Hospital de Oncologia Pediátrica - Caroline Romana

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Caroline Romana Santos da Cunha

Hospital de Oncologia Pediátrica – Humanização na arquitetura hospitalar

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Artur Forte Katchborian

São Paulo 2020 2


Agradecimentos

Agradeço a minha mãe, Elci Costa Santos da Cunha por todo o auxilio e por nunca me deixar desistir e me ajudar a ultrapassar todos os obstáculos ao longo do percurso. Agradeço as minhas irmãs e amigos por sempre estarem ao meu lado. Agradeço a Olorum e aos Orixás que me deram forças para superar todos os momentos difíceis que estamos vivendo. Agradeço aos meus lideres, Carolina Gallina e Diogo Pires, pela oportunidade de experiência e crescimento profissional. Agradeço ao meu orientador Artur Forte Katchborian, por compartilhar sua sabedoria e experiência comigo e meus colegas de classe conduzindo da melhor forma possível se adaptando as mudanças de ensino que estamos vivendo.

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Resumo

Este trabalho irá abordar o processo de estudo e projeto de um Hospital de Oncologia Pediátrica, na região do Sacomã. No decorrer deste serão apresentadas informações pertinentes para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso I, que explorará um breve histórico da arquitetura hospitalar, que visa o entendimento da visão do modelo atual de hospital, assim como as atividades mínimas desenvolvidas dentro de hospital infantil especializado junto ao apoio pedagógico. Analisando as problemáticas do universo de estudo, utilizando de estudos de caso, leis e portarias que direcionam os projetos hospitalares, dados socioeconômicos e espaciais do terreno, para chegar em uma estudo inicial de implantação de um complexo hospitalar e estudos de como o ambiente auxilia na cura, trazendo ambientes mais humanos, promovendo locais de lazer para pacientes e família, sem perder a funcionalidade que um programa e fluxo hospitalar exigem.

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Abstract My work will talk about the study and design process of a Pediatric Oncology Hospital in the SacomĂŁ region. During the course, it will showed informations presented for the development of the Course Conclusion Work I, which will explore a brief history of hospital architecture, which aims to understand the vision of the current hospital model, as well as the minimum activities developed within a specialized children's hospital with the pedagogical support. Analyzing the problems of the universe of study, using case studies, laws and ordinances that direct hospital projects, socioeconomic and spatial data of the land, to determinate at an initial study of the implementation of a hospital complex and studies of how the environment helps in healing, bringing more human environments, promoting recreational places for patients and family, without losing the functionality that a program and hospital flow require.

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“Ninguém se cura somente da dor física, tem de curar a dor espiritual também. Acho que os centros de saúde que temos feito provam ser possível existir um hospital mais humano, sem abrir mão da funcionalidade. Passamos a pensar a funcionalidade como uma palavra mais abrangente: é funcional criar ambientes em que o paciente esteja à vontade, que possibilitem sua cura psíquica. Porque a beleza pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito” (Lelé ,2004) 6


Sumário

1. Introdução--------------------------------------------------------------------------------------------11 2. Histórico da Arquitetura Hospitalar-------------------------------------------------------------14 3. Referências de projeto----------------------------------------------------------------------------17 4. O terreno ---------------------------------------------------------------------------------------------25 5. O projeto----------------------------------------------------------------------------------------------33 6. Considerações finais ------------------------------------------------------------------------------59 7. Referências-------------------------------------------------------------------------------------------61

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Lista de imagens Imagem 1 - Enfermaria de camas duplas, Hotel Dieu, Paris fonte (ANDRADE, Mariana - arq do Brasil) Imagem 2 - Planta Hotel Dieu, Paris fonte (GÓES , Ronald – Manual prático da arquitetura hospitalar Imagem 3 - novos casos de câncer em crianças no Brasil, Fonte ( INCA) Imagem 4 – Terreno com localização de hospitais e escolas Fonte ( Geosampa) Imagem 5 – Hospital GRAAC Fonte ( GRAAC) Imagem 6 – Hospital GRAAC Fonte ( GRAAC) Imagem 7 – Hospital GRAAC- Brinquedoteca Fonte ( GRAAC)

Imagem 14 Localização macro da àrea do projeto Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 15: Foto aérea do terreno Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 16: Zoneamento localização do terreno Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 17: Densidade demográfica do terreno Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 18: Estudo dos fluxos por setor Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 19: Implantação nível térreo Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 20: Planta hospital nível 0,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 8 – Hospital GRAAC- Quimioteca Fonte ( GRAAC) Imagem 9 – Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily) Imagem 10 – Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily) Imagem 11 –Planta nível térreo Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily) Imagem 12 –Vista Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily) Imagem 13: Localização da àrea do projeto Fonte: Google maps - 2020

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Lista de imagens Imagem 21: Planta hospital nível 0,00 setorizada Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 34: Corte CC Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 22: Planta hospital nível +4,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 35: Perspectiva alojamento Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 23: Planta hospital nível +4,00 setorizada Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 36: Planta Auditório nível 0,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 24: Planta hospital nível -4,00 setorizada Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 37: CORTE DD AUDITÓRIO Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 25: Planta hospital nível -4,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana -2020

Imagem 38: Perspectiva Auditório Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 26: Parede radiologia Fonte: Gypsum – Sistemas de prevenção

Imagem 39: Planta nível -2,50 espaço ecumênico Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 27: Corte Hospital AA Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana -2020

Imagem 40: CORTE EE ESPAÇO ECUMÊNICO Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 28: Perspectiva Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 41: Perspectiva espaço ecumênico Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 29: Perspectiva Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana-2020 Imagem 30: Planta Alojamento nível 0,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 31: Planta tipo alojamento +12,00 até +40,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 32: Planta Alojamento de cobertura nível +44,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 Imagem 33: Corte BB Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020 9


Lista de tabelas Tabela 1 - novos casos de câncer em homens no Brasil, Fonte ( INCA) Tabela 2 - novos casos de câncer em mulheres no Brasil, Fonte ( INCA)

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INTRODUÇÃO

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1.Introdução Atualmente no Brasil, o número de hospitais especializados em câncer é muito baixo e menor ainda, quando falamos em hospitais de oncologia pediátrica, fazendo com que o tratamento na maioria das vezes, seja feito em hospitais não especializados que dispõe de equipamentos. O projeto do Hospital visa a criação de um complexo hospitalar, que contemplaria alojamentos, centro de convenções, centros de treinamento médico e o centro especializado, buscando a relação humana entre paciente e o local de tratamento, melhorando a qualidade de vida dos internados, trazendo a ideia de lar, pois muitos pacientes passam de 1 a 3 anos em tratamento, morando em casas de apoio de hospitais e ao mesmo tempo sem perder a funcionalidade que o ambiente hospitalar deve ter. O terreno está localizado na região do Sacomã e foi escolhido devido a sua localização e as suas dimensões em área, um hospital especializado tem uma demanda diferente de um hospital geral, devendo ter sua área construída em metros

quadrados sendo metade da área total do terreno, permitindo expansões futuras.

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“ O hospital é uma parte integrante de uma organização médica e social, cuja função consiste em proporcionar a população assistência médica integral, preventiva e curativa sob qualquer regime de atendimento, inclusive domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, captação e recursos humanos e de pesquisa em saúde, bem como encaminhamento de pacientes, cabendo – lhe supervisionar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente ” (GÓES, 2004) 13


HISTÓRICO DA ARQUITETURA HOSPITALAR

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2.Histórico da Arquitetura Hospitalar

A palavra hospital vem do latim hospitales, adjetivo derivado de hospes – que hóspeda, ha registros de hospitais na Babilônia e no Egito, mas em 1634 surgiu um dos primeiros hospitais de Paris, o Hotel Dieu, um local com 1.100 leitos individuais e 600 leitos coletivos, tornando o local uma máquina de contaminação, que foi incendiado em 1772. Nesta época o governo incumbiu a Academia de Ciências de Paris a formar uma comissão para elaborar um projeto de reforma, que contavam com Lavoisier, Laplace, Tennon que estabeleceram diretrizes que nortearam os projetos hospitalar por mais de um século pelo mundo. Durante a Idade Média os hospitais serviram apenas para abrigar doentes, viajantes e pobres, sem a função de curar, somente o objetivo de isolamento de pessoas doentes ou pobres do convívio com o restante da sociedade, evitando, desta forma, riscos sociais e

Imagem 1 - Enfermaria de camas duplas, Hotel Dieu, Paris fonte (ANDRADE, Mariana - arq do Brasil)

epidemiológicos.

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A concepção estrutural de hospital como temos hoje é recente, a partir do século 18 com o Iluminismo e a Revolução Industrial, a ampliação do conhecimento nesse período que contribui para a busca de melhoramento das condições sanitárias e então no século 19 a doença passou a ser reconhecida como fato patológico e o hospital passou a se tornar um instrumento de cura. No Brasil a assistência hospitalar começou após o descobrimento, com a vinda dos portugueses, em 1543 Brás Cubas fundou o primeiro hospital em Santos, e no final do século XVI São Paulo criou a Santa Casa. Durante a Idade Média os hospitais serviram apenas para abrigar doentes, viajantes e pobres, sem a função de curar, somente o objetivo de isolamento de pessoas doentes ou pobres do convívio com o restante da sociedade, evitando, desta forma, riscos sociais e epidemiológicos. A concepção estrutural de hospital como temos hoje é recente, a partir do século 18 com o Iluminismo e a Revolução Industrial, a ampliação do conhecimento nesse período que contribui para a busca de melhoramento das condições sanitárias e então no século 19 a doença passou a ser reconhecida como fato patológico e o hospital passou a se tornar um instrumento de cura. No Brasil a assistência hospitalar começou após o descobrimento, com a vinda dos portugueses, em 1543 Brás Cubas fundou o primeiro hospital em Santos, e no final do século XVI São Paulo criou a Santa Casa.

Imagem 2 - Planta Hotel Dieu, Paris fonte (GÓES , Ronald – Manual prático da arquitetura hospitalar)

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REFERÊNCIAS DE PROJETO

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4.Referências de projeto 4.1- Hospital GRAAC - Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer – Aflalo Gasperini Arquitetos O GRAAC foi uma escolha de referência de programa, o volume do edifício é linear e puro, com marcações horizontais, em decorrência do terreno estreito e contíguo às antigas instalações do hospital, que não permite muita

flexibilidade formal. O novo edifício é conectado ao edifício existente no pavimento térreo e através de passarelas nos pavimentos superiores. A fachada frontal, mais fechada, é predominantemente revestida por vidro branco opaco, e as fachadas laterais, mais abertas, se intercalam em faixas horizontais com vidro transparente de alta performance, trazendo iluminação natural a todos os andares. A entrada desse anexo é uma “caixa de vidro” com pé-direito duplo, em que uma grande escultura suspensa faz a integração do espaço público ao hall e à recepção. O Hospital conta com brinquedoteca, escola móvel,

espaço família, e é centro de referência para tratamento de tumores de alta complexidade, com salas de exames e de tratamento de alta tecnologia.

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Imagem 5 – Hospital GRAAC Fonte ( GRAAC)

Imagem 6 – Hospital GRAAC Fonte ( GRAAC)

Ao fazer uma visita técnica ao GRAAC, descobri muito mais que um hospital, além de ser referência em tratamentos de oncologia pediátrica, ele conta com uma equipe de voluntários enorme e sobrevive 90% com doações. Ambientes totalmente coloridos e integrados, trazem ao paciente uma melhoria de qualidade de vida, fazendo com que o paciente passe por essa fase de forma mais tranquila e humana. 19


Imagem 7 – Hospital GRAAC- Brinquedoteca Fonte ( GRAAC)

Imagem 8 – Hospital GRAAC- Quimioteca Fonte ( GRAAC)

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4.2 Hospital Infantil Lady Cilento - Lyons + Conrad Gargett O Lady Cilento hospital localizado na Austrália é especializado em treinamento e ensino de pediatria e atende pacientes de toda a região de Queensland. O edifício de 95 mil metros quadrados e doze pavimentos representa um acréscimo urbano significativo na área de Southbank, em Brisbane. O projeto tentou contestar o modelo tradicional de hospital, com sua funcionalidade centrada e focado e centralizado no médico e incorpora estratégias voltadas para o suporte e bem-estar dos pacientes: percursos claros, conexões com o exterior e vistas para o ambiente natural são questões fundamentais para a proposta.

Imagem 9 – Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily)

Tomei como partido de projeto alguns itens dessa referência, como as cores vibrantes, brises, pilares na fachada, e as caixas que são usadas como varandas que saem do prédio, quebrando a linearidade do edifício.

"O projeto para Queensland era uma oportunidade de

contestar

estes

paradigmas

predominantes;

repensar radicalmente tanto o modelo de tratamento e o modo como o edifício pode contribuir com a cidade enquanto marco cívico para a comunidade de Brisbane.“ (Lyons + Conrad Gargett)

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Imagem 10 – Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily)

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Imagem 11 –Planta nível térreo Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily)

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Imagem 12 –Vista Hospital Lady Cilento Fonte ( Archdaily)

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O TERRENO

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6. Justificativa 6.1.Números Um estudo da Controladoria Geral da União revelou que um terço do Brasil vive em cidades que não possuem hospitais especializados em câncer, o que chega a ser assustador tendo em vista o número de novos casos todos os anos.

Tabela 2 - novos casos de câncer em mulheres no Brasil, Fonte ( INCA)

Tabela 1 - novos casos de câncer em homens no Brasil, Fonte ( INCA) Imagem 3 - novos casos de câncer em crianças no Brasil, Fonte ( INCA)

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Tão importante quanto o tratamento do câncer em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Nesse sentido, deve ser dado suporte psicossocial ao paciente e aos seus familiares desde o início do tratamento, colocando esse paciente em ambientes que propiciem que ele se sinta em casa, o que acelera o processo de cura.

A escolha do terreno na região do Sacomã foi motivada por alguns fatores, como área e localização, de acordo com a portaria 400, de 6/12/1977 que preconiza as seguintes condições para a escolha de um terreno: - Abastecimento de água adequado em qualidade e quantidade, com

Imagem 4 – Terreno com localização de hospitais e escolas Fonte ( Geosampa)

mínimo de 500 litros por dia. - Proximidade do centro de comunidade a que a instituição médico-

Conforme a Imagem 4 mostra a quantidade de escolas no

hospitalar se destinar, facilidade de vias de acesso e meio de

entorno do terreno, fato muito importante, pois o hospital irá

transporte.

abrigar um programa de escola para pacientes, que necessita de

- Ocupação máxima de 50% da área total do terreno

parceria com escolas físicas, e vemos 3 UBS -Unidade Básica de

- Orientação do edifício que possibilite iluminação e ventilação

Atendimento - fator muito importante, pois as UBS’s que fazem o

adequadas

encaminhamento para o atendimento especializado.

-

Evitar terrenos com mais de 10% de inclinação.

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5. Diagnóstico do local 5.1. Localização do terreno O terreno está localizado no Ipiranga no Distrito do Sacomã, no bairro do Jardim Santa Emília, é um bairro da cidade de São Paulo, situado no distrito do Sacomã e junto ao Parque do Estado (Parque Estadual das Fontes do Ipiranga). O nome do bairro é uma homenagem à cidade inglesa de Bristol. Suas principais vias de acesso são as avenidas Padre Arlindo Vieira, do Cursino e a rodovia Anchieta. Inúmeras linhas de ônibus passam pelo bairro, entre elas: 4709.10-Jd.São Savério/Metrô Vila Mariana, 4727.10-Jardim Clímax/Metrô Praça da Árvore, 4732.10-Vila

Liviero/Metrô Saúde, 4734.10-Vila Moraes/Metrô Saúde, 4742.10-Jardim Botucatu/Metrô São Judas, 5034.10-Vila Liviero/Terminal

Sacomã,

5034.31-Vila

Liviero/Terminal

Sacomã (circular), 5038.10-Parque Bristol/Terminal Sacomã, entre outras.

Imagem 13: Localização da àrea do projeto Fonte: Google maps - 2020

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Imagem 14: Localização macro da àrea do projeto Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 15: Foto aĂŠrea do terreno Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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5.2. Zoneamento e densidade O terreno se encontra em metade ZEIS-2 que por definição são demarcadas em glebas e terrenos desocupados, não utilizados ou subutilizados, que devem servir para a produção de Habitação de Interesse Social (HIS), Habitação para o Mercado Popular (HMP) e usos não residenciais e outra parte em ZM que são porções do território localizadas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana.

Imagem 16: Zoneamento localização do terreno Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 17: Densidade demogrรกfica do terreno Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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O PROJETO

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6. Programa 6.1 . Cálculo de leitos A programação de leitos hospitalares tem sido pautada pelos parâmetros estabelecidos na Portaria 1101/2002,

elaborados

com

base

em

parâmetros

internacionais, estatísticas de atendimento prestado aos usuários do SUS, estudos realizados pelo Ministério da Saúde,

pareceres

de

especialistas

e

parâmetros

assistenciais desenvolvidos e praticados em vários estados, entre outros. As recomendações desta portaria refletem a realidade assistencial da época em que a norma foi editada. A partir de então, houve significativas mudanças tecnológicas e de modelo de atenção que

impactaram na demanda e nos critérios de internação hospitalar e, consequentemente, na necessidade de disponibilidade de leitos. Assim de acordo com o ministério da saúde a fórmula usada:

Sendo: Nleitos = 528 x 0,5x 0,8 = 211 Leitos 528=Números de novos casos de câncer infantil por ano Fonte – GRAAC números 0,5= Taxa de internação 0,8= Taxa de recusa Fonte – Manual Prático da Arquitetura Hospitalar – De Góes Hospitais com mais de 200 leitos são considerados de nível especializado, o programa se baseia na quantidade de leitos de um hospital, a uma relação mínima de 60m²/leito.

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Este programa foi elaborado a partir do livro Manual prático da Arquitetura Hospitalar – Ronald de Góes e do programa de diretrizes do Governo em conjunto com o Ministério da Sáude- SOMASUS, que é o Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde

(SomaSUS),

subsidiando

tecnicamente

os

gestores e profissionais na área da saúde e permitindo a realização de consultas sobre aspectos relacionados à estrutura física dos estabelecimentos assistenciais de

saúde. Assim o programa hospitalar é muito extenso e cheio de interligações necessárias para o funcionamento de um hospital, também como normas e portarias que direcionam os projetos hospitalares, o que me levou a um estudo de todos esses fluxos dentro de cada setor antes de dar início ao projeto.

Link para programa completo: https://drive.google.com/file/d/1oVuAA-L4gpEE92VPq_YONnOTTOhWkVz/view?usp=sharing

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6.2 . Fluxograma Hospitalar

Imagem 18: Estudo dos fluxos por setor Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7. O projeto 7.1 Implantação O terreno mostrou a necessidade da criação de um grande eixo central, dividindo e setorizando o terreno e cada edifício, tomando forma o resultado foi a criação de quatro blocos setorizados, o hospital, que conta com todo atendimento especializado, o alojamento, que visa acolher pacientes em tratamento, o auditório junto com centro de convenções e o espaço ecumênico, com a utilização de áreas verdes, e ambientes que tornassem o ir e vir dentro do complexo mais harmônico, devido ao tamanho do terreno. O projeto visa a humanização dos ambientes mais voltado para o paciente do que centrado no médico, como os padrões hospitalares atuais, que influência positivamente no tratamento das crianças e adolescentes, que costumam se tratar e passar muitos meses praticamente morando no hospital, que em sua maioria estão fragilizadas, debilitadas e com o emocional abalado, que precisam de um local confortável e alegre. A promoção

de

espaços

alternativos,

lúdicos

e

dinâmico

como

brinquedotecas, enfermarias mais coloridas, espaços verdes e ao ar livre, são as premissas do projeto não deixando de lado a funcionalidade exigida por um hospital especializado.

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Imagem 19: Implantação nível térreo Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.2 Hospital

A

Imagem 20: Planta hospital nĂ­vel 0,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

A

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7.2 Hospital

O nível térreo se divide entre urgência e emergência, que é o atendimento de pacientes que vem para um atendimento mais rápido,

ambulatório

que

é

definido

por

um

atendimento

ambulatorial de oncologia pediátrica, que difere da emergência, pois é destinado a pacientes que já estão em tratamento ou que vem para a primeira consulta com o médico.

Espaço família e brinquedoteca estão localizados nesse andar, assim como quimioteca e reabilitação, que são tratamentos constantes e as vezes até diários, então setorizei esses 4 na mesma área, para que o paciente pudesse ter um acesso melhor entre eles. O laboratório de patologias e hemocentro é localizado no térreo também por conta da facilidade de acesso a exames laboratoriais e/ou doação de sangue por exemplo. Concentrei a administração geral, o centro de treinamento

médico e o descanso de médicos e funcionários onde esses setores pudessem ter ligação com os outros, por serem setores de apoio ao hospital, também dando acesso a parte de trás do hospital, possibilitando uma área de lazer aberta para os mesmos.

Imagem 21: Planta hospital nível 0,00 setorizada Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.2 Hospital

A

Imagem 22: Planta hospital nĂ­vel +4,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

A

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7.2 Hospital

O nível +4,00 organiza um atendimento mais reservado a pacientes, organizando a UTI/CTI, o Centro cirúrgico, os leitos, e os apoios de nutrição e diética e a farmácia e armazenagem. Com o total de 200 leitos, a UTI/CTI abriga 60 leitos, com quartos de 2 a 3 pessoas, podendo ser utilizado também como leito comum. O setor dos leitos de pessoas internadas, conta com 140 leitos com quarto de 2 pacientes, uma área comum para visitas e acesso para brinquedoteca também pode ser feito por essa área possibilitando que as crianças que estão dentro do hospital tenham uma área de lazer. A nutrição e diética e onde é feito o preparo de refeições e a dieta de pacientes, que costumam ter uma rotina rígida de alimentação. Farmácia e Armazenagem que concentra o estoque e preparação de medicamentos de todo o hospital, tendo ligação

direta

com

a

Quimioteca

que

está

um

nível

abaixo.

O centro cirugico conta com 4 salas de cirugias, e seus apoios, e uma área de espera para acompanhantes mais próximos de pacientes que estão em cirurgia.

Imagem 23: Planta hospital nível +4,00 setorizada Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.2 Hospital

O nível -4,00 do subsolo, concentra as áreas de risco do hospital, que são Radioterapia e

Unidade de Diagnóstico por Imagem, que são salas de radioterapia, raio-x, ressonância e tomografia, todas essas salas são recomendadas a serem localizadas no subsolo pelo risco da radiação, as paredes são mais grossas, com placas de chumbo, como dita a norma.

O Necrotério também se encontra no subsolo,

A

A

com uma rampa de acesso direta para o lado de fora, para evitar o contato com o restante do hospital por ser um setor mais delicado mas obrigatório em hospitais de grande porte.

Imagem 26: Parede radiologia Fonte: Gypsum – Sistemas de prevenção

Imagem 24: Planta hospital nível -4,00 setorizada Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

Imagem 25: Planta hospital nível -4,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 27: Corte Hospital AA Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 28: Perspectiva Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 29: Perspectiva Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.3 Alojamento

C

B

B

C

Imagem 30: Planta Alojamento nĂ­vel 0,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.3 Alojamento

C

B

B

C

Imagem 31: Planta tipo alojamento +12,00 atĂŠ +40,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.3 Alojamento O alojamento começa no nível térreo com um embasamento para recepção, administração e um restaurante, com 192 quartos distribuídos em 8 andares cada andar tem uma área comum para que pacientes possam receber familiares e uma copa de uso

comum, elevador de serviço para lavandaria, brises coloridos na fachada para dar mais vida ao edifício. Na cobertura uma área de uso comum com pergolado de madeira e o alocação das caixas d’água.

C B

B

C Imagem 32: Planta Alojamento de cobertura nível +44,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 33: Corte BB Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 34: Corte CC Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 35: Perspectiva alojamento Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.4 Auditório e Centro de convenções A premissa desse setor era fazer com que ficassem como blocos que caíram no solo, em estrutura metálica treliçada, revestido com madeiras coloridas, a entrada do auditório de se da pelo centro de convenções por meio de uma rampa,com uma planta livre para eventos hospitalares, e um espelho d’água entre os dois, que quebra o desenho dos cubos.

Imagem 36: Planta Auditório nível 0,00 Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 37: CORTE DD AUDITÓRIO Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 38: Perspectiva Auditรณrio Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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7.5 Espaço Ecumênico

E

A oferta desse espaço integra a humanização hospitalar – um importante pilar dentro da assistência à saúde por atingir diretamente os usuários. Estudos confirmam a positividade e a importância das orações em momentos difíceis da vida, pois são capazes de produzir fé e aumentar a confiança, diminuindo o estresse e as preocupações. A proposta foi de um bloco mais limpo, em um espaço mais reservado, no nível -2,50, com vista para o bosque existente ao fundo do terreno, com um espelho d’água, dando um ar bucólico e calmo para quem precisa de um momento de oração.

E Imagem 39: Planta nível -2,50 espaço ecumênico Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 40: CORTE EE ESPAÇO ECUMÊNICO Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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Imagem 41: Perspectiva espaço ecumênico Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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8. Considerações finais

Projetos de ambientes hospitalares, diferentemente de outros projetos arquitetônicos, exigem uma atenção especial por parte do arquiteto. Conforme foi visto, devem seguir normas rígidas elaboradas pelo Ministério

da Saúde e portarias vigentes, além disso, devem ser funcionais, seguros, saudáveis, flexíveis e humanos, para possibilitar cura psíquica e física de pacientes e trazer ambientes de trabalho melhores para os colaboradores. Em meio ao que estamos vivendo nesse ano de 2020, vemos a importância da saúde pública e de ambientes mais humanos e acolhedores, trazendo o bem estar físico e mental a todos. As maiores dificuldades que encontrei foram em relação aos setores hospitalares, onde tive que me aprofundar em cada setor para saber o papel dele dentro do hospital, e onde e com quem ele deveria estar ligado. Neste projeto tentei trazer o máximo de funcionabilidade e humanidade ao hospital, que é um ambiente na maioria das vezes um pouco agressivo. Mas acho que além do resultado final desse projeto, levo comigo a trajetória que tracei do início deste trabalho até aqui, me trazendo um novo desafio e me proporcionando mais experiência e repertório.

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9. Referências Referências Livros / Artigos GOES, Ronald (Autor). Manual prático de arquitetura hospitalar. 2.ed. São Paulo: Blucher, 2011. 285 p. TOLEDO, Luiz Carlos (Autor). Feitos para curar: a arquitetura hospitalar e o processo projetual no Brasil. Rio de Janeiro:ABDETH, 2006. 119 p. Concepção Estrutural e a Arquitetura. Yopanan Conrado Pereira Rebello

Sites www.saude.go.gov.br/wp-content/uploads/2017/06/manual-estimativa-de-leitos-_ih_versao-28-julho.pdf www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-462X2018000100038 www.saudevidaonline.com.br/cinfan.htm www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/16021 bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_basica_2006.pdf www.archdaily.com.br/br/781646/hospital-infantil-lady-cilento-lyons-plus-conrad-gargett http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx Apresentação de números 2019 GRAAC http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/programacao_arquitetonica_somasus_v1.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/soma_sus_sistema_apoio_elaboracao_vol2.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/soma_sus_sistema_apoio_elaboracao_vol3.pdf

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