TEAR MONTE MOR
TRABALHO DE ESTRUTURAÇÃO ARTICULAÇÃO E RECUPERAÇÃO 1
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS - SP CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2019 ANA STELA VIANNA PAOLI BRUNO MARCHETTI FERNANDES JÚLIA BARBOSA GURGEL LETICIA BARBOSA MORETTI LUCAS GARCIA CALIXTO SERGIO FERNANDO BORSARI JR. VICTORIA OLIVEIRA FURLAN VITÓRIA RIBEIRO ORIENTADORA MONICA MANSO MORENO
TEAR MONTE MOR
TRABALHO DE ESTRUTURAÇÃO ARTICULAÇÃO E RECUPERAÇÃO
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Autor
agradecimentos Trabalhar em equipe é acima de tudo uma experiência de confiança. Cada troca se torna um traço, e a importância e diversidade do olhar se revela no processo. O resultado de cada encontro é transformador para o que planejamos para o território e para nós mesmos. Agradecemos imensamente à todos que direta ou indiretamente fizeram parte desse processo. Às nossas famílias, que são o inicio de tudo, por terem nos dado a oportunidade do estudo e suporte durante todo o percurso. À todos os professores da Pontifícia Universidade Católica de Campinas pelos seus ensinamentos durante esses cinco anos e que ajudaram a construir o significado de Arquitetura e Urbanismo para cada um de nós. Aos professores de nossas segundas-feiras, Claudio Manetti e José Luiz Grieco, por compartilharem tanto de seus conhecimentos e por fazerem parte notável do desenvolvimento desse trabalho. E agradecemos em especial à nossa orientadora Monica Manso Moreno, por toda a paciência e atenção ao nos desafiar e incentivar nesse processo. Por nos fascinar com seus pensamentos a cada semana e dar força ao que acreditamos. Seu afeto e ensinamentos foram fundamentais para a o conclusão dessa etapa que não termina aqui, apenas se inicia.
INTRODUÇÃO
CONTEXTO REGIONAL
ÁREA DE ESTUDO
MONTE MOR
Bordas Urbanas ....................... 09
Histórico .................................... 10 Seleção da Área de Estudo ...... 12
Inserção Regional.............................. 14 Ficha Técnica ................................... 15 Hipsometria e Declividade ............... 16 Macrozoneamento ........................... 17 Elementos Estruturadores ............. 18 Transportes Intermunicipais............... 19 Apropriação das Margens da Bacia do Rio Capivari ...................... 20 Dados Socioeconômicos ................ 22
Histórico do Município .........................24 Legislação Vigente ...............................26 Gráficos Analíticos ...............................27 Uso Real do Solo .................................28 Cheios e Vazios ....................................29 Rede de Equipamentos Existentes ......30 Morfologia Urbana ...............................32 Cortes Gerais .......................................40 Percursos .............................................41 Mapa Síntese Analítico .........................42
TEAR
PROJETOS ESTRATÉGICOS
REFERÊNCIAS
Conceito ................................................ 46 Fragilidades e Propostas ....................... 47 Focos do Plano ...................................... 48 ............................ 50 Plano de Intervenção Urbana Reestruturação Viária ............................ 52 ........................... 56 Recuperação Ambiental Zoneamento Proposto ........................... 58 Rede de Equipamentos Propostos......... 66 ........... 68 Enfoque nas Áreas de Intervenção
Parque Memória ............................................................................ 74 Parque Metamorfose ..................................................................... 74 Parque Movimento ........................................................................ 74 Parque Manifesto .......................................................................... 74 Zona de Articulação de Centralidades ......................................... 75 Centro de Apoio e Fortalecimento Feminino Magnólias............... 75 Zona de Baixo Impacto Ambiental ................................................ 75 Terminal Mercúrio e Praça da Cidadania ...................................... 75
........................................ 78
Autor
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Google Earth
INTRODUÇÃO
BORDAS URBANAS O conceito de bordas, amplo de significados e interpretações no campo do urbanismo pode ser apontado dentro de classificações distintas em um território: podem ser categorizadas como naturais ou topográficas, como rupturas nas malhas urbanas que criam grandes vazios, como uma extremidade ou margem de uma cidade, como espaços com desigualdades sociais drásticas que se refletem no território, entre outros. O encontro de bordas gera espaços intermediários, de tensão (ambiental, legislativa, morfológica, econômica e social, etc.) e se apresenta como um dos principais enfrentamentos urbanísticos da cidade contemporânea brasileira, principalmente aquelas inseridas no contexto metropolitano. Entre outras definições, entende-se: (...) A mera existência de bordas, fronteiras ou limites, não constitui em si mesma fenomenologia urbana original, mas é um problema social, meio-ambiental ou técnico-funcional, que se atualiza no presente. É signo de fratura do laço social (por proscrição, negação, segregação ou guetificação de grupos ou segmentos sociais), de degradação ambiental e desvalorização da paisagem e de disfuncionalidade por incompatibilidade de usos, déficit de serviços e obsolescência de infra-estruturas (...). (ARROYO, Julio. Bordas e espaço público; Fronteiras internas na cidade contemporânea)
Como uma realidade frequen-
temente encontrada e com toda sua complexidade materializada nas cidades, inseridas no contexto metropolitano, o conceito de Borda Urbana conduziu as explorações iniciais do presente Trabalho Final de Graduação – TFG do curso de Arquitetura e Urbanismo. Foram investigados diversos territórios, exemplos de bordas urbanas em contextos discrepantes, de modo que se concretizou o interesse de aprofundar o estudo na Região Metropolitana de Campinas, de importância em nível estadual e nacional. Os municípios de Campinas, Hortolândia e Monte Mor apresentam uma conexão intensa: uma conurbação sólida entre Campinas e Hortolândia e um início do mesmo fenômeno entre Hortolândia e Monte Mor. Os limites desses Municípios convergem e se mesclam de maneira que os traçados urbanos e as relações socioeconômicas se entrelaçam, tanto territorialmente quanto na legislação, onde há grandes conflitos entre os Planos Diretores. A relação entre os Municípios de Campinas, Hortolândia e Monte Mor, tratase não apenas da concepção de borda urbana. Esse estudo de caso traz consigo o conceito de periferização no sentido das forças regionais. Ou seja, lugares que estão à margem das forças e dinâmicas que configuram o território em questão, ainda que estejam condicionadas a elas.
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1- Parque Itajaí 2- NR. Vila Vitória 3- Jd. Campo Belo
4- Hortolândia 5- Campinas 6- Monte Mor
Mapa desenvolvido pela equipe. ArcGIS, 2019.
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20km
Região Metropolitana de Campinas Manchas Urbanas Rios da Bacia do PCJ Limites dos Municípios Principais Rodovias
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COntexto regional
HISTÓRICO
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Entre os séculos XVIII e XIX, a região conhecida hoje como Região Metropolitana de Campinas (RMC) passou por uma mudança no ciclo produtivo: áreas que antes serviam como fazendas de produção de cana-de -açúcar passaram a se tornar fazendas produtoras de café. Com isso, muita riqueza foi acumulada propiciando financiamentos para modernização das cidades, trazendo para o interior um grande desenvolvimento tecnológico, como a construção das linhas férreas. Em 1832, construiu-se a capela Nossa Senhora do Patrocínio de Água Choca, nas terras conhecidas, hoje, por Monte Mor. Somente no ano de 1871, fundou-se definitivamente o que se conhece por Monte Mor, antes terras pertencentes a outros municípios.No ano de 1929, ocorreu a crise da bolsa de valores em Nova York, e por consequência a crise do café no Brasil. A partir desse momento, os municípios tiveram que se reinventar mais
uma vez, deixando as produções agrícolas de lado e focando no processo de industrialização. Foi nesse período que muitos bairros foram erguidos perto das novas fábricas, sendo em sua maioria vilas operárias. Com a existência das indústrias, principalmente em Campinas, foi necessária a criação da Rodovia Anhanguera na década de 1940, que ligaria interior com a capital, de modo a realizar o escoamento e transporte de produtos industriais e agrícolas que ficavam ao longo desse caminho. Na década de 1960, surgiram as primeiras industrias em Monte Mor. A cidade era conhecida por apresentar loteamentos com menor custo em comparação com as cidades da região, o que proporcionou um grande fluxo migratório para o município. Já na década de 70, o estado de São Paulo passou por um programa chamado Política de Interiorização do Desenvolvimento, tendo como objetivo
desconcentrar a economia da capital paulista. Nessa mesma época, a região que hoje conhecemos por Hortolândia começou a se desenvolver e crescer em um ritmo acelerado, mas até então continuava a ser um bairro de Sumaré. Nesse mesmo momento, uma nova forma de ocupar o território se tornava muito mais frequente e comum, as construções ao longo dos eixos viários. Na década de 1980, com o grande aumento do número de automóveis, novas rodovias foram inauguradas para suprir a necessidade da RMC, sendo essas a Rodovia Bandeirantes e a Rodovia Santos Dumont. A Rodovia Anhanguera, passou a ser cortada pela Rodovia Bandeirantes aumentando ainda mais as ocupações em sua extensão. Só em 1991 Hortolândia conseguiu sua emancipação de Sumaré tornando-se um município. Durante a
década de 1990, Hortolândia e Monte Mor eram os municípios que mais cresciam na RMC, até que Hortolândia se conurba com Campinas por estar em uma localização estratégica para as áreas industriais. A partir dos anos 2000, aumenta consideravelmente a desigualdade social em todas as cidades da Região Metropolitana de Campinas. Hortolândia passa a concetrar conjuntos habitacionais, nos quais muitas pessoas da região conseguiram a conquistar casa própria por um custo reduzido. Atualmente, Campinas continua sendo o pólo socioeconômico da região, Hortolândia é um município quase totalmente urbanizado, caracterizado por conter muitas indústrias e um grande movimento pendular, enquanto Monte Mor continua tendo muitos vazios urbanos e grandes áreas rurais em seu território.
Autor
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SELEÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A partir da elaboração de nossa análise sob as dinâmicas dos municípios de Campinas, Hortolândia e Monte Mor houve o reconhecimento de diversos elementos do fenômeno de Bordas Urbanas. Desde complexidades naturais a aspectos como rompimentos de malhas, e localidades com acentuadas desigualdades socioeconômicas, o território destas três cidades apresentam diversas singularidades. O município de Campinas, tendo uma malha urbana mais antiga e consolidada, apresenta bordas locais e pontuais como o Parque Itajaí, o Núcleo Residencial Vila Vitória e o Jardim Campo Belo. Hortolândia se constrói como uma extensão e consolidação de uma borda urbana de Campinas, tendo 100% da sua área urbanizada a partir da legislação vigente, inserida no perímetro urbano assim conurbação com as cidades vizinhas. Monte Mor se estabelece no território a partir de duas forças urbanas, a periferização de Hortolândia, e de seu próprio Centro Histórico, este consolidado de forma isolada no território. 12
Manchas Urbanas Principais rodovias
Mancha Urbana Rodovias Principais
Divisão dos municipios estudados
Área de Estudo
divisão municipal
Limites Municipais
ferrovias principais rios
Ferrovias Hidrografia Principal 0
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16km
Autor
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ÁREA DE ESTUDO
INSERÇÃO REGIONAL Localizada no estado de São Paulo, a Região Metropolitana de Campinas é inserida na Bacia do PCJ (Piracicaba/Capivari/Jundiaí). O Rio Capivari, em especial atravessa de leste a oeste o território estudado, desaguando no Rio Tietê. Esse rio e sua bacia tornaram-se protagonistas em nossa análise, pela sua disposição para com o território, próximo das áreas mais frágeis, e pelo grande potencial ambiental. A relação de Campinas, Hortolândia e Monte Mor é nítida e direta, já que apresentam uma clara conurbação, que pode ser vista no mapa da Região Metropolitana de Campinas, que evidencia os perímetros e limites urbanos das três cidades da área de estudo. O mesmo fenômeno está ocorrendo entre Hortolândia e Monte Mor, influenciando até mesmo na questão de pertencimento da população local – muitas vezes mostra-se incerto para os moradores uma indicação precisa do limite entre cidades. Isso se deve a uma questão histórica, econômica e estrutural que persiste até hoje, tanto no traçado urbano quanto nas relações socioeconômicas. Mapas desenvolvidos pela equipe. ArcGIS, 2019.
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100km
Estado de São Paulo Limite do Estado de São Paulo Região Metropolitana de Campinas Limite Bacia do PCJ
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30km
0
Bacia do PCJ Bacia do Capivari Rios da Bacia do PCJ Rio Tietê
15km
Região Metropolitana de Campinas Área de Estudo: Limites de Município Mancha Urbana da área de estudo Rios da RMC Rio Capivari
Americana Rod. Washington Luiz
Morungaba
HORTOLÂNDIA Itatiba CAMPINAS
MONTE MOR
Valinhos Elias Fausto
Indaiatuba São Paulo
Área de Estudo: Campinas/ Hortolândia/ Monte Mor Rodovias Ferrovias Rio Capivari Limite dos Municípios Perímetros Urbanos: Campinas/ Hortolândia/ Monte Mor Aeroporto de Viracopos 0
2,5
5
10km
FICHA TÉCNICA
CAMPINAS
MONTE MOR
HORTOLÂNDIA
Área 795 km² Proj. População (2019) 1.167.192 hab. Proj. Densidade Demográfica (2019) 14,68 hab./ha População Urbana (1980)589.310 hab. (89%) População Rural (1980) 72.682 hab. (11%) População Urbana (2019) 1.147.122 hab. (98%) População Rural (2019) 20.070 hab. (2%)
Área 240,5 km² Proj. População (2019) 58.508 hab. Proj. Densidade Demográfica (2019) 2,43 hab./ha População Urbana (1980) 6.823 hab. (49%) População Rural (1980) 7.067 hab. (51%) População Urbana (2019) 55.805 hab. (95%) População Rural (2019) 2.703 hab. (5%)
Área 62,5 km² Proj. População (2019) 226.426 hab. Proj. Densidade Demográfica (2019) 36,22 hab./ha População Urbana (1980) N/A População Urbana (2019) 226.426 hab. (100%) *Obs.: ausência de dados populacionais de Hortolândia pois sua emancipação de Sumaré ocorreu em 1991.
SEADE, IBGE 2010
Campinas 1980
Urbano
Rural
Campinas 2019
Monte Mor 1980
Monte Mor 2019
Hortolândia 2019
Urbano
Urbano
Urbano
Urbano
Rural
Rural
Rural
Rural 15
HIPSOMETRIA E DECLIVIDADE Com a análise da Hipsometria foi possível a melhor compreensão da bacia do Rio Capivari. Primeiramente, conseguimos confirmar que o limite de Hortolândia com Monte Mor e Campinas é um divisor de águas. A partir isso a nossa área de estudo foi reduzida e direcionada para o Município de Monte Mor. Mapas desenvolvidos pela equipe. ArcGIS, 2019.
Altidude - 1084m Altitude - 525m RMC Hidrografia Limites de Munícipios
Alta Declividade Baixa Declividade RMC Hidrografia
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Limites de Munícipios
MACROZONEAMENTO A Região Metropolitana de Campinas tem uma grande mancha de área urbana concentrada no eixo das principais rodovias que passam por ela. O eixo Rodoviário com maior contato com a mancha urbana é a Anhanguera, que atravessa os municípios de Americana, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia, Campinas, Valinhos e Vinhedo. Monte Mor não possui nenhuma via de intenso fluxo inter-regional em seu território, embora a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, que tem importância de ligação intermunicipal entre Campinas, Monte Mor e Capivari e se articula com a Rodovia dos Bandeirantes. A grande porção de áreas rurais na RMC é evidenciada no mapa das Macrozonas do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI, 2018) da Região Metropolitana de Campinas, assim como as áreas de proteção ambiental e uso sustentável. O curso do Rio Capivari, quando atravessa a região metropolitana em questão, tem grande parte de sua extensão inserida nas áreas urbanas.
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Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado – PDUI Região Metropolitana de Campinas Leitura Unificada dos Macrozoneamentos e Zoneamentos da RMC – Versão 18.07.2018
Urbana Consolidada
Atividade Rural
Urbana Expansão
Hidrografia
Proteção Ambiental
Viário Principal
Fonte: Planos Diretores e Leis de Uso e Ocupação do Solo Municipais. Elaboração: Emplasa, 2018
Uso Sustentável
Limite Municipal
Recuperação Ambiental
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ELEMENTOS ESTRUTURADORES SUMARÉ HORTOLÂNDIA Trabalho
Ro
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Equipamentos
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RIO CAPIVARI
MONTE MOR
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Fluxo migratório
Rod
Por meio de pesquisas de campo e levantamento de dados, foi elaborado um mapa que mostra as principais relações estruturadoras da região de estudo, nele podemos ver a dependência de Monte Mor em relação a RMC, no que concerne a equipamentos públicos e trabalho. O município tem um grande déficit de equipamentos públicos de saúde e a população acaba recorrendo a Campinas para suprir essa demanda. Em relação ao emprego, ocorre um movimento pendular quando essa mesma população recorre à Hortolândia procurando trabalho comercial e para Indaiatuba para trabalho industrial. É importante frisar que nos a população de Hortolândia também vai para Campinas a procura de empregos e equipamentos. Além disso, o consumo de bens e serviços mais especializados, atrai essas populações para a sede do pólo regional. Dessa forma, no mapa ao lado, são representadas algumas alterações viárias para a região, sendo a principal a transferência da Rodovia Francisco Aguirre Proença para um vetor ao Sul do Município, possibilitando que o eixo atual se transforme em Fluxo umamigratório avenida articuladora e associando asRioduas parcapivari tes da cidade. Além disso, foi proposta perimetro urbano de monte mor uma ligação entre a Estrada Rio Acima perimetro urbano e o Aeroporto de Viracopos, tendo em vista que para ir de Monte Morferrovia para Viracopos era necessário ir até rodovias a FEPASA para voltar para Viracopos. viracopos
Rio capivari perimetro urbano de monte mor INDAIATUBA perimetro urbano
Indústrias
ferrovia Fluxo Migratório
rodovias
Rio Capivari
viracopos Perímetro Urbano de Monte Mor intençoes de conexão de rodoviárias
Rodovias Aeroporto de Viracopos Propostas de Novas Conexão Rodoviárias
Perímetro Urbano Campinas e Hortolândia limite urbano Ferrovias Mapa elaborado pela equipe. 2019
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1,25
2,5
5km
TRANSPORTES INTERMUNICIPAIS trm monte mor Mor TRM- t.- rodoviário T. Rodoviário Monte tgb - terminal geraldo benini TGB - Terminal Geraldo Benini tmh hortolândia TMH- t.- metropolitano T. M. Hortolândia ttp deTransferência transferênciaPinherios pinheiros TTP- t.- T. tcg - terminal campo grande TCG - Terminal Campo Grande tvn vida nova TVN- terminal - Terminal Vida Nova tov ouro verde TOV- terminal - Terminal Ouro Verde TVU- terminal - Terminal Vila União tvu vila união TRC- t.- rodoviário T. Rodoviário Campinas trc de campinas TCC - Terminal Central tcc - terminal central R.ADP - Rod. Adalberto Panzan r.adp - rod. adalberto panzan R.BAN - Rod. Bandeirantes r.ban - rod. bandeirantes R. ANH - Rodovia Anhanguera r.anh - rod. anhanguera R.STD - Rod. Santos Dumont r.std - rod. santos dumont Linha 610/611 linha 610 / 611 Linha 708 linha 708 Linha 708BI1 linha 708bi1 Linha 708BI2 linha 708bi2 Linha 709 linha 709 Linha 709EX1 linha 790ex1 Linha 745 linha 745 Aeroporto de Viracopos viracopos Linha Férrea linha férrea Rodovias rodovias Gasoduto gasoduto RioRio Capivari capivari 0
1,25
2,5
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APROPRIAÇÃO DAS MARGENS DA BACIA DO RIO CAPIVARI
Área passível de Urbanização Área de Proteção Ambiental Área Urbanizada Área Urbanizada Irregular Área Rural
O Mapa de Apropriação das Margens Norte do Rio Capivari e Afluentes realizado pela equipe permite analisar o que ocorre nas margens dos cursos hídricos para entender a relação dessas cidades com a Bacia do Rio Capivari. Para fins de levantamento, a área escolhida foi de 250 metros de cada margem, para identificar o uso das áreas lindeiras buscando indicar o tipo de interferência direta nos cursos d’água, no eixo entre o Centro de Monte Mor e a Rodovia dos Bandeirantes. Para produzir esse mapa, foram utilizadas as informações da Lei de Macrozoneamento de Monte Mor, de Campinas, assim como o mapa da Região Metropolitana de Campinas de áreas irregulares, além de análises de fotografias aéreas da área em questão. Com isso foi possível dividir a área em sete categorias distintas e uma subcategoria, sendo elas:
• Área Passível de Urbanização - de acordo com as respectivas leis de macrozoneamento municipais - que somam 58% da área total de estudo. • Área de Proteção Ambiental (APAs) - indicadas nas leis de macrozoneamentos municipais - que somam em 17%. • Área Urbanizada - dado obtido na análise de fotos aéreas - 12% e sua subcategoria de Loteamentos Irregulares - segundo o mapa da Região Metropolitana de Campinas de áreas irregulares - que somam 58% da área urbanizada nas margens de curso d’água. • Área Rural - conforme as leis de macrozoneamentos municipais - 9%. • Chácaras, Condomínios Fechados e Indústrias - dados obtidos a análise da foto aérea - com, respectivamente, 2,5% e menos de 1% para os últimos dois.
Chácaras Condomínios Fechados
Mapa elaborado pela equipe. 2019
Indústrias Principais Vias Ferrovia Hidrografia Limite de Municípios 0
0,75
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DADOS SOCIOECONÔMICOS Tendo como comparação as tabelas acima percebemos que a área 2 (que abrange os bairros Jardim Alvorada, Jardim Nova Alvorada e Jardim Colina, sendo estes de urbanização mais recente do Município de Monte Mor) apresenta maiores índices de vulnerabilidade. Exemplificando esse fato temos os menores indicadores de Renda, Educação e Longevidade, além de ser a área com maior população extremamente pobre, com menor porcentagem de adultos com ensino fundamental completo e com menor esperança de vida. Devido a essas fragilidades, entendeu-se que essa área precisaria de mais atenção tanto urbana quanto social. .Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano. 2010
HORTOLÂNDIA
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MONTE MOR
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3 CAMPINAS
Média de 18a. ou mais Densidade Setor Moradores por com Fund. Demográfica Domícilio Completo 1 27-57 2,69-3,22 66,33% 2 57-98 3,23-3,76 47,30% 3 98-194 3,23-3,77 60,27% 22
IDHM 0,804 0,679 0,743
% de IDHM IDHM IDHM Esperança Extremamente Renda Educação Longevidade de Vida Pobres 0,801 0,728 0,892 79 anos 0,13% 0,646 0,587 0,761 71 anos 3,35% 0,713 0,698 0,825 74 anos 1,35%
Aeroporto Internacional de Viracopos Rodovias Ferrovias Limite de Munícipios 0
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5km
MONTE MOR
Autor
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MONTE MOR
HISTÓRICO DO MUNICÍPIO As terras que hoje compreendem Monte Mor apresentavam fatores naturais como qualidade fértil do solo e abundância de recursos hídricos. Antes mesmo das explorações do território por parte dos colonizadores, a região de Monte Mor já era ocupada por índios Tupi-Guarani. Mais tarde, Monte Mor passou a fazer parte da rota de cargueiros como local de pouso, estes que vinham de Piracicaba, portando mercadorias agrícolas, e teriam como destino final São Paulo e Santos. No final do século XVIII, o Coronel Modesto Antônio Coelho Neto e o Alferes Luís Teixeira de Tolledo receberam, por sesmaria, terras pertencentes à essa região, onde então se fixaram com suas famílias e seus escravos, com propósito de cultivar cana-de-açúcar. Logo em seguida, famílias vindas de Itu e Porto Feliz passaram a adquirir propriedades no local e cultivá-las, levando ao primeiro desenvolvimento urbano e econômico de Monte Mor. O núcleo urbano era pequeno, e uma das características sociais da vida colonial era o catolicismo fervoroso que seus moradores pregavam. Com isso, em 1820, as famílias mais
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ricas do local se uniram, doando terras e patrocinando a construção da Capela Nossa Senhora do Patrocínio de Capivari Acima. Enfim, através de um decreto, em agosto de 1832 a antiga capela foi ereta em freguesia com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio de Água Choca e por lei, em 24 de março de 1871, a freguesia foi elevada à Vila Monte Mor. Monte Mor, como as cidades da região, esteve inserida no ciclo açucareiro e depois no cafeeiro, entretanto, é um dos poucos municípios da região que não possui traçado de linha férrea, assim, ele sempre se encontrou submetido às forças externas, um dos fatores que acabaram fazendo com que Monte Mor estivesse sempre “à margem”. No entanto, em 1929, com o crash da Bolsa de Nova York, a crise do café causou grandes perdas para o Brasil como um todo, e isso não foi diferente com o município. Após esse período conturbado, foi impulsionado o processo de industrialização do Estado de São Paulo. E a partir da década de 1940, temos a construção de rodovias, que consolidaram o sistema viário; a primeira
delas sendo a Rodovia Anhanguera, inaugurada em 1948, favorecendo a industrialização de Campinas. Na década de 1960, surgiram as primeiras indústrias de Monte Mor. A cidade era conhecida por apresentar loteamentos com custo mais baixo em comparação às cidades vizinhas e tendo a forma de pagamento parcelado a longo prazo, o que propiciou um grande fluxo migratório para a região. Nessa época também foi inaugurado o Aeroporto de Viracopos em Campinas. Na década de 1970, foi promovida a Política de Interiorização do Desenvolvimento, e foi nesse período em 1978 que a Rodovia dos Bandeirantes foi inaugurada, o que contribuiu ainda mais para um crescimento populacional na região seguindo o padrão de expansão periférica, em que a população trabalhadora pobre se fixava nos bairros mais longínquos e desprovidos de infraestrutura. Por conta desse fator, a cidade vizinha a Monte Mor e Campinas, Sumaré, acabou num crescente aumento populacional, principalmente na região do bairro Hortolandia, que apresentava limites diretos com essas.
Por apresentar um valor mais baixo da terra e estar ao lado do município de maior destaque para a região metropolitana, Campinas, o bairro Hortolândia passou a abrigar mais pessoas, com a característica de bairro dormitório, pois muitos de seus moradores migravam diariamente para Campinas para trabalhar, ocasionando também no processo de conurbação com a cidade. O distrito industrial Hortolândia crescia cada vez mais, porém só em 1991 se emancipou da cidade de Sumaré, ganhando o status de cidade, com a intensificação da industrialização na cidade. Monte Mor, nesse período, crescia de forma subordinada em relação à Hortolândia. O centro antigo de Monte Mor passou a ficar estagnado em relação ao crescimento populacional, e os novos bairros da cidade começaram a se desenvolver mais próximos aos limites de Hortolândia, às margens da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, junto aos acessos para Campinas, gerando uma descontinuidae e grandes vazios urbanos entre esses dois núcleos principais de urbanização, o que podemos observar até hoje.
Autor
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LEGISLAÇÃO VIGENTE O município de Monte Mor atualmente se desenvolve segundo as diretrizes de seu zoneamento inserido no Plano Diretor do município elaborado em 1994, com revisões decretadas mais recentemente no ano de 2015. A partir da legislação, o território apresenta um perímetro urbano que permite ocupação sem prévias definições, e uma área não urbanizada denominada Zona Rural, dedicada à preservação ambiental, atividades agrícolas e pecuária. Analisando o perímetro urbano proposto, nota-se uma forte inclinação do plano para a cidade se desenvolver no sentido de se atrelar a potencialidades da RMC, propondo a consolidação da conurbação com Campinas (em direção ao Aeroporto Internacional de Viracopos) e com Hortolândia, o que hoje já ocorre. Porém isso indica que é esperado um crescente aumento populacional que gere uma ampliação do tecido urbano existe, hoje encontrado de forma fragmentada pela território e com baixa densidade demográfica de 2,03 hab/ha. Mapa elaborado pela equipe. 2019
mancha urbana
Mancha Urbana Área Rural
área rural perimetro urbano
Perímetro Urbano Rod. Bandeirantes
rodovia bandeirantes
Rod. Jorn. Francisco A. Proença
rodovia francisco aguirre estradas
Estradas Municipais
linha de alta tensão
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Linha de Alta Tensão
limite municipal
Limites Municipais
capivari afluentes
Rio Capivari Afluentes do Rio Capivari 0
1,25
2,5
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GRÁFICOS ANALÍTICOS Monte Mor é uma cidade com características inicialmente rurais, originada em um pequeno centro no entorno da Igreja Matriz. Posteriormente, devido a influências externas e ao contexto de valorização da terra nos centros mais estruturados da região, teve períodos de crescimentos desordenados e desiguais, fenômeno evidenciado em toda a Região Metropolitana de Campinas. Atualmente caracteriza-se como um território fragmentado, que cresce com frágeis diretrizes de urbanização revelando a tensão entre as áreas urbanas, rurais e de preservação ambiental, exemplificando a precarização da expansão urbana contemporânea. A cidade se expande sendo parcelada e loteada, mas não planejada. Nela é possível averiguar diversas características físicas, sociais e econômicas, que orientam a elaboração da proposta de um plano de intervenção urbana, que contribua para um crescimento mais organizado e consolidado, a partir de novos eixos de desenvolvimento.
POPULAÇÃO GERAL Percebemos, pelo gráfico, como a população de Monte Mor cresceu de forma acentuada, evidenciando o processo de grande parte da população original de Campinas ter migrado para cidades próximas em busca de terrenos mais baratos.
População Geral
EVOLUÇÃO DOS PERCENTUAIS DE POPULAÇÃO RURAL X URBANO Ao analisar a relação entre a População Rural e Urbana a partir da década de 1970, embora tenha havido um fator de êxodo rural nas décadas de 1980 e 1990, é o acréscimo da população urbana que acentua a diferença percentual, ocorrência característica nos municípios da Região Metropolitana de Campinas na época, assim como a expansão acentuada do perímetro urbano.
População Rural População Urbana
EDUCAÇÃO Ao compararmos a população em idade escolar de Monte Mor (3 a 18 anos) com a quantidade de alunos matriculados nas escolas do Município, foi possível identificar que 9% da população desta idade não está inserida na rede de ensino pública existente, sugerindo que pode haver déficit escolar na região.
População Idade Escolar Déficit Escolar
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USO REAL DO SOLO O município possui um uso predominantemente residencial, em que os dois núcleos principais, o Centro Antigo e o Centro Novo, possuem centralidades lineares de comércios e serviços que se mostram insuficientes para atender à população, que diariamente se desloca em direção aos municípios vizinhos. Apresenta ainda poucas áreas livres públicas e institucionais. Também é possível perceber que a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença tem uma força de concentração industrial grande no trecho em que os núcleos urbanos existentes são descontínuos.
Rodovia francisco aguirre rio capivari perimetro urbano equipamentos institucionais
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Rod. Jorn. Francisco A. Proença Rio Capivari Perímetro Urbano Uso Institucional
industrial
Uso Industrial
comercial residencial
Uso Comercial e de Serviços Uso Habitacional 0 0,6 1,2 2,4km Mapa elaborado pela equipe. 2019
CHEIOS E VAZIOS Pelo mapa é possível visualizar um dos principais fatores que justificam a proposta do plano, a segregação dos núcleos urbanos da cidade, grandes vazios e a descontínua e fragmentada urbanização. Essa segregação acontece de forma que a cidade se organiza em dois centros diferentes com necessidades e características distintas, tanto pela forma de urbanização como pelas tipologias construtivas resultantes. Os vazios urbanos são recorrentes em bairros com implantação mais nova e em áreas perto de cursos d’água existentes. A análise de cheios e vazios permite selecionar onde a intervenção urbana pode e consegue ocorrer de forma com que a união desses núcleos seja apropriada.
odovia
Rod. Jorn. Francisco A. Proença
apivari
Rio Capivari
entes
Afluentes do Rio Capivari
o urbano
Perímetro Urbano
ruções minios
Cheios Em Implantação 0 0,6 1,2 2,4km Mapa elaborado pela equipe. 2019
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REDE DE EQUIPAMENTOS EXISTENTES
Hospital – 5600 metros UPA/UBS – 1000 metros
SAÚDE
Afluentes do Rio Capivari
afluentes do rio capivari
4,8km
A rede de equipamentos destinados à saúde incluem o Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus e a Policlínica, ambos na centralidade mais antiga; uma UPA e duas UBS, estas localizadas na centralidade mais recente. É uma das redes que apresentam maiores reclamações por parte da população, pois envolvem deslocamentos de grandes distâncias para conseguir acesso aos serviços.
30
Rio Capivari
rio capivari
Afluentes do Rio Capivari 2,4
Tecido Urbano Existente
mancha urbana existente
Rio Capivari
1,2
Escolas EF – 800 metros
escola ensino fundamental 800M
Tecido Urbano Existente
0
Escolas EM/Técnica – 1600 metros
escola ensino médio/ técnica 1600m
0
EDUCAÇÃO
1,2
2,4
4,8km
Os equipamentos destinados à educação possuem raio de influência menores e são os mais presentes no município, em maior número localizados no Centro antigo, apesar da maioria dos jovens do município residirem na região da centralidade mais recente. São encontradas 4 escolas de ensino municipal, 5 escolas de ensino estadual, e 1 escola técnica
Equipamentos Culturais Praças Maciços Árboreos Tecido Urbano Existente Rio Capivari Afluentes do Rio Capivari 0
1,2
2,4
4,8km
CULTURA E LAZER
Os equipamentos de cultura/lazer existentes incluem o Museu Elizabeth Aytai, o Auditório José Luis Gomes Carneiro e o Estádio Municipal, todos esses localizados no núcleo antigo. O Ginásio Poliesportivo é o único equipamento de lazer que se localiza no núcleo de urbanização mais próximo aos limites de Hortolândia. O sistema de áreas livres existente não se apresenta articulado em si: o município conta com um total de 8 praças, sendo apenas uma existente na centralidade mais recente. O potencial sócio-ambiental da presença do Rio Capivari e seus afluentes não é em nenhum momento aproveitado pela população. 31
MORFOLOGIA URBANA
Anterior a 1990 Década de 1990 Década de 2000 Década de 2010 Em Processo de Implantação Rodovia Bandeirantes Rodovia Jorn. Francisco A. Proença Rio Capivari
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0
0,5
1
2km
0
2,5
ANTERIOR A DÉCADA DE 1990 A primeira tipologia (Tipologia A), anterior à década de 1990, contém o centro mais antigo da cidade de Monte Mor, anterior a 1910, e sua primeira expansão, como o Jardim Santa Cândida e o Jardim Bom Jesus. Nessa morfologia encontramos edificações com coberturas, em sua vasta maioria, de barro; vias em sua integralidade pavimentadas, contendo algumas de paralelepípedo no núcleo mais antigo, calçamento mais estreito, mas presente em sua integridade, e arborização, assim como iluminação viária presente em toda sua extensão. Também é notável a presença de algumas áreas verdes públicas e que esse tecido é o que, em comparação aos demais, possui o maior percentual de transformação por sobreposição (áreas com alteração da volumetria construída) e com a maior presença de comércios e serviços. O lote médio da área e de 250 m² (10x25 m), a presença de casas geminadas, com poucos lotes vazios e uma quadra média de 0,75 ha (75x100 m).
0
20
40
80m
0
2,5
DÉCADA DE 1990 A década de 1990 compreende duas categorias distintas. A primeira (Tipologia B) é a consolidação na área hoje conhecida como centro de Monte Mor, apresentando bairros como o Parque Imperial e o Quinhões. Em sua totalidade, as coberturas das edificações são de barro, as vias asfaltadas e o calçamento adequado. A iluminação viária é presente, a arborização é escassa, mas ainda existente. Há também nos bairros a presença de algumas áreas verdes públicas. Os lotes médios são de 350 m² (10x35 m), os maiores na área já urbanizada de Monte Mor, quando não incluídos os empreendimentos habitacionais fechados. Suas quadras tem aproximadamente 1,2 ha (80x150 m).
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0
25
50
100m
0
2,5
DÉCADA DE 1990 A segunda tipologia (Tipologia C) encontrada na mesma década de 1990 consiste no início da ocupação das margens da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, formando bairros como o Nova Alvorada, o São Domingos e o Campos Dourados. As coberturas de barro das habitações começam a ficar mais escassas nessa tipologia, apresentando também uma grande fração das mesmas com telhas de amianto. As vias são, na sua maior parte, asfaltadas, assim como o calçamento adequado. A iluminação viária existe em sua integridade, mas a arborização viária, por outro lado, é bem escassa nessa tipologia. Esse tecido contém a maior incidência de loteamentos irregulares, contendo cerca de 90% da totalidade de Monte Mor. Nesse tecido também é notável a implantação de indústrias também nas margens da rodovia e a ausência de áreas verdes públicas. O lote médio é de 150 m² (5x30 m) e a quadra média é de 1,1 ha (70x155 m).
0
25
50
100m
0
2,5
DÉCADA DE 2000 Já na década de 2000 a tipologia presente (Tipologia D) consiste no aumento e início da consolidação das áreas de bordas, enquanto extremidades das áreas urbanizadas, como os bairros de São Clemente e São Sebastião. As coberturas de barro das edificações são mais escassas, sendo quase que totalmente substituída pelas de amianto. As vias continuam em sua maior parte sendo asfaltadas e contendo iluminação viária, mas a arborização nas mesmas é quase inexistente, assim como o calçamento, que começa a mostrar-se descontínuo dado ao percentual evidente de lotes ainda não ocupados. A ausência de áreas verdes públicas continua presente. O lote médio é de 125 m² (5x25 m), e a quadra média é de 1,25 ha (50x250 m).
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0
25
50
100m
0
2,5
DÉCADA DE 2010 Existem duas tipologia na década de 2010. A primeira (Tipologia E), é a consolidação das áreas às margens da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença atuais, como os bairros Jardim Colina e São Rafael. As coberturas são em sua vasta maioria de amianto, as vias não são pavimentadas na maior parte da tipologia, assim como a descontinuidade de calçamento se agrava pela grande quantidade de lotes desocupados. A iluminação viária começa a ficar mais escassa e a arborização pública chega a ser inexistente, assim como a presença de áreas verdes públicas. Nesse tecido conseguimos ver o grande aumento no número de indústrias nas margens da rodovia, assim como podemos constatar esse tecido como sendo o de maior vulnerabilidade social (Atlas de Desenvolvimento Humano). O lote médio segue sendo o lote mínimo de 125 m² (5x25 m) e a quadra média de 1,5 ha (55x280 m), a maior quadra urbana do município.
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25
50
100m
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2,5
DÉCADA DE 2010 A segunda tipologia da década (Tipologia F), consiste na implantação de empreendimentos habitacionais fechados de mais alto padrão também margeando a rodovia, como a Chácaras Seranila, com cerca de 15 ha, e o Condomínio Reserva da Mata, com mais de 54 ha. As coberturas são de barro e os lotes médios são de 1.250 m² no Chácaras Seranila e 375 m² no Reserva da Mata, com áreas de lazer privativas frequentemente equipadas com piscinas e vasta presença de áreas vegetadas. 0
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25
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100m
0
2,5
EM PROCESSO Em processo de Implantação temos a última tipologia identificada (Tipologia G) que representa dois grandes empreendimentos fechados na área, o Central Park, com 32,5 ha e lotes a partir de 160 m², e o Residencial Monterrey, com 48 ha e lotes de 160 m² até 350 m².
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150
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CORTES GERAIS
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80m
PERCURSOS
Para melhor compreensão de como a cidade de Monte Mor se constitui, foi produzido um vídeo pela equipe, acessado pelo QR Code acima, que percorre toda a extensão da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, a qual atravessa todo município e segue no sentido Leste Oeste, iniciando seu percurso na cidade de Hortolândia e terminando-o no Centro Histórico. O vídeo reforça as análises anteriores, onde foi possível notar os vazios e a descontinuidade do tecido urbano, além da grande quantidade de indústrias atreladas à rodovia.
Para visualização dos vídeos é necessário baixar o aplicativo: QR Scanner (para o sistema operacional Android) Código QR (para o IOS - Apple)
O segundo vídeo produzido pela equipe, acessado pelo QR Code acima, é referente a outro importante elemento estruturador da cidade de Monte Mor, o Rio Capivari. Ele, assim como a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, também atravessa o município e a imagem segue pelo eixo do rio no sentido Oeste Leste. O vídeo reforça as análises anteriores, onde foi possível notar a alternância entre as áreas rurais e urbanas junto as margens do rio e a pressão da urbanização sobre a preservação ambiental.
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MAPA SÍNTESE ANALÍTICO O Rio Capivari em sua extensão que atravessa Monte Mor encontra-se inserido em quase sua totalidade no perímetro urbano do município, mas não se mostra integrado à vida da população. O crescimento da cidade se orienta no vetor da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, em direção a sua articulação com a Rodovia dos Bandeirantes, assim, praticamente toda a urbanização se dá ao norte do Rio Capivari. Foram identificados dois focos de alagamento, um deles em uma área não ocupada, próxima a atividades industriais; outro na extremidade oeste do Centro antigo, que atinge os bairros residenciais Jardim Progresso e Jardim Capuavinha, atingindo 427 famílias e parte da área central. A Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença atravessa o território do município passando por suas áreas urbanizadas. Privilegiando o deslocamento de automóveis, são identificadas apenas cinco transposições para pedestres (passarelas) em todos os 11 km de extensão. É possível perceber os vazios – áreas inseridas no perímetro urbano não ocupadas – existentes entre
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os dois núcleos efetivamente urbanizados. E as instalações industriais que vão ocupando as áreas lindeiras à Rodovia. A única articulação entre as duas centralidades do município – o Centro Antigo histórico, e o Centro Novo –, ocorre através da Rodovia, estrutura de lógica regional, mas que acaba assumindo também o papel de avenida municipal. As áreas identificadas de bairros precários possuem correspondência com a Análise Morfológica desenvolvida pela equipe: constata-se que os bairros mais precários são do período de expansão da década de 2010. Ou seja, a análise revela que a precarização da expansão urbana vem se manifestando cada vez mais nas fases de crescimento mais atuais (com exceção das áreas industriais e dos loteamentos fechados, destinados às rendas mais altas). Percebe-se uma grande quantidade de equipamentos de atividades industriais às margens da Rodovia, porém, que não empregam muitos moradores de Monte Mor. O Perímetro Urbano vigente revela as intenções e tendências previstas de expansão para o município:
o percurso da Rodovia Jorn. Francisco Aguirre Proença (que articula a Rodovia dos Bandeirantes e o Município de Capivari); o percurso da Estrada do Rio Acima que chega até a Estrada do Friburgo em Campinas, que segue em sentido ao Aeroporto de Viracopos (equipamento de impacto não apenas local, mas regional); o percurso da Estrada Municipal, em direção à Indaiatuba; e estende sua área urbana até os limites com os municípios de Sumaré, Hortolândia e Campinas. Isso faz com que não seja racionalizada uma otimização da infraestrutura do município. A rede de equipamentos existentes (que se concentra na área do Centro antigo do município) se mostra insuficiente para atender às demandas dos moradores, que na maioria das vezes, preferem buscar serviços nos municípios vizinhos (Campinas, Hortolândia e Indaiatuba), o que reforça ainda mais o caráter de cidade-dormitório de Monte Mor. Desde oportunidades de trabalho, até comércios, serviços e lazer, Monte Mor se apresenta como uma periferia inerte da região metropolitana.
“(...) reconhecemos um papel articulador das redes de infraestrutura na escala territorial que não corresponde à escala local, na qual é um agente desagregador. Redefinir esse paradigma visa, para além dos serviços prestados pelas redes, a articular políticas setoriais, construir lugares adequados à vida urbana e configurar imagens referenciais na paisagem, contribuindo para a formação de uma relação afetiva dos habitantes com a cidade.” (FRANCO, MOREIRA, BRAGA, “Vazios de Água”, 2007)
Área de Alagamento Passar Perímetro Urbano Tecido Urbano Tecido Urbano Fragilizado Centralidades Área Rural Área de Proteção Ambiental Industrias Rodovias Rod. Jorn. Francisco A. Proença Avenidas Importantes Linha de Alta Tensão Limite de Munícipio Rio Capivari Afluentes do Rio Capivari Mapa elaborado pela equipe. 2019 0
0,8
1,6
3,2km
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TEAR
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TEAR
CONCEITO
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ESTRUTURAÇÃO
ARTICULAÇÃO
RECUPERAÇÃO
O Município de Monte Mor, atualmente, conta com a rodovia como vetor organizador do tecido e ao mesmo tempo como segregador. O trabalho tem como princípio a reestruturação desse eixo viário, tornando -o uma avenida fluida com velocidade reduzida e passagens de pedestres em nível que se conectam aos arranjos transversais de modo a compor o sistema viário em ciclos. Por ser um território fragmentado e com muitos vazios intra-bairros, a expansão urbana proposta tende a reforçar a trama dos tecidos com a zona de costura do tecido fragmentado. A Zona de Desenvolvimento Logístico (ZDL) é um incentivador econômico, impulsionando o mercado de trabalho e a relação direta com o aeroporto de Viracopos de campinas. Já as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) são elaboradas para a reurbanização da conjuntura urbana associada aos bairros precários e recém implantados, com práticas de melhorias urbanísticas e ambientais
A segregação atual do município é resultante do eixo rodoviário de escala regional, as poucas e ineficazes transposições são transformadas em encontros mais recorrentes a partir de parcelamento de quadras e do estabelecimento da relação do pedestre com a Nova Avenida, que ainda faz a ligação do Centro Histórico de Monte Mor ao seu centro mais recente junto a Campinas e Hortolândia. As duas centralidades existentes serão sarticuladas à formação de novas malhas urbanas que entrelaçam as mesmas tanto pelo tecido existente como pelo eixo da Nova Avenida, gerando novas atividades econômicas para o município na chamada Zona de Articulação de Centralidades (ZAC), costurando os dois núcleos da cidade, respeitando seus percursos existentes e a topografia, e propondo novas diretrizes viárias adequadas a um caráter qualificado de interligação.
Uma das maiores identidades de Monte Mor é a forte presença do Rio Capivari e seus afluentes que estão presentes em todo o município, porém não presente no cotidiano de sua população que sofre com a poluição de seu leito que advém principalmente de Campinas e Jundiaí. A partir desta constatação, foi elaborada uma análise do que acontecia nas margens do Rio Capivari usando como baseuma faixa de 250 metros de seu leito e assim foram propostas diretrizes no Plano de Intervenção Urbana que buscam preservar e recuperar o rio em três diferentes escalas, os parques com equipamentos, os parques ecológicos e os tentáculos. Essas estratégias além de aproximar a população do rio também pretende-se estabelecer como barreiras de expansão urbana e serviram como base para delimitarmos o perímetro urbano. Além disso, foram propostas travessias de fauna, que têm por objetivo garantir a continuidade da vida animal terrestre.
FRAGILIDADES E PROPOSTAS
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FOCOS DO PLANO REDUÇÃO DO PERÍMETRO URBANO
ÁREAS DE REURBANIZAÇÃO DE BAIRROS PRECÁRIOS
0
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Perímetro Urbano Vigente
Tecido Urbano Existente
Limite de Município
Tecido Urbano Precário
Perímetro Urbano Proposto
Proposta de Perímetro Urbano
Rio Capivari
Rio Capivari
1,3
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5,2km
0
1,3
2,6
5,2km
REESTRUTURAÇÃO VIÁRIA
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
0
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Rodovia Proposta
Parques Municipais
Nova Avenida
Parque Ecológico Regional
Avenidas Propostas
Tentáculos
Proposta de Perímetro Urbano
Proposta de Perímetro Urbano
Rio Capivari
Rio Capivari
2,6
5,2km
0
1,3
2,6
5,2km
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Tecido Urbano Existente Remoção ZEIS Parque Ecológico Regional Parques Municipais Tentáculos ZAC ZCTF ZBIA ZDL Travessias de Fauna Rodovias Avenidas Arteriais Avenidas Coletoras Limite de Municípios Perímetro Urbano Proposto Rio Capivari Afluentes do Rio Capivari 0
0,5
1
2km
PLANO DE INTERVENÇÃO URBANA Como objetivo do Plano de Intervenção Urbana desenvolvido, abordamos a reestruturação do município de modo a explorar o interior do território, os vazios e suas possibilidades e dar sentido aos fragmentos esquecidos, ao invés de impulsionar expansões desordenadas e dispersas, que pouco levam em conta questões como urbanidade. Inserido na proposta, foi elaborado uma série de equipamentos que se articulam em rede, relacionados à infraestrutura urbana necessária tanto para as áreas consolidadas como para as novas áreas de expansão urbana. Em escala regional, temos o Parque Ecológico, que foi proposto como meio de recuperar a mata em torno do Capivari e servir de delimitador para a expansão urbana. Os quatro Parques Municipais que atendem à cultura, lazer e capacitação agrícola, aproximando a relação da população com o rio. Também foram desenvolvidos, em escala local, os “Tentáculos”, que têm por objetivo recuperar as margens dos afluentes e proteger as nascentes dos mesmos, além de permitir um espaço de uso público próximo a esses corpos d’água. Na escala municipal ainda foram propostos projetos que atendem à saúde, à educação e lazer previstos no
novo plano. Para as áreas de expansão urbana foram planejadas quatro zonas destinadas a atribuir uma nova malha, diversificada e controlada, através de parâmetros elaborados segundo a demanda de cada área, buscando mudar a estrutura do padrão de urbanização que se encontram e se desenvolvem nas periferias. São propostas: a Zona Densidade Construtiva Existente Densidade Construtiva Proposta
Especial de Interesse Social (ZEIS) Articulação de Centralidades (ZAC), a Zona de Costura de Tecidos Fragmentados (ZCTF) e a Zona de Baixo Impacto Ambiental (ZBIA). As desapropriações propostas incluem a área de risco de alagamentos, próxima às margens do Rio Capivari, que abriga hoje 427 famílias; Densidade Demográfica Urbana Existente Densidade Demográfica Urbana Proposta
ZONA
Coeficiente de Aproveitamento máximo
Taxa de Ocupação máxima
Taxa de Permeabilidade mínima
Zona de Articulação de Centralidades (ZAC) Zona de Costura do Tecido Fragmentado (ZCTF) Zona de Baixo Impacto Ambiental (ZBIA) Zona de Desenvolvimento Logístico (ZDL)
2 1 0,2 0,5
0,75 0,6 0,2 0,6
0,1 0,2 0,6 0,3
outra também próxima às margens do rio que envolve três indústrias que possuem impacto direto sobre o corpo hídrico; e na região onde hoje ocorre a Mineração de Areia – propõe-se a desativação da pedreira com objetivo de mitigação (intervenção com o intuito de reduzir ou remediar determinado impacto ambiental nocivo). Área de Expansão Urbana Existente Área de Expansão Urbana Proposta
Extensão Máxima da Lote Mínimo Lote máximo Quadra
200m 125m 800m 300m
2.500m² 20.000m² 125m² 2.500m² 2.500m² 20.000m² 2.000m² 20.000m²
Gabarito máximo
30m 12m* 6m** 12m
*Quando em transição com a ZAC o Gabarito máximo se transforma em 18 metros **Quando em transição com a ZAC o Gabarito máximo se transforma em 12 metros
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Avenidas Alça
via alça proposta nova avenida via parque proposta
Nova Avenida Vias Parque Vias Parque - Reestruturação
adequação via parque existente
Vias Coletoras
via coletora proposta
Vias Coletoras - Reestruturação
adequação via coletora existente
Tecido Urbano Existente
mancha urbana existente mancha urbana proposta
Tecido Urbano Proposto Tentáculos
tentáculos
Paque Ecológico Regional
parque ecológico parques municípais propostos rodovias limite urbano
Parques Municipais Rodovias Perímetro Urbano Proposto
rio capivari
Rio Capivari
afluentes do rio capivari 0
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Afluentes do Rio Capivari 0,5
1
2km
REESTRUTURAÇÃO VIÁRIA Como principal característica da reestruturação viária, temos a proposição de transformar o caráter da atual Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença em uma Avenida, atuando como eixo articulador leste-oeste, de forma a não segregar as áreas limítrofes a mesma. Buscou-se privilegiar o transporte coletivo e um sistema de ciclovias em todo o novo contexto urbano do Município, além disso foi necessário o entendimento da escala do pedestre em todas as instâncias viárias.
Para articulação dos bairros com o eixo leste-oeste, foi necessária a criação de vias transversais, amarrando esse sistema. Estruturou-se um novo traçado para a rodovia, que é desviada para o sul, contemplando uma ligação direta entre a zona de desenvolvimento logístico e o aeroporto de Viracopos, assim como estabelecendo o limite do Perímetro Urbano. Para acesso à cidade é proposta uma alça de ligação entre a rodovia e a Nova Avenida, onde se mar-
ca a passagem de caráter viário. Além dessas modificações,são propostas vias lindeiras aos parques, as chamadas “via parque”, que cumprem um papel de ruas coletoras, ao mesmo tempo que acabam apresentando um amortecimento entre, via -pedestre-parque. As travessias de fauna são “(...) estruturas que restituem a conectividade entre os fragmentos florestais e matrizes e, quando efetivas nas travessias de animais, contempla-se a conservação da biodiversidade e a
segurança do usuário” (ABRA, Fernanda Delborgo, “Monitoramento e avaliação das passagens inferiores de fauna presentes na rodovia SP-225 no Município de Brotas, São Paulo”. USP, São Paulo 2012.) Essas travessias ocorrem 10 vezes no plano (ver mapa pg. 50), ligando as áreas verdes existentes e propostas na área. As mesmas acontecem tanto sobre a via, como viadutos verdes; abaixo da via, quando ela já está suspensa em um viaduto ou ponte; ou por túneis específicos para a travessia de fauna.
0
3
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12km
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MAPA DA HIERARQUIA VIÁRIA PROPOSTA
Avenidas Alça
nte
Vias Parque - Reestruturação
sta
Vias Coletoras
nte
Vias Coletoras - Reestruturação
nte sta
Novas linhas de ônibus foram propostas de forma que o transporte seja eficiente e atenda a todas as áreas/ bairros da cidade. Passando essencialmente pelas vias coletoras, as linhas tem um circuito em que conseguem sempre retornar facilmente para algum
gico tos ias ano
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VIA PARQUE
sta ida sta
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VIA COLETORA
Nova Avenida Vias Parque
0
1,2
2,4
4,8km
dos terminais. A nova Avenida Jorna- VIA ALÇA lista Francisco Aguirre Proença conta com uma faixa exclusiva de ônibus (ver corte em Reestruturação Viária), privilegiando o transporte coletivo, visto que a via em questão tem muito mais fluxo de veículos que as outras.
ari
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NOVA AVENIDA
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VIA LOCAL
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RODOVIA
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mancha urbana existente mancha urbana proposta
Tecido Urbano Existente Tecido Urbano Proposto Tentáculos
tentáculos
Parque Regional Ecológico
parque ecológico parques municípais propostos
Parques Municipais
praças propostas
Praças Propostas
praças existentes Nova avenida
Praças Existentes Nova Avenida
rodovias limite urbano
Rodovias Perímetro Urbano Proposto
rio capivari
Rio Capivari
afluentes do rio capivari 0
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Afluentes do Rio Capivari 0,5
1
2km
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL PARQUE ECOLÓGICO REGIONAL O Parque Ecológico Regional tem como premissa a recuperação e a proteção do Rio Capivari e de seus afluentes. Com base nos levantamentos e análises das apropriações nas margens do Rio, foi proposta a regra de proteção da faixa de 250m lindeira ao Rio e seus afluentes como área destinada ao Parque Regional com o objetivo de recuperação e proteção ambiental. PARQUES MUNICIPAIS A concepção dos parques municipais tem como propósito criar pólos atrativos de maneira a integrar os corpos hídricos no meio urbano à vida da população. PARQUE MEMÓRIA O Parque Memória recebe esse nome pois está inserido junto ao centro histórico,a oeste da cidade de Monte Mor. Por isso ele tem como temática atividades culturais que possam atribuir identidade e valorizar a história do município. Com aproximadamente 81,5 ha, o Parque é envolvido por vias em todo seu perímetro: pela nova avenida,
duas vias locais que mudaram de caráter para se tornar vias parque e uma via local. Ele tem uma ligação com o Parque Ecológico Regional, localizado ao sul, através da Nova Avenida e pela travessia de fauna. As outras ligações com o entorno se dão através da nova via parque, conectando-o com o centro histórico, com significativo uso residencial e comercial. A partir da necessidade de conter os alagamentos foi proposta a criação de um lago de contenção e contemplação, que possui 1,2 ha. PARQUE METAMORFOSE O Parque Metamorfose tem como temática principal a capacitação agrícola da população. Por estar inserido em um município onde a atividade agrícola é uma das principais fontes de renda, são propostos equipamentos para qualificar e instruir a população para tanto. Como este abrange uma área de aproximadamente 100 hectares, existe a possibilidade da criação de uma fazenda de plantio que serviria como apoio didático à Escola Técnica de Capacitação Agrícola e como fonte de renda para o Parque e seus usuá-
rios. Além da Escola, o Parque também tem um Centro de Recreação e Prática Agrícola voltado para a população em geral e que tem sua própria horta para que a renda gerada seja revertida para os usuários. O Parque tem relação direta com as novas áreas urbanizadas e com os tentáculos que fazem a ligação da fauna e da flora do Município. PARQUE MOVIMENTO O Parque Movimento tem como temática atividades esportivas especialmente, por estar inserido próximo a região com grande concentração de adolescentes e jovens, entretanto permite estabelecer um ponto de confluência entre diversos grupos populacionais. Com aproximadamente 180 hectares são criadas edificações com o objetivo de abrigar a prática esportiva e necessidades comuns à ela. Além disso, está associado a caminhos bucólicos do parque ecológico regional. Para apropriação do Rio Capivari,criou-se uma lagoa, que também abrigará práticas esportivas ligadas à água. Esta possui uma área aproximada de aproximadamente 60 hectares e é alocada em uma das áreas de alagamento.
PARQUE MANIFESTO O Parque Manifesto tem como temática áreas de oficinas culturais, que compõem a Fábrica de Cultura, próximas do tecido urbano existente e proposto, propondo essa costura; uma feira pública e uma área de apresentações de âmbito local e regional, na atual área de mineração de areia. O parque tem 117 hectares e também conta com uma grande área de reflorestamento de mata nativa e uma reconstituição de área de APP, assim como um Passeio Elevado e um Mirante que faz com que a população de Monte Mor tenha contato com esse Bosque e a Bacia do Rio Capivari. TENTÁCULOS A partir da regra proposta pelo Plano desenvolvido, os tentáculos fazem o papel de articuladores do Sistema de Áreas Verdes, protegendo a rede Hídrica e suas nascentes do impacto direto da malha urbana. Eles ainda contam, em sua maioria, com as travessias de Fauna deles para os Parques Municipais e/ou ecológicos.
57
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ZONA DE ARTICULAÇÃO DE CENTRALIDADES A Zona de Articulação de Centralidades foi demarcada nas áreas lindeiras à Nova Avenida tendo como preceito a articulação das duas centralidades existentes por meio de uma terceira. São permitidos usos como habitacional vertical, comércio e serviços, assim como pequenas áreas de atividade industrial. Através da simulação de projeto da área foi possível quantificar alguns dados interessantes como: a porcentagem de área construída para cada uso, que resultou em 40% habita-
cional, 40% comércio e serviços e 20% industrial de pequeno porte. Também foi possível calcular as densidades habitacional, populacional e construtiva, que respectivamente resultarem em, 176 UH/ha (levando em consideração unidades habitacionais de 50 m²), 616 hab/ha (levando em consideração 3,5 habitantes por unidade habitacional) e 20.000 m²/ha. Também nesta Zona ocorrerá a realocação das 427 famílias da área de risco de alagamento existente no centro do município.
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240m
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ZONA DE COSTURA DO TECIDO FRAGMENTADO A Zona de Costura de Tecidos Fragmentados foi demarcada nas áreas de um tecido urbano rompido, costurando-o em um tecido mais coeso. São permitidos usos como habitacional vertical e horizontal, comércio e serviços de menor porte. Os parâmetros da área foram concebidos como uma releitura das morfologias encontradas na cidade. Foi elaborada também a simulação da zona, na qual foi possível quantificar dados como: a porcentagem de área construída para cada uso, que resultou em 75% habitacional (sendo que 25% desta área são edificações
verticais e 75% lotes habitacionais de 250 m²) e 25% comércio e serviços. Também foi possível calcular as densidades habitacional, populacional e construtiva, que respectivamente resultaram em 72 UH/ha (levando em consideração unidades habitacionais de 50 m² e lotes de 250 m²), 252 hab/ha (levando em consideração 3,5 habitantes por unidade habitacional) e 10.000 m²/ ha. Quando ocorre a transição entre a Zona de Articulação de Centralidades ou um Parque Municipal e esta zona, o gabarito máximo se altera para 18 metros.
0
1,4
2,8
5,6km
0
60
120
240m
62
ZONA DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL A Zona de Baixo Impacto Ambiental (BIA) foi destinada a áreas de transição entre o urbano e o rural, ou urbano e o Parque Ecológico Regional. Essa zona é a associação do que é rural e o que é urbano, trazendo áreas de produção agrícolas com densidades mais baixas, atuando também como controle da urbanização. São permitidos usos como habitacional horizontal, comércio e serviços de porte local. Foi elaborada a simulação desta zona, na qual foram quantificados dados como: a porcentagem de área construída para cada uso, que resultou em 95% produtivo 4% habitacional e 1% de comércio e serviços. Os cálculos de den-
sidades habitacional, populacional e construtiva, que respectivamente resultaram em, 12 UH/ha, 42 hab/ha (levando em consideração 3,5 habitantes por unidade habitacional) e 2.000 m²/ha. Na simulação da BIA pode-se notar a construção de vilas habitacionais, sempre acompanhadas por vias compartilhadas, para o convívio dos moradores, e um galpão que pode ser utilizado de depósito da produção até esta ser comercializada no espaço destinado a um Mercado Municipal. Quando ocorrer a transição entre a Zona de Articulação de Centralidades ou um Parque Municipal e esta, o gabarito máximo se altera para 12 metros.
0
1,4
2,8
5,6km
0
150
300
600m
ZONA DE DESENVOLVIMENTO LOGÍSTICO A Zona de Desenvolvimento Logístico foi proposta ao Sul da Nova Avenida associado à nova Rodovia, que liga diretamente Monte Mor ao Aeroporto de Viracopos. Essa zona tem por objetivo atrair as empresas de maior porte para fora do tecido urbano de Monte Mor, permitindo deste modo a costura do tecido urbano entre as duas malhas urbanas existentes sem
a interrupção das grandes indústrias e permitindo uma maior conectividade entre os dois lados da Nova Avenida. Também foi visto na proposição da nova zona o relevo e, por ser considerado mais plano e próximo da rodovia, se torna um local de grande interesse para as grandes indústrias e de fácil acesso às estruturas regionais.
0
1,4
2,8
5,6km
ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL - REURBANIZAÇÃO Como adequação da malha urbana existente, foi categorizada a ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) referente às áreas de urbanização com escassez de infraestrutura pública . É proposta a readequação do viário: em qualidade, visto que nessa área o leito carroçável muitas vezes não é asfaltado; a iluminação pública é carente; o calçamento além de estreito é quase inexistente. E em quantidade, as quadras dessa área chegam a 350 metros de largura, então foi proposta a
apropriação das mesmas, com as quadras não podendo ultrapassar 125 metros de face e a dimensão de 0,65 ha, em busca de promover encontros nas esquinas com maior frequência. Foram propostos alguns pontos totalmente inexistentes no tecido como, arborização viária, espaços livres públicos e equipamentos de saúde, educação, lazer e cultura, para equipar o bairro com qualidade.
0
64
1,4
2,8
5,6km
SITUAÇÃO ATUAL
PROPOSTA
0
30
60
120m
0
30
60
120m
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REDE DE EQUIPAMENTOS PROPOSTOS
0
SAÚDE
Equipamentos Propostos
Equipamentos Propostos
Equipamentos Existentes
Equipamentos Existentes
1
2
4km
Analisando os equipamentos de saúde já existentes no município, percebemos o déficit que esta rede apresenta, essa é a maior reclamação da população. Tendo em vista esse contexto, foi necessária a implantação de novas unidades de apoio a saúde, dentre elas, temos UBSs e UPAs. Além desse sistema básico, foram propostos Equipamentos de Assistência Social, o Centro de Apoio e Fortalecimento feminino, que abrange algumas áreas vinculadas com o sistema de saúde pública, o Centro de Apoio ao Idoso e o Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente. 66
0
EDUCAÇÃO
1
2
4km
A partir do raio de abrangência das escolas existentes, ficou clara a necessidade de implantação de novas unidades tanto de ensino infantil, como fundamental e médio. Essas novas unidades foram implantadas nos novos tecidos que foram propostos pelo plano, buscando atender toda a população, tanto atual quanto prevista, do Município.
0
CULTURA E LAZER
Equipamentos Propostos
Bicicletários Propostos
Equipamentos Existentes
Ciclovia/Faixa Proposta
1
2
4km
Com relação aos equipamentos de lazer e cultura, vê-se a necessidade de implantação visto que o Município carece desse tipo de atividade. Conjunto aos Parques Municipais vem a implantação da maioria dos novos equipamentos propostos, como Biblioteca, Museu, Teatro, Ginásio Poliesportivo, Escola Técnica, Centros Comunitários e Fábrica de Cultura. Fora dos mesmos temos, a implantação do Mercado Municipal que valoriza a característica rural do Município.
0
1
2
4km
CICLOVIA
As ciclovias passam por todas as vias propostas, com exceção da nova Rodovia, a qual não cabe esse tipo de intervenção. Já as vias locais podem ter uma ciclofaixa quando se mostra necessário chegar em pontos mais intrínsecos dos bairros. Os bicicletários foram propostos nos lugares de maiores encontros de pessoas: tanto nos entroncamentos de ciclovias, quanto no Centro antigo e no Centro Novo, nos parques e nas praças, assim como em lugares que têm concentração de equipamentos. 67
ENFOQUE NAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5 6 7 8 1 Parque Memória 2 Zona de Articulação de Centralidades 3 Parque Metamorfose
Equipamentos de Saúde Propostos
Afluentes do Rio Capivari
Equipamentos de Cultura e Lazer Propostos
Nova Avenida
Equipamentos de Educação Propostos
Reestruturação Viária
Tecido Urbano Proposto
Ciclovia Proposta
4 Parque Movimento
Tecido Urbano Existente
Bicicletários Propostos
5 Centro de Emponderamento Feminino
Praças Propostas
Centralidade Existente
Tentáculos
Centralidade Proposta
6 Terminal e Praça da Cidadania 7 Zona de Baixo Impacto Ambiental 8 Parque Manifesto
Parque Ecológico Regional Paques Municipais Rio Capivari
0
350
700
1400m
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PROJETOS ESTRATÉGICOS 71
3
5
6
8
2 4 1
72
7
1 2 3 4 5 6 7 8
Parque Memória Zona de Articulação de Centralidades Parque Metamorfose Parque Movimento Centro de Emponderamento Feminino Terminal e Praça da Cidadania Zona de Baixo Impacto Ambiental Parque Manifesto Sistema de Áreas Livres Tecido Urbano Existente Tecido Urbano Proposto Projetos Estratégicos Nova Avenida Rio Capivari Afluentes do Rio Capivari Rodovia Proposta Perímetro Urbano Proposto
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PARQUE MEMÓRIA
ZONA DE ARTICULAÇÃO DE CENTRALIDADES
PARQUE METAMORFOSE
PARQUE MOVIMENTO
O Parque Municipal Memória é um espaço destinado à resguardar e preservar as histórias de Monte Mor, primeiramente por sua implementação no centro comercial e histórico da cidade. O principal foco de equipamentos que estrutura culturalmente o parque é o Teatro Municipal Márcia Haydeé, a Biblioteca Municipal Anita Malfatti e o Museu Elizabeth Aytai. Todos localizados no Núcleo da Memória, no coração do parque. O Teatro Márcia Haydeé é o edifício principal desenvolvido nesse trabalho. Ele recebe o nome de uma bailarina brasileira: Márcia Haydeé, é o primeiro edifício a se sobressair da praça; ao adentrar a região, os olhos batem automaticamente na construção de concreto bruto.
O Parque Municipal Metamorfose tem 125 ha, e é um dos 4 parques elaborados para a reconfiguração do município de Monte Mor. O nome do projeto se dá pelo significado figurado de “Metamorfose”, ou seja transformação de um ser em outro, nesse caso, transformação do intelecto do indivíduo. A partir da analise do local foram determinados alguns principais focos de equipamentos. São esses: a Praça Jardim Moreira do parque com o bairro Jardim Moreira ,a Praça Nova Alvorada , um espaço destinado a Fazenda de Cultivo, em toda parte norte do Parque; o Centro de Recreação e Prática Agrícola que abrange um espaço destinado à estufas e um Centro Comunitário que faz a parte social de todo o Complexo, uma Praça Comercial e uma Escola técnica e de capacitação Agrícola.
Compondo o sistemas de áreas verdes - as áreas destinadas à preservação e recuperação ambiental - a implantação do Parque Municipal Movimento é a qualificação de um território reconhecido como um grande bolsão verde em meio a malha urbana existente consolidada. O projeto tem como proposta espaços públicos destinados a práticas esportivas, em ambientes cobertos, ao livre e náuticas na lagoa. Amparada pelos equipamentos propostos, como o Edifício Administrativo, o Centro Náutico, Complexo Esportivo e o Ginásio Municipal, o Parque Movimento tem como objetivo a proteção e recuperação dos recursos naturais e a integração direta das pessoas com a natureza, fotalecendo os conceitos de pertencimento e de identidade do território.
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A elaboração de um fragmento da Zona de Articulação de Centralidades (ZAC) procurou discutir uma série de questões de âmbito urbano e da maneira atual de se construir. Na busca de criar uma área urbana que faça o papel de uma nova centralidade entre malhas já consolidadas da cidades de Monte Mor, a ZAC propõe basicamente em suas diretrizes grandes quadras com alta densidades e edificações de uso misto com gabarito variado para atender a demanda de crescimento urbano e abrigar 427 famílias advindas de áreas de risco de alagamento existentes no município.
CENTRO DE APOIO E FORTALECIMENTO FEMININO MAGNÓLIAS
TERMINAL MERCÚRIO E PRAÇA DA CIDADANIA
ZONA DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL
PARQUE MANIFESTO
O projeto Magnólias, tem como objetivo, ajudar mulheres a se auto conhecer e se empoderar, mostrar que juntas somos mais fortes e que podemos crescer uma com as outras. Quem já alcançou algum objetivo, sendo ele emocional, profissional ou até mesmo teve coragem de expor alguma situação que estava vivendo, tem a missão de dar as mãos e levantar as outras. O programa projetual foi pensado para que mulheres pudessem conhecer seu corpo, energizar sua alma, se capacitar e para servir como uma grande rede de apoio, em que uma pode contar com a outra em diversos âmbitos. Magnólias é muito mais que um projeto, é uma inspiração, um escudo protetor e fortalecedor para as mulheres.
O Terminal Rodoviário e Metropolitano Mercúrio juntamente com um Edifício Cidadania têm por objetivo conectar duas áreas atualmente segregadas por um elemento divisor e constituir um elemento criador de centralidade. O Terminal procura atender de forma separada as linhas de transporte público (Metropolitanas e Urbanas) e as de transporte rodoviário, dando maior acessibilidade, e o Edifício Cidadania consiste em criar um “Poupatempo em escala municipal”, onde estariam distribuídas secretarias que oferecerão serviços apartidários para a população. A grande praça da Cidadania tem a ideia de ser um local acolhedor, e um programa que complemente os dois edifícios propostos pelo programa, criando dessa forma uma nova centralidade no novo ambiente criado pelo plano TEAR.
A ZBIA se estabelece como transição entre áreas destinadas à preservação e recuperação ambiental e áreas passíveis de urbanização como proposta de integração territorial no contexto de Monte Mor. O projeto tem como proposta a criação de espaços para habitação (Vilas) e atividades coletivas (Mercado e Cooperativa) associadas à produção, e assim integrar as pessoas com o lugar ao mesmo tempo em que visa proteger os recursos naturais do município através da diminuição de seu impacto ambiental.
O Parque Municipal Manifesto é um espaço destinado à manifestações culturais diversas, desde um espaço educativo e cultural até um espaço de apresentações com eventos municipais e regionais. O principal foco de equipamentos é o Complexo da Fábrica de Cultura Monte Mor que abrange um espaço destinado a um Restaurante Popular, uma proposta de refeições mais acessíveis à população; o Centro Comunitário, onde possam ocorrer reuniões da comunidade e manifestações; e uma Fábrica De Cultura um “espaço com oportunidades de acesso gratuito a diversas atividades culturais” (Governo Do Estado De São Paulo), onde serão oferecidas aulas de circo, dança, fotografia, grafite, música, pintura, teatro, entre outras.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS O município de Monte Mor se revela como um território fragmentado, configurado e estruturado em função de forças e dinâmicas regionais, e que apresenta as tensões entre o processo de urbanização, as atividades rurais e a preservação ambiental. Nesse sentido foi possível identificar um território com potencial hídrico e ambiental em conflito com uma ocupação de tradição rural combinada a expansão urbana contemporânea buscado por uma população migratória em busca de oportunidades. A partir da compreensão do território, o presente trabalho se propôs a elaborar um Plano de Intervenção Urbana com diretrizes que norteassem projetos estratégicos que buscassem a criação de uma diversidade de espaços públicos e de oportunidades que qualifiquem Monte Mor, repensando os modos de ocupação do solo, as diferentes formas de vivenciar a cidade e suas diferentes formas de interações socioespaciais. O cenário encontrado em Monte Mor nos motivou a buscar estratégias para que o município deixasse de ser uma periferia inerte e se tornasse um núcleo urbano ativo, com seu próprio protagonismo e identidade frente à realidade metropolitana e regional.
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“Quem é que pode parar os caminhos? E os rios cantando e correndo? E as folhas ao vento? E os ninhos? E a poesia? A poesia como um seio nascendo…” Mario Quintana
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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