Tomy Kolisch
F OTOG R A F I A
Não há restrições para Tomas Kolisch na fotografia. Produto, decoração, esporte e gastronomia são alguns dos temas presentes em seu trabalho. Porém, o que o encanta e ganha cada vez mais espaço é a dança. Tânia Galluzzi
Tomy (como é conhecido), 56 anos, percor reu vár ios caminhos na fotografia, mas o mo vimento sempre o atraiu e a dança ainda mais. Aos 12 anos apoderou-se de uma Argus deixa da por um tio em sua casa. Um vizinho, que trabalhava na 3M, abastecia-l he de filmes. Aos 15 começou a frequentar o autódromo de In terlagos com amigos, clicando freneticamente
as corridas, e aos 23 recebeu o impulso que faltava. Incentivado pela namorada bailari na, Tomy passou não só a fotografar espetácu los de balé, como também a ganhar dinheiro com isso. Autodidata, aprendeu com os livros as técnicas da fotografia e com as bailarinas a identificar e valorizar os movimentos, as luzes, o palco.Simult aneamente vieram os cavalos árabes e, a reboque do hipismo, a proximida de com empresár ios, abrindo novas oportuni dade no campo da fotografia industrial, época em que montou seu primeiro estúdio. O rela cionamento acabou e Tomy decidiu ampliar seu campo de atuação, partindo para a publicidade e a fotografia de produto. Seguiu na fotografia como um generalista, somando ao seu portfó lio arquitetura, decoração, esportes, gastrono mia e moda. “Já fiz de tudo. Só não fotografei guerra”, brinca Tomy. Situações de luz
A geometria do movimento
P
recisão, beleza, plasticidade. Esse é o mater ial de trabalho de Tomas Kolisch. Seu olhar treinado esqua drinha o palco à procura do mo vimento perfeito, aguardando pa cientemente o momento exato para acion ar o disparador e registrar aquela fração de se gundo na qual o artista chega ao ápice de sua performance, deixando a plateia eletrizada.
Na dança, registrou a arte de grandes nomes, das brasileiras Aurea Storti, Ana Botafogo, Márcia Haydée e Cecilia Kerche aos bailarinos russos Rudolf Nureyev, Mikhail Baryshnikov e Ekaterina Maximova. Em 33 anos de foto grafia, desenvolveu a habilidade de tornar-se praticamente invisível durante os espetáculos não só para não atrapalhar as apresentações, mas também para não incomodar o público. Além de uma capa espec ial que abafa os ruí
dos do equipamento, o uso do flash, por exem plo, não é permitido. “Sem contar o fato de ser proibido, seria um crime usá-lo, sob a pena de perder todos os efeitos de luz criados especial mente para cada exibição”, comenta o fotógrafo. “É preciso saber lidar com essas limitações, tra balhando com situações críticas de luz frente à necessidade de usar velocidades altas do obtu rador para congelar os movimentos. Neste que sito, lentes específicas, como as teleluminosas, são ferramentas essenciais”. E Tomy quer se dedicar cada vez mais a este universo mágico. “No teatro, nas companhias e escolas de balé é que me sinto melhor”. Fiel a esse sentimento, o fotógrafo está digitalizando e organizando seu acervo relacionado à dança. O objetivo é criar produtos com sua assinatu ra, unindo moda e fotografia. Uma exposição e, quem sabe, um livro também estão entre os projetos de Tomy para o próximo ano.
& TOMAS KOLISCH Tel. (11) 5533.0316 www.studiokolisch.com.br Dance by Tomy
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