Impressionismo

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Hist贸ria da Arte Prof. Tatiana Martins Material de apoio Impressionismo


Impressionismo


A pintura feita ao ar livre se popularizou no século XIX com o desenvolvimento de novos equipamentos, como a bisnaga descartável para a embalagem de tinta, criada em 1841 e logo produzida comercialmente. A disponibilidade de tintas prontas encorajou os artistas a experimentarem novos tons e a saírem dos ateliês.

Claude Monet em seu estúdio flutuante. Pintado por Edouard Manet, em 1874.


Os impressionistas foram os primeiros a realizar pinturas totalmente ao ar livre, do início ao fim, e não apenas desenhos e esboços, pois sua ideia era de que toda pintura deveria realmente ser terminada in loco. E assim, a pintura ao ar livre da segunda metade do século XIX é associada diretamente ao Impressionismo e aos nomes de Camile Pissarro, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Alfred Sisley, Frederic Bazille e Berthe Morisot.


Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) No parque St Cloud, 1866


Pierre-Auguste Renoir, (1841-1919) Baile no Moulin de la Galette, 1876


Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) O almoรงo dos barqueiros, 1880-1881


O ambiente ao ar livre muda de minuto a minuto, quando uma nuvem passa sob o sol ou o vento quebra o reflexo na água. Os pintores impressionistas que esperavam captar um aspecto momentâneo de luz não dispunham de tempo para misturar e combinar suas cores, muito menos para aplicá-las em camadas sobre uma base escura, como tinham feito os mestres. Eles tinham que fixá-las imediatamente na tela, em pinceladas rápidas, cuidando menos de detalhes do que do efeito geral do todo. Essa falta de acabamento, essa abordagem aparentemente descuidada, enfurecia os críticos.


Alfred Sisley, (1839-1899) A barragem de Saint Mammes, 1884


Alfred Sisley, (1839-1899) As regatas em Moseley, 1874


Frederic Bazille, (1841-1870) Paisagem em Chantily, 1865


Frederic Bazille, (1841-1870) Paisagem em Chantily, 1865


É comum a pintura impressionista representar um mundo de aparências fugidias, por meio de efeitos como bruma, neve, chuva e ainda neblina, luz difusa, cerração, fumaça ou reflexos: a fidelidade à sensação do mundo natural como uma medida de verdade da experiência vivida. Observa-se uma preferência pela experiência da vida moderna e pela observação do mundo com base em sensações visuais imediatas.


Camille Pissarro (1830-1903) Dulwich College, Londres, 1871


Camille Pissarro (1830-1903) Geada, estrada velha de Enery, 1873


Camille Pissarro (1830-1903) Outono, caminho atravĂŠs do bosque, 1876


A suspensĂŁo dos contornos e dos claro-escuros em prol de pinceladas fragmentadas e justapostas, assim como o aproveitamento mĂĄximo da luminosidade e o uso de cores complementares, favorecidos pela pintura ao ar livre, se tornariam as marcas do novo estilo pictĂłrico.


Berthe Morisot (1841-1895) Cabana na Normandia, 1865


Berthe Morisot (1841-1895) A antiga trilha para Auvers,1863


Berthe Morisot (1841-1895) Esconde-esconde, 1873


As paisagens de Monet, que privilegiam o movimento das águas e seus reflexos, explorados em regatas, barcos e portos (por exemplo, a série de pinturas realizada em Argenteuil e La Grenouillère nas décadas de 1860 e 1870), são emblemáticas da pintura ao ar livre.


Claude Monet (1840-1926) – A Grenouillière , 1869


Claude Monet (1840-1926) – Os banhos em La Grenouillière, 1869


Em 1874, o pequeno grupo de pintores impressionistas decidiu reunir-se e montar uma exposição no atelier do fotógrafo Felix Nadar. A pintura Impressão: nascer do sol, foi considerada ridícula por um crítico, que referiu-se a eles como “os impressionistas”, pois não se baseavam em conhecimentos sólidos. Para eles, apenas a impressão do momento bastaria para ser considerada arte. A falta de acabamento e aparente displicência na pintura costumavam enfurecer público e crítica.


Claude Monet (1840-1926) – Impressão: nascer do sol, 1872 Óleo s/ tela – 50 x 62 cm


A crítica às primeiras exposições do impressionistas pode ser observada em publicação de 1876: “A rua Peletier é uma sucessão de desastres. Após o incêndio na Ópera, temos agora outra catástrofe. Acaba de ser lançada uma exposições de Durand-Ruel que supostamente contém pinturas. Entro, e meus olhos horrorizados são assombrados por uma visão terrível. Cinco ou seis lunáticos, entre eles uma mulher, reuniram-se para expor suas obras. Vi gente chorando de rir diante das telas, mas meu coração verteu sangue quando as vi. Esses pretensos artistas autointitulam-se revolucionários, “impressionistas”. Pegam um pedaço de tela, tinta e pincel, besuntam-na com manchas aleatórias e assinam seu nome. É uma ilusão como se internos de um hospício pegassem algumas pedras na rua e julgassem ter encontrado diamantes.


Claude Monet, o mais célebre dos impressionistas, conhecia as obras de Turner, e elas haviam confirmado sua convicção de que os efeitos de luz e ar eram bem mais importantes que o assunto ou tema abordado no quadro.

William Turner, (1775-1851) – Wreckers, costa de Northumberland, 1834


A renovação estilística impressionista tem suas matrizes nos trabalhos de Turner e Constable, nos artistas da Escola de Barbizon e nas paisagens de Corot e Courbet, partidários de novas formas de registro da natureza.


Monet pintou a série da catedral de Rouen numa pesquisa de como a luz dá aos elementos um caráter diferente a cada momento do dia e em diferentes períodos do ano conforme as mudanças atmosféricas.

Claude Monet (1840-1926) Catedral de Rouen O Portal (Luz solar), 1893 - 1894






Catedral de R Foto Tonio Vega,


O círculo impressionista original se rompeu ao final da década de 1880, mas sua influência foi imensa e duradoura. No fim do século XIX, artistas de todo o mundo pintavam temas da vida moderna em pinceladas ousadas, aplicadas livremente. A luta dos impressionistas tornou-se a valiosa legenda de todos os inovadores em arte, que podiam apontar sempre esse notório fracasso do público em reconhecer novos métodos. Talvez a vitória do programa impressionista não tivesse sido tão rápida nem tão completa se não fosse fotografia que ajudou as pessoas do século XIX a verem o mundo com olhos diferentes.


Monet e Renoir, viveram tempo bastante para tornarem-se famosos e respeitados em toda a Europa, e presenciaram o ingresso de suas obras em coleções públicas.

Claude Monet (1840-1926) Detalhe de uma das obras da série Ninfeias, c. 1900 -1920


Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) Margens do Sena em Champrosay, 1876


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