Tomy Kolisch - Fotografia - Revista Abigraf 261

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Tomy Kolisch

F OTOG R A F I A

Não há restrições para Tomas Kolisch na fotografia. Produto, decoração, esporte e gastronomia são alguns dos temas presentes em seu trabalho. Porém, o que o encanta e ganha cada vez mais espaço é a dança. Tânia Galluzzi


Tomy (como é conhecido), 56 anos, percor­ reu vá­r ios caminhos na fotografia, mas o mo­ vimento sempre o atraiu e a dança ainda mais. Aos 12 anos apoderou-se de uma Argus deixa­ da por um tio em sua casa. Um vizinho, que trabalhava na 3M, abastecia-​­l he de filmes. Aos 15 começou a frequentar o autódromo de In­ terlagos com amigos, clicando freneticamente

as corridas, e aos 23 recebeu o impulso que faltava. Incentivado pela namorada bailari­ na, Tomy passou não só a fotografar espetácu­ los de balé, como também a ganhar dinheiro com isso. Autodidata, aprendeu com os livros as técnicas da fotografia e com as bailarinas a identificar e valorizar os movimentos, as luzes, o palco.Si­mul­t a­nea­men­te vie­ram os cavalos árabes e, a reboque do hipismo, a proximida­ de com em­pre­sá­r ios, abrindo novas oportuni­ dade no campo da fotografia in­dus­trial, época em que montou seu primeiro estúdio. O re­la­ cio­na­men­to acabou e Tomy decidiu am­pliar seu campo de atua­ção, partindo para a publicidade e a fotografia de produto. Seguiu na fotografia como um generalista, somando ao seu portfó­ lio arquitetura, decoração, esportes, gastrono­ mia e moda. “Já fiz de tudo. Só não fotografei guerra”, brinca Tomy. Situações de luz

A geometria do movimento

P

recisão, beleza, plasticidade. Esse é o ma­te­r ial de trabalho de Tomas Kolisch. Seu olhar treinado esqua­ drinha o palco à procura do mo­ vimento perfeito, aguardando pa­ cien­te­men­te o momento exato para acio­n ar o disparador e registrar aquela fração de se­ gundo na qual o artista chega ao ápice de sua performance, deixando a plateia eletrizada.

Na dança, registrou a arte de grandes nomes, das brasileiras Aurea Storti, Ana Botafogo, Márcia Haydée e Cecilia Kerche aos bailarinos russos Rudolf Nureyev, Mikhail Baryshnikov e Ekaterina Maximova. Em 33 anos de foto­ grafia, desenvolveu a habilidade de tornar-se praticamente invisível durante os espetáculos não só para não atrapalhar as apresentações, mas também para não incomodar o público. Além de uma capa es­pe­c ial que abafa os ruí­

dos do equipamento, o uso do flash, por exem­ plo, não é permitido. “Sem contar o fato de ser proibido, seria um crime usá-lo, sob a pena de perder todos os efeitos de luz cria­dos es­pe­cial­ men­te para cada exibição”, comenta o fotógrafo. “É preciso saber lidar com essas limitações, tra­ balhando com si­tua­ções críticas de luz frente à necessidade de usar velocidades altas do obtu­ rador para congelar os movimentos. Neste que­ sito, lentes específicas, como as teleluminosas, são ferramentas essenciais”. E Tomy quer se dedicar cada vez mais a este universo mágico. “No tea­tro, nas com­pa­nhias e escolas de balé é que me sinto melhor”. Fiel a esse sentimento, o fotógrafo está digitalizando e organizando seu acervo re­la­cio­na­do à dança. O objetivo é ­criar produtos com sua assinatu­ ra, unindo moda e fotografia. Uma exposição e, quem sabe, um livro também estão entre os projetos de Tomy para o próximo ano.

& TOMAS KOLISCH Tel. (11) 5533.0316 www.studiokolisch.com.br Dance by Tomy

100 REVISTA ABIGR AF  setembro /outubro 2012

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