Renascimento

História da Arte Prof. Tatiana Martins Material de apoio Renascimento - Introdução

Transição ao Renascimento O ser humano no centro do universo: revoluções, civilização e progresso Séculos XV a XVI

O final da Idade Média na Europa foi marcado pela expansão marítima e comercial.

Em, 1453 a queda de Constantinopla ocasionou a fuga de pensadores e artistas bizantinos para a Itália e a Grécia

Queda de Constantinopla, afresco no Mosteiro de Moldovita, na Romênia, 1537.

O Renascimento surgiu em algumas cidades italianas como Veneza, Gênova e Florença, centros comerciais do final da Idade MÊdia que concentravam importantes artistas, arquitetos e cientistas.

No afresco Efeitos do Bom Governo, Ambrogio Lorenzetti representa os tipos de uma sociedade. c. 1337-1340 no Palazzo Pubblico, Siena

O movimento de formação do olhar moderno deu-se a partir da forte influência da utopia progressista e do desenvolvimentismo, que passavam a definir o real sob moldes científicos.

No Renascimento, dois sistemas visuais alteraram grandemente a forma de percepção de informações: A tipografia criou um ordenamento sequencial e repetível de organização e noção espacial, que dirigiu-se ao pensamento linear, à lógica e a uma categorização de informações, constituindo a base para a investigação científica.

E a pintura evocou ilusões do mundo natural sobre o plano com a modelagem do claro e escuro, o ponto de vista fixo e a perspectiva.

A invenção da tipografia foi a grande precursora da industrialização. A gráfica baseada em tipos móveis teria sido a primeira linha de montagem. De fato, a impressão de livros representava a aplicação prática de uma nova atitude em relação ao conhecimento técnico, que seria uma característica fundamental da civilização ocidental a partir do Renascimento.

E o próprio Renascimento foi insuflado pela impressão de livros: a explosão de cultura decorrente varreu a Europa e alterou o mundo inteiro para sempre.

Ainda considerado artista medieval, na obra de Giotto identificamos a redescoberta da criação da ilusão de profundidade em uma superfície plana.

Alegoria da Fé, afresco realizado por Giotto di Bodone, c. 1306, na Capella dell’Arena, Pádua

Na obra de Giotto, ainda no século XIV, começavam a surgir algumas características da representação que iria aflorar no Renascimento.

Giotto di Bondone (1266-1337) A adoração dos magos, 1310.

A arte renascentista rompia com o imobilismo e a hierarquia da arte medieval, valorizando o que era humano em meio às transformações políticas, religiosas, culturais, sociais e econômicas que caracterizariam a transição do Feudalismo ao Mercantilismo.

Detalhe da pintura: o espelho ao fundo reflete a cena.

Jan van Eyck (Holanda, 1390-1441) O casamento de Giovanni Arnolfini e Giovanna Cenami, 1434 รณleo sobre madeira 81,8 x 59,7 cm National Gallery, Londres.

Jan van Eyck (1390-1441) A Virgem de Chanceler Rolin, 1433-34 Óleo sobre madeira, 66 x 62 cm Museu do Louvre, Paris

Jan van Eyck (1390-1441) Madonna com o cânone van der Paele, 1436 óleo sobre madeira, 122 x 157 cm

Pode-se considerar que o contexto da Renascença produziria uma nova cronologia, onde passaria a haver a aparentemente curiosa aliança entre imaginação científica, paganismo popular e cristianismo medieval.

A obra de Fra Angelico estĂĄ impregnada de sentido mĂ­stico, como vemos no painel O JuĂ­zo Final, realizada entre 1432 e 35.

Detalhe da pintura O JuĂ­zo Final: O paraĂ­so.

Detalhe da pintura O JuĂ­zo Final: O inferno.

Os sinais de soma e subtração utilizados na matemática básica ainda não existiam na Europa até o século XVI. No Renascimento, quando tudo era posto em dúvida, supostas verdades presumidas tomavam o lugar das certezas da fé.

Então, a existência não se vinculava somente a um segredo guardado nos céus. Agora a noção de realidade aos moldes científicos passava a ocupar um lugar ao lado da fé.

Retrato do monge Luca Pacioli, reconhecido como o pai da contabilidade, atribuĂ­do a Jacopo de Barbari. c. 1490

O triunfo da morte, c. 1562, pintado por Pieter Brueghel (BĂŠlgica, 1525-1569).

Durante o Renascimento, pensadores estudavam o fenômeno da circulação sanguínea. Acreditavam alguns que o sangue guardava o princípio da alma.

Ainda havia, entre os escritores renascentistas, adeptos da magia natural, do misticismo e dos poderes ocultos.

Alquimia, magia, astrologia, feitiçaria: esse era também o outro lado daqueles tempos em que populações eram dizimadas por doenças como a peste bubônica.

As grandes inovações nos campos das artes, ciência e filosofia, se deram especialmente a partir do mecenato, que permitiu mudanças nas formas de criar e pensar, oferecendo proteção contra a Santa Inquisição.

Estudos de embriões realizado por Leonardo da Vinci entre 1510 e 1513, onde retrata imagens impossíveis de se ver na na Idade Média.

Leonardo da Vinci (1452-1519) Estudos de um braรงo mostrando movimentos feitos pelo biceps