Parque Memorial Fundação - Paola Gomes de Araujo

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São Paulo, 2020

PMF Parque Memorial Fundação Paola Araujo


PMF Parque Memorial Fundação

Trabalho de Conclusão de Curso Orientando: Paola Araujo Orientador: Beatriz Kara José Junho/2020 Arquitetura e Urbanismo Centro Universitário Senac - Santo Amaro


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente á Deus por ter me dado saÚde, sabedoria e oportunidade de cursar esta faculdade para seguir esta profissão tão importante para a cidade e para o ser humano. Aos meus pais, Andrea Correa Gomes e Paulo Henrique Noce de Araujo, que me deram forças de todas as maneiras, tanto financeiramente quanto emocionalmente para continuar e finalizar essa etapa da minha vida. O amor dos dois por mim, foi essencial para a minha formação. Á minha orientadora, Betriz Kara José e á professora Francine Sakata por incentivarem o olhar critico e paisagístico na minha proposta e na cidade, e como meu trabalho teria impacto sobre a malha urbana trazendo assim coerência para o estudo desenvolvido. Aos meus professores e colegas de classe que colaboraram para a minha formação em especial, Antonia Adriana Feitosa e Lane Fernandes por todo o companheirismos,empatia e noites mal dormidas. Ao meu namorado, Mauricio Nunes da Silva que mesmo entrando no meio desta caminhada me ajudou com palavras e ações tornando o caminho mais leve.


RESUMO Este trabalho,finalizado no periodo de quarentena por conta do Covid-19, consiste no projeto de um parque em um terreno contaminado na região de São Caetano do Sul. O projeto tem como objetivo propor uma solução sustentável e rentável para a questão da contaminação e criar um espaço público de lazer para a região, já que esta é carente neste quesito. Alem disso, visa propor a valorização do espaço através do paisagismo, criar espaços com diversas funcionalidades e dar identidade para a região. Foram feitas análises do entorno através do levantamento de dados do local e, de opiniões e perfis dos moradores, com a finalidade de fazer um projeto condizente com a realidade da região e de possíveis frequentadores, além de promover uma discussão fundamentada nas pesquisas bibliográficas sobre a importância da requalificação destes espaços abandonados, chamados de “brownfields”, na cidade. Portanto, a partir das análises, entrevistas e do desafio da contaminação, será proposto o Parque Memorial Fundação, uma área verde pública que promove lazer, cultura e descanso.

Palavras-chave: 1. São Caetano do Sul 2. Contaminação 3. Parque 4. Paisagismo 5. Espaço público 6. Vazio Urbano.


ABSTRACT This work, completed in the quarentine period on account of Covid-19, consists of the design of a park on a dust-contaminated site in the region of São Caetano do Sul. The project aims to propose a sustainable and cost-effective solution to the contamination issue and create a public leisure space forthe region, already that this is lacking in this regard. In addition, it aims to propose the enhancement of space through landscaping, create spaces with various features and give identify to the region. Analyzes of the surroundings were made by collecting data from the region and the opinions and the opinions and profiles of the residents, with the purpose of making a project consistent with the reality of the region and possible visitors, besides promoting a discussion based on bibliographic research on the importance the requalification of these abandoned spaces, called “brownfields” in the cit. Therefore, based on analyzes, interviews and the challenge of contamination, the Parque Memorial Fundação will be proposed a public green area that promotes leisure, culture and rest.

Keywords: 1. São Caetano do Sul 2. Contamination 3. Park 4. Landscaping 5. Public space 6. Urban Void.



SUMÁRIO 1. 2. 3.

INTRODUÇÃO..................................................................................................................8 SÃO CAETANO DO SUL...................................................................................................9

2.1. Indústrias Matarazzo..............................................................................................9 2.2. Áreas verdes de lazer existentes..........................................................................10 ÁREA DE ESTUDO.............................................................................................................15

3.1. Leitura da área.....................................................................................................16

3.1.1. Análise fotográfica.....................................................................................16 3.1.2. Terreno.........................................................................................................23 3.1.3. Análise viária...............................................................................................26 3.1.4. Uso do solo..................................................................................................27 3.1.5. Clima e Vegetação...................................................................................27 3.1.6. Entrevistas....................................................................................................29

3.2. Problemáticas e Reflexões...................................................................................30

4. 5. 6. 7. 8.

3.2.1. Industrialização, Desindustrialização e a Monofuncionalidade.............30 3.2.2. Contaminação...........................................................................................31 3.2.3. Vazios Urbanos............................................................................................33 3.2.4. Espaços públicos e Serviços Ambientais..................................................33 3.2.5. Área de Preservação Permanente (APP) em áreas urbanas.................34

ESTUDOS DE CASO..........................................................................................................35 DIRETRIZES DO PROJETO.................................................................................................39

5.1. Paisagem urbana............................................................................................39 5.2. Complexo Viário Prefeito Luiz Tortorello........................................................40 5.3. Estudos iniciais ................................................................................................44

PROJETO..........................................................................................................................46 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................67 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................68


LISTA DE FIGURAS Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura

1 – São Caetano do Sul...........................................9 2 – Indústrias Matarazzo...........................................9 3 – Áreas de lazer existentes..................................10 4 – Pq. Lydia Natalizzio Diogo................................11 5 – Vista aérea Pq. Lydia Natalizzio Diogo............11 6 – Reserva natural Lydia Natalizzio.......................11 7 – Vista aérea Pq. Ecológico.................................12 8 – Pq. Ecológico Vila Prudente..............................12 9 – Bosques Pq. ecológico......................................12 10 – Vista aérea Espaço verde Chico Mendes.....13 11 – Estátua Santo São Caetano....... ....................13 12 – Reserva natural Chico Mendes.......................14 13 – Vista aérea Pq. Catarina Scarpo D’Agostini..14 14 – Lago Catarina Scarpo......................................14 15 – Ponte Lago Catarina........................................14 16 –Vias e perímetro de intervenção......................15 17 – Perspectiva do terreno.....................................15 18 – Indicação das imagens....................................16 19 – Indicação dos cortes........................................23 20 – Fluxos..................................................................26 21 – Usos.....................................................................27 22 – Posição do sol....................................................28 23 – Vegetação........................................................28 24 – Áreas contaminadas e reabilitadas no estado de São Paulo.....................................................31 Figura 25 – Contaminação do terreno escolhido.............32 Figura 26 – Vista aérea Praça Vitor civita..........................35 Figura 27 – Arquibancadas Praça Vitor Civita..................35

Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura

28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44

– – – – – – – – – – – – – – – – –

Rampas Praça Vitor Civita...............................35 Parque do Flamengo........................................36 Passarelas..........................................................36 Vista aérea Parque Vila Leopoldina................37 Implantação NK&F...........................................37 Kaban Lake antes............................................38 Revitalização.....................................................38 Ribeirão dos meninos.......................................39 Ferrovia..............................................................39 Igreja Matriz de São Caetano.........................39 Ruínas................................................................40 Torre industrial...................................................40 Complexo viário Luiz Tortorello........................41 Fluxos principais................................................41 Passagem para o pedestre.............................42 Desvios possíveis para o motorista..................42 Caminho para o pedestre pela Av. Dr. Francisco Mesquista.........................................43 Figura 45 – Caminho para o pedestre pela Av. do Estado..........................................................43 Figura 46 – Caminho para o pedestre pela Rua Guamiranga.....................................................43 Figura 47 – Fluxos principais da proposta..........................44 Figura 48 – Plano de massas...............................................45 Gráfico 1 – Direção dos ventos..........................................27 Grafico 2 – Gráficos dos resultados das entrevistas..........29 Tabela 1 – Questionário para entrevista............................29 Tabela 2 – Fitorremediação................................................32


1. INTRODUÇÃO A degradação do meio ambiente tem sido considerada e discutida de todas as formas, porem o assunto “contaminação do solo” ainda é recente e mostra se importante gradualmente por conta da aparição de terrenos abandonados e contaminados em São Paulo. Na região metropolitana de São Paulo, a aparição dos “brownfields” tem sido constante devido á relocalização das indústrias, ou seja, a desindustrialização de algumas regiões e com isso estes lotes tornam se vazios urbanos negligenciados e em alguns casos, sem previsão de mudança, por conta da postura dos governos em relação à ocupação do espaço urbano. Portanto aumenta a necessidade da discussão política e inovação para a revitalização desses terrenos urbanos. Leite (2005, p.12) descreve essas áreas como: “[...] entraves espaciais, obstáculos que provocam descontinuidades urbanas, dificultando o uso mais eficiente do espaço, e dando a eles a aparência ultrapassada ou de abandono bastante característica, proporcionando um impacto visual negativo do ponto de vista urbanístico.” O objeto de estudo deste trabalho, traz consigo esta discussão, além de refletir sobre o papel do espaço público, Áreas de Preservação Permanente (APP) e serviços ambientais no tecido urbano. O terreno esta localizado na divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul, ás margens do rio Tamanduateí onde está sofrendo o processo de desindustrialização, deixando de ser um pólo industrial e caindo na monofuncionalidade residencial. Sendo assim a região possui diversos terrenos abandonados e contaminados pelas indústrias Matarazzo, como é o caso do lote estudado. Outro ponto importante da região é a falta de equipamentos públicos de lazer, já que a mudança de uso da região é recente. A predominância hoje é o uso residencial, e consequentemente a necessidade da região são áreas de lazer e a revitalização dos terrenos abandonados, já que estes podem gerar proliferação de animais prejudiciais á saúde dos moradores, acúmulo de lixo e invasões. Portanto, o conceito deste projeto é promover um espaço publico de lazer com diversas opções de recreação e aproximação dos habitantes com a natureza de forma segura. Alem disso, propor soluções rentáveis e ecológicas para o problema da contaminação do terreno. 8


2. SÃO CAETANO DO SUL O município de São Caetano, localizado na região metropolitana de São Paulo, é considerado um dos melhores para moradia já que seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal segundo o IBGE é de 0,862 e sua Renda Per Capita de 83.656,30 R$, mantendo ele em primeiro no

ranking dos oito municípios, além disso a renda média de trabalhadores formais é de 3,6 salários mínimos. Sua densidade é de 9.736,03 hab/ km² com ocupação em 70% do seu território com 100% de esgoto adequado.

Figura 1- São Caetano do Sul

Fonte: FAU. Mapas da metrópole, modificado pela autora.

2.1. Indústrias Matarazzo As indústrias reunidas Matarazzo tiveram muita importância para São Caetano do Sul, sendo estas localizadas no Bairro Fundação que recebeu este nome, pois a partir dele iniciou se a consolidação do município. Nelas tinham a produção de sabão, óleo vegetal, produtos agrotóxicos, celulose, soda caustica, entre outros, mas principalmente cerâmica. Alem disso, criou se a Capela Matarazzo, trouxe a influência italiana para o local, aumentando o numero de imigrantes italianos. Essa influencia é percebida até os dias atuais com eventos como a Festa Italiana de São Caetano que é a terceira maior do tema no Estado de São Paulo. Porem com sua alta produção de produtos químicos e liberação destes no solo, as indústrias foram gradualmente sendo fechadas com inúmeras multas devido à alta contaminação do solo. Sua atividade industrial foi oficialmente desativada no ano de 1987 e desde então o terreno está abandonado, contaminado e com ruínas das edificações industriais. Portanto, desde os anos 90 a região anda passando por um processo de desindustrialização, deixando grandes lotes, alguns contaminados, abandonados. O abandono desses grandes lotes é recorrente nos dia de hoje em várias regiões da Região Metropolitana de São Paulo o que deve ser discutido. Esses grandes lotes passam a ser visados por construtoras para a construção de condomínios fechados e com isso, a região que antes era predominantemente industrial, hoje é predominantemente residencial. 9

Figura 2- Industrias Matarazzo

Fonte: https://jornalismodagente.wordpress.com/2010/11/19/historias-que-a-demolicao-nao-apaga/


2.2 . Áreas verdes e de lazer existentes Com a mudança do uso industrial para residencial, novas demandas surgiram para a região, por exemplo, espaços públicos de lazer. Porem, atualmente, carece neste quesito, já que as praças e os parques existentes não são o suficiente. Os moradores, no seu tempo livre, acabam recorrendo a shoppings próximos que também são poucos, porem possuem mais opção de atividades de lazer do que os parques existentes. Um deles é o shopping Central Plaza, antes focado em materiais de construção, móveis e decoração para casa, hoje está com muitas lojas fechadas e focam em lojas de preços acessíveis e programas para família como sessões de yoga, exposições de arte, entre outros.

Apesar deste programa, não chama tanto atenção dos moradores quanto o shopping Mooca, que tem mais opções na praça de alimentação e lojas, porem ele não suporta a demanda. Os outros shoppings da região (Figura 3), não possuem estrutura para a quantidade de pessoas, pois atendem outros municípios do ABC também. Existem quatro parques para atender a região de São Caetano do Sul e bairros vizinhos de São Paulo, o espaço verde Chico Mendes e Parque Catarina Scarpo D’Agostini ambos em São Caetano do Sul, Parque Lydia Natalizio Diogo e Parque ecológico Vila Prudente na zona Leste de São Paulo; todos estes de pequeno porte.

Figura 3- Áreas de lazer existente

Fonte: Google Maps, modificado pela autora.

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Parque Lydia Natalizio Diogo

Figura 5- Vista aérea Pq. Lydia Natalizzio Diogo

Área: 60.000 m² Localização: Vila Prudente, São Paulo. Problemática: É um parque voltado para esporte e para preservação da fauna, portanto a variedade de uso é escassa. Além disso, está abandonado na questão de manutenção e cuidados com a vegetação. Figura 4- Pq. Lydia Natalizzio Diogo

Fonte: http://portalvilaprudente.com.br/

Figura 6- Reserva natural. Lydia Natalizzio

Fonte: https://www.encontravilaprudente.com.br/

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Fonte: Google Maps


Parque ecológico Vila Prudente Área: 6.000 m² Localização: Vila Prudente, São Paulo. Problemática: Sofre com o abandono da manutenção e é voltado apenas para caminhadas. A ideia inicial era ter uma horta comunitária juntamente com um centro de educação ambiental, porem não foi concretizada. Figura 7- Vista aérea Pq. Ecológico

Figura 9- Bosques Pq. Ecológico

Fonte: Google Maps

Fonte: https://mapio.net/

Figura 8- Pq. Ecológico Vila Prudente

Fonte: https://www.tripadvisor.ca/

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Espaço verde Chico Mendes Área: 140.000 m² Localização: Bairro Cerâmica, São Caetano do Sul. Problemática: É um parque de grande metragem quadrada, porem totalmente voltada para o esporte e lanchonetes sem muitas variedades de uso. Possui sete quadras poliesportivas, pista de Cooper, mesas para jogos, cafeteria e quiosques. Figura 10- Vista aérea Espaço verde Chico Mendes

Fonte: Google Maps

Figura 11- Estatua Santo São Caetano

Figura 12- Reserva Natural Chico Mendes

Fonte: www.saocaetanodigital.com.br

Fonte: www.saocaetanodigital.com.br

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Parque Catarina Scarpo D’Agostini Área: 11.000 m² Localização: Bairro São José, São Caetano do Sul. Problemática: É um parque de pequeno porte e com pouca possibilidade de uso, pois é voltado para a preservação da fauna e flora, por conta disso há muitas restrições sendo um lugar apenas para caminhadas. Figura 13- Vista aérea Pq. Catarina Scarpo D’ Agostini

Fonte: Google Maps

Figura 14- Lago Catarina Scarpo

Figura 15- Ponte Lago Catarina

Fonte: https://vipzinho.com.br/

Fonte: https://m.feriasbrasil.com.br/.

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3. ÁREA DE ESTUDO O objeto de estudo deste trabalho compreende a área das antigas indústrias Matarazzo com aproximadamente 180.000 m², fechadas na década de 80 pela alta contaminação de BHC. Desde então, a área sempre se mostra desconexa da malha urbana, pois seu entorno cresceu em densidade demográfica e uso residencial, enquanto ele continua abandonado, sem uso, com vegetação nativa sem cuidados, com invasões e proliferação de animais. Há poucos registros do local, tanto que hoje não se sabe se está em posse da prefeitura, ou se é particular, entre-

tanto sabe se que está especificamente na Macrozona de Comércios e Serviços (MZ-CS), sendo parte da Z8- Zona de Predominância Industrial e Comercial, portanto a proposta sugere alteração do uso. O perímetro da intervenção (Figura 16) está localizado na ponta de São Caetano do Sul, bem na divisa com São Paulo e é fragmentado por vias estruturais, vias coletoras, por um córrego e pela linha de trem turquesa da CPTM, sendo a estação mais próxima a Tamanduateí. Ou seja, está em um local importante de conexão entre os municípios e bem estruturado de transporte público.

Figura 16- Vias e Perímetro de intervenção

Fonte: Google Maps, modificado pela autora.

Apesar do terreno estar abandonado, o seu entorno está se consolidando de maneira densa, por conta das novas construções de condomínios fechados, tanto no Figura 17- Perspectiva do terreno

Fonte: Google Maps

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Bairro Fundação que é onde ele está localizado, quanto no bairro vizinho Vila Prudente, porem ainda há ruas industriais.


3.1. Leitura da área As análises feitas a seguir, tem como objetivo ter melhor entendimento e identificar as problemáticas e qualidades da área de estudo e seu entorno, servindo para fundamentar a proposta projetual.

3.1.1. Análise fotográfica Para melhor visualização da área foram tiradas as seguintes fotos, coforme a ordem da Figura 18:

Figura 18- Indicação das imagens

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3 1

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Feito pela autora

Observando as imagens, percebe a fragmentação do terreno, principalmente nas fotos 9, 10, 11 onde mostra a ponte e o trem que recorta uma parte da área estudada. Mostra também possíveis fachadas onde pode se propor as entradas como nas fotos 2, 5, 6, 16 e 21. Nas fotos 17, 18, 19, 10 e 21 onde acontece a Festa Italiana de São Caetano do Sul.

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1

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Fonte: Google Maps

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Fonte: Google Maps

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Fonte: Google Maps


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Fonte: Google Maps

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Fonte: Google Maps


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Fonte: Google Maps

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3.1.2. Terreno

G

F

E

Figura 19- Indicação dos cortes

D

O relevo de grande parte deste terreno é relativamente plano já que foi modificado ao longo do tempo para adequação das indústrias, seguindo o nível das ruas que o contorna. As declividades maiores estão nas áreas que rodeiam o córrego e no fragmento ao sul, tendo uma diferença de aproximadamente cinco metros. Conforme a realização dos cortes (Figura 19), a ponta norte do terreno está na cota 739 e a ponta sul esta na 743, já a ponta leste está na 745 e a ponta oeste esta na 738, percebendo se que os desníveis não são altos devido á extensão do terreno que é de aproximadamente 180.000 m², com sua medida maior longitudinalmente de 930 metros e a menor de 430 metros

A

A

Feito pela autora

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G

B

F

B

E

C

D

C


Cortes AA, BB, CC

CORTE AA

CORTE BB

CORTE CC

0 10 Feito pela autora

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Cortes DD, EE, FF, GG

CORTE DD

CORTE EE

CORTE FF

CORTE GG

0 10 50 25 Feito pela autora

100

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3.1.3. Análise viária O terreno escolhido está em um local de conexão entre os municípios, pois alem de estar próximo á divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul, é cercado por vias estruturais, como no caso da Avenida do Estado e a Avenida Doutor Francisco Mesquita, e por vias coletoras como a Avenida Prefeito Luiz Tortorello. Todas estas possuem tráfego de carro intenso, assim como ônibus e caminhões sendo assim com o passar do tempo elas vêm sendo adaptada para o pedestre e para o uso da bicicleta com a inserção da ciclofaixa, faixa de pedestre, redução da velocidade, e algumas árvores nas calcadas das Avenidas do Estado e Dr. Francisco Mesquita. Entretanto, as mudanças para o pedestre não são suficientes já que, como este terreno, a área possui muitos lotes grandes abandonados, cercados por muros altos e extensos, pouco iluminados trazendo insegurança no período noturno. Algumas vias são divididas para uso local e industrial, os

moradores tem que dividir a rua com caminhões já que estes acabam pegando caminhos alternativos para fugir do trânsito e chegar às indústrias, causando transtornos, como no caso da Rua Mariano Pamplona, Rua 28 de Julho, Av. Conselheiro Antonio Prado e Rua Ibitirama. Porem há muitas vias locais, estritamente para os moradores. Na Rua Guamiranga e na Avenida Presidente Wilson, o processo é o inverso, os caminhões precisam dividir o fluxo com os carros por conta dos novos condomínios e a estação do metrô. Um dos elementos viários mais importantes que corta o terreno é a linha férrea da linha Turquesa da CPTM que está há aproximadamente 2 km da área de estudo. A estação é a Tamanduateí que tem ligação com o metrô e com o trem, possui saída para a Rua Guamiranga onde tem um pequeno terminal de ônibus, e para a Rua Presidente Wilson onde passam ônibus intermunicipais.

Figura 20- Fluxos

PONTO DE ONIBUS TREM ARTERIAL COLETORA

CICLOFAIXA LOCAL PEDESTRE

Feito pela autora

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3.1.4. Uso do solo O mapa da Figura 21 mostra o uso de solo diversificado, tendo indústrias, comércios, serviços e residências próximas ao terreno e aos eixos viários, entretanto o uso residencial é predominante. Sendo assim, a região no período noturno possui um fluxo extremamente reduzido em comparação com o período diurno, trazendo insegurança. Figura 21- Usos

RESIDENCIAL

FAVELA

SEM USO

ÁREAS VERDE

COMÉRCIO/SERVIÇOS

INDUSTRIAL

LAZER

INSTITUCIONAL

Feito pela autora

3.1.5. Clima e Vegetação

Gráfico 1- Direção dos ventos

O nascer e o pôr do sol (Figura 22) se dão de forma transversal pelo terreno, e a maior quantidade dos ventos (Gráfico 1) são provenientes do leste.

Fonte: PT.weatherspark.com

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Figura 22- Posição do sol

Verão

Outono e Primavera

Inverno

PÔR DO SOL NASCER DO SOL Fonte: PT.weatherspark.com modificado pela autora

Atualmente a região é bem climatizada, tendo poucos locais onde é perceptível a mudança climática do efeito estufa, já que há muita vegetação (Figura 23), tanto nas calçadas, nos condomínios residenciais, como nos terrenos abandonados onde a vegetação é alta e abundante, e também por conta do córrego Ribeirão dos Meninos. Portanto o índice de vegetação é relativamente alto, porem não é proposital e muito menos cuidado. Figura 23- Vegetação

VEGETAÇÃO DE BAIXO A MEDIO PORTE Feito pela autora

VEGETAÇÃO ALTA

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3.1.6. Entrevistas Para melhor entendimento das necessidades dos frequentadores da região e suas expectativas para o terreno, e com a finalidade do levantamento de um programa adequado, foram feitas entrevistas com 30 indivíduos sendo estes com média de 38,3 anos e 60% mulheres, entre os meses de agosto e outubro de 2019, com as seguintes perguntas, mostradas na Tabela 1: Tabela 1- Questionário

Os resultados mostram que a população esta dividida entre moradores antigos e moradores novos, devido aos novos condomínios fechados que aumentaram a densidade da região. Alem disso, mostra que apesar da grande quantidade de carros, mostrando que deve ser levado em consideração no projeto, o transporte público é muito utilizado pelos moradores por conta do transito nos horários de pico e pela proximidade com as linhas de metrô e trem. A partir dessas conversas também percebe se uma revolta dos moradores em relação á necessidade do lazer e revela que 100% dos entrevistados esperam a criação de um parque neste local. “As pessoas (urbanistas e poder público) esquecem que o homem precisa da natureza, nosso único lazer não pode ser shopping, não é saudável, não é humano”- comenta morador de 45 anos, sobre passeios com animais nos shoppings da região. “Aqui até que tem parque, mas nada pode fazer, tudo é preservado, não se tem lazer neles, só é legal para caminhar”- comenta moradora de 32 anos sobre os parques da região.

Feito pela autora

Os resultados são mostrados nos diagramas a seguir: Gráfico 2- Gráficos dos resultados das entrevistas

Tempo de residencia

Problemáticas da área

Feito pela autora

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Meio de transporte

Usos

Alem de relatarem essa deficiência, mostrou se a importância da Festa Italiana de São Caetano e os seis usos mais repetidos foram: •Áreas de permanência e descanso •Área para passeio com animais domésticos •Espaço para estudo •Área infantil •Aparelhos de ginástica •Espaço para eventos e comércios/ serviços Outro meio em que se identifica esse clamor da população foi a criação de um site para petição pública em favor do Parque Fundação (nome inicial dado pelos moradores), onde mostra a sua indignação com a possibilidade de não ter a construção do parque. ”O prefeito atual em exercício disse em uma entrevista ao jornal Diário do Grande ABC que a área foi toda vendida e loteada e que o mesmo deseja ver ali muitos prédios. Isso é um insulto à população de São Caetano do Sul, em especial os moradores do bairro Fundação, que além de não terem o seu parque, arcarão com as consequências da especulação imobiliária, já que o bairro não suporta grande tráfego de veículos e nem tem infraestrutura necessária para Luz, água e esgoto. Vamos lutar para que nosso parque saia do papel.”- Fonte: https:// peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=Parquefundacao


3.2. Problemáticas e Reflexões

Através das analises da região, na sua característica regional e do terreno da intervenção, algumas problemáticas e reflexões são levantadas e que devem ser discutidas para o aprofundamento da solução do projeto. Alem disso, são discussões pertinentes para outros locais metropolitanos, mostrando a sua importância como projeto. “A arquitetura pode pacificamente guiar a sociedade para um novo rumo.” (NESBITT, 1996).

3.2.1. Industrialização, Desindustrialização e a Monofuncionalidade O conceito de desindustrialização é a redução da participação da indústria na questão de emprego em relação ao emprego total (Rowthorn, R; Ramaswany, R; 1999) e também em relação ao PIB (Tregenna; 2009). Pensando nisso, vê se que os países de “primeiro mundo” passaram por este processo de maneira intensa na década de 70, porem na America latina inicia se na década de 90. Em São Paulo a desindustrialização acontece, alem dos fatores econômicos externos, por conta da maneira de ocupação da cidade que se dá pelo preenchimento dos espaços vazios da malha urbana, (Rafael Faleiros de Pádua, 2009) intensificados pelo crescimento industrial, congestionando e valorizando esses terrenos industriais o que acarreta no aumenta de impostos no território. Com este processo, as indústrias acabam se locomovendo para cidades mais monótonas. No caso de São Caetano do Sul, em 1932 iniciou se o processo de industrialização da região através da família Matarazzo a qual escolheu a região pelo fácil acesso ferroviário, disponibilidade de grandes lotes e proximidade com o Rio Tamanduateí e com isso a região passa por um momento de consolidação industrial durante a década de 40. Essa consolidação incentivou a migração e imigração, principalmente italiana e com isso a construção de novas moradias para os trabalhadores destas indústrias. As indústrias reunidas Matarazzo foram uma das primeiras a sair da região na década de 80, iniciando o processo de desindustrialização do local, porem a sua saída não se deu totalmente pela valorização ou congestionamento do entorno, se deu também pela pressão da CETESB, a partir de multas de alto valor, para a descontaminação do terreno já que suas ações estavam irregulares e a contaminação aumentava gradativamente. Após a saída destas, abriu se uma oportunidade para o mercado mobiliário construir condomínios fechados nestes grandes lotes abandonados, fazendo com que o congestionamento e valorização aumentassem repentinamente desestimulando as outras indústrias de São Caetano do Sul e bairros de São Paulo vizinhos como Mooca e Vila Prudente e também com que prevalecesse a monofuncionalidade residencial.

“Se mostrar a uniformidade de usos francamente como é – uniforme –, ela parecerá monótona. Superficialmente, essa monotonia pode ser encarada como uma espécie de ordem, embora enfadonha. Do ponto de vista estético, porém, ela lamentavelmente traz consigo uma desorganização profunda: a desorganização de não implicar direção alguma. Você anda por lugares marcados pela monotonia e pela mesmice, mas, apesar de ter andado, tem a sensação de não ter ido a lugar algum. O norte é igual ao sul ou ao leste ou ao oeste. Às vezes norte, sul, leste e oeste são bem parecidos, como quando se está no terreno de um grande projeto habitacional. É necessário haver diferenças – muitas diferenças – aflorando em várias direções para não perdermos a orientação. As perspectivas visuais inteiramente uniformes carecem desses avisos naturais de direção e movimento, ou os têm em número insuficiente, e, portanto são muito desnorteantes. Isso, sim, é uma espécie de caos.” (JACOBS, 2009, p. 155).

A monofuncionalidade, não importando de qual uso, não traz vitalidade para o local já que as pessoas transitam em horários específicos deixando outros horários praticamente vazios. De acordo com Jacobs (2009, p.109), essa atitude não incentiva a diversidade cultural e social, e ainda traz insegurança em alguns horários do dia pela falta de fluxo. “Nas ruas prósperas, as pessoas devem aparecer em horários diversificados. Esses horários são calculados em intervalos curtos, a cada hora, ao longo do dia.” (2009, p.109) Esta transformação do espaço urbano abrange diversas reflexões teóricas por conta da característica contraditória, já que para a visão comercial da cidade vê um progresso linear em que ocorre a valorização imobiliária através do crescimento de moradias contemporâneas e escritórios, todavia os moradores antigos não sentem da mesma forma, já que não utilizam estas novas edificações apenas percebem o empobrecimento urbano e a gentrificação.

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3.2.2. Contaminação

O surgimento dos “brownfields” no tecido urbano é algo decorrente, pois é consequência da transformação da paisagem urbana por conta da desindustrialização. Em São Paulo, os terrenos contaminados estão espalhados e a cada mapeamento feito pela CETESB, o número contabilizado dessas áreas aumenta, sendo muitos destes localizados em São Caetano do Sul. Figura 24- Áreas contaminadas e Reabilitadas no Estado de São Paulo

Fonte: CETESB, 2017

As características destes lotes são preocupantes, pois em sua maioria são grandes lotes abandonados em locais que estão sofrendo mudança no uso, em alguns casos, residencial e assim valorizando o entorno. Portanto, acabam sendo terrenos com valor alto, por conta da localização, porem inutilizados já que a sua requalificação acaba tendo um custo muito alto. O destino destes lotes acaba sendo os mesmos. Alguns são reabilitados e outros são construídos com edificações irregulares sendo assim, é uma situação preocupante no tecido urbano. “Os metais pesados se acumulam frequentemente na camada superior do solo, ficando acessíveis as raízes das plantas. Em estágios avançado de contaminação podem chegar dizimar a biota ou, mesmo apresentar concentrações milhares de vezes maiores do que no sistema aquático. Isso ocorre devido às mudanças nas suas formas química possibilitando o acúmulo em organismos vivos.” (VALENTE, 2008, p. 13).

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Há inúmeros estudos sobre este tipo de contaminação, já que é comum em terrenos anteriormente industriais, e todos chegam à conclusão de que a descontaminação é possível, porem o custo é extremamente alto e outras formas duram milhares de anos para a descontaminação total. Portanto a solução mais rentável é não acabar totalmente com contaminação, mas sim controlá-lo a ponto de ser seguro a utilização do espaço. Para isso deve se usar as técnicas de drenagem das águas pluviais de fitorremediação como fitoextração, fitoacumulação, fitoestabilização, fitodegradação, rizoestabilização e rizodegradação, explicadas na Tabela 2, todas elas são feitas através de tipos específicos de vegetação de maneira que controla a contaminação do ar de maneira quebra ou estabiliza as moléculas do composto químico. Mesmo com essas técnicas, o solo não será descontaminado totalmente, portanto engenheiros químicos e ambientais dizem que a solução seria cobrir com novas vegetações e elevar no mínimo 1,5 metros do chão, evitando alastramento das partículas no ar e o contato direto com o solo.


Tabela 2 - Fitorremediação

Na situação do terreno escolhido, os focos de contaminação estão bem espalhados pelo terreno, como observa se na Figura 25, e poucos são graves a ponto de não poder construir ou ter contato com o local. A região mais grave está proxima ao córrego Ribeirão dos Meninos tendo foco de alta contaminação por mercúrio, portanto não deverá ser evitado contato com o solo nessa região. Os outros tipos de contaminação, podem ser resolvidos ao longo dos anos com a plantação de tipos de vegetação que façam os metodos de fitorremediação mostrados na Tabela 2.

Feito pela autora

Figura 25- Contaminação do terreno escolhido

MERCÚRIO METAIS

ÓLEOS E PAHS PCBS

HCH SOLVENTES ORGANOCLORADOS

Fonte: Fornecido pelo CETESB modificado pela autora

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3.2.3. Vazios urbanos

“Um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, definirá um não-lugar” (AUGÉ, 1994, p. 73). Os vazios urbanos no Brasil passam ser estudados a partir da década de 70 quando ocorre o inchaço populacional ocasionado pela procura de emprego. Desta forma passou se a ocorrer inúmeras ocupações irregulares em terrenos periféricos e muitas vezes em áreas de preservação permanente, longe dos centros e dos equipamentos urbanos. O mercado imobiliário, visando fins lucrativos, passou a comprar terrenos próximos a essas áreas ocupadas irregularmente pensando na possibilidade do poder público trazer infraestrutura e assim valorizar esta terra. Por conta dessa visão comercial do mercado imobiliário, aumenta o numero de vazios urbanos na cidade. Outro motivo para esse aumento é a desindustrialização já comentada no tópico anterior, deixando lotes grandes e ruínas de seus edifícios para trás. Em São Caetano do Sul, o surgimento dos vazios urbanos é constante, deixando galpões desativados e antigas edificações em ruínas. Em alguns casos abre se alguma loja outlet, outras vezes a construção de um shopping, porem ainda há muitos abandonados, sem supervisão pública, deixados a mercê de fatores ambientais e invasões. Algo muito decorrente neste município é a invasão destes lugares inóspitos pelos próprios frequentadores da região que sem um espaço para lazer publico e mesmo sabendo da periculosidade, acabam passeando com seus animais domésticos, ou até mesmo fazem como ponto de encontro e descanso. O crescimento dos vazios urbanos gera interesse do planejamento municipal com a finalidade de manuseá-los a favor da cidade, visando atender alguma deficiência da área, sendo muitas vezes futuros terrenos para a construção de habitações de interesse social voltadas para a população em que o mercado imobiliário não abrange, diminuindo o déficit habitacional. No entanto, alguns locais já estão muito adensados, dando assim um novo sentido para estes vazios existentes que é a melhoria da qualidade vida dos moradores (CARDOSO, 2006), sendo assim, o terreno escolhido, por estar em um local próximo ao córrego com Área de Preservação Permanente (APP), o uso que deve fazer jus á este pensamento e á legislação é um espaço público.

3.2.4. Espaços públicos e Serviços Ambientais

Na questão do planejamento urbano atual, o espaço público tem sido tratado com um espaço residual, ou seja, é o resíduo deixado pelo espaço privado (HUET, 2001), porem ele deve ser tratado com mais importância e reflexão já que, segundo Bernard Huet (2001): “É pela rede dos espaços públicos que a cidade vai tomando a sua forma, é pela permanência no tempo dos espaços públicos que uma cidade constitui sua memória.” (p.148) 33

Os espaços públicos definem a malha urbana de forma que influencia os usos do seu entorno, tempo de permanecia, fluxos, propiciar conforto térmico e a relação social do espaço. Alem disso, possui a função da respiração urbana, ou seja, traz ventilação para regiões adensadas, diminui a poluição do ar, controla a temperatura e umidade local através da vegetação e ajuda no processo de drenagem das águas pluviais. (Robba & Macedo, 2003, p.44). Atualmente o poder público incentiva este pensamento funcional da natureza apenas para a área rural, através do projeto de lei PL 312/2015 que abrange o pagamento pelos serviços ambientais prestados pelo produtor rural, porem são serviços relevantes que deveriam ser estendidos e pensados para a criação dos espaços públicos. Os serviços ambientais são: a) serviços de provisão: os que fornecem diretamente bens ou produtos ambientais utilizados pelo ser humano para consumo ou comercialização, tais como água, alimentos, madeira, fibras e extratos, entre outros; b) serviços de suporte: os que mantêm a perenidade da vida na Terra, tais como a ciclagem de nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, a manutenção ou a renovação da fertilidade do solo, a polinização, a dispersão de sementes, o controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação solar ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético; c) serviços de regulação: os que concorrem para a manutenção da estabilidade dos processos ecossistêmicos, tais como o sequestro de carbono, a purificação do ar, a moderação de eventos climáticos extremos, a manutenção do equilíbrio do ciclo hidrológico, a minimização de enchentes e secas, e o controle dos processos críticos de erosão e de deslizamentos de encostas; d) serviços culturais: os que proveem benefícios recreacionais, estéticos, espirituais e outros não materiais à sociedade humana; (PL 312/2015- art. 4º.) Sendo assim esta lei deveria ser expandida para o planejamento dos espaços públicos da cidade, para que não sejam pensados apenas no lazer, mas também na sua importância ambiental na malha urbana. Locais como praças, parques, e ciclofaixas exercem um papel muito importante no incentivo a um estilo de vida mais ativo e com mais qualidade, já que democratiza um local para lazer, atividades físicas, culturais e sociais, portanto devem receber infraestrutura e manutenção necessária para não se desvalorizarem e caírem no desuso, não só das prefeituras, mas também dos frequentadores. “O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro contribua á sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar” (HERTZBERGER, 1991, p. 45) Na região de estudo as áreas publicas de lazer são abandonadas, sem manutenção pela falta de identidade


com os usuários, já que em sua maioria são mais voltados para a preservação não dando diversidade de lazer o que não incentiva o seu uso frequente. Assim, a opção dos moradores para lazer acaba sendo os shoppings ao redor. “Vivem, portanto as dimensões como morar, lazer, estudar, conviver e esportes encerrados quase sempre em instituições fechadas e seguras, sem experimentar a experiência das ruas, do bairro, do transporte coletivo de massa: sem contato enfim com a dimensão publica da cidade” (FRÚGOLI, 1995, p.91). Portanto esse contato com a natureza juntamente com ações de lazer é deficiente e o perímetro escolhido para a intervenção pode incentivar isso, através do Córrego dos Meninos e de um programa adequado e diversificado para os possíveis frequentadores. Assim, os espaços públicos devem ser pensados como fundamentadores da malha urbana, promovendo serviços ambientais com um urbanismo sustentável e criar uma identidade com a região e com a população através do conforto e dos usos. Sem esses requisitos, não há incentivo para o individuo usufruir deste espaço, não importando a sua localização ou a necessidade da região. “E, por fim, esse novo uso (ou usos) deve combinar com o perfil do distrito, e nunca atuar em sentido contrário.” (JACOBS, 2009, p. 113).

faz mais de 10 anos que elas pararam, mas nunca tinha visto desse jeito, a água subiu em questão de poucas horas, subiu mais de 3 metros, minha casa passou a madrugada totalmente submersa. Nunca tinha visto nada igual, nunca.” Diz entrevistado, morador da Rua Mariano Pamplona. Alem dos alagamentos, as águas do Rio Tamanduateí estão contaminadas por conta dos córregos adjacentes que na região, o principal é o córrego Ribeirão dos Meninos que, de acordo com a ONG SOS Mata Atlântica em 2018, está entre os cinco piores pontos de água da região Metropolitana de São Paulo. Sua contaminação é altíssima e não tem previsão para iniciar a sua descontaminação já que o local que se encontra também está muito contaminado. Para a sua descontaminação é necessário que haja um sistema de drenagem da água da chuva e o reflorestamento da sua mata ciliar, para que a contaminação do solo não passe para o córrego, e assim o processo de revitalização ocorra naturalmente. Observando estes problemas ocasionados por uma política negligente em relação à natureza, foi criada a lei do Código Florestal, Lei nº12. 651/12 art. 3º que diz respeito sobre as Áreas de Preservação Permanente (APP), Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas, Também definidas no art. 4º da mesma lei:

3.2.5. Área de Preservação Permanente (APP) em área urbana No processo de crescimento da cidade, a natureza não foi considerada e em algumas vezes foram pensadas como barreiras para o desenvolvimento urbano, como é o caso de córregos e rios os quais tiveram seu curso natural alterado ou foram tamponados. E assim, a cidade foi se expandindo, sem uma legislação que protegesse essas áreas deixando os a mercê da criação de grandes avenidas e loteamentos industriais e residenciais, sem se importar com os cursos d’água. Com a área de estudo não foi diferente, o rio Tamanduateí teve seu curso e formato natural modificado e implantado duas rodovias de transito rápido que são a Avenida do Estado e Avenida Dr. Francisco Mesquita, o deixando sem vegetação que o protegesse. Essa ação humana teve consequência por muitos anos, transformando a região em área de alagamento, porem, após inúmeras construções de escoamento da água, os alagamentos cessaram por um período de tempo. No dia 11 de março de 2019, um enorme alagamento aconteceu na região de São Caetano do Sul e São Paulo, mais precisamente nos Bairros Fundação e Vila Prudente. Este alagamento foi consequência de inúmeras retificações ocorridas nos rios da região metropolitana de São Paulo e também pelos métodos paliativos de escoamento da água da chuva adotado pelos municípios. Já que após uma grande chuva que ocorreu simultaneamente pelos municípios do ABC e Mauá, os “piscinões” não conseguiram conter a quantidade de água. “Moro há 30 anos nesta região, passei por mais ou menos por 20 enchentes

Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. (Lei 12.651/2012). Mesmo com a implantação desta lei, ainda há alguns pontos a serem resolvidos já que em muitos casos a mata considerada APP está muito inserida no tecido urbano, porem sem sua vegetação natural e com loteamentos irregulares. Portanto a CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, prevê essa recuperação entrelaçada com o tecido urbano, sem perder obviamente a sua função ambiental. No seu art. 1º diz que a intervenção em uma área de APP só pode ocorrer se for de utilidade pública ou de interesse social, como é caso deste projeto. Portanto, ambas as leis, trazem soluções importantes para área de estudo, já que possibilita a recuperação da vegetação da APP perdida no processo de formação desordenado da cidade, a coloca no âmbito urbano e promove uma área verde de respiro para a população. 34


4. ESTUDO DE CASO Praça Vitor Civita Data: 2007 Localização: Pinheiros, São Paulo- Brasil. Autor: Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch Área: 15.000 m² Observação: Área contaminada com projeto sustentável. Este projeto foi escolhido por ser em uma área contaminada que tem a exigência de não poder encostar nenhum tipo de construção no solo, semelhante ao terreno escolhido para projeto e também pela sua característica sustentável. Conta com caminhos desenhados pelo grande deck de madeira, sustentado por estrutura metálica, pontuados por edificações onde se encontra museu, depósitos, entre outros, por locais de recreação e áreas de permanência. Seu programa abrange eventos culturais, espaço para apresentações e locais para contemplação. Figura 26- Vista aérea Praça Vitor Civita

Fonte: archdaily.com

Figura 27- Arquibancadas Praça Vitor Civita

Figura 28- Rampas Praça Vitor Civita

Foto tirada pela autora

Foto tirada pela autora

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Parque do Flamengo

Figura 29- Parque do Flamengo

Data: 1961 Localização: Orla da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro- Brasil. Autor: Afonso Eduardo Reidy e Burle Marx Área: 1.251.244,20 m² Observação: Antigo local do Morro Santo Antonio, foi retirado e colocado nova terra para a transformação do parque e conecta as zonas sul, centro e norte do rio de janeiro. O Parque do Flamengo foi escolhido por conta da conexão que ele faz com as diferentes zonas do Rio de Janeiro, sendo fragmentado com vias passando por ele e mesmo assim permanecendo conectado pelas passarelas e passagens subterrâneas. Dessa mesma forma acontece com o terreno escolhido, já que nele passam vias estruturais que conectam São Paulo com o município de São Caetano do Sul exigindo soluções para haver uma conexão entre as partes. Este projeto conta com um programa extenso baseado no caminhar, nas atividades físicas e culturais, esporte, permanência e principalmente a preservação da fauna e da flora incentivadas pelo projeto de paisagismo que utiliza vegetações locais atraindo a procriação da fauna. Fonte: http://www.parquedoflamengo.com.br/

Figura 30- Passarelas

Fonte: http://www.parquedoflamengo.com.br/

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Parque Vila Leopoldina (Reforma) Data: 2016 (Proposta) Localização: Vila Leopoldina, São Paulo- Brasil. Autor: Escritório NK&F Área: 55.000 m²

Figura 31- Vista aérea Parque Vila Leopoldina

Observação: Antiga área de tratamento de esgoto da Sabesp fechado hoje por ter indícios de contaminação. A proposta, feita pelo escrito NK&F para uma possível reforma com o objetivo de adequar o parque á contaminação, foi escolhida devido ao uso da vegetação no terreno contaminado e como estudo metodológico do uso do paisagismo para definir espaços, criar ambientes que trazem experiências sensoriais diversas, para controlar a temperatura e ruídos sonoros do local provocados pela Marginal Tiête. Alem disso, conta com um programa feito através da analise das deficiências da área para atender a demanda. O programa reformulado conta com quadra esportiva, espaços para o publico infantil, áreas de permanência e contemplação, skate park e uma passarela conectando o parque com o outro lado do rio Tiête. Fonte: Google Maps

Figura 32- Implantação NK&F

Fonte: https://www.facebook.com/nkfarquitetura/

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Figura 33- Kaban lake antes

Revitalização Kazanis Prime Waterfront Data: 2015 Localização: Kazan, Russia Autor: Turenscape Área: 300.000 m² Observação: Terreno contaminado por detritos residenciais e industrias por mais de 700 anos. Esse projeto propõe principalmente a revitalização do lago Kaban o qual j havia perdido toda a vida animal e não era seguro para a população devido a sua alta contaminação. Como solução, o escritório Turenscape retirou todo o concreto restante que estava no solo deixando a sua terra original e construiu decks de madeira com vista para o lago. Além disso foi construido um sistema de wetlands para ajudar na sua descontaminação. Hoje, o parque tornou se ponto turistico e promovem diversos usos, como aulas de yogas, shows, entre outros com a sua parceria com o ministério da cultura russo.

Figura 34- Revitalização

Fonte: https://www.turenscape.com/

Fonte: https://www.turenscape.com/

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5. DIRETRIZES DO PROJETO A partir das análises feitas (fotográfica, entrevistas, morfologia urbana do local e histórico) e das problemáticas levantadas do lugar conclui se que este vazio urbano deve ser requalificado com a implantação de um espaço público de lazer o qual deve propiciar melhor qualidade de vida para os moradores e futuros frequentadores da região. Este espaço deve cumprir alguns objetivos, visando à solução das problemáticas apontadas anteriormente (vazio urbano, monofuncionalidade, contaminação e desindustrialização), os quais são: •Atrair um público diverso em horários diferentes, trazendo segurança, a partir da diversidade dos usos do parque. •Dar espaço á natureza no tecido urbano de maneira que melhore a qualidade de vida e que contenha a contaminação do terreno. •Propiciar a conscientização de terrenos contaminados e da importância da preservação ambiental. •Conectar o terreno para unir os dois lados da linha férrea e dar mais possibilidades ao fluxo de pedestre e bicicletas no local. •Criar estratégias de projeto para melhorar a segurança tanto dos pedestres como dos motoristas. •Conectar o usuário com o parque. Serão propostas diretrizes com a finalidade de unir estes objetivos em um espaço integrado, com diversidade, atendendo as necessidades da região e trazendo conceitos importantes de projeto de um espaço público, como a sua inserção na região, sua conexão com a cidade e com os frequentadores e a sua função na cidade.

Figura 35- Ribeirão dos Meninos

Fonte: https://freshwaterwatch.thewaterhub.org/

Figura 36- Ferrovia

Fonte: Google Maps

Figura 37- Igreja Matriz de São Caetano

5.1. Paisagem urbana Como toda região, este local possui elementos urbanísticos que constituem a sua paisagem que para essa proposta serão mantidos e incorporados ao parque criando relação com a memória do local e com seu caráter ambiental. Estes elementos são: CÓRREGO Pensando na importância da proteção ambiental e na legislação vigente, o Córrego Ribeirão dos Meninos( Figura 35) não será canalizado, e para garantir a sua descontaminação, tratamento e prevenção de erosão e escoamento, sua mata ciliar será recuperada nos locais em que ela é quase inexistente. Esta recuperação da mata ciliar proporcionará o contato dos visitantes com a natureza. FERROVIA A ferrovia (Figura 36)deve ser delimitada para a segurança dos pedestres, por conta da movimentação dos trens na linha, portanto serão feitos barreiras visuais com vegetação. Porem, mesmo com a barreira, este terá um papel importante para a paisagem do parque. Para vencer esta linha que fragmenta será feita uma passarela. IGREJA A igreja matriz de São Caetano (Figura 37) está localizada na Rua Mariano Pamplona e esta dentro do perímetro 39

Fonte: http://www.fpm.org.br/

de intervenção. Sua relação com o terreno e com a região é de extrema importância, pois foi construída pela família Matarazzo juntamente com as suas indústrias. Esta edificação sempre foi um marco da região tendo, hoje, um papel importante por ser um ponto de encontro e por ceder o local para a realização da Festa Italiana de São Caetano. RUINAS DA ANTIGA INDÚSTRIA Após a demolição forçada das indústrias Matarazzo, as ruínas ficaram a mercê do tempo já que nunca mais o terreno recebeu algum tipo de uso. Muitas destas ruínas estão irreparáveis, porem na Rua Mariano Pamplona(Figura 38), suas paredes permanecem em bom estado, por isso a sugestão é manter fazendo algumas modificações e reparações para encorpar ao projeto. Além das paredes, dentro do terreno, há uma torre (Figura 39) em boas condições tambem, podendo ser um marco no parque.


Figura 38- Ruínas

Fonte: Google Maps

Figura 39- Torre industrial

Fonte: Google Maps

5.2. Complexo Viário Luiz Tortorello Um dos elementos que fragmentam o terreno da proposta é o Complexo Viário Luiz Tortorello (Figura 40) que hoje conecta a zona leste de São Paulo com São Caetano, Santo André e São Bernardo do Campo, porem sua importância levanta dúvidas por conta do motivo que foi dado para a sua construção. O viaduto foi inaugurado em maio de 2005 pela prefeitura de São Caetano do Sul com a proposta de desafogar o transito no viaduto dos autonomistas onde antes, se concentrava todo o fluxo de motoristas com destino á outros municípios, para a estação Tamanduatei, e motoristas de caminhão levando carga para as indústrias que eram concentradas do outro lado da linha férrea.

“Entre os mais beneficiados, estão empresas de frete e motoristas de caminhão que fazem entregas na região e zona Leste.” – Fonte: Diário do Grande ABC/2005 Após a sua inauguração, muitos passaram a usá-lo e o transito começou a ficar intenso, já que, por encurtar o caminho, passou a ser a primeira opção para todos os motoristas da região, porem ao passar os anos este fluxo intenso foi se espalhando e amenizando já que seus usuários passaram a fazer caminhos alternativos para fugir do congestionamento.

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Figura 40- Complexo Viário Luiz Tortorello

Fonte: Google Maps

Mesmo com o problema do transito no viaduto dos autonomistas parecendo que estava resolvido, moradores da Rua Mariano Pamplona começaram a reclamar sobre o fluxo intenso de caminhões já que para chegar ao Viaduto Luiz Tortorello é necessário passar apenas pela parte residencial dela. Porem, novamente com o passar dos anos, este problema foi quase erradicado pelo fechamento das indústrias da região. “Quando inaugurou isso ai (Complexo Viário Luiz Tortorello) era caminhão todo dia toda hora aqui na porta de casa, hoje é mais carro e ônibus. Os poucos caminhões que passam são pra abastecer posto de gasolina, não de indústria.”- Moradora da Mariano Pamplona, 62 anos. A diminuição das indústrias na região diminuiu muito o transito local que se devia muito a caminhões de carga, diminuindo também o fluxo no viaduto Luiz Tortorello. Como consequência a esse processo de moderação do

Figura 41- Fluxos principais

41

PONTO DE ONIBUS TREM

Feito pela autora

AUTOMÓVEL PEDESTRE

fluxo, surge a reflexão sobre a real importância deste viaduto para a região. A utilização do viaduto não foi cessada totalmente, alguns motoristas e caminhoneiros ainda o usam constantemente, mas com a diminuição do fluxo passou se a se avaliar se em vez de ser um facilitador estava sendo uma barreira entre municípios e sua total integração. Esta barreira não seria do ponto de vista do automóvel já que conecta alguns municípios como falado anteriormente, porem do ponto de vista do pedestre temos claramente este elemento que o separa da sua relação com o entorno. Nos estudos coletados por entrevistas baseadas na mobilidade dos moradores, vê se que o fluxo principal, mostrados na Figura 41, dos automóveis vai de encontro com o fluxo principal de pedestre, já que para ambos este é o caminho mais rápido para a estação São Caetano da CPTM e para a estação Tamanduatei.Porem para o automóvel temos um viaduto e para o pedestre temos um espaço de aproximadamente de um metro de largura nas extremidades desta via (Figura 42).


Figura 42- Passagem para o pedestre

Fonte: Google Maps

Pensando nesta situação, foi feita uma análise sobre quais seriam os caminhos alternativos para o pedestre e para o motorista para chegarem aos seus destinos comuns nos horários de pico, e calculou para o motorista os caminhos alternativos mostrados na Figura 43 . Os desvios para o motorista seriam pelo viaduto dos autonomistas e independência tendo, respectivamente um acréscimo de 10 e 20 minutos no seu trajeto, já para o pedestre os caminhos alternativos são mais variados, porem com aproximadamente 30 minutos de acréscimo no seu percurso além de serem desagradáveis e perigosos para o passante como mostram as figuras 44, 45 e 46 . Analisando esses estudos e tendo como base que o pedestre deve ser priorizado por ser o mais vulnerável, porem sem comprometer de maneira extremamente negativa o transito da região, uma proposta para estes questionamentos seria a demolição do Complexo Viário Luiz Tortorello tendo como consequência um pequeno acréscimo para o motorista no seu trajeto e uma melhora para o pedestre caminhar até o seu destino, já que este caminho seria por dentro do parque proposto.

Figura 43- Desvios possíveis para o motorista

AV. DO ESTADO/ DR.FRANCISCO MESQUITA

VIADUTO INDEPENDÊNCIA

VIADUTO DOS AUTONOMISTAS

COMPLEXO VIÁRIO LUIZ TORTORELLO/

Fonte: Google Maps modificado pela autora

AV. GUIDO ALBERTI 42


Figura 44- Caminho para o pedestre pela Av. Dr. Francisco Mesquita

Fonte: Google Maps

Figura 45- Caminho para o pedestre pela Av. do Estado

Fonte: Google Maps

Figura 46- Caminho para o pedestre pela Rua Guamiranga

Fonte: Google Maps

Esta proposta traz prejuízos para alguns motoristas da região, porem os benefícios para o entorno e para os pedestres são maiores já que irá trazer um parque mais integrado, com caminhos adequados, retomada do contato com natureza, descontaminação do Ribeirão dos Meninos, alem de trazer um espaço de lazer que atende não só o bairro em que se encontra, mas também os municípios ao seu redor. Outro ponto negativo para esta solução é a geração de entulhos derivados da demolição, porem este não seria descartado de forma errônea e seria reutilizado na própria construção do parque, portanto foi pesquisado sobre possíveis utilizações desses resíduos. Para o melhor aproveitamento destes resíduos, seria feito a coleta apropriada para assim fazer a separação e classificação dos fragmentos que poderão ser utilizados para passar pelo processo de reciclagem. “A reciclagem é realizada através de instalações e equipamento de baixo custo. Ainda pode ser realizado a reciclagem ou o reaproveitamento na própria obra, eliminando tam43

bém custos com a logística. Basicamente, a reciclagem é realizada pela: triagem, trituração e classificação dos materiais. Ainda existem opções com tecnologias mais avançadas que tem custos mais baixos, gera menos emprego e gera material com melhor qualidade, porém são equipamentos com valores mais elevados.”- Fonte: https://www. vgresiduos.com.br/ Após este processo o entulho será usado no projeto do parque através de sua transformação para: •Blocos •Bancos de parque •Calçamentos •Enchimentos de fundações •Tijolos ecológicos •Pisos e contrapisos •Tubos •Acertos topográficos de terrenos


5.3. Estudos iniciais Para a realização do projeto paisagistico, algumas soluções foram estudadas e serão dadas como proposta. Estas são: PAISAGISMO A região carece de áreas verdes voltadas para o lazer, porem tem uma boa distribuição de vegetação nas calçadas e e alguns parques voltados apenas para preservação ambiental, portanto é bem climatizada. Pensando nisso, o parque deverá bem arborizado, com bosques e barreiras, principalmente com a vegetação existente e com tipos de plantas voltadas para a contenção da contaminação, para manter a climatização do local, manter as áreas de permanência, delimitar caminhos e setores, e conectar a cidade com a natureza. ACESSOS O lote, atualmente, não possui acessos já que está abandonado, porem, por conta do seu antigo uso industrial, ele esta todo nivelado com as ruas do seu entorno o que irá ajudar nos acessos. Para a conexão das fragmentações do terreno, serão

implantadas uma passarela que irá atravessar a linha férrea, uma atravessando o córrego outra atravessando a área mais contaminada do terreno. Todo o fluxo do parque foi pensado na melhoria da mobilidade do pedestre no andar até as principais estações e para seu momento de lazer, contando com faixas de pedestre para a sua segurança. E com a derrubada do viaduto o contato com a natuteza e o caminho principal da proposta se tornam mais agradáveis e possíveis. Como mostra na Figura 47, os fluxos principais da proposta não se atrapalham, podendo dar um melhor caminho para o pedestre na travessia para o outro lado da linha férrea. Alem disso, o fluxo de carro não interfere na segurança do pedestre por conta das faixas de travessia localizadas nos principais acessos do parque. As entradas de veículos serão feitas nas ruas 28 de Julho e Rio Branco, sendo as duas de mão dupla, e a sua circulação ficara restrita a área de estacionamento, já que não serão criadas novas vias. Essas ruas foram escolhidas pois sua movimentação atual é pequena, e com essa nova função, o novo fluxo de carros não irá sobrecarregar o fluxo já existente.

Figura 47- Fluxos principais da proposta

PONTO DE ONIBUS TREM Feito pela autora

AUTOMÓVEL PEDESTRE 44


PROJETO Através da análise das necessidades da região e das entrevistas feitas, o programa foi definido com as seguintes áreas: •APP (Área de Preservação Ambiental) •Área para comércio/serviços •Áreas de permanecia/ descanso •Área de skate •Área pet •Arquibancada •Deck/ Banho de sol •Espaço para estudo •Espaço para eventos •Estacionamento •Infantil Foi realizado um plano de massa que abrange os setores do programa realizado e as propostas descritas anteriormente tendo como influencia as referencias citadas. Ao longo do parque, alguns setores se repetem como as áreas voltadas para o publico infantil onde irá ter brinquedos e cores incentivando o lúdico, também se repetem os espaços de estudos e arquibancada que podem ser voltados para eventos ou para palestras e cursos incentivando a cultura. Os locais onde estarão os decks para tomar banho de sol foram escolhidos devido á posição do sol nas diferentes estações do ano. Já outros setores do programa, como áreas de permanência, área pet, arquibancada, espaços de estudo e área para skate foram colocados em lugares expostos ao sol,porem em alguns horários há

sombras por conta da vegetação para garantir um lugar agradável de permanência. As praças secas, com diferenciação de piso, foram pensadas como lugares de passagem como no caso das que estão localizadas na passarela, e também como conexões até a praça principal para futuros eventos de grande porte como é o caso da Festa Italiana de São Caetano Do Sul. Os banheiros e equipamentos de ginástica são espalhados por todo o parque e as áreas para comercio e serviços estão dispostas em locais estratégicos de passagem, próximos as entradas e aos principais pontos de ônibus para atrair o pedestre. Os principais materiais que serão utilizados são a madeira e concreto para piso, e aço para o sistema estrutural das passarelas. Em alguns locais como os espaços infantis e as quadras terão piso emborrachado para a diminuição do impacto na pratica de esportes e brincadeiras. O programa setoriza parcialmente o parque, pois o conceito é ser um parque fluido, onde os espaços se conectam e se misturam podendo ter diversos usos. Essa fluidez possibilita uma conexão com o visitante já que o parque sofre mudanças conforme os eventos e ações da população. As passarelas foram colocados nos locais voltados para a contemplação da natureza, como a de cima do córrego (wetland) e a do bosque á sul do terreno, e para a conexão do terreno como a que passa por cima da linha férrea.

Figura 48- Plano de massas

SKATE ÁREA PET INFANTIL ESTACIONAMENTO

45

Feito pela autora

DECKS ARQUIBANCADA QUADRAS BARREIRA

BANHEIROS EQ. DE GINÁSTICA ENTRADA DE VEÍCULOS PRAÇA SECA

CHAMINÉ TORRE DE TRANSMISSÃO BOSQUE PERMANÊNCIA

APP COMÉRCIO/SERVIÇO PASSARELA


6. PROJETO

PMF PLANTA

46


PMF

CORTES AA, BB

47


PMF

CORTES CC, DD, EE, FF ,GG

48


PMF PROJETO

3

1

2

4

3

1

6

5

2

4

1

4

2 2 7

1. PLAYGROUND 2. QUADRAS POLIESPORTIVAS

3. COMÉCIOS/SERVIÇOS 4. BANHEIROS

5. ÁREA PET 6. DECKS

7. ÁREA PARA SKATE POSTES DE ILUMINAÇÃO

7. BEBEDOUROS PONTOS DE ÔNIBUS

TORRES DE TRANSMISSÃO

Alfeneiro

Eritrina

Eucalipto

Flamboyant

Ipê-amarelo

Ipê-branco

Jequitibá-rosa

Ligustrum lucidus

Erythrina variegata

Eucalyptus grandis

Delonix regia

Handroanthus albus

Tabebuia roseo-alba

Cariniana legalis

6-8 metros 49

12 metros

30-55 metros

7-10 metros

15-30 metros

15-30 metros

30-50 metros

Palmeira rabo- de-raposa Wodyetia bifurcata

9 metros

Palmeira real

Archontophoenix cunninghamiana

15-20 metros

Acácia imperial Cassia Fistula

4-6 metros

Existente 4-15 metros


50


51


DETALHES COBERTURA Este mobiliário foi pensado para ser um local de sombra, descanso e de estudo, com um design que conversasse com o parque, portanto ele segue o desenho do parque com curvas sinuosas e círculos. É composto por nove coberturas circulares que variam seu diâmetro e altura, um banco único e curvilíneo, três mesas circulares e três bancos menores. Seu material é concreto, material mais presente no parque e foi colocado próximo aos comércios e entradas principais.

B

26.0

A

B

A

PLANTA COBERTURA

4.0

3.6

4.1

6.0

CORTE AA .2

.7

.5

3.1

.5

2.0

As diferentes alturas e diâmetros das coberturas foram inspiradas nas árvores e em suas medidas, criando sombra em alguns lugares ensolarados como acontece nos bosques. Seu desenho permite que uma pessoa use o sozinha ou em grupos, e pelo seu formato e largura permite privacidade ou a distância entre grupos.

CORTE BB

0

1

5

15

52


PLAYGROUND

B

Para as áreas infantis foi proposto um mobiliário que integrasse os principais brinquedos, como escorregador, balanço e escalada de maneira que seu design conversasse com o projeto. Para isso seu desenho segue com curvas e círculos feito por estrutura metálica e um banco contínuo curvilíneo no centro feito de concreto. Nos locais em que eles se encontram, o piso é emborrachado de cor vermelha, assim como outras áreas de esporte. O seu desenho e cores tem como objetivo inspirar o lúdico nas crianças e adultos visitantes do parque.

A

A

20.0

.1

11.0

1.0

2.0

.1

2.2

B

PLANTA PLAYGROUND

CORTE AA 4.0

1.6

2.6

CORTE BB

53

0

1

5

15


54


55


COMÉRICIO,SERVIÇO E BANHEIROS Nas entrevistas realizadas, muitos entrevistados sugeriam o incentivo ao comércio dentro do parque para terem um lugar diferente de consumo junto á interação com a natureza. Dessa maneira foi pensado em dois layouts como sugestão, um deles como uma pequena lanchonete e outro como uma loja tendo comércio e serviço. Foram colocados, juntamente com um banheiro, na entrada principal do parque, na praça seca central e com

duas aberturas opostas. Seu material é o tijolo ecológico produzido pela transformação dos entulhos do viaduto e foram pintados de branco para seguir a parede industrial restaurada. Os banheiros mais afastados do comércio são circulares e de concreto seguindo o desenho do parque e mantendo as formas retilíneas, apenas nas proximidades da parede industrial localizada na Rua Mariano Pamplona. 10.0

5.0

A

A

PLANTA COMÉRCIO/SERVIÇO

2.7

.2

4.9

3.0

2.2

CORTE AA

7.0

B

B

C

PLANTA BANHEIRO 2

PLANTA BANHEIRO 1 3.4

2.9

CORTE BB 0

1

2.9

3.0

3.0

3.4

C

5.0

6.0

CORTE CC 5

56


PASSARELA DO CÓRREGO Esta passarela tem como objetivo a contemplação da natureza, passando por cima do córrego onde se tem um projeto de wetland para controlar as enchentes. Ela é feita de aço o que da impressão de leveza na paisagem e sua superfície é de concreto. Tem aproximadamente 250 metros de comprimento e suas rampas 40 metros estando a dois metros acima do chão.

Intradorso

.6

5.0

Drenagem

.2

2.0

Cantiliver

.7 PLANTA VISTA INFERIOR PASSARELA

2.0

1.0 .4

.4

1.8 CORTE LONGITUDINAL

57 0

.9 .6

1.15

.4 .3 .2.2 .6 .2

.7

2.0

1

CORTE TRANSVERSAL 5


58


59


PASSARELA DO BOSQUE O bosque, localizado ao sul do terreno, tem como a finalidade de aumentar a fitorremediação para agilizar a contaminação desta área, já que é a mais contaminada e é cortado por uma passarela com estrutura de aço e concreto, e superfície de madeira plástica. Tem aproximadamente 150 metros e esta há 1,5 metro do chão devido á contaminação. Para o projeto, esta passarela é um caminho sombreado e de contemplação com uma fileira de ipês-amarelos, alem de possibilitar o acesso á esta área mais contaminada do terreno.

Madeira plástica

Viga metálica

Fundação de concreto

2.5

10.0

CORTE TRANSVERSAL

1.15

.6

.6 .3

1.0

.1

CORTE LONGITUDINAL

0

1

5

60


PASSARELA DA LINHA FÉRREA A linha turquesa da CPTM é um dos elementos que fragmenta o terreno, portanto para a ligação desses lados foi feito uma passarela para pedestre vencendo também um vão de 5 metros. Esta estrutura é feita de concreto e aço formando um arco na paisagem, seu comprimento total é de aproximadamente 150 metros e largura de 5 metros

1.0

5.0 .4

.5

Grelha

3.0

Concreto aparente

CORTE TRANSVERSAL

0

1

5

CORTE LONGITUDINAL

01

61

5

15

60.0


62






7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de industrialização (1930-1960) deixou como legado solos e águas contaminadas, porem, a partir de 1980, a cidade começa a perceber a importância do meio ambiente no meio urbano e assim vê se a falta de locais destinados ás áreas verdes. Com o processo de desindustrialização, muitos terrenos de grande porte foram abandonados, sendo espaços residuais na cidade e pareciam ser uma solução para a falta de áreas verdes, contudo a contaminação nestes espaços, em sua grande maioria, é altíssima trazendo danos á saúde do ser humano. O terreno escolhido para a proposta segue essa situação, sendo das antigas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo durante 56 anos e sua taxa de contaminação tão alta que, por este motivo, foram obrigados a inativar sua produção, tendo a demolição das suas instalações de maneira forçada em 1980. Atualmente, continua abandonado e em estado de degradação há mais de 30 anos. Após as análises e estudos feitos, chega-se a conclusão que a melhor solução para o terreno escolhido para intervenção é a inserção de um espaço público com áreas verdes, um parque, assim como os moradores da região pedem e propondo: (I) um terreno de propriedade pública, (II) a análise da contaminação e consequentemente uma solução sustentável e rentável, (III) programa que atenda as necessidades da região, (IV) solução sustentável para a reutilização de entulhos. Por fim a proposta traz uma revitalização da paisagem local, o resgate da natureza, a valorização do patrimônio histórico, solução para áreas contaminadas de mesmo grau, uma conexão do parque com a cidade e com o cidadão através do convívio com a natureza e com a fluidez dos espaços que se modifica conforme a demanda e a necessidade local. Tudo isso através do fim deste vazio urbano e a implantação de conceitos de um urbanismo responsável e sustentável, como a recuperação do Ribeirão dos Meninos e o plantio de árvores para a restauração do solo contaminado. Desta forma irá beneficiar a cidade como um todo, pois a sua localização possibilita que moradores de outras regiões da grande São Paulo cheguem com facilidade e usufruam deste espaço diversificado. Este novo uso para o local traria vida- tanto noturno como diurno- por conta da sua variedade e possibilidade de usos nas praças internas do parque trazendo convívio social e cultural. Alem disso traz uma conexão do parque com a cidade e com o cidadão através do convívio com a natureza e com a fluidez dos espaços que se modifica conforme a demanda e a necessidade local. A área passaria de um local abandonado e descuidado para um ambiente de convívio o qual propiciaria a melhoria da qualidade de vida e de recuperação ambiental, cumprindo assim o objetivo do Parque Memorial São Caetano do Sul proposto neste trabalho.

67


8. BIBLIOGRAFIA AUGÉ, Marc. Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. Tradução Maria Lúcia Pereira, SP: Papirus, 1994.

HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura/ Herman Hertzberger; tradução Carlos Eduardo Lima Machado- 3. ed. – São Paulo: Martins Fontes – selo Martins, 2015.

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68



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