT 2011 - Rio de Janeiro Curso Avançado em Aterotrombose Diagnóstico e Tratamento Rio de Janeiro, RJ www.caat2011.com.br dias 20 a 22 CAAT 2011 - Porto Alegre Curso Avançado em Aterotrombose Diagnóstico e Tratamento Porto Alegre, RS www.caat2011.com.br
dias 28 e 29 Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 2011 São Paulo, SP www.sbhci.org.br
dezembro dia 2 5th Imaging & Physiology Summit 2011 Seul, Coreia do Sul www.imaging-physiology.com/2011
novembro dias 3 a 5 CCT 2011 Complex Cardiovascular Therapeutics Kobe, Japão cct.gr.jp/2011 dias 7 a 11
dia 3 VIII Simpósio de Cardiologia Clínica e Hemodinâmica do Hospital Mario Lioni (AMIL Par RJ) Rio de Janeiro, RJ Tel. (21) 2775-3000 dias 7 a 10 Reunião Científica Anual SOCIME 2011 Puebla, México www.socime.com.mx
TCT 2011 São Francisco, Estados Unidos www.tctconference.com dias 12 a 16 American Heart Association Scientific Sessions 2011 (AHA) Orlando, Estados Unidos scientificsessions.americanheart.org
dias 9 e 10 Endovascular Summit 2011 San Juan, Porto Rico www.endovascularsummit.net JUNHO/2012 dias 20 a 22 XXXIV Congresso da SBHCI Salvador, BA www.sbhci.org.br
dias 25 e 26 CARDIO INTERV 2011 Curitiba, PR www.cardiointerv.com
A SBHCI, em parceria com a SCAI, sorteará entre os intervencionistas em formação (residentes) nos Centros de Treinamento credenciados duas vagas para o 2011 SCAI Fall Fellows Course que ocorrerá de 6 a 9 de dezembro de 2011 em Las Vegas, Estados Unidos. or ced
0
201
ven
or ced
0
201
ven
“ “
Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista www.sbhci.org.br Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 Vila Olímpia – São Paulo, SP CEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034
A experiência em Las Vegas, no ano passado, foi engrandecedora. Não só pelo intercâmbio de informações com os fellows de outros países e por poder desfrutar do conhecimento dos grandes nomes da intervenção mundial, mas principalmente por certificar que os nossos centros formadores são de excelência e com reconhecimento mundial.
” ”
Gustavo Travassos Gama (SP) ex-residente do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
O curso foi sensacional, com material prático e científico extenso. Um pouco cansativo, mas muito além da expectativas. Foi muito bom o contato com os residentes de outros países e saber que nosso aprendizado está no mesmo nível, quiçá além dos demais. Ricardo Santana Parente Soares Jr. (SP) ex-residente do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
COMO PARTICIPAR? Para estar apto a concorrer, é necessário que o mesmo tenha publicado em 2010 e/ou 2011 um artigo original como primeiro autor na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI), ou que o envie para publicação e receba o aceite da revista até a data de 29/09. A SBHCI e a SCAI oferecerão o curso com todas as despesas pagas aos contemplados no sorteio que será realizado no dia 30/09, na sede da SBHCI, e auditado por Normatiza Auditores.
Gestão 2010-2011 Presidente: Maurício de Rezende Barbosa (MG) | Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) | Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) | Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) | Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) | Diretor de Educação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) | Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vugman Wainstein (RS) | Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ) Equipe Administrativa Norma Cabral | gerência administrativa | gerencia@sbhci.org.br Aline Ribeiro | científico | cientifico@sbhci.org.br Eleni Peixinho | financeiro | financeiro@sbhci.org.br Kelly Peruzi | sócios | socio@sbhci.org.br Roberta Fonseca | eventos | eventos@sbhci.org.br Vânia Fernandes | secretaria | secretaria@sbhci.org.br
27
20 a 22