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Brave
from Take 52
RUI ALVES DE SOUSA
É óbvia a diferença de qualidade entre Brave - Indomável e os marcos essenciais da Pixar. Tal como é costume, o estúdio apostou numa abordagem nova para um conceito já muitas vezes visto no cinema. Neste caso, as histórias de princesas foram reinventadas num contexto desprezado na animação: o da cultura escocesa, que pouco ou nada diz ao universo norte-americano, contando com atores de origem britânica no elenco de vozes.
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Merida é uma princesa destinada a ser rainha, mas que não quer ser obrigada a cumprir o muito rígido mundo de protocolos e comportamentos ensinado pela sua mãe. Pede a uma estranha bruxa que consiga fazer com que a mãe mude de ideias... mas tudo dá para o torto nesta aventura um pouco inconsequente em que a Pixar mostra ter ficado mais apegada a uma fórmula do que à criatividade que um universo destes podia proporcionar. E é aqui que o filme tem a sua principal pecha: o desenvolvimento da narrativa e todos aqueles elementos simbólicos característicos da Pixar (coisas que só mais à frente entenderemos o seu real significado) são tirados a ferros, sem grande coerência, descambando a narrativa numa série de gags mais ou menos conseguidos. É sem dúvida um dos poucos filmes originais da marca que sofre de um certo desequilíbrio no conjunto, mas consegue, ainda assim, ser um bom pedaço de diversão que se dirige a mais faixas etárias do que a dos mais novos.
Por isso, Brave – Indomável não é um dos títulos mais importantes da Pixar, mas continua, no entanto, a ser superior à maioria das produções do cinema de animação recente – incluindo, se bem que de uma forma superficial, algumas das coisas boas que associamos ao estúdio.
Título nacional: Brave - Indomável Realização: Mark Andrews, Brenda Chapman, Steve Purcell Elenco: Kelly MacDonald, Billy Connolly, Emma Thompson Ano: 2012