Jornal da SBHCI

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Ano XIII

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Nº 1

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Janeiro a março de 2010

Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

Maurício de Rezende Barbosa assume a Presidência da SBHCI ao lado da nova Diretoria

Novos Rumos

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PALAVRA DO PRESIDENTE

O futuro é promissor

E

m janeiro, iniciamos uma nova administração na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). É grande nosso entusiasmo e nos sentimos muito honrados com a confiança depositada em nosso grupo de diretores. Nossa dedicação tem sido, e sempre será, grande no sentido de dar continuidade ao crescimento desta sociedade científica, respeitada no Brasil e reconhecida no exterior. Acompanho o desenvolvimento da SBHCI desde o Congresso pioneiro em 1976, realizado na cidade do Guarujá (SP). Durante essas três décadas, observamos e participamos do grande progresso de nossa área de atuação, que vive um período de crescimento pujante. Mais de trinta anos depois, é com grande alegria que convidamos todos para o XXXII Congresso da SBHCI, a ser realizado nos dias 22 a 24 de julho no moderno centro de convenções da Expominas em Belo Horizonte (MG), minha terra natal. Os cardiologistas intervencionistas de Minas Gerais convidam os amigos de todo o Brasil a participar de uma programação científica de alto nível, elaborada pela Comissão Científica, bem como a desfrutar da tradicional hospitalidade mineira, concretizando mais um evento de grande sucesso. As ricas apresentações científicas testemunhadas por todos nós nos Congressos Nacionais e Regionais merecem e devem

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ser publicadas em revistas especializadas, registrando a autoria dos trabalhos, tornando-se cada vez mais fonte educacional e histórica da produção científica nacional. A Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) é um exemplo de como o trabalho constante, dedicado e com idealismo pode alcançar resultados de destaque. Muito já foi conquistado com os esforços de todos. Porém, ainda temos um longo caminho a ser percorrido, sendo importante a participação de todos na produção de trabalhos científicos para a RBCI. A SBHCI está próxima de superar a marca de mil médicos associados. Hospitais equipados com modernos serviços de hemodinâmica estão instalados por todo o País. Avançados procedimentos de cardiologia intervencionista são disponibilizados aos nossos pacientes, mas ainda não sabemos, com certeza, as dimensões desse atendimento. A Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC), instituída em 1993, recebe contribuições exclusivamente voluntárias e, hoje, tem mais de 242 mil procedimentos registrados em sua base de dados. Muitos trabalhos foram publicados ou apresentados em congressos, divulgando o elevado nível da cardiologia intervencionista no Brasil. Diante dos números e dos fatos, afirmamos com veemência: a CENIC é uma história de sucesso! O momento agora é de aprimorar, rever, modificar, simplificar e acrescen-

tar novos procedimentos, incentivando a maior participação dos intervencionistas e buscando a expansão deste que é um dos maiores registros médicos do País. As associações científicas têm, por natureza, a nobre missão de congregar médicos, zelar pela ética, incentivar estudos, promover a educação continuada e a certificação profissional. Estamos em uma era avançada da ciência, mas os problemas na rotina diária são muitos e a defesa dos interesses profissionais torna-se cada vez mais necessária. É importante promover o intercâmbio científico e associativo com as entidades brasileiras regionais de nossa área de atuação, interagir com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCC), com a Associação Médica Brasileira (AMB), com os Conselhos Regionais de Medicina e muitas outras entidades nacionais e internacionais. Dentre estas, faço questão de destacar o trabalho conjunto com a Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), que vem sendo realizado há anos. Ao assumirmos uma SBHCI equilibrada, transparente e modernizada, cumprimentamos a Diretoria 2006-2009 pelo exaustivo e impecável trabalho realizado, agradecendo a Luiz Alberto Mattos e a todo o grupo que ativamente trabalhou e contribuiu para um período muito especial de crescimento da entidade. Vamos todos continuar juntos a caminhada em benefício de nossa Sociedade, buscando sempre o crescimento de nossa área de atuação. Observando a trajetória de sucesso da SBHCI, não temos receio algum ao dizer que podemos seguir em frente com otimismo, certos de que os obstáculos serão superados, renovando nossa confiança em um futuro promissor.

Maurício de Rezende Barbosa Presidente da SBHCI


ÍNDICE Notas e notícias

Porto Velho

Belo Horizonte

Administração Comunicações PEC 2010 Qualidade profissional CENIC Intervenções extracardíacas Cardiopatias congênitas

AHA 2009 JIM 2010

INTERNAS

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Confira as novidades da SBHCI

GIRO PELO BRASIL

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No meio da Floresta Amazônica

CONGRESSO 2010

8 Em ritmo acelerado

NOVA GESTÃO

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O futuro já começou Ampliando o acesso à informação Intercâmbio de conteúdo Há muito o que fazer Para continuar crescendo A manutenção do reconhecimento Objetivos e perspectivas a longo prazo

ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA

20 Direto de Orlando 22 O estado da arte

Entrevista Jorge Ilha Guimarães

25 Crescimento acelerado

SYNTAX

QUALIDADE PROFISSIONAL

32 Muito além da ciência

Perfil

PANORAMA

28 O estudo SYNTAX mudou sua conduta na indicação de um procedimento de revascularização miocárdica?

Gestão em hemodinâmica

SBC

JOGO RÁPIDO

34 Alexandre Abizaid AGENDA 35 Confira os próximos eventos

Maurício de Rezende Barbosa, Presidente

Marcelo José de Carvalho Cantarelli, Diretor Administrativo

Alexandre Schaan de Quadros, Diretor de Comunicação

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INTERNAS

Cerimônia de posse A

Diretoria responsável pela administração da SBHCI no biênio de 2010-2011 assumiu o comando da entidade no dia 19 de janeiro, em São Paulo (SP). Maurício de Rezende Barbosa (MG) foi empossado novo presidente, sucedendo a Luiz Alberto Mattos (SP), que esteve à frente da SBHCI nos últimos 42

meses. A cerimônia foi realizada na sede da SBHCI, na capital paulista, e contou com a presença de integrantes das duas Diretorias e convidados ilustres, como Jadelson Pinheiro de Andrade (BA), representando a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), representantes das indústrias e outros parceiros da Sociedade. A ocasião ain-

da foi marcada por duas grandes novidades. A galeria de ex-presidentes foi reformulada e apresentada aos sócios e convidados. Assim como a reforma da sede da SBHCI, que foi completamente reestruturada para oferecer aos associados e colaboradores ambientes mais confortáveis e adequados para execução de suas atividades.

Entre diretores, associados, colaboradores, representantes de parceiros e prestadores de serviço, cerca de 40 pessoas participaram da cerimônia de transmissão de posse à Diretoria que assumiu a gestão da SBHCI para o biênio 2010-2011. Acima, à direita, o ex-presidente Luiz Alberto Mattos (SP) cumprimenta Maurício de Rezende Baborsa (MG), novo presidente da Sociedade, após seu discurso de posse.

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Recém-empossado como presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG) inaugurou a galeria de ex-presidentes ao lado de Jadelson Pinheiro de Andrade (BA), representante da SBC no evento.

Da esquerda para a direita, Maurício de Rezende Barbosa (MG), em seu discurso de posse; Marcelo Queiroga Lopes (PB), diretor administrativo da gestão 2006-2009; e Jadelson Pinheiro de Andrade (BA), representante da SBC na cerimônia.

Evento inédito

Tratamento Percutâneo das Patologias Valvulares é o tema do Simpósio do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul [Rogério Sarmento-Leite (RS), diretor técnico do Laboratório de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul]

Nos dias 7 e 8 de maio o Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC) promoverá, no Centro de Eventos do Hotel Deville, em Porto Alegre (RS), o Simpósio Internacional de Terapia Valvular Percutânea do IC-FUC. Apoiado pela SBHCI, o simpósio abordará os novos e modernos avanços terapêuticos no tratamento percutâneo das afecções das válvulas aórtica, pulmonar e mitral. As atividades se darão de forma expositiva e interativa, cobrindo aspectos conceituais, diagnósticos e terapêuticos, com apresen-

tação de casos clínicos e amplo espaço para discussão. Consideramos essa uma área de atuação multidisciplinar e renomados colegas da área intervencionista, clínica e cirúrgica já confirmaram presença. O evento contará ainda com a participação de três ilustres palestrantes internacionais com enorme experiência na área: Eberhard Grube, da Alemanha, abordará fundamentalmente o tratamento percutâneo da estenose aórtica; Philipp Bonhoeffer, da Inglaterra, trará sua experiência no desenvolvimento das próteses pulmonares; e Scott Lim, dos Estados Unidos,

discutirá as questões relativas à terapêutica minimamente invasiva da insuficiência valvar mitral. O sucesso pleno do evento só se dará com sua participação. Contamos com sua presença e esperamos encontrá-lo em Porto Alegre.

Agende-se

Data: 7 e 8 de maio Local: Centro de Eventos Hotel Deville – Av. dos Estados, 1909 Porto Alegre, RS Informações: www.cardiologia.org.br

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GIRO PELO BRASIL

PORTO VELHO

No meio da

Floresta Amazônica

A implantação de um serviço de hemodinâmica em Rondônia vinha sendo almejada pela comunidade médica há pelo menos dez anos

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orto Velho é uma das maiores cidades brasileiras. Não no quesito econômico ou demográfico, mas no territorial. No meio da Floresta Amazônica, à margem do Rio Madeira, afluente do Amazonas, e dona de uma área com cerca de 34 mil km², a capital do Estado de Rondônia é maior que outros dois Estados brasileiros, Sergipe e Alagoas. Apesar dessa grandiosidade geográfica, os 382 mil habitantes da cidade só tiveram o primeiro centro de hemodinâmica inaugurado em 2007, após quase dez anos de diversas tentativas frustradas. Naquele ano, o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro iniciou a implantação do primeiro serviço de alta complexidade em cardiologia do Estado. Porém, ainda faltava o principal: cardiologistas intervencionistas dispostos a se deslocar até Porto Velho. Até aquele momento, os pacientes que necessitavam de procedimentos na área de hemodinâmica precisavam viajar cerca de

dois a três mil quilômetros para realizar tais intervenções em outras cidades. Para se ter uma ideia da distância, um voo que sai de São Paulo demora cerca de seis horas para pousar no aeroporto de Porto Velho, fazendo escala em pelo menos uma cidade da região Centro-Oeste. Tendo conhecimento da situação, Wilson Miguel Cecim Coelho (RO), que na época era chefe do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Beneficente Portuguesa em Belém (PA), e que por vários anos coordenou o Serviço de Hemodinâmica do Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC) de São José do Rio Preto (SP), aceitou o desafio de estruturar e coordenar o primeiro serviço de cardiologia intervencionista do Estado de Rondônia. Ainda em 2007, Coelho convidou Daniel Ferreira Mugrabi (RO) para ingressar no grupo, com o objetivo de auxiliar na implantação do serviço. O médico aceitou o desafio, retornando assim a sua cidade natal após concluir a

formação em hemodinâmica na equipe de José Armando Mangione (SP), no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. As obras para a adequação da área física do Hospital de Base começaram em janeiro de 2008, e em 9 de junho daquele ano foi inaugurado o Centro de Cardiologia e Tratamento Endovascular (CCATE). Em decorrência do ritmo crescente da demanda por procedimentos, Wangles Jotão Geraldo (RO) incorporou-se à equipe no começo de 2009. Simone Soares Coelho (RO), diretora clínica, é a quarta profissional a completar o grupo. O CCATE entrou em 2010 completando 18 meses de existência e já é referência na região Norte na área de cardiologia intervencionista. O serviço atende exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), recebendo pessoas de todo o Estado, além dos vizinhos Acre e Amazonas, correspondendo a uma região de influência que comporta mais de dois milhões de pessoas.


Às margens do Madeira Os pioneiros da hemodinâmica de Rondônia estão na capital, Porto Velho, localizada às margens do Rio Madeira CCATE – Centro de Cardiologia e Tratamento Endovascular do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro Responsável: Wilson Miguel Cecim Coelho (RO) Site: não possui Telefone: (69) 3225-4152

Sala de exames do Novecate – Centro de Cateterismo e Terapia Endovascular do Hospital Nove de Julho.

Durante esse período, o CCATE realizou, aproximadamente, 1.500 procedimentos diagnósticos e 250 intervenções coronárias, além de cerca de 300 procedimentos terapêuticos e diagnósticos extracardíacos. Para 2010, existe a previsão de início do tratamento percutâneo de valvopatias e de cardiopatias congênitas. No entanto, os números re-

ferentes ao total de procedimentos realizados no Estado devem ser maiores. O pioneirismo do CCATE abriu as portas para a constituição de dois serviços privados na cidade de Porto Velho, o Centro de Cateterismo e Terapia Endovascular (Novecate) do Hospital Nove de Julho e o Centro de Tratamento do Infarto (Angiocenter) do Hospital Central.

Novecate – Centro de Cateterismo e Terapia Endovascular do Hospital Nove de Julho Responsável: Wilson Miguel Cecim Coelho (RO) Site: www.h9julho.com.br Telefone: (69) 3211-3117 Angiocenter – Centro de Tratamento do Infarto do Hospital Central Responsáveis: Alexandre Venturelli e Géderson Rossapo Site: não possui E-mail: angiocenter@gmail.com Telefone: (69) 3221-2393

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CONGRESSO 2010

BELO HORIZONTE

Em ritmo acelerado A Comissão Organizadora do Congresso SBHCI 2010 reunirá mais de mil congressistas no evento programado para acontecer entre os dias 22 e 24 de julho, em Belo Horizonte (MG)

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O Expominas, em Belo Horizonte (MG), é dos mais novos e modernos centros de exposições e eventos do Brasil. Esse será o palco do XXXII Congresso da SBHCI.

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SBHCI está em ritmo acelerado com os preparativos para o Congresso deste ano, que será realizado de 22 a 24 de julho, no Expominas, em Belo Horizonte (MG). A exemplo do modelo adotado na última edição, o evento terá sua abertura na quinta-feira pela manhã, e o encerramento acontecerá no sábado, ao meio-dia. De acordo com o presidente do Congresso, Marcos Marino (MG), a definição do programa com dois dias e meio de duração visa a facilitar a vida profissional do médico. “O importante é que o colega cardiologista intervencionista não perde metade da semana; ele abdica de apenas dois dias de trabalho para participar do Congresso.”


Também seguindo os moldes do evento do ano passado, o programa científico do Congresso 2010 contará com a transmissão de casos ao vivo nacionais e internacionais e, após cada caso transmitido, a realização de mesas-redondas enfocando tanto o caso prático como as questões teórica e científica da afecção apresentada. As transmissões abrangerão doença coronária multiarterial com stents farmacológicos, doença coronária associada a afecção extracardíaca, intervenções em cardiopatias congênitas, e implantes percutâneos de válvulas aórticas. Os casos ao vivo serão realizados em três hospitais da capital mineira: Hospital Madre Tereza, sob a coordenação de Marcos Marino; Hospital Felício Rocho, sob a responsabilidade de Ari Mandil (MG) e Jamil Saad Abdalla (MG); e Hospital Biocor, em que o presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG), será o responsável. As transmissões internacionais serão realizadas a partir de dois centros dos Estados Unidos e de dois centros europeus. Para a programação científica durante o Congresso, está confirmada a presença dos seguintes convidados internacionais: Ted Feldman, professor de medicina e diretor do Laboratório de Cateterismo Cardíaco do Evanston Hospital (Illinois, Estados Unidos); Marco Valgimigli, pela Azienda Ospedaliera Universitaria (Ferrara, Itália); e Stephan Windecker, diretor de cardiologia invasiva do Departamento de Doenças Cardiovasculares do Bern University Hospital (Berna, Suíça). Os temas livres abrangerão as categorias Intervenção em Doença Coronária, Intervenções em Cardiopatias Congênitas, Intervenções em Doenças Extracardíacas, e Enfermagem. Com inscrições encerradas no dia 14 de março, foram submetidos 193 trabalhos, que concorrerão a 24 prêmios.Os vencedores poderão ganhar passagem e hospedagem para participar dos seguintes eventos: TCT 2010 – Transcatheter Cardiovascular Therapeutics em Washington DC, nos Estados Unidos; EuroPCR 2010 – Paris Course of Revascularization em Paris, na França; PICS & AICS 2010 – Pediatric & Adult Interventional Cardiac Symposium, que acontecerá em Chicago, nos Estados Unidos; ou do Congresso da SBHCI 2011, em Curitiba (PR).

O Expominas, local escolhido para a realização do Congresso SBHCI 2010, é um dos mais modernos centros de convenções do País e possibilitará grande espaço para reunir os representantes da indústria, que já estão definindo os temas dos simpósios previstos para ocorrer durante os intervalos da programação científica. Na sexta-feira à noite haverá a Assembleia Geral da Sociedade. A expectativa da Comissão Organizadora é de que, nesta edição, participem mais de mil congressistas. Para o presidente do Congresso, Marcos Marino, a cidade de Belo Horizonte é um local central e de fácil acesso, além de o clima nessa época – mês de julho – ser extremamente agradável, tudo isso associado à excelência da culinária e à receptividade mineira. “É um convite de Minas Gerais para que os participantes estendam a programação cultural e possam trazer suas famílias para visitar Ouro Preto, Mariana e outras importantes cidades históricas brasileiras”, diz Marino.

Expominas

Belo Horizonte | Minas Gerais www.sbhci.org.br

22 a 24 de julho de 2010

Inaugurada em 1940 e reformada em 2001, a Casa do Baile é um passeio pitoresco na capital mineira.

Uma das melhores vistas de Belo Horizonte (MG) está no mirante da Praça Israel Pinheiro.

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NOVA GESTÃO

ADMINISTRAÇÃO

O futuro já começou Nova Diretoria revela a ampla visão de todas as áreas de atuação da SBHCI e apresenta seus planos para os próximos dois anos

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[Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente; Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP), diretor administrativo]

O presidente Maurício de Rezende Barbosa (MG) está preparado para dois anos de muito trabalho à frente da SBHCI.

Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP), diretor administrativo, atuará de forma a manter a gestão da entidade financeiramente saudável e autossustentável.

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ecebemos da gestão que nos antecedeu uma SBHCI organizada, transparente e estruturada como uma grande empresa. Uma revista científica de prestígio, um portal na internet com informações atualizadas e um eficiente meio de comunicação com o associado, que é o Jornal da SBHCI. Assumimos a Sociedade conscientes de que nossa responsabilidade maior é o trabalho constante de manutenção de todas essas conquistas, buscando o crescimento, a renovação e o desenvolvimento de novos projetos. Uma das prioridades da atual gestão é a Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI), que difunde o conhecimento científico e promove o debate e os avanços em nossa área de atuação, conferindo aos autores o merecido destaque e a propriedade intelectual da pesquisa publicada. Para que o periódico tenha mais destaque e visibilidade é importante que seja indexado nas bases de dados internacionais, a fim de que a informação seja rapidamente difundida entre toda a comunidade científica. A produção científica no Brasil é notável, como podemos testemunhar nos inúmeros trabalhos e palestras apresentados em congressos nacionais e internacionais. Porém as publicações ainda são escassas em nosso meio por vários motivos, dentre eles nosso intenso trabalho diário e os múltiplos problemas que consomem grande parte de nosso tempo em atividades burocráticas. A atual Diretoria pretende realizar cursos de metodologia científica e disponibilizar a todos os associados a assessoria de profissionais capacitados que possam orientar e facilitar a estruturação dos trabalhos científicos, bem como contribuir com uma análise estatística adequada. Pretendemos também, com esse projeto, incentivar o jovem intervencionista a se dedicar, durante o período de residência, à elaboração de trabalhos científicos originais para publicação, enriquecendo sua formação médica e o currículo profissional.


Nosso portal na internet é hoje um exemplo de como o trabalho organizado em equipe pode levar a um resultado superlativo. Podemos dizer que nosso portal se tornou um “megasite”, abrigando palestras ilustradas com slides, filmes, casos clínicos, entrevistas com profissionais renomados e inúmeras resoluções da Diretoria e de ór-

gando opiniões, eventos nacionais e internacionais, notícias da indústria, e avanços recentes na área de atuação, e destacando serviços de hemodinâmica e profissionais médicos em diversos pontos do País. Enviado para todos os cardiologistas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), amplia a divulgação e a visibilidade de nos-

A propósito, o espírito de renovação também passou pela sede da SBHCI. Localizada na Vila Olímpia, uma região moderna, valorizada e em constante crescimento na cidade de São Paulo (SP), o escritório que abriga nossa Sociedade passou por ampla reforma realizada pela gestão anterior entre o fim de 2009 e

Assumimos a Sociedade conscientes de que

nossa responsabilidade maior é o trabalho constante de

manutenção de todas as conquistas.

gãos do governo, que regulamentam nossa atividade profissional. Sendo a modalidade de comunicação mais rápida na atualidade, vamos nos dedicar à continuidade desse trabalho, procurando crescer sempre, remodelando e modernizando nossa página na internet de maneira sistematizada e ordenada, tornando-a mais atrativa e com ferramentas que facilitem a pesquisa rápida do material necessário. O Jornal da SBHCI é um notável meio de comunicação com o associado, divul-

so trabalho, promovendo maior integração com nossos aliados, os cardiologistas clínicos, e divulgando pontos de vista que auxiliam na prática diária da moderna cardiologia intervencionista, sempre baseada em diretrizes atualizadas. Vamos buscar a participação de empresas interessadas no projeto e no patrocínio do Jornal da SBHCI, alcançando sua sustentabilidade e permitindo sua periódica renovação para melhor cumprir as metas de comunicação com o associado.

A sala de reuniões foi reformada e modernizada para atender melhor às necessidades para tomadas de decisão da Diretoria.

início de 2010. As instalações foram modernizadas, com o objetivo de promover maior conforto e funcionalidade a todos os ambientes. Os associados agora podem se reunir em salas reestruturadas, que atendem com perfeição a todas as necessidades que possam surgir durante uma reunião. O local onde estava instalada a equipe administrativa também foi ampliado, permitindo que haja melhor fluxo no ambiente. Ainda durante a gestão do presidente Luiz Alberto Mattos (SP), a nova Diretoria acompanhou as ações ligadas ao desenvolvimento científico da SBHCI. Por essa razão, iniciamos nossa gestão em janeiro providenciando projetos e planos para trabalhar alguns pontos que consideramos de extrema importância. Um deles é a Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC), iniciativa de sucesso desde 1993 quando foi iniciado o recrutamento voluntário de dados para documentar o desempenho e a evolução da área de atuação no Brasil. Apesar da evolução crescente da CENIC, ainda é necessário promover o estímulo ao envio de dados. Esse é um projeto cujo sucesso está intrinsecamente atrelado à responsabilidade de cada um de nós, intervencionistas. Precisamos, com dedicação, enviar os dados à CENIC para obtermos um registro cada vez mais fiel do trabalho realizado no País. A Diretoria pretende se dedicar a estudar e executar as mudanças necessárias a fim de facilitar para nossos associados o processo de remessa dos casos e apri-

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NOVA GESTÃO

ADMINISTRAÇÃO

morar a consistência do banco de dados. Também sob o escopo do desenvolvimento científico está a realização do XXXII Congresso da SBHCI. A data do evento (22 a 24 de julho) foi escolhida estrategicamente para reduzir fatores que afastem o público do nosso Congresso. A cidade sede, Belo Horizonte (MG), tem atrativos de sobra para tornar a viagem aprazível. Quanto ao conteúdo do evento, estamos certos de que teremos qualidade e excelência comparáveis às dos melhores congressos internacionais. Por ora, só nos resta continuar esse trabalho fabuloso e convidar todos os membros da SBHCI a comparecer a Belo Horizonte para mais um importante evento científico, desfrutando da tradicional hospitalidade mineira. O Programa de Educação Continuada (PEC) será mantido e já temos prevista a realização de cinco edições em eventos regionais e nacionais, em que vamos procurar incentivar o debate da doença coronária, das doenças estruturais e das intervenções extracardíacas. Certamente, o PEC nos leva a voltar os olhos às sociedades regionais de cardiologia intervencionista que se organizam em todo o Brasil. Vamos trabalhar ativamente para auxiliar no crescimento e na integração dessas entidades, intensificando sua participação em eventos científicos e no portal da SBHCI com notícias, revisões de artigos e casos clínicos, além da publicação de artigos originais na RBCI. Buscaremos também a integração da SBHCI às sociedades internacionais, em especial à Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), da qual somos fundadores e com ativa participação. Desejamos fortalecer nossa Sociedade, estimulando a participação de todos para seu progresso e crescimento, baseados em sólidos princípios éticos sempre em clima de cordialidade e união. Essa mesma união será a base do trabalho focado nos detalhes de nossa atuação profissional. Todo o processo assistencial

O local de trabalho da equipe administrativa foi reformulado a fim de propocionar melhores condições de atuação e movimentação mais dinâmica no escritório.

Após a reforma, a sede da SBHCI ficou mais confortável, sofisticada e ganhou uma nova galeria de fotos com todos os ex-presidentes da Sociedade.

Vamos incentivar uma maior participação das sociedades regionais em eventos científicos e no portal da SBHCI com notícias, revisões de artigos, casos clínicos e a publicação de artigos originais. 12


oferecido a nossos pacientes depende do trabalho de cada um de nós na realização dos procedimentos, da complexa estrutura hospitalar necessária, do fornecimento adequado dos insumos indispensáveis, e das empresas públicas e privadas na remuneração adequada. É fato que a intervenção percutânea se tornou a forma predominante de tratamento de grande parte das cardiopatias complexas na atualidade. É nossa obrigação trabalhar em todas as etapas desse processo, em especial com as empresas prestadoras de serviços de saúde, públicas e privadas, buscando a inclusão progressiva dos modernos procedimentos, com remuneração justa a médicos e hospitais. Contamos com a participação de todos para que nossos objetivos sejam atingidos e consigamos manter a SBHCI em um crescimento contínuo e qualificado, dando prosseguimento ao trabalho incessante iniciado desde sua fundação e tão bem conduzido por todos os que historicamente nos antecederam.

A nova Diretoria já está trabalhando para colocar em prática os planos que regerão a gestão da SBHCI até o fim de 2011.

Confiança baseada em Evidências

Stent Coronário com Biolimus A9 e Polímero Absor vível

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10

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BA9 com PLA é licenciado pela Biosensors International Group Ltd. para TERUMO CORPORATION

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SEP

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SEB

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0,6%

*p<0,05 para SEZ, SPE. SEB - Stent Eluidor de Biolimus A9 SES - Stent Eluidor de Sirolimus SEP - Stent Eluidor de Paclitaxel SEZ - Stent Eluidor de Zotarolimus SEE - Stent Eluidor de Everolimus SPE - Stent com Células Progenitoras Endoteliais

TSA TTA

0,5%

0,4%

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NOBORI

•Diabéticos

1.481 pacientes, 2.507 lesões

TSA - Trombose Subaguda TTA - Trombose Tardia Angiográfica gráfica ã Al RLA - Revascularização da Lesão-Alvo.

Fonte: TCT 2009 - Nakamura, S. New Tokyo Hospital Registry from 2002 to 2007. Dados em Arquivo

www.terumo.com.br

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NOVA GESTÃO

COMUNICAÇÕES

Ampliando o acesso

à informação

A SBHCI está se aproximando dos associados, oferecendo informações institucionais e científicas divulgadas em seus meios de comunicação [Alexandre Schaan de Quadros (RS), diretor de Comunicação]

A

SBHCI atingiu grandes avanços nos últimos anos, sob a liderança de Luiz Alberto Mattos (SP) e com a contribuição qualificada de vários colegas que participaram da Diretoria e de suas comissões. Especificamente na Diretoria de Comunicação, Rogério SarmentoLeite (RS) coordenou diversas ações que contribuíram para melhorar a Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI), o portal da SBHCI e o Jornal da SBHCI. Nos próximos dois anos, nosso objetivo é dar sequência a essas iniciativas, melhorar ainda mais os serviços disponibilizados e estreitar a interação com os associados. A RBCI é um dos maiores patrimônios científicos de nossa Sociedade (www.rbci.org.br). Áurea Chaves (SP) teve atuação brilhante como editora-chefe nestes últimos anos e continuará na função durante a gestão atual. Nesse período de grande crescimento, foram obtidas as indexações nas bases de dados Scopus e LILACS. Agora, devemos buscar as indexações no Scielo e no MEDLINE, principal órgão indexador no mundo. Ao alcançar essas metas, acreditamos que a RBCI terá se transformado em um importante periódico, tendo em vista sua repercussão na captação de artigos científicos originais e na divulgação de conteúdo. Assim, convidamos todos os colegas cardiologistas e intervencionistas a submeter contribuições para a revista, para que possamos divulgar a produção científica nacional e fortalecer nossa especialidade. Da mesma forma, o portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) evoluiu muito nos últimos anos. Podemos dizer, com orgulho, que é atualmente o principal portal de cardiologia intervencionista na língua portuguesa. Guilherme Attizzani (SP) estará à frente do portal nos próximos dois anos e planejamos uma atualização no layout, adotando visual

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Alexandre Schaan de Quadros (RS) está de olho nas novas tecnologias para ampliar o acesso à informação

mais moderno e ágil. A reorganização na arquitetura do portal disponibilizará o conteúdo científico em tópicos, facilitando o acesso à informação e a navegação pelo site. Outras ferramentas de gerenciamento interno serão implementadas, com o objetivo de mapear os conteúdos mais acessados para focar naqueles tópicos de maior interesse do usuário. Também planejamos o redimensionamento interno do site, para nos posicionarmos melhor perante os mecanismos de busca mais utilizados (Google e Yahoo) e aumentar o número de acessos. Na era dos “smartphones”, buscaremos uma formatação mais adequada também para visualização nos aparelhos celulares. O Jornal da SBHCI é um dos veículos de comunicação mais antigos e tradicionais de nossa Sociedade. Mesmo na era digital, a publicação continua ocupando seu espaço, ajudando a veicular muitas ações institucionais e proporcionando matérias originais e de interesse dos leitores. A equipe responsável será composta por Luciana Constant Daher (GO), Hélio Castello (SP), Flávio Oliveira (BA) e João Luiz

Manica (RS), com assessoria técnica do jornalista André Ciasca (SP), da empresa take-a-coffee Comunicação. Planejamos também uma modernização do layout e manteremos o foco em entrevistas, ações institucionais e iniciativas dos associados. O Twitter surgiu recentemente como um novo meio de comunicação e foi logo utilizado pelas principais sociedades científicas, como American College of Cardiology (ACC), American Heart Association (AHA), European Society of Cardiology (ESC) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A SBHCI já está presente no Twitter há alguns meses (http://twitter.com/sbhci_org_br), com a coordenação de Carlos Augusto Campos (MG). O Twitter é um meio fácil e rápido de postagem de informações. Em novembro de 2009, realizamos a cobertura científica do Congresso AHA, em São Francisco (Estados Unidos), também por esse meio eletrônico, tendo inclusive recebido mensagem de congratulações da AHA por essa iniciativa. A inscrição no Twitter é fácil e rápida. Inscrevase você também e comece a receber nossos comunicados por esse meio.


PEC 2010 NOVA GESTÃO

Intercâmbio de

conteúdo

Manter a plataforma atrativa criada pela gestão anterior e estender o programa para todo o Brasil são as principais metas da Diretoria de Educação Médica Continuada

R

essaltando os excelentes resultados obtidos nos últimos anos, a atual Diretoria de Educação Médica Continuada pretende manter o incentivo à participação ativa dos cardiologistas intervencionistas nas próximas edições do Programa de Educação Continuada (PEC). A perspectiva é de realizar cinco ações durante 2010, cobrindo todas as regiões do País. A proposta inicial é abrir o leque de assuntos a serem discutidos durante as sessões, sem deixar de lado a ênfase em doença coronária, pela prevalência e pelo volume de casos distintos. “Esse é um tema desafiador para a hemodinâmica”, afirma Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP), diretor de Educação Médica Continuada da SBHCI. “Existem ‘mil’ facetas a serem exploradas dentro de um mesmo tema, por isso a doença coronária vai continuar sendo o carrochefe.” O programa mais diversificado contemplará, por exemplo, a discussão sobre colocação percutânea de válvula. “É um tema que vem progredindo e veio

para ficar”, lembra Carvalho, afirmando que talvez seja o momento de dar destaque a elementos que podem ser úteis para desenvolver um programa de válvulas, inédito até então. A área de intravascular também deve ganhar espaço para debate em dois segmentos diferentes, carótida e artéria renal, pois não foi muito abordada nas edições anteriores. Outro item a ser explorado é a colocação de próteses de forame oval. “É uma área que tem uma certa controvérsia e alguns pontos estão sendo mais bem esclarecidos”, diz o diretor. E, por fim, existe a intenção de ampliar o espaço para a área de congênitos, que pode abranger assuntos como a colocação de próteses em locais diversos, artéria pulmonar, coarctação de aorta, e vias de saída de ventrículo. O passo seguinte será distribuir os programas pelo Brasil, de modo que atenda aos interesses dos sócios de diversas áreas. “Não teria sentido fazer só no Sudeste ou no Sul do País”, diz Carvalho. “Vamos diversificar, de forma que contemple todas as regiões brasileiras

para oferecer oportunidades a todos os sócios das diversas áreas.” A proposta da Sociedade, por meio da realização dos programas, é manter os esforços contínuos no intuito de melhorar a qualidade de seus profissionais. “Na área da hemodinâmica e cardiologia intervencionista, a velocidade de mudança da tecnologia e dos equipamentos disponíveis é muito rápida”, afirma Carvalho. “De repente, surge uma nova tecnologia que poucos conhecem, e quem não estiver preparado ficará rapidamente defasado em relação aos demais profissionais.” A oportunidade de participar do PEC é a chance que a SBHCI oferece a seus sócios para acompanhar discussões atuais de temas em desenvolvimento e com uso de material e equipamento atualizados. “É um beneficio grande que precisa ser preservado”, afirma o diretor, que pretende ainda atrair a atenção dos profissionais da cardiologia clínica, a fim de se estabelecer um intercâmbio com a hemodinâmica.

Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP), diretor de Educação Médica Continuada, pretende manter a doença coronária como carro-chefe do PEC 2010

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NOVA GESTÃO

QUALIDADE PROFISSIONAL

Há muito o que fazer Em nome da Diretoria de Qualidade Profissional, Adriano Dias Dourado Oliveira apresenta seus planos para a gestão 2010-2011 [Adriano Dias Dourado Oliveira (BA), diretor de Qualidade Profissional]

C

Promover representatividade é uma das metas de Adriano Dias Dourado Oliveira (BA).

riada em 2004 com o intuito de fortalecer a defesa profissional, houve grande expansão de suas atividades na última gestão, inclusive com a mudança do nome para Diretoria de Qualidade Profissional. O resultado das ações das gestões anteriores foi reconhecidamente positivo e pesa sobre a Diretoria que ora assume a responsabilidade de manter esse padrão. Realizaremos programas educativos sobre os diversos temas de interesse, como proteção radiológica, remuneração e honorários médicos, relação com as operadoras de saúde e aposentadoria, entre outros, principalmente durante o Congresso da SBHCI e no Curso de Atualização. Convidamos colegas das diversas regiões do País para atuarem como delegados, agregando experiências e conhecimentos diferentes. Os nomes já confirmados são: Marcelo de Freitas Santos (PR), Maurício Lopes Prudente (GO), João Batista Lopes Loures (MG) e Antenor Lages Fortes Portela (PI). Os colegas atuarão como consultores e também como representantes de suas respectivas regiões. Pretendemos montar um pequeno fórum de discussão sobre os assuntos mais relevantes e, a partir daí, programar nossas ações. A comunicação eletrônica com os

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sócios, por meio do portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) e de e-mails, será mantida e ampliada. As questões mais importantes, encaminhadas pelos sócios, serão analisadas e discutidas com os delegados, favorecendo respostas mais representativas. Estamos montando um banco de dados a partir dos e-mails encaminhados pelos sócios. Dessa forma, ao fim de seis meses poderemos analisar quais os assuntos mais frequentes, relacionandoos com as diversas regiões. Esse banco de dados também servirá como avaliação interna, controlando o tempo entre o recebimento da mensagem, a resposta e a finalização da comunicação. A atual Diretoria considera a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) o grande avanço na valorização da remuneração pelo ato médico. Somos seus defensores. Sabemos que sua utilização ainda não é total e que encontra várias restrições por parte de alguns convênios. Entretanto, mesmo quando não utilizada diretamente, deve servir como balizamento para a valorização dos honorários médicos. O momento é propício à CBHPM, com a instituição da Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS) pela Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que tem como base essa classificação. Estaremos atentos às discussões sobre a correção dos valores dessa classificação. Atualmente, não se conhece a realidade brasileira no que se refere aos efeitos da radiação sobre os profissionais que trabalham em salas de hemodinâmica. Um projeto importante, sugerido inclusive pela Diretoria anterior e que prontamente assumimos, é a promoção de discussões na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a eventual normatização específica para proteção radiológica nos serviços de hemodinâmica e cardiologia intervencionista. Estamos, inicialmente, mantendo contato com a CNEN para programarmos as ações. O consentimento informado é um documento importantíssimo para a segurança do cardiologista intervencionista e é obrigatório, pelo Código de Ética Médica, que o médico dê ao paciente toda a informação sobre seu tratamento. Recentemente, disponibilizamos no portal da SBHCI um modelo de consentimento informado para análise e opinião dos sócios. Após um período determinado, analisaremos todos os comentários e publicaremos o texto final, como sugestão e recomendação da Sociedade. Também é nossa meta promover pesquisa e registro nacional de todos os serviços de hemodinâmica. A intenção é manter um cadastro nacional relacionando os sócios com os serviços existentes e publicando em nossa página eletrônica para consulta pública. Temos muito trabalho pela frente e gostaria de me apresentar e de me colocar à disposição dos sócios, tanto para esclarecer dúvidas como para receber sugestões e críticas. Queremos manter nossa Sociedade voltada para o associado e, para tanto, necessitamos da contribuição de todos. Posso garantir, em nome de todos os que integram a atual Diretoria, que a vontade de trabalhar é muito grande.


CENIC NOVA GESTÃO

Para continuar crescendo Vamos continuar alimentando o maior banco de dados sobre procedimentos de hemodinâmica e cardiologia intervencionista do Brasil

E

[Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente]

m 1993, a Diretoria da SBHCI, presidida por José Armando Mangione (SP), criou a Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares, a CENIC. Tratava-se de um projeto embrião, que tinha o ambicioso objetivo de centralizar os dados de procedimentos intervencionistas realizados no Brasil. Nesses 17 anos que se passaram, a ambição foi, aos poucos e com muito empenho das Diretorias posteriores, se tornando algo concreto. Hoje, temos registrados no banco de dados cerca de 247 mil procedimentos que nos permitem analisar o desempenho e a evolução da cardiologia intervencionista no Brasil desde o princípio até o sur-

gimento dos stents convencionais e dos stents farmacológicos. Fundamentados nos dados da CENIC, muitos estudos têm sido realizados com base no cruzamento de dados e em informações cada vez mais consistentes. Os resultados vêm sendo divulgados em publicações de trabalhos originais e em apresentações em congressos internacionais e nacionais. A organização, a manutenção e a administração de um banco de dados com essas dimensões são tarefas grandiosas e complexas. Além de atualização e manutenção tecnológica, é imprescindível considerar o aumento constante do rol de sócios da SBHCI e o crescimento vertiginoso do número de procedimen-

tos intervencionistas para que o sistema CENIC se mantenha nos padrões de excelência necessários. Para tanto destacamos os colegas Alexandre Zago (RS) e Silvio Gioppato (SP), que, sob a coordenação do professor Antônio Carlos Carvalho (SP), diretor de Educação Médica Continuada, trabalharão especificamente nesse projeto. Porém, todo o empenho da Diretoria jamais será suficiente se não encontrar apoio dos demais sócios. Somente assim, com uma SBHCI unida e disposta a trabalhar para aprimorar a hemodinâmica e a cardiologia intervencionista brasileira, seguiremos encontrando o reconhecimento tanto nacional como internacional.

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NOVA GESTÃO

INTERVENÇÕES EXTRACARDÍACAS

A manutenção do

reconhecimento A nova Diretoria de Intervenções Extracardíacas traçou três metas claras e objetivas e já está trabalhando firmemente para colocá-las em prática

O

início dos trabalhos da nova equipe que atuará na área de doenças extracardíacas segue no propósito de cumprir três objetivos primordiais, que visam a solidificar o espaço do cardiologista intervencionista em sua área de atuação. O primeiro deles é a integração da área de coronária, a ponto de promover seus simpósios conjuntamente com os eventos gerais da SBHCI – como o Congresso –, de maneira que a área de endovascular ganhe maior interesse por parte das pessoas que ainda não praticam a intervenção extracardíaca. Esse é o pensamento de Marco Vugman Wainstein (RS), diretor de Intervenções Extracardíacas da SBHCI. Para ele, a medida pode atrair a atenção de novos profissionais. “Ao perceberem e verem esse tipo de intervenção sendo realizado e apresentado concomitantemente com a doença coronária, mais cardiologistas intervencionistas podem se interessar em realizar procedimentos na área endovascular”, afirma. Para colocar o plano em prática, o diretor afirma que já foram realizadas algumas reuniões e feitas pro-

O Diretor de Intervenções Extracardíacas Marco Vugman Wainstein (RS) quer aproximar os médicos interessados na área extracardíaca para promover integrações e compartilhar conhecimentos.

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postas com as ideias iniciais, resultando em um pré-programa discutido com a Comissão Científica. “Em meados de fevereiro, nós estebelecemos o programa final com as palestras especificamente dedicadas à intervenção extracardíaca incluída no programa geral do Congresso da SBHCI”, conta Wainstein. O segundo objetivo caminha em consonância com a ideia de fazer o simpósio junto com o evento geral da SBHCI. A Diretoria pretende investir em uma divulgação mais abrangente, com a intenção de facilitar o acesso a informações específicas e permitir maior conhecimento da área por parte de cardiologistas que ainda não atuam nessa área. Um dos meios de aprimorar a formação desses profissionais é aproveitar a oportunidade para realizar exposição de casos e palestras no Congresso, e também pelo portal da SBHCI, por meio da publicação de casos interessantes e de artigos científicos na área de intervenção extracardíaca. O intuito é estimular os sócios a compartilhar sua experiência com os demais colegas. “Isso vai permitir que sócios interessados em fazer o procedimento

procurem colegas que já o fazem”, diz o diretor. “Assim, poderão fazer uma integração e trabalhar junto com os colegas a fim de desenvolverem atividades específicas dessa área.” O terceiro e último aspecto a ser tratado de prontidão pela Diretoria é a manutenção da atuação dos cardiologistas intervencionistas na realização de procedimentos extracardíacos. Segundo Wainstein, a questão da remuneração vem sendo trabalhada. “Já temos um grande avanço, uma vez que o Conselho Federal de Medicina reconheceu o cardiologista intervencionista como capacitado para fazer o procedimento”, diz. “Mas o SUS ainda não remunera adequadamente nossos profissionais.” Para o diretor, esse processo está em discussão em âmbitos maiores e, logo, deve-se chegar a um consenso. “Vamos contornar a situação de forma que possamos envolver a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, chegar a um acordo, e que todos os que sejam capacitados, independentemente da área de atuação, seja cirurgia ou cardiologia intervencionista, possam executar o procedimento e ser remunerados adequadamente.”


CARDIOPATIAS CONGÊNITAS NOVA GESTÃO

Objetivos e perspectivas

a longo prazo

Dar continuidade ao processo de integração dos profissionais da área à SBHCI, elaborar Diretrizes e criar o Registro Nacional de Intervenção dos Defeitos Estruturais e Congênitos são algumas das propostas da nova Diretoria

Francisco Chamié (RJ), diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas da SBHCI

A

nova Diretoria de Intervenções em Cardiopatias Congênitas, departamento da SBHCI que trata dos defeitos congênitos, traçou algumas metas a serem desenvolvidas ao longo desta gestão, e, entre os principais objetivos, pretende ampliar o espaço que os especialistas dessa área têm obtido dentro da Sociedade. De acordo com seu atual diretor, Francisco Chamié (RJ), a especialidade tem crescido muito nos últimos anos, com o surgimento de novos métodos. “Existem vários procedimentos que já fazemos rotineiramente, e vários outros que estão começando a surgir agora, como a oclusão do apêndice atrial.” Sinal de que a indústria está investindo, finalmente, depois de tantos anos, na área de defeitos congênitos, criando próteses específicas e investindo nos profissionais da área. “É um mo-

mento mágico, a gente não pode deixar passar”, afirma Chamié. Paralelamente à conquista de espaço dentro da Sociedade, a Diretoria pretende estabelecer o tipo de formação que o especialista em defeitos congênitos precisa ter para ser habilitado a realizar tais procedimentos. É comum profissionais que se originaram da cardiologia clínica, e até mesmo pediatras, que de alguma maneira desenvolveram habilidades em hemodinâmica, passarem a se dedicar ao tratamento dos defeitos congênitos. Sendo assim, é de extrema importância que esses profissionais tenham os pré-requisitos mínimos para constituir uma base teórica sólida sobre anatomia, fisiologia e clínica dos defeitos congênitos, entre outras opções de anomalias e de defeitos estruturais, que devem ser tratados com conhecimento de causa. “Nossa ideia não é excluir ninguém”, diz o

diretor. “Nós apenas queremos que as pessoas sejam adequadamente treinadas para fazer isso, e cabe a nós, especialistas da área, estabelecer esse currículo mínimo.” Outra proposta da nova gestão é elaborar as Diretrizes do tratamento percutâneo dos defeitos congênitos. Até o momento, não há um documento oficial que dê sustentação científica e embasamento técnico para os procedimentos na área. As Diretrizes serão produzidas a partir dos dados da literatura médica vigente e do consenso de especialistas do setor. Elas servirão para orientar as decisões dos novos profissionais e balizar a atuação de seguradoras e convênios. Segundo Chamié, é importante que o consenso dos especialistas oriente e indique o tratamento adequado dos defeitos congênitos, uma vez que o número reduzido desses casos impede a existência de trabalhos randomizados, duplo-cegos, controlados, com poder estatístico capaz de gerar as evidências científicas que nos são solicitadas. “Vamos nos basear nos estudos de séries de casos e na opinião dos especialistas de notório saber da área”, afirma o diretor. “As Diretrizes vêm suprir a ausência de guidelines e terão a chancela da SBHCI e da SBC.” Outra proposta dessa Diretoria é criar um Registro Nacional das Intervenções em Defeitos Estruturais e Congênitos. “Vamos pedir aos colegas que enviem seus procedimentos, os quais ficarão arquivados na SBHCI e estarão disponíveis quando um colega necessitar dar uma aula no exterior, por exemplo. Assim ele vai poder falar baseado em uma experiência brasileira, e não apenas em sua experiência individual”, diz Chamié.

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ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA AHA 2009

Direto de Orlando O Congresso 2009 da American Heart Association (AHA) foi realizado em novembro, na cidade americana de Orlando, na Flórida. O colega soteropolitano Flávio Oliveira apresenta o resumo do evento. [Flávio Oliveira (BA), editor]

N

o congresso da American Heart Association (AHA), ocorrido em novembro de 2009, relevantes trabalhos para nossa especialidade foram apresentados e estão destacados na cobertura feita pela SBHCI. Aqui, ressaltamos alguns resultados e deixamos o convite para que visitem o portal da Sociedade (www. sbhci.org.br), onde pode ser encontrada a cobertura completa.

O pôr do sol foi um espetáculo à parte para quem participou do AHA 2009 na cidade de Orlando (Flórida, Estados Unidos).

1. EXPIRA Trial (Impact of Thrombectomy with EXPort catheter in Infarct Related Artery Trial – Autor: Genaro Sardella)1 Explorando o recorrente tema da tromboaspiração no infarto do miocárdio, esse estudo italiano unicêntrico e prospectivo randomizou 175 pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, na proporção de 1:1. Seus resultados apontaram na mesma direção do estudo TAPAS 2, reforçando o potencial benefício da utilização de dispositivos para aspiração intracoronária de trombo no âmbito da angioplastia primária e corroborando a

Trombectomia + ATC primária

ATC primária sem trombectomia

Valor de P

76,3%

32,4%

< 0,0001

Resolução de ST

80%

37,5%

< 0,01

Mortalidade em dois anos

0%

6,8%

< 0,0001

4,5%

13,6%

0,05

“Blush” 3

ECAM em dois anos

ATC = angioplastia transluminal coronária; ECAM = eventos cardiovasculares adversos maiores.

recomendação das diretrizes de nossa Sociedade, que indicam como classe

IIA a tromboaspiração na angioplastia primária 3.

2. FRANCE Registry (FRench Aortic National Corevalve and Edwards Registry – Autora: Hélene Eltchninoff) 4 O emergente emprego de implante transcateter de prótese aórtica fornece relevância a esse registro francês. Multicêntrico e prospectivo, mas com o viés da não-randomização, envolve o implante dos dois tipos de endoprótese conhecidos, a bioprótese CoreValve (autoexpansível) e

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a válvula Edwards Sapien (expansível por balão), com previsão de acompanhamento tanto clínico como ecocardiográfico por três anos. Os resultados dos primeiros seis meses foram apresentados no congresso da AHA, em 2009. Os três principais critérios de inclusão

foram: estenose aórtica grave (área valvar < 0,6 cm²/m²), sintomas graves (New York Heart Association > 2) e alto risco cirúrgico (Logistic EuroSCORE > 20%, STS > 10% ou contraindicação à cirurgia). Os objetivos foram: - primário: mortalidade em 30 dias;


- secundários: mortalidade, eventos cardiovasculares adversos maiores, e dados hemodinâmicos e de qualidade de vida, todos aos três anos. Foram realizadas análises de acordo com o tipo de prótese e a via de acesso. O implante foi bem-sucedido em 97% dos casos. A tabela ao lado mostra os principais resultados em 30 dias. Análise multivariada identificou antecedente de cirurgia de revascularização miocárdica e EuroSCORE > 25 como preditores independentes de mortalidade em 30 dias. Em seis meses, a sobrevida foi de 76,9% entre os 111 pacientes com seguimento completo, sem diferenças entre os

Total

Edwards TF

CoreValve TF

Edwards TA

CoreValve SC

Valor de P

Mort. 30 dias

12,7%

8,4%

15,1%

16,9%

8,3%

0,32

Novo Marca-passo

11,8%

5,3%

27,2%

4,2%

25%

< 0,001

Transfusão

21,3%

8,4%

13,6%

27,4%

83,3%

< 0,001

Mort. = mortalidade; SC = acesso pela via subclávia; TA = transapical; TF = transfemoral.

dois grupos, e de 86% entre os pacientes que estavam em classes funcionais 1 e 2 (New York Heart Association). Observou-se, ainda, significativa queda imediata do gradiente transvalvar, com manutenção do resultado em seis meses (10,6 + 3,8 mmHg). Esses resultados,

embora com as limitações desse tipo de estudo, são estimulantes e aceitáveis para esse grupo de alto risco, e, exceto pela maior necessidade de marca-passo e de transfusão no grupo CoreValve, foram similares entre os dois tipos de válvula. No Brasil, apenas a CoreValve está disponível.

3. ESTUDOS COM NOVOS ANTIPLAQUETÁRIOS Idealmente, um agente para bloqueio do receptor de ADP P2Y12 deveria ter ação potente de início rápido, além de ser rapidamente reversível, diminuindo os riscos de trombose, mas sem aumentar os riscos de sangramento, suplantando, dessa forma, as limitações dos tienopiridínicos. Nesse vácuo surgiram dois bloqueadores não-tienopiridínicos potentes, de início de ação rápida, por se apresentarem já na forma ativa, e reversíveis: o ticagrelor, de administração oral, e o cangrelor, de administração endovenosa. No congresso da AHA foram apresentados os resultados dos principais estudos envolvendo as duas drogas: PLATO-STEMI, referente ao ticagrelor5-7, e CHAMPIONPCI e CHAMPION-PLATFORM, relativos ao cangrelor8,9. O PLATO-STEMI envolveu mais de 8 mil pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST e encaminhados para angioplastia primária, randomizados em dois grupos: ticagrelor

e clopidogrel. Os resultados de 12 meses demonstraram evolução mais favorável do grupo ticagrelor, com redução significativa de eventos combinados (mortalidade cardiovascular, infarto e acidente vascular ce-

dade em termos de eficácia e segurança com o emprego dessa droga em comparação ao uso isolado do clopidogrel. Mas aspectos dos desenhos desses estudos não permitem descartar essa alternativa e deixam em

End-point

Ticagrelor (n = 4.201)

Clopidogrel (n = 4.229)

HR

Valor de P

Mortalidade CV/IM/AVC

9,3%

11%

0,85 (0,74-0,97)

0,02

Sangramento maior

9,0%

9,3%

0,96 (0,83-1,12)

0,63

Trombose intrastent (ARC)

3,2%

4,4%

0,73 (0,56-0,94)

0,02

AVC = acidente vascular cerebral; CV = cardiovascular; HR = hazard ratio; IM = infarto do miocárdio; n = número de pacientes.

rebral – end-point primário) e de trombose intrastent, sem aumento de sangramento global, sendo 59 o número necessário a tratar para evitar end-point primário. Quanto ao cangrelor, com os estudos CHAMPION não se comprovou superiori-

aberto a possibilidade de novos estudos, com cenários mais adequados (maior duração de infusão, infusão mais precoce, transição para bloqueadores P2Y12 orais mais adequada e associação com bloqueadores orais mais eficazes, como o próprio ticagrelor).

Referências 1. Sardella G. Impact of Thrombectomy with EXPort catheter in Infarct Related Artery – EXPIRA Trial. AHA, 2009. Disponível em: http:// www.sbhci.org.br/news_cobertura/boletim_aha09. 2. Vlaar PJ, Svilaas T, van der Horst IC, Diercks GFH, Fokkema ML, de Smet BJGL, et al. Cardiac death and reinfarction after 1 year in the thrombus aspiration during percutaneous coronary intervention in acute myocardial infarction study (TAPAS): a 1-year follow-up study. Lancet. 2008;371(9628):1915-20. 3. Mattos LA, Lemos Neto PA, Rassi A Jr, Marin-Neto JA, Sousa AGMR, Devito FS, et al., editores. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Intervenção Coronária Percutânea e Métodos Adjuntos Diagnósticos em Cardiologia Intervencionista (II Edição – 2008). Arq Bras Cardiol. 2008;91(6 Supl 1):1-58. 4. Eltchninoff H. FRANCE Registry (FRench Aortic National CoreValve and Edwards Registry). AHA, 2009. Disponível em: http://www. sbhci.org.br/news_cobertura/boletim_aha09. 5. Wallentin L, Becker RC, Budaj A, Cannon CP, Emanuelsson H, Held C, et al.; PLATO Investigators. Ticagrelor versus clopidogrel in patients with acute coronary syndromes. PLATO Trial. N Engl J Med. 2009;361:1045-57. 6. Cannon CP, Harrington RA, Wallentin L; PLATelet inhibition and patient Outcomes Investigators. Comparison of ticagrelor with clopidogrel in patients with a planned invasive strategy for acute coronary syndromes (PLATO): a randomised double-blind study. Lancet. 2010 Jan 23;375(9711):283-93. Epub 2010 Jan 13. PMID: 20079528 7. Steg PG. PLATO-STEMI. AHA, 2009. Disponível em: http://www.sbhci.org.br/news_cobertura/boletim_aha09. 8. Bhatt D. CHAMPION-PLATFORM. AHA, 2009. Disponível em: http://www.sbhci.org.br/news_cobertura/boletim_aha09. 9. Harrington RA. CHAMPION-PCI. AHA, 2009. Disponível em: http://www.sbhci.org.br/news_cobertura/boletim_aha09. 10. Harrington RA, Stone GW, McNulty S, White HD, Lincoff A|M, Gibson CM, et al. Platelet Inhibition with Cangrelor in Patients Undergoing PCI (CHAMPION PCI). N Engl J Med. 2009;361(24):2318-29.

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ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA JIM 2010

O estado da arte A décima edição do Joint Interventional Meeting (JIM) destacou demonstrações ao vivo dos principais centros intervencionistas do mundo e a valorização de conferências sobre o estado da arte dos principais aspectos de nossa especialidade [Décio Salvadori Jr. (SP), chefe da Equipe de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Instituto de Cardiologia de São Paulo e membro da Comissão Permanente de Certificação de Título de Especialista da SBHCI]

Fontana di Trevi, parada obrigatória para quem vai a Roma (Itália)

N

este ano de 2010, os organizadores do Joint Interventional Meeting (JIM) comemoraram o 10o aniversário do evento, mantendo as características principais desde sua criação. Realizado entre os dias 11 e 13 de fevereiro em Roma, na Itália, o encontro promoveu transmissões ao vivo, diretamente de centros intervencionistas de primeira linha, de casos avançados e discutiu a essência do que existe de mais

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atual na cardiologia, ou seja, o suprassumo em determinados assuntos, geralmente os mais controversos de nossa área. O embrião desse importante congresso da cardiologia intervencionista foi gerado no Curso de Milão, Itália, um pequeno simpósio promovido pelo Centro Cuore Columbus e pelo San Raffaele Hospital, que acontecia há cerca de uma década no Hotel Michelangelo de Milão, sob a coordenação do

cardiologista italiano Antonio Colombo. As transmissões dos casos ao vivo eram espetaculares, nas quais Colombo mostrava suas habilidades inquestionáveis e, muitas vezes, técnicas agressivas e seguras, além de apresentar materiais inovadores em todas as áreas abordadas. Nessa época, o número de participantes ainda era pequeno. Todavia, esse simpósio, pela sua singularidade, teve a audiência


progressivamente aumentada, associada a significativa redução de simpósios menores, semelhantes aos de Milão, que ocorriam em outros centros da Europa. Após algumas fusões, surgiu, em Roma, no ano de 2001, o fabuloso e atual JIM. Desde o primeiro ano, Antonio Colombo encabeça a comissão organizadora, em parceria com Eberhard Grube (Alemanha), outro expoente cardiologista intervencionista, muito conhecido dos brasileiros. Eles participam ativamente de todos os casos apresentados, com suas respectivas equipes. Como moderadores e codiretores do evento, participaram também desta última edição os cardiologistas intervencionistas Martin B. Leon (Estados Unidos), Greg Stone (Estados Unidos), Carlo di Mario (Itália), Jeffrey Moses (Estados Unidos) e, entre outros, Alexandre Abizaid (SP), principal representante brasileiro da cardiologia intervencionista da América do Sul e sempre muito respeitado nos diferentes simpósios internacionais. Os diretores do JIM realizam o encontro junto com diversas outras sociedades de especialidades intervencionistas, de várias partes do mundo, como Sociedade LatinoAmericana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) e Centre for Clinical Trials, da China, divulgando técnicas atuais e inovadoras empregadas nas soluções terapêuticas dos casos ao vivo. Tive a felicidade de participar da maioria desses simpósios, mas especificamente neste ano, sob a neve de Roma, tivemos uma programação especial. Foram feitas transmissões ao vivo a partir dos seguintes centros: Centro Cuore Columbus e San Raffaele Hospital (Milão, Itália); Helios Heart Center (Siegburg, Alemanha); e Royal Brompton & Harefield NHS Trust (Londres, Inglaterra). Foram apresentados casos complexos e avançados de coronariopatias, muita terapêutica de doenças valvares em adultos e estruturais cardíacas, bem como casos selecionados de intervenções periféricas. As imagens foram transmitidas em grandes telões, em um espaçoso anfiteatro, enquanto o moderador responsável discutia interativamente com os operadores e com outros especialistas dos mais renomados centros de cardiologia do mundo. Durante as demonstrações de complexos casos ao vivo, as dificuldades técnicas são minimizadas pela habilidade ímpar dos operadores, permitindo o aprendizado das soluções e os cuidados com as complicações.

Momento raro, o pórtico do JIM 2010 sem o vaivém dos congressistas.

Auditório repleto foi uma das marcas de sucesso do evento europeu.

Martin B. Leon (Estados Unidos), um dos coordenadores dos casos apresentados ao vivo durante o congresso.

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ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA JIM 2010

A equipe de Antonio Colombo transmitiu a intervenção realizada no San Raffaele Hospital, em Milão (Itália).

Expedito Ribeiro (SP) estava entre os comentaristas da mesa de um dos casos ao vivo realizados no San Raffaele Hospital, em Milão (Itália).

O JIM é inovador, possibilitando o aprendizado de novos procedimentos e o conhecimento de materiais a serem liberados futuramente para uso em nosso meio. Sua contribuição tem sido vasta para a melhoria da eficácia e da segurança das terapêuticas percutâneas das afecções cardíacas e extracardíacas. Os organizadores ainda conseguem a presença de intervencionistas dos mais diversos países, o que contribui para a divulgação de diretrizes e de novas tecnologias. Ao escrever este texto sobre a história do JIM, honestamente perguntei-me o que deveria fazer para não deixar transparecer, durante o relato sobre o evento científico, minha paixão por Roma e pela Itália. Tratase de uma pergunta difícil, pois é impossível! Transferido em 2001 para Roma, a “Cidade Eterna”, com atrações turísticas extraordinárias e abundantes e onde cada rua, esquina ou palácio revela uma história empolgante, muitas vezes milenar, o que torna essa cidade inigualável, o congresso ganhou um cenário fantástico. A cidade possui ainda toda a infraestrutura necessária para a realização de um grande evento científico, com rede hoteleira excelente, incontáveis restaurantes e tratorias, e muito lazer, o que facilita a estratégia de organização. Por fim, Roma é Roma.

Antes de retornar para o Brasil, Décio Salvadori (SP) registrou sua passagem pela Praça de São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro, no Vaticano

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ENTREVISTA JORGE ILHA GUIMARÃES

Crescimento

acelerado

SBC

Recém-empossado presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o gaúcho Jorge Ilha Guimarães apresentou seus planos com exclusividade ao Jornal da SBHCI

[Luciana Constant Daher (GO), editora]

N

o dia 18 de dezembro de 2009, Jorge Ilha Guimarães tomou posse como novo presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), na sede da Associação Nacional de Medicina (ANM), no Rio de Janeiro (RJ). Nascido em

Porto Alegre (RS), é formado pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande e fez residência em cardiologia no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Autor de ao menos uma centena de estudos publicados, sempre exerceu atividade clínica voltada para

a iniciativa privada e para as entidades associativas ligadas à cardiologia. Sua vida societária teve início em 1992. Jorge Ilha Guimarães presidiu a Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul e o Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovas-

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SBC

ENTREVISTA JORGE ILHA GUIMARÃES

“Convocamos todos os colegas que exercem cargos em órgãos governamentais para nos auxiliar na aproximação com o governo.” cular (DERC) da SBC. Foi coordenador e editor dos suplementos dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, coordenou o trabalho de preparação de 58 diretrizes da entidade e atuou, inclusive, como representante da cardiologia do Brasil na União das Sociedades de Cardiologia da América do Sul (USCAS). Há cerca de dois anos, pensava em se afastar da SBC para deixar que colegas mais novos ocupassem lugares de destaque nessa Sociedade. Seus planos não deram certo. Estimulado por amigos e colegas, tornou-se candidato e foi eleito presidente da SBC, com um projeto de gestão que dará continuidade ao crescimento acelerado da entidade que os cardiologistas vêm acompanhando nos últimos anos. Como surgiu o interesse e a oportunidade para se candidatar à Presidência da SBC? Depois de longos anos trabalhando na SBC, pensava que estava na hora de me afastar e dar espaço para novas lideranças. Mas sofri enormes pressões, principalmente de meu Estado, do Departamento de Ergonomia e Reabilitação Cardiovascular (DERC) e de meus amigos, para me candidatar à Presidência. Pensando que a SBC estava madura para novos programas, e entendendo que havia oportunidade de desenvolvermos mais um pouco nossa Sociedade, resolvi trabalhar por mais estes dois anos. Quais seus principais objetivos e metas à frente da SBC? Temos uma Sociedade forte, estruturada, modelo para as demais, mas ainda há muito a ser feito. Entre nossos objetivos principais estão: • Registros: construímos as Diretrizes, agora necessitamos saber qual é

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a prática clínica em nosso País. Uma Sociedade com o tamanho da nossa deve ter seus registros, seus dados, que orientarão desde a educação continuada até políticas de governo. • Ações sociais: uma Sociedade com a grandeza da nossa deve ter ações sociais, precisa atuar com impacto na sociedade civil em que está inserida e fazer o conhecimento científico chegar à população. • Inclusão do jovem cardiologista: uma sociedade precisa se renovar, precisa da força do jovem, de seus sonhos. Vamos desenvolver um agressivo programa de inclusão do jovem. • Relações governamentais: precisamos trabalhar com o governo para que nossos conhecimentos atinjam a população, para que nossas ações tenham maior impacto na comunidade, enfim, para que nosso povo tenha melhor saúde cardiovascular. • Pesquisa: o objetivo será desenvolver o tema em nosso País, principalmente capacitando novos centros a realizarem pesquisas. Para tanto, já estamos desenvolvendo um programa com a Duke University (Carolina do Norte, Estados Unidos), que treinará novos centros no Brasil. Como a SBHCI e os cardiologistas intervencionistas podem colaborar para o crescimento e o fortalecimento ainda maior da SBC? A cardiologia intervencionista é uma das áreas que mais desenvolvem o conhecimento científico, estando hoje na vanguarda do conhecimento. Isso mostra o contexto do cardiologista intervencionista na SBC. Precisamos da organização, do conhecimento e da ajuda dessa importante área. Para tanto, convidei dois cardiologis-

tas intervencionistas para integrar a atual Diretoria da SBC: Luiz Alberto Mattos (SP), ex-presidente da SBHCI, para coordenar os Registros Brasileiros, e José Carlos Brito (BA), para a importante Diretoria de Qualidade Assistencial. Como o senhor pretende atuar para contemplar os anseios das sociedades regionais e manter a SBC unida? De fato existe enorme diversidade entre as sociedades regionais. Estamos fazendo um trabalho muito intenso para aproximar todas as sociedades estaduais para o centro de decisões da SBC. Todos os programas serão realizados com as regionais, com as quais temos um programa específico de desenvolvimento. Acho que a palavra correta seria inclusão. Como pretende avançar nas ações ligadas aos órgãos governamentais? Aqui a parada é muito dura. Convocamos todos os colegas que exercem cargos em órgãos governamentais para nos auxiliar na aproximação com o governo. Inclusive nosso diretor da área é José Wanderley Neto, vicegovernador de Alagoas. Em nossa história recente temos sido muito bem tratados sempre que procuramos o governo. Chegamos a assinar um tratado de cooperação, mas muito pouco acontece. Teremos de descobrir os caminhos entre o discurso e a prática, talvez entre o primeiro e o terceiro escalões. A elaboração das Diretrizes Brasileiras de Cardiologia o aproximou dos departamentos da SBC de todo o País. Acredita que isso capacita


a Sociedade à criação dos Registro s Brasileiros, que afirmou ser seu grande projeto? Sim, com certeza. O modelo das Diretrizes será a base para o modelo dos Registros. Mas fazer Registro é mais difícil do que fazer Diretriz.

Antonio Carlos Palandri Chagas (SP), presidente da SBC na gestão 2008-2009, investiu muito na internacionalização da SBC. O senhor pretende dar sequência a esse trabalho? Vamos continuar desenvolvendo nossas relações internacionais. Vamos manter as prioridades anteriores, como American College of Cardiology (ACC), European Society of Cardiology (ESC) e Portugal. Mas, também, já contatamos a American Heart Association (AHA) para desenvolvermos programas e joint sessions científicas e estamos nos aproximando mais da América Latina. Criamos um segundo Congresso Brasileiro, que será pequeno, por ora, focado em prevenção, para o qual estamos convidando as maiores autoridades científicas ligadas à prevenção. O nome do evento será BrasilPrevent. Dessa forma, o cardiologista brasileiro poderá se atualizar nessa importante área com os melhores especialistas do mundo, sem sair do País. Como o senhor gostaria de ser reconhecido ao fim de sua gestão como presidente da SBC? Esta também é difícil. Acho que gostaria de ser citado como um presidente que trabalhou, se esforçou, sonhou com uma SBC ainda maior e melhor. E que não perdeu seus amigos.

“O modelo das Diretrizes será a base para o modelo dos Registros. Mas fazer Registro é mais difícil do que fazer Diretriz.” 27


PANORAMA

SYNTAX

O estudo SYNTAX mudou sua conduta na indicação de um procedimento de revascularização miocárdica? Seis cardiologistas renomados foram convidados para responder à questão

A

presentado em setembro de 2008 no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em Munique, na Alemanha, e publicado recentemente*, o robusto ensaio clínico SYNTAX, que compara o uso dos stents farmacológicos com a cirurgia de revascularização em pacientes com doença coronária multiarterial e/ou lesão de tronco de artéria coronária esquerda, vem provocando diferentes reações e

Áurea Jacob Chaves (SP)

interpretações. Mesmo que seus resultados tenham confirmado a superioridade da cirurgia de revascularização do miocárdio em pacientes de maior complexidade anatômica e risco, evidenciando vantagem ou equivalência da estratégia percutânea nos pacientes de médio e baixo riscos, tornouse foco de novos estudos, discussões e debates acalorados. Diante dessa controvérsia, convidamos

* Serruys PW, Morice MC, Kappetein AP, Colombo A, Holmes DR, Mack MJ, Ståhle E, Feldman TE, van den Brand M, Bass EJ, Van Dyck N, Leadley K, Dawkins KD, Mohr FW; SYNTAX Investigators. Percutaneous coronary intervention versus coronary-artery bypass grafting for severe coronary artery disease. N Engl J Med. 2009 Mar 5;360(10):961-72.

Editora da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva

Sim. O SYNTAX me fez incluir as lesões de tronco de coronária esquerda (TCE) dentro do amplo espectro de tratamento da intervenção coronária percutânea. Na fase atual das evidências, aos dois anos de acompanhamento clínico dos pacientes do estudo, alguns cuidados são necessários a meu ver. Os procedimentos devem ser realizados por operadores experientes e somente devem ser abordadas lesões isoladas de TCE que não envolvam a bifurcação. Lesões em bifurcações são tecnicamente complexas, com resultados ainda

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seis cardiologistas renomados para responderem à pergunta: O estudo SYNTAX mudou sua conduta na indicação de um procedimento de revascularização miocárdica?

não perfeitos, e o TCE é localização que não permite erros. A escolha do stent e a técnica de implante também são fatores muito importantes a serem considerados. Opto por stents com perfis de segurança e eficácia já extensamente avaliados, como aqueles que venceram o crivo do Food and Drug Administration (FDA), preferencialmente os que exibam maior poder de inibição da hiperplasia intimal. E todo o procedimento deve ser guiado pelo ultrassom intracoronário, desde a avaliação inicial da lesão (extensão da lesão, diâmetro real do vaso, calcificação) até o controle pós-implante, para assegurar a expansão ótima da prótese e a aposição completa das hastes na parede do vaso, minimizando, assim, a possibilidade de trombose do stent. Por último, a avaliação do paciente pré-procedimento deve ser rigorosa, tanto com a finalidade de excluir afecções que facilitam sangramentos como para assegurar a aderência do paciente à terapêutica antiplaquetária dupla por pelo menos um ano. Além de anamnese e exame clínico completos, exames simples como hemograma, urina tipo I e pesquisa de sangue oculto nas fezes ajudam a detectar pacientes com doenças ocultas do trato gastrointestinal e urinário com maior risco de sangramento. Nesses pacientes o tratamento cirúrgico permanece como primeira opção.


Luiz Antonio de Almeida Campos (RJ)

No que tange a seu desenho e execução, por se tratar de estudo multicêntrico e randomizado, o SYNTAX agrega indubitável valor à prática clínica, representando nível de

Anis Rassi Jr. (GO)

Diretor científico da SBC (gestão 2008-2009)

evidência B – pelos critérios da prática clínica baseada em evidências. Minha análise mais profunda recai sobre o escore SYNTAX, um exemplo de regra de predição clínica baseada em dados de anatomia coronária. Esse escore foi derivado de classificações prévias publicadas na literatura. O desenho do estudo SYNTAX previa validação do escore em três fases: na alocação dos pacientes e nos seguimentos precoce de 30 dias e tardio de 1, 3 e 5 anos. Até o momento, apenas a performance desse escore prognóstico foi validada em populações incluídas em dois estudos multicêntricos: SYNTAX e ARTS, demonstrando boa capacidade preditiva, em relação a escores prévios. Entretanto, a utilidade do escore, ou seja, o impacto clínico de seu uso na prática ainda não foi validado, o que limita seu emprego rotineiro para tomada de decisão individualizada.

Diretor científico do Anis Rassi Hospital

Os resultados do estudo SYNTAX têm sido motivo de euforia tanto para os cirurgiões cardíacos quanto para os cardiologistas intervencionistas. Os primeiros comemoram o fato de a taxa de eventos relacionada ao desfecho primário [combinação de óbito, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e necessidade de nova revascularização], ao final de um ano de seguimento, ter sido significativamente menor no grupo cirúrgico (12,4% vs. 17,8%; P = 0,002), às custas principalmente de menor taxa de novas revascularizações (5,9% vs. 13,5%; P < 0,001). Já os cardiologistas intervencionistas celebram o fato de a taxa de eventos relacionada a desfechos mais consistentes (combinação de óbito, infarto ou AVC) ter sido similar

entre os dois grupos (7,6% no grupo tratado com stent farmacológico vs. 7,7% no grupo cirúrgico; P = 0,98) e de a taxa de AVC ter sido menor (0,6% vs. 2,2%; P = 0,003) no grupo tratado com o stent Taxus®. Vale ressaltar que não houve diferença estatisticamente significante quanto às taxas de óbito (4,4% vs. 3,5%; P = 0,37) e de infarto (4,8% vs. 3,3%; P = 0,11) entre os grupos intervencionista e cirúrgico. Visto sob esse prisma (cirurgia cursando com menor risco de reintervenções, mas com maior risco de AVCs), minha preferência seria pela angioplastia. Entretanto, como a redução absoluta de risco de AVC pró-stent (1,6%) foi bastante semelhante à redução absoluta de risco de infarto pró-cirurgia (1,5%) e como a redução absoluta de risco de óbito pró-cirurgia (0,9%) não foi desprezível, caso os autores tivessem avaliado o desfecho combinado óbito/infarto certamente este seria favorável à cirurgia. Ou seja, o excesso de AVCs com a cirurgia é compensado por menor taxa de óbito/ infarto, daí o porquê de não haver diferença relacionada ao desfecho combinado de óbito, infarto ou AVC. Dessa forma, esses resultados preliminares, em seu todo, são mais favoráveis à cirurgia, e caso se consiga operar com mortalidade tão baixa quanto a praticada no SYNTAX a cirurgia deve ser considerada o tratamento de escolha (entre as duas opções) para pacientes triarteriais ou com lesão de tronco de coronária esquerda.

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PANORAMA

SYNTAX

Paulo César B. Veiga Jardim (GO)

Professor associado doutor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor da pós-graduação em ciências da saúde da UFG e coordenador da Liga de Hipertensão Arterial

Não. O estudo SYNTAX veio reforçar minha conduta. Em lesões complexas de artérias coronárias (multiarteriais, lesão de tronco) indico prioritariamente o procedimento cirúrgico. Os dados disponíveis na literatura, até então, mostravam que a cirurgia, nesses casos, produz melhores resultados nos desfechos principais. No estudo SYNTAX não foi diferente. A pesquisa que visava demonstrar não-inferioridade da angioplastia em relação à cirurgia não atingiu esse objetivo. Aos 12 meses, a incidência de evento cardíaco maior ou de eventos cerebrovasculares (objetivo primário) foi menor no grupo cirúrgico (12,4% vs. 17,8%; P = 0,002). É claro que em casos selecionados (comorbidades), em que a cirurgia implica maior risco ou recusa do paciente, a revascularização por angioplastia tem minha indicação.

Roberto Bassan (RJ)

Professor titular de cardiologia da Escola Médica de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Minha resposta sucinta é não. Esta se alicerça nas seguintes considerações: 1) O SYNTAX utilizou pacientes com doença coronária trivascular (obstrução maior que 50%, e não 70%) e/ou de tronco de artéria coronária esquerda, dos quais cerca de 15% eram assintomáticos e cerca da metade tinha angina estável, cuja classe funcional não foi informada assim como não foi informado se estavam em uso de terapia farmacológica otimizada antes da cinecoronariografia (alguns dados do artigo indicam que não). 2) Não se sabe também quantos pacientes fizeram algum teste de estresse antes da cinecoronariografia e qual a classificação de risco daqueles que fizeram o teste (não era critério de inclusão). 3) Importante disfunção ventricular esquerda era praticamente inexistente. Esses dados apontam para o fato de que muitos pacientes do estudo não eram de alto risco de eventos coronário ou cardiovascular (apesar da anatomia potencialmente grave). Ou seja, muitos provavelmente não seriam os melhores candidatos para se beneficiarem com qualquer forma de revas-

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cularização miocárdica. Na doença coronária estável, as diretrizes do American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA), da European Society of Cardiology (ESC) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomendam revascularização miocárdica cirúrgica (Classe I) nos pacientes com lesão de tronco ou nos trivasculares. O nível de evidência é A, baseado nos ensaios clínicos dos anos 70 e 80 comparando os tratamentos médico e cirúrgico, apesar de estudos mais recentes mostrarem resultado neutro em relação ao tratamento médico nas taxas de mortalidade e infarto dos pacientes trivasculares (e até mesmo na lesão de tronco). Recentemente, o documento Appropriateness Criteria for Revascularization do ACC/AHA/Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI) julga como incerto o papel da revascularização em pacientes trivasculares assintomáticos ou classe funcional I-II e classificados como baixo risco em teste de estresse. Dessa forma, não é de todo surpreendente que o estudo SYNTAX tenha mostrado resultados neutros ou quase semelhantes entre a angioplastia e a cirurgia. Entretanto, se a seleção dos pacientes tivesse sido feita antes da cinecoronariografia (e não após), valorizando a gravidade clínica junto com a anatomia e não somente a luminologia, o resultado poderia ser outro. A ausência de vantagem entre os dois tratamentos pode ser decorrente desse importante viés de seleção do estudo. Em resumo, o SYNTAX não deve mudar a prática clínica e ratifica o conceito de que ambas as formas de revascularização miocárdica beneficiam preferencialmente os pacientes com angina estável de não baixo risco, risco esse aferido pelo conjunto de dados clínicos (classe funcional e resposta aos fármacos otimizados), funcionais (isquemia e contratilidade ventricular) e anatômicos coronários. NO PAIN, NO GAIN


Aydano Marcos Pinheiro (PE)

Coordenador da Unidade Coronária do Hospital Esperança

Trata-se de um estudo bem conduzido, de grande relevância para a comunidade cardiológica. Acredi-

to que o estudo SYNTAX, diante de sua importância, proporciona ao clínico grande reflexão na tomada de decisões terapêuticas. Considerando a complexidade dos pacientes estudados, sobretudo por suas diferentes características angiográficas, foi observado que a cirurgia de revascularização miocárdica se mostrou mais eficaz, com porcentual (5,9%) menor de nova intervenção em um prazo de 12 meses, quando comparada à intervenção coronária percutânea (13,7%). Por sua vez, os achados de acidente vascular encefálico (2,2% vs. 0,6% da intervenção coronária percutânea) mostram que o procedimento é seguro. Ressalto, entretanto, que é imprescindível a individualização de cada caso, de forma que a interação entre clínico, cirurgião e hemodinamicista, à luz das informações, leve a decisões mais seguras e com melhores resultados.

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QUALIDADE PROFISSIONAL

GESTÃO EM HEMODINÂMICA

Muito além da ciência A gestão na área de saúde tem levado médicos de todas as especialidades a embrenhar-se em assuntos que, há pouco tempo, jamais seriam pauta de reuniões em clínicas e hospitais [Hélio Castello (SP), editor]

N

s últimos anos, tivemos que nos adaptar às inúmeras mudanças econômicas e sociais que influenciaram nossa atuação como médicos. Fomos obrigados a vivenciar assuntos que não estávamos habituados. Gestão, administração, lucratividade, sustentabilidade, negócio, custo, eficiência, processos, padronização, indicadores, entre outras, são palavras que começaram a povoar as discussões e reuniões das quais participamos nos hospitais e instituições onde trabalhamos. Anos atrás, seria até esquisito um médico se preocupar com tudo isso. Hoje, estamos absolutamente envolvidos na gestão dos hospitais e dos serviços onde atuamos. Para aqueles que ainda não dão atenção a esses assuntos, preciso afirmar que ter pensamento estratégico e administrativo não quer dizer atender mal, muito pelo contrário. Significa utilizar de forma racional os recursos que temos disponíveis para oferecer a nossa população o melhor tratamento. Hoje, não é mais possível abrir um

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serviço de hemodinâmica, seja em uma instituição pública ou privada, sem fazer um bom planejamento e desenhar os processos e as padronizações para ser um negócio sustentável. Gerir um serviço de saúde, especialmente de intervenções cardiovasculares, que está envolvido com situações emergenciais e materiais e medicamentos de alto custo, não significa, necessariamente, “endurecer” a forma de assistência a ponto de perdermos o aspecto humano, que tanto prometemos manter no juramento de Hipócrates. A gestão está nas grandes e pequenas atitudes que tomamos em nossa prática diária. É importante determinar o fluxo do paciente, com atenção desde o agendamento e recepção até o momento da alta. Para oferecer equidade assistencial, princípio básico da humanização, devemos dar preferência aos idosos, àqueles com maiores dificuldades, aos casos mais graves, aos pacientes de maiores riscos e assim por diante. Ainda mais importante seria criar um gerenciamento de riscos com metas e indicadores, para tornar o atendimento mais ágil,

evitando surpresas e complicações que levam a estresses desnecessários. Gerir com ética e profissionalismo significa utilizar, com equidade, técnicas e tecnologias atuais, formatando processos e protocolos amparados em diretrizes e em orientações da medicina baseada em evidências. Dessa forma, visamos a alcançar resultados comparáveis aos dos grandes estudos e aos melhores centros do mundo, mesmo sabendo que nem sempre possuímos recursos financeiros e condições semelhantes. O processo administrativo trata também das relações entre os diferentes profissionais envolvidos na assistência dos pacientes, pois deixamos de ter unidades centradas no trabalho do médico e passamos a observar a atuação da equipe. É fundamental que haja interação nas atividades. Não é possível, por exemplo, colocar na sala um paciente vítima de infarto agudo sem que o profissional da higienização tenha sido rápido e eficiente em seu trabalho, possibilitando o atendimento em tempo hábil. Também não se pode esquecer dos profissionais que atuam


fora da área médica, mas também fazem parte da equipe. Os equipamentos e materiais sofrem atualizações de forma rápida e dinâmica, e nem sempre os auditores, ou mesmo os profissionais dos setores de suprimentos, estão familiarizados com os itens mais recentes, podendo ocorrer erros na aquisição ou atrasos na liberação. Dessa forma, facilitaremos muito se transmitirmos as devidas informações para todas as pessoas envolvidas assim que as obtivermos. Todos os dias, um maior número de relatórios é exigido pelas fontes pagadoras para que justifiquemos nossa conduta e nossa proposta de tratamento. Parece que a burocracia de guias e papéis na área da saúde tem caminhado em sentido contrário ao que ocorre nas grandes empresas. Afirmo que poderíamos aumentar nossa eficácia e evitar gastos inaceitáveis, sem falar da responsabilidade ambiental, um discurso que se torna bonito na palavra e impossível na prática. Em

Conversão Direta Alta resolução

parte, isso se deve ao exagero imposto pelas auditorias, que nem sempre estão totalmente envolvidas com as novas terapêuticas. Mas, por vezes, a justificativa está na forma que alguns poucos colegas utilizam a tecnologia sem amparo científico, fato que coloca em dúvida nossa atuação ética. A previsibilidade de custos é outro ponto fundamental nas relações empresariais. Assim, a avaliação prévia de cada caso e a determinação do melhor material a ser utilizado evitam desperdícios e retrabalho, que impactam na duração e no custo final do procedimento, além de, algumas vezes, requererem justificativas para o faturamento. Quando estamos no papel de consumidores, exigimos bom padrão de qualidade dos serviços que recebemos e quando não somos bem atendidos em restaurantes, empresas de telefonia, lojas ou qualquer estabelecimento reclamamos veementemente. Quando estamos na posição de pacientes ou acompanhantes e o lugar

em questão é um hospital, nosso grau de exigência se eleva ainda mais, pois a expectativa de bom atendimento excede em muito a de qualquer outro setor. Alcançar essa expectativa se torna um processo menos complicado quando atuamos focados na gestão dos processos alinhada aos programas de qualidade com melhoria contínua, independentemente de qualquer tipo de certificação que se almeje. Somente assim podemos, a qualquer momento, indicar nosso serviço e nossa instituição para familiares e entes queridos sem que sejam necessárias recomendações adicionais. Portanto, gerir é conduzir com firmeza a organização, os processos, os protocolos, a criação de indicadores e a promoção de reavaliações, atingindo metas e bons resultados operacionais e clínicos. O resultado será um padrão de assistência de excelência, sem que tenhamos que cercear ou perder a ternura de sermos médicos e agentes do conforto e da saúde.

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JOGO RÁPIDO

PERFIL

Alexandre

Abizaid

A

os 44 anos, o mineiro de Juiz de Fora e ex-presidente da Sociedade Latino Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) Alexandre Abizaid é reconhecido mundialmente como um dos cardiologistas intervencionistas mais renomados do Brasil. Seu currículo tem passagens como diretor de pesquisa e chefe do setor de cardiologia intervencionista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo (SP), onde concluiu mestrado e doutorado, que lhe renderam a oportunidade de fazer o aprimoramento da especialidade no Washington Hospital Center, em Washington DC, nos Estados Unidos. A vida acadêmica desse mineiro que só troca a profissão pela família ainda coleciona diversas experiências internacionais, a exemplo de sua participação como professor visitante do Interventional Fellows Institute do Columbia University Medical Center, em Nova Iorque (Estados Unidos), e de sua atuação como um dos codiretores do Joint Interventional Meeting (JIM) deste ano.

Quando decidiu pela carreira de medicina? Venho de uma família de muitos médicos, e desde os três anos de idade eu já falava em ser médico. Não fosse medicina, qual carreira escolheria? Eu iria para a área de humanas, comunicação, jornalismo. Mas só se me apertassem contra a parede. Por que cardiologia? Meu pai era cardiologista. Lembro-me bem, quando era novo, que eu atendia muitos telefonemas de pacientes, em Juiz de Fora, perguntando: “Meu marido está com dor no peito, está infartando, o que eu faço?”. Além de ter meu pai como exemplo, foi a especialidade pela qual me apaixonei.

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Qual é a área mais promissora na medicina de hoje? O mapeamento genético, a descoberta da origem, a fisiopatologia. E, em seguida, o tratamento, a descoberta da cura de muitas doenças pela alteração genética das células. Dentro da cardiologia, a cardiologia intervencionista é a especialidade que mais progrediu com os procedimentos menos invasivos e percutâneos.

Quais são as áreas mais negligenciadas na medicina? Saneamento, prevenção de fatores de risco e área infecciosa. Como vê o futuro dos jovens médicos no Brasil? Vejo como promissor, no sentido de que hoje a medicina evolui muito rápido. Hoje, a gente pode oferecer um tratamento e um diagnóstico com muito mais acurácia.

O que o deixa inspirado e de bom humor? Viajar com a minha família. O que o tira do sério? Qualquer doença dos meus filhos. Qual seu pior hábito? Querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

Qual foi sua maior conquista? Ter realizado uma vida acadêmica profícua. É o fator high life da minha carreira. Poder mexer com o ensino, ter conseguido minhas graduações acadêmicas, como mestrado e doutorado, isso me valeu um treinamento nos Estados Unidos que foi muito importante. Além do mais, ser reconhecido como professor visitante de medicina da Columbia University, em Nova Iorque.

Como é um dia perfeito para o senhor? Acordar na praia, fazer um churrasco para a família, assistir a um bom filme e sair para jantar com minha esposa. Todos os prazeres em um dia só.

Já teve um sonho realizado? Ter o respeito e o reconhecimento dos colegas. É uma das coisas mais recompensadoras na vida acadêmica.

O que o senhor espera para 2010? Continuar forte na vida acadêmica. É algo que me dá muito prazer. Espero que todos os hospitais públicos e universitários continuem tendo recursos para que possamos cumprir com nossa obrigação assistencial e, acima de tudo, sempre poder incentivar a pesquisa e o treinamento dos jovens. É uma meta muito boa para 2010.

O que o senhor gosta de fazer nas horas livres? Levar minha família ao cinema. Qual livro está lendo atualmente? “O símbolo perdido”, de Dan Brown.

Se o senhor escrevesse uma autobiografia, que título daria ao livro? “De Minas Gerais para o mundo”.


AGENDA

28 a 30 15th Angioplasty Summit – TCT Asia Pacific 2010 Seul, Coreia do Sul www.summit-tctap.com

5a7 SOCERGS 2010 – Congresso de Cardiologia do Rio Grande do Sul Gramado, RS www.socergs.org.br

agosto

29 a 1o/5 XXXI Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo São Paulo, SP www.congressosocesp.com.br/2010

5a7 XXX Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia XVI Congresso Cearense de Cardiologia Fortaleza, CE www.snnehci.org.br

7e8 Simpósio Internacional de Terapia Valvular Percutânea do Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia Porto Alegre, RS www.cardiologia.org.br

11 a 13 XVI Congresso SOLACI – Sociedad Latinoamericana de Cardiologia Intervencionista XX Congresso CACI – Colegio Argentino de Cardiologia Intervencionista Bueno Aires, Argentina www.solaci2010.com

junho

25 a 28 EuroPCR 2010 – Paris Course of Revascularization Paris, França www.europcr.com 16 a 19 World Congress of Cardiology – Scientific Session 2010 Pequim, China www.worldheart.org/congress-and-events/worldcongress-of-cardiology-scientific-sessions-2010

julho

maio

4a7 27o Congresso de Cardiologia da SOCERJ – Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, RJ www.socerj.org.br

22 a 24 XXXII Congresso da SBHCI Belo Horizonte, MG www.sbhci.org.br

28 a 1o/9 ESC Congress 2010 – Sociedade Europeia de Cardiologia Estocolmo, Suécia www.escardio.org 21 a 25 TCT 2010 – Transcatheter Cardiovascular Therapeutics Washington, DC, Estados Unidos www.tctconference.com

setembro

abril

9 a 12 XXXI Congresso Português de Cardiologia Lisboa, Portugal www.summit-tctap.com

25 a 29 65o Congresso Brasileiro de Cardiologia Belo Horizonte, MG congresso.cardiol.br/65

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Gestão 2010-2011 Presidente: Maurício de Rezende Barbosa (MG) Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) Diretor de Educação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vugman Wainstein (RS) Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ) Editores do Jornal da SBHCI: Flávio Oliveira (BA), Hélio Castello (SP), João Luiz Manica (RS) e Luciana Constant Daher (GO) www.sbhci.org.br Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 – Vila Olímpia São Paulo, SP – CEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034

Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da SBHCI. Edição e jornalista resp.: André Ciasca, mtb 31.963 Reportagem: Carla Ciasca Projeto gráfico e direção de arte: Manoela Tourinho Revisão: CEV - Casa Editorial Ventura Edição de Fotos: Gislene Simonetti Tiragem: 9.500 exemplares Impressão: Ipsis

take-a-coffee Comunicação www.take-a-coffee.com Fone: (11) 3571-5353 Email: contato@take-a-coffee.com

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Organização e Informações:

Expominas Belo Horizonte Minas Gerais w w w. s b h c i . o r g. b r

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22 a 24

de julho de

2010

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

telefone: (11) 3849-5034 e-mail: eventos@sbhci.org.br Apoio:


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