Foto: Álvaro Motta
HISTÓRIA VIVA
Paixão pelas artes gráficas, pelo Brasil, por novos desafios. Assim Emilio Rodriguez guiou sua longa permanência no setor. Por: Tânia Galluzzi
78 REVISTA ABIGR AF março /abril 2014
E
Emilio Rodriguez Histórias de paixão
milio Rodriguez chegou ao Brasil em pleno Carnaval. Mas não era qualquer Carnaval. Era o Carnaval de 1960. Ele queria ir para o México. Um colega de trabalho, brasileiro, convenceu-o a vir para cá. Aos 27 anos, sobre as costas de Emilio pesava a lembrança da instabilidade política vivida pela Argentina no segundo governo de Juan Perón. Na mala, trazia uma boa exper iência como técnico gráfico e muita vontade de recomeçar. Voltemos ao Carnaval. O Brasil acabara de viver seus Anos Dourados. Como escreveu o jornalista Sérgio Augusto para O Estado de S. Paulo no caderno especial sobre 1964, nos primeiros anos da década de 60, vivendo em “democracia plena, otimismo econômico, industria l ização acelerada, um presidente (JK) sonhador, sorridente e dinâmico, com a
autoestima turbinada por duas Copas do Mundo, (. . .) o Brasil se descobriu contemporâneo, progressista e culturalmente relevante”. Emilio enamorou-se do Brasil. Do Brasil e de uma brasileira, Irene, descendente de espa nhóis assim como ele, com quem está casado há 51 anos. Ela o apoiou e continua apoiando em todas as suas empreitadas. E foram muitas em 67 anos de uma rica vida prof issional. O portenho guarda com carinho a caderneta de registro no Ministerio de Salud Pública de La Nación. Em 1947, aos 14 anos, Emilio era um garoto com feições e responsabilidade de adulto. O pai, Gabriel, trabalhava em uma grande empresa que mantinha uma gráfica, na qual Emilio entrou como aprendiz. “Peguei gosto e fui estudar na Escola de Artes Gráficas, que, naquela época, já tinha uma offset bicolor”, conta Emilio.