Centro Cultural M'Boi Mirim - Antônia Adriana F. Feitosa by SENACBAU_2015/2020

ANTÔNIA ADRIANA DA FRANCA FEITOSA

CENTRO CULTURAL M’BOI MIRIM

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

ANTÔNIA ADRIANA DA FRANCA FEITOSA

CENTRO CULTURAL M’BOI MIRIM

SÃO PAULO 2020

ANTÔNIA ADRIANA DA FRANCA FEITOSA

CENTRO CULTURAL M’ BOI MIRIM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, Polo Americana, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Mestre Maurício Miguel Petrosino

SÃO PAULO 2020

ANTÔNIA ADRIANA DA FRANCA FEITOSA

CENTRO CULTURAL M’ BOI MIRIM

BANCA EXAMINADORA Prof. Mestre Maurício Petrosino Orientador Prof. Mestre Carlos Augusto Ferrata Convidado Prof. Mestre Marcelo Luiz Ursini Convidado

SÃO PAULO 2020

AGRADECIMENTOS Aqui se finaliza mais uma jornada na minha vida. Foram cinco anos de muito esforço, dedicação e força de vontade. Pois se cheguei até aqui é mérito de Deus, que me fortaleceu em todos os momentos de tensão em que passei durante o curso, me ajududando a realizar esse sonho. Agradeço também a meu esposo Fábio Xavier, meu filho Victor Manoel, que me apoiaram durante todo o curso. A todos meus colegas que me ajudaram a chegar até aqui, direta ou indiretamente. A meu querido orientador Maurício Petrosino, que me ajudou em todo o processo de desenvolvimento do trabalho, compartilhando todos os seus conhecimentos e acreditar em meu trabalho. Agradeço também a todos do Centro Universitário Senac – Santo Amaro que me auxiliaram e fizeram parte da minha formação de Arquiteta Urbanista.

NOTA O presente trabalho foi realizado em momento delicado, pois estamos passando por uma pandemia mundial, com restrições de circulação. Frente a essa situação tivemos que nos adaptar a uma nova forma de desenvolvimento de preojeto, afetando o resulto final do projeto.

DEDICATÓRIA A minha família, que me apoia em todos os momentos. Aos amigos que me ensinaram e me apoiaram nessa jornada do curso de arquitetura e urbanismo. A meu orientador, Maurício Petrosino.

ABSTRACT Culture is an important tool for social transformation. And it is through it that individuals have the opportunity to expand their knowledge and become more critical citizens and, consequently, more involved in the political and socioeconomic issues of the place where they live. Currently, cultural centers are one of the main instruments responsible for disseminating culture, contributing to the better training of individuals within the society they are inserted in, regardless of their condition or social class. Thus, studies on the importance of cultural centers, together with analyzes and diagnoses about the location of Jardim São Luís, contributed to the development of the proposal for the implantation of the Cultural Center M ‘Boi Mirim, which is on the banks of the Guarapiranga Dam and Avenida Guarapiranga. Because the land is located in the Jardim São Luís district, south of the city of São Paulo and is considered one of the densest and most populated regions of the São Paulo capital, according to data from the 2010 IBGE Census, also presenting social, economic and social needs. large equipment, with a cultural and inclusive character. In view of all the reflections and studies, the Cultural Center M ‘Boi Mirim aims to work on the urban, social and cultural potential that the locality and cultural equipment offer, adding qualitative values to the

region, through a democratic architectural space, which will working through its architecture the diversity of uses, in addition to providing a greater possibility of touring the lot. An internal street was developed to organize the flows, in addition to encouraging walking and experiencing the space, making a reference to SESC Pompeia. The project also explores memory, based on the regatta of craft cultures, offering handicraft workshops and professional courses, in addition to continuing the artistic manifestations already worked on at the Casa de Cultura M ‘Boi Mirim, such as dance and music. The proximity to the Guarapiranga Dam was explored from the insertion in the land, which through its architecture emphasizes the landscape and the visuals with an amphitheater and a lookout facing the dam.

KEYWORDS: Cultural Center, Culture, Inclusion, Urbanity

RESUMO A cultura é uma importante ferramenta de transformação social. E é por meio dela que os indivíduos têm a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e se tornar cidadãos mais críticos e consequentemente, mais envolvidos nas questões políticas e socioeconômicas do lugar onde vivem. Atualmente os centros culturais são um dos principais instrumentos responsáveis por disseminar a cultura, contribuindo para a melhor formação dos indivíduos dentro da sociedade que estão inseridos, independentemente da condição ou classe social. Assim os estudos sobre a importância dos centros culturais, junto com as análises e diagnósticos sobre a localidade do Jardim São Luís, contribuíram para o desenvolvimento da proposta de implantação do Centro Cultural M’ Boi Mirim, que está às margens da Represa Guarapiranga e da Avenida Guarapiranga. Pois o terreno está localizado no distrito do Jardim São Luís, zona sul da cidade de São Paulo e é considerada uma das regiões mais densas e povoadas da capital paulista, segundo os dados do Censo de 2010 do IBGE, apresentando também carências sociais, econômicas e de equipamentos de grande porte, com caráter cultural e inclusivo. Diante de todas as reflexões e estudos o Centro Cultural M’ Boi Mirim tem como objetivo trabalhar as potencialidades urbanas, sociais

eculturais que a localidade e um equipamento cultural oferecem, agregando valores qualitativos para a região, através de um espaço arquitetônico democrático, que irá trabalhar por meio de sua arquitetura a diversidade de usos, além de proporcionar uma maior possibilidade de percurso pelo lote. Pois foi desenvolvida uma rua interna que organiza os fluxos, além de incentivar o caminhar e vivenciar o espaço, fazendo uma referência ao SESC Pompeia. O projeto também explora a memoria, a partir do regate das culturas de oficio, oferecendo as oficinas de artesanato e cursos profissionalizantes, além de dar continuidade às manifestações artísticas já trabalhadas na Casa de Cultura M’ Boi Mirim, como a dança e a música. Já a proximidade com a Represa Guarapiranga foi explorada a partir da inserção no terreno, que por meio de sua arquitetura ressalta a paisagem e as visuais com um anfiteatro e um mirante voltados para a represa.

PALAVRAS CHAVES: Cultura, Centro Cultural, Inclusão e Urbanidade

LISTA DE IMAGENS IMAGEM 1 - DADO SOBRE O JARDIM SÃO LUÍS �� 20 IMAGEM 2 – CENTRO CULTURAL GEORGES POMPIDOU �� 25 IMAGEM 3 – CENTRO CULTURAL JABAQUARA �� 25 IMAGEM 4 – CENTRO CULTURAL SÃO PAULO �� 25 IMAGEM 5 - MAPA DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS DE SÃO PAULO �� 27 IMAGEM 6 – INSERÇÃO URBANA �� 34 IMAGEM 7 - INSERÇÃO URBANA II �� 37 IMAGEM 8 - INSERÇÃO URBANA III �� 38 IMAGEM 9 – ZONEAMENTO DO DISTRITO �� 40 IMAGEM 10 – CONJUNTO DE IMAGENS DE EVENTOS NA CASA DE CULTURA M’BOI MIRIM E GUARAPIRANGA �� 43 IMAGEM 11 – RECORTE DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA PROPOSTA �� 44 IMAGEM 12 – VISTA AÉREA DO TERRENO ESCOLHIDO �� 46 IMAGEM 13 - VISTA 1 �� 47 IMAGEM 14 – VISTA 2 �� 47 IMAGEM 15 - ESTUDO DO USO REAL DO SOLO �� 48 IMAGEM 16 – ESDUDO DOS CHEIOS E VAZIOS �� 50 IMAGEM 17 – ESTUDO DAS ÁREAS VERDES �� 52 IMAGEM 18 –CENTRO CULTURAL SÃO PAULO �� 57 IMAGEM 19 – RUA INTERNA �� 58 IMAGEM 20 – DIVISÓRIAS TRANSPARENTES �� 58 IMAGEM 21 – FOYER E ÁREA DE EXPOSIÇÃO �� 59 IMAGEM 22 - FOYER DA SALA ADONIRAM BARBOSA....................................................................................................... 59 IMAGEM 23 - JOGO DE RAMPAS ................................................................................................................................... 59 IMAGEM 24 - VISTA DA CHEGADA A BIBLIOTECA............................................................................... �� 59 IMAGEM 25 – PLANTA CAIO GRACO.............................................................................................................................. 60 IMAGEM 26 – PLANTA FLÁVIO CARVALHO...................................................................................................................... 60 IMAGEM 27 – SALA JARDEL FILHO. ................................................................................................................................. 60 IMAGEM 28 – SALA PAULO EMÍLIO.................................................................................................................................. 60 IMAGEM 30 – ESTRUTURA DAS RAMPAS �� 61 IMAGEM 31 – UNIÃO DAS ESTRUTURAS............................................................................................................................ 61 IMAGEM 32 – CENTRO CULTURAL GEORGES POMPIDOU �� 63 IMAGEM 33 - DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE USOS. �� 65 IMAGEM 34 – TERRAÇO DAS ESCULTURAS. �� 66 IMAGEM 35 – ESCADAS DE ACESSO �� 66 IMAGEM 36 – GALERIA DE EXPOSIÇÃO........................................................................................................................... 66

IMAGEM 37 – GALERIA DE EXPOSIÇÃO �� 66 IMAGEM 38 – VISTA EXTERNA DA FACHADA �� 67 IMAGEM 39 – VISTA EXTERNA DAS TUBULAÇÕES.............................................................................................................. 67 IMAGEM 40 – SESC POMPEIA......................................................................................................................................... 69 IMAGEM 41 - DIAGRANA DE USOS E ACESSOS. ............................................................................................................... 71 IMAGEM 42 – FOYER DO TEATRO.................................................................................................................................... 73 IMAGEM 43 – PASSARELAS DE ACESSO AO BLOCO ESPORTIVO........................................................................................ 73 IMAGEM 44 - ESPAÇO DE EXPOSIÇÃO............................................................................................................................ 73 IMAGEM 45 – RUA DE INTERNA....................................................................................................................................... 73 IMAGEM 46 – ORGANOGRAMA DO CONCEITO NORTEADOR DO PROJETO. .................................................................... 76 IMAGEM 47 – CROQUI MOSTRANDO O PARTIDO. ........................................................................................................... 78 IMAGEM 48 – ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO. ...................................................................................................................... 82 IMAGEM 49– PLANTA DE SITUAÇÃO E ACESSOS.............................................................................................................. 83 IMAGEM 50 –DIAGRAMA DE ESTUDOS DE INSOLAÇÃO ................................................................................................... 84 IMAGEM 51 – DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO................................................................................................................... 85 IMAGEM 52 – DIAGRAMA DE ESTRUTURAS....................................................................................................................... 87 IMAGEM 53 – VISTA AÉREA. ......................................................................................................................................... 116 IMAGEM 54 – VISTA DA AVENIDA GUARAPIRANGA ...................................................................................................... 116 IMAGEM 55– VISTA DO ACESSO PELA AVENIDA GUARAPIRANGA.................................................................................. 117 IMAGEM 56 – VISTA DA PRAÇA CÍVICA . ...................................................................................................................... 117 IMAGEM 57 – VISTA DO ACESSO AO EDIFÍCIO PELA AVENIDA GUARAPIRANGA.............................................................. 118 IMAGEM 58 – VISTA DO ANFITEATRO PARA O EDIFÍCIO.................................................................................................. 118 IMAGEM 59 – VISTA DA RUA INTERNA, QUE LEVA AO ANFITEATRO.................................................................................. 119 IMAGEM 60 – VISTA DO ANFITEATRO . .......................................................................................................................... 119 IMAGEM 61 – VISTA DO RESTAURANTE/CAFÉ ................................................................................................................ 120 IMAGEM 62 – VISTA DO RESTAURANTE/CAFÉ................................................................................................................. 120 IMAGEM 63 – VISTA DO RESTAURANTE/CAFÉ................................................................................................................. 121 IMAGEM 64 – VISTA DO RESTAURANTE/CAFÉ................................................................................................................. 121 IMAGEM 66 – VISTA DO AUDITÓRIO.............................................................................................................................. 122 IMAGEM 67 – VISTA DO AUDITÓRIO.............................................................................................................................. 122 IMAGEM 68 – VISTA DO AUDITÓRIO.............................................................................................................................. 123 IMAGEM 69 – VISTA DO AUDITÓRIO ............................................................................................................................. 123

SUMÁRIO

1.0. APRESENTAÇÃO

2.0. TEMA

3.0. LEITURA URBANA

1.1 INTRODUÇÃO ��19 1.2. Justificativa ��21 1.3. Objetivos Gerais ��22 1.4. Objetivos Específicos ��22 1.5. Metodologia ��22

2.1. HISTÓRIA E CONCEITO DOS CENTROS CULTURAIS ��24 2.2. Ação Cultural – Disseminação ��29 2.3. Políticas Públicas Culturais – Brasil ��30 2.4. Importância – Cultural, Social E Econômica ��31

3.1.DIAGNÓSTICO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO ��35 3.2. Casa de Cultura M’boi Mirim e Guarapiranga ��42 3.3. Diagnóstico da Área do Projeto ��45 3.4.Uso predominate do solo ��49 3.5. Vazios da área de estudo ��51

3.5. Vegetação existente ��53

4.0.

ESTUDO DE CASOS

5.0. PROPOSTA

4. ESTUDO DE CASO ��56 4.1. Centro Cultural São Paulo ��56 4.1.1. Localização ��56 4.1.2. Implantação: Programa, Acessos e Fluxos ��58 4.1.3. Estrutura e Volumetria ��61 4.2. Centro Georges Pompidou ��62 4.2.1. Localização �� 624.2.2. Implantação: Programa, Acessos e Fluxos ��64 4.2.3. Estrutura e Volumetria ��67 4.3. SESC Pompeia Centro de Lazer e Cultura São Paulo ��68 4.3.1. Implantação: Programa, Acessos e Fluxos ��70 4.3.2. Estrutura e Volumetria ��72

5. PROPOSTA ��76 5.1. Partido Arquitetônico ��77 5.2. Programa de Necessidades ��79 5.3. Estudo Preliminar de Implantação ��82 5.3. Parâmetros urbaníticos alcançados ��82 5.4. Implantação, Acessos e Fluxos ��83 5.6. Estudo de insolação ��84 5.7. Estrutura e materialidade ��86

6.0.

DESENHOS TÉCNICOS

7.0.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1. IMPLANTAÇÃO ��90 6.2. PALANTAS ��92 6.3. CORTES ��104 6.4. ELEVAÇÕES ��112 6.5. IMAGENS EXTERNAS DO PROJETO ��116 6.6. IMAGENS INTERNAS DO PROJETO ��120

7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ��126 7.2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ��126 7.3. Sites ��127

1.0. APRESENTAÇÃO

“Os Centros culturais, sendo espaços criados com a finalidade de se produzir e se pensar a cultura, tornam-se o território privilegiado da ação cultural e da ação informacional na Sociedade da Informação e do Conhecimento.” (RAMOS,2007)

1.1. INTRODUÇÃO Durante muito tempo, houve a construção de espaços destinados à cultura separadamente, como bibliotecas, museus, teatros, entre outros, no entanto, o espaço designado como centro cultural, ou seja, um edifício que reúne todas as atividades, só passou a ser construído durante o século XX, após o pioneirismo francês com a construção do Centro Georges Pompidou, que ganhou muita visibilidade e influenciou diversos países, com a proposta de democratizar a cultura para além das tendências da cultura de massa. Já no Brasil a história dos centros de cultura é recente. Embora já houvesse o interesse nessa tipologia desde a década de 60. Mas os primeiros centros de cultura brasileiros surgiram somente na década de 80, na cidade de São Paulo, financiados pelo Estado, como o Centro Cultural do Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo. Pois no início dos anos 90, não era mais possível construir uma biblioteca pública e um centro de cultura, como espaços distintos, surgindo assim, o espaço multifuncional, lugar que integra o acesso ao conhecimento, ações e discussões. Além de gerar novos conhecimentos e a difusão de novas informações, ou seja, é um instrumento de diferentes fluxos e atores sociais, que contribui para uma melhor fruição, formação e reflexão dos cidadãos dentro da sociedade. Embora a cidade de São Paulo seja um grande polo cultural, com uma enorme

quantidade de equipamentos culturais e manifestações artísticas, conclui-se através de estudos e pesquisas, que esses equipamentos não são suficientes para suprir as necessidades e carências de toda à população, por diversos fatores. Algum desses fatores é o difícil acesso, que envolve questões econômicas e de mobilidade urbana, outro fator importante é a escassez dessa tipologia nas regiões periferias da cidade de São Paulo, pois a grande maioria desses equipamentos se concentra nas regiões centrais, ou em áreas que possuem uma infraestrutura de transporte urbano melhor. Baseado em todas as análises e relevância do espaço Centro Cultural e a carência dessa tipologia nas áreas periféricas, o presente trabalho traz a proposta de um Centro Cultural. Onde a escolha do terreno se desenvolveu através de um processo de análises e estudos, com a ideia de oferecer um espaço de caráter cultural, produtor e disseminador de informação, que possa contribuir para formação do individuo como ser social e intelectual. Sendo assim, o sítio escolhido para implantação do Centro Cultural M’Boi Mirim fica localizado na Zona Sul da cidade de São Paulo em uma região periférica, mais especificamente no distrito do Jardim São Luís, onde o terreno está paralelo a Avenida Guarapiranga e as margens da Represa Guarapiranga.

DADOS SOBRE O JARDIM SÃO LUÍS

ÁREA - 24 KM2

POPULAÇÃO - 261.586 HAB.

RENDA MÉDIA - 2.500,00 REAIS

68 % DA POPULAÇÃO É FORMADA POR JOVENS

O DISTRITO POSSUI 1 CASA DE CULTURA IMAGEM 1- Dados do Jardim São Luís. Produzida pela autora. Fonte: FUNDAÇÃO SEADE. Acesso em 08/2109.

1.2. JUSTIFICATIVA Com base em levantamentos bibliográficos a história da região do Jardim São Luís se inicia com explosão do crescimento industrial de São Paulo nas décadas de 50 e 60, onde começaram a surgir varia vilas na zona sul da cidade para abrigar os operários vindos do interior. Esse processo de ocupação do território ocorreu de forma muito irregular e predatória, resultando na formação de muitas favelas e loteamentos clandestinos existentes até os dias atuais. Ainda hoje a região é caracterizada por ser uma das regiões mais densas e povoadas da capital paulista, segundo dados do Censo de 2010 do IBGE. Embora aos poucos o Jardim São Luís venha passando por diversas transformações urbanas, que valorizam e trazem melhores condições de vida para a população, essa área ainda é uma região muito carente socialmente e economicamente. Outra característica importante do distrito é que cerca de 68% da população é formada por jovens entre 15 a 30 anos, segundo a Fundação SEADE. Evidenciando ainda mais a necessidade de um espaço de caráter cultural para a população. Apesar das carências sociais e econômicas, a comunidade se organizou e desenvolveu um pequeno centro cultural (Casa de Cultura M’Boi Mirim), para atender as necessidades de expressão cultural e educacional da região e esse espaço já existe há mais de 30 anos, e por ser um edifício pequeno e o único da região, ele não comporta

toda a demanda cultural e educacional do distrito e regiões vizinhas. Com isso se percebeu a necessidade de ampliação desse espaço cultural, de suma importância para a população, que irá suprir as necessidades culturais, sociais e econômicas da população do distrito do Jardim São Luís. Além de explorar as potencialidades urbanísticas como meio de transformação que a região oferece. Pois a região está dentro da Macrozona de Estruturação e Qualificação urbana, que é à porção urbanizada do território, mais propicia a abrigar os usos e atividades diversas. Além de está dentro da Macroarea de Estruturação Metropolitana (MEM), que são os territórios estratégicos de transformação, com instrumentos específicos para promover o desenvolvimento e a transformação urbana.

Visto as carências e potencialidades urbanas e sociais de desenvolvimento que a região oferece, e considerando a riquíssima diversidade cultural existente no distrito, foi idealizado um projeto que agregue características qualitativas, através de um espaço arquitetônico democrático destinado às manifestações culturais das mais diversas modalidades, que além de promover a cultura servirá de suporte cultural ao distrito do Jardim São Luís e regiões vizinhas.

1.3. OBJETIVOS GERAIS O objetivo deste trabalho é a implantação de um Centro Cultural, trabalhando os cheios e vazios, através de formas simples com grande expressão arquitetônica, mas que possibilitem a flexibilidade dos espaços de forma a se pensar no caminhar do pedestre, criando ruas internas, que possibilitem uma melhor exploração do espaço, incentivando a viver mais a cultura e a arte de forma dinâmica e social. O trabalho também busca resgatar a memória do lugar e a inclusão social, que é um dos grandes problemas da região. Outro objetivo é desenvolver um ambiente que traga melhor qualidade de vida para a população, criando espaços de convivência, onde se tenha maior apropriação do espaço público.

1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Criar espaços de convivência para atividades culturais multidisciplinares • Proporcionar a região o acesso gratuito de atividades culturais integradas à arte, lazer e educação para todas as faixas etárias • Suprir a carência de infraestrutura cultural da área

•

Promover áreas de exposições internas e

externas • Trazer o resgate da memoria do lugar mantendo as atividades existentes na Casa de Cultura M’ Boi Mirim • Disseminar, promover e valorizar a formação em saberes artístico e saberes culturais, como instrumento de fortalecimento da cidadania •

Trabalhar as visuais: edifício e cidade

1.5. METODOLOGIA A metodologia utilizada durante o desenvolvimento do presente trabalho compreendeu a pesquisas bibliográficas de livro, teses, artigos, , além de materiais disponíveis na internet ao que se refere ao campo da cultura e centros culturais. Foram realizadas também pesquisas etnográficas e estudos de campos e estudos de casos como referências de projeto. Também foi realizado todo o levantamento de dados sociais, econômicos e espaciais do sítio, e os levantamentos da legislação, código e diretrizes vigentes para a região.

2.0. TEMA

2.1. HISTÓRIA E CONCEITO DOS CENTROS CULTURAIS Ao eleger como objeto de estudo um equipamento de caráter cultural, produtor e disseminador de informação na área da cultura e da arte, foi preciso utilizar na pesquisa uma abordagem da informação em sua dimensão social atrelada ao contexto da cultura. Onde uma análise da informação no contexto do centro cultural, exige uma compreensão mais aprofundada do conceito de cultura e de suas peculiaridades no atual contexto da sociedade contemporânea. Mas para compreender a cultura, necessitamos de uma conceituação que torne possível compreender em meio à amplitude e complexidade do termo, uma acepção coerente. Assim, partimos da etimologia do termo, para traçar um panorama de sua evolução histórica até a atualidade e, finalmente, chegarmos à concepção que nos interessa: uma abordagem sociológica da cultura. Diferentes autores apontam o latim como língua-mãe do termo cultura. O pesquisador Alfredo Bosi (1998) encontra a origem da palavra cultura no verbo latino colo, significa eu moro, eu ocupo a terra, e, por extensão, eu trabalho, eu cultivo o campo. Cultus atribuía-se ao campo que já fora arroteado e plantado por gerações sucessivas. Bosi faz uma associação entre culturus e o termo grego paideia, que significa o trabalho feito no ser humano desde a infância. Assim, cultura é algo que

se aprende, se desenvolve e se cultiva, enquanto culto é aquele que acumulou esse conhecimento da cultura ao longo da vida. Marilena Chauí (1995) e Luís Milanesi (1997) apontam a palavra latina colere como origem do termo cultura. Os sentidos são os mesmos atribuídos por Bosi: cultura como cuidado com a natureza e com os deuses, e cultura como cultivo ou educação do espírito das crianças. A respeito desta acepção, Bosi coloca que a cultura é “o conjunto das práticas, das técnicas, dos símbolos e dos valores que se devem transmitir às novas gerações para garantir a reprodução de um estado de coexistência social. A educação é o momento institucionalizado deste processo” (BOSI, 1998, p.22). No entanto os centros culturais como herdeiros naturais dos muitos significados do termo cultura, ganharam visibilidade apenas na segunda metade do século XX. Pois segundo Teixeira Coelho (1997), desde o século XIX, países europeus como a França, passaram a criar e incentivar a implantação de espaços culturais, com a proposta de democratizar a cultura para além das tendências da cultura de massa e tiveram seu exemplo copiado por muitos outros países. Mas ao buscar a origem mais remota dos centros culturais, segundo alguns autores, como Silva (1995) e Milanesi (1997), eles

CENTRO CULTURAL GEORGES POMPIDOU

apontam para um modelo de complexo cultural existente na Antiguidade Clássica, do qual a Biblioteca de Alexandria (ou Museu, como querem alguns autores), seria o mais conhecido. Sendo assim, os centros culturais contemporâneos significariam, seria uma retomada deste antigo modelo. Outra referência pioneira como já mencionada é a França, com a construção do Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou, que foi inaugurado em 1977e serviu de modelo para o todo o mundo. Cardoso & Nogueira (1994), também concordam que o impulso à criação de inúmeros centros de cultura foi proporcionado não somente pela explosão informacional da contemporaneidade, mas também pelo entendimento de que a cultura é feita no cotidiano da existência dos homens. No Brasil, a história dos centros culturais é recente. Não se falava no assunto até que os países europeus começaram a construir estes espaços. Embora já houvesse o interesse nessa tipologia desde a década de 60, mas os primeiros centros de cultura brasileiros surgiram somente na década de 80, na cidade de São Paulo, financiados pelo Estado, como: Centro Cultural do Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo. E a partir daí, se proliferaram pelas cidades do Brasil. Já no início dos anos 90, não é mais possível construir uma biblioteca pública e um centro cultural, como entidades

IMAGEM 2- Centro Pompidou. Fonte: https://laparola.com.br/centrocultural-georges-pompidou. Acesso em 09/2109.

CENTRO CULTURAL JABAQUARA

IMAGEM 3-Centro Cultural Jabaquara. Fonte: https://www.archdaily. com.br/centro-cultural-jabaquara-shieh-arquitetos-associados. Acesso em 09/2109.

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

IMAGEM 4- Centro Cultural CCSP. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ classicos-da-arquitetura-centro-cultural-sao-paulo. Acesso em 09/2109.

distintas, pois a primeira deixou de ser apenas uma coleção de livros e a segunda só pode existir se as informações estiverem disponíveis. Portanto a solução é o do espaço multifuncional, que integra o acesso ao conhecimento às ações de discussão, com a criação de novos conhecimentos e difusão de novas informações. Ao longo dos anos esses espaços multifuncionais, também são conhecidos como equipamentos culturais, onde segundo Coelho (1997, p.164) o termo equipamento cultural se refere as “edificações destinadas as práticas culturais”, servindo para designar organizações culturais das mais diversas tipologias como teatros, cinemas, bibliotecas, arquivos, galerias, espaços polivalentes, salas de concerto, museus, dentre outros. Assim equipamento cultural serve de sinônimo para termos como, casa de cultura, espaço cultural, complexo cultural, conjunto cultural, centro de cultura ou ponto de cultura. Conclui-se então que o equipamento cultural é um instrumento de diferentes fluxos e atores sociais, que contribui para uma melhor fruição, difusão, circulação, formação, reflexão dos cidadãos dentro da sociedade. Já os centros culturais são naturalmente os herdeiros da imensa variação dos conceitos de cultura e de ação cultural. Podendo desenvolver uma noção socioeducativa e assim privilegiar todas as manifestações culturais da sociedade. Mas podem ser também segregadores, pois quando se imaginam como único representante da “alta cultura”, apenas as classes com maior poder

aquisitivo, excluindo dimensões importantes da cultura contemporânea, atividades menores como o lazer, o turismo, o esporte e a atividade física em geral. No entanto segundo a autora Ana Cristina Carvalho (2012), a crise dos centros urbanos como agregação histórica da sociedade nos tempos atuais, tem esquecido os equipamentos culturais e seu poder de transformação social. E São Paulo sendo um importante centro urbano e uma das cidades mais populosa do mundo, também tem esquecido o papel fundamental desses espaços culturais. Apesar de ser uma cidade cada vez mais dinâmica, tanto no sentido econômico, como cultural e de ser considerada a capital cultural no Brasil, devido a sua multiplicidade cultural que foi se multiplicando ao longo dos anos, desde a chegada da corte portuguesa. Mas infelizmente esse dinamismo cultural e a quantidade de equipamentos culturais, não é suficiente para suprir a demanda da sociedade, principalmente quando se refere a equipamentos de grande porte, como é o caso dos centros culturais, que em sua grande maioria se concentram em regiões centrais. Assim comprova o levantamento realizado pela SPTuris por meio do Observatório de Turismo e Eventos, sobre a quantidade de espaços culturais disponíveis na cidade de São Paulo, a pesquisa também conclui que a as zonas norte, leste e sul são atualmente as que menos abrigam esses espaços culturais, chegando no total de 54 unidades. O levantamento revela que essas áreas têm condições de receber

MAPA DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS DE SÃO PAULO

mais dessa tipologia. Já as zonas oeste e centro são as que mais concentram esse tipo de equipamento, chegando ao número de 61 unidades. Apesar de ser áreas com pouca densidade habitacional, ou áreas que concentram a população com maior poder aquisitivo.

IMAGEM 5 - Equipamentos Culturais. Produzida pela autora. Fonte: FUNDAÇÃO SEADE e Geosampa, acesso em 08/2109.

“Uma intervenção que é ao mesmo tempo técnica, política, social e econômica, promovida pelos poder público ou privado, que concebe programas, projetos e atividades relativos a: aprendizado de técnicas artesanais, artísticos e científicos; difusão de obras simbólicas; formação de grupos sociais, em defesa de direitos civis ou de cidadania; educação popular de tratamento informal; aprendizado de habilidades corporais e desportivas; turismo social; conservação e popularização do patrimônio; criação ou formação de centros de informação; treinamento de animadores semiprofissionais. “ (CUNHA, 2010, p. 75).

2.3. AÇÃO CULTURAL – DISSEMINAÇÃO Teixeira Coelho (1997) descreve o momento histórico que deu origem aos centros culturais, utilizando o conceito de “ação cultural”. Segundo o autor, no século XIX foram criados os primeiros centros de cultura ingleses, os chamados de centros de arte, estes espaços já assumiam a prática da ação sociocultural que foi privilegiada pelas políticas culturais dos países socialistas europeus no século XX. O autor identifica três momentos da “ação cultural” no século XX: o primeiro, ao qual dá o nome de patrimonialista, tinha o objetivo de preservar o patrimônio cultural e focaliza a obra de arte, não o usuário. É este tipo de ação cultural que funda a instituição museológica, dando ênfase ao tratamento e transmissão de linguagens formais estéticas. O segundo momento acontece a partir da Segunda Guerra Mundial e abre espaço para uma abordagem social da arte, deslocando o foco da obra de arte para o usuário, compreendido em seu grupo social. Portanto esse novo momento dá inicio a uma tendência que orienta a ação-cultural que reforça os laços comunitários. O terceiro momento identificado pelo autor se inicia no final da década de 60, quando as ações culturais passam a se preocupar cada vez mais com o indivíduo e a criar instrumento para dar suporte aos projetos individuais.

ao desenvolvimento da cidadania na perspectiva do desenvolvimento humano. Onde o autor deixa claro que a ação cultural significa uma forma de atividades sociopolíticas, realizadas a partir de projetos organizados pela sociedade civil. E é esse conjunto de ações, hoje denominado de política cultural ou ação cultural, que tem o poder de resgatar ou reafirmar a identidade de uma sociedade, levando a cultura em forma de projetos para as classes menos privilegiada.

Cunha (2010) discorre sobre os pressupostos socioculturais que privilegiam uma ação voltada

2.2. Políticas Públicas Culturais – Brasil Alguns pontos importantes colocados por Cunha (2010) traçam um perfil histórico das ações políticas brasileiras referentes à cultura, como o ano de 1953, na segunda era Vargas, que é marcado pela criação do Ministério de Educação e Cultura (MEC), que antes era vinculado a área de saúde. Já durante o período da ditadura militar, houve um retrocesso cultura das ações culturais. Já em 1975 com a atuação estatal no setor da cultura nacional, resultou na criação da Política Nacional de Cultura, que era um programa político que incluía a cultura no plano de desenvolvimento do governo. Outra data importante é a criação do Ministério da Cultura (MinC), em 1985. Separando o ministério da educação e da cultura, mais ainda hoje a sigla MEC continua, porém ela se refere apenas ao Ministério da Educação. Outro ponto importante para as ações culturais que merece destaque é a formulação do Plano Nacional de Cultura (PNC), que é um conjunto de princípios, diretrizes, ações e metas que orientam o poder público na formulação de políticas culturais. O Plano foi criado em 2010 e seu objetivo é orientar o desenvolvimento de programas, projetos e ações culturais que garantam a valorização, o reconhecimento, a promoção e a preservação da diversidade cultural existente no Brasil. O PNC tem uma duração de 10 anos, assegurando assim a continuidade do programa,

mesmo com a mudança de governos. Ele possui três eixos norteadores que se complementam: a cultura como expressão simbólica; a cultura como direito de cidadania; a cultura como potencial para o desenvolvimento econômico.

“Não haverá como sustentar instituição cultural

com a função que se espera dela. O centro cultural não é apenas a memória social de uma cidade, mas sua própria consciência, uma vez que pensa o coletivo e busca entre muitos caminhos o seu próprio, por meio da análise, da crítica e da invenção. A reflexão e a organização são palavras-chave num centro cultural, objetivos fundamentais de suas ações. E no instante em que ficar claro ao cidadão que o acesso ao conhecimento é fundamental para sua própria existência como para a vida coletiva, isso passará a ser reivindicado como um benefício essencial.” (MILANESI, 1997, p.211-212)

2.3. Importância – Cultural, Social e Econômica Segundo estudos urbanos da ENANPUR, o centro cultural como equipamento cultural é um ponto de encontro entre artistas e gestores, público e obra e finalmente, é um espaço de fluxo continuo. E é este intercruzamento de diferentes fluxos e atores sociais que ressalta a importância e a transversalidade das ações desses espaços. Pois ao abrigarem e promoverem ações culturais das mais variadas, os eles exercem um importante papel artístico-cultural. Já na perspectiva do público, oferecem oportunidades de fruição, aprendizado de práticas artísticas e em alguns casos, espaço para expressões identitárias, mobilizando sensibilidades e promovendo experiências relacionadas à dimensão simbólica e estética. Outra perspectiva dos agentes culturais é que eles possibilitam o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de fazeres e saberes artísticos, patrimoniais, gerenciais e técnicos próprios da produção cultural, constituindo-se, em muitos casos um desenvolvendo um laboratório de criação e reflexão na esfera desses fazeres artístico.

culturais. Além disso, são ambientes com grande potencial de interface com práticas e conteúdos educacionais, o que lhes confere possibilidade de influência na construção de valores e nos padrões de sociabilidade. Em relação a sua importância econômica, os equipamentos exercem papel central para a cadeia produtiva da cultura, uma vez que promovem atividades de criação, fruição, formação, reflexão, dentre outras. Além de mobilizar uma densa rede de profissionais e serviços, ativando relações econômicas das mais diversas dentro do campo cultural. Além de ser um importante elo entre a cadeia produtiva da cultura e outros segmentos econômicos, como por exemplo, o turismo, uma vez que pode contribuir para despertar o interesse dos visitantes pelo destino e ainda qualificar sua experiência.

No que se referem ao seu papel social, os centros culturais apontam as práticas culturais de maneira permanente na paisagem da cidade, incluindo-as, potencialmente, ao conjunto de práticas cotidianas dos cidadãos. Além de constituírem importantes espaços de sociabilidade, com potencial de qualificarem o “estar junto” por meio da fruição e das práticas artístico-

3.0. LEITURA URBANA

IMAGEM 6 - Inserção Urbana. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2109.

3.1. DIAGNÓSTICO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

LOCALIZAÇÃO DO DISTRITRO DENTRO DE SÃO PAULO

A área de estudo escolhida fica localizada no distrito do Jardim São Luís, na Zona Sul do município de São Paulo e pertence administrativamente a subprefeitura do M’Boi Mirim e faz divisa com os distritos de Santo Amaro, Socorro, Cidade Dutra, Jardim Ângela, Capão Redondo e Campo Limpo e possui 65 bairros bastante heterogêneos, segundo os dados consultados na prefeitura de São Paulo. Além de possuir importantes avenidas, como a Avenida Guarapiranga, Avenida Guido Caloi, Avenida Luiz Gushiken, Avenida João Dias e Estrado do M’ Boi Mirim. Essas avenidas são os principais eixos de acesso ao distrito. Existem também grandes pontos importantes dentro o distrito, que servem de pontos referências como o Centro Empresarial de São Paulo (Cenesp), o Cemitério São Luís, o Parque do Guarapiranga e Represa Guarapiranga (bacia de grande importância para a região e São Paulo). O distrito teve sua origem em dezembro de 1937, com ocupações de sítios e fazendas. Mas avanço da urbanização e o auge do processo industrial de São Paulo nas décadas de 50 e 60 ocasionaram o crescimento de várias vilas na zona sul e consequentemente o distrito foi uma área que sofreu com esse adensamento predatório e desordenado,

surgindo uma grande quantidade de favelas e loteamentos clandestinos, vistos até hoje na região e caracterizando a região como uma das áreas mais carentes da cidade, tanto socialmente como de equipamento urbanos. E segundo dados da Prefeitura essas ocupações irregulares ou clandestinas chegam a aproximadamente 109 favelas na região, ocupando mananciais ou área de risco. O Jardim são Luís ocupa uma área de 24 km² e é considerado o 6° distrito mais denso e povoado da capital paulista. Segundo dados do IBGE de 2010, o bairro possui 261.586 habitantes com a taxa de crescimento de 1,79% ao ano e com a densidade demográfica de 96,83 hab/ha. E ocupa a posição de número 75 no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), entre os 96 distritos da cidade. Outro dado importante segundo a Fundação SEADE é que 68% da população é formada por jovens, como faixa etária entre 15 e 30 anos. Todos esses dados nos caracteriza o distrito como uma região periférica com grandes problemas sociais e espaciais, apesar de ser considerada pelos órgãos gestores uma periferia consolidada, devido aos seus parâmetros socioeconômicos.

LOCALIZAÇÃO DO DISTRITRO DENTRO DE SÃO PAULO

IMAGEM 7 - Inserção Urbana II. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2109.

IMAGEM 8- Inserção Urbana III. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2109.

LOCALIZAÇÃO DO DISTRITRO DENTRO DE SÃO PAULO

Já a analise dos equipamentos e serviços da região, com base na Prefeitura e no Geosampa, detectou que o distrito possui um número grande de escolas publicas e privadas, no entanto, quando se trata de equipamentos de cultura como centros culturais ou casa de cultura, existe uma carência desse tipo de espaços no distrito, apesar da região ter a maioria de sua população formada por jovens, e segundos pesquisas bibliográficas, esse tipo de espaço é essencial para ajudar na formação e afirmação da sociedade. No distrito identificamos apenas quatro equipamentos culturais, sendo que três são escolas, usadas como suporte cultural e uma casa de cultura, a Casa de Cultura do M’ Boi Mirim, que oferece todo o suporte cultural e de lazer ao distrito e regiões vizinhas. Em relação aos equipamentos de transporte o distrito possui três terminais de ônibus (Terminal Guarapiranga, Terminal João Dias e Terminal Guido Caloi) e uma linha de metrô (linha lilás) que serve o distrito. No entanto a região sofre muito com os autos índices de congestionamento, que são consequência do elevado número da populacional e da localização da região, que é uma zona periférica muito longe dos grandes centros comerciais (grandes geradores de empregos).

IMAGEM 9 - Zoneamento do Distrito. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 03/2020.

Segunda a Legislação Urbana de São Paulo e as normas de uso e a ocupação do solo a região do Jardim São Luís está inserida na Macrozona Estruturação e Qualificação urbana, que é corresponde à porção urbanizada do território, mais propicia a abrigar os usos e atividades diversas. Além de ser caracterizada como Macroarea de Estruturação Metropolitana (MEM), que são os territórios estratégicos de transformação, com instrumentos específicos para promover o desenvolvimento e a transformação urbana.

LOCALIZAÇÃO DO DISTRITRO DENTRO DE SÃO PAULO

O distrito também é caracterizado segundo o zoneamento vigente da nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS), pois como podemos perceber a maior parte solo é destinada as ZEIS e ZM, já as áreas nas proximidades das grandes avenidas são destinadas as zonas de transformação como a ZEU.

3.2. CASA DE CULTURA M’BOI MIRIM E GUARAPIRANGA A Casa de Cultura M’Boi Mirim foi fundada em março de 1984, por uma rede de entidades e movimentos sociais. Transformandose no primeiro polo cultural do Jardim São Luís e era mantida e administrada pela comunidade. Em 1992, vinculou-se a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), fazendo parte do Projeto Casas de Cultura do Município de São Paulo. Atualmente a Casa possui uma programação diversificada seguindo uma linha sociocultural e educativa, desenvolvendo várias atividades como: cursos, oficinas, workshops, palestras, espetáculos teatrais e musicais para toda a população. A Casa de Cultura de M’ Boi Mirim está localizada na Avenida Inácio Dias, próximo da Estrada do M’Boi Mirim, em uma área mais conhecida com Piraporinha, devido a Igreja Bom Jesus da Piraporinha, uma das primeiras áreas a ser ocupada do distrito. O lugar que está inserido a Casa de Cultura é uma das centralidades do distrito com comércios, serviços e bancos. Um dos problemas do lugar é a falta de espaço para realizar seus eventos e atividades, pois como o imóvel era uma residência que foi sendo adaptado pela comunidade, ele é muito pequeno para suprir a demanda do distrito, pois como já foi relatado é uma das periferias mais densas da

cidade de São Paulo. Sendo assim, sempre que tem um evento maior é fechada a avenida principal Inácio Dias ou a Avenida Luís Gushiken, causando problemas de congestionamento na região. Além de o espaço ser um ponto importante de lazer para a região, ele também oferece um suporte profissional e artístico para a população, principalmente para os jovens, que são as maiores vitimas das periferias brasileiras e encontram na cultura uma saída para a construção de novas trajetórias e identidades num contexto de enorme segregação socioespacial.

“A chamada cultura periférica ou arte de periferia é composta de um conjunto de ações, tais como saraus com poetas e escritores moradores desses bairros, produções de audiovisual, músicas, grafites, danças, cortejos e batucadas, que apontam para outro imaginário simbólico desses locais. Em São Paulo, por exemplo, há mais de uma década, diferentes ações culturais que acontecem nas periferias têm-se caracterizado por um novo movimento político na cidade, tamanha a força dessas produções culturais, protagonizadas, sobretudo, por jovens. Trata-se de produções que acontecem, na maioria das vezes, em espaços públicos: praças, ruas, centros culturais, bares etc. Não é uma arte que “tira o jovem da rua”, mas que o coloca na rua, no centro da disputa pelo espaço público”. Renato Souza de Almeida - Cultura de periferia em movimento

EVENTOS NA CASA DE CULTURA M’BOI MIRIM GUARAPIRANGA

IMAGEM 10 - Conjunto de imagens de eventos na Casa de Cultura M’Boi Mirim e Guarapiranga. Fonte: Acervo da Casa de Cultura M’Boi Mirim. Acesso em 01/2020.

IMAGEM 11 - Recorte da área de Implantação da proposta. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2019.

RECORTE DA ÁREA IMPLANTAÇÃO DA PROPOSTA

3.3.DIAGNÓSTICO DA ÁREA DO PROJETO Com base em todos os estudos e relevância do espaço Centro Cultural e a carência dessa tipologia nas áreas periféricas, o presente trabalho traz a proposta de um Centro Cultural. Onde a escolha do terreno se desenvolveu através de um processo de estudos sobre a região, para entender quais os problemas e potencialidades que o distrito possui.

Represa Guarapiranga Parque Guarapiranga

A reflexão e compilação de dados, foram condicionantes para desenvolver um ambiente com caráter cultural, produtor e disseminador de informação, que possa contribuir para formação do individuo como ser social e intelectual, dentro da sociedade. Sendo assim, o sítio escolhido para a implantação do Centro Cultural M’Boi Mirim, fica localizado na periferia do distrito do Jardim São Luís na Zona Sul da cidade de São Paulo, paralelo a Avenida Guarapiranga e as margens da Represa Guarapiranga. Um dos pontos positivos para a escolha foi a proximidade com os dois terminais de ônibus e metrô (Terminal Guarapiranga e Terminal Guido Caloi), além da proximidade com a Represa Guarapiranga e o Parque Guarapiranga. O lote que ira abrigar o Centro Cultural M’Boi Mirim era um espaço subutilizado, aspecto não tão comum na região, já que é um área muito densa. O lote também é caracteriza por ser uma ZPI-1(Zonas Predominantemente Industriais), que são áreas destinadas ao uso não residencial diversificado e tem o objetivo de qualificar e estruturar as regiões.

IMAGEM 12- Vista aĂŠrea do terreno escolhido. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2019.

VISTA 1 - FRENTE DO TERRENO OLHANDO O ENTORNO

IMAGEM 13 -Vista 1. Acervo pessoal. Acesso em 09/2019.

VISTA 2- FRENTE DO TERRENO

O terreno possui uma área de 33.330 M2 e uma declividade natural de 23 metrôs, margeado por lotes grandes (a região antes era ocupada por indústrias de grande porte) e uma mata nativa (característica marcante dessa área do distrito), devido a sua proximidade com a represa e o parque. A mata nativa existente as margens do lote, também é vista dentro do mesmo, despertando ainda mais o interesse pelo lugar, pois essa massa de vegetação é algo raro de se ver em periferias e no meio urbano, devido a grande disputa pelo espaço físico e a necessidade do mercado imobiliário, ocupar as cidades sem pensar no pedestre ou mesmo no ambiente que está sendo criado. A próximo do lote escolhido com o limite entre distritos, Jardim São Luís e Socorro é marcado por um Canal e nos faz perceber a mudança da malha urbana, que apesar de ainda ser uma malha densa com alguns lotes subutilizados, já existe uma organização na forma de ocupação do tecido urbano. Já nas imagens do entorno do terreno, podemos perceber que é um espaço sem fluxo de pedestres, apesar da proximidade com os terminais e de ser uma área residencial próxima de um shopping (Shopping Boa Vista). Assim a implantação de um espaço de carater cultural multidiciplinar, tem o bjetivo de incentivar o pedestre o pedestre se apropriar do espaço .

IMAGEM 14 - Vista 2. Acervo pessoal. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 15 - Estudo do uso real do solo. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2019.

ESTUDO DO USO REAL DO SOLO

3.4.USO DO SOLO PREDOMINANTE Analisando o diagrama, é possível perceber que essa parte do território tem o uso diversificado (ponto positivo), composto de residências, comércios, serviços, indústrias, praças e parque. Mas também podemos perceber que nessa área há lotes com um tamanho significativo e sem um uso, ou sendo subutilizados (característica que gera insegurança para a área, além de causa outros problemas). Essa subutilização de lotes está localizada, principalmente no entroncamento das grandes vias do distrito, que é parte cinza no diagrama. Diagnosticar esses problemas e potencialidades na área é essencial para aplicação correta de recursos dentro de um projeto arquitetônico, que tem o objetivo de qualificar e desenvolver um espaço urbano funcional e democrático, onde se possam oferecer meios para á apropriação do espaço.

IMAGEM 16 - Esdudo dos cheios e vazios. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2019.

ESTUDO DOS CHEIOS E VAZIOS

3.5.VAZIOS URBANOS DA ÁREA Histo ri cam en te o di stri to do Jardi m S ão Luís f o i sen do o cu pado de f o rm a d esord enada e predató ri a e i sso se ref l ete na mane i ra co m o o teci do u rban o se enc ont ra, pri n ci pal m en te n essa área qu e ant es era predo m i n an tem en te i n du stri al . É uma mal h a u rban a desco n tí n u a e co m grand es vazi o s u rban o s, pri n ci pal m en te na part e qu e perten ce ao di stri to do J ard im São L u í s, qu e é vi si vel m en te marc ad a pel a barrei ra f í si ca do can al Histó ri cam en te o s espaço s vazi o s no t ec id o u rban o , n ão tem qu al i f i cado as áreas onde el es exi stem , po i s sem pre são lugares la rgado , sem u so , i sso qu an do não são estaci o n am en to qu e cau sam maior esco n f o rto para regi ão . Em u i to s urbanist as den f en de a n ecessi dade de que o Teci do u rban o preci sa de espaço s qualific ado s, f l u i do s e qu e ten h am po der d e t ransfo rm ar a regi ão de- aco rdo c om a n ecessi dade da po pu l ação .

IMAGEM 17 - Estudo das รกreas verdes. Produzida pela autora. Fonte: Google Earth e Geosampa. Acesso em 09/2019.

ESTUDO DAS ÁREAS VERDES

3.6.VEGETAÇÃO EXISTENTE A Zo n a Su l de São Pau l o ai n da é u m a d as pouc a áreas da capi tal qu e po ssu em uma grande qu an ti dade de áreas verdes. E c omo podem o s perceber a área esco l h i da para impla n tar o pro jeto do C en tro C u l tu ral M ’ Boi M iri m po ssu i u m a m assa arbó rea bastante significativa, que conta como ponto posit ivo no pro cesso de desen vo l vi m en to do proj et o, pri n ci pal m en te qu an do se f al a de espaç os q u al i f i cado s e su sten távei s, po i s uma d as p rem i ssas do pro jeto f o i preservar a maior qu an ti dade po ssí vel da vegetação ex ist ent e, desen vo l ven do u m espaço s que se adapte as co n di ci o n an tes do l o te.

4.0. ESTUDO DE CASOS

4.1. ESTUDO DE CASO Foram utilizados como estudo de casos três importantes projetos arquitetônicos que serão usados como referencias de projeto, desde do partido arquitetônico, como também a estrutura. A escolha dos projetos partiu do princípio de serem centros de cultura que estão muito relacionados com a história do lugar e com a democratização da cultura.

4.2. CENTRO CULTURAL SÃO PAULO O Centro Cultural São Paulo é uma instituição pública subordinada à Secretaria Municipal de Cultura do município de São Paulo. Hoje ele é considerado um dos principais espaços de cultura da cidade e uma das primeiras instituições da cidade a ser considerado “centro cultural” na acepção plena da palavra, em uma área de 46.500 M2. O Centro Cultural São Paulo (CCSP) é um espaço público de cultura e convívio, que foi projetado pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles. O espaço foi inaugurado em 1982, e surgiu a partir de um concurso para abrigar o projeto de extensão da Biblioteca Mário de Andrade. Os quatro andares são ocupados por um conjunto de bibliotecas com acervo multidisciplinar, atividades teatrais, de dança, música, literatura, artes

visuais, cinema e uma coleção de artes. O CCSP trabalha o conceito de continuação da cidade, trabalhando a urbanidade e a diversidade de usos, através de um partido longitudinal que se Integra à paisagem urbana, além de ser um espaço flexível que usa muita as transparências e os vazios. Muitos artificios arquitetônico usados no CCSP, como as transparências, as ruas internas, entre outros aspectos, acabaram influenciando de direta as diretrizar e a forma de pensar os espaços do Centro Cultural M’Boi Mirim, pois ambos, possuem o partido longilíneo, usando muito das transparências.

4.2.1. LOCALIZAÇÃO Localizado entre a Rua Vergueiro e a Avenida 23 de Maio, o Centro Cultural São Paulo integra-se à paisagem de São Paulo. A acessibilidade do terreno é notável, conectando-se à Estação Vergueiro da Linha Azul do metrô (localizado próximo a fachada norte do edifício) e estando próximo à Av. Paulista, hoje considerado como um dos mais importantes centro cultural e econômico do país, e com alto fluxo de pedestres de todas as classes sociais.

IMAGEM 18- Centro Cultural SÃ£o Paulo. Fonte: www. spbairro.com.br. Acesso em 09/2019.

4.2.2. IMPLANTAÇÃO: PROGRAMA, ACESSOS E FLUXOS Desde a rua, o edifício possui uma boa permeabilidade, com quatro entradas de pedestres através da Rua Vergueiro. O lote público, com cerca de 300 metros de comprimento, 70 de largura e 10 de desnível. A ideia inicial da prefeitura era a construção de torres comerciais, hotéis, shopping e uma biblioteca, a qual foi abandonada para implantação de uma enorme biblioteca, que logo se transformou em um importante centro cultural, servindo de referência para todo o país. Com o partido longilíneo o CCSP é percorrido por uma rua interna, que distribui todos os fluxos e as circulações. Todas as divisórias transversais são transparentes, proporcionando uma visão total e integração entre todos os programas e o jardim interno. Na rua interna há escadas que conduzem as plateias dos teatros, cinema e auditório que estão localizados no pavimento inferior, as rampas de acesso descem levando até a biblioteca e a discoteca (em forma de Y) e no sentido oposto para a Pinacoteca Municipal (em forma de X); caminhando-se pela rua interna no sentido da estação Vergueiro do metrô, chega-se ao foyer dos teatros, espaço que também é utilizado parase exposições e espetáculos, e na outra extremidade da rua estão localizados os ateliers de artes plásticas.

IMAGEM 19- Rua interna. Fonte: https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 20 - Divisórias transparentes. Fonte: https://www.archdaily. com.br.Acesso em 09/2019.

IMAGEM 21- Foyer e área de exposição. Fonte: https://www.archdaily. com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 22 - Foyer da Sla Adoniram Barbosa. Fonte: https://www. archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 23 - Jogo de rampas. Fonte: https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 24 - Vista da chegada a Biblioteca. Fonte: https://www. archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 25- Planta Caio Graco. Modificada pela autora. Fonte: https:// www.archdaily.com.br.Acesso em 09/2019.

Acesso

Circulação vertical Conjunto de rampas

IMAGEM 27- Sala Jardel Filho. Modificada pela autora. Fonte: https:// www.archdaily.com.br.Acesso em 09/2019.

IMAGEM 26- Planta Flávio Carvalho. Modificada pela autora. Fonte: https://www.archdaily.com.br.Acesso em 09/2019.

IMAGEM 28- Sala Paulo Emílio. Modificada pela autora. Fonte: https:// www.archdaily.com.br.Acesso em 09/2019.

Acesso

Circulação vertical

4.2.3. ESTRUTURA E VOLUMETRIA A estrutura mista de concreto e aço, é protagonista no espaço. Os pilares metálicos pintados em azul, abrem-se ao encontrar as vigas, remetendo aos troncos de árvores. As vigas em concreto aumentam a seção ao atingir os pilares e diminuem nos meios dos vãos, conferindo dinamicidade à estrutura, muito comparada ao madeiramento de um barco. Mas outro lado a estrutura tem uma modulaçaõ a modulação rígida, que vai mudando o se sentido de acordo com a necessidade dos espaços, e assim vai se conformando em uma diversidade de espaços e eixos visuais.

IMAGEM 29 - Estrutura das rampas. Fonte: https://www.archdaily.com. br. Acesso em 09/2019.

Já a cobertura principal é toda de panos translúcidos, que permitem a entrada de luz zenital, proporcionando iluminação natural abundante em todo o edifício.

IMAGEM 30 - União das estruturas. Fonte: https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

4.3.1 CENTRO GEORGES POMPIDOU O Centro Cultural Georges Pompidou (Centre national d’art et de culture GeorgesPompidou) é um complexo cultural fundado em 1977 na praça Beaubourg, no coração da cidade de Paris. Foi desenvolvido pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers. O Centro Pompidou reúne em um só lugar um dos maiores museus do mundo, com a primeira coleção de arte moderna e contemporânea da Europa, uma grande biblioteca pública com mais de 2000 postos de trabalho, uma documentação completa sobre a arte do século XX, salas de cinema e shows, um instituto de pesquisa musical, áreas de atividades educativas, livrarias, um restaurante e um café. Um dos símbolos da Paris contemporânea, o Centro Pompidou é um dos principais exemplos da arquitetura high-tech, uma tendência dos anos 70 e que continua a ser explorada até hoje. O projeto assim como o Centro Cultural São Paulo, também é fruto de um concurso, onde uma das intenções era revitalizar a área.

4.3.2. LOCALIZAÇÃO Localizado em Les Halles (bairro medieval adensado), na cidade de Paris, está em uma área economicamente e socialmente oprimida, o projeto tinha a intenção de revitalizar a competição a área, além de trazer um novo conceito de espaço

cultural para a época. O Centro Pompidou ocupa pouco menos da metade de seu lote. A parte que sobra é uma enorme praça pública considerada parte do edifício como é feito as atividades do centro. Hoje ele é um dos lugares mais visitados de Paris. Além está próximo a grandes equipamentos urbanos, que acentuam ainda mais sua importância. Outro ponto importante é sua forma de implantação, ocupando pouco menos da metade de seu lote e a parte que sobra, dá lugar a uma enorme praça pública considerada parte do edifício, onde são realizadas atividades externas.

IMAGEM 32- Centro Cultural Georges Pompidou. Fonte: www. spbairro. com.br. Acesso em 09/2019.

4.2.2. IMPLANTAÇÃO: PROGRAMA, ACESSOS E FLUXOS O museu foi concebido como um recipiente grande e vazio, no formato de cubo, onde seus espaços internos eram moldados de acordo com as necessidades de cada evento. Rodeado por um envelope composto por estrutura e infraestrutura sendo eles: pele de vidro, estruturas de apoios metálicos, condutas e equipamentos de ar condicionado e escadas rolantes que ligam os diferentes níveis do edifício. Era um modelo baseado nas possibilidades da alta tecnologia, estruturado com um sistema de conexões, tubos e cabos de aço. Esse exoesqueleto estrutural e infraestrutural permite identificar claramente a função de cada elemento do edifício, além de liberar todo o interior do edifício. A identificação da função dos componentes do edifício se dá através da utilização de cores específicas. A estrutura e os maiores componentes de ventilação estão pintados em branco; estruturas de escadas e elevadores, em prateado; elementos de ventilação, em azul; instalações hidráulicas e de incêndio, em verde; elementos do sistema elétrico são amarelos e laranjas; e os elementos relacionados com a circulação pelo edifício estão pintados de vermelho. O principal deles é a escada externa da fachada oeste, pintada de vermelho nos seus planos inclinados inferiores, que possibilita uma surpreendente vista de Paris.

O Centro Georges Pompidou está dividido em sete níveis (0 ao 6 pavimentos), onde cada pavimento possui uma área de 7.500M2 e pé direito (medida de piso a teto) de 7M. As imagens mostram como foi distribuído o programa no edifício Centro Cultural Georges Pompidou. O quarto e o quinto andares concentram as exposições permanentes do Museu Nacional de Arte Moderna, que é o maior museu Europeu desse tipo. E no quinto andar é onde se encontra os terraços, onde se explora a vista para a cidade.

IMAGEM 33 Diagrama de setorização e distribuição de usos. Modificada pela autora. Fonte: https://www. elplanz-arquitectura.blogspot.comr.Acesso em 09/2019.

IMAGEM 34 - Terraço das esculturas. Fonte: https://www.archdaily.com. br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 35 - Escadas de acesso. Fonte: https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 36 - Galeria de exposição. Fonte: https://www.archdaily.com. br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 37- Galeria de exposição. Fonte: https://www.archdaily.com. br. Acesso em 09/2019.

4.2.3. ESTRUTURA E VOLUMETRIA A arquitetura do Centro Georges Pompidou é inovadora, por suas conexões, tubos e cabos de aço, que estão expostas nas fachadas. Além de oferecer uma aparência tecnológica, essa infraestrutura externa do Centro Georges Pompidou permitiu o melhor aproveitamento do espaço interno, ou seja, maximizar o espaço interior deixando sem interrupções. Onde os sistemas hidráulicos, elétricos e de locomoção que foram divididos, por cores, dando um ar moderno e divertido para a obra. Assim Instalações de construção tem um número de cores que proporcionam o código para o visitante e através desse código, ele conhece a função de cada elemento. As partes vermelhas são elementos relacionados à circulação pelo edifício, o prateado são as escadas e elevadores, o azul são os elementos de ventilação, o verde são instalações hidráulicas e de incêndio, amarelo e laranja são elementos do sistema elétrico, o branco são a estrutura principal e os maiores componentes da ventilação. Existem também as conexões entre o interior e o exterior do edifício, essas conexões são feitas por tubos transparentes que ziguezagueia até o topo do prédio, oferecendo aos visitantes uma visão surpreendente da cidade de Paris. Além das transparências nas fachadas e a forma como foi desenvolvida a estrutura e a infraestrutura, as entradas e saídas também foram distribuídas com o objetivo de facilitar o fluxo entre os ambientes o acesso ao edifício.

IMAGEM 38 - Vista externa da fachada. Fonte: https://www.archdaily. com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 39 - Vista externa das tubulações. Fonte: https://www. archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

4.3. SESC POMPEIA CENTRO DE LAZER E CULTURA SÃO PAULO O SESC Pompéia, obra de Lina Bo Bardi, se configura como um ícone da arquitetura brasileira no final da década de 70, trazendo fortes características de sua obra e com grande preocupação com o programa, os detalhes e a capacidade de valorizar e preservar os elementos já existentes, incluindo elementos modernos. A antiga fábrica de tambores que foi transformada em um espaço de lazer, formando o que Lina Bardi chamou de Cidadela da liberdade, um centro de cultura e lazer localizado na rua Clélia na Vila Pompeia, zona oeste da cidade de São Paulo, esse projeto além de trazer o resgate a memoria do lugar, ele também é uma extensão da cidade, com suas ruas internas que organizam os fluxos do complexo. A Pompéia inicialmente era uma local de chácaras e sítios dos paulistanos, mas, com a instalação de diversas indústrias na região, acabou se transformando em bairro operário. Hoje o bairro da Pompéia é uma área residencial e comercial bastante agradável da cidade, cheia de infraestrutura e lazer. E muito disso se deve a revitalização da região com a instalação do complexo cultural. Lina deu início ao projeto em 1977, após ser convidada pela rede SESC (Serviço Social do Comércio) para transformar a antiga fábrica de tambores que já funcionava como complexo de

lazer e cultura. Para isso, ela recebeu a colaboração dos arquitetos Marcelo Ferraz e André Vainer. Foram praticamente 10 anos até que a obra do SESC Pompeia fosse concluída, desde a compra do espaço em 1971 pela rede, até a sua inauguração em 1986. Praticamente toda a obra trazia o conceito de preservação, é tanto que Lina fez questão de manter a estrutura original da fábrica.

IMAGEM 40 - SESC Pompeia. : https://br.pinterest.com. Acesso em 09/2019

4.3.1. IMPLANTAÇÃO: PROGRAMA, ACESSOS E FLUXOS A obra se constituiu a partir dos galpões da antiga fábrica, que abrigam um teatro, uma praça de lazer e outras atividades, e dois blocos esportivos interligados por passarelas de concreto. O projeto do SESC Pompeia concretiza a rua interna da fábrica transformando-a num palco para manifestações, a rua em declive, passa a conduzir o visitante para as áreas do complexo, que vão desde as atividades artísticas, culturais ao lazer. No interior do lote há um encontro de vias de pedestres, a rua preservada com a rua construída sobre o Córrego das Águas Pretas. Com essa situação Lina traz o ambiente urbano para dentro do edifício. As ruas internas do SESC prolongam o espaço da cidade para o complexo. Assim Lina ao optar por preservar as características da antiga fábrica e do lote, integrando as novas construções e funções ás já existentes, concebe um espaço extraordinariamente urbano. O espaço traz duas torres de concreto armado que abrigam as atividades esportivas, onde Lina projetou aberturas (janelas) que lembram os buracos de caverna em uma das torres. Para outra, ela trouxe janelas quadradas, mas colocadas de forma aleatória pelas fachadas, o que surpreendeu a muito os visitantes. Existe ainda uma terceira torre cilíndrica com um total de 70 metros de altura, a caixa d’água que faz alusão à chaminé destruída da fabrica, também em concreto aparente como

as outras. Para ligar as duas torres existem oito passarelas de concreto protendido, que liga os vestiários ás quadras esportivas. O vão existente entre as duas torres é de 25 metros. A rua interna criada para ligar as atividades culturais ás torres esportivas, foi construída sobre um córrego (Córrego das Águas Pretas), assim surgi o deck ao fundo do lote.

IMAGEM 41- Diagrana de usos e Acessos. Imagem produzida pela autora. https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

4.3.2. ESTRUTURA E VOLUMETRIA Durante a construção a arquiteta descobriu que a fábrica tinha sua estrutura moldada por François Hennebique, que foi pioneiro no uso de concreto armado. Assim, ela iniciou um processo para recuperar as paredes e retirar elementos adicionados com o passar dos anos, para trazer uma estrutura como a original ao complexo. Os três blocos construídos no fundo do terreno também partem do mesmo princípio estrutural de concreto armado. O bloco esportivo tem suas lajes nervuradas protendidas, que medem um metro de altura total. Suas faces externas são moldadas com tábuas horizontais de madeira. O bloco menor, onde estão às circulações verticais e os vestiários também têm suas lajes nervuradas protendidas e apresenta a mesma modulação com tábuas horizontais de madeira em suas faces externas. Cada uma das passarelas elevadas apresenta um desenho diferente (forma de V e Y), ainda que sob as mesmas regras: partem de uma mesma abertura do bloco menor e se ramificam levando a duas aberturas simétricas no bloco maior. Elas têm dois metros de largura e peitoris de um metro e vinte centímetros. O último bloco que compõe o conjunto é um cilindro (caixa d’água) formado a partir da concretagem sistemática de setenta anéis de um metro de altura cada. Ele se uniu ao bloco menor através de uma passarela metálica, na sua cobertura. A fôrma que deu origem aos anéis tem

formato de tronco de cone, ou seja, tem suas faces externas inclinadas para dentro, o que permite com que a fôrma se encaixe no anel inferior para a concretagem do anel superior seguinte. Esta condição da moldagem e concretagem tiveram como consequência que o limite inferior de cada anel ficasse imperfeito, formando uma linha irregular com certa espessura sobre o anel inferior.

IMAGEM 42 - Foyer do teatro. Fonte: https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 43- Passarelas de acesso ao bloco esportivo. Fonte: https:// www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 44 - Espaço de exposição. Fonte: https://www.archdaily.com. br. Acesso em 09/2019.

IMAGEM 45- Rua de interna. Fonte: https://www.archdaily.com.br. Acesso em 09/2019.

5.0. PROPOSTA

5.1. PROPOSTA A proposta do Centro Cultural M’ Boi Mirim visa desenvolver através de sua arquitetura um espaço produtor e disseminador de informação, criando uma atmosfera inclusiva e com objetivo de suprir a demanda da região por um espaço, onde se desenvolva as manifestações culturais, mas que também possa contribuir para formação do individuo, como ser social e intelectual. No Centro Cultural M’ Boi Mirim serão ofertados espaços para a convivência e atividades culturais multidisciplinares como oficinas artísticos e oficinas de artesanato, workshops com temas voltados para dança, teatro, artesanato entre outros, essas oficinas e workshops tem o objetivo de incentivar e conscientizar a importância da cultura na sociedade. A escolha do local do projeto ocorreu a partir de análises importantes como o fácil acesso ao local que está inserido o projeto, além da proximidade de um importante elemento urbano da zona sul, como a Represa Guarapiranga o e Parque Guarapiranga, possibilitando trabalhar conceitos urbanos frente à questão da água, além da visão panorâmica da represa. Outro ponto importante na escolha do lote é que o terreno é uma área subutilizada, com grandes potenciais, como já foi citado. Além de ser um terreno muito arborizado.

Após uma pesquisa aprofundada de referências e análises do conceito formal e ideológico do Centro Cultural, iniciou-se o desenvolvimento do partido que será apresentado a seguir. Incialmente serão apresentados os estudos de desenvolvimento da ideia, através de e diagramas, o partido arquitetônico. Logo na sequência será apresentado o programa de necessidades com base nas atividades existentes na Casa de Cultura M’Boi Mirim e nos estudos de casos apresentados, os estudos de implantação, acessos, fluxos, volumetria e setorização do programa. E ao final serão apresentados o projeto.

IMAGEM 46 - Organograma do conceito norteador do projeto.

5.2. PARTIDO ARQUITETÔNICO O partido tem com premissas usufruir todos os espaços do terreno, não edificando, mais dando uma função para cada área específica, com a intensão de qualificando e tornar os espaços fluídos, inclusivos e acessíveis. Pois proporcionar uma arquitetura convidativa, oferecendo sensações visuais e sensorial ao usuário é mais que o dever de todo arquiteto. Com base em todos os ideais e reflexões, já descritos até o presente momento, nasce o partido arquitetônico do projeto entro Cultural M’Boi Mirim, que irá trabalhar as seguintes premissas: flexibilidade, sustentabilidade e a integração de seus espaços.

o fluxo do projeto é uma referência ao SESC Pompeia, que traz a experiência do caminhar e a apropriação do espaço físico para o usuário. O projeto do Centro Cultural M’Boi Mirim traz o conceito de um anfiteatro ao ar livre e um mirante, que se aproveita da proximidade com a Represa Guarapiranga e da declividade de 23 metros existentes no terreno, criando um espaço marcado pela visual da represa.

As premissas do projeto possibilitou o desenvolvimento da utilização de cheios e vazio através de formas arquitetônicas simples, com a intensão de potencializar o movimento e fluxo dentro do projeto. Pois assim, como o Centro Cultural Georges Pompidou não edifica o lote todo, preservando um espaço para a convivência e manifestações, o Centro Cultural M’Boi Mirim, também cria uma grande praça cívica, lugar destinado as manifestações populares, encontros, feiras e exposições de artesanato, esse espaço também tem o objetivo de trabalhar a memoria, de forma a regatar a identidade do distrito e das diversas manifestações culturais, já trabalhadas na Casa de Cultura M’ Boi Mirim.. Já a rua interna, que tem com função distribuir

CROQUI MOSTRANDO O PARTIDO NORTEADOR DO PROJETO

EDIFÍCIO PROPOSTO PRAÇA CÍVICA

REPRESA GUARAPIRANGA

ANFITEATRO E MIRANTE

EDIFICAÇÃO VIZINHA

AVENIDA GURAPIRANGA

IMAGEM 47 - Croqui mostrando o partido. Produzido pela autora.

5.3. Programa de Necessidades

CULTURAL AUDITÓRIO

O programa de necessidades foi desenvolvido com base nas atividades existentes na Casa de Cultura M’ Boi Mirim, mas com algumas complementações que foram necessárias de acordo com as funções e necessidades de um Centro Cultural. Para a melhor compreensão do programa de necessidade, os usos foram divido de acordo com os espaço.

CULTURAL BIBLIOTECA

AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

ROLL DE RECEPÇÃO

SALA DE ARQUIVO

55,00M2

ESPAÇO DE LEITURA

590,,00M2

SALA DE APOIO

55,00M2

SALA MULTIUSO

48,00M2

SANITÁRIO FEMININO

25,00M2

SANITÁRIO MASCULINO

SANITÁRIO PNE

125,00M2

25,00M2 4,70M2

AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

ROLL DE RECEPÇÃO

166,00M2

RESERVA TÉCNICA

18,00M2

CAMARINS

20,00M2

COXIA

120,00M2

FOYER

450,00M2

ÁREA DE EXPOSIÇÃO AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

ROLL DE RECEPÇÃO

290,00M2

1.300M2

4.200,00M2

ÁREA DE EXPOSIÇÃO INTERNAS ÁREA DE EXPOSIÇÃO EXTERNAS

25,00M2

SANITÁRIO FEMININO

SANITÁRIO MASCULINO

25,00M2

SANITÁRIO PNE

4,70M2

ADMINISTRATIVO

CULTURAL ANFITEATRO

AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

PALCO

2.100,00M2

ADMINISTRAÇÃO

100,00M2

PLATÉIA

COORDENAÇÃO

PRAÇA

1100,00M2 . 2.900,,00M2

SALA DE REUNIÃO

100,00M2 . 100,00M2

MIRANTE

1.400,00M2

ALMOXARIFADO

1.400,00M2

SALA DE ARQUIVO

55,00M2

SALA DE T.I

55,00M2

COPA

55,00M2

RESTAURANTE/CAFÉ AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

COZINHA

200,00M2

SALÃO

BALCÃO/CAIXA

380,00M2 . 170,,00M2

EDUCACIONAL

SERVIÇOS

OFICINAS

APOIO

AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

AMBIENTES

QUANTIDADE

ÁREA

OFICINA INFANTIL

100,00M2

9,00M2

OFICINA ADULTO 1

50,00M2

RESERVA TÉCNICA/ DÉPOISTO 1

OFICINA ADULTO 2

100,,00M2

RESERVA TÉCNICA/ DÉPOISTO 2

25,00M2

OFICINA ADULTO 3

200,00M2

SALA DE ÁUDIO VISUAL

100,00M2

RESERVA TÉCNICA/ DÉPOISTO 3

30,00M2

ESPAÇO LÚDICO/ BRINQUEDOTECA

200,00M2

FRALDÁRIO

RESERVA TÉCNICA/ DÉPOISTO 4

25,00M2

CASA DE MÁQUINAS

SANITÁRIO FEMININO

25,00M2

BARRILETES

66,00M2

SANITÁRIO MASCULINO

25,00M2

SALAS DE BOMBAS EPRESSURIZADORES

53,00M2

SANITÁRIO PNE

4,70M2

VESTIÁRIO FEMININO

25,00M2

35,00M2

VESTIÁRIO FEMININO

18,00M2 53,00M2

5.3. ESTUDO PRELIMINAR DE IMPLANTAÇÃO

A princípio a ideia era de fazer o programa dividido em três blocos dispersos, com a intensão de espalhar o fluxo pelo lote, mais se percebeu que não era necessário edificar para conseguir atingir esse objetivo. E assim o projeto foi se desenvolvendo

e trabalhando o conceito os cheios e vazios, através de blocos dispersos, que ao final resultou em um edifício implantado horizontalmente com um programa diversificado e com acessos em dois níveis.

IMAGEM 48 - Estudo de implantação. Produzido pela autora.

5.4. PARÂMETRO ALCANÇADOS

URBANISTÍCOS

O terreno pussui uma área de 33,330 M2, onde se alcançou um C.A.(Coeficiente de Aproveitento de 49%, sendo que o pré requisito era de 50% ou 100%. Jáo T.O (Taxa de Ocupação) chegou a 14% . O projeto possui 4.550M2 de área construida, dedicando a maior parte do terrenoá áreas permeáveis e as atividade ao ar livre.

PLANTA DE SITUAÇÃO E ACESSOS

IMAGEM 49 - Planta de situação e acessos. Produzido pela autora.

5.5.

IMPLANTAÇÃO,

ACESSOS

FLUXOS

A implantação escolhida foi a que melhor se adaptou á topografia do terreno e as diretrizes do partido, além de preservar o maior número de vegetação exitente, assegurando as premissas de sustentabilidade. A implantação ocorre em níveis para uma melhor apropriação dos espaços e fluidez do edifício. O bloco retangular que irá concentrar quase todas as atividades do programa, pois nele se concentram usos público e privado, como: as oficinas, workshops, biblioteca, auditório, restaurante. Os serviços técnicos, as salas de apoio se concentram em um edifício anexo, que se liga ao edifício principal através de passarelas. Já as praças de convivência juntamente com a rua interna, além de proporcionar o desenvolvimento de atividades culturais ao ar livre, são os elementos essenciais para a conexão entre as atividades propostas. O anfiteatro e o mirante serão a continuação da praça cívica e esses espaços se localizam próximo da represa com a intenção de aproveitar a vista da paisagem. O auditório se encontra no subsolo com dois acessos, um pelo edifício e por um acesso externo, que foi desenvolvido pensando em possíveis eventos privativos, que não precisam estar conectados com o edifíco. O acesso externo acontece através de uma rampa. No nível acima do auditório se encontra

o espaço que abriga as exposições e o foyer. O nível escohido como térreo abriga a biblioteca, o reastaurante e as oficinas desenvolvidas para as crianças. O acesso desse andar acontece através de uma passarela que está ligada a praça cívica, ou pelo restaurante que se encontra próximo da represa. esse andar não tem ligação direta com a rua, e isso é proposital, pois nenhum nível do edifício proposto tem ligação direta com a rua, pois essa diretriz foi desenvolvida pensando no conforto sonoro e segurança do usuário, pois a Avenida Guarapiranga é um lugar de grande fluxo e traânsito. Já o último andar, abriga toda a parte administrativa do edifício e as oficinas para adultos.

5.6.ESTUDO DE INSOLAÇÃO Após o estudo de insolação, as faces Norte e Oeste, são as fachada mais críticas, sendo as faces com maior incidência solar, precisando receber soluções ao qual obstruam ou minimise essa incidência solar. Portanto a utilização dos painéis metálicos e dos vidros microclimáticos, foram as soluções escolhidas , com o objetivo de manter as fachadas permeaveis, porém protegidas.d

DIAGRAMA DE ESTUDO DEINSOLAÇÃO

A circulação vertical do edifício acontecem por elevadores ou por escadas, que se localizam no átrio central do prédio (elemento desenvolvido para dar maior conforto ambiental ao espaço). Outro elemento utilizado para gerar mais conforto ao espaço , foram os painéis metálicos das fachadas norte e oeste.

IMAGEM 50 - Diagrama estudo de insolação. Produzido pela autora.

DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO EDIFÍCIO DE SERVIÇOS COBERTURA - ÁREA TECNICA

ÁREA EDUCACIONAL - ADULTA ÁREA ADMINISTRATIVA RESTAURANTE/ CAFÉ

ÁREA CULTURAL - BIBLIOTECA ÁREA CULTURAL - FOYER ÁREA CULTURAL - EXPOSIÇÃO ÁREA CULTURAL - AUDITÓRIO

IMAGEM 51 - Diagrama de setorização. Produzido pela autora.

5.7. ESTRUTURA E MATERIALIDADE A estrutura e a materialidade do Centro Cultural M’Boi Mirim tem muita influência dos estudos de casos, mais também foram condicionadas pelo desenvolvimento do projeto. A escolha da estrutura metálica, também ocorreu pelo fator de ela aceitar grandes vãos, permitindo maior flexibilidade dos espaços, e isso se deve ao módulo de elasticidade do aço, onde a estrutura metálica pode ser projetada com seções mais esbeltas, melhorando o uso do espaço na edificação e reduzindo a carga sobre fundações, podendo gerar economia na construção. As lajes do edifício também foram pensadas em uma estrutura que aceitasse grandes vão, e entre todas as opções a que mais se adequou ao projeto, foi a laje Steel Deck que são lajes acompanhadas por telha de aço galvanizado e que recebem uma camada de concreto. A vantagens das lajes Steel Deck é que são obras mais limpas, com inserção simples, rápida e com baixo consumo de concreto, além de serem isolantes térmicos. A modulação escolhida para o projeto foram baseadas nas instruções do livro do Yopanan Rabello.

DIAGRAMA ESTRUTURAL ESTRUTURA CONVENCIONAL PISO ELEVADO DE CONCRETO ÁTRIO COM ESTRUTURA METÁLICA LAJE STEEL DECK ESTRUTURA METÁLICA PERFIL H

DIVISÓRIAS DOS AMBIENTES EM BLOCOS DE CONCRETO APARENTE PAINÉIS METÁLICOS PERFURADOS ÁREA CULTURAL - AUDITÓRIO

IMAGEM 52 - Diagrama de estruturas. Produzido pela autora.

6.0. DESENHOS TÃ&#x2030;CNICOS

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6.5.IMAGENS EXTERNAS DO PROJETO

IMAGENS 54- Vista da Avenida Guarapiranga. Produzida pela aultora, em 06/2020

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IMAGENS 55- Vista do acesso pela Avenida Guarapiranga. Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 56 - Vista da praĂ§a cÂ´civica. Produzida pela aultora, em 06/2020

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6.6.IMAGENS EXTERNAS DO PROJETO

IMAGENS 57 - Vista do acesso ao edifício pela Avenida Guarapiranga. Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 58 - Vista do anfiteatro para o edifício.Produzida pela aultora, em 06/2020

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IMAGENS 59 - Vista da rua interna, que leva ao anfiteatro. Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 60- Vista do anfiteatro. Produzida pela aultora, em 06/2020

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IMAGENS INTERNAS DO RESTAURANTE/CAFÉ

IMAGENS 61 - Vista drestaurante/café . Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 62 - Vista drestaurante/café . Produzida pela aultora, em 06/2020

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IMAGENS 63- Vista drestaurante/café . Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 64 - Vista drestaurante/café . Produzida pela aultora, em 06/2020

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IMAGENS INTERNAS DO AUDITร RIO

IMAGENS 65- Vista do auditรณrio. Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 66- Vista do auditรณrio. Produzida pela aultora, em 06/2020

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IMAGENS 67- Vista do auditรณrio. Produzida pela aultora, em 06/2020

IMAGENS 68- Vista do auditรณrio. Produzida pela aultora, em 06/2020

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7.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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7.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cultura é a expressão que mais manifesta o poder de afirmação do ser humano, seja no âmbito cultural ou social, e é por meio dela que podemos compreender o passado e presente de uma sociedade. Atualmente os centros culturais são os herdeiros naturais dos muitos significados do termo cultura e importantes instrumentos formadores e disseminadores de informação na sociedade. Sendo assim o trabalho desenvolve o Centro Cultural M’Boi Mirim na Zona Sul de São Paulo, na região do Jardim São Luís, que é caracterizado como um dos distritos mais densos da cidade de São Paulo. A implantação desse equipamento de caráter cultural nessa área foi condicionada pelos estudos e análises do distrito e da importância que esse equipamnto desempenha no campo cultural e social. No presente trabalho também é uma consolidadção de todos os conhecimentos absorvidos duranto todo o processo de formação, conhecimentos esses que são uma continua busca pelo aperfeiçamento e a busca de novas técnicas construtivas que sempre estão se renovando. Sendo assim, o trabalho foi conduzido por diversos caminhos, mas sempre buscando desenvolver uma arquitetura que permita ao usuário se apropriar dos espaços da melhor forma possível. E por fim, espero ter contribuido de alguma forma para a discussão desse equipamento de carater cultural nas periferias, como qualificador dos espaços urbanos e formador de seres sociais mais conscientes.

126

7.2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOTELHO, Isaura. Os equipamentos culturais na cidade de São Paulo: um desafio para a gestão pública. Revista Espaço e Debates. São Paulo: Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos. v.23. n.43-44. jan/dez, 2003 CARVALHO, Ana Cristina. São Paulo: olhar os museus, olhar a cidade. São Paulo: Dialetos Latin American Documentary, 2012. CASTELLS, M. Fluxos, redes e identidades: uma teoria crítica da sociedade informacional. In: CASTELLS, M. et al. Novas perspectivas críticas em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. (A era da informação: economia, sociedade e cultura; 1)

CHAUÍ, Marilena. A Cultura. In: – Concepção Estrutural e a A rquitetura/ Convite à filosofia. 3ª. Ed. São Paulo: Ed. Ática, Yopanan Conrado Pereira. São Paulo:Zigurate Editora,2000. 2009. COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural. São Paulo: Iluminuras, 1997. NASCIMENTO, Flávio Martins. Ação e Informação em Centros Culturais: Um estudo 7..3. SITES sobre o Instituto Tomie Ohtake. 2004. Dissertação de Mestrado em Ciência da Informação junto ao Programa de Pós – Graduação em https://www.archdaily.com.br/br/872196/ Ciências da Informação – PUC – Campinas. classicos-da-arquitetura-centro-cultural-sao- pauloeurico-prado-lopes-e-luiz-telles SERAPIÃO, Fernando. Centro Cultural São Paulo: http://centrocultural.pagina-oficial.ws/site/ espaço e vida. 1° Ed. São Paulo: Edição; Monolito, 2013. http://pedrocostaarquiteturaeurbanismo.blogspot. https://guia. SILVA, Maria Celina Soares. Centro cultural com/2011/04/centro-cultural.html – construção e reconstrução de conceitos. 1995. melhoresdestinos.com.br/centro-cultural-sao-pauloDissertação de Mestrado em Memória Social e 173-4429-l.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_ https://laparola.com. Documento - Centro de Ciências Humanas - UNI-RIO. Cultural_S%C3%A3o_Paulo br/centro-cultural-georges-pompidou https://www. RAMOS, Luciene Borges. O centro cultural centrepompidou.fr/fr/infos/por/Centro-Pompidou https://pt.wikiarquitectura.com/ como equipamento disseminador de informação: um estudo sobre a ação do Galpão Cine Horto. constru%C3%A7%C3%A3o/centro-cultural-george2007. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós- pompidou/#pompidou11 Graduação da Escola de Ciência da Informação – UFMG REBELO,Yopanan

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