REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO PARQUE DA ABOLIÇÃO EM MOGI GUAÇU, SP Trabalho final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, para obtenção de título de Arquiteta e Urbanista. Orientadora: Beatriz Kara José
MARIANA CAVASSINI VALLIM SÃO PAULO, 2020
“Sem compreender as necessidades de uma cidade e, principalmente, sem compreender as funções das áreas verdes, o paisagista não poderá realizar jardins”. Roberto Burle Marx.
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AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, que me deu saúde e força para seguir está caminhada; aos meus pais, Francisco e Sueli, por tudo o que fazem e fizeram para tornar sonhos e desejos em realidade. Obrigada pelo suporte, carinho, apoio, incentivo e compreensão. Á Beatriz pela orientação ao longo deste um ano de trabalho; pelas horas de dedicação ao tema, às problemáticas, discussões, análises e conversas. Agradeço a Marcella pela coorientação neste trabalho, e á Francine por toda atenção, auxilio e compartilhamento de seus grandes conhecimentos na área desde o início do trabalho. Enfim, agradeço a todos aqueles que de alguma forma marcaram esta trajetória.
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RESUMO O trabalho consiste em uma proposta de requalificação e ampliação de um parque existente, o Parque da Abolição, em Mogi Guaçu interior de São Paulo. A cidade é bem deficiente no quesito de espaços públicos livres, destinados ao lazer e convívio social, os existentes estão, em sua maioria, deteriorados. Sendo assim, o objeto principal é proporcionar para os moradores um parque urbano, com qualidade, segurança e diversas funcionalidades, para que assim atenda toda a demanda da cidade. Para isso, foram estudados, aspectos que comprovam a importância dos espaços livres públicos e a requalificação desses espaços para as cidades, critérios essenciais para que seja um bom espaço público, estudo de referências de projeto de parques e praças, juntamente com o estudo da inserção urbana do local, e análises de como a população utiliza a área, com o intuito de que a proposta de projeto fique apropriado com as necessidades dos frequentadores. Em vista disso, o trabalho está estruturado de maneira a apresentar a escolha do tema, justificativa e os objetivos, a localização e análise da área, as fundamentações teóricas, estudos de casos e então a proposta projetual, que foi feita com orientações a distância, pois o mundo inteiro está passando por um momento muito delicado, a pandemia de Covid- 19, e todos estamos em isolamento. Infelizmente isso reflete no resultado final, que poderia ter sido mais satisfatório com acompanhamento presencial, mas adaptando-se a situação atual, foi possível finalizar o trabalho alcançando os objetivos iniciais. Palavras-Chave: Mogi Guaçu; espaço livre público; requalificação urbana; parque urbano.
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ABSTRACT The work consists of a proposal for the requalification and expansion of an existing park, the Abolição Park, in Mogi Guaçu, São Paulo. The city is very deficient in the area of free public spaces, destined for leisure and social life, the existing ones are mostly deteriorated. Therefore, the main object is to provide residents with an urban park, with quality, safety and various functionalities, so that it meets all the demand of the city. For this, aspects were studied that prove the importance of public free spaces and the requalification of these spaces for cities, essential criteria for a good public space, study of project references of parks and squares, together with the study of the urban insertion of the site, and analyses of how the population uses the area, in order that the project proposal is appropriate with the needs of the regulars. In view of this, the work is structured in such a way as to present the choice of theme, justification and objectives, the location and analysis of the area, the theoretical foundations, case studies and then the Project proposal, which was made with distance orientations, because the whole world is going through a very delicate moment the covid-19 pandemic, and we are all in isolation. Unfortunately, this reflects on the final result, which could have been more satisfactory with face-to-face follow-up, but adapting to the current situation, it was possible to finish the work achieving the initial objectives. Keywords: Mogi Guaçu; public free space; urban requalification; urban park.
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SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E TERRENO 1.2 OBJETIVOS 1.3 JUSTIFICATIVA 1.4 METODOLOGIA 1.5 COMPOSIÇÃO DO TRABALHO
2. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE ESTUDO – PARQUE DA ABOLIÇÃO EM MOGI GUAÇU, SP 2.1 LOCALIZAÇÃO E BREVE HISTÓRICO 2.2 USO E OCUPAÇÃO DO ENTORNO
4. ESTUDOS DE CASO 45
9 14 14 14 15
4.1 PARQUE HUSSEIN BIN TALAL 4.2 PARQUE DO FLAMENGO 4.3 PARQUE BICENTENÁRIO DE LA INFÂNCIA 4.4 PARQUE DA GARE 4.5 RELAÇÃO COM OS CRITÉRIOS PARA UM ESPAÇO PÚBLICO QUALIFICADO
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2.2.1 ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS
2.3 CARACTERIZAÇÃO DO VIÁRIO E TRANSPORTE
8
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21
2.3.1 HIERARQUIA VIÁRIA
21
2.3.2 EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE
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2.3.3 SENTIDO VIÁRIO
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2.4 TOPOGRAFIA 24 2.5 CLIMATOLOGIA 26 2.6 SITUAÇÃO ATUAL DO ESPAÇO PÚBLICO 27 2.6.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
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5. PROPOSTA PROJETUAL DE REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO PARQUE DA ABOLIÇÃO 53 5.1 ENTREVISTAS 5.2 DIRETRIZES DO PROJETO 5.3 PROGRAMA DE ATIVIDADES 5.4 CONCEITO 5.5 PARTIDO DO PROJETO 5.6 PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
54 56 56 56 57 61
80
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2.6.2 VEGETAÇÃO
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2.6.3 MOBILIÁRIO
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2.6.4 ILUMINAÇÃO
46 47 48 50
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2.6.5 FORMA DE APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS
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3. FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS
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3.1 ESPAÇOS PÚBLICOS E SUA IMPORTÂNCIA NAS CIDADES 3.2 CRITÉRIOS PARA UM ESPAÇO LIVRE PÚBLICO QUALIFICADO 3.3 PARQUES URBANOS NO BRASIL 3.4 REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS
35 36 40 43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. ANEXO 85
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1. INTRODUÇÃO
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1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E TERRENO Os espaços públicos, adquiriram uma grande importância nas cidades, mas a partir da Revolução Industrial, as cidades começaram a se desenvolver voltadas para os automóveis, e consequentemente a população passou a ficar para segundo plano, esquecendo que são eles que constroem a cidade, e que estes necessitam de espaços públicos qualificados. Atualmente numa época em que as cidades se encontram com uma grande falta de recursos econômicos, e considerando que esses espaços públicos já estão consolidados e repletos de significados, mas com a ausência de qualidade, a ideia de reinventa-los e requalifica-los conquista uma excelente importância, afirma Fernandes, (2012).
Este trabalho traz como tema a requalificação de espaços públicos no município de Mogi Guaçu, interior de São Paulo. Primeiramente foi realizado o estudo e levantamento de alguns espaços públicos, em que já são frequentados pela população, mas se encontram em más condições, e apenas um desses locais está fechado para o público, por ser uma área de preservação. Para que assim fosse determinado a área da proposta de requalificação. Sendo estes apresentados a seguir:
“A requalificação urbana é sobretudo um instrumento para a melhoria das condições de vida das populações, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social e econômica. Procura a (re) introdução de qualidades urbanas, de acessibilidade ou centralidade a uma determinada área (sendo frequentemente apelidada de uma política de centralidade urbana).” (MOURA, 2006, p.20)
Área de estudo EQUIPAMENTOS: Escola
PRAÇA TABAJARA
Figura 1: Inserção Urbana Praça Tabajara Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
Faculdade Saúde
Espaço livre público VIAS: Linha ferroviária Vias arteriais Vias locais
Ponto de ônibus Terminal de ônibus escolar
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Área: 15.000 m² Localização: Jardim Planalto Verde, Mogi Guaçu-SP Público alvo: Jovens Principais usos: Durante a semana utilizada pelos moradores do bairro, apenas para passagem com animais de estimação, além de pessoas que estão de visita ao hospital que se localiza em frente, mas o fluxo maior são de jovens, principalmente de quinta-feira a domingo, que utilizam como ponto de encontro com os amigos, ao sair da faculdade, ou apenas para o lazer do fim de semana. A praça possui mobiliário só na parte superior.
Figura 2: Praça Tabajara dia Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 3: Praça Tabajara noite Fonte: Acervo próprio, 2019
Área de estudo EQUIPAMENTOS: Escola Saúde
Espaço livre público VIAS: Vias locais Vias arteriais
Ponto de ônibus
PRAÇA AMÉLIA DE NOGUEIRA
Figura 4: Inserção Urbana Praça Amélia de Nogueira Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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Área: 6.000 m² Localização: Vila São Carlos, Mogi Guaçu- SP Público alvo: Idosos Principais usos: Durante todos os dias da semana, idosos utilizam a praça para jogarem jogos de cartas e xadrez, em praticamente todos os horários do dia. O mobiliário existente não é suficiente, então os moradores acabam levando bancos e cadeiras para sentarem.
Figura 6: Praça Amélia de Nogueira sendo utilizada Fonte: Acervo próprio, 2019 Figura 5: Praça Amélia de Nogueira sendo utilizada Fonte: Acervo próprio, 2019
Área de estudo EQUIPAMENTOS: Escola Faculdade Saúde Ponto de ônibus
Espaço livre público VIAS: Linha ferroviária Vias arteriais Vias coletoras Vias locais
PARQUE CHICO MENDES
Figura 7: Inserção Urbana Parque Chico Mendes Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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Área: 40.000m² Localização: Jardim Itamaraty, Mogi Guaçu-SP Público alvo: Crianças e adolescentes Principais usos: O parque encontra-se fechado para a visitação do público, é permitido a entrada apenas para visitas guiadas de escolas, e aos finais de semana grupos de escoteiros realizam seus encontros e atividades no local. Foi fechado por não ser acessível a pessoas com mobilidade reduzida ou deficientes físicos, além de ser uma área de preservação ambiental, com espécies de animais da região.
Figura 8: Parque Chico Figura 9: Parque Chico Mendes desnível Mendes Lagoa Fonte: Acervo próprio, 2019 Fonte: Acervo próprio, 2019
Área de estudo EQUIPAMENTOS: Escola Terminal rodoviário Saúde
Espaço livre público VIAS: Vias de trânsito rápido Vias arteriais Vias coletoras
Shopping Ponto de ônibus
PARQUE DA ABOLIÇÃO
Figura 10: Inserção Urbana Parque da Abolição Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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Área: 60.000m² Localização: Jardim Nossa Senhora das Graças, Mogi Guaçu-SP Público alvo: Adultos, adolescentes e crianças
Figura 11: Parque da Abolição sendo utilizado Fonte: Acervo próprio, 2019
Á partir deste levantamento, foi determinado a área do Parque da Abolição, para o projeto de requalificação, está localizado no bairro Jardim Nossa Senhora das Graças, entre duas avenidas de grande fluxo de veículos e de sentidos opostos, que dão acesso a outras regiões da cidade, a Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Brasil. O parque possui cerca de 60.000 m² de área, mas por ser o único na cidade, além da requalificação a proposta
Principais usos: O parque é utilizado para caminhada durante toda a semana, por moradores de bairros próximos, e aos finais de semana famílias de toda a cidade vão para o local, fazer piquenique, churrasco, jogar futebol, ou apenas aproveitar o espaço ao ar livre. Os mobiliários existentes são poucos e há apenas uma academia ao ar livre e um brinquedo infantil.
Figura 12: Parque da Abolição sendo utilizado Fonte: Acervo próprio, 2019
contém a ampliação do mesmo, com a integração a um terreno vazio na parte superior, localizado na Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Paula Amorim, contendo aproximadamente 65.000m², para que assim possa ser proposto um parque de 125.000 m², com o propósito de atender a cidade toda.
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1.2 OBJETIVOS • Revigorar o terreno do parque existente, aproveitando o local que já é utilizado pela população, assim estabelecendo qualidade e intensificação dos usos, através de equipamentos que serão inseridos; • Proporcionar uso ao terreno para a ampliação do parque; • Criar maior identidade para o local, relacionando a cultura, recreação, meio ambiente e esportes, fortalecendo a convivência entre as pessoas; • Priorizar os pedestres e ciclistas, a integração entre as áreas ao redor do parque; • Propor caminho para a ligação dos espaços com equipamentos propostos, garantindo mais acessibilidade, segurança e qualidade para o local;
1.3 JUSTIFICATIVA Espaços públicos de lazer podem ser definidos de diversos modos, porém, nesta pesquisa, será adotado o conceito como sendo lugares, onde se desenvolvem em geral, programas de lazer e atividades, como parques, centro esportivos, praças, entre outros. O espaço de lazer possui importância mesmo por se caracterizar como espaço de encontro, de convívio, do encontro com o “novo” e com o diferente, lugar de práticas culturais, de criação, de transformação e de vivências diversas, no que diz respeito a valores, conhecimentos e experiências. (PELLEGRIN, 2004, p.74).
Desta forma, Pellegrin afirma que os terrenos vazios e áreas verdes nas cidades se mostram como grandes potenciais para serem destinados a novos equipamentos de lazer. Seguindo esta afirmação, o presente trabalho como citado anteriormente, pretende propor uma requalificação urbana e ampliação de um parque existente, já que o mesmo possui alta relevância para o seu contexto. Como moradora da área de estudo, escolhi este tema por conhecer de perto as necessidades, problemas e potenciais da região. Em Mogi Guaçu, há uma
grande carência de espaços livres públicos qualificados, para a população, apenas praças, que quando há mobiliário e equipamentos, estão completamente degradados, como mostrados previamente. O Parque da Abolição, é o único na cidade, e é apenas um gramado, com poucos bancos, uma academia ao ar livre, e um brinquedo infantil, onde mesmo sem infraestrutura a população utiliza para fazer piquenique, churrasco, brincar com a família, caminhadas, futebol ou apenas para encontrar com os amigos. Além da requalificação a proposta também apresenta a ampliação do local, com um terreno vago localizado na parte superior, oferecendo uso a um espaço vazio na cidade. O local escolhido para a proposta, é de fácil acesso, próximo se encontra o terminal rodoviário, onde está servido de várias linhas de transporte público, além do início das obras do Plano de Mobilidade proposto pela Prefeitura, levando até a região de estudo, corredores de ônibus e ciclofaixas, facilitando ainda mais o acesso para o Parque da Abolição.
1.4 METODOLOGIA Os procedimentos metodológicos desta pesquisa são revisões bibliográficas com base em artigos, livros, e produções acadêmicas, para que eu possa fundamentar sobre os espaços públicos nas cidades. Levantamentos fotográficos, elaboração de mapas, (uso e ocupação do solo, hierarquia viária, equipamentos de transporte, sentido viário, espaços livres públicos próximos), levantamento de dados climatológicos, (direção dos ventos, nascer e pôr do sol e chuvas médias em todas as estações do ano), levantamento do mobiliário, vegetação e iluminação existente, análise da legislação do Plano Diretor de Mogi Guaçu, além de entrevistas e visitas, para elaboração do programa de necessidades, criando novas áreas de usos e permanecendo com os usos existentes considerados essenciais e desejados pela população, desenhos de cortes e maquete eletrônica para a compreensão do terreno escolhido, e a escolha e identificação de referências nacionais e internacionais, para a criação de repertório voltado ao tema de parque urbanos, para assim concluir com a proposta de requalificação e ampliação do Parque da Abolição.
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1.5 COMPOSIÇÃO DO TRABALHO O trabalho foi dividido em 6 capítulos, sendo estes: O capítulo 1 contém a apresentação do tema e a escolha do terreno, onde o leitor compreende de forma geral o assunto abordado; os objetivos, onde são traçadas artifícios para se alcançar no produto final; a justificativa do tema; a metodologia, que contém as ferramentas utilizadas para desenvolver o produto; e a estruturação do trabalho, que permite melhor compreensão das divisões dos capítulos. O segundo capítulo apresenta a localização e um breve histórico sobre a cidade de Mogi Guaçu, além do diagnóstico realizado a fim de contextualizar e compreender a realidade da área de projeto (terreno) e o seu entorno. Além disso contém diagramas que analisam as condicionantes do terreno que interferem no processo de criação do projeto. O capítulo 3 traz as fundamentações teóricas, realizado a partir da revisão de bibliografias relacionadas aos espaços públicos, parques urbanos, e a requalificação, a fim de dar fundamento para o desenvolvimento do projeto. O capítulo 4 traz estudos de caso realizado a fim de compreender o processo de criação de um espaço público, e aumentar o repertório para possibilidades de resolver os problemas encontrados na área da proposta de requalificação, além da avaliação crítica do projeto a partir dos critérios mencionados no capitulo 3. O capítulo 5 contém a proposta projetual de requalificação e ampliação do parque, desenvolvida a partir da fundamentação e análises realizadas nos capítulos anteriores. Nesse capítulo é apresentado o conceito e cada elemento que compõe o espaço. O último capítulo traz as considerações finais do projeto, onde são mostrados os resultados da pesquisa e da proposta projetual do parque da Abolição.
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2. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE ESTUDO PARQUE DA ABOLIÇÃO EM MOGI GUAÇU - SP 16
2.1 LOCALIZAÇÃO E INFORMAÇÕES GERAIS Mogi Guaçu é uma cidade média localizada no interior de São Paulo, a 60 quilômetros de distância de Campinas, e possui, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (2019), uma população de 151.888 habitantes. Sua área é de 812,75 quilômetros quadrados, e apenas 47,63 quilômetros quadrados são urbanizados, (figura 13) e densidade demográfica de 168,99 hab/km² (2010).
De acordo a Prefeitura de Mogi Guaçu, o desenvolvimento econômico começou com a produção de café e após a instalação do ramal ferroviário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1875). Em 9 de abril de 1877 a Freguesia de Conceição do Campo tornou-se Mogi Guaçu. Com a abolição da escravatura, deu-se início à fase industrial através de imigrantes italianos que instalaram as primeiras cerâmicas, que ainda fazem parte da economia da cidade, juntamente com industrias de metalurgia, celulose e papel e alimentos, além de industrial a economia é voltada à agricultura, sendo um grande produtor de tomate, laranja, cana de açúcar, algodão e a pecuária. A cidade é composta por 159 bairros, na zona urbana, o parque mais o terreno para a proposta está localizado em uma das entradas da cidade, no bairro Jardim Nossa Senhora das Graças, entre duas avenidas de grande fluxo de veículos, a Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Brasil, e o terreno para a ampliação na Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Paula Amorim. O local se encontra bem próximo da área central (figura 14), consequentemente é uma região bem servida de infraestrutura urbana, será mostrado a seguir.
Área da proposta Área central
Área urbana Perímetro da cidade
Figura 13: Perímetro da cidade de Mogi Guaçu Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
Figura 14: Área central de Mogi Guaçu Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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2.2 USO E OCUPAÇÃO DO ENTORNO Através do mapa de uso e ocupação do solo, foi possível identificar que o entorno da área possui bastante diversidade de atividades, no sentido norte, predomina o uso residencial, junto a comércios e serviços, um destes sendo o shopping, poucas construções de uso misto, sendo residência com comercio ou serviço no térreo, algumas escolas, indústrias, armazéns, equipamentos públicos, como o terminal rodoviário da cidade, além de hotel, igrejas, clubes de campo, terrenos sem usos, e poucos espaços livres públicos, que são pequenas praças, com pouco ou quase nenhum equipamento urbano. Segundo Jacobs, (2000), os principais protagonistas dos espaços livres públicos são as pessoas, mas para que a população caminhe pelas cidades, é preciso que exista diferentes tipos de usos, e atividades acontecendo, em todos os horários do dia, para que assim traga uma sensação de segurança. De acordo com essas afirmações e a análise feita, foi possível caracterizar a área na parte residencial como “segura”, pois há comércios que funcionam em horários Residencial diferentes, assim tendo pessoas Comércio de Serviços andando em todos os horários do Escolas Indústria e Armazéns dia, próximo do terminal rodoviáEquipamentos públicos rio e do shopping, também há um Igrejas fluxo de pessoas, mas próximo do Residencial e Comércio/Serviços terreno apenas aqueles que vão Terrenos Vagos fazer uma caminhada no final da Espaços Livres Públicos tarde, pois no período da noite Canteiros Áreas de Proteção Ambiental não há iluminação e acaba traClubes de Campo zendo a insegurança de permaneSem informação cer para aqueles que frequentam. Rio e Córregos Mapa 1: Uso e Ocupação do solo Fonte: Google Earth, 2019/ Plano Diretor de Mogi Guaçu, 2015. Elaboração: Própria
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2.2.1 Espaços livres públicos A região carece de espaços livres públicos qualificados, no entorno imediato encontra-se três praças, (figuras abaixo) mas completamente sem equipamentos ou degradados, com isso não há equipamentos existentes para que possa alterar o programa de atividades para o parque. 1 2
1. Praça Pastor Nabor M dos Santos, Jardim Igaçaba • Pouca vegetação • Sem acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou deficientes • Falta de mobiliario e iluminação • Quadras sem proteção e degradadas
3 Figura 15: Situação atual Praça Nabor M. dos Santos Fonte: Google Maps Streetview, 2019.
Figura 16: Praça Nabor M. dos Santos Fonte: Google Maps Streetview, 2019. Espaços Livres Públicos
Mapa 2: Espaços livres públicos do entorno Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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2. Praça Cambuí, Jardim Cambuí • Quadras improvisadas por moradores • Sem acessibilidade, apenas gramado • Falta de mobiliário e iluminação
Figura 17: Praça Cambuí Fonte: Google Maps Streetview, 2019.
Figura 18: Situação atual Praça Cambuí Fonte: Google Maps Streetview, 2019.
3. Praça da Criança, Jardim Nossa Senhora das Graças • Mobiliário quebrados, sem condições de uso • Quadra, parquinho e pista de skate degradados • Banca de jornal fechada e abandonada • Pouca iluminação
Figura 19: Praça da Criança Fonte: Google Maps Streetview, 2019.
Figura 20: Mobiliário Praça da Criança Fonte: Google Maps Streetview, 2019.
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2.3 CARACTERIZAÇÃO DO VIÁRIO E TRANSPORTE PÚBLICO 2.3.1 HIERARQUIA VIÁRIA Do ponto de vista do traçado urbano, está inserida entre duas avenidas qualificadas como vias arteriais, a Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Brasil, possibilitando a ligação entre várias regiões da cidade, e uma via coletora, a Avenida Paula Amorim, que facilita a conexão de uma região para outra por estar ligada com vias arteriais ou de trânsito rápido. Em seu entorno imediato estão vias locais e a vias de trânsito rápido, a Rodovia Deputado Mario Beni, que dá acesso a umas das entradas da cidade. O mapa ao lado ilustra a situação do parque em relação a hierarquia viária.
Vias coletoras Vias Arteriais Vias Locais Vias de Trânsito Rápido
Mapa 3: Hierarquia viária Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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2.3.2 EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE PÚBLICO E CICLOVIÁRIO O local da proposta, é de muito fácil acesso, pois está bem servido no quesito de transporte público, o terminal rodoviário se encontra ao lado, com isso há várias linhas de ônibus que passam pelo parque, vindo de diferentes regiões da cidade. As obras do Plano de Mobilidade proposto pela Prefeitura de Mogi Guaçu, começaram a serem feitas, e com isso terá corredores de ônibus nas Avenidas Presidente Tancredo Neves e Avenida Brasil, facilitando e agilizando o acesso à região, além do mais ciclofaixas serão inseridas nas mesmas avenidas e na Avenida Paulo Aparecido, incentivando a população a utilizar o transporte não motorizado, com segurança e contribuindo para o meio ambiente, com a diminuição da emissão de poluentes. O mapa ao lado ilustra a localização dos pontos de ônibus, os corredores e ciclovias do entorno.
Corredor de ônibus Ciclovia Ponto de Ônibus
Mapa 4: Mobilidade Urbana Fonte: Google Maps, 2019/ Plano de Mobilidade de Mogi Guaçu, 2016. Elaboração: Própria
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2.3.3 SENTIDO DO VIÁRIO A partir do mapa verifica-se os sentidos das vias para acessar o parque, mostrando que há várias maneiras de chegada, apesar do grande fluxo de carros nas avenidas Presidente Tancredo Neves e Avenida Brasil, há retornos próximos, caso algumas pessoas errem a entrada para acessar o parque. Além de ser de fácil acesso para a população que vem de diferentes bairros e direções.
Vias com sentido único Vias com sentido duplo
Mapa 5: Sentido viário Fonte: Google Maps, 2019. Elaboração: Própria
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2.4 TOPOGRAFIA A topografia encontrada no terreno é íngreme da Avenida Paula Amorim, na parte superior do terreno de ampliação, sentido Avenida Presidente Tancredo Neves, com uma diferença de 30 metros de desnível em uma distância de aproximadamente 360 metros, (figuras 21, 22) no terreno onde é o atual parque da Abolição o desnível é de 8 metros, em um comprimento de 500 metros, sendo quase imperceptível ao caminhar no local (figuras 23, 24). O mapa ao lado, os cortes e as imagens a seguir ilustram a descrição da topografia.
Figura 21: Topografia do terreno Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 22: Topografia do terreno Fonte: Acervo próprio, 2019 Mapa 6: Curvas de nível Fonte: Google Maps, 2019. Elaboração: Própria
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Figura 23: Topografia do terreno Fonte: Acervo próprio, 2019
CORTE AA Figura 25: Corte topográfico AA Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
CORTE BB Figura 24: Topografia do terreno Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 26: Corte topográfico BB Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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2.5 CLIMATOLOGIA
Chuva mensal média
Segundo dados do weathers park, o clima em Mogi Guaçu, é tropical, o verão é morno, abafado, com precipitação e de céu encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 12°C a 30°C e raramente é inferior a 8°C ou superior a 34°C. O gráfico abaixo mostra as temperaturas máximas e mínimas durante o ano. Temperaturas máximas e mínimas médias Gráfico 2: Média de chuva Fonte: WeatherPark, 2019
A direção dos ventos varia de acordo com a época do ano, durante a maior parte do ano de fevereiro a dezembro, a direção predominante do vento é o Leste, e de dezembro a fevereiro é a direção Norte. Ilustrado pelo gráfico abaixo. Direção do vento
Gráfico 1: Média de temperatura Fonte: WeatherPark, 2019
Em questão de chuvas, chove durante o ano todo, mas os milímetros são maiores no verão, principalmente no mês de janeiro, chegando normalmente em 230 milímetros, e no inverno é a estação que menos chove por volta de 24 milímetros especificamente no mês agosto. Como mostra as análises do gráfico.
Gráfico 3: Direção do vento Fonte: WeatherPark, 2019
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O sentido do nascer e do pôr do sol influenciam muito em um projeto arquitetônico, e onde serão dispostos os equipamentos, sendo que essas direções variam durante as estações do ano. O sol sempre nasce exatamente ao Leste em duas estações do ano, outono e primavera, e se põe no Oeste, no inverno nasce próximo ao Sudeste e se põe próximo ao Sudoeste, e no verão nasce no Nordeste e se põe no Noroeste. Os mapas a seguir mostram como fica a direção do sol na área de estudo.
Figura 27: Posição do sol Fonte: Silvestre, 2019.
2.6 SITUAÇÃO ATUAL DO ESPAÇO PÚBLICO 2.6.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO Para visualizar melhor, a seguir será apresentado o levantamento fotográfico. As setas representam a direção em que a foto foi tirada.
Nascer do Sol Pôr do Sol
Mapa 7: Levantamento fotográfico Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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1
7
2 Figura 28: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 29: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
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3 Figura 30: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
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9 Figura 31: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
6 Figura 32: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 34: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 33: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 36: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
8 Figura 35: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
10 Figura 37: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
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12
Figura 38: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 39: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
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2.6.2 VEGETAÇÃO
13
14 Figura 40: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
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Figura 41: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
16 Figura 42: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 43: Levantamento fotográfico Fonte: Acervo próprio, 2019
Mapa 8: Vegetação existente Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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De acordo com Abbud (2006), é interessante tirar proveito, quando encontradas, grandes grupos de vegetação, que são classificados de acordo com a copa, e estes são copa horizontal e copa vertical. A árvore de copa horizontal possui o diâmetro maior do que a sua altura, com isso o seu efeito é de sombra, um lugar aconchegante, forma uma espécie de teto, dando vontade em permanecer. A árvore de copa vertical tem o diâmetro menor do que a sua altura, e não proporciona praticamente nenhum espaço de sombra sobre sua copa, mas tem uma grande importância na vista, e quando enfileiradas, formam grandes muros que barram vistas ou ventos indesejados. Através do levantamento de vegetações existentes, como ilustra o mapa acima, apenas o parque existente possui vegetação, mas não grandes massas, apenas uma fileira de arvores com copas verticais, formando uma barreira para a avenida Presidente Tancredo Neves (figura 44), e algumas de copa horizontal espalhadas ao longo do gramado, formando sombras e áreas de permanência para os frequentadores (figura 45).
Figura 44: Vegetação copa vertical Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 45: Vegetação copa horizontal Fonte: Acervo próprio, 2019
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Bueiro simples tubular de concreto (BSTC) Mobiliário existente
2.6.3 MOBILIÁRIO Há poucos mobiliários existentes, apenas alguns bancos e poucas mesas, os equipamentos existentes são apenas uma academia ao ar livre e um brinquedo infantil, como mostram as figuras abaixo. Nas duas extremidades possui bueiros simples tubular de concreto (BSTC), são obras realizadas para a captação das águas de chuvas das estradas, como já mencionado o terreno está localizado próximo a rodovias de acesso a entrada da cidade (figura 48). O mapa ao lado mostra a localização desses elementos no terreno.
Figura 46: Academia ao ar livre Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 47: Mobiliários Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 48: Bueiro simples tubular de concreto Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 49: Brinquedo infantil e academia Fonte: Acervo próprio, 2019
Mapa 9: Mobiliário existente Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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2.6.4 ILUMINAÇÃO A iluminação existente dentro do parque é apenas um poste de luz próximo a academia ao ar livre e ao brinquedo infantil, as demais iluminações são postes para o iluminamento das ruas, contornando os terrenos, apresentado no mapa e figuras a seguir.
Figura 50: Iluminação viária Fonte: Acervo próprio, 2019
Figura 51: Poste no equipamento Fonte: Acervo próprio, 2019
Postes de luz
Mapa 10: Iluminação existente Fonte: Google Earth, 2019. Elaboração: Própria
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2.6.5 FORMA DE APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS O zoneamento é um instrumento do planejamento urbano, que procura regularizar o uso e ocupação do solo por parte dos agentes de construção do espaço urbano, como proprietários dos terrenos, o estado, construtoras entre outros. As leis de zoneamento delimitam o tipo de construção nos locais da cidade. Segundo dados retirados do Plano Diretor de Mogi Guaçu (2015), o território de estudo, onde se localiza o parque da Abolição é uma Zona de Recreação e Lazer I, ou seja, local destinado a áreas naturais ou modificadas, como jardins, praças e parques. Já o terreno escolhido para a ampliação possui o zoneamento de Zona Residencial, área destinada para residências, indústrias de pequeno porte, comércios e serviços. A área para ampliação, é um local completamente vazio, e com desníveis muito grandes, dificultando que seja construído casas, comércios, entre outros. Com isso e principalmente com a necessidade de espaço público de qualidade na cidade, a proposta concede a mudança desse zoneamento para zona de recreação e lazer e assim conecta-lo com o parque existente, resultando em uma área que atenda toda a população. O mapa ao lado mostra o perímetro descrito.
Zona Residencial - ZR Zona de recreação e lazer - ZRL
Mapa 11: Zoneamento Fonte: Google Earth, 2019/ Plano Diretor de Mogi Guaçu, 2015. Elaboração: Própria
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3. FUNDAMENTAÇÕES
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3.1 ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS E SUA IMPORTÂNCIA NAS CIDADES Fernandes (2012, p. 04), afirma que a definição de espaço público é definida e aprofundada por diferentes áreas, desde a Arquitetura Paisagística, Arquitetura, à Geografia e Sociologia. Generalizando, quando se pensa em espaço público, é possível defini-lo como um espaço físico em que qualquer ser humano poderá e deverá ter acesso livre. Primeiramente lembra-se dos parques urbanos, praças, ruas, largos e jardins, mas também dos centros comerciais, que embora pertençam ao privado, o seu acesso é público, ou ao menos deveria ser. Segundo Alex (2011, p.19), o espaço público apresenta muitas formas e tamanhos nas cidades, compreendendo desde uma calçada até a paisagem. Ele também abrange para lugares do uso cotidiano, como as ruas, praças e parques. A palavra “público” revela que esses locais são abertos e acessíveis, para todas as pessoas. Para Gomes (2002, p.160), “Os atributos de um espaço público são aqueles que têm uma relação direta com a vida pública [...] Para que esse “lugar” opere uma atividade pública é necessário que se estabeleça, em primeiro lugar, uma co-presença de indivíduos.” Nesse ponto de vista da presença de indivíduos, Gatti (2013, p.8), afirma que a vida coletiva presente nos espaços livres públicos, sendo parques, praças, praia ou até mesmo na rua, demonstra a qualidade de vida em que a cidade se encontra. E que “o espaço público de uma cidade é o lugar do lazer, do descanso, da conversa corriqueira, da livre circulação, da troca e, sobretudo, da possibilidade do encontro com o outro.” (Gatti, 2013, p.8) De acordo com Robba e Macedo (2003, p.44-45), no século XX houve uma migração da população do campo para a cidade, mas esses espaços livres públicos não cresceram de acordo com a população, além de que o governo prioriza outras necessidades, sendo que do ponto de vista da qualidade ambiental urbana, a existência desses espaços são fundamentais para
as cidades e a saúde da população. Á seguir algumas das qualidades do espaço livre público, ainda segunda Robba e Macedo (2003, p.44-45) sendo estes ambientais, funcionais e simbólicos: Valores ambientais • Melhoria na ventilação e aeração urbana. Metrópoles padecem atualmente de problemas devido a poluição atmosférica. O espaço livre urbano, não só o público, mas todo e qualquer espaço livre, é importante para permitir a circulação de ar, facilitando a dispersão dos poluentes. • Melhoria da insolação de áreas muito adensadas. • Ajuda no controle da temperatura. A vegetação arbórea colabora no sombreamento das ruas e praças e as superfícies vegetadas (canteiros) não absorvem nem irradiam tanto calor quanto os pisos processados, como asfalto, concreto, cimentados. • Melhoria na drenagem das águas pluviais com superfícies permeáveis, que absorvem parte das águas e diminuem sua velocidade de escoamento, devido a rugosidade das superfícies plantadas, evitando, assim, enchentes. • Proteção do solo contra a erosão. Deslizamentos de terra e desmoronamentos podem ser evitados, não deixando o solo exposto á ação das chuvas. As superfícies vegetadas são de grande auxilio na contenção de encostas. • Proteção e valorização dos mananciais de abastecimentos, dos cursos d’agua, lagos e represas contra contaminações e poluição. Valores funcionais • Os espaços livres públicos são uma das mais importantes opções de lazer urbano. Em determinados bairros, a praça pode ser a única opção de espaço recreativo para os habitantes. Apesar da enorme concorrência com outros espaços e atividades de lazer (shopping centers, parques de diversões temáticos, estádios de futebol, televisão), o espaço livre atrai sempre mais e mais frequentadores. Valores estéticos e simbólicos • Os espaços livres também são simbolicamente importantes, pois se tornam objetos referenciais e cênicos na paisagem da cidade, exercendo importante papel na identidade do bairro ou da rua. [...] São ainda
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objetos de embelezamento urbano, resgatando a imagem da natureza na cidade. Os espaços verdes e ajardinados são progressivamente associados a oásis em meio à urbanização maciça. A esse respeito Kliss e Magnoli (2006, p.247), complementam a importância e os valores do espaço livre público nas cidades: “Além de simples e indispensável elemento de regularização do grau higrométrico da atmosfera, eliminação de toxinas, equilíbrio de camadas de ar poluído, de abertura de áreas de luz e sol, os espaços livres têm significado muito maior: é um bem público onde, além de promover-se o reencontro do homem com a natureza, desenvolvem-se as atividades urbanas, com seus ritmos, em todas as escalas, desde a ida diária ao trabalho, à escola, às compras, o passeio domingueiro até a percepção da mudança das estações do ano.”
3.2 CRITÉRIOS PARA UM ESPAÇO LIVRE PÚBLICO BEM-SUCEDIDO Há alguns parâmetros a serem avaliados em que determinam um bom espaço público e que consequente será bem-sucedido. Esses critérios variam de acordo com cada autor. Para Gatti (2013, p.20) as características básicas para um bom espaço público são: 1. Condições de circulação, para transportes não motorizados, como pedestres e ciclistas; 2. Arborização; 3. Segurança; 4. Conforto; 5. Áreas de estar e permanência; 6. Atividades; 7. Apelo visual e 8. Acessibilidade. A partir desses elementos, é possível identificar, se necessário, as deficiências do local. De acordo com Fernandes (2012, p.6), para que seja um espaço de convívio social dos cidadãos, é necessário que o espaço público tenha essas propriedades: 1. Identidade, através de elementos físicos e biológicos, como água, fauna, flora, e o clima, humanos, como históricos, culturais e ambientais; 2. Continuidade, com estrutura ligando todos os equipamentos, com pisos, iluminação, serviços de transporte e outros; 3. Segurança e Conforto, para que um espaço público seja confortável e
seguro para os usuários, deve ter vários equipamentos para estrutura-lo, como iluminação, acessibilidade, manutenção e escolha do mobiliário urbano, o conforto depende ainda mais de fatores climáticos, a qualidade do ar, visual, ergonomia do mobiliário, qualidade acústica, vegetação; 4. Mobilidade e acessibilidade, tanto física, com rampas e caminhos para portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, e também social; 5. Inclusão e Coesão Social, é um espaço de relação pessoal, que deve estimular o convívio entre as pessoas, incluindo todas as raças, gêneros, faixa etárias, crença religiosa e outros; 6. Legibilidade, que os locais sejam facilmente identificados, por caminhos, além das vias, limites, bairros do entorno; 7. Diversidade, de usos e atividades, em todos os horários do dia, e que possa atender a todos, mesmo que ocorra mudanças; 8. Resistência e Durabilidade, para que o espaço tenha uma longevidade, e para que a manutenção seja feita em longos períodos; 9. Sustentabilidade, utilização de algum meio de diminuir os gastos e custos de manutenção, como iluminação solar, eólica, água da chuva para regar as vegetações, entre outros.
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Os primeiros autores a determinarem esses critérios, e serviram como referências para os anteriormente citados, foram os urbanistas dinamarqueses Jan Gehl, Lars Gemzøe e Sia Karnaes, e publicado em 2006, no livro “New City Life”, traduzido por Natália Garcia, Juliana Russo, Marina Chevrand e Calu Tegagni. Mesmo com diferenças entre os escritores, a intenção é a mesma, e consequentemente acabam possuindo características próximas. No livro é publicado doze (12) itens essenciais (figura 52), que serão apresentados e explicados com modelos encontrados em espaços públicos.
os cidadãos a utilizarem o meio de transporte não motorizado. Como por exemplo a ciclofaixa (figura 53), que dão acesso até o parque Ibirapuera, em São Paulo e muitas faixas de pedestres (figura 54) presentes no mesmo, para que possam chegar caminhando
Figura 53: Ciclofaixa Parque Ibirapuera Fonte: Parque Ibirapuera, 2013.
Figura 54: Faixa de pedestres Ibirapuera Fonte: Parque Ibirapuera, 2013.
2. Segurança nos espaços públicos Para que o espaço público traga a sensação de segurança para os usuários, é necessário que ocorram atividades, durante todos os horários do dia, principalmente de noite, em conjunto com uma boa iluminação. Abaixo temos o exemplo de iluminação do Parque Domino (figura 55), em Brooklyn nos Estados Unidos, e atividades noturnas no Parque Miller (figura 56), em Chattanooga nos Estados Unidos.
Figura 52: 12 critérios essenciais Fonte: Archdaily, 2013.
1. Proteção contra o tráfego O espaço deve oferecer segurança aos pedestres e ciclistas, com sinalização, faixas de pedestres, ciclofaixas, passarelas se for necessário e mais seguro. Além de que com todos esses elementos, incentivam e conscientizam
Figura 55: Parque Domino Fonte: Archdaily
Figura 56: Parque Miller Fonte: Archdaily
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3. Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis Para que as atividades ao ar livre sejam uma experiência agradável, o espaço público deve ter áreas que protejam das condições climáticas, como muito sol, chuva ou ventos desagraveis, além da poluição do ar ou sonora, para que aqueles que se sentirem incomodados tenham onde permanecer. O Parque Alberto Simões (figura 57), em São José dos Campos, caracteriza esse critério com áreas cobertas e mobiliários, e o Parque Burle Marx (figura 58), em São Paulo, a questão da poluição do ar e sonora com o uso de muitas vegetações, que consequentemente também criam áreas de sombra.
5. Espaços de permanência O quinto critério diz que é necessário que tenha espaços para os cidadãos permanecerem, por um longo ou curto período, apreciando o que o local e seu entorno têm a oferecer. O Parque Red Ribbon (figuras 61, 62), em Qinhuangdao, na China é uma referência de espaços para a permanência e admiração da paisagem.
Figura 61: Áreas para permanência Fonte: Archdaily. Figura 57: Cobertura Parque Alberto Simões Fonte: Archdaily.
Figura 58: Vegetação Parque Burle Marx Fonte: Archdaily.
4. Espaços para caminhar Espaços sem obstáculos e acessíveis a todos, são fundamentais em espaços públicos, para que todos possam caminhar, ou correr em superfícies regulares, independente de pessoas com mobilidade reduzida ou portadores de deficiência. Como a pista plana e sem dificuldade para se locomover no Parque Villa Lobos (figuras 59, 60), em São Paulo.
Figura 59: Pista de caminhada Parque Villa Lobos
Fonte: Uol
Figura 60: Pista de caminhada Fonte: Uol
Figura 62: Áreas para permanência Fonte: Archdaily.
6. Ter onde se sentar Locais para sentar são fundamentais para atrair pessoas a permanecer nesse espaço. Na maioria dos espaços públicos os mobiliários não são suficientes para a demanda, que quer um espaço para a leitura, ou apenas descansar, para que não ocorra isso é necessário colocar em uma grande quantidade. No Lantspace (figura 63), em Nova York, nos Estados Unidos, os equipamentos para sentar são em grande quantidade, e com possíveis mudanças de posição. E no centro de Vancouver (figura 64), no Canadá, um espaço público que se tornou muito utilizado.
Figura 63: Mobiliário Lantspace Fonte: Archdaily.
Figura 64: Mobiliário Vancouver Fonte: Archdaily.
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7. Possibilidade de observar Embora nem todo espaço público seja completamente ao ar livre, sem barreiras, no livro os autores dizem que é essencial que se tenha vistas para observar. A Praça Pôr do Sol (figura 65), em São Paulo, como é conhecida popularmente é conhecida pela vista que a topografia do terreno proporciona, outro tipo de vista é encontrado no Jardim da cidade (figura 66) em Glazóv, na Rússia, com uma visão privilegiada para o rio Cheptsa.
Figura 65: Vista na Praça Pôr do Sol Fonte: SP City.
Figura 66: Vista Jardim da cidade Fonte: Archdaily.
8. Oportunidade de conversar Convívio social, lazer e encontro são atividades realizadas normalmente em espaços públicos, e para que convide e intensifique a interação entre as pessoas, há a necessidade de mobiliários urbanos e vegetações, para que assim diminua o ruído da cidade, dando a oportunidade para os usuários conversarem. Como já visto no critério seis (6), no Lantspace (figura 67), em Nova York, nos Estados Unidos, o mobiliário dá a possibilidade de modificar as posições, facilitando a conversa, como no Parque High Line (figura 68), em Nova York nos Estados Unidos, que os bancos já se encontram virados um para o outro.
Figura 67: Mobiliário Lantspace Fonte: Archdaily.
Figura 68: Mobiliário High Line Fonte:
9. Locais para se exercitar O item 9 para um bom espaço público, tem o objetivo de incentivar os indivíduos a prática de exercícios físicos e uma vida mais saudável, para isso os locais devem proporcionar o acesso a equipamentos esportivos para todos. As imagens abaixo mostram exemplos encontrados no Parque Hussein Bin Talal (figura 69), em Grozni na Rússia, com a presença de quadras poliesportivas e pista de corrida, e na Praça Horácio Sabino (figura 70), em São Paulo, com academia e equipamentos para exercícios ao ar livre.
Figura 69: Quadras Hussein Bin Talal, Rússia Fonte: Archdaily.
Figura 70: Academia ao ar livre, Praça Horácio Sabino, São Paulo Fonte: Acervo Próprio, 2019.
10. Escala Humana Ter uma boa relação do espaço e o cidadão, e principalmente levar sempre em consideração a altura do olhar das pessoas, para que não ocorra contrastes muito grande nas dimensões da com obra com a escala humana. No Parque Hussein Bin Talal (figuras 71, 72), em Grozni na Rússia, a única construção existente é muito proporcional em relação a escala humana, além de também ser utilizada como arquibancada e mirante.
Figura 71: Arquibancada Mirante Fonte: Archdaily.
Figura 72: Arquibancada Mirante Fonte: Archdaily.
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11. Possibilidade de aproveitar o clima Ter relações com o clima, direção dos ventos, do sol, aproveitamento da topografia existente. Muitas atividades ao ar livre, mas, lembrando dos efeitos que o clima pode causar, até nas escolhas dos materiais de equipamentos, variando de acordo com a região. O Parque Bicentenário de La Infância (figuras 73, 74), em Santiago no Chile, é um local bem-sucedido, com o aproveitamento da topografia para criativos escorregadores, casas na árvore, e atividades com água propicio para o clima do local.
Jan Gehl, um dos autores dos doze (12) critérios para se determinar um bom espaço público, também cita muito sobre esses critérios aplicados diretamente nas cidades e os seus efeitos, no livro Cidade para pessoas, como mostra o trecho abaixo: “Naturalmente, vistas atraentes dependem das oportunidades do local, mas a vista da vida da cidade e das pessoas é a atração principal. Quando o clima local, a localização, a proteção e as vistas se unem, os locais para se sentar são o melhor dos mundos. Pensamos “este é um bom lugar para ficar, e posso permanecer aqui por um bom tempo.” (Gehl, 2013, p. 141)
3.3 PARQUES URBANOS NO BRASIL Figura 73: Local aberto Parque Bicentenário de la Infância
Fonte: Archdaily.
Figura 74: Equipamento com água Fonte: Archdaily.
12. Boa experiência sensorial Uma boa experiencia sensorial se dá, através do uso de água, encontro com a natureza, árvores e diferentes tipos de plantas, juntamente com mobiliários confortáveis, escolha de bons materiais. No Parque do Flamengo (figura 75), no Rio de Janeiro, há uma enorme variedade de espécies de árvores e plantas nativas, e como consequência atrai animais da região. E o Parque da Gare (figura 76), em Passo Fundo no Rio Grande do Sul, com a criação de um lago, em que todas as águas naturais que passam pelo parque se juntam a ele.
Figura 75: Diversidade de vegetação, Parque do Flamengo Fonte: Livro Parques Urbanos no Brasil, 2010.
Figura 76: Lagoa, Parque da Gare Fonte: Archdaily.
De todos os exemplos considerados como espaço público dentro de uma cidade, o foco principal deste trabalho são os Parques Urbanos. O parque urbano, surgiu desde o século XIX, sendo considerado um produto da era industrial, para suprir a nova demanda de lazer e convívio social que surge no ambiente urbano. Durante esses dois séculos, o parque tem evoluído junto com as mudanças urbanísticas que acontecem nas cidades, mas sempre mantendo as suas principais características, independente das evoluções do seu entorno, afirma Kliass (1993). Segundo Macedo e Sakata (2010), o parque urbano que conhecemos, é um componente da cidade moderna, e que está em mudança constante de acordo com as cidades. As cidades brasileiras necessitam cada vez mais desses espaços, com porte menor, por questões do preço da terra e da escassez existente. Estes espaços proporcionam grandes utilidades para a população, como de lazer, culturais, esportivas, e outras, características diferentes dos antigos parques. Essas funções de esportes e conservação e aproveitamento de recursos naturais começaram a fazer parte do programa dos parques a partir do século XX. Os parques no Brasil, tem uma extensa definição, áreas a partir de dez (10) mil metros quadrados, com equipamentos de lazer e vegetação, já são denominados parque. De acordo com Macedo e Sakata, (2010), “[...]
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consideramos como parque todo espaço de uso público destinado a recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação[...]” (p. 14). Para Jacobs (2000), os parques urbanos são locais efêmeros, porque possuem locais com extrema popularidade e outros com impopularidade, alguns causam um impacto muito grande na vizinhança, outros são esteticamente falando bonitos, mas com o passar do tempo se tornam desvalorizados e poucos são os que duram muitos anos. Fernandes (2012), define os parques urbanos como áreas de grandes dimensões, normalmente constituído por áreas verdes, caminhos e trilhas, equipamentos de esporte, fontes, tanques, quiosques, etc. são locais com uma extensa variedade de atividades á serem realizadas por todas as pessoas, e servem normalmente de acordo com a dimensão da cidade. Conforme Sakata (2018), no século XXI ocorreram muitas transformações nas cidades brasileiras, ao mesmo tempo em que foram surgindo muitos condomínios fechados, com áreas de lazer e esporte, o número de corrida de rua, animais de estimação, ciclistas, e a preocupação com a conservação do meio ambiente, aumentaram muito e consequentemente, a população começa a exigir espaços livres públicos, como parques, praças, calçadões e ciclofaixas, para a prática dessas atividades. Com base nas reflexões da existência de muitos parques e com o surgimento de novos, Jacobs (2000), acredita que a maioria desses espaços tem um prazo curto de “vida”, pois não adianta ter inúmeros lugares, mas serem completamente vazios e abandonados, servindo apenas para o vandalismo, o aumento da criminalidade e a causa de insegurança para a população que necessita utilizar como passagem. Para que um parque seja frequentado, é necessário uma análise se há áreas livres destinadas ao lazer por perto, se há a quantidade suficiente de frequentadores, uma boa localização ou que tenha infraestrutura de transporte público para acessar. No Brasil os primeiros parques urbanos públicos, com a morfologia e funções conhecidas, foram todos no Rio de Janeiro, o Campo de Santana (figura 77), Passeio Público (figura 78), e o Jardim Botânico (figura 79).
Figura 77: Lago Campo de Santana Fonte: Livro Parques Urbanos no Brasil, 2010. “O Campo de Santana possui, pequenas colinas gramadas, cercadas por arvores com copas densas, e ordenados por lagos, cascatas, pontes e pedras artificiais”. (Macedo e Sakata, 2010) Autor: Auguste Glaziou Ano Projeto/Ano Construção: 1873 / 1873-1880 Localização: Praça da República, Rio de Janeiro
Figura 78: Passeio Público Fonte: Livro Parques Urbanos no Brasil, 2010. “O Passeio Público é o parque urbano mais antigo do Brasil, com traçado geométrico, com área alagadiça conquistada ao mar”. (Macedo e Sakata, 2010) Autor/ Reforma: Valentim da Fonseca/ Auguste Glaziou Ano Projeto/Ano Reforma: 1783/ 1862 Localização: Centro, Rio de Janeiro
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“O Jardim Botânico, possui elementos culturais, muitas espécies de vegetação, ameaçadas de extinção, além da elegância e conservação estável ao longo dos anos”. (Macedo e Sakata, 2010) Autor: Grandjean de Montigny Ano Projeto: 1808 Localização: Zona Sul, Rio de Janeiro
Figura 81: Vista Parque do Povo Fonte: São Paulo Saudável. “O parque do Povo, possui, relevo suave, caminhos com linhas sinuosas, espaço para lazer, esportes e ciclovia, bosques com espécies nativas.” (Macedo e Sakata, 2010) Figura 79: Vegetação Jardim Botânico Fonte: Novo Rio.
Á partir dos anos 2000, grandes parques também foram construídos no país, como o Parque Mangal das Garças (figura 80) em Belém, no Pará; o Parque do Povo (figura 81), em São Paulo; e o Parque Madureira (figura 82), no Rio de Janeiro. “O parque Mangal das Garças, é composto por lagos, aves, vegetação típica, equipamentos de lazer, restaurante, vistas da cidade e do rio”. (Conselho de Arquitetura e Urbanismo, 2014)
Autor: André Graziano Ano Projeto: 2008 Localização: Itaim Bibi, São Paulo “O parque Madureira, abriga quadras polivalentes, de futebol, playgrounds, academia da terceira idade, academias ao ar livre, ciclovia e estações de bicicleta, área para prática de bocha e tênis de mesa, além de palco para eventos e reuso de água, lâmpadas de LED, energia solar e vegetação nativa” (Ruy Rezende Arquitetos, 2016) Autor: Ruy Rezende Ano Projeto: 2012-2016 Localização : Rio de Janeiro, RJ
Autor: Paulo Chaves/ Rosa Kliass Ano Projeto: 2005 Localização: Belém, Pará
Figura 82: Vista Parque Madureira
Fonte: Archdaily.
Figura 80: Vista Parque Mangal das Garças Fonte: Portal Amazônia
Todos os parques urbanos brasileiros construídos a partir dos anos 2000, são considerados sustentáveis, mesmo que a sustentabilidade fosse apenas o motivo da criação, de fato os parques como são áreas arborizadas e permeáveis, cumprem muito bem sua função ecológica, como a contribuição para a diminuição das ilhas de calor e drenagem urbana, afirma Sakata (2018).
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3.4 REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS Os espaços públicos necessitam de conservação e preservação como qualquer outro local nas cidades. Recentemente todos buscam qualificar as cidades, em beneficio ao meio ambiente e o bem-estar e a saúde da população, assim projetos de reforma urbana, se tornam muito importantes e viáveis. Mas esse processo de renovação, requalificação, revitalização e reabilitação urbana, muitas vezes são usados como sinônimos sendo que possuem significados diferentes. Resumidamente, um breve significado de cada item segunda Moura (2006): renovação, é definido quando há a demolição de uma edificação e a construção de uma nova, com características tipológicas e morfológicas diferentes e com alteração do tipo de uso; requalificação, oferece uma melhoria das condições da vida dos cidadãos, com a reconstrução e construção de infraestruturas e equipamentos urbanos, trazendo um novo tipo de uso ou não; revitalização, trata de recuperar a construção ou o espaço e reabilitação, faz um restauro, sem destruir qualquer parte da construção, e sem alterar o tipo de uso. Deste modo, após os estudos dos significados, o presente trabalho foca na requalificação do espaço público, com o intuito de trazer a melhoria para a população, mas sem alterar o tipo de uso do local, parque urbano. Gehl (2013), afirma sobre a importância da qualidade dos espaços públicos, e que isso altera a quantidade de pessoas circulando e usufruindo desses locais e consequentemente aumentando a segurança ou diminui em casos contrários. Um ambiente qualificado estimula o aumento de atividades opcionais realizadas pela população e com essa elevação do número, as atividades sociais também crescem, e para um ambiente não qualificado as atividades necessárias continuam iguais, por ser um dever, mas é nítido como é muito menor as atividades opcionais, juntamente com as atividades sociais. Ao lado o gráfico ilustra a explicação acima.
Figura 83: Gráfico Jan Gehl Fonte: Gehl, 2013
Em cada espaço público há muitas histórias e significados para muitas pessoas, quando esses lugares estão degradados, é consequência da falta de manutenção e reparos necessários, muitas vezes por falta de recursos econômicos do poder público. Consequentemente, o custo para requalificar o espaço pode não ser tão menor do que construir algo totalmente novo em outro local, mas a questão está no valor sentimental e o quanto aquele lugar tem um significado para os usuários, afirma Fernandes (2012). Nesse sentido Augé, explica a teoria dos lugares e dos não-lugares, sendo que a partir disso é possível definir os espaços público como lugares, por terem histórico, identidade e relações, e segundo o autor a modernidade só produz não lugares, sendo mais um item importante para manter e requalificar os lugares existentes na cidade. O trecho abaixo mostra esta definição: “Um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não-lugar. A hipótese aqui defendida é a de que a supermodernidade é produtora de não-lugares, isto é, de espaços que não são em si lugares antropológicos...” (Augé, 1992, p. 73)
Concluindo com um exemplo de requalificação em espaço público, o Parc de la Villette (figura 84), em Paris e que é muito utilizado pela população até os dias de hoje, de um mercado de carne e matadouro para um parque urbano no final da década de setenta (70). O sucesso no número de frequentadores vem por conter espaços para teatros, show, museus (figura 85), grandes áreas verdes(figura 86), com a possibilidade de diversos usos, como cinema ao ar livre (figura 87), o espaço foi projetado para abrigar diferentes atividades, sendo de fácil acesso e localização, além de Paris ser uma cidade turística.
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Figura 84: Vista Parc de la Villette Fonte: Archdaily.
Figura 85: Museu Parc de la Villette Fonte: Archdaily.
Figura 86: Ă reas livres Fonte: Archdaily.
Figura 87: Cinema ao ar livre Fonte: Archdaily.
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4. ESTUDOS DE CASO
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4.1 PARQUE HUSSEIN BIN TALAL, RÚSSIA Ficha técnica Localização: Grozni, Rússia Área: 630.000 m² Ano: 2018 Arquitetos: Strelka Kb: Khamid Taytsenov, Musa Bersunkaev, Ivan Selednikov, Artur Makarov, Alisa Ermolaeva. Snøhetta: Robert Greenwood, Anne Camilla a. Auestad, Henry Stephens. Landscape design: Anna Andreeva/Alphabet city. O parque Hussein Bin Talal, é considerado um dos primeiros espaços públicos na região do Cáucaso, na Rússia, e enfrentaram um grande desafio de fazer a requalificação e se reconstruir, após os conflitos pós a queda da União Soviética, onde 90% da população é muçulmana. Havia uma necessidade muito grande na cidade, de um novo espaço para lazer e cultura, e diferentes faixas etárias, com isso surgiu a ideia da Requalificação do Parque. O programa do parque é composto por diferentes atividades, tais como, pista de skate, quadras poliesportivas, áreas recreativas, lagoa, anfiteatro, café, restaurante e outras de acordo com o contexto local. As vegetações existentes foram mantidas e apenas plantadas outras em conjunto. Além disso o parque criou novas oportunidades de negócios locais, com o espaço para restaurante e café.
Figura 88: Implantação Parque Hussein Bin Talal Fonte: Archdaily.
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4.2 PARQUE DO FLAMENGO, RIO DE JANEIRO
Figura 89: Lago reservatório Fonte: Archdaily.
Figura 90: Pista de skate Fonte: Archdaily.
Figura 93: Vista Parque do Flamengo Fonte: Veja Rio.
Figura 91: Quadras poliesportivas Fonte: Archdaily.
Figura 92: Parque infantil Fonte: Archdaily.
O parque foi escolhido como referencial, pois a lagoa construída, é um reservatório de água pluvial, transformando o necessário em algo totalmente atrativo para a população, e por ter um programa com diferentes sistemas em um mesmo local, as quadras poliesportivas, áreas recreativas, espaço para restaurantes. Além de manter a vegetação existente.
Localização: Rio de Janeiro- RJ Área: 1.200,00 m² Ano: 1965 Arquitetura: Affonso Eduardo Reidy Paisagismo: Roberto Burle Marx O Parque do Flamengo, popularmente conhecido como Aterro do Flamengo, sua extensão vai do centro no Aeroporto Santos Dumont até a praia de Botafogo na zona sul, e é dividido em duas partes a primeira é a Brigadeiro Eduardo Gomes e a segunda o bairro do Flamengo. O local possui várias atividades culturais, como o Museu da Arte Moderna, Monumento aos mortos da Segunda Guerra Mundial, museu Carmen Miranda e outras, além de quadras poliesportivas, área infantil, anfiteatro, pistas de skate, quiosques, restaurantes e outros.
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O projeto possui uma marca muito forte que são as passarelas que permitem que os pedestres atravessem até a praia do Flamengo com segurança, em cima de pistas de tráfego intenso. No paisagismo há uma grande diversidade na flora, formada por espécies nativas, atraindo assim pássaros da região.
Figura 94: Passarela Fonte: Mobilize.
4.3 PARQUE BICENTENÁRIO DE LA INFÂNCIA, SANTIAGO, CHILE
Figura 95: Passarela Fonte: Mobilize.
Este parque foi escolhido justamente pela forma em que foi resolvido com pontes para pedestres, a conexão de locais divididos por vias de tráfego intenso, e que assim possam atravessar com segurança, além de se tornar um marco na paisagem. E ao paisagismo com grande variedade de flora, para atrair animais da região.
Figura 96: Implantação Parque Bicentenário de la Infância Fonte: Archdaily.
Localização: Santiago, Chile Área: 40.000 M² Ano: 2012 Arquitetos: Elemental/Alejandro Aravena, Ricardo Torrejón, Víctor Oddó, Juan Cerda, Fernando García-Huidobro, Gabriela Larraín, Rebecca Emmons. O Parque está localizado um pouco afastado do centro de Santiago, mas é próximo a uma estação de metrô, e o entorno completamente residencial, e com carência de espaços públicos voltados para as crianças. A topografia do terreno foi aproveitada, para a criação de escorregadores, escadas e rampas para acessar as outras áreas (figuras 97, 98).
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Figura 97: Topografia Fonte: Archdaily.
Figura 101: Brinquedo infantil Fonte: Archdaily.
Figura 102: Brinquedo infantil Fonte: Uff Paisagismo.
Figura 103: Equipamento com água Fonte: Uff Paisagismo.
Figura 104: Equipamento com água Fonte: Archdaily.
Figura 98: Resolução da topografia com escorregadores Fonte: Archdaily.
Essas escadas levam para locais bem altos, e com uma vista muito agradáveis da cidade, além de dar acesso a casas na árvore (figuras 99, 100). A criatividade é uma característica muito marcante neste projeto, como as grades que cercariam o parque, é na verdade um brinquedo com 340 metros de comprimento, e consequentemente não cria uma barreira visual e nem atrapalha a vida nas ruas, ainda por cima tem muitas atividades a serem realizadas (figura 101, 102). Encontra-se também elementos com água pra brincar ou apenas sentar (figura 103, 104).
O projeto do Parque Bicentenário de la Infância foi escolhido, por algumas questões, como a utilização do terreno original de uma forma não usual, e como todos os brinquedos recreativos, vistos anteriomente, principalmente os elementos com água e a grade do parque ter uma utilidade, não só formando uma barreira física. Os cortes abaixo ilustram a utilização da topografia do terreno.
Figura 99: Casas na árvore Fonte: Archdaily.
Figura 100: Casas na árvore Fonte: Archdaily.
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4.5 PARQUE DA GARE, PASSO FUNDO, RIO GRANDE DO SUL
Figura 105: Casas na árvore Fonte: Archdaily.
Figura 106: Casas na árvore Fonte: Archdaily.
Figura 107: Implantação Parque da Gare Fonte: Galeria da Arquitetura.
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Localização: Passo Fundo, Rio Grande do Sul Área: 60.000 M² Ano início/inauguração: 2012/2016 Arquitetos: IDOM: Consulting, Engineering, Architecture O Parque da Gare, está localizado na zona da antiga estação de trem, e conta com estacionamento, antigo edifício da Gare, feira (figura 108), playground, lanchonete (figura 109), elementos históricos, pista de skate (figura 110), quadra esportiva, academia ao ar livre (figura 111), anfiteatro, palco (figura 112), edifício de apoio, lago com uma ponte (figura 113), ciclovia e uma biblioteca (figura 114). A topografia é uma característica do projeto, aproveitada para criar espaços em diferentes patamares e brinquedo infantil (figura 115). Os caminhos são feitos por rampas, tornando todo o parque acessível. O parque é separado de acordo com os pisos variando entre, madeira, concreto, intertravado e grama (figuras 116, 117). A vegetação foi mantida o máximo possível.
Figura 108: Prédio feira Fonte: Archdaily.
Figura 110: Pista de Skate Fonte: Archdaily
Figura 111: Academia Fonte: Archdaily.
Figura 112: Palco Fonte: Archdaily
Figura 113: Ponte e lago Fonte: Archdaily.
Figura 114: Biblioteca Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 115: Brinquedo infantil Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 109: Lanchonete Fonte: Archdaily.
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PARQUE H. BIN TALAL
CRITÉRIOS
PARQUE DO FLAMENGO
PARQUE DE LA INFÂNCIA
PARQUE DA GARE
1. PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO 2. SEGURANÇA 3. PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESAGRADÁVEIS 4. ESPAÇOS PARA CAMINHAR 5. ESPAÇOS DE PERMANÊNCIA Figura 116: Pisos Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 117: Pisos Fonte: Galeria da Arquitetura.
6. TER ONDE SENTAR 7. POSSIBILIDADE DE OBSERVAR 8. OPORTUNIDADE DE CONVERSAR
O Parque da Gare foi escolhido, por ter a lagoa, os desniveis dividindo as áreas, a variedade de atividades, palco com a possibilidade de eventos e show noturnos, e principalmente pela materialidade dos pisos de cada setor, como a madeira, concreto e grama.
9. LOCAIS PARA SE EXERCITAR 10. ESCALA HUMANA 11. POSSIBILIDADE DE APROVEITAR O CLIMA 12. BOA EXPERIÊNCIA SENSORIAL
4.6 RELAÇÃO COM OS CRITÉRIOS PARA UM ESPAÇO PÚBLICO QUALIFICADO
De acordo com os critérios apresentados no capitulo tres (3), como fundamentais para um espaço público ser qualificado e adequado para as pessoas, os estudos de caso determinados cumprem muitos desses itens como mostra a tabela a seguir.
Bom
Regular
Ruim
Figura 118: Tabela de critério dos estudos de caso Elaboração: Própria.
Alguns itens identificados como regular, foi por conta da leitura e entendimento do projeto, como no Parque Hussein Bin Talal, não possui muitos locais para se sentar, consequentemente dificulta o diálogo. O parque do Flamengo por ser muito extenso, perde a relação com o pedestre. No Parque Bicentenário de la infância, há poucos espaços para a permanência, para se passar um tempo, e pouca estrutura para exercícios. A proteção contra experiências sensoriais desagradáveis, por ter muitas áreas sem vegetação, mas não que isso seja algo ruim, pois há pessoas que procuram locais para realizar diferentes atividades. Todas as análises feitas, são de percepções através de desenhos e imagens, e pode ser diferente ao visitar.
52
5.
PROPOSTA PROJETUAL DE REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO PARQUE DA ABOLIÇÃO
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5.1 ENTREVISTAS Após todo o diagnóstico da área de estudo, mostrado no capitulo 2, passou se a fase de contato direto com os frequentadores do parque. Com isso foi aplicado, um pequeno questionário, com o intuito de conhecer o perfil dos usuários, os usos empregados, qual o meio de transporte utilizado para chegar até o local, frequência de visita, e as necessidades encontradas. O questionário foi aplicado em diferentes dias da semana, durante a manhã, a tarde e começo da noite. Durante a semana 15 pessoas entrevistadas e final de semana 22 pessoas. A faixa etária predominante dos entrevistados é de jovens e adultos de 21 a 40 anos de idade, que normalmente utilizam o parque acompanhados de amigos da mesma faixa etária ou com filhos de 3 a 10 anos. Abaixo o gráfico apresenta a faixa etária dos frequentadores.
Nesse sentido, confirmou-se que as principais atividades realizadas durante a semana é, caminhada, exercícios na academia ao ar livre, e o uso do brinquedo infantil, aos finais de semana os usos variam, além destes, muitos vão ao parque para, fazer piquenique, churrasco, jogar futebol, encontrar os amigos, soltar pipa, andar de bicicleta e outras atividades com as crianças, ou apenas descansar. O gráfico a seguir ilustra essa porcentagem de atividades realizadas de segunda a sexta e de sábado e domingo.
Durante a semana
27%
Caminhada
0% 5% 9%
Esportes Brinquedo Infantil Churrasco
Faixa etária dos frequentadores
41%
18%
Piquenique Encontro com amigos
5%
13%
40%
Gráfico 5: Atividades durante a semana Elaboração: Própria.
3-10 anos
Finais de semana
11-20 anos 21-40 anos
20%
Caminhada
41-60 anos
18%
14%
60 anos ou mais
13% 23%
22%
Esportes
9%
Brinquedo Infantil Churrasco Piquenique
23%
Gráfico 4: Faixa etária dos frequentadores Elaboração: Própria.
Encontro com amigos Gráfico 6: Atividades aos fins de semana Elaboração: Própria.
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Horários do dia
Logo após foi questionado qual o meio de transporte é utilizado para chegar ao parque, qual a frequência de visitas, o horário e as necessidades que acham essenciais para um parque ideal. A seguir os gráficos ilustram os resultados da pesquisa.
Transporte
5%
19%
Manhã Tarde
30% 32%
Início da noite Motorizados
Noite
Não motorizados
46%
68%
Gráfico 9: Horários do dia Elaboração: Própria.
Gráfico 7: Meio de transporte utilizado Elaboração: Própria.
Necessidades Mobiliário
Frequência de visita 13% 19%
27%
Diariamente Fins de semana
13%
1-3 vezes por semana 41%
Gráfico 8: Frequência de visita Elaboração: Própria.
Eventualmente
13%
Quadras
14%
11%
9%
13%
Brinquedo infantil Vegetação Iluminação Caminhos
13%
14%
Comércio Banheiros
Gráfico 10: Necessidades Elaboração: Própria.
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5.2 DIRETRIZES DO PROJETO A elaboração da proposta projetual da requalificação e ampliação do parque da Abolição, tem como base, todos os estudos dos capítulos anteriores, o entendimento sobre o espaço livre e público, os parques urbanos, e principalmente o contexto em que a área de estudo está inserida. Desta maneira serão propostas diretrizes que atendam às necessidades da população e as problemáticas locais, sendo estas: • Manter o máximo da vegetação existente; • Manter o bueiro simples tubular de concreto (BSTC), para a captação de águas pluviais das rodovias; • Promover uma multiplicidade de usos, para assim estimular a população a utilizar o parque em diferentes dias e horários, e conseguir atender públicos de todas as idades; • Privilegiar o pedestre, através da criação de caminhos e conexões com os equipamentos que serão inseridos e passarelas para pedestres e ciclistas, acessarem o terreno do parque com o da ampliação com segurança; • Atribuir acessibilidade, para portadores de deficiência ou com qualquer mobilidade reduzida; • Melhorar a iluminação das ruas próximas e acrescentar iluminação no parque, para que possa ser utilizado ao entardecer; • Potencializar as atividades de esporte, lazer e permanência, identificados na área.
5.3 PROGRAMA DE ATIVIDADES Com base nos dados da pesquisa realizada com os frequentadores do parque, a análise da área de estudo e as fundamentações do atual estudo, foi elaborado o programa de necessidades e outros elementos fundamentais para a proposta de requalificação e ampliação, e uma área de aproximadamente 125 mil m², a qual será apresentada a seguir: » Área infantil » Quiosques para churrasco
» Área para piquenique » Quadras e pista de corrida » Academia ao ar livre » Áreas para descanso » Mirante » Área para alimentação » Área para eventos » Brinquedos para cachorro » Banheiros » Bicicletário » Estacionamento
5.4 CONCEITO Esta proposta de requalificação e ampliação do Parque da Abolição, tem como objeto principal revigorar o terreno do parque existente, intensificando os usos praticados pela população, através de equipamentos urbanos que serão inseridos, juntamente com o papel de unir cada vez mais pessoas, de todas as faixas etárias. Através das características desejadas para o parque estudado, foi necessário estabelecer o traçado a respeito do conceito, que guiariam a proposta dali em diante. Para isso levou- se em consideração, o papel de um local atrativo de pessoas e a valorização do espaço livre público para estes. Desta forma, com os estudos dos capítulos anteriores, os espaços livres públicos que permanecem vivos naturalmente, são aqueles que conseguem mesclar usos e usuários. O parque da Abolição hoje, é um importante espaço público para a cidade, pois mesmo que não há infraestrutura os usuários se apropriam do espaço para diferentes finalidades. Com isso, o conceito do parque é a pluralidade, que caracteriza a multiplicidade, traduzida no projeto através da abundância de usos, atividades, públicos, diferentes possibilidades de acessos, e a integração entre os setores do parque. Abaixo o diagrama ilustra o conceito descrito.
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GÊNERO
FAIXA ETÁRIA
CLASSE SOCIAL
5.5 PARTIDO PROJETUAL LAZER
ESPORTE
PÚBLICO
CULTURA
ALIMENTAÇÃO
ATIVIDADES PLURALIDADE
MODAL DE ACESSO
NÃO MOTORIZADO -PEDESTRE -CICLISTA
MOTORIZADO -ÔNIBUS -CARRO -MOTO
Figura 119: Diagrama do conceito pluralidade Elaboração: Própria.
TURNO
MATUTINO
VESPERTINO
NOTURNO
A requalificação do parque e a ampliação do mesmo, é uma proposta de equipamento público de escala municipal, de que o objetivo é proporcionar para a população, o acesso ao lazer, cultura, esportes, e outras atividades, num local que abrigue a diversidade de idade, gêneros, raça e classes sociais. Relembrando que o parque está localizado na entrada da cidade de Mogi Guaçu, entre três bairros, sendo dois predominantemente residenciais, mas com diversos tipos de usos no seu entorno. Ao todo o projeto proposto possui 125mil m². A partir da definição do programa de atividades, como mostra os itens anteriores, para melhor entendimento, foi divido em cinco (5) setores, com diferentes atrações, para manter a vivacidade do local em diferentes horários e dias da semana. A tabela abaixo ilustra a divisão dos setores de acordo com o programa definido.
LAZER
ESPORTIVO
EVENTOS
GASTRONÔMICO
SERVIÇOS
1. Área Infantil
1. Quadras
1. Arquibanca
1. Café
1. Banheiros
2. Quiosques
2. Campo de Futebol
2. Praça seca
2. Restaurante
2. Bicicletário
3. Mirante
3. Pista de corrida
3. Área para Food Trucks
3. Estacionamento
4. Lagoa
4. Academia ao ar livre
5. Piquenique 6. Descanso 7. Brinquedos para cachorro
Figura 120: Divisão dos setores Elaboração: Própria.
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O diagrama a seguir mostra a disposição das atividades ao longo do terreno, fluxos, e passagens, e logo após as referências projetuais, ilustrando alguns setores do projeto.
Passagens O parque da Abolição, não possui barreiras de fechamento, é apenas um local aberto e livre, como já mostrado nesta pesquisa, o intuito é que ele continue assim, aberto na parte existente e também na de ampliação, dessa forma, inicialmente, será acrescentado passagens acessíveis para o parque, para aqueles que vierem da direção do bairro, ou pela avenida Paulo Aparecido. Intervenção viária Como mostra o diagrama acima, a rua Paula de Amorim (pontilhada), na lateral oeste do terreno, será fechada para acesso de carros e juntamente com o canteiro integrada ao parque. O fluxo de veículos é baixo, e é uma rua de sentido único, o tráfego continua na rua Paula de Amorim do lado leste e por dentro do bairro, onde está localizada a ciclovia, na avenida Paulo Aparecido. Passarela O terreno de escolha para a ampliação e o do parque existente, são separados por a avenida Presidente Tancredo Neves, e o terreno para um possível estacionamento por a avenida Brasil, as duas são avenidas qualificadas como vias arteriais, e com um fluxo intenso de veículos. Para que os usuários possam atravessar entre os locais do parque, a travessia será feita por passarelas para pedestres, tendo como principal referência projetual as passarelas presentes no Parque do Flamengo no Rio de Janeiro (figuras 121, 122). Setor Lazer Setor Esportivo Setor Eventos Setor Gastronômico Setor Serviços Passagens Intervenção Viária Vias de Tráfego Intenso Passarela Visual Mirante
Mapa 12: Diagrama do projeto Elaboração: Própria.
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Figura 121: Passarela Parque do Flamengo Fonte: Mobilize.
Figura 122: Vista das passarelas Fonte: Google Earth, 2019.
Setores Lazer O setor determinado como de lazer, é composto por áreas infantis com brinquedos muito criativos, aproveitando a topografia do terreno com o uso de escorregadores e outros brinquedos lúdicos, como referência projetual o parque Bicentenário de La Infância, em Santiago no Chile (figuras 123, 124, 125, 126), uma das áreas está localizada no terreno de ampliação e próximo a passagens de acesso para o bairro, para que assim facilite o deslocamento para aqueles que vão levar seus filhos apenas ao parquinho, a segunda área está localizada perto dos quiosques para churrasco, facilitando para as famílias que estão usufruindo desta área e com crianças.
Figura 114: Biblioteca Fonte: Uff Paisagismo.
O BSTC existente para a captação de água pluvial das rodovias, será modicado para a área central, transformando o em uma “lagoa” (reservatório), e ao redor ocupado por um grande gramado, destinado para área de piquenique, descanso, ou apenas um ponto de encontro. Como referência foi utilizado parque da Gare, em Passo Fundo no Rio Grande do Sul (figura 127) e o parque Hussein Bin Talal, na Rússia (figura 128).
Figura 127: Lagoa Parque da Gare Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 123: Brinquedos criativos Fonte: Archdaily
Figura 115: Brinquedo infantil Fonte: Uff Paisagismo.
Figura 128: Lagoa Parque Hussein Bin Talal Fonte: Archdaily.
Figura 124: Aproveitamento da topografia Fonte: Archdaily
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No setor de lazer e entretenimento também está presente uma praça seca, com um mirante, em média quinze (15) metros a mais em relação ao terreno do parque da Abolição, com vista para a lagoa e com o pôr do sol em todas as estações do ano praticamente nesse mesmo sentido, como mostra o diagrama acima, inspirado no projeto de Jardim da cidade Glazov, na Rússia (figura 129) e com a mesma intenção da Praça Pôr do Sol, em São Paulo (figura 130). E por fim do setor de lazer um brinquedos para cachorro próximo as passagens do bairro e uma área de descanso abaixo da praça seca do mirante.
Figura 131: Mesas de Pingpong, Parque Madureira Fonte: Archdaily.
Figura 129: Praça seca Jardim da Cidade Fonte: Archdaily
Figura 130: Mirante Praça Pôr do Sol Fonte: SP City.
Esportivo O setor esportivo é constituído por quadras poliesportivas, campo de futebol, pista de corrida e caminhada, ao redor de todo o parque atual, onde já é de costume utilizarem para esta finalidade, e uma academia ao ar livre, próxima a área infantil no terreno de ampliação e com acesso ao bairro. A academia ao ar livre é um dos dois únicos equipamentos existentes, e é muito utilizado pelos usuários. As referências projetuais são as mesas para jogar pingpong, como no Parque Madureira (figura 131), no Rio de Janeiro e as quadras poliesportivas com pista de corrida do Parque Hussein Bin Talal, (figura 132) Rússia.
Figura 132: Quadras Parque Hussein Bin Talal Fonte: Archdaily.
Eventos Com o conceito de pluralidade, as atividades precisam ser o mais variadas possível, no setor de eventos é apenas uma arquibancada seguido de uma área livre, para eventos, como shows, apresentações ou para qualquer programação, a arquibancada será uma espécie de continuação da praça seca, onde está localizado o mirante, como por exemplo no Jardim da Cidade de Glazov, na Rússia (figura 133), no Parque da Gare, em Passo Fundo no Rio Grande do Sul (figura 134).
Figura 133: Palco para eventos, Jardim da Cidade Fonte: Archdaily.
Figura 134: Palco para eventos Parque da Gare Fonte: Archdaily.
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Gastronômico Neste plano de massas inicial, o setor de alimentação será formado por um restaurante e café, e apenas uma área livre, para que possa ocorrer festivais com food trucks. Serviços Há banheiros distribuídos próximo dos equipamentos, inicialmente bicicletário em dois pontos, como na avenida Paulo Aparecido onde está localizada a ciclofaixa, e próximo as quadras poliesportivas, estacionamento de veículos também na avenida Paulo Aparecido.
5.6 PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO
Mapa 13 (anexo 1)
Mapa 13: Implantação Elaboração: Própria
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Memorial Descritivo Á partir do partido inicial foi criada a proposta final, que da continuação aos mesmos objetivos de diversidade de usos, públicos, horários e acessos. O estilo adotado para todo o parque, como desenho de piso, mobiliários e equipamentos foi o contemporâneo, com intenção de desviar da generalidade dos Parques Urbanos no Brasil. O desenho de piso é formado por linhas retas, mas em vários ângulos diferentes, formando diferentes tipos de polígonos, originando uma característica forte para o projeto. As áreas e equipamentos foram definidos como já dito, de acordo com os resultados das entrevistas com os frequentadores. E são distribuídos de formas variadas, com o intuito de atender todos, em localidades diferentes dentro do parque. Os equipamentos foram pensados em conjunto com o cenário encontrado, como aproveitamento do desnível do terreno, áreas infantis, de ginástica, quadras esportivas, brinquedos para cachorro e pequeno mercado próximo ao entorno, com maior número de possíveis frequentadores. O posicionamento dos quiosques com churrasqueira, de acordo com o sentido dos ventos, para que assim não se alastre as fumaças por toda a área. A disposição de brinquedos infantis, quadras esportivas e banheiro próximo a essas áreas, para melhor comodidade das famílias.
As passarelas para pessoas, que conectam os dois terrenos para uma travessia com segurança. Além de área para food trucks, locais para eventos, arquibancada posicionada para ver o pôr do sol e com vista para a lagoa, redários e áreas para leitura, estudos ou apenas descansar. A materialidade foi definida por conta de todo o histórico da cidade de não fazerem a manutenção dos espaços públicos. Levando em consideração a durabilidade, e maior tempo para reparos, foi escolhido, concreto nos mobiliários e pisos, madeira plástica para decks e pergolados, metal para alguns equipamentos e guarda corpos, piso emborrachado apenas nas áreas infantis, piso emborrachado EPDM, para a pista de atletismo e gramados. A vegetação foi mantida o máximo da existente, sendo essas, palmeiras e árvores de médio e grande porte, a maioria espécies de copas horizontais, para áreas sombreadas. O plantio foi pensado, formando áreas e caminhos mais sombreados, outros nem tanto, alguns completamente expostos ao sol e bosques. A disposição dos equipamentos e áreas definidas, seguem o programa de atividades e são mostradas na planta de implantação (mapa 13) e (anexo 1), que foi dividida em seis (6) partes, para melhor visualização, e serão apresentadas a seguir.
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Parte 1
Mapa 14: Ampliação parte 1 Elaboração: Própria.
63
Parte 2
Mapa 15: Ampliação parte 2 Elaboração: Própria.
64
Parte 3
Mapa 16: Ampliação parte 3 Elaboração: Própria.
65
Parte 4
Mapa 17: Ampliação parte 4 Elaboração: Própria.
66
Parte 5
Mapa 18: Ampliação parte 5 Elaboração: Própria.
67
Parte 6
Mapa 19: Ampliação parte 6 Elaboração: Própria.
68
Cortes de seções Os cortes são de trechos importantes onde pode se observar os desníveis existentes.
Figura 135: Corte de seção AA, BB E CC Elaboração: Própria.
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Figura 136: Corte de seção DD, EE E FF Elaboração: Própria.
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Ampliações
Mapa 19: Planta tipo banheiro Elaboração: Própria.
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Mapa 20: Planta mini mercado Elaboração: Própria.
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Mobiliários Mobiliários são simples, a maior parte retilíneo, e de materiais com alta durabilidade além de sensação de continuidade do piso, como o concreto, a madeira plástica e o metal.
Figura 137: Mobiliários Elaboração: Própria.
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Figura 138: Mobiliários Elaboração: Própria.
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Figura 139: Equipamento 01, círculo metálico com balanços. Elaboração: Própria.
Figura 141: Equipamento 04, pergolado de madeira plástica com mesa e churrasqueira. Elaboração: Própria.
Figura 140: Equipamento 02, esculturas para escalada infantil e equipamento 03, círculos em concreto com saída de água. Elaboração: Própria.
Figura 142: Equipamento 05, quadra de tênis e equipamento 06, campo de futebol Elaboração: Própria.
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Figura 143: Equipamento 08, brinquedos para cachorro. Elaboração: Própria.
Figura 145: Equipamento 10, mesa de xadrez e jogos de cartas. Elaboração: Própria.
Figura 144: Equipamento 09, aparelhos de ginástica ao ar livre. Elaboração: Própria.
Figura 146: Equipamento 11, redário. Elaboração: Própria.
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Figura 147: Equipamento 12, banheiro. Elaboração: Própria.
Figura 148: Equipamento 14, escorregadores em concreto. Elaboração: Própria.
Figura 149: Equipamento 15, concha acústica e acima área de permanência com mobiliário 05, decks de madeira plástica com mesa e banco. Elaboração: Própria.
Figura 150: Área de permanência com mobiliário 05, decks de madeira plástica com mesa e banco. Elaboração: Própria.
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Figura 151: Equipamento 16, arquibancada/mirante. Elaboração: Própria.
Figura 153: Equipamento 18, mini mercado e café, com cobertura e mesas do lado externo. Elaboração: Própria.
Figura 152: Equipamento 17, local destinado para food trucks, com mesas e bancos. Elaboração: Própria.
Figura 154: PS, passarela com escada e elevadores, que conectam os dois terrenos. Elaboração: Própria.
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Figura 155: Vista da lagoa, olhando para o terreno de ampliação. Elaboração: Própria.
Figura 156: Vista da lagoa, com banheiro e área de piquenique ao fundo. Elaboração: Própria.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 80
O presente Trabalho de Conclusão de Curso, teve como elemento norteador o interesse aos espaços livres públicos, no sentido de realçar a sua importância nas cidades e uma preocupação com a falta deles, e como moradora da cidade Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, tive a percepção de como esses espaços estão cada vez mais desvalorizados frente aos espaços privados que oferecem segurança e bem estar. Á partir disso foi feito a análise e levantamento dos locais a ser escolhido, e em seguida o levantamento de dados do local, o entendimento da importância dos espaços públicos e a sua requalificação, os critérios essências por diferentes autores para que o espaço público seja adequado para a população. Assim sendo, foi feito estudos de casos, para aumentar o repertório de referências projetuais a fim de resolver dificuldades no projeto com soluções que funcionam em outros locais com características semelhantes. Dito isso e com o programa de atividades definido a partir do resultado das entrevistas com os usuários, foram proposto todos os equipamentos pensando sempre nas pessoas, sendo de qualquer faixa etária, com atividades para serem realizadas em todos os horários dos dias, preocupação em manter o máximo de vegetação existente, aproveitar a topografia do terreno, ter o máximo de acessibilidade, e que se tenha manutenção com um intervalo de tempo maior. Por fim, o trabalho procurou atingir os objetivos a que se dispôs, mostrando a importância e necessidade de requalificação de áreas públicas, com diagnóstico de abandono e degradação, porém carregadas de história, considerando a valorização e preservação do local, com as necessidades dos usuários atuais, apresentando oportunidade de usos aplicáveis.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82
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KLIASS, Rosa Grena; MAGNOLI, Miranda Martinelli. Áreas verdes de recreação. 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/paam/article/ view/40254/43120>. Acesso em 15 de outubro de 2019.
AUGÈ, Marc. Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. 3. Ed. Campinas, 2003. Tradução: PEREIRA, Maria Lúcia. 111p.
MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil: Brazilian Urban Parks. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2010.
Condições meteorológicas médias. Disponível em:<https://pt.weatherspark. com/y/30321/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Mogi-Gua%C3%A7u-Brasildurante-o-ano#Sections-BestTime>. Acesso em 10 de outubro de 2019.
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8. ANEXO 85
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