Futurismo 1909 -1919
Entre 1905 e 1913 as palavras que ressoavam por toda a Europa eram: "Fora o velho, viva o novo!"
E estas eram as palavras de ordem do Futurismo, a princípio um movimento literário e abertamente político desde o começo.
Alguns trechos do Manifesto Futurista, escrito por Filippo Marinetti e publicado em 1909 no Le Figaro, o jornal mais famoso da França, esclarecem bastante a sua causa: "É da Itália que lançamos para o mundo todo esse nosso Manifesto incendiário, absolutamente violento, com que estamos fundando o "futurismo", porque desejamos libertar nossa pátria do cancro fétido de seus professores, arqueólogos, guias de excursão e antiquários. [...] Por um tempo longo demais a Itália foi uma feira livre para comerciantes de rebotalho. Queremos nosso país livre do número interminável de museus que o cobrem por toda parte como incontáveis cemitérios. Museus, cemitérios!... Eles são a mesma coisa... Venham, pois! Ateiem fogo às estantes das bibliotecas! Desviem os canais de modo que possam inundar os museus... Agarrem suas picaretas, seus machados e martelos e depois arrasem, arrasem impiedosamente todas as cidades veneradas. [...]
[...] Queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco. [...] Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor que corre sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia (antiga estátua grega exposta no Museus do Louvre). [...] Queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher."
As esculturas e pinturas futuristas deviam muito às invenções do cubismo no que se refere à técnica e à composição.
Carlo Carra Demonstração intervencionista (Dia patriótico da palavra livre pintada), 1914
Suas obras também estavam empenhadas em fundir tempo e espaço numa única imagem e adotaram técnicas semelhantes de planos superpostos e fraturados para criar o efeito.
Umberto Boccioni Dinamismo de um jogador de futebol, s/d
O escritor Filippo Marinetti deu início ao movimento com a publicação de seu manifesto, aos poucos recrutando artistas plásticos que passaram a concretizar suas teses, como:
Umberto Boccioni (1882-1916) Carlo Carrà (1881-1966) Gino Severini (1883-1966) Giacomo Balla (1871-1958)
Estes artistas retratavam o dinamismo da vida moderna, e representavam sua percepção do movimento agressivo das máquinas em pinturas vigorosas e cheias de movimento, inspirando-se nas fotografias pioneiras do século XIX de Étienne-Jules Marey e Eadweard Muybridge.
Giacomo Balla Menina correndo numa sacada, 1912
Os futuristas diziam que suas imagens n達o estavam fixadas no momento, como o cubismo de Braque e Picasso. Pode-se dizer que o futurismo seria um cubismo em velocidade.
Carlo Carra Mulher numa sacada, 1912
Gino Severini Trem blindado em ação, 1915
Giacomo Balla Velocidade de carros e luz, 1913
Gino Severini Bailarina em azul, 1912
Gino Severini Dnรงarina em Pigalle, 1912
Gino Severini Lanceiros, s/d
Giacomo Balla Dinamismo de um c達o na coleira, 1912
Giacomo Balla Velocidade de um automovel, s/d
Carlo Carra Noite na Praรงa Beccaria em Milรฃo, s/d
Carlo Carra Estação em Milão, 1909
Giacomo Balla Luz de rua, 1909
Giacomo Balla A m達o do violinista, 1912