Requalificação do Mercado Municipal De Santo Amaro - Mirivaldo Douglas Moraes

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Mirivaldo Douglas Candido Moraes Requalificação do Mercado Municipal de Santo Amaro

Trabalho de Curso submetido ao Centro Universitário SENAC como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Sob a orientação do Professor Ralf Flores.


Dedico esse trabalho primeiramente a Deus por ter me dado capacidade de poder concluir mais esse objetivo na vida, À minha maravilhosa esposa, por ser os pilares e vigas de minha estrutura, por ter dividido cada conquista e ter me apoiados em todos os momento ao longo desse caminho, e as minhas filhas.


Agradeço ao professor Ralf Castanheira Flores pelo tempo, paciência, amizade e respeito que compartilhamos juntos nesse processo; Aos amigos que participaram de cada grupo de sala, e que puderam dividir de alguma forma seus conhecimentos comigo.


“A imaginação é mais importante que o conhecimento” Albert Einstein


RESUMO Reconstrução, revitalização e atualização do Mercado Municipal em Santo Amaro, respeitando o conceito histórico, sua origem e finalidade. Com uma área aproximada de cerca de 9 mil metros quadrados, terá parte de sua estrutura preservada onde será integrada a criação de ambientes que fomentem alimentação, cultura, lazer, comercialização de mercadorias e, principalmente, que proporcione ao bairro a preservação de sua história. Com esse projeto, temos o objetivo de tornar a área e seu entorno mais atrativa, promovendo um maior fluxo de pessoas, valorizando o comércio local, diversificando o tipo de produtos e serviços prestados e, em conjunto com a subprefeitura, transformar o espaço em um pólo de cultura e arte. Ao reconstruir, partindo do prédio original, queremos preservar a história local, mantendo as características do prédio histórico e unir elementos modernos que garantam conforto, acesso, mobilidade, segurança e inovação, tornando o espaço uma referência. Com esse projeto, queremos devolver esse patrimônio para a cidade. Palavras chave: Patrimônio Arquitetônico, Mercado Municipal, Revitalização Arquitetônica.


ABSTRACT Restoration, revitalization and refresh of the Municipal Market in Santo Amaro, considering the historic concept, origin and purpose. With 9.000 m2 of area , it wiil have a part of the structure preserved. In this local will be created environmets that encourage healthy eating, culture, recreation, goods trade and mainly, provide the history preservation of the neighborhood. This Project intend to become the area more attractive, fostering the increasing of the people flow, valuing the local trade, diversifying the products and services offered for the population, and with a partnership with local city hall, transform the space in a hub of culture and art. During the restoration, as of the original Project, we want to preserve the history, keeping the same characteristics of historic building and join modern elements , ensuring confort, acess, mobility, secutity and inovation, becoming a reference. This Project objective is bring back this heritage for the city. Key Words: Archtectural Patrimony, Municipal Market, Archtectural Revitalization.


LISTA DE IMAGENS IMAGEM 01 - MERCADO VELHO SANTO AMARO 1935 IMAGEM 02 -ATUAL MERCADO MUNICIPAL DE SANTO AMARO IMAGEM 03 – INCÊNDIO MERCADO MUNICIPAL SANTO AMARO IMAGEM 04 – IMAGEM DA REGIÃO DO MERCADO IMAGEM 05 –MERCADO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ, RECIFE IMAGEM 06 - MERCADO MUNICIPAL DA LAPA IMAGEM 07 - MERCADO MUNICIPAL DE PINHEIROS IMAGEM 08 - MERCADO MUNICIPAL – MERCADÃO IMAGEM 09 – MERCADO EATALY IMAGEM 10 – MERCADO DA RIBEIRA IMAGEM 11 – MERCADO DE ROTTERDAM IMAGEM 12 – CINEMATECA IMAGEM 13 – SHOPPING PATIO CIANÊ


SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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3.1.2 CETRASA – O MUSEU DE SANTO AMARO

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1. HISTÓRIA

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4. MERCADO MUNICIPAL

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1.1 COMÉRCIO

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4.1 ESTRUTURA

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1.2 ESCAMBO

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4.1.1 MERCADO VELHO

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1.3 ROTAS COMERCIAIS

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4.1.2 MERCADO NOVO

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1.4 MOEDA

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4.2 INCENDIO

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1.5 MERCANTILISMO E COLONIZAÇÃO

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4.3 A REGIÃO

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2. O COMERCIO NO BRASIL

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5. CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

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2.1 UMA COLÔNIA CHAMADA BRASIL

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5.1 A FORÇA DO MERCADO

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2.2 SÃO PAULO – A MISSÃO JESUÍTICA

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5.2 MERCADO MUNICIPAL SÃO JOSÉ

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3. SANTO AMARO – O MUNICÍPIO

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5.3 MERCADO MUNICIPAL DA LAPA

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3.1 HISTÓRIA DE SANTO AMARO

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5.4 MERCADO MUNICIPAL DE PINHEIROS

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3.1.1 COMÉRCIO NO MUNICÍPIO

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5.5 MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO – MERCADÃO

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5.6 MERCADO EATALY SÃO PAULO

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6.5.1 SITUAÇÃO ATUAL

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5.7 MERCADOS INTERNACIONAIS

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6.5.2 SITUAÇÃO PROPOSTA

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6. O PROJETO

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6.6 INTERVENÇÃO

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6.1 PARÂMETROS URBANÍSTICOS

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6.7 IMPLANTAÇÃO

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6.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

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6.8 PLANTAS, CORTE E ELEVAÇÃO

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6.3 REFERÊNCIAS DE PROJETO

40 6.9 PERSPECTIVA FINAL

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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8. REFERÊNCIAS

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6.4 ESTRUTURA 6.4.1 ACESSOS

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6.4.2 TELHADO

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6.4.3 PISO

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6.4.4 ÁREA VERDE

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6.4.5 ESTACIONAMENTO

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6.5 PROJETO NOVO

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INTRODUÇÃO Ao ser questionado sobre o meu projeto de TCC, me perguntei: Como escolher um projeto que resuma uma jornada de cinco anos? Como escolher um projeto que remeta á minha identidade como arquiteto? Percebi que ele não podia deixar de contar a minha própria historia: São 30 anos no comercio, 30 anos no varejo, 30 anos no atendimento ao público. Foi quando me recordei: em 2017, já cursando arquitetura, uma noticia nos jornais chamou minha atenção: O incêndio no Mercado Municipal de Santo Amaro. Esta lembrança me fez recordar o impacto direto que o fato acarretou na vida dos permissionários, de seus clientes e ao bairro. A região construído por imigrantes e migrantes, local de passagem e ponto de referencia perdeu seu ponto focal. O mercado com toda a sua historia, representava um marco na região e no comércio. Os avanços imobiliários, a expansão de empresas e o crescimento da metrópole tornaram a região carente e deficitária, o espaço tornou-se uma sombra pálida do que fora antes e esta apatia estendeu-se aos comércios do entorno. Com isso em mente iniciou-se o desenho deste projeto: Uma Requalificação do Mercado Municipal de Santo Amaro.Desta vez não só com o objetivo de fornecer uma maior variedade de produtos e sim tornar a estrutura do mercado uma obra de arte. Arte útil, arte acessível, arte para todos. Um projeto que apresente a arquitetura como eu vejo: com todas suas nuances, suas curvas, suas funções, seu desenho. 11


Arquitetura em seu sentido literal: "Arte técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar diversos tipos de atividades humanas.” Este projeto propõe exatamente isto: A união do passado e do presente, um novo futuro. Futuro este que esta em mim e se abriga e desenha no na nova leitura do Mercado Municipal de Amaro. Espaço de sociabilidade. É o espaço físico onde se desenvolvem relações comerciais e sociais. Não se desenvolve apenas a troca de mercadorias, mas sim, de relações, experiências e sensações.

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CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA

1 - HISTÓRIA 1.1 - COMÉRCIO Do latim “Mercatu” Lugar de venda de gêneros alimentícios e outras mercadorias”, ou seja, lugar de compra e venda, de troca. Espaço de sociabilidade. É o espaço físico onde se desenvolvem relações comerciais e sociais. Não se desenvolve apenas a troca de mercadorias, mas sim, de relações, experiências e sensações. É um espaço público que deve ser acessível a todos e onde a população poderá interagir livremente independente da sua condição social. Identificar quando o comércio iniciou é praticamente impossível. Historicamente, falase que seu início ocorreu a partir dos processos de troca entre determinados grupos. Como as famílias possuíam habilidades diferentes - pesca, agricultura, pecuária entre outros - cada uma preocupavase exclusivamente com sua tarefa, o que garantia uma boa produtividade.

`Mas no final das contas, produziam mais do que consumiam, o que gerava estoque e os produtos acabavam estragando. Além disso, precisavam de outros itens, diferentes dos produzidos. Daí apareceu a necessidade de troca. Esse sistema de trocas era local. Sendo assim, somente as pessoas de um mesmo grupo tinham acesso a ele, o que permitia que a comunidade não sofresse com o desperdício e ainda tivesse acesso a outros produtos. Não existia uma quantia/quantidade pré-determinada, assim a barganha era essencial para se conseguir um bom negócio. Com o passar do tempo, essas relações tornaram-se cada vez mais complexas, pois um grande número de pessoas foi sendo incluídas e assim, as trocas foram estendendo-se para fora da comunidade. Foi por conta desse novo método de trocas que se fizeram necessários o alfabeto e os números. 13


CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA

1.2 - ESCAMBO É uma prática ancestral que tem por objetivo realizar uma troca comercial sem o equivalente em moeda, sem a equivalência de valor. É a forma original e mais básica que o ser humano desenvolveu para trocar seu excedente de produção em cada comunidade. Assim, para ter variedade em sua dieta, o pescador trocava com o agricultor ou pecuarista que tivesse produzido algo em excesso. “Os adornos tinham um valor simbólico para a sociedade da época e permitiam ao índio um reconhecimento no mundo colonial. Portanto, toda essa troca de mercadorias deve ser compreendida em sua completude histórica, e itens que pareciam ser supérfluos acabaram por ter um papel fundamental naquela sociedade.” (GARCIA, Elisa Frühauf ,2014,p. 327)

Era necessário que ambos entrassem em acordo sobre as quantidades e variedades de produtos. Sem esse acordo, a troca não se

concretizava. Um comerciante mais esperto, sabendo da necessidade ou desejo por um determinado produto, podia, em meio à negociação, efetivar uma troca extremamente desigual, explorando o desejo do outro. Historicamente, os produtos mais utilizados no sistema de escambo eram: gado, sal, açúcar e tecido, bem como peças de metal forjadas em forma de faca ou chave. O metal, como conceito de moeda, somente surgiria no século VIII a.C.

1.3 - ROTAS COMERCIAIS Os primeiros documentos que comprovam a existência de rotas de caravanas e 14


CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA

embarcações foram produzidos por volta de 4 mil anos a. C. e descreviam rotas que interligavam a Mesopotâmia à civilização do Vale do Indo. No entanto, o arqueólogo britânico Colin Renfrew, juntamente com seus colegas, comprovou que a obsidiana - uma espécie de vidro vulcânico preto usado por algumas culturas da Idade da Pedra - indicava a existência de rotas comerciais neolíticas. Utilizada na produção de lâminas e pontas de flechas, a obsidiana moldava instrumentos normalmente de uso individual. As civilizações asiáticas desenvolveram o comércio de especiarias desde a antiguidade, e o mundo greco-romano deu-lhe continuidade, comerciando ao longo das chamadas rota do incenso e rota romana da índia. A expressão “Rotas das Especiarias” ficou conhecida para descrever os caminhos que os países europeus faziam até a Ásia em busca de

produtos exóticos que pudessem ter algum valor comercial na Europa dos séculos XV a XVII. Até essa época, o homem europeu vivia uma vida extremamente simples: uma habitação comum, poucos móveis e nenhum sistema de aquecimento que pudesse protegê-lo do frio que até hoje assola o local. Essa limitação de oferta de gêneros alimentícios, estruturais e de conforto despertou o interesse capitalista. A prática mudou os costumes do europeu que se cercou de uma vida mais confortável obtida com a exploração de terras e povos em territórios longínquos.

1.4 - MOEDA Com essa expansão, em grande parte resultado das navegações, surgiu a necessidade de se agregar um valor a esses produtos, como um modelo para validar as 15


CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA

trocas. Assim, surgiu o conceito de moeda, que passou a ser usada como meio de pagamento por algum produto. Era feita de forma que pudesse ser facilmente transportada, dividida e que fosse durável. A primeira moeda foi o sal, daí a origem do termo que usamos até hoje: salário. Depois vieram outros produtos como conchas, até surgir o ouro e o dinheiro. Para os povos astecas, a moeda era representada por sementes de cacau por ser muito apreciada e rara. A moeda surgiu para deixar o comércio mais igualitário. Hoje contamos com transações eletrônicas, e quase todo o recurso é transferido de forma virtual, sendo um exemplo disso o cartão de crédito. Ele diminui a

necessidade de transitar com dinheiro em cédulas e moedas até nas trocas mais simples.

1.5 - MERCANTILISMO E COLONIZAÇÃO Grandes evoluções da sociedade são observadas no período que compreende os séculos XVII a XVIII. Nessa fase em que o rei era soberano, iniciaram-se as normas do Direito Comercial, Direito Marítimo e o Direito Terrestre. O nome Mercantilismo foi dado pelo economista Adam Smith em 1776 e refere-se “ao conjunto de práticas e idéias econômicas desenvolvidas na Europa, e tinha como objetivo fortalecer o estado e enriquecer a burguesia”. Para isso, ampliou-se a economia, aumentaram as condições de consumo e a 16


CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA

população pagaria mais impostos. Como a importação era a alavanca que traria riquezas, iniciou-se a competição comercial. Por essa razão, ocorreu o metalismo, acúmulo de riquezas dentro do país. Para equilibrar a balança comercial foi necessário exportar mais e importar menos. O Estado tinha atingido seu objetivo, mas agora precisava determinar seu monopólio e proteger as “terras conquistadas”.

colonização: exploração de recursos naturais, cultivo de gêneros tropicais, bem como retaguarda econômica para as metrópoles europeias, garantindo a produção e ampliando o seu mercado.

A ocupação efetiva foi à solução encontrada. Ocupar, povoar e colonizar era uma prática dos europeus que fortalecia o poder real e agora se tornava extremamente lucrativa, uma vez que as colônias se tratavam de fornecedores que cobravam preços ínfimos para produtos altamente rentáveis dentro do comércio europeu. Foi esse cenário que deu forma à

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CAPÍTULO 2 – O COMÉRCIO NO BRASIL

2 - O COMÉRCIO NO BRASIL 2.1 - UMA COLÔNIA CHAMADA BRASIL Desde seu descobrimento, em 1500, até a chegada da família real, em 1808, o Brasil Colônia foi fonte de riqueza, espanto e exploração. A mentalidade européia à época não estava preparada para tanta diferença e o imaginário tratou de demonizar suas paisagens paradisíacas e seu povo nativo. Já a riqueza presente na terra fez com que Portugal estabelecesse ainda no ano de 1530 o controle da colônia, instituindo um Governo Federal. A primeira tarefa de seus governantes foi criar os engenhos de açúcar, explorar a mão de obra indígena como escrava e estabelecer condições econômicas mais sofisticadas. Enquanto isso, a então “Capitania de São Paulo” produzia as ações que tratavam de

desbravar o interior do país, garantindo a expansão do território. Formou-se a sociedade colonial a partir da articulação de três elementos: economia açucareira, sistema escravista e exploração do interior do país.

2.2 - SÃO PAULO - A MISSÃO JESUÍTICA Fundada em 1554, durante seus três primeiros séculos, São Paulo não teve expressão política ou econômica na história do Brasil. O povoado surgiu a partir de uma “missão jesuítica”, ordem de estudantes que buscava converter os nativos, e acabou tornando-se um importante entreposto comercial e de serviços. Com muitos aclives e riachos, toda sua ocupação deu-se de forma policêntrica, combinando em diversos aldeamentos. Sua produção inicial era quase que exclusivamente de agricultura de subsistência. 18


CAPÍTULO 2 – O COMÉRCIO NO BRASIL

` Após a atuação dos bandeirantes paulistas, em 1690, e durante o ciclo do ouro em Minas Gerais, a cidade acabou tendo um esvaziamento populacional e o governo paulista começou a promover um incentivo à lavoura e à indústria. Sua posição natural geográfica estratégica, encruzilhada na circulação entre o interior e o litoral da colônia, afirmou seu papel de centro comercial através do qual se fazia o escoamento da produção rumo ao porto de Santos. E foi o ciclo do café que a elevou ao posto de maior cidade do país.

consigo a importação e a criação das rotinas comerciais: eles eram padeiros, confeiteiros, curtidores de couro, importadores de tecidos, vendedores de chapéus, joias, relógios e toda a sorte de produtos. Esses comércios ficavam nos bairros onde residiam os principais consumidores dos seus produtos: os barões do café. Eles transformaram as zonas sul e central da cidade em referência na distribuição de produtos, serviços e na concentração de riquezas.

A

mistura de diferentes povos constrói a identidade do povo paulistano. Alemães, italianos, franceses, árabes e judeus construíram a identidade do município hoje elevado à categoria de capital cultural da América Latina. Esse processo migratório trouxe

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CAPÍTULO 3 – SANTO AMARO

3 - SANTO AMARO - O MUNICÍPIO COM FORÇA DE CIDADE 3.1 - HISTÓRIA DE SANTO AMARO A região de Santo Amaro teve sua origem nos nativos indígenas que moravam nas proximidades do rio Jurubatiba, futuro rio Pinheiros. O nome do município tem referência ao Cristianismo. Santo Amaro é um santo de origem italiana, e teve sua imagem na primeira missa do padre José de Anchieta no município. Em Santo Amaro foi criada a primeira colônia estrangeira do Brasil. Em 1827, a pedido do imperador D. Pedro I, tornou-se uma colônia alemã. Em 1832, tornou-se município e em 1935 decidiu-se anexá-la à cidade de São Paulo.

Uma gigantesca estátua de mais de 10 metros de altura e 20 toneladas que se tornou o cartão postal de Santo Amaro. Atualmente a região passa por uma forte mudança de perfil com a construção de diversos arranha-céus e grande especulação imobiliária, além do estabelecimento de sedes de bancos, redes de hotéis e shoppings de alto padrão próximos à Marginal Pinheiros. Em decorrência dessa transformação, a região representa um dos mais importantes eixos de negócios do município.

Atualmente é o mais importante centro da região sul da cidade.

3.2 - O COMÉRCIO DO MUNICÍPIO

Em 1908 foi construída a represa do Guarapiranga que, além de desenvolver a região, tornou-se ponto turístico. Outro ponto famoso que divide opiniões é a estátua do Bandeirante Manuel Borba Gato.

Até 1935 Santo Amaro era um município independente e por um período de cinco anos administrá-lo foi uma tarefa muito fácil. 20


CAPÍTULO 3 – SANTO AMARO

Mesmo sendo uma grande região, sua taxa de crescimento era baixa e seus problemas muito distantes dos problemas enfrentados nas áreas centrais. Tudo mudou com a construção da ponte sobre o Rio Pinheiros. A facilidade de acesso despertou o interesse de empresários e loteadores do mercado imobiliário, o que desencadeou um crescimento desordenado e desenfreado, gerando contrastes e problemas de infra-estrutura.

Os primeiros comerciantes da região foram os árabes com tradição no comércio e, aos poucos, o local agregou vendedores imigrantes e migrantes de outras regiões brasileiras. Hoje, eles comandam lojas abertas há décadas no mesmo endereço, passadas de pai para filho. É possível encontrar todo o tipo de produto. Seus consumidores são tão tradicionais quanto as lojas, o que ajuda a manter as boas vendas.

Dessa forma, tornou-se um grande atrativo para o mercado de trabalho e a partir da década de 50 intensificou-se o comércio na região.

O olho no olho ainda é a tradição no comércio, o preço é competitivo e a briga é brava.

Santo Amaro foi o maior pólo industrial da cidade de São Paulo. Hoje a região do Largo Treze de Maio ainda tem um dos maiores pontos do comércio popular, além de ser um importante canal de passagem para os moradores da região.

O bairro também possui um centro de tradições próprias, o Centrasa, que busca resguardar a origem dos costumes da região desde a década de 80. O comércio de tradições nordestinas se mostra 21


CAPÍTULO 3 – SANTO AMARO

comum no distrito pela vinda de nortistas no passado. As lojas vendem produtos como queijos, manteiga, carnes secas e castanhas. O mercado municipal de Santo Amaro é uma referência em distribuição e abastecimento do entorno para regiões como Alto da Boa Vista, Granja Julieta, Jardim Marajoara.

3.1.2 - CETRASA MUSEU DE SANTO AMARO Criado na década de 70, o Cetrasa é o Centro de Tradições de Santo Amaro. É uma ONG Brasileira que participa ativamente da maioria dos movimentos do distrito. O principal deles foi o pedido de emancipação de Santo Amaro. A ONG criou também o Museu de Santo Amaro, que mantém em seu acervo

arquivos da história de Santo Amaro, desde a sua fundação até a perda da condição de município, seus costumes, suas tradições, seus artistas, seus heróis e suas personalidades. Tem o objetivo de manter e contar a história do bairro que ainda preserva resquícios da época em que era um município (como a numeração das casas que, ao invés de partirem do marco zero localizado na Praça da Sé no bairro, partem da Igreja Matriz, Catedral de Santo Amaro). A perda da condição de município em 1935 não foi totalmente aceita pela população satamarense. Pedidos de emancipação, instauração de plebiscitos já foram realizados, mas as constantes derrotas fizeram o movimento perder a força. De acordo com a professora de história da USP Inez Garbuio Peralta, esse rebaixamento foi agravado pelo crescente 22


CAPÍTULO 3 – SANTO AMARO

endividamento. No período, a cidade tinha mais da metade de sua arrecadação comprometida pelo débito. “Santo Amaro tinha uma dívida astronômica e não tinha condições de pagar”. Mas existiram outras razões. Muitos paulistas moravam lá e queriam se juntar a São Paulo. “A região também tinha muita água e, por isso, despertava interesse”, diz Garbuio.

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4 - MERCADO MUNICIPAL 4.1 - ESTRUTURA 4.1.1 - O MERCADO VELHO

CAPÍTULO 4 – MERCADO MUNICIPAL

Imagem 01 -Mercado Velho Santo Amaro1935 Fontes: http://santoamaroonline.com.br/fotos/mercadovelho1935.htm

A Vila Santo Amaro fazia ligação da Avenida Bandeirante até a serra do mar, tornando-a um grande eixo de entrada dos produtos vindo de Santos até o centro de São Paulo. Devido a esse intenso fluxo, Santo Amaro tornou-se uma importante peça para a rota de comércio. Em meados de 1850, foi considerada a grande distribuidora de produtos agrícolas, além de gados, aves e madeira, que era muito utilizada na construção civil e no setor imobiliário.

Em virtude da crescente movimentação do comércio na Vila Santo Amaro conectando-a à capital, foi construída ali uma ferrovia que ligava Vila Mariana ao Largo Treze de Maio. Logo, essa movimentação chegou a grandes patamares de comercialização de produtos hortifrutigranjeiros. Inaugurado em 1897 na Praça Dr Francisco Ferreira Lopes, o empreendimento gerou importante benefício para o município. Em razão de sua imensa gama de produtos e da capacidade de comercializar no mesmo preço dos mercados da capital, tornouse um grande arrecadador de tributos para o Município de Santo Amaro. Em 1954, ao passar por uma reforma para ampliação do espaço, perdeu a característica inicial de mercado de produtos, dando lugar a um centro de cultura, sendo posteriormente tombado pelo Condephaat em razão de seu valor histórico. 24


CAPÍTULO 4 – MERCADO MUNICIPAL

4.1.2 - O MERCADO NOVO Amaro criou um programa que incentivava a lavoura a pequenos produtores da região. O novo mercado passaria a comercializar esses produtos. Ele foi construído num terreno com área de 8.932 m², tendo a área (do galpão) construída perfazendo um total de 3.645 m², com estacionamento interno ao loteamento.

Imagem 02 -Atual Mercado Municipal de Santo Amaro Fontes- http://santoamaroonline.com.br/fotos/mercadovelho1935.htm

Em 1954 foi determinada a construção do novo Mercado de Santo Amaro, localizado na esquina da Rua General Osório (atual Ministro Roberto Cardoso Alves) e Anchieta (Padre José de Anchieta). Em 1957, a subprefeitura de Santo

Partindo de um pavilhão de alvenaria e vigas de concreto e, tendo sua cobertura sustentada por uma estrutura de madeira, o mercado foi implantado em uma área nova do bairro, que passou a consolidar-se a partir do entorno do empreendimento. Ainda hoje é um importante centro de abastecimento na região, impactando também os bairros adjacentes. O mercado comercializa diversos produtos e abriga segmentos distintos, tais como: açougues, hortifrútis, avícolas, peixarias, empórios, mercearias, utilidades domésticas, floriculturas, lanchonetes, restaurantes e bancas de jornal. 25


CAPÍTULO 4 – MERCADO MUNICIPAL

4.2 - O INCÊNDIO Às 2h30min do dia 25 de setembro de 2017, 50% do prédio que abrigava o Mercado Municipal de Santo Amaro foi destruído por um incêndio iniciado em uma caixa de fusível presente em um dos boxes. O corpo de bombeiros foi acionado e chegou ao local cerca de 30 minutos após o início do fogo. Mesmo tendo controlado as chamas rapidamente, o fogo consumiu os produtos presentes nos boxes e estoques.

montada no estacionamento. Ao todo, 24 comerciantes perderam seus boxes, mercadorias, produtos e sonhos para as chamas. A fim de garantir a subsistência do serviço, manutenção da oferta de produtos e a capacidade produtiva dos permissionários, a prefeitura, por meio de concessão, abriram concorrência para que o mercado municipal fosse restabelecido.

Os maiores danos concentraram-se naqueles que possuíam materiais inflamáveis. Não houve vítimas, mas a estrutura do edifício foi danificada e partes como o telhado foram condenadas. Paredes externas sofreram pouco com o impacto das chamas, uma vez que o fogo se concentrou no centro do galpão. As

mercadorias que não foram impactadas no incêndio, puderam ser comercializadas em uma estrutura provisória

Imagem 03 – Incêndio Mercado Municipal Santo Amaro Fontehttps://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento/ menu/index.php?p=258845 26


CAPÍTULO 4 – MERCADO MUNICIPAL

4.3 - A REGIÃO Possuindo uma localização privilegiada, a parte mais alta de Santo Amaro, tem em seu entorno um grande número de colégios, faculdades e escolas profissionalizantes, empreendimentos imobiliários residenciais e escritórios, bem como um grande número de lojas que são abastecidos pelos produtos comercializados no Mercado Municipal. A região é formada por vários distritos: o Alto da Boa Vista, formado na década de 50 com a chegada de alemães e ingleses. A região é considerada de alto padrão e é o bairro com melhor poder aquisitivo de seu entorno, tendo boa parte dos moradores como frequentadores e consumidores assíduos do mercado. Também com raízes alemães e inglesas, a Chácara Flora, criada em 1914, faz a ligação entre o centro da cidade e o município de Santo Amaro.

Bairros como Grande Julieta, considerado de alto padrão, tem suas necessidades de consumo voltadas para os produtos e serviços comercializados dentro da estrutura do Mercado Municipal. Já o bairro Jardim Marajoara, que é considerado o mais novo entre os bairros, possui um grande número de empreendimentos imobiliários. Trata-se de um polo de moradia, localizado a apenas 2 km de distância. Seus moradores têm um alto poder aquisitivo e contribuem para o consumo dos produtos comercializados no mercado.

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CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

5 - CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO 5.1 - A FORÇA DO MERCADO – O COMÉRCIO QUE DESENVOLVE A REGIÃO O comércio é uma força viva e pulsante. Ele movimenta a economia, impacta nas relações políticas, muda vidas e os bairros. É uma cadeia de oportunidades: atende demandas, gera empregos, torna espaços obsoletos em áreas úteis e busca gerar e proporcionar comodidade. Uma relação afetiva: o comércio deixa de fornecer produtos para fornecer soluções.Encontrar comércios que garantam variedades de produtos e serviços é o que tornam os bairros referenciais. São as "ofertas especiais" que tornam o ambiente convidativo. As relações interpessoais precisam coexistir com os quesitos preço, qualidade, variedade e quantidade. O comércio tem o poder de tornar áreas antes consideradas periféricas em referências nas relações de consumo é o comércio que ira definir como o bairro será visto em seu contexto mais amplo.

Em São Paulo essa relação é palpável. O comércio determinam o público que o frequenta, como o Brás e a Rua Oscar Freire, ambos voltados ao comercio de confecções eles concentram ofertas, públicos e relações completamente distintas. O comércio ditou o que é o bairro: o primeiro visto como popular enquanto o segundo é visto como elitista. O comércio define a área, a economia, as condições de acesso e as estruturas dos empreendimentos. Todo o fluxo financeiro, o desenvolvimento imobiliário, a expansão das vias, as rotas de transporte publico, as políticas econômicas são mensuradas com base no volume de circulação de pessoas. O volume sempre vai considerar a oferta de produtos no local. Esses dados são considerados no Plano Diretor Estratégico dos Municípios e ajudam a turbinar cada vez mais os bairros onde estão inseridos: Terrenos tornam-se 28


CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

atraentes para os incorporadores, regiões tornam-se eixos de negócios. Estamos falando de uma mudança tanto na paisagem quanto no cotidiano. O comércio tem o poder de tornar-se um ponto turístico, é o que acontece com os Mercados Municipais ao longo do país, isso ocorre tanto pela imponência dos prédios onde funcionam como pela diversidade de produtos e opções de lazer. Eles comportam comerciantes e clientes de todas as partes da cidade. A força do comercio que abriga: comida, história e arquitetura.

Trata-se de dois pequenos galpões que abrigam a área de gastronomia e impactam diretamente todo o entorno e comércio local, sendo peça fundamental e determinante para a subsistência da cidade e do bairro. É visto como o ponto e foco central em sua região. A base comercial é composta pela comercialização de peixes, bem como lojas de artesanato com forte apelo ao consumo de produtos locais.

5.2 - MERCADO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - RECIFE Sua estrutura é bem simples. Pilares de aço sustentam o telhado que, por sua vez, é feito em barro com frestas para a circulação cruzada de ar.

Imagem 05 –Mercado Municipal de São José, Recife Fonte: http://www2.recife.pe.gov.br/servico/mercado-de-sao-jose

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CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

5.3 - MERCADO MUNICIPAL DA LAPA Fundado em 1954, teve seu projeto elaborado com um designer em forma de triângulo. Construído com paredes de concreto com grandes caixilhos em vidro, teto com telhas onduladas e estruturas em madeiras. O edifício encontra-se próximo ao viaduto e à linha férrea. Embora seu entorno esteja bem deteriorado em razão da grande quantidade de moradores de rua e do comércio ambulante em grande quantidade, o bairro é extremamente comercial, impactando diretamente no tipo de produtos que são comercializados. A gama de produtos varia entre boutiques de carnes, peixes e cereais, e também uma ampla variedade de produtos voltados ao mercado pet e produtos de bazar. A pouca oferta de serviços gastronômicos e de hortifrúti o difere dos demais mercados em função de uma demanda reduzida de consumo desses produtos.

Imagem 06 - Mercado Municipal da Lapa Fonte: https://www.mercadodalapa.com.br/

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CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

5.4 - MERCADO MUNICIPAL DE PINHEIROS Fundado em 1910, seu projeto conta com formato em elipse. Possui estrutura em concreto armado, pilares internos de sustentação para compor seus dois andares e é coberto por telhas. A parte central do piso inferior possui um grande hortifrúti, tendo nas laterais boxes que comercializam produtos em um mix de frios, laticínios e cereais. Já a parte superior é tomada por restaurantes que buscam atender todos os públicos, tendo comércio de lanches, refeições a la carte, bem como espaços voltados para o entretenimento noturno como bares com música ao vivo e espaços de convivência. No estacionamento foi montada uma estrutura que agrega mais três restaurantes. Todo o espaço tem a curatela do chef Alex Atala. A grande quantidade de edifícios na região justifica a exploração do setor gastronômico nesse complexo.

Imagem 07 - Mercado Municipal de Pinheiros Fonte: https://www.mercadomunicipaldepinheiros.com/

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CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

5.5 - MERCADO MUNICIPAL - MERCADÃO Fundado em 1933, seu projeto em concreto armado remete ao período dos barões do café. Seu estilo eclético é muito conhecido por sua abóboda, vitrais e colunas. A arquitetura imponente com pilares de concretos e grandes vitrais que contam passagens da Bíblia foi criada com a finalidade de comercializar tanto no atacado como no varejo produtos alimentícios: frutas, legumes, cereais, carnes e temperos.

Esses benefícios acarretam uma grande dificuldade de mobilidade e também de grande impacto nas questões de segurança, uma vez que expõe os frequentadores a constantes assaltos e abordagens de pedintes e consumidores de entorpecentes.

O projeto é assinado pelo grande mestre engenheiro Felisberto Ranzini, que também projetou a Pinacoteca e o Teatro Municipal. Composto por dois pisos, o térreo concentra o mix do varejo: boutiques de carnes, peixarias, bancas de hortifrúti, mercearias e casas de lanches. Já o mezanino, incluído em 2004, tem a finalidade de dar mais espaço para o mercado e acolher com mais comodidade o setor de gastronomia, contanto com uma vista privilegiada dos vitrais.

Imagem 08 - Mercado Municipal – Mercadão Fonte: http://www.oportaldomercadao.com.br/

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CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

5.6 - MERCADO EATALY Com raízes na Itália, a filial de São Paulo foi fundada em 2015 no bairro do Itaim Bibi. Sua estrutura é composta de aço, concreto e caixilhos de vidro. Projetado em três andares, o piso térreo concentra o comércio de produtos industrializados, bem como uma variada gama de produtos artesanais, tendo no comércio lateral diversos stands que abrigam restaurantes, padarias, confeitarias, queijarias, entre outros. Muitos produtos têm fabricação própria, como espaços de comércio de produtos independentes que complementam o sucesso da franquia. Com foco na diversidade e requinte na apresentação de produtos, os pisos superiores abrigam restaurantes que primam pela excelência de sabores, variedades e diferenciais que visam levar a marca mundo afora.

Imagem 09 – Mercado Eataly Fonte: https://www.eataly.com.br/sobre-eataly/

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CAPÍTULO 5 – CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO

5.7 - MERCADOS INTERNACIONAIS O conceito de Mercado Municipal esta presente em todas as grandes cidades do mundo, na Europa a gourmetização vem ganhando força e destaque. No Mercado da Ribeira em Lisboa Portugal, o grande diferencial é a concentração de vários restaurantes, com chefes renomados, em um mesmo local. O espaço foi projetado de forma a conter uma grande área aberta onde funciona uma praça de alimentação com os restaurantes em seu entorno e os frequentadores contam com uma grande gama de opções gastronômicas.

Imagem 10 – Mercado da Ribeira – Lisboa – Portugal Fonte: https://www.expedia.com.br/Mercado-Da-Ribeira-Hoteis.0l553248634504752831-0.

no Mercado Municipal de RotTerdam, nos Países Baixos, o grande diferencial é hotel localizado no entorno, o que torna a vida nessa metrópole em reconstrução cada vez mais dinâmica, contando com uma arquitetura inovadora. Imagem 11 – Mercado de Rotterdam – Paises Baixos Fonte:https://i.pinimg.com/originals/c7/0f/8c/c70f8c8e8023efc9b b7341b8c2d5d9c4 34


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6 - O PROJETO O projeto parte do desejo de ver renascer o Mercado Municipal de Santo Amaro, recuperando sua estrutura destruída pelo incêndio, modernizar, qualificar e ampliar sua área construída. Requalificá-lo é o lema. Dentre tantas histórias, sonhos, planos e projetos que se escreve em suas paredes, vê-lo novamente em seu auge é nossa força motriz. Sabemos que ao preservar estruturas antigas e restaurá-las, além de um respeito ao patrimônio também garantimos a redução de resíduos, criando uma alternativa sustentável. Devolver ao bairro e à cidade esse prédio de referência histórica, que carrega parte da cultura, hábitos de consumo e relações sociais presentes no empreendimento é o objetivo desse projeto, bem como a manutenção do prédio antigo, revitalizado e reestruturado.

Queremos construir um anexo feito aço, concreto e vidro que buscará unir o velho e o novo, passado e futuro. Uma estrutura que garantirá a oferta de produtos e serviços e terá a força histórica palpável em cada tijolo de suas paredes. Nossa busca consiste nos seguintes itens: a) Construir um mezanino onde serão instalados boxes que acolham tanto os antigos permissionários - que viram seus sonhos, produtos e planos queimados pelas cinzas quanto os novos. Também poderemos incluir uma nova gama de segmentos e grades de produtos; b) Reorganizar seu espaço físico, redesenhando todo o fluxo de abastecimento e recepção, com a criação de espaço destinado à carga e descarga , instalação de câmaras frigoríficas e distribuição ordenada de produtos similares e complementares; 35


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

c) Construir um novo modelo de distribuição de produtos e serviços a fim de garantir uma maior circulação de pessoas; d) Implantar uma estrutura de acolhimento que permita maior qualidade no trânsito de consumidores, profissionais de abastecimento e visitantes, como: estacionamentos cobertos, alargamento de calçadas, espaços de descanso, entre outros; e) Permitir a exploração de novos conceitos, produtos e experiências, levando em conta a estrutura física e a idéia contemporânea do mercado;

impacto direto na malha viária, desestruturando o bairro. Mas sim, uma oportunidade de mostrar novamente Santo Amaro como o grande pólo comercial que é, com toda a força, representatividade e variedade na oferta de produtos e serviços que sempre foram referência na região. Neste projeto buscamos não somente a criação de um ponto de comércio com grande oferta de produtos e serviços, mas também, a integração entre a oferta de produtos e a experiência adquirida no processo, proporcionando acesso, inovação, lazer e pluralidade ao espaço.

f) Valorizar o patrimônio cultural de Santo Amaro, multiplicando sua história, força e representatividade na cidade; g) Garantir que a verticalização imposta à região não seja somente um fator que acarreta grande fluxo de pessoas e empresas, com

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CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.1 – PARAMETROS URBANÍSTICOS (ÁREA DO MERCADO) •Cota Ambiental: PA •Taxa de Permeabilidade mínima - 0,20 Pontuação QA Mínima para lotes com área entre 5.000 e 10.000 m² - 0,55. As informações sobre o Zoneamento são as que seguem: •Zona de Uso: ZM - Zona Mista •Coeficientes de Aproveitamento: o Mínimo 0,3 o Básico - 1,0 o Máximo - 2,0 •Taxa de Ocupação: 0,70 •Gabarito de Altura: 28 m •Recuos: Frente - 5 m; Fundos e Laterais - até 10 m de altura não se aplicam. Acima de 10 m de altura, mínimo de 3 m.

Conexões com transporte público e privado até o Mercado. O perímetro compreendido entre o Arco Jurubatiba é uma ZEMP – Zona de Estruturação Metropolitana Prevista, e já tem projeto de transformação proposto em razão do adensamento local. Com a reestruturação, as quadras do entorno do mercado sofrerão algumas intervenções: fiação subterrânea da rede elétrica, melhoria da drenagem urbana, iluminação, sinalização e semáforos, incluindo melhorias de paisagismo, implantação de mobiliário urbano e comunicação visual. 37


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

Sabendo que se trata de um ponto de conexão do transporte público e que possui grande fluxo de pedestres, teremos a ampliação e o alargamento das Ruas Carlos Gomes, Borba Gato e Isabel Smith. O projeto propõe a instauração do sentido único da Rua Ministro Roberto Cardoso Alves, sentido centro, e o fluxo de mão única no sentido bairro na rua localizada aos fundos (Rua Comendador Elias Zarzur), proporcionando a ampliação da calçada em mais de quatro metros.

garante fácil acessibilidade. A instauração de um espaço para fluxo e convivência torna o bairro mais atrativo e convidativo a todos os públicos. Com o aumento no fluxo de pedestres, vislumbra-se uma maior interação social. O mercado, além de um ponto comercial, torna-se um ponto de encontro e sua faceta multicultural promove a diversidade.

O alargamento da calçada, além de proporcionar a conexão entre o passeio e a entrada do mercado, proporciona ao ambiente um espaço de convivência: faixa livre para passeio, jardins de chuva e bancos para descanso ao longo de todo o percurso. A implantação de piso tátil impermeável, iluminação total e rebaixamento da calçada

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CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.2 - PROGRAMA DE NECESSIDADES 1.Administração: •Sala de manutenção •Sala de reunião •Diretoria •Vestiários Masculinos e Femininos •Área externa: •Docas e recepção de produtos •Depósitos •Câmaras frigoríficas •Estacionamento •Depósito de lixo •Espaço de reciclagem •Caixa de água •Guarita •Portaria •Área de exposição: •Tabacaria •Cozinha experimental •Bares e restaurantes •Praça de alimentação •Sanitário público •Fraldário •Espaço Kids

•Hidrantes •Elevadores •Escadas rolantes •Rampas de acesso 2.Boxes: •Flores •Mercearia •Produtos importados •Perecíveis •Rotisserie •Frios e laticínios •Produtos regionais •Bebidas 3.Sacolão

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CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.3 - REFERÊNCIAS DO PROJETO CINEMATECA BRASILEIRA

SHOPPING PATIO CIANÊ

Largo Senador Raul Cardoso Clementino - São Paulo/SP

207

Vila

Avenida Doutor Afonso Vergueiro 823 – Centro – Sorocaba/SP.

Antigo matadouro que restaurado e tombado.

seu

edifício

Trata-se da antiga tecelagem, Nossa Senhora da Ponte, fundada em 1882. Toda a fachada foi restaurada, buscando manter a história, garantir e fortalecer a região de Sorocaba.

teve

Como característica predominante temos os tijolos aparentes que determinamos para o nosso projeto. Telhado com lanternim e estruturas conjugadas.

Imagem 12 – Cinemateca Brasileira Fonte: http://cinemateca.org.br/

Utilizaremos a mesma técnica de descascamento e preservação da estrutura, manutenção da fachada e contexto histórico.

Imagem 13 – Shopping Patio Cianê Fonte: https://agendasorocaba.com.br/shopping-patio-ciane 40


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.4 - ESTRUTURA Partindo de um prédio antigo com paredes feitas de tijolos revestidos, piso único e vigas e pilares de sustentação para uma cobertura metálica, o mercado possuía estacionamento aberto localizado nas laterais. Ao estudar o laudo da perícia em razão do incêndio, constatamos que os bombeiros identificaram que a parte estrutural de vigas e pilares que sustentavam o telhado estava comprometida.

Analisando todo o material disponível e conversando com cada permissionário nas visitas regulares supervisionadas pelo diretor do Mercado, Sr. Paulo Farani, pudemos elaborar um plano de ação para garantir a perfeita integração entre a estrutura existente, as melhorias necessárias e a construção de um anexo que agregue valor ao espaço, sem esquecer sua história.

As paredes não foram afetadas pelo calor, uma vez que o fogo ficou concentrado no centro do galpão e, como a ação de controle das chamas foi rápida, sua estrutura pôde ser preservada. Motivo esse que nos deixa em euforia, pois podemos garantir que esse acervo histórico de técnicas, materiais e cultura não serão perdidos. Com isso, estabelecemos um grande desafio: manutenção das paredes existentes 41


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

com uma nova leitura. Ao descascar a alvenaria, tornamos visível uma parede de tijolos aparentes que conta a história de como eram realizadas as construções, mantendo o conceito histórico do prédio e sua representatividade na região. Toda essa manutenção de estrutura somente é possível com a utilização de técnicas que permitam que a parede seja descascada sem acarretar um impacto estrutural e com a instalação de película protetora que impeça o desgaste natural.

6.4.1 - ACESSOS Buscando valorizar todos os elementos do bairro e garantir ao projeto a máxima excelência, a fachada principal está voltada para a Rua Ministro Roberto Cardoso Alves, mas os pontos de acesso ao empreendimento compreendem toda a quadra.

Com isso, ele se torna um eixo, um elo, um portal de acesso e travessia, com caminhos exteriores acessíveis não só aos seus frequentadores, mas serve também como refúgio em meio à metrópole. Um novo acesso para a área de carga e descarga será realizado pela Rua Comendador Elias Zarzur, altura do número 364. Atualmente essa passagem está fechada de forma irregular devido à invasão e instalação de um estacionamento. A área será retomada e o acesso, criado. O acesso ativo na Rua Comendador Elias Zarzur, altura do número 262, será mantido para entrada de clientes. A manutenção do acesso pela Rua Padre Jose de Anchieta garante a interligação das três vias, proporcionando conforto, viabilidade e fluxo. 42


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

Como forma de minimizar o impacto no trânsito, as áreas de estacionamentos serão divididas em dois setores separados: um com entrada pela Rua Comendador Elias Zarzur, e o outro com entrada pela Padre Jose de Anchieta, com vagas de estacionamento cobertas. Embora não se interliguem no interior do empreendimento, ambos garantem fluxo e operam sem sobrecarregar as vias de acesso.

6.4.2 - TELHADO O projeto é uma junção do velho e do novo. O reflexo da história através de uma requalificação, a pluralidade do moderno com o respeito aos caminhos que trilhamos. Nosso telhado reflete essa coexistência. Ele compreende duas estruturas: uma criada a partir do prédio antigo e uma nova estrutura anexa. Suas composições serão distintas. O telhado do prédio antigo terá o

estilo colonial, construído com telhas de cerâmica romanas resinadas, buscando trazer toda a característica rústica das obras da época mantendo a elegância e sofisticação. Com o objetivo de manter os elementos arquitetônicos, buscamos meios para garantir a harmonia entre os pilares e a inclinação do telhado que, somados ao pé direito alto, garantem ventilação. Construído em duas quedas, será replicado nos quatro módulos de acordo com os pilares de sustentação. É um projeto que preza pela sustentabilidade, pois entre as quedas haverá calhas para coleta de água da chuva. Será construído em cada módulo um lanternim que, além de proporcionar um bonito aspecto visual, promoverá a ventilação e a troca de ar interna, minimizando a necessidade de estruturas complexas de ar condicionado. 43


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

Em toda a área frontal, o fechamento será realizado em vidro, proporcionando iluminação natural no piso superior e deixará à vista sua bela estrutura de tesouras.

6.4.3 - PISO Com a grande diversidade de produtos e serviços presentes no mercado, buscamos um piso versátil que respeitasse o conceito arquitetônico, garantisse baixo custo de manutenção e tivesse durabilidade comprovada. A técnica do cimento queimado foi a escolhida, dada a sua capacidade de ser harmonizada com diferentes materiais. Ela é ao mesmo tempo rústica e contemporânea. Sua baixa temperatura completa o ambiente proposto, uma vez que contamos com condições sustentáveis para minimizar o uso de aparelhos de ar condicionado.

6.4.4 - ÁREA VERDE Integrar a natureza à arquitetura consiste em nossa força motriz, garantindo que os frequentadores tenham uma experiência completa. Inspirados nos conceitos de calçadas vivas do Arquiteto e Paisagista Benedito Abbud, propomos que todas as vias de acesso de pedestres possam fazer parte de uma experiência sensorial, trazendo vida ao entorno. 44


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

Na fachada da administração, optamos pela construção de um jardim vertical como um toque de requinte e bom gosto. Além de ser elegante, é extremamente funcional, uma vez que promove o isolamento térmico, reduz os ruídos externos e protege a fachada.

6.4.5 - ESTACIONAMENTO Construído de forma apartada, consistirá em duas áreas, sendo um coberto e o outro ao ar livre. Seu piso é constituído de blocos intertravados que permitem a drenagem de água. Ao total, comporta 160 vagas. Postes de iluminação e vagas acessíveis garantem atendimento a todos os públicos. Calçadas funcionais, elevadores e rampas de acesso complementam o empreendimento.

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CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.5 - PROJETO NOVO A localização do terreno esta na cota mais alta da região, o que nos proporcionou uma vista privilegiada de Santo Amaro. Desenhando o novo prédio de forma retangular, com estrutura em aço e concreto e instalamos caixilhos de vidro ao longo da face sul, garantindo assim que seus frequentadores tenham uma visão completa do bairro. Além de gerar iluminação, a vista complementa a finalidade do espaço: no primeiro piso, a implantação do Memorial de Santo Amaro, dando ao frequentador a oportunidade de conhecer o passado e admirar o presente em primeiro plano. No segundo piso, a presença de restaurantes gourmet contribui para uma experiência gastronômica única. Seguindo tendências mundiais, o espaço vem agregar valor, proporcionar uma

maior oferta de produtos e suprir as necessidades desse aumento no volume de pessoas presentes no bairro.

6.5.1 - SITUAÇÃO ATUAL Atualmente o prédio conta com dois pisos em razão do desnível da rua. Com boxes dispostos de forma aleatória com a apresentação de mercadorias mistas, tem 26 permissionários. O abastecimento é realizado durante o fluxo de atendimento e em meio aos clientes. A área destinada ao sacolão é separada do mercado, causando aos seus frequentadores a necessidade de caminhar pela área externa para adentrar ao outro ambiente. A inexistência de rampas de acesso, má disposição das vagas de estacionamento e falta de controle no acesso, impossibilita o fluxo 46


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

ordenado de clientes do mercado e dos demais frequentadores da região. O calçamento não comporta o fluxo de pessoas e veículos no local, o que causou desnível e deterioração.

O projeto apresenta dois volumes: o primeiro consiste na releitura do prédio atual, com as melhorias que unem o velho e novo, propondo modernidade e inovação. Teremos quatro níveis onde serão distribuídos os serviços de mercado, sacolão, restaurantes e estacionamentos. O anexo a ser construído conta com todos os elementos modernos e industriais e se integrara de forma harmônica como um contraponto ao estilo colonial do prédio adjacente. A conexão entre os prédios dar-se-á no piso inferior onde haverá uma praça arborizada e área de descanso e convivência.

6.5.2 - SITUAÇÃO PROPOSTA

Já no piso superior, essa interligação será feita através de rampas que contam com um telhado translúcido, proporcionando iluminação natural. A estrutura promove abrigo que conecta ambos os edifícios, mas não se unem aos prédios, possuindo estrutura independente sustentada por pilares. 47


CAPÍTULO 6 – O PROJETO

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CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.6 - INTERVENÇÃO

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CAPÍTULO 6 – O PROJETO

6.9 - PERSPECTIVA FINAL

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CAPÍTULO 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Quem dera o arquiteto fosse somente o profissional que planeja e organiza a construção de edifícios. O arquiteto é antes de tudo um visionário, um artista, é alguém que vê a transformação antes mesmo de alguém pensar que ela pode ser necessária. Ao longo do curso e na execução deste projeto aprendi que ser multifacetado não é somente uma palavra da moda ou um conceito a ser ostentado. Ser multifacetado é ser plural. É compreender que um mercado não serve somente para "vender produtos" que um prédio não são somente quatro paredes com um telhado. Que cada obra carrega um sonho, representa uma vertente da historia e pode transformar o

local onde esta inserido Que ao se desenhar um projeto se aprende sobre o local, se busca conhecer a historia que nos trouxe até ali, se faz necessário ouvir o outro. Que a obra deixa de ser obra e torna-se arte arquitetônica quando ela consegue mostrar o seu proposito. Quando ela muda o local onde esta inserida. Com o projeto do Mercado Municipal de Santo Amaro, pude ser urbanista. Pude planejar e conduzir, pude ter a sensibilidade em entender o impacto que uma obra neste volume acarreta no entorno. Pude procurar soluções e desenhar o projeto de forma a melhorar o local onde esta inserido. Pude trabalhar com o restauro e preservação do patrimônio. Pude me preocupar 56


CAPÍTULO 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

em diminuir a quantidade de resíduos. continuo.

Pude ver o aprendizado tornar-se

"As cidades tem que ter ícones. Bibliotecas, hospitais, museus. Dentro de 100 anos, as pessoas os verão e dirão: "O que é isso?". E pensarão: "É arte. " Ephraim Owen Goldberg - Frank Owen Gehry - Arquiteto e Urbanista

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CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS

8 - REFERÊNCIAS

ABREU, Regina. CHAGAS, Mário. (orgs.) Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos, Editora DP&A, Rio de Janeiro, 2003. CAMARGO, Haroldo Leitão. Patrimônio Histórico e Cultural, Coleção ABC do Turismo, Editora Aleph, São Paulo, 2002. CARLOS, A. F. A. A Cidade. São Paulo: Contexto, 2005. Enciclopédia Britânica. EncyclopædiaBritannica. 2002. "comércio de especiarias". GARCIA, Elisa Frühauf (2014). Coleção O Brasil Colonial V. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 327 páginas http://www.educacional.com.br/reportagens/dinheiro/brasil.aspAcesso em 27/11/2019 http://www0.rio.rj.gov.br/arquivo/pdf/revista_agcrj_pdf/revista_cidade_familia%20real.p dfAcesso em 27/11/2019. 58


CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS

https://www.intaead.com.br/ebooks1/livros/hist%F3ria/12.Hist%F3ria%20do%20Brasil% 20-%20Boris%20Fausto%20(Col%F4nia).pdfAcesso em 27/11/2019 http://saopaulominhacidade.com.br/historia/ver/8727/A%2BConstrucao%2Bde%2Bum %2BMercado%2BMunicipal%2Bna%2BVila%2Bde%2BSanto%2BAmaroAcesso em 27/11/2019. https://www.estadao.com.br/noticias/geral,santo-amaro-a-cidade-que-virou-bairroindustrial-de-sao-paulo,1603903 –Acesso em 27/11/2019 https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/santo_amaro/noticia s/?p=49588Acesso em 27/11/2019 http://santoamaroonline.com.br/fotos/mercadovelho1935.htmAcesso em 27/11/2019 http://saopaulominhacidade.com.br/historia/ver/8727/A%2BConstrucao%2Bde%2Bum %2BMercado%2BMunicipal%2Bna%2BVila%2Bde%2BSanto%2BAmaroAcesso em 27/11/2019. 59


CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bair ro/bibliotecas_m_z/prefeitoprestesmaia/index.php?p=3867.Acesso em 27/11/2019 https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento/menu/index.php? p=258845Acesso em 27/11/2019. LAPA, José Roberto do Amaral. A Cidade: Os Cantos e os Antos: Campinas 1850-1900, Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996. PINTAUDI, S. M. Os mercados públicos: metamorfoses de um espaço na história urbana. Scripta Nova. V. X, n. 218 PINTAUDI, S. M. Os mercados públicos: metamorfoses de um espaço na história urbana. Scripta Nova. V. X, n. 218 14. p.2006.Disponívelem:http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-218-81.htm VARGAS, H. C. Espaço terciário: o lugar, a arquitetura e a imagem do comércio. São Paulo: SENAC, 2001. 60


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