A força das regionais Sócios da SBHCI são destaques em eventos científicos em todo o Brasil
Congresso 2010
julho a setembro de 2010 | No 3 | Ano XIII
Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Belo Horizonte recebeu cardiologistas de todo o Brasil para 57 horas de apresentações
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INFORME PUBLICITÁRIO
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palavra do presidente
O
s últimos meses foram especialmente importantes para a nossa Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). Logo após o término da Copa do Mundo de Futebol, foi realizado o XXXII Congresso da SBHCI na cidade de Belo Horizonte. É o maior evento científico de nossa Sociedade e, sem dúvida, um belo exemplo de realização conjunta, um grande trabalho de equipe. O centro de convenções Expominas abrigou o evento confortavelmente, e tivemos a presença de 650 médicos e 350 enfermeiros e técnicos. Desejo manifestar, mais uma vez, o mais sincero agradecimento à Comissão Científica que, com dedicação, elaborou um programa objetivo e ao mesmo tempo abrangente, contemplando nos três dias de evento o que há de mais importante e atual na cardiologia intervencionista. Convido a todos para que leiam a cobertura do evento nesta edição. O processo de certificação profis-
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sional da SBHCI é tido como modelo entre as Sociedades médicas no país. Cuidadosamente elaborado pela Comissão Permanente de Certificação, uma nova etapa será efetivada com o Curso de Revisão 2010, que está programado para os dias 5 e 6 de novembro. A prova teórica para obtenção de título da área de atuação está agendada para o dia 7 de novembro. Tão importante quanto uma adequada certificação é a manutenção da informação e do conhecimento com a educação continuada. Os cardiologistas intervencionistas dispõem de eficientes modelos de atualização como o congresso nacional, congressos regionais de altíssimo nível, simpósios independentes, cursos de revisão e o Programa de Educação Continuada da SBHCI, cuja próxima edição será no Congresso Goiano de Cardiologia. Valiosas informações têm sido divulgadas por meio do dedicado trabalho da equipe de nosso Portal, agora em fase de revisão e atualização. As informações são transmitidas via internet
através de resumos comentados de trabalhos científicos atuais e das detalhadas coberturas dos congressos internacionais, realizadas pelos experientes colegas enviados a estes eventos. A rápida comunicação por e-mail tem sido um eficiente meio de atualização, com envio de trabalhos comentados, com destaque para o acréscimo de Newsletters de Intervenção em Cardiopatias Congênitas e de Newsletters de Procedimentos Extracardíacos, que consolidam a nossa eficiente atuação nestas importantes áreas da intervenção percutânea. Parabéns ao Guilherme Attizzani, que está à frente desta dedicada e competente equipe do Portal da SBHCI. A Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) é a bandeira de nossa Sociedade e registra o conhecimento e a produção científica nacional e internacional, em especial na América Latina. O alto nível dos artigos enviados por nossos associados para publicação, e o cuidadoso trabalho editorial de Áurea Jacob Chaves (SP) e dos editores associados têm elevado mais e mais o padrão de nossa revista a cada edição. Ainda temos um longo caminho a percorrer, e a participação de todos é de fundamental importância, submetendo artigos científicos para publicação, mantendo a RBCI com o merecido sucesso e destaque, um orgulho para a nossa SBHCI. Gostaria de enviar um sincero agradecimento e fraternal abraço aos amigos da Diretoria pelo empenho, dedicação e eficiência em todas as atividades na SBHCI. As realizações têm sido possíveis graças ao trabalho e participação de toda a equipe. Agradeço ainda a confiança e o apoio de todos os sócios, amigos e colegas ao nosso trabalho. Aos colegas, os sinceros votos de que todas as metas se concretizem e que estes últimos meses do ano sejam de muita tranquilidade e sucesso.
Maurício de Rezende Barbosa Presidente da SBHCI
índice
O desembargador Jorge A. Perrone (RS) discute a autonomia do médico.
INTERNAS | notícias da sbhci
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Registro Brasileiro de implante Percutâneo de Bioprótese Valvar Aórtica Curso de Revisão e Prova de Título Nova plataforma de stent O número 1.000 Programa de Incentivo à Pesquisa Rumo a Las Vegas Curso de Aterotrombose Hemodinâmica para clínicos Trabalho reconhecido
giro pelo brasil
12 A força das regionais
TOTALCOR
14 Troca de experiências simpósio da SOHCIERJ
15 Intercâmbio de conteúdo
CONGRESSO DA SOCERGS
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Novos recordes
CONGRESSO DA SBC
17 Destaque para a hemodinâmica Os mineiros de Belo Horizonte receberam o XXXII Congresso da SBHCI.
XXXII Congresso DA SBHCI
18 Mais uma missão cumprida entrevista | stephan windecker
24 Segurança dos Stents
ESC 2010
26 Repórter SBHCI: Congresso Europeu de Cardiologia
CONGRESSO SOLACI
28 Contribuição Brasileira
qualidade profissional
29 Responsabilidade Médica 32 Um grupo especial Cobertura exclusiva do ESC2010, direto de Estocolmo, na Suécia.
Agenda
34 Confira os próximos eventos
Coeditores Jornal da SBHCI Equipe do Jornal da SBHCI Maurício de Rezende Barbosa, Presidente Marcelo Cantarelli, Diretor Administrativo Alexandre Schaan Quadros, Diretor de Comunicação
Flávio Oliveira (PE), Hélio Castello (SP), João Luiz Manica (RS) Luciana Constant Daher (GO)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
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internas
notícias da sbhci
Registro Brasileiro de implante Percutâneo de Bioprótese Valvar Aórtica
A
primeira reunião do Registro Brasileiro de Implante Percutâneo de Bioprótese Valvar Aórtica, projeto criado para coletar dados e analisar os resultados deste novo procedimento no Brasil, foi realizada no dia 24 de agosto, na sede da SBHCI, em São Paulo. Participaram os médicos José Mariani (SP), Maurício de Rezende Barbosa (MG), Dimytri Alvim Siqueira (SP), José Armando Mangione (SP), Teresa Cristina D.C. Nascimento (SP), Alexandre Abizaid (SP), Rogério Sarmento-Leite (RS) e Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP).
Curso de Revisão e Prova de Título
O
Curso de Revisão e Atualização Científica 2010 da SBHCI já está com seu programa quase completo. A exemplo de 2009, a organização prepara mais de 20 horas em aulas, que serão ministradas nos dias 5 e 6 de novembro, no Hotel Grand Mercure SP Ibirapuera, em São Paulo. A prova será no dia 7. Um mês antes da realização da prova anual para obtenção do Certificado de Atuação na Área de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, a SBHCI vai realizar uma prova extra, que consiste em um processo de avaliação especial para médicos formados há mais de 15 anos e que atuam há pelo menos oito anos na especialidade. Esse novo processo é resultado de um acordo entre a SBHCI, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Associação Médica Brasileira (AMB) e decorre de um documento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da AMB que autoriza, em caráter de exceção, a realização de um novo exame para Título de Especialista Categoria Especial para os profissionais mais experientes. O processo especial de avaliação será feito em três etapas. Na primeira, os inscritos serão submetidos à análise de currículo e a uma prova teórica, que será realizada no dia 12 de outubro. Os candidatos que obtiverem a pontuação mínima irão para a segunda etapa, a prova oral-prática, no dia 23 de outubro, quando serão sabatinados pela banca examinadora constituída por membros da Comissão Permanente de Certificação (CPC) da SBHCI.
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Os aprovados nas duas primeiras fases se classificarão para a terceira e última etapa, a prova prática, que consistirá na realização de um procedimento de intervenção terapêutica cardiovascular percutânea eletiva. Para esta etapa, o candidato terá de comprovar participação direta em pelo menos 120 intervenções cardiovasculares percutâneas e 400 cateterismos cardíacos diagnósticos.
Agende-se:
Prova especial:12 de outubro (1ª etapa) Curso de revisão: dias 5 e 6 de novembro Prova de título: 7 de novembro Local: Hotel Grand Mercure SP Ibirapuera Rua Joinville 515, Vila Mariana, São Paulo Informações e inscrições: www.sbhci.org.br (11) 3849-5034
Nova plataforma de stent
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o mês em que o mundo celebra o Dia Mundial do Coração, comemorado no dia 27 de setembro, a Boston Scientific propôs um debate sobre o uso do stent farmacológico e convidou diretores da SBHCI para discutirem o tema apresentado pelo cardiologista italiano Antonio Colombo, diretor do Cardiac Cath Lab and Interventional Cardiology - EMO GVM Centro Cuore Columbus, localizada em Milão, na Itália. O debate aconteceu no evento “New Technology in DES Dinner”, que foi realizado nos dias 16 e 17 de setembro, no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. Na ocasião, Colombo apresentou aos cardiologistas presentes os resultados de seus estudos com stents farmacológicos de uma nova geração, feitos com materiais mais resistentes e plataformas mais finas, os quais, segundo ele, diminuíram ainda mais as ocorrências de trombose ou a necessidade de uma nova intervenção. Também participaram do evento no Rio de Janeiro o presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG), Jamil Saad (MG), João Otávio de Araújo (RJ), Hélio Roque Figueira (RJ), além do secretário municipal da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Hans F.R. Dohmann (RJ). Em São Paulo, participaram do debate o diretor científico da SBHCI, Fábio Sandoli Brito Jr. (SP), Valter Correa de Lima (SP), Rogério Sarmento-Leite (RS), Marco Antonio Perin (SP), Eberhard Grube (SP) e Alexandre Abizaid (SP).
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internas
notícias da sbhci
O número 1.000 P
oucos dias antes do Congresso de Belo Horizonte, a SBHCI alcançou a faixa de mil associados ao longo de seus 35 anos de existência. O cardiologista intervencionista número mil é o carioca Felipe Maia, de 32 anos. Filho de médico, ele diz que a opção pela medicina foi natural, provavelmente por influência indireta do pai, que é anestesista. Maia fez residência clínica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em seguida, optou por seguir estudando anestesia. Após três anos de residência na área, desistiu. “Eu não estava satisfeito”, ele afirma. “Queria ter mais contato, atender o paciente de outra forma.” Maia foi para São Paulo, fez residência em cardiologia e hemodinâmica no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Maia já publicou quatro artigos na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva como autor titular e outros como coautor. Desde o final do primeiro semestre, Maia atua no Hospital Brasil, em Santo André, na Grande São Paulo.
Programa de Incentivo à Pesquisa
Com muito trabalho e dedicação, a SBHCI é reconhecida como uma grande entidade científica, nestes mais de 30 anos de existência. É importante que todo este trabalho seja mantido em contínuo crescimento, especialmente com qualidade
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omo sociedade científica, é necessário que o dedicado trabalho assistencial e de pesquisa da SBHCI seja apresentado por meio de resultados de estudos em suas respectivas publicações. Com esta finalidade, o Conselho Deliberativo e a Diretoria da SBHCI criaram um programa de incentivo à pesquisa clínica na área da cardiologia intervencionista, visando incrementar a produção científica nacional, ampliando e qualificando as publicações sobre o tema, em especial na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva. Este programa está sob a coordenação da Diretoria de Educação Médica Conti-
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nuada, em parceria com os Centros de Treinamento em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista de todo o Brasil. Para a sua efetivação, a SBHCI promoverá cursos de metodologia científica, a fim de estimular a pesquisa e aperfeiçoar a qualidade das publicações. Os estagiários dos Centros de Treinamento terão livre acesso aos dados da CENIC, assim como às assinaturas de revistas científicas internacionais, mesmo que ainda não sejam efetivamente sócios da Sociedade. Eles serão orientados quanto à realização das monografias e publicações, acesso a programas de computação que facilitem a elaboração dos textos e bibliografia, e
terão assessoria de empresa especializada para análise estatística dos trabalhos. Em entendimento com a Associação Médica Brasileira, foi normatizado que, para obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, o candidato deverá publicar artigo científico em revista indexada como autor na área de intervenções percutâneas. Todas estas medidas têm como objetivo um importante acréscimo ao já elevado nível científico e profissional de nossos associados, aprimorando ainda mais o moderno processo de certificação profissional da SBHCI.
Rumo a Las Vegas N
o dia 24 de agosto, a SBHCI realizou, em parceria com a Sociedade de Angiografia e Intervenções Cardiovasculares (Society for Cardiovascular Angiography and Interventions – SCAI), o sorteio de duas inscrições para o “2010 SCAI Fall Fellows Course”, congresso anual da entidade americana que será realizado entre os dias 6 e 10 de dezembro deste ano, em Las Vegas, Nevada, nos Estados Unidos. Os premiados foram Gustavo Travassos Gama (SP), do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e Ricardo Santana Parente Soares Jr. (SP), da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo. O sorteio foi realizado na sede da SBHCI, em São Paulo, na presença da Comissão Permanente de Certificação da Sociedade, e auditado pela Normatiza Consultoria Auditoria Perícia.
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internas
notícias da sbhci
Curso de aterotrombose N
os dias 22 e 23 de outubro, Porto Alegre será o cenário do CAAT 2010 - Curso Avançado em Aterotrombose, um curso intensivo sobre a doença aterosclerótica. Já são 12 convidados confirmados, entre eles Koen R. Deloose (Bélgica), Olivier Wittenberg (França) e Michael Farkouh (Estados Unidos), que fará uma atualização sobre Diabetes e Doença Arterial Coronariana por meio de uma videoconferência. O evento contará com mesas-redondas e conferências que abordarão assuntos como eventos cardiovasculares em pacientes com perda da função renal; manejo farmacológico das síndromes coronarianas agudas; perspectiva europeia sobre revascularização do tronco de coronária esquerda e multiarteriais; revascularização cirúrgica do miocárdio e o desafio continuado de atingir a excelência;
novas tecnologias: histologia virtual por ultrassonografia intracoronariana; doença aterosclerótica das carótidas; entre outros. Neste ano, a novidade será a apresentação de temas livres. Quem não se inscreveu antecipadamente, poderá fazer seu registro no dia 22 de outubro, a partir das 7h30, na Secretaria Geral do evento, no Centro de Eventos do CIEE.
Agende-se
Data: 22 e 23 de outubro Local: Centro de Eventos - CIEE Rua Dom Pedro II, 861 – Porto Alegre/RS Informações: www.caat2010.com.br
Hemodinâmica para clínicos A
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) inaugurou no começo do ano, o primeiro curso de hemodinâmica do país direcionado aos clínicos. Esmeralci Ferreira, diretor do Departamento de Hemodinâmica, professor adjunto da UERJ e coordenador do projeto, desenvolveu o conteúdo do curso de forma a apresentar novidades ao clínico e abordar todo tipo de discussão para que o cardiologista possa apresentar a seus pacientes mais informações sobre os possíveis tratamentos. “A ideia do curso surgiu com a proposta de reativação do serviço de hemodinâmica da UERJ, que, neste segundo semestre, voltará a atender com equipamentos doados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro”, diz Ferreira. “O mais interessante neste começo de trabalho é que os clínicos com mais experiência são os mais interessados.” Com capacidade para 50 alunos, o curso tem 76 horas de duração, 20 horas de prática e é composto por quatro módulos: hemodinâmica básica, doenças coronárias, doenças valvares e intervenções periféricas e cardiopatias congênitas. Ao final de cada aula, o professor proporciona 15 minutos de discussão entre os alunos para debater pouco de técnicas e mais de indicação, acompanhamento e pós-internação. De
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acordo com Ferreira, o curso dá liberdade para que todos tirem suas dúvidas. “Havia uma distância muito grande entre o intervencionista e o clínico, só reduzida nos congressos”, afirma Ferreira. “Mas não é sempre que há espaço para dirimir dúvidas durante os congressos.”
Mais informações: www.hupe.uerj.com.br (21) 2587-6539 (21) 2587-6829
Trabalho reconhecido Em cerimônia solene realizada em julho, Jamil da Silva Soares (RJ) tomou posse como novo Membro Titular da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro
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ioneiro na realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos na área cardiovascular na região de Campos dos Goytacazes (RJ), o cardiologista intervencionista Jamil da Silva Soares foi agraciado pela Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (ACAMERJ) com o título de Acadêmico Titular na Cadeira nº 54, patronímica do Professor Oscar Clark, até então ocupada por Paulo de Castro Neiva, que assumiu a categoria de Membro Emérito. Em sua cerimônia de posse, Soares falou sobre a honra de fazer
parte da ACAMERJ. “É a validação de todo um trabalho que vem sendo desenvolvido”, afirma. “Isto nos estimula a continuar caminhando e nos dedicando cada vez mais ao exercício da nossa atividade. Sabemos da responsabilidade que temos de honrar e procurar a cada dia engrandecer o nome da instituição.” Formado pela Faculdade de Medicina de Campos, Jamil Soares é mestre e doutorando em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense, trabalhando atualmente no tema “Avaliação do pós-condicionamento
isquêmico no Infarto Agudo do Miocárdio”. Jamil Soares iniciou sua vida profissional em Campos dos Goytacazes, em 1984, quando constituiu uma equipe e ajudou a fundar o Instituto do Coração do Norte Fluminense, do qual é diretor técnico. Na região, realizou os primeiros cateterismos cardíacos, implante de marcapassos, angioplastias coronárias, renais, cerebrais, periféricas, implante de endopróteses aórticas, entre outros. Hoje, são mais de 30 mil procedimentos na área de intervenções cardiovasculares diagnósticas e terapêuticas.
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giro pelo brasil
A força das Regionais
Da esqueda para a direita: Ebehard Grube (SP), José Eduardo Sousa (SP), José Maria Pereira Gomes (PE), Amanda Sousa (SP), José Klauber Carneiro (CE), Roberto Luiz d’Ávila e Marcelo Queiroga Lopes (PB).
Hoje, a SBHCI conta com pouco mais de mil sócios, distribuídos pelas cinco regiões do país [Por Luciana Daher Constant (GO), editora]
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E
m um país de extensão territorial de dimensões continentais, com grande diversidade cultural e socioeconômica, e perfis geográficos tão distintos, como o Brasil, compartilhar o conhecimento e avanços científicos constitui-se um grande desafio. Buscando harmonizar as características específicas de cada localidade, o Programa de Educação Continuada (PEC) é uma das ferramentas que têm cumprido um importante papel ao promover uma interação de alto nível entre cardiologistas clínicos e intervencionistas das cinco regiões brasileiras. Para a diretoria da SBHCI, faz-se necessário promover a socialização deste conhecimento de forma crescente e continuada e, para isso, é imprescindível a parceria da Sociedade com suas entidades regionais, de maneira a estimular o intercâmbio da produção científica da cardiologia intervencionista nacional. Sob a chancela da SBHCI, a cardiologia intervencionista brasileira está atualmente organizada em sete sociedades regionais, distribuídas em cinco Estados: Associação
Mineira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (AMHCI), Sociedade Norte/ Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI), Sociedade de Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ), Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Rio Grande do Sul, Regional da Cidade de São Paulo, Grupo de Hemodinamicistas do Interior de São Paulo (GHISP) e Associação de Cardiologia Invasiva do Interior de São Paulo (ASSOCIIESP). O nível elevado dos hemodinamicistas em todo o Brasil faz com que os bons resultados locais sejam reproduzidos à semelhança dos grandes centros. No que diz respeito ao conhecimento, não há diferença entre as regiões do país. Existem apenas discrepâncias socioeconômicas profundas, a despeito da melhora dos indicadores econômicos, e essas desconexões refletem no acesso da população à saúde. Dos 855 sócios atualmente em atividade na cardiologia intervencionista brasileira, 118 atuam nas regiões Norte e Nordeste,
que juntas possuem uma população de cerca de 68 milhões de habitantes, segundo dados de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estas duas regiões somaram ainda cerca de 9000 intervenções coronárias percutâneas (ICPs) realizadas no ano passado, o que corresponde a 17% em todo o país. Segundo o presidente da SNNeHCI, Marcelo Queiroga Lopes (PB), embora o número de ICPs nas regiões Norte e Nordeste tenha mais do que triplicado entre 2004 e 2009, passando de 2.611 para 8.857 realizações, este crescimento é inferior à média nacional, e faz-se necessário ampliar de forma consistente o acesso da população aos procedimentos da cardiologia intervencionista, sobretudo nas síndromes coronárias agudas. “Para tanto, é preciso difundir as aplicações clínicas das técnicas intervencionistas” afirma Queiroga. “Só assim poderemos reverter os desfavoráveis indicadores de saúde pública na área.” V Simpósio Norte e Nordeste Com o intuito de promover este importante intercâmbio científico, a Regional Norte-Nordeste realizou, no último dia 6 de agosto, em parceria com a SBHCI, o V Simpósio Norte e Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, presidido por José Klauber Carneiro (CE), integrando a programação do PEC 2010. O evento ocorreu simultaneamente ao XXX Congresso Norte Nordeste de Cardiologia, em Fortaleza (CE), com a participação de 200 pessoas. O Simpósio apresentou uma programação de caráter teórico-prático, quando foram discutidos dez casos editados, todos realizados por intervencionistas da região. Participaram da programação científica, além dos integrantes da sociedade regional, o presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG), os professores José Eduardo Sousa (SP), Amanda Sousa (SP), José Armando Mangione (SP), Luiz Alberto Mattos (SP), Gilson Feitosa (BA), Jadelson Andrade (BA), Antônio Carlos Souza (SE) e Sérgio Montenegro (PE). O evento teve ainda a presença do professor Ebehard Grube (SP), que proferiu uma conferência sobre o estágio atual do implante percutâneo da valva aórtica. Segundo Maurício Rezende Barbosa, o simpósio cumpriu com rigor a sua finalidade, o que confirma inequivocamente a importância da parceria da SBHCI com suas Regionais.
Marcelo Queiroga Lopes (PB), presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
Cerca de 200 cardiologistas participaram do V Simpósio, em Fortaleza.
José Maria Gomes entrega o título de sócio honorário a José Eduardo Sousa.
Entre os palestrantes, é importante ressaltar a presença do cardiologista Roberto Luiz d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), que falou sobre “Quais as estratégias para viabilizar o acesso da população às novas tecnologias em saúde”. Para d’Ávila, a incorporação das novas tecnologias secundárias aos progressos da medicina acarretou um sustentado aumento dos custos de saúde. A despeito do aumento no orçamento do Ministério da Saúde, essas
verbas ainda são insuficientes para atender o direito irrestrito e universal da população ao acesso à medicina da mais alta qualidade. O final do evento foi coroado com as homenagens a José Eduardo Sousa, Amanda Sousa e Roberto d’Ávila, que receberam o título de sócios honorários da SNNeHCI, e a José Nogueira Paes, ex-presidente da SBHCI, que recebeu uma menção honrosa pela relevante contribuição ao desenvolvimento da cardiologia intervencionista brasileira.
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TOTALCOR
Troca de experiências
Cerca de 1000 profissionais estiveram no encontro internacional de Cardiologia, que aconteceu em agosto, no Hotel Renaissance, em São Paulo
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Stephen Ellis, da Cleveland Clinic, falou sobre os stents.
Áurea Jacob Chaves (SP) defendeu a visão do clínico.
Expedito Ribeiro (SP) apresentou resultados de estudos.
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alestrantes renomados, debates de qualidade e auditório lotado garantiram o sucesso do I Simpósio Internacional de Cardiologia, realizado pelo Hospital TotalCor em parceria com a Cleveland Clinic, no dia 20 de agosto, em São Paulo. O evento reuniu aproximadamente 1000 congressistas de 14 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal, além de participantes vindos do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. O Hospital TotalCor já vinha realizando seu simpósio anual há algumas edições, mas é a primeira vez que o evento ganha caráter internacional. Na busca de instituições conceituadas para firmar parcerias, a direção do hospital escolheu a Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, para esta troca de experiências. “Eles foram eleitos o melhor hospital de tratamento de doença cardiovascular do mundo por 16 anos consecutivos”, afirma Valter Furlan, diretor do Hospital TotalCor. “É uma instituição altamente diferenciada, bem reconhecida, tem os melhores médicos, investe muito em pesquisas e novas tecnologias.” A parceria consiste no intercâmbio de conhecimento entre profissionais das duas instituições. Para o Simpósio, houve a participação de três palestrantes, todos da Cleveland Clinic: o cirurgião cardiovascular Tomislav Mihaljevic, o especialista em medicina interna e cardiologia, James Thomas, que também responde pelo cargo de cientista-chefe de ultrassom da NASA, e o chefe da Seção de Cardiologia Intervencionista Stephen G. Ellis, que apresentou uma miniconferência sobre o tratamento da síndrome coronariana aguda com e sem Supra ST. Durante sua palestra, Stephen Ellis fez uma atualização sobre opções de medicamentos para abordagens invasivas, falou sobre quais grupos de pacientes mais se beneficiam com o tratamento da abordagem invasiva, e ainda apontou resultados de diversos estudos realiza-
dos recentemente, como, por exemplo, os fatores que influenciam a resistência a terapias com o uso de medicamentos como clopidogrel, prasugrel, entre outros. A programação científica do simpósio teve ainda um momento de discussão sobre o tratamento da DAC multiarterial e lesão do tronco da coronária esquerda, sob os pontos de vista do clínico, do cardiologista intervencionista e do cirurgião. Áurea Jacob Chaves (SP)editora da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva falou sobre a visão do clínico e de contribuições recentes de estudos como COURAGE, BARI, 2D e SYNTAX. Expedito Ribeiro (SP), que defendeu a visão do intervencionista, apontou alguns estudos que provaram a melhora dos resultados da angioplastia . Ribeiro falou sobre a importância de validar tanto a opção da intervenção, quanto da cirurgia. “Cabe ao cirurgião e ao intervencionista decidirem juntos o que é melhor para o paciente”, diz ele. “E a decisão do clínico é mais importante no dia-a-dia.” Tomislav Mihaljevic, cardiologista croata que atua na Cleveland Clinic, discorreu sobre a visão do cirurgião, e afirmou que a indicação do tratamento leva em conta a gravidade do estado do paciente. De acordo com o especialista, quanto mais grave, mais indicada a cirurgia e, se o caso for menos sério, a abordagem percutânea é mais conveniente. “É necessário seguir o modelo de risco para conduzir melhor o tratamento” , afirma Mihaljevic. Por fim, Stephen Ellis abordou o impacto dos stents farmacológicos no tratamento da DAC, os motivos para indicá-los, quando e por quê. O cardiologista falou também sobre a preocupação de prevenir ou evitar a trombose dos stents, citando os estudos ZEST e SPIRIT IV. O Simpósio foi finalizado com uma discussão de casos clínicos, apresentados e debatidos pelos congressistas presentes.
simpósio da SOHCIERJ
Intercâmbio de conteúdo
José Ary Boechat (RJ), Maurício de Rezende Barbosa (MG) e Hélio Figueira (RJ).
Confiança baseada em Evidências
Stent Coronário com Biolimus A9 e Polímero Absor vível
T romb b ose Intrr asten nt
Reestenoss e e RLA A % 20
SPE
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9 9,9
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6,6
Reestenose
TSA TTA
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SEE
18,8 17,0
14,2
NOBORI
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SES SEP SEZ
24,6 23,0
BA9 com PLA é licenciado pela Biosensors International Group Ltd. para TERUMO CORPORATION
• Pequenos Vasoss
RLA
0,4%
0,3%
0,2%
0,3%
SES
SEP
0,5% SEZ
0,7% SPE
NOBORI
O
“A nossa expectativa foi superada”, afirma José Ary Boechat, presidente da SOHCIERJ, destacando como ponto positivo do evento a integração entre clínicos e intervencionistas do Rio de Janeiro. “Reunimos cardiologistas de todas as faixas etárias, desde aqueles que estão começando, até os profissionais mais experientes do Estado.”
teve a presença de Richard Rapoza (Estados Unidos), vice-presidente da Abbott Vascular, que falou sobre o funcionamento de novos dispositivos de restauração vascular, com seus aspectos técnicos e biológicos. O presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG) esteve presente ao Simpósio e participou do debate sobre a abordagem das síndromes coronarianas estáveis. Barbosa participou também, juntamente com Hélio Figueira (RJ) e Roberto Esporcatte (RJ), presidente da SOCERJ, das discussões de casos clínicos a respeito de situações desafiadoras, como o papel da intervenção percutânea em casos complexos sem opção cirúrgica, a otimização da terapia clínica, o papel do médico no tratamento de pacientes não incluídos nos guidelines, e implante percutâneo da válvula aórtica, com suas indicações atuais, desafios técnicos e questões pendentes.
XI Simpósio de Cardiologia Invasiva da Sociedade de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ) reuniu cerca de 800 pessoas no Centro de Convenções do Hotel Intercontinental, em São Conrado (RJ), no dia 4 de agosto. A programação do evento teve casos clínicos da prática diária, com foco nas síndromes coronarianas agudas e debates sobre abordagens intervencionistas com farmacoterapia adjunta, trombectomia, uso de sistemas de proteção distal e implantação de stents farmacológicos. O ponto alto do Simpósio foi a apresentação de Alexandre Abizaid (SP), principal investigador de estudos no campo das intervenções coronárias sobre próteses bioabsorvíveis e intervenção no tronco da coronária esquerda não-protegido. A discussão
0% 0%
1,1%
SEB
SEE
2.211 pacientes
Perda Tardia Taa rdia
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0,6%
*p<0,05 para SEZ, SPE. SEB - Stent Eluidor de Biolimus A9 SES - Stent Eluidor de Sirolimus SEP - Stent Eluidor de Paclitaxel SEZ - Stent Eluidor de Zotarolimus SEE - Stent Eluidor de Everolimus SPE - Stent com Células Progenitoras Endoteliais
TSA TTA
0,5%
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NOBORI
0,27*
0,2%
NOBORI
•Diabéticos
1.481 pacientes, 2.507 lesões
TSA - Trombose Subaguda TTA - Trombose Tardia Angiográfica gráfica ã Al RLA - Revascularização da Lesão-Alvo.
Fonte: TCT 2009 - Nakamura, S. New Tokyo Hospital Registry from 2002 to 2007. Dados em Arquivo
www.terumo.com.br
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congresso da socergs
Novos recordes Q
ualidade e interação multidisciplinar marcaram o sucesso do SOCERGS 2010. Durante os três dias de evento, cinco salas receberam o total de 259 palestras, com debates simultâneos sobre temas de relevância na área de Cardiologia. Os números do evento superaram a edição anterior, contabilizando um total de 146 trabalhos inscritos na categoria Temas Livres para o Congresso e 104 para os Simpósios de Especialidades em Cardiologia. Entre os mais de 200 palestrantes, participaram renomados profissionais do Estado do Rio Grande do Sul e quatro convidados internacionais, entre eles, o cardiologista
intervencionista Vladimir Dzavik, diretor do Laboratório de Hemodinâmica do Toronto General Hospital, no Canadá, que fez palestras sobre a técnica de bifurcações, choque cardiogênico e dispositivos de assistência ventricular da intervenção coronária percutânea de alto risco. Na programação científica, a hemodinâmica teve espaço garantido, com um fórum específico para a especialidade, quando foram discutidos avanços no tratamento da doença arterial coronariana, estudos nas áreas de cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial sistêmica, arritmias e valvopatias. O Fórum de Hemodinâmica contemplou
palestras de curta duração, intercaladas com casos clínicos editados sobre os temas discutidos, e finalizadas com uma sessão de controvérsia sobre o escore SYNTAX, composta por um debatedor intervencionista, um debatedor cirurgião cardíaco e um mediador cardiologista clínico. “Este formato exigiu grande objetividade dos palestrantes e tornou o Fórum mais dinâmico e interativo, proporcionando uma agradável atualização em diversos temas durante uma manhã”, afirma Alexandre do Canto Zago (RS), presidente do Departamento de Hemodinâmica do Rio Grande do SUl e diretor de Comunicações da SOCERGS.
Alexandre Zago (RS) coordenou uma sessão de respostas curtas para questões relevantes no Fórum de Hemodinâmica.
As cinco salas que receberam 259 palestras estavam sempre lotadas durante todo o Congresso da SOCERGS.
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congresso da SBC
Destaque para a hemodinâmica
A SBHCI teve efetiva participação durante as atividades da 65ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em Belo Horizonte (MG)
Jorge Ilha (RS), presidente da SBC, durante a abertura do congresso, que foi seguida pela conferência inaugural de Douglas Parker.
O
sucesso da edição do ano passado foi repetido no 65º Congresso de Cardiologia da SBC, que reuniu mais de 6.000 participantes no Expominas Centro de Convenções e Feiras, em Belo Horizonte (MG), entre os dias 25 e 29 de setembro. O evento teve cerca de 600 palestrantes para centenas de atividades dinâmicas, distribuídas em conferências, mesas-redondas, colóquios, sessões “como eu faço”, casos clínicos, controvérsias, atualizações curriculares, sessões especiais e temas livres. De acordo com o presidente do Congresso, Márcio Kalil (MG), o evento alcançou
seu objetivo, que é trabalhar com a bandeira da prevenção e da terapêutica de forma bem ampla, a fim de mudar o panorama no Brasil de ter as doenças cardiovasculares como principal causa de morte. “A partir do momento que discutimos o conhecimento, fazemos com que ele seja mais divulgado”, afirma Kalil. “Com isso, melhoramos a abordagem com uma técnica mais refinada sobre os problemas cardiovasculares.” A programação científica contemplou uma série de eventos específicos sobre hemodinâmica, com uma ampla participação de sócios da SBHCI. Entre os destaques,
está a apresentação de um caso clínico sobre tratamento percutâneo de lesão de tronco de coronária esquerda não-protegido com stents farmacológicos, demonstrando resultados de médio e longo prazos. O caso foi coordenado pelo presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa, apresentado pelo diretor de Comunicações da SBHCI, Alexandre Schaan de Quadros (RS), e debatido pelos colegas Costantino Costantini (PR), Eduardo Szuster (MG), Fausto Feres (SP) e Marco Wainstein (RS). A apresentação da sessão “ponto de vista” abordou a segurança da segunda geração de stents farmacológicos, com a participação de José Eduardo Sousa (SP); houve uma série de estudos clínicos, com a participação de diversos colegas; sessões “como eu faço” sobre intervenção no infarto agudo do miocárdio, com Edgar Guimarães Victor (PE), Roberto Vieira Botelho (MG) e José Klauber Roger Carneiro (CE); highlights sobre síndromes coronárias agudas; dentre outras participações. Durante o congresso, no dia 27 de setembro, foi realizado o Programa de Educação Médica Continuada (PEC) SBHCI-2010, com o tema “Avanços Recentes da Cardiologia Intervencionista: onde estamos”, com palestras de Alexandre Abizaid (SP), Expedito Ribeiro (SP), Luiz Alberto Mattos (SP), José Marconi Almeida de Sousa (SP) e Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP). O 65º Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostrou como é importante a integração de hemodinamicistas e clínicos. “A experiência de um caso clínico, em que se discute conduta e abordagem acaba sendo muito mais uma oportunidade de compartilhar estas ações com não especialistas”, diz Márcio Kalil. “Este é o grande papel do congresso brasileiro: filtrar o que cada especialista faz de melhor e tentar resgatar a conduta ideal.”
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xxxii congresso da SBHCI
Mais uma missão cumprida
Cardiologistas intervencionistas de todo o Brasil estiveram em Belo Horizonte (MG), participando do XXXII Congresso da SBHCI [Por Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI]
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N
os dias 22 a 24 de julho, os cardiologistas intervencionistas chegaram a Belo Horizonte para participar do grande evento científico de nossa Sociedade. Exatamente como Marco Marino (MG), mineiro de coração e presidente do Congresso, afirmava ao longo dos meses de organização do evento, o clima mineiro do mês de julho ofereceu aos congressistas
o período perfeito para conhecer a cidade. Dias de céu azul, muito sol, tempo firme e um friozinho agradável no começo da noite. Foi neste cenário que recebemos cerca de 600 médicos e mais de 350 enfermeiros e técnicos no amplo espaço do Expominas. Os congressistas assistiram às aulas de 13 convidados internacionais vindos dos Estados Unidos, Colômbia, Alemanha, Es-
panha, Austrália, Itália, Argentina, Canadá e Suíça, com apresentações de destaque sobre os assuntos de grande interesse na cardiologia intervencionista. Logo após a cerimônia de abertura, na conferência inaugural, realizada no auditório Ouro Preto, um amplo espaço com capacidade para abrigar 600 congressistas, o suíço Stephan Windecker apresentou sua palestra como a avalia-
ção da segurança dos stents farmacológicos. A aula foi seguida da apresentação de um caso internacional ao vivo, transmitido do Hospital Clínico Universitário San Carlos, em Madri, na Espanha, tendo Eulógio Garcia como operador do procedimento que tratou de uma intervenção coronária. Aliás, a transmissão de 19 casos ao vivo, cuja tecnologia para possibilitar a realização
foi disponibilizada e coordenada pela empresa TBR, foi um dos pontos altos do Congresso. Doze procedimentos realizados em hospitais de Belo Horizonte foram transmitidos via satélite para nosso congresso. De outros Estados e de hospitais do exterior, foram sete transmissões de casos ao vivo. Pela primeira vez em um congresso exclusivo da SBHCI foram transmitidos casos
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xxxii congresso da SBHCI
Sem fronteiras Guilherme Attizzani (SP), editor-chefe do Portal da SBHCI, não estava no Brasil no período do Congresso 2010. Nem por isso foi excluído do processo de disseminação da informação científica promovida pela Sociedade. Da cidade de Cleveland, nos Estados Unidos, Attizzani enviou um relato de sua experiência como espectador da transmissão ao vivo pela internet das aulas ocorridas no Expominas de Belo Horizonte
de hospitais do exterior. Da Columbia University, em Nova York, nos Estados Unidos, foram transmitidos dois casos de intervenção coronária. O procedimento realizado em um paciente submetido a fechamento percutâneo do apêndice atrial esquerdo foi transmitido do Canadá. A transmissão via satélite de casos ao vivo de hospitais do exterior é um importante fator de crescimento para a cardiologia intervencionista no país, e tudo indica que deve tratar-se de uma tendência constante nos próximos congressos. Como um evento científico desta magnitude deve ter uma divulgação adequada, um número especial do Jornal da SBHCI foi elaborado para destacar informações importantes do evento, aumentar a visibilidade dos patrocinadores e apresentar aspectos históricos e culturais da cidade sede. Este foi o primeiro passo para uma cobertura jornalística cada vez mais ampla do Congresso da SBHCI, registrando para a posteridade um evento tão significativo, e auxiliando a realização de eventos futuros. Pela primeira vez, transmitimos via internet os trabalhos da arena principal que, acessada através de área restrita em nosso Portal, possibilitou para muitos colegas acompanhar as atividades do Congresso no Brasil e até no exterior. O encerramento do Congresso teve uma novidade. A diretoria da SBHCI sorteou quatro computadores entre os congressistas que acompanharam o evento até a última aula e estavam no auditório durante o sorteio. Os vencedores foram Leonardo Cogo Beck (DF), do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, em Brasília; Vinícius Monteiro de Melo Filho (PE), da Unimed
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Colegas de Guilherme Attizzani (SP) assistiram ao congresso por meio do Portal.
Eu estava no Laboratório de Imagens Cardiovasculares do Case Medical Center, Harrington-McLaughlin Heart and Vascular Institute, em Cleveland, Ohio, Estados Unidos. Recém-chegado para uma temporada de pesquisas, decidi acessar a transmissão ao vivo do XXXII Congresso da SBHCI pela internet. A qualidade de som e imagem eram ótimas; sentia-me como se estivesse sentado no auditório em Belo Horizonte. Como já conheço a qualidade e a competência de nossa Sociedade em organizar seus Congressos, não fiquei tão surpreso com a novidade, mas fiquei satisfeito em poder acompanhar as aulas de tão longe. O mais interessante foi a repercussão desta brilhante iniciativa entre os demais fellows por aqui. Todos ficaram surpresos com o recurso oferecido durante o Congresso, que, de fato, promoveu a
ampliação no acesso à informação por parte de nossos associados. Os colegas de diferentes partes do mundo – norte-americanos, holandeses, japoneses, libaneses e checos – exaltaram a qualidade do material. Assistimos juntos a algumas aulas, além da transmissão de casos ao vivo. Nos dias subsequentes, seguimos acompanhando o evento remotamente. Senti-me realmente satisfeito e orgulhoso por fazer parte desta honorável Sociedade Médica. Iniciativas como esta tornam a SBHCI cada vez mais forte e promovem a união de seus associados em torno do conhecimento e da atualização dentro desta especialidade de desenvolvimento pujante. Parabéns SBHCI! É como dizia o líder indu Shri Ramakrishna: “O conhecimento leva à unidade, assim como a ignorância, à diversidade”.
Recife Hospital Monte Klinikum; Antônio Augusto Guimarães Lima (CE), do Hospital Monte Klinikum, em Fortaleza; e Marcelo Augusto Antunes de Carvalho (MG), do Hospital Escola da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba. As atividades não param, e seguimos agora para a organização do Congresso da SBHCI 2011, que será realizado no Paraná, estado com destacada tradição na cardiologia intervencionista. Agendado para os dias 8 a 10 de junho de 2011, o even-
to será realizado no centro de convenções Expotrade, situado a 20 minutos do centro da cidade de Curitiba e da rede hoteleira. É uma excepcional área para realização de um Congresso, com modernas salas para apresentações e ampla área para exposições. Antecipadamente, parabenizo Samuel Silva da Silva (PR), presidente do Congresso SBHCI 2011, e todos os cardiologistas intervencionistas do Paraná na certeza de que, trabalhando em conjunto, realizaremos um grande evento.
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xxxii congresso da SBHCI Nesta edição, 193 trabalhos foram inscritos nos temas livres. Conheça os autores e temas dos trabalhos premiados neste Congresso.
>> Julgamento Congresso Intervenção em Doenças Cardiovasculares Adquiridas Premiado
Título
Instituição
Pedro Alves Lemos Neto
Sistema integrado de dados de intervenção coronária percutânea no Brasil (Registro ICP-BR): perfil clínico dos primeiros 1250 pacientes incluídos
• Colaboradores do registro ICP-BR
Dimytri A. Siqueira
Implante percutâneo de prótese valvar aórtica: seleção e resultados iniciais de uma abordagem multidisciplinar
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia • Hospital do Coração
3.º
Adriana Moreira
Incidência de eventos cardíacos adversos maiores no seguimento clínico tardio (até 8 anos) de portadores de insuficiência renal crônica submetidos ao implante de stents farmacológicos no mundo“real”
• Hospital do Coração - Ass
4.º
Wilson Albino Pimentel Filho
Intervenção percutânea coronária direta sem coronariografia prévia – registro
• Beneficência Portuguesa - SP • Hospital Samaritano Campinas
5.º
Sérgio Costa Tavares Filho
Impacto dos stents farmacológicos em PCTES com DAC estável submetidos a intervenção coronária percutânea na prática clínica do mundo real
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia • Hospital do Coração
6.º
Luis Augusto Palma Dallan
Comparação das medidas de área valvar mitral através de parâmetros hemodinâmicos invasivos e ecocardiografia tridimensional em tempo real após valvoplastia mitral percutânea
• INCOR - Instituto do Coração • HCFMUSP
7.º
Marcelo Nakashima de Melo
Analise dos preditores clínicos da trombose aguda e subaguda entre pacientes de “mundo real” tratados com stent não farmacológico em um centro terciário de alta complexidade
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
8.º
Vinicius Esteves
Análise comparativa entre sistema de proteção distal e novo stent dedicado MGUARD para o tratamento de lesões complexas em pontes de safena
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
José Ary Boechat
Implante de stents farmacológicos eluídos em Everolimus na prática clínica diária: análise dos primeiros 12 meses
• Clinica São Vicente • Hospital Cardiotrauma • Hospital de Clinicas de Niterói
Marden Andre Tebet
Utilização de cateter único edicado comparado à utilização de cateteres de Judkins para a realização de coronariografia pela via radial direita
• Santa Casa de Marília, SP • Hospital do Coração de Londrina, PR
1.º 2.º
9.º 10.º
Intervenção em Doenças Congênitas Premiado
1.º
Carlos Eduardo Bernini Kapins
Título
Instituição
Comparação do Índice de Nakata pela AR-3D e pela angiografia bidimensional em pacientes pré-operatório de Fontan
• Universidade Federal de São Paulo • Escola Paulista de Medicina • Setor de Hemodinâmica
>> 3 º Prêmio Abbott Vascular Intervencionista do Ano 2010
Premiado
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Título
Instituição
1.º
Alexandre do Canto Zago
Modelo experimental de reestenose intra-stent em artérias coronárias de suínos: efeito do implante de stent sobredimensionado
• Centro Pesquisa Cardiovasc. Ulbra
2.º
Celso Kiyochi Takimura
Avaliação por microscopia eletrônica de varredura da endotelização pós implante de stent farmacológico Scitech em artérias ilíacas de coelhos
• ICB - USP • IPEN -USP • INCOR - HCFMUSP
>> Julgamento Eletrônico Intervenção em Doenças Cardiovasculares Adquiridas Premiado
Título
Instituição
1.º
Ricardo Alves da Costa
Tratamento e seguimento clínico tardio de pacientes com trombose de stent após implante de stents farmacológicos na prática diária do “mundo-real” – uma subanálise do registro Desire
• HCOR - Assoc. do Sanatório Sírio
2.º
Marco Aurélio de Magalhães
Escore de risco clínico-probabilístico para infarto e elevação de marcadores de necrose miocárdica após intervenção coronariana percutânea
• Hospital Israelita Albert Einstein
3.º
José de Ribamar Costa Júnior
Comparação randomizada entre o stent Taxus e o novo stent Amazonia Pax, com paclitaxel e sem polímero: avaliação com angiografia, ultrassom e tomografia óptica
• IDPC
Fábio Sândoli de Brito Júnior
Incidência de distúrbios da condução átrio-ventricular e intraventricular após o implante percutâneo da bioprótese CoreValve
• Hospital Israelita Albert Einstein
Luciano Pessoa Cavalcante
Incidência e preditores de nova revascularização da lesão-alvo em seguimento tardio no "mundo-real": análise crítica do registro Desire
• Hospital do Coração Ass São Paulo
6.º
José de Ribamar Costa Júnior
Comparação randomizada entre o novo stent farmacológico Vestasync, com sirolimus e hidroxiapatita e sem polímero com o seu equivalente não-farmacológico
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia • S Marcelina
7.º
Alexandre do Canto Zago
Stent farmacológico liberador de estatina em lesões de novo em artérias coronárias: análise quantitativa e de distribuição da neoíntima
• Hospital de Clínicas de Porto Alegre
8.º
Daniel Chamié
Influência da função renal nos desfechos clínicos de 1 ano de pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea com implante de stents farmacológicos e não farmacológicos
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
9.º
Luiz Fernando Pinheiro
Efeitos da terapia combinada clopidogrel e atorvastatina em coronarianos
• UNIFESP
10.º
Ricardo Alves da Costa
Procedural and 30-day outcomes of the novel Nile Pax® bifurcation dedicated stent for treatment of bifurcation lesions
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia • Cardiovascular Research Center
4.º 5.º
Intervenção em Doenças Extracardíacas Premiado
1.º
Carlos Henrique Falcão
Título
Instituição
Trombólise intra-arterial na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico: resultados angiográficos e evolução
• Universidade Federal Fluminense • Hospital de Clínicas Niterói • Hospital Procardíaco
Intervenção em Doenças Congênitas Premiado
1.º
Carlos Eduardo Bernini Kapins
Título
Instituição
Uso da angiografia rotacional 3d (3D-RA) nas cardiopatias congênitas: uma experiência de 53 casos
• Universidade Federal de São Paulo • Escola Paulista de Medicina • Setor de Hemodinâmica
>> Premiados Expressão Científica Premiado
1.º
Cleverson Neves Zukowski
Título
Instituição
Incidencia, preditores e impacto clinico intra-hospitalar de pacientes de alta complexidade apresentando sangramento associado a intervenção coronária percutânea (ICP)
• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
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ENTREVISTA
STEPHAN WINDECKER
Segurança
dos stents Stephan Windecker, diretor do Serviço de Cardiologia Intervencionista de Bern, na Suíça, concede entrevista a Carlos Campos (MG) acerca da segurança dos stents farmacológicos
[Por Carlos Campos (MG), coeditor do Portal da SBHCI]
G
raduado na conceituada universidade alemã de Heidelberg, o suíço Stephen Windecker, atua na diretoria do Centro de Cardiologia Invasiva do Hospital Universitário de Bern, na Suíça, onde supervisiona os procedimentos e tratamentos com catéter em deficiências estruturais e coronárias. Sua principal área de pesquisa clínica envolve avaliações de stents no tratamento da artéria coronária, bem como intervenções não-coronárias no tratamento percutâneo de forame oval patente e defeitos do septo atrial. Windecker é notadamente reconhecido como o principal pesquisador de diversos estudos clínicos em cardiologia. Participou ainda de dezenas de ensaios multicêntricos internacionais. Windecker é ainda membro de um consórcio de pesquisa acadêmica que recomenda um padrão de definições de desfecho clínico em ensaios de stents coronários, a fim de facilitar a avaliação de segurança e eficiência deste dispositivo, permitindo comparações históricas e indiretas.
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Atualmente temos grande volume de informação do stents farmacológicos de primeira geração, com abordagens em diversos cenários clínicos e com dados de seguimento de longo prazo. No entanto, os stents eluidores de medicação de segunda geração têm apresentado resultados consistentes. O senhor acredita que seja hora de abandonarmos as plataformas de primeira geração? Comparados ao stent com liberação de paclitaxel de primeira geração, os stents de segunda geração têm se mostrado
mais seguros e eficazes e, desta forma, não vejo motivo para continuarmos seu uso clínico. Com os dados que dispomos atualmente, se comparamos o stent eluidor de sirolimus de primeira geração com as novas plataformas, estas são, pelo menos, tão boas quanto o sirolimus. No entanto, devido à evolução das plataformas com melhorias consideráveis nos sistemas de entrega destas endopróteses, acredito que a tendência é que adotemos cada vez mais estas novas tecnologias.
Desde que sejam tomados cuidados com pós-dilatação buscando-se resultados angiográficos ótimos, evitando-se dissecções residuais, não vejo nenhum cenário em que o USIC seja mandatório. Em minha opinião, no que tange à segurança, não existem dados definitivos demonstrando que o USIC deva ser utilizado quando se usa uma técnica ótima de implante guiada por angiografia.
Sabemos que a trombose dos stents também pode ocorrer secundária às características técnicas de seu implante. Neste aspecto o ultrassom intracoronário (USIC) pode ser uma ferramenta útil para otimizar os resultados. Quando o senhor acredita que o USIC seja fundamental para a intervenção percutânea?
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Em uma conversa rápida durante o XXXII Congresso da SBHCI, realizado em julho, em Belo Horizonte, Stephen Windecker falou sobre a questão da segurança dos stents farmacológicos com base em experiências recentes.
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ESC 2010
Repórter SBHCI: Congresso Europeu de Cardiologia Este importante evento reuniu mais de 27 mil participantes em Estocolmo, na Suécia [Por Guilherme Attizzani (SP) e André Manica (RS), editor e coeditor do Portal, respectivamente, e enviados especiais da SBHCI a Estocolmo]
A cidade de Estocolmo, na Suécia, é considerada a capital verde da Europa por seus cuidados especiais com a água e o lixo.
E
leita recentemente como a primeira “capital verde” da Europa, por suas ações voltadas para a sustentabilidade, a cidade de Estocolmo, na Suécia, foi o cenário da 18ª edição do congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, o ESC 2010, realizado entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro, no Centro de Convenções Stockholmsmassan. Dezenas de estudos clínicos levaram ao congresso resultados inéditos, por meio de sessões chamadas “hot lines”. Durante o primeiro dia do evento, o foco principal foi o manejo do paciente com insuficiência cardíaca, além de um debate especial
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de atualização clinica, que abordou temas como antiagregação plaquetária e implante valvar aórtico percutâneo, ambos de interesse da cardiologia intervencionista na atualidade. Entre os destaques, é possível ressaltar o estudo SHIFT, que provou que a ivabradina é eficaz no tratamento da insuficiência cardíaca moderada a grave, devido a uma redução da frequência cardíaca. A “Zone K”, principal sala do centro de convenções, foi palco da apresentação das novas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia para a revascularização miocárdica. Entre os assuntos apresentados neste espaço, vale ressaltar
a angioplastia do tronco de coronária esquerda não-protegido – ou seja, aquele sem um enxerto patente para as artérias descendente, anterior ou circunflexa –, que deixou de ser contraindicada formalmente, como o era na edição prévia das mesmas diretrizes. Em comparação às diretrizes americanas, um fato interessante sobre esse documento científico é a abordagem de caráter mais individualizado, levando-se em conta a complexidade anatômica de cada paciente para avaliação dos níveis de indicação e evidência para efetivação da intervenção. No decorrer do congresso, uma série de ensaios clínicos trouxe à tona assuntos
André Manica (RS) e Guilherme Attizzani (SP) foram os enviados especiais da SBHCI.
Centro de Convenções Stockholmsmassan.
A estrutura do evento contou com um amplo auditório principal, equipado com três telões de alta definição.
como a doença arterial coronária, anticoagulação, bem como a comparação em seguimento de longo prazo de duas endopróteses já consagradas, eluidoras de sirolimus e everolimus. Adicionalmente, um estudo discutiu a necessidade de utilização de um ou dois enxertos de artéria mamária na revascularização miocárdica. Um assunto que vale a pena ser destacado é o modelo adotado pela Sociedade Europeia de Cardiologia para a apresentação das atualizações de suas diretrizes. Todas as manhãs, os especialistas responsáveis pela confecção deste documento exibiam as alterações realizadas e seu embasamento científico, em
discussão interativa com a plateia. Outro ponto forte do evento foi a organização e a robusta estrutura montada, destacando-se um amplo auditório principal, equipado com três telões de alta qualidade de imagem, além de um programa diversificado que privilegiou de modo equilibrado todos os tópicos da cardiologia. Uma das novidades deste ano foi a distribuição de painéis gigantes ao redor do prédio do centro de convenções, possibilitando o acesso às apresentações de quem não conseguiu vaga nas salas dos auditórios, sempre lotadas. De acordo com os organizadores, isso mostra a importância do congresso, que
atrai muitos participantes por sua plataforma para representação de novas drogas, novos desenvolvimentos e até mesmo de novas aplicações para medicamentos já desenvolvidos. Já pensando no evento do ano que vem, que será realizado de 27 a 31 de agosto de 2011, em Paris, os organizadores afirmam que os holofotes serão dirigidos às “controvérsias na cardiologia”, abordando as muitas questões não resolvidas dentro da especialidade. O novo presidente do congresso, Michel Komajda, adianta seu convite: “Congratulo-me com antecedência com a minha cidade natal no próximo ano.”
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CONGRESSO SOLACI
Contribuição Brasileira
A delegação do Brasil foi a segunda maior do evento, com mais de 30 convidados palestrantes, ficando atrás apenas da anfitriã Argentina
[Por Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI]
O
XVI Congresso da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) foi realizado nos dias 12 e 13 de agosto, e reuniu mais de 3 mil pessoas nas modernas instalações do Centro de Convenções do Hotel Hilton, na bela região de Porto Madero, um dos mais agradáveis bairros da cidade de Buenos Aires, na Argentina. A programação científica do maior evento de hemodinâmica da América Latina teve um grande número de palestras ministradas pelos profissionais mais importantes da área e 25 casos em telas de alta definição, transmitidos ao vivo a partir de quatro centros, em Buenos Aires. A infraestrutura do evento contou ainda com três salas de exposições, oficinas interativas e painéis de debate sobre uma série de tópicos essenciais. O Brasil esteve muito bem representado com um amplo contingente de participantes e mais de 30 cardiologistas intervencionistas convidados como palestrantes, que participaram ativamente divulgando os ótimos
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resultados da hemodinâmica de nosso país em conferências, mesas-redondas, casos ao vivo, simpósios e apresentações de trabalhos em todas as áreas da especialidade. Como cenário para o importante encontro, a capital argentina não deixou a desejar. Buenos Aires é sempre uma cidade bela e atraente. Com temperaturas baixas no inverno portenho, o evento foi também uma oportunidade para passear nos momentos de folga e apreciar a culinária regional, acompanhada dos soberbos e famosos vinhos, ao som dos inigualáveis tangos argentinos. O próximo encontro anual da SOLACI acontecerá entre os dias 3 e 5 de agosto de 2011, no Centro de Convenções CasaPiedra, em Santiago do Chile. Por ser considerado um dos países de grande destaque na cardiologia mundial, é importante que o Brasil participe novamente com uma forte presença dos intervencionistas brasileiros divulgando o nosso trabalho pela América Latina.
qualidade profissional
Responsabilidade
médica
Com a adoção de novas tecnologias em saúde, a indicação de novos tratamentos requer atenção especial quanto à autonomia do médico, à jurisprudência a respeito e à responsabilidade do profissional, tanto do ponto de vista civil quanto ético
[Por Adriano Dias Dourado Oliveira (BA), diretor de Qualidade Profissional]
T
odo médico tem o dever de informar o paciente sobre as possibilidades e riscos do tratamento, bem como fornecer as informações administrativas quanto a pagamento ou reembolso por parte das empresas do sistema de saúde suplementar. Esta responsabilidade leva em consideração uma série de cuidados que o médico deve conhecer para saber lidar com possíveis consequências advindas de uma conduta adequada. De acordo com Jorge A. Perrone de Oliveira, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e coordenador da assessoria jurídica do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS), existem empresas que vêm provocando retaliações e fazendo ameaças de descredenciamento a profissionais sob a justificativa dos altos custos de alguns tratamentos. “Por isso o médico deve estar munido de provas e documentos, sob o risco de também ser responsabilizado em um possível processo.” Outro aspecto importante que deve ser esclarecido é a corresponsabilidade jurídica de diretores de planos de saúde no caso de negativas de tratamentos com comprovada eficácia. Perrone defende que a autonomia do médico, no sentido de liberdade de prescrição, é um dos princípios fundamentais do exercício da profissão. “O princípio é completado por outro que proíbe o médico de renunciar a esta
Jorge A. Perrone de Oliveira é coordenador da assessoria jurídica do CREMERS.
liberdade profissional”, diz o desembargador. Todavia, é preciso notar que esta autonomia exige responsabilidade. A primeira consequência desta afirmação é que o médico deve respeitar também a vontade e a decisão do paciente, a quem deve informar sobre todas as circunstâncias do tratamento proposto.
“Ao propor o stent como tratamento, o cardiologista intervencionista deve estar convicto de suas vantagens, embasado em estudos documentados, para que possa dar informação efetiva e correta ao paciente, para que este possa decidir”, afirma Perrone. Vale lembrar que os planos de saúde
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QUALIDADE PROFISSIONAL e as seguradoras só podem interferir se houver manifesto prejuízo ao paciente na prescrição do médico. É proibido vetar, modificar ou alterar procedimentos terapêuticos, salvo situações de emergência ou iminente perigo, sendo que, nestes casos, é obrigatória a comunicação por escrito ao médico assistente. Além disso, é vetado a tais entidades, sob pena de responsabilização, usar de retaliação contra o médico que exerça sua autonomia profissional nos termos legais. “A jurisprudência vem enfrentando essas situações de negativas de planos de saúde e seguradoras, inclinando-se em favor do paciente, na condição de consumidor”, diz o coordenador jurídico do CREMERS. Perrone afirma ainda que, em toda evidência na relação médico-paciente, é o médico que está em melhores condições de demonstrar que não agiu com culpa, porquanto fez o que lhe era possível, dentro dos princípios da boa prática médica. “Isso ressalta a importância do correto e completo preenchimento dos documentos de atendimento do paciente”, enfatiza. “Além de ser uma obrigação, é também um cuidado que o médico deve ter para se precaver contra possíveis acusações de má prática.” Outra questão importante é o conceito do dano. Para o Código de Ética Médica, o dano se dá não só pela existência de um resultado negativo (morte, lesão, etc.), mas também pela má prática, ou seja, o descumprimento das regras da boa medicina, independentemente da responsabilidade do resultado. Assim, será responsabilizado eticamente não só o médico que, por seu mau atendimento, tiver causado a morte do paciente, por ação ou omissão, mas também aquele que, embora o resultado pudesse ocorrer de qualquer forma, deixou de utilizar todos os meios possíveis, dentro das circunstâncias. A atenção a todos estes procedimentos, do ponto de vista ético, não remete apenas a uma “medicina defensiva”, mas ao atendimento de uma obrigação para com o paciente e um ônus para si mesmo.
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A teoria e a prática Confira uma entrevista com Jefferson Pedro Piva, diretor do setor de Câmaras Técnicas do CREMERS, com orientações práticas sobre a responsabilidade médica
SBHCI - Atualmente, têm sido frequentes as negativas de liberação de materiais, principalmente stents farmacológicos, dos planos e convênios, comunicadas por fax ou e-mail, sem identificação do auditor médico e, eventualmente, com observações como “Material não tem indicação”. Alguns convênios afirmam só aceitarem indicações que tenham recomendação das Diretrizes da SBC. Na prática, como o médico deve proceder? Jefferson Pedro Piva - O CREMERS editou recentemente um parecer referindo-se à Resolução n° 1.614/2001 do Conselho Federal de Medicina (CFM), em que consta muito claramen-
te que o auditor, baseado em evidências científicas, pode não recomendar determinada prática, mas ele deve discutir isso com o médico assistente. Ele tem de apresentar as justificativas por escrito, no prontuário ou por meio de correspondência. Em 90% das situações, é possível dizer se determinado procedimento está ou não indicado e qual é o benefício. Se o convênio considerar que não está indicado, ele tem de justificar o porquê, dando a oportunidade para que o médico assistente também possa debater o assunto até se chegar a um consenso. Há 10% das situações em que deve ser discutido caso a caso. A identificação do auditor médico é obrigatória. Vamos analisar um caso hipotético, em que a colocação de um stent na aorta de um paciente em estado grave
não seja autorizada pelo convênio, e o paciente venha a falecer. De quem é a responsabilidade? Se for comprovada a relação causa e efeito, a responsabilidade pode ser imputada a quem o negou. Claro que o convênio pode justificar um motivo plausível, como período de carência, por exemplo. Mas pelo aspecto técnico, se evidenciar que houve prejuízo pela negativa em função de ir contra o que recomenda a boa prática médica, isso pode ser imputado. Alguns colegas referem que, muitas vezes, sofrem pessoalmente, ou pelo serviço médico, pressões dos convênios com ameaças de descredenciamento. Quais os riscos reais de descredenciamento e como se proteger? O Código de Ética Médica prevê que o médico deve exercer sua profissão com independência, isenção, pensando sempre no melhor para o paciente. Se algum colega sentir-se pressionado por atitudes que não considera amparadas pelo ponto de vista ético, ele deve procurar o diretor técnico do próprio convênio, que é quem faz a intermediação entre o convênio e o profissional e é responsável por responder frente ao Conselho pelas normas éticas. Existem hoje no Brasil várias marcas autorizadas pela ANVISA para uso dos stents farmacológicos. Em algumas localidades, os convênios mais fortes, quando autorizam, só permitem o uso de uma marca específica, alegando fatores econômicos. Como o colega que trabalha em serviço pequeno, sofrendo com as pressões das operadoras, pode lutar contra essa situação? É preciso ter sensibilidade, tendo em vista que os custos da medicina são estratosféricos. Deve ser feita justiça na distribuição de recursos, mas não há uma infração ética neste aspecto. Se
nós temos duas opções terapêuticas que se equivalem, não há problema em se optar pela de menor custo. Esse é o preceito básico que nos norteia. Obviamente, pode haver um desvio no momento da escolha pelo custo, preterindo a qualidade. Estas definições são feitas pelas áreas técnicas, ou seja, pelos ortopedistas, cardiologistas, intensivistas, diretamente com as operadoras. De um lado, as operadoras trazem os seus custos; e, de outro, as sociedades das especialidades, através de suas Câmaras Técnicas, demonstram, por meio de dados, quais as vantagens de um procedimento que, mesmo sendo inicialmente mais caro, permite maior sobrevida e menor custo posterior. A definição de protocolos é feita pelas sociedades, e não pelos conselhos regionais. Claro que se houver uma pressão excessiva e um impedimento de que o médico faça o melhor da medicina, aí sim, cabe a denúncia. Mas a melhor forma de se negociar isso é diretamente com as sociedades. A Resolução Normativa 211, da Agência Nacional de Saúde, trata de indicações de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), e o CFM estuda uma proposta de resolução para regulamentar as condutas dos médicos. Em sua opinião, e de acordo com os artigos 21 e 30 do Código de Ética Médica, os pacientes não deveriam participar deste processo decisório? O processo decisório do paciente diz respeito às perspectivas das intervenções a serem feitas pelo médico, que deve explicar os benefícios e problemas relativos ao tratamento. Agora, a discussão técnica sobre todas as próteses e órteses não cabe ao paciente, e sim ao representante da sociedade. Nesta fase inicial, o que estamos discutindo é uma questão técnica, com um órgão técnico, que é a ANS: se uma placa de titânio tem maior durabilidade que outra; se tal parafuso para redução de fratura tem
maior beneficio que outro tipo;... Então, me parece que, por enquanto, tudo está indo bem. Talvez a sociedade possa fazer alguma pressão. Mas, neste momento, novamente, é preciso utilizar o bom senso. Sabemos que os recursos não são ilimitados. Como regulamentar a conduta médica, sem criar problemas jurídicos, visto que a Constituição Federal (inciso II do artigo 5º) desobriga qualquer indivíduo a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da lei; e o projeto de Lei Nº 7703/06, em tramitação no Senado Federal, com o assentimento do Conselho Federal de Medicina (inciso IX do artigo 4º), confere ao médico a prerrogativa de indicação de órteses e próteses? Toda vez que se tenta legislar a medicina comete-se um erro tremendo. A medicina evolui dia a dia, e o nosso sistema legislativo é muito lento, não acompanha o processo. Ele consolida a prática; não se antecipa a ela. Um exemplo é o racismo, que já tinha acabado há muito tempo, quando foi abolido na África e nos Estados Unidos, na década de 1960. O costume da sociedade é anterior à legislação, que apenas tenta dirimir conflitos. O tratamento médico é uma relação que, até pouco tempo, era feita entre duas partes: o médico e o paciente. Hoje, existem mais partes envolvidas: os hospitais, os convênios, etc. O que está se tentando fazer é o melhor para aquele indivíduo, naquela situação, dentro daquelas condições. Por exemplo, as condições de tratamento para transplante hepático no Brasil são muito melhores hoje do que há 15 anos, e muito piores do que daqui a 20 anos. É preciso lidar com todas as variáveis, e não há como criar uma lei para isso. Como vou obrigar todo mundo a fazer transplante hepático, se não existe nem doador? Qualquer lei que venha a ser feita nesse sentido será tão supérflua e genérica, que não dará em nada.
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qualidade profissional
Um grupo especial
Pesquisa realizada no Japão aponta que a principal razão para o aumento da expectativa de vida no país é a melhoria do tratamento médico. Mas será que estamos preparados para atender a terceira idade? [Por Hélio Castello (SP), editor]
T
odos os anos, o número de pacientes ativos com idade avançada tem crescido gradativamente no Brasil. Esta constatação é feita por cardiologistas intervencionistas que atuam há pelo menos duas décadas com público nesta faixa etária, também conhecida como “terceira idade”, e apontam também um aumento de indicações de procedimentos terapêuticos e medicamentos antes contraindicados, ou pelo menos temidos, mais frequentemente prescritos para este grupo de pessoas. Para falar sobre o assunto, é preciso entender quem é a “terceira idade”. De acordo com autoridades e entidades públicas, são os indivíduos com mais de 65 anos. Já para a classe médica, as pessoas consideradas idosas têm acima de 70 anos. Os próprios “idosos”
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só admitem estar nessa classificação a partir dos 80 anos. De qualquer maneira, o padrão cronológico é o menos importante para definir que o indivíduo é idoso e, menos ainda, para determinar suas necessidades especiais. No Brasil, não há dados que certifiquem a excelência no atendimento à terceira idade ou seu reflexo na expectativa de vida dos idosos. O Japão é um bom exemplo no qual se espelhar. Em 2009, a expectativa de vida dos japoneses bateu novo recorde, com 86,4 anos para mulheres e 79,6 anos para homens. Segundo o relatório do Ministério da Saúde japonês, a principal causa deste aumento é a melhoria do tratamento médico das três doenças que provocam mais mortes no país: câncer, problemas cardíacos e acidente vascular cerebral (AVC).
É importante ressaltar também que o Japão foi pioneiro na padronização de indústrias, com processos e rotinas para obtenção de controle de qualidade. A partir disso, os processos foram estendidos para os serviços em geral, inclusive, os serviços de saúde. Infelizmente, o Brasil ainda não conseguiu atingir os níveis japoneses, e há uma longa caminhada pela frente para o alcance de índices comparáveis. Porém, as doenças que mais matam em nosso país são as mesmas, e nós, cardiologistas intervencionistas, participamos direta ou indiretamente do tratamento e da evolução de algumas delas. Existem alguns cuidados especiais que podemos tomar, até sem grandes investimentos, que proporcionarão maior segurança, maior eficácia e até maior conforto a este grupo específico. Entre eles, estão: A formatação dos formulários e consentimentos com letras maiores, propiciando melhor leitura e entendimento. O agendamento em horários adequados, facilitando a vida de muitos idosos que moram sozinhos, que necessitam de transporte especial ou da ajuda de terceiros para se locomover. A comunicação via telefone deve ser cuidadosa para que haja esclarecimento de dúvidas, pois, nem sempre, tudo é compreendido com rapidez e clareza. A abordagem na admissão deve ser feita com maior atenção, para que haja conforto e bom discernimento. A aplicação do conceito de Desenho Universal ao mobiliário e arquitetura, que, na verdade, não trata apenas das necessidades dos idosos, mas de toda diversidade humana, transformando e democratizando a vida das pessoas.
Este conceito bem aplicado oferece estruturas e móveis de uso simples, igualitário, adaptável, perceptível, seguro, que não exije esforço e abrangentes, proporcionando facilidades àqueles que têm dificuldades. O conceito de Equidade com gestão de riscos, em que estabelecemos protocolos mais seguros e atendimentos prioritários aos de maior risco, para que possamos atingir resultados semelhantes para todos. Sabemos que os idosos têm maior incidência de complicações renais, vasculares, congestivas, isquêmicas e, frequentemente, apresentam-se em estado clínico mais instável, desta forma devem ser atendidos com vistas para estas diferenças. Em todas as situações, mas principalmente durante emergências, devemos aplicar terapêuticas invasivas “econômicas”, no que se refere ao tempo, ao volume de contraste, ao uso de medicamentos que possam proporcionar efeitos colaterais deletérios, e
buscar sempre a estabilidade clínica e a monitoração melhor do binômio risco/benefício. O acompanhamento tardio com identificação precoce de complicações, aliado às políticas de prevenções terciárias, poderá fechar um ciclo de efetividade com resultados melhores. Há, ainda, outras tantas características a serem observadas, como administração de dieta adequada, implementação de fisioterapia precoce, boa assistência farmacêutica, dentre outras, que vêm fortalecer a importância de uma equipe multiprofissional alinhada no atendimento deste grupo de pacientes. Certamente, este é apenas um alerta para que os profissionais da medicina se mobilizem no sentido de aplicar medidas de gestão de riscos e de assistência que visem oferecer resultados cada vez melhores, com maior segurança e conforto para todos e, especialmente, para os idosos, grupo no qual estaremos inseridos no futuro.
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agenda
22 e 23 Curso Avançado em Aterotrombose Diagnóstico e Tratamento Porto Alegre, RS www.caat2010.com.br
dezembro
fevereiro
5e6 Curso Anual de Revisão em hemodinâmica e Cardiologia Intervencionistas 2010 – SBHCI São Paulo, SP www.sbhci.org.br <http://www.sbhci.org.br> 13 a 17 AHA 2010 – American Heart Association Scientific Sessions Illinois, Estados Unidos scientificsessions.americanheart.org 3e4 Cardio Interv 2010 Curitiba, PR www.cardiointerv.com 3e4 Endovascular Summit 2010 Sidney, Austrália www.endovascularsummit.net
2a5 ACC 2011 – 60a American College of Cardiology Annual Scientific Session i2 Summit 2011 New Orleans, Estados Unidos www.accscientificsession.org
17 a 20 EuroPCR 2011 – Paris Course on Revascularization Paris, França www.europcr.com 8 a 10 XXXIII Congresso da SBHCI Curitiba, PR www.sbhci.org.br 23 a 25 XXXII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo São Paulo, SP www.congressosocesp.com.br/2011
3a5 XVII Congresso da SOLACI Santiago, Chile www.solaci.org
5a7 ICI 2010 – Innovations in Cardiovascular Interventions Tel-Aviv, Israel www.icimeeting.com
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Gestão 2010-2011 Presidente: Maurício Rezende Barbosa (MG) • Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) • Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) • Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) • Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) • Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) • Diretor de Educação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) • Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vugman Wainstein (RS) • Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ)
www.sbhci.org.br Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 – Vila Olímpia São Paulo, SP – CEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034
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27 a 1º de março CRT 2011 – Cardiovascular Research Technologies Washington, DC, Estados Unidos www.crtmeeting.org
27 a 29 16th Angioplasty Summit – TCT Asia Pacific 2011 Seul, Coreia www.summit-tctap.com
junho
novembro
29 e 30 4rd Imaging & Physiology Summit 2010 Seul, Coreia do Sul www.imaging-physiology.com
abril
20 a 23 Reunião Científica Anual Socime 2010 San Luis Potosi, México www.socime.com.mx
agosto
outubro
15 XIX Congresso Goiano de Cardiologia Goiânia, GO sociedades.cardiol.br/go/
2011
maio
2a6 CIRSE 2010 – Cardiovascular and Interventional Radiological Society of Europe Valencia, Espanha www.cirse.org
Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da SBHCI. Edição e jornalista resp.: André Ciasca, mtb 31.963 Reportagem: Carla Ciasca Projeto gráfico e direção de arte: Manoela Tourinho Revisão: Christina Domene Edição de Fotos: Gis Ciasca | www.gisciasca.com.br Tiragem: 9.500 exemplares Impressão: Ipsis www.take-a-coffee.com Fone: (11) 2626.3921 Skype: take.a.coffee
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA 35
Curitiba
Expotrade Convention Center ∙ Pinhas ∙ PR
08 a 10
de junho
2011
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