Origens da arte ocidental

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Histรณria da Arte Prof. Tatiana Martins Material de apoio Origens da arte na cultura ocidental


Origens da arte na cultura ocidental A representação nas civilizações do Mundo Antigo – Egito e Grécia


A civilização é um processo social em si, inerente aos grupamentos humanos que tendem sempre a se desenvolver com a variação das disponibilidades econômicas, principalmente alimentares e sua decorrente competição com os grupamentos vizinhos.


Segundo historiadores, o surgimento de grandes civilizações depende do progressivo acúmulo de recursos naturais por um determinado grupo étnico e tem por detonador o acúmulo de poder bélico nas mãos de certos líderes e suas famílias.


A hegemonia de tais grupos sobre outros acaba influenciando culturalmente a região, gerando um novo regramento social, impressionantes construções e a produção de obras de arte numa etapa posterior.

Pirâmides de Miquerinos, Quéfren e Quéops, em Gizé Necrópole de Memphis, atual região do Cairo, Egito Construídas há cerca de 4.500 anos.


Civilização Egípcia

A tradição direta transmitida de mestre a discípulo, e de discípulo a admirador ou copista, que vincula a arte mais antiga ao que chamamos de arte hoje, surge no vale do rio Nilo de 5 mil anos atrás.

Pintura mural de túmulo Realizada há cerca de 3.400 anos.


Na pintura egípcia, o que mais importava não era a beleza ou a ideia de decoração. Regularidade geométrica e observação da natureza são características de toda a arte egípcia, a partir da concentração em formas básicas.

Nebamun caça nos pântanos. Fragmento de uma cena do túmulo capela de Nebamun Tebas, Egito, cerca de 1350 a.C.


Pintura de tanque do tĂşmulo de Nebamun, criada hĂĄ cerca de 3400 anos. Tebas, Egito, cerca de 1350 a.C.


O artista tinha a tarefa de preservar tudo com a maior clareza e permanência possível, através da representação pelo desenho de memória, semelhante à maneira como a criança desenha — incluindo na imagem não só o que observa, mas tudo o que existe no objeto representado a partir de seu ângulo mais característico.


Por exemplo, na representação do corpo humano, os egípcios seguiam uma regra que lhes permitia incluir tudo o que consideravam importante na forma humana, que se usou chamar princípio da frontalidade.

Parede de túmulo em Benim Hassan pintada há cerca de 3.900 anos.


O olhar do artista egípcio permitia captar padrões representando com precisão os detalhes da natureza, como por exemplos as diferentes espécies de pássaros representadas, além de equilíbrio e estabilidade.

Detalhe da parede mostrada anteriormente.


O estilo egípcio, utilizando uma série de regras bastante rigorosas, não exigia novidade ou originalidade na arte, mas a necessidade de representação do ser humano e da natureza de forma essencial e imutável. Por isso a arte egípcia mudou pouco no transcurso de 3.000 anos.


Civilização Grega

Partenon Construído em Atenas, Grécia há cerca de 2500 anos.


Percebemos que os mestres gregos “foram à escola” com os egípcios, e todos nós somos discípulos dos gregos.

Por isso a arte do Egito tem tanta importância quando queremos saber das origens da nossa cultura.


A pintura grega é encontrada basicamente na arte cerâmica.

Cratera calyx ática em figuras vermelhas, atribuído ao "Pintor dos Nióbides", conhecida como "Cratera Nióbides", ca. 460-450 a.C.


Ânfora, ca. 490 a.C., período clássico; vaso ático de figuras vermelhas atribuído ao "Pintor Berlim", terracota.


No Período Arcaico (c. 600-500 a.C.), com o estabelecimento das primeiras grandes cidades, se desenvolveram a arquitetura e a decoração escultórica monumental em mármore. A escultura apresentava atitude inabalável de confiança e altivez. Embora o desenho ainda fosse resumido às feições essenciais, sinais de uma observação mais atenta da anatomia eram apresentados no detalhamento da musculatura com maior profundidade e sugestão de movimento real. Neste período, a frontalidade permaneceu como o cânone oficial, e desvios desta regra são raros.

Kouros Anavyssos, c. 530 a.C.


É ainda no Período Arcaico que surgem conceitos éticos e educativos que mostram seus reflexos na arte: A paideia (παιδεία) foi um processo de educação completa e integral em busca da formação de um cidadão exemplar apto a assumir qualquer função na sociedade. A educação envolvia conceitos como nobreza de caráter e aptidão física e militar, além do ideal de equilíbrio perfeito entre as virtudes físicas e morais associando beleza com bondade, autocontrole, disciplina e moderação.


Foi a partir do século V a.C. que os gregos começaram a romper os rígidos padrões do estilo oriental de representação, através de maior atenção à observação da figura humana.

Jogador de disco Cópia em mármore da estátua feita em bronze criada há cerca de 2500 anos.


A tradição do Classicismo grego se consolidou tendo o homem como a nova medida do universo, e o reflexo disso na escultura é a importância da representação do corpo humano nu. A escultura do Classicismo conjugava valores idealistas com a representação da natureza de forma fiel. O Doríforo De Policleto, paradigma do cânone clássico masculino.


Dramaticidade, posturas vigorosas e virtuosismo estão presentes nas esculturas do período helenístico (323 a 146 a.C.). Este foi o período em que a cultura grega teve grande difusão na área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central, antes do domínio e apogeu de Roma.

Laoconte e seus filhos Escultura em mármore Século I a.C.


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