Complexo Multifuncional e Cultural na Favela Zavuvus por Eduardo Vázquez Morillo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC EDUARDO VÁZQUEZ MORILLO

COMPLEXO MULTIFUNCIONAL E CULTURAL NA FAVELA ZAVUVUS

Trabalho de conclusão de curso apresentado no Centro Universitário Senac, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Artur Katchborian

SÃO PAULO 2020



AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais, Ronaldo Galan Morillo e Maria del Mar Vázquez, por me proporcionarem a maravilhosa oportunidade de poder cursar o curso de Arquitetura e Urbanismo no Senac. Agradeço à arquiteta Carolina Picchi, por me apoiar e me ajudar em diversos obstáculos durante o curso. Agradeço a oportunidade de ter tido como docente e orientador, o arquiteto e professor Artur Katchborian, que se disponibilizou a compartilhar seus valiosos conhecimentos e conselhos comigo. Agradeço aos incríveis e extremamente experientes docentes e coordenadora do curso, Valeria Fialho. A oportunidade de receber valiosos ensinamentos durante toda a trajetória do curso, essenciais para minha formação não só como profissional, mas também como pessoa, das quais carregarei em minha memória e coração para toda vida. E por fim, aos colegas que conheci no curso que me ajudaram e tive ao lado deles, ótimas experiencias trabalhando em grupo, hoje são grandes amigos, em especial Leonardo Menossi e Mirivaldo Douglas Moraes.


RESUMO Este trabalho tem como objetivo propor uma intervenção arquitetônica na favela da Vila Joaniza, localizada no bairro Americanópolis, zona sul da cidade de São Paulo. A intervenção propõe revitalizar as moradias em situação vulnerável e insalubres existentes, como também, o entorno com a implementação de equipamentos públicos que proporcionem atividades culturais e esportivas e, assim, melhorar a qualidade de vida dos moradores. Para tanto, a intervenção é composta por um centro esportivo e cultural, uma praça e habitações sociais. PALAVRAS-CHAVE Intervenção arquitetônica; Revitalização arbana; HIS; Equipamento público.


ABSTRACT This work has as a goal to provide an architectural intervenction for the Vila Joaniza’s favela, located on Americanópolis neighborhood of the south side of the city of São Paulo. The project proposes revitalize the vulnerable, unhealthy homes and the need for cultural and sport structures. To achieve that, the intervention is composed by a cultural and sport centre, a plaza and three social housing. KEY WORDS Cultural and sport centre, Favela, Social housing, São Paulo.


ÍNDICE Introdução....................................................09 Problemática Vila Joaniza....................................................11 Referências Projetuais Complexo habitacional Jardim Edite.............18 Ginásio Pompidou.........................................21 Sesc Santo Amaro.........................................24 Projeto Desenhos técnicos........................................29 Considerações finais..................................69 Índice de imagens........................................71 Bibliografia...................................................73


INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO O bairro de Americanópolis está localizado entre os distritos Cidade Ademar e Jabaquara, na zona sul da cidade de São Paulo. Entre diversos bairros periféricos da cidade de São Paulo, Americanópolis encontra-se em situação vulnerável, pois além de ser uma região com muitas favelas e infraestrutura precária, também carece de equipamentos públicos que disponibilizem a prática de esportes, acesso à cultura e lazer. O projeto arquitetônico propõe a remoção da favela Vila Joaniza localizada entre a Avenida Yervant Kissajikian e pararela à Rua Carlos Facchini para possibilitar a implantação de um centro esportivo e cultural, três edifícios de habitação social para realojar os habitantes da favela e uma praça com parque linear adjacente ao córrego local, Zavuvus, que conecta todos os elementos do projeto arquitetônico e aumenta a permeabilidade e o fluxo de pedestres. Os instrumentos propostos centram-se no aprimoramento e no potencial de transformar essa região e a vida de seus habitantes de forma positiva.

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PROBLEMÁTICA


VILA JOANIZA, AMERICANÓPOLIS

1. Detalhe do córrego Zavuvus, no bairro de Americanópolis. Nota-se a quantidade de lixo e dejetos jogados no rio, e também a proximidade do mesmo às residências.

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O bairro de Americanópolis faz divisa com o município de Diademan na zona Sul da cidade e as principais vias de acesso são as avenidas Yervant Kissajikian e Cupecê. O principal meio de mobilidade dos habitantes da região é o transporte público limitado a ônibus e, em parte, por transporte particular. Basicamente, o local teve origem como uma região dormitório, por conta do rápido crescimento industrial que ocorreu em diversas regiões da cidade, em meados dos anos 1960, tornando-se assim, um bairro dormitório em virtude da distância de polos industriais e econômicos. Sua malha urbana está composta por vilas e bairros que foram se formando devido ao impulso do processo de urbanização que vinha acontecendo em consonância com a decadência de grandes proprietários de terra, que se viram obrigados a lotear suas terras em função da mudança de uso das glebas. A partir disso inicia-se o processo de urbanização com o surgimento de loteamentos destinados aos operários oriundos, em parte, do êxodo rural. Esse processo contribuiu fortemente para o aumento populacional de Americanópolis, atraindo assim uma parte da população rural para uma região mais urbanizada visando a possibilidade de adquirir de forma parcelada um terreno. Em 1996, Cidade Ademar deixou de fazer parte da subprefeitura administrativa de Santo Amaro, que na época já era um núcleo urbano desenvolvido, porém o distrito se localizava na parte periférica do mesmo o que explica a sua carência de recursos para investimentos públicos em educação, esporte, saúde, infraestrutura, transporte e moradias dignas. Em 1997 foi criada a subprefeitura de Cidade Ademar, porém, ainda assim, a maior parte dos recursos eram destinados à subprefeitura de Santo Amaro, que era considerada mais importante pelos gestores e governantes por abrigar um polo industrial e possuir infraestruturas mais desenvolvidas, e mantendo as necessidades das regiões periféricas em segundo plano. Como consequência disso tudo, as favelas e habitações precárias começaram a surgir na região Vila Joaniza e Americanópolis, como é possível observar nas imagens seguintes.

2 e 3. A primeira representa o início do loteamento do bairro de Amaricanópolis, já a segunda, crianças brincando na rua do bairro.

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4 e 5. Montagem de duas imagens, contendo o município de São Paulo, suas subprefeituras delimitadas e os bairros de Americanópolis e Vila Joaniza, em escala maior, para se situar. Imagem ao lado retirada do google maps, nela vê-se as avenidas principais que cortam os bairros e a proximidade com o município de Diadema.

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6. Foto do google maps, mostrando a favela da Vila Joaniza, localizada no bairro de Americanรณpolis.

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7, 8 e 9. As duas primeiras imagens mostram a relação precária do córrego Zavuvus com as moradias. Já na última, é possível observar a grande aglomeração de casas em mau estado.

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS


CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM EDITE

10. Foto de Nelson Kon, na qual pode-se observar o conjunto habitacional Jardim Edite e sua relação com a cidade.

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O Conjunto Habitacional Jardim Edite localiza-se na zona sul da cidade de São Paulo, no bairro do Brooklyn e está implantado num segmento entre as avenidas Jornalista Roberto Marinho e Engenheiro Luís Carlos Berrini. A obra foi projetada pelos escritórios de arquitetura MMBB Arquitetos e H+F Arquitetos. A construção do projeto foi concluída em 2010 e possui uma área construída de 25.700m² em um terreno de 19.000m². Apesar de sua função principal ser de interesse social, o conjunto vai além da melhoria da condição de vida dos habitantes de baixa renda, pois o projeto visa a integração das habitações sociais com o entorno - um centro financeiro e de serviços de classe média e alta – através da inclusão de um restaurante-escola, uma creche e uma unidade básica de saúde. Não há muros em volta do terreno onde está construído e há um grande recuo que acaba servindo como praça, provocando novos usos, permitindo um acesso mais fluído e facilitando a integração com o entorno. Todas as edificações do projeto foram feitas com concreto pré-moldado in loco tornando a execução da obra mais econômica, mas sem comprometer a qualidade. A orientação estratégica das torres permite a ventilação cruzada que faz com que as habitações e seus espaços de circulação recebam mais luz e correntes de ar que resfriem e ventilem os ambientes de forma eficiente e agradável. A circulação dos usuários foi planejada para servir também como uma possível área de convívio.

As unidades habitacionais possuem diferentes tipologias visando atender famílias de até quatro pessoas, como também, atender pessoas portadoras de necessidades especiais.

11 e 12. Implantação do conjunto habitacional, entre as avenidas Jornalista Roberto Marinho e Engenheiro Luís Carlos Berrini. A imagem abaixo é referente ao corte longitudinal do projeto estudado. Ambas retiradas do site do archdaily.

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13. Foto de Nelson Kon, na qual pode-se observar a relação do conjunto habitacional e a Ponte Estaiada.

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GINร SIO POMPIDOU

14. Foto de Epaillard + Machado Photographe, mostrando a fachada principal do Ginรกsio Pompidou.

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Localizado em Courbevoie, França, uma pequena cidade vizinha de Paris que atualmente passa por um rápido processo de modernização e regeneração onde anteriormente tinha predominantemente um perfil industrial e pouca vida urbana. Atualmente, a cidade se desenvolve através de um centro comercial e executivo, de instituições educacionais como creches, escolas, faculdades e áreas residenciais. O projeto do centro esportivo foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura Enia Architectes. A obra foi concluída em 2018 em uma área de apenas 3.480m², configurando um grande desafio para os arquitetos conseguirem atender a demanda do programa em um espaço relativamente compacto. A facilidade de acessar o centro esportivo se dá por ter sido implantado na esquina de dois dos principais eixos da cidade. O ginásio disponibiliza equipamentos e espaços para diversas atividades esportivas, tais como basquete, futebol, tênis, artes marciais, salão de dança, academia e espaços livres de convivência e lazer. O edifício mantém um diálogo íntimo com a cidade, que se projeta dentro e, ao mesmo tempo, se abre para o ambiente com grandes janelas no térreo que proporcionam ao transeunte uma ampla visão da atividade dentro dos cômodos enquanto as áreas de recepção envidraçadas no andar de cima têm vista para o bairro. O volume geral da construção é composto por camadas horizontais - bloco alternado de concreto branco e aberturas de vidro de altura total - que contribuem para o projeto unificado. Mais do que um centro esportivo moderno e equipado, o Ginásio Pompidou também conseguiu realizar bem o seu papel como instrumento transformador, pois o entorno da região em que foi implantado foi positivamente impactado de forma a atrair a população e enriquecer a vida urbana, como também, contribuir para a reformulação da nova economia local que antes estava voltada para uso industrial.

15 e 16. Implantação e corte transversal, respectivamente, do Ginásio Pompidou. Observa-se a relação de alturas de pé direito da quadra, arquibancadas, banheiros, etc.

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17 e 18. Foto de Epaillard + Machado Photographe, mostrando o interior do Ginรกsio e a quadra poliesportiva e arquibancadas.

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SESC SANTO AMARO

19. Fachada do Sesc Santo Amaro, foto de Fran Parente.

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Projetado pelo escritório de arquitetura Elito Arquitetos, para atender a demanda de Santo Amaro, mais precisamente no bairro do Largo Treze, o Sesc Santo Amaro busca atender a demanda local por equipamentos públicos culturais, esportivos e de lazer, como também, a revitalização urbana. A obra foi concluída em 2011 em um terreno de 7.588m², com uma área construída de 14.610m². Os autores do projeto visaram atender as necessidades do suposto perfil dos usuários que a região demandava, determinando dessa forma, o programa executado de acordo com essas premissas. Assim, espera-se que o SESC tenha um impacto extremamente positivo para a região. Conforme descrito pelos autores do projeto “o conceito de transparência e mobilidade também foi trabalhado na definição das vedações e mobiliário, com grandes panos de vidro transparente incolor, internamente, dividindo os ambientes quando necessário e, nas fachadas, vidro laminado verde serigrafado, funcionando como quebra-sol transparente.” Os autores assinalam como a unidade do projeto foi ideada “por um subsolo em toda a extensão do terreno, com estrutura de concreto e lajes tipo cogumelo e apoios com capitéis, um bloco longitudinal de estrutura de concreto moldado in loco com térreo mais dois pavimentos onde estão localizados os ambientes com necessidade de isolamento, como cozinha, teatro, salas de condicionamento físico, dança, clínica odontológica, administração e oficinas de arte, mais comedoria, central de atendimento, salas de multiuso, e adjacente a este bloco uma grande cobertura de aço com pé-direito triplo onde se localizam a convivência, a piscina semiolímpica, que também funciona como um grande espelho d’água, a quadra poli esportiva coberta, vestiários e praças.”

20 e 21. Fotos de Fran Parente, mostrando a academia e piscina do Sesc Santo Amaro.

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22 e 23. Planta do tĂŠrreo e cortes longitudinais e transversais do Sesc Santo Amaro.

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24 e 25. Fotos de Carolina Picchi, mostrando a piscina e o fechamento de vidro utilizado, que serviu de referĂŞncia para o projeto final.

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PROJETO


PROJETO

Praça Centro Cultural e Esportivo

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26. Imagem do GeoSampa, mostrando a área de favela da Vila Joaniza, na qual foi realizada a proposta de desapropriação e intervenção.

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O projeto de intervenção arquitetônica tem como objetivo revitalizar a área de favela da Vila Joaniza, no bairro Americanópolis, localizado na zona sul da cidade de São Paulo, na Avenida Yervant Kissajikian, paralela à Rua Carlos Facchini. A região do entorno da favela é carente de equipamentos públicos destinados a práticas de esporte, cultura e lazer. A favela possui 532 domicílios em condições vulneráveis, com materialidade precária e muito próximas ao córrego Zavuvus, que atravessa o miolo das quadras, tornando a situação de risco ainda maior para essas residências, pois podem facilmente desabar. O córrego não foi estruturado e é sub utilizado, servindo para despejo de lixo e esgoto, tornando o local ainda mais insalubre e perigoso para a saúde e circulação de pedestres. A partir do levantamento de informações sobre o local, foi possível definir as necessidades que o projeto arquitetônico precisaria ter em seu programa, visando atender de forma eficiente a população regional. Dentre as premissas do projeto está: a remoção das habitações precárias e vulneráveis para construir três torres de Habitação de Interesse Social, localizadas na Rua Carlos Facchini, com diferentes

tipologias de planta de apartamento, atendendo diversos tamanhos de família, possibilitando assim a realocação dos residentes. Foi ideado um centro esportivo e cultural em frente a um segmento da Avenida Yervant Kissajikian, com quadra poliesportiva, piscina semi-olímpica, academia de ginástica, um mezanino com arquibancadas, sala para prática de artes marciais, salão para prática de dança artística, vestiários para os usuários e funcionários, salas de aula destinadas para cursos e workshops gratuitos, um laboratório de informática e um restaurante. Além das edificações propostas acima, o projeto contará com uma praça com vegetação, como espaço de lazer e de convívio; e ainda a reestruturação do córrego Zavuvus, tornando-o um elemento seguro de circulação e paisagístico. Essa reestruturação terá um caminho de passeio adjacente à margem do córrego, facilitando assim a permeabilidade e fluxos de pedestres para acessar as habitações, o centro cultural e esportivo, a praça, e o miolo da quadra, ou simplesmente para tornar a caminhada, de quem por ali passa, mais agradável e segura.

27. Imagem do GeoSampa, mostrando a área de favela em amarelo escuro, escolas e creches em verde e pontos de ônibus em azul, que abastecem a região.

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IMPLANTAÇÃO


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PRODUTO DE PROJETO 01 Centro cultural e esportivo; 01 Praça; 01 Parque linear adjacente ao córrego Zavuvus; 03 Torres de Habitação de Interesse Social.

28. Imagem renderizada representativa do projeto, a frente veos o centro cultural e esportivo, e logo atrás as torres de HIS.

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PLANTA PRAÇA

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CORTE AA

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29. Imagem renderizada representativa do projeto, a esquerda o centro cultural esportivo, e logo a direita as torres de HIS.

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CORTE CC

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CORTE BB

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CORTE DD

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL O processo de quantificação de apartamentos das habitações de interesse social foi definido a partir do número de 532 domicílios presentes na favela da Vila Joaniza e da proporção do número de habitantes por família. 200 domicílios tinham famílias de 4 ou mais pessoas, outros 200 até 4 pessoas por família e 132 de até 2 pessoas. A implantação das habitações acontece nas cotas 771.80, 774.40 e 777.40 da Rua Carlos Facchini e a orientação das torres foi pensada de forma que todos os apartamentos recebam luz direta do sol a fim de prevenir umidade, aproveitar a luz natural e economizar energia elétrica. A ventilação cruzada ajuda a proporcionar a troca de ar da cozinha e área de serviço das habitações, que estão voltadas para os corredores de circulação horizontal, que por sua vez possuem 2 áreas de convívio próximas ao núcleo de circulação vertical. O acesso para as habitações das torres acontece pelo pavimento térreo de cada uma delas e é supervisionado por funcionários. As habitações serão compostas por três torres: com 25 pavimentos e 12 apartamentos de 49,20m² com 1 dormitório e sacada, por andar, com circulação vertical de 4 elevadores e 1 escada de incêndio; com 25 pavimentos e 8 apartamentos de 63,70m² com 2 dormitórios e sacada, por andar, com circulação vertical de 4 elevadores e 1 escada de incêndio; com 25 pavimentos e 8 apartamentos de 82,50m² com 3 dormitórios e sacada, por andar, com circulação vertical de 4 elevadores e 1 escada de incêndio.

30. Imagem renderizada representativa das três torres de HIS.

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PLANTA HABITAÇÃO - 1 DORMITÓRIO - 48,60m²

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PLANTA HABITAÇÃO - 2 DORMITÓRIOS - 60m²

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PLANTA HABITAÇÃO - 3 DORMITÓRIOS - 82,50m²

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PLANTA TIPO DAS HABITAÇÕES


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PLANTA TIPO - 1 DORMITÓRIO


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PLANTA TIPO - 2 DORMITÓRIOS

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PLANTA TIPO - 3 DORMITÓRIOS

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31. Imagem renderizada representativa das trĂŞs torres de HIS.

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CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO O centro cultural e esportivo foi implantado onde havia uma parte da favela da Vila Joaniza, que foi removida para dar espaço à intervenção arquitetônica proposta pelo projeto. O acesso da edificação acontece na cota de nível 772.40 da Avenida Yervant Kissajikian, através de uma entrada central do centro, que funciona para levar os visitantes e funcionários para o programa de atividades esportivas ou culturais que possuem controle de acesso por catracas, e com acesso livre para o mezanino com arquibancadas, para os sanitários públicos, para o restaurante e espaços de convívio. A circulação também tem a função de ser um caminho para livre mobilidade de pedestres que dá acesso direto ao parque linear na cota 764.40. PROGRAMA ESPORTIVO Os espaços disponíveis para prática de esportes estão todos localizados na parte esquerda do volume. Foram planejados para tentar atender as necessidades dos usuários locais e manter o centro preservado e utilizado a longo prazo. No primeiro pavimento do centro, na cota 772.40, à esquerda da edificação, encontra-se o acesso aos sanitários públicos, vestiários dos usuários e funcionários, vestiário e sanitário PNE, depósito de lixo e materiais de limpeza, enfermaria, sala da administração, sala de técnicos e professores, depósito de materiais esportivos e uma quadra poliesportiva com medidas padrão de 16m de largura e 27m de comprimento, que serve para a prática de esportes como o futebol de salão, basquete e vôlei. No mesmo pavimento ao lado direito encontra-se o acesso aos sanitários públicos, vestiários dos usuários e funcionários, vestiário e sanitário PNE, depósito de lixo e materiais de limpeza, enfermaria,

sala da administração, sala de técnicos e professores, depósito de materiais esportivos e uma piscina climatizada semiolímpica de 20m de largura e 25m de comprimento. No mezanino, que se acessa por escadas do pavimento da cota 772.40, encontram-se as arquibancadas para 300 pessoas cada, totalizando uma para a quadra poliesportiva e outra para a piscina climatizada semiolímpica No pavimento inferior ao da quadra e da piscina, ao lado esquerdo do volume, encontram-se os sanitários de uso público, vestiários dos usuários e funcionários, vestiário e sanitário PNE, depósito de lixo e materiais de limpeza, enfermaria, sala da administração, sala de técnicos e professores, depósito de materiais esportivos, academia de ginástica e musculação, sala para prática de lutas e artes marciais e uma sala para prática de danças artísticas.

PROGRAMA CULTURAL No mesmo pavimento próximo às escadas e elevadores encontra-se a área de convívio e ao lado esquerdo encontra-se o espaço cultural do centro que disponibiliza sanitários de uso público, sanitário público PNE, sala administrativa e de professores com copa, restaurante, 4 salas destinadas a cursos e workshops gratuitos e um laboratório de informática com 84 computadores a disposição de alunos que queiram dar continuidade a seus estudos e pesquisas e também aos professores e técnicos que trabalham no centro cultural.

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TABELA DO PROGRAMA ARQUITETÔNICO - CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO

Arquibancadas – 900m² Vestiários de usuários (masculino e feminino) – 250m² Vestiários PNE – 80m² Sanitários públicos (masculino e feminino) – 100m² Sanitários públicos PNE – 26m² Administração – 180m² Copa e refeitório de funcionários – 25m² Circulação – 1030m² Quadra poliesportiva – 630m² Piscina semiolímpica climatizada – 676m² Recepção – 16m² Academia de ginástica e musculação – 140m² Sala para práticas de luta e artes marciais – 92.80m² Sala para práticas de danças artísticas – 92.80m² Depósitos de lixo e materiais de limpeza – 60m² Restaurante – 110m² Salas de aula para cursos e workshops – 160m² Laboratório de informática – 210m² Espaço de convívio público – 80m² Sala de professores e técnicos – 100m²

32. Imagem renderizada representativa da entrada do centro cultural e esportivo. À esquerda pode-se ver a quadra poliesportiva e à direita, a piscina semi-olímpica.

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PLANTA TÉRREO DO CENTRO ESPORTIVO


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PLANTA 1ยบ ANDAR DO CENTRO ESPORTIVO


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PLANTA SUBSOLO DO CENTRO ESPORTIVO

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33 e 34. Imagens renderizadas representativas do interior do centro cultural e esportivo.

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35. Imagem renderizada representativa do interior da quadra poliesportiva.

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36. Imagem representativa do corte longitudinal do centro cultural e esportivo.

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37. Imagem renderizada representativa do interior da piscina.

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38. Imagem renderizada representativa da fachada do centro cultural e esportivo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS


CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo de todo o processo de desenvolvimento do projeto e pesquisas de campo, a maior dificuldade encontrada foi com relação aos grandes desníveis do terreno e à quantidade de carências e problemas envolvidos com as moradias na região de Americanópolis. À princípio, o objetivo era levar apenas equipamentos culturais e esportivos para a região, porém, ao longo do trabalho e com as orientações do Artur, chegamos a conclusão de que, além do centro esportivo, algo precisaria ser feito a respeito da precariedade das moradias. O que acabou resultando neste projeto maior e mais abrangente do que o esperado. E com a proposta de intervenção arquitetônica, que tem como principal objetivo, revitalizar a favela da Vila Joaniza, e transformar o espaço através da implementação de um centro cultural e esportivo, uma praça e habitações de interesse social, foi possível concluir que apesar de ser um projeto ambicioso, ele tem como objetivo contribuir positivamente para a região, e possivelmente, oferecer um futuro melhor aos habitantes, através da disciplina do esporte e do fomento a cultura. Além disso, o projeto traz consigo outros benefícios como por exemplo, o direito à cidade e à moradia digna (condições mínimas para se viver), com saneamento básico, espaços de lazer e práticas de esportes, que anteriormente estavam ausentes na região. Com este trabalho aprendi mais sobre habitações de interesse social e centros esportivos, desenvolvi habilidades a mais para realização de projetos e adquiri mais repertório. Fica em aberta a possibilidade de dar continuidade neste projeto, para assim poder realizar um maior detalhamento de aspectos construtivos e estruturais.

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ÍNDICE DE IMAGENS


LISTA DE IMAGENS Imagem 01 - https://f.i.uol.com.br/fotografia/2019/09/26/15695458325d8d5e6869f88_1569545832_3x2_rt.jpg Imagem 02 - http://historiadojabaquara.com.br/2018/04/15/americanopolis-foi-inaugurado-com-corrida-de-bicicletas-em-1923/ Imagem 03 - https://jornalobairro.com/tag/o-bairro/ Imagem 04 - https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/56/Mapa_ sp.svg Imagem 05 - google maps Imagem 06 - google maps Imagem 07 - https://live.staticflickr.com/1365/5117666342_b904f4c0a5_b.jpg Imagem 08 - https://s3.amazonaws.com/static.nidoimovel.com.br/ a3c65c2974270fd093ee8a9bf8ae7d0b/imovel/BI/BI21848/7d480dfd693c121417b5e8512b641d82.jpg?1564069815 Imagem 09 - https://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/sp-das-enchentes/wp-content/uploads/sites/568/criancasdesaparecidasspp.jpg Imagens 10 a 13 - https://www.archdaily.com.br/br/01-134091/conjunto-habitacional-do-jardim-edite-slash-mmbb-arquitetos-plus-h-plus-f-arquitetos Imagens 14 a 18 - https://www.archdaily.com.br/br/926198/ginasio-pompidou-enia-architectes Imagens 19 a 23 - http://elitoarquitetos.com.br/sesc-santo-amaro.html Imagens 24 e 25 - acervo da Carolina Picchi Imagem 26 e 27 - GeoSampa Capa e contracapa montagens feitas através de imagens retiradas do google maps e do pinterest. Último dia de acesso aos endereços eletrônicos: 11/06/2020.

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BIBLIOGRAFIA


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS NEUFERT, Peter. Arte de projetar em arquitetura. Brasil: Editora Gustavo Gili, 18ª Ed. 2013. BOSCH, Francesco Perrotta. Biselli Katchborian Arquitetos. São Paulo: Editora Acácia Cultural, 2019. PONCINO, Leviano. São Paulo. 450 bairros, 450 anos. São Paulo: Editora Senac, 2004. BURGUIERÈ, Elsa et al. Produção Social da Moradia no Brasil: Panorama recente e trilhas para práticas autogestinoárias. Rio de Janeiro: Editora Letra Capital, 2016.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/cidade_ ademar/historico/ - acessado dia 20/09/2019 https://www.archdaily.com.br/br/926198/ginasio-pompidou-enia-architectes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects - acessado dia 03/02/2019 https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-13092018-151643/ pt-br.php - acessado dia 03/10/2019 https://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2017/368.pdf http://elitoarquitetos.com.br/sesc-santo-amaro.html acessado dia 08/04/2020 https://miltonjung.com.br/2016/01/21/conte-sua-historia-de-sp-462-anosvila-joanina-meu-lugar-no-passado/comment-page-1/ - acessado dia 20/09/2019

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