1 minute read
A Bug's Life
from Take 52
RUI ALVES DE SOUSA
Uma Vida de Insecto esteve envolvido em polémica na época do seu lançamento. Tudo porque, poucas semanas antes, estreara um filme com uma premissa semelhante da rival Dreamworks – Formiga Z foi também uma aventura animada envolvendo pequeníssimas criaturas numa sátira à sociedade dos humanos.
Advertisement
Contudo, duas décadas se passaram e, dúvidas à parte quanto à originalidade do conceito, é a “versão” da Pixar que melhor envelheceu. Falamos não só a nível de animação como também no conteúdo da sua história. Uma Vida de Insecto é uma fábula com tons políticos e de crítica social em que conhecemos Flik, uma formiga aspirante a inventora que não se identifica com o sistema reinante, que consiste em trabalhar todo o dia e não lutar contra os múltiplos agressores da colónia. Flik quer demonstrar que há mais vida para além disso, procurando guerreiros que possam ajudar a sua colónia a enfrentar um temível gafanhoto e o seu conjunto de súbditos. As peripécias são as de uma comédia de enganos – nem Flik sempre consegue mostrar os seus dotes criativos da melhor forma (com algumas invenções a provocarem estragos no reino muito correcto das formigas), nem o “exército” que arranja para combater a ameaça iminente o é na verdade. O resultado é uma série de gags que continuam a provocar efeito em nós, muito pela culpa destes insectos com personalidade exemplar, desde os heróis aos vilões, passando por uma galeria de coloridas personagens secundárias. Foi a primeira longa-metragem da Pixar após o acontecimento mundial que foi o primeiro volume de Toy Story: Os Rivais, e é uma das que merece mais estima por parte do público, que parece ter posto de lado esta comédia que, com o passar dos anos, ainda é tão divertida e pertinente como em 1998.
Título nacional: Uma Vida de Insecto Realização: John Lasseter, Andrew Stanton Elenco: Dave Foley, Kevin Spacey, Julia Louis-Dreyfus Ano: 1998