BISONTE 2019

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BISONTE

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

MARCO DA SILVA FERREIRA 5 E 6 ABRIL 2019

© José Caldeira

M/12


Um ringue entre a histeria e a melancolia

POEMA DA BESTA

Manifesto Cyborgue Nós, ciborgues – O corpo elétrico e a dissolução do humano

ah ah Há uma besta ao virar desta esquina que não consigo passar. Theres is a beast, around that corner, won’t let me across Há uma besta ao virar desta esquina que me faz querer atiraaar! ah! ah! Há uma besta de boca a-a-aberta around that corner

Da calma aparente surge uma revolução, da besta surge uma carícia. Estas figuras são toscas, cyborgs sensíveis incapazes de existir apenas. O seu tacto é sensível, o olfato apurado, a visão de lince. Todos choramos, temos medo, todos desejamos, amamos e tentamos encaixar, protegemo-nos com armaduras que nos isolam, mas caímos na armadilha dessa caixa que nos define. Que sensibilidade construo hoje? Que intimidades vivo? O que pretendo mostrar de mim se sou o primeiro a não saber? Bisonte é um ringue entre a histeria e a melancolia. Aqui a vida é uma valsa, a dança é coisa de quem quer e o tango dança-se com quantos houver. Uma pulsação persistente marca o passo, ecoam melodias daquilo que é invisível em nós. O género esbate-se e há agora lugar para uma existência mais crua, vulnerável e bela.

É, entretanto, na teoria cultural que analisa as radicais transformações culturais pelas quais passamos que podemos ver o desenvolvimento de um pensamento que nos faz questionar radicalmente as concepções dominantes sobre a subjetividade humana. Ironicamente, são os processos que estão transformando, de forma radical, o corpo humano que nos obrigam a repensar a “alma” humana. Quando aquilo que é supostamente animado se vê profunda e radicalmente afetado, é hora de perguntar: qual é mesmo a natureza daquilo que anima o que é animado? É no confronto com clones, ciborgues e outros híbridos tecnonaturais que a “humanidade” de nossa subjetividade se vê colocada em questão. Ironicamente, a existência do ciborgue não nos intima a perguntar sobre a natureza das máquinas, mas, muito mais perigosamente, sobre a natureza do humano: quem somos nós?

De ar cortado tento para qualquer bater De ar cortado tento para qualquer mover qualquer haver A besta saliva, se-ca-me-a-bo-ca prende-me os pés ti-ra-me-o-so-no drying my lips > gripping my feet > stealing my sleep >drying my lips the beast the beast beast beast beast beast beast beast beast beast it’s there I know ouço-a respirar ah ah ah ah ah ah (...) Há uma besta há uma besta Around that corner around that corner Não posso passar não posso passar Around that corner around that corner Won’t let me across Há uma besta besta besta around that corner corner that make me retreat Há-há uma besta besta besta bass bass bass. bass. bass. bass bass bass beast beast beast There is a beast with a wide open mouth ao virar daquela esquina Eu sei que está lá, eu sei

Tomaz Tadeu

I can hear youuuuuuuuu! drying my lips > gripping my feet > stealing my sleep gripping my feet > I wonder > stealing my sleep > drying my lips The drooling beast

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© José Caldeira

5 e 6 abril dança

BISONTE

MARCO DA SILVA FERREIRA Sexta e sábado, 21h Sala Luis Miguel Cintra m/12 €12 a €15 com descontos

Direção Artística e Coreografia: Marco da Silva Ferreira; Assistência de direção artística: Pietro Romani; Interpretação: Anaísa Lopes, André Cabral, Eríca Santos, Leo, Marco da Silva Ferreira e Max Makowski; Direção técnica e Desenho de luz: Wilma Moutinho; Desenho de som: Rui Lima e Sérgio Martins; Direção musical: Marco da Silva Ferreira, Rui Lima e Sérgio Martins; Cenografia: Fernando Ribeiro; Figurinos: João Rôla; Operação de som: Pedro Lima; Operação de Luz: Luís Ribeiro; Produção executiva: Joana Costa Santos; Residências artísticas: O Espaço do Tempo, Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural Vila Flor, Charleroi Danse, Centre Chorégraphique National de Caen en Normandie, La Place de la Danse Centre de Developpement Chorégraphique National Toulouse - Occitane; Apoio: Direção Geral das Artes; Agradecimentos: Companhia Instável e Nome Próprio Coprodução: Pensamento Avulso – Associação de Artes Performativas, Teatro Municipal do Porto, Théâtre de la Ville, Charleroi Danse e São Luiz Teatro Municipal

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Direção Artística Aida Tavares Direção Executiva Joaquim René Assistente da Direção Artística Tiza Gonçalves Programação Mais Novos Susana Duarte Adjunta Direção Executiva Margarida Pacheco Secretária de Direção Soraia Amarelinho Direção de Produção Mafalda Santos (Diretora), Andreia Luís, Catarina Ferreira, Margarida Sousa Dias, Mónica Talina, Tiago Antunes Direção Técnica Hernâni Saúde (Diretor), João Nunes (Adjunto) Iluminação Carlos Tiago, Nuno Samora, Ricardo Campos, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Paulo Lopes, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som João Caldeira, Gonçalo Sousa, Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Vídeo João Van Zelst Manutenção e Segurança Ricardo Joaquim Direção de Cena Marta Pedroso (Coordenadora), Maria Tavora, Sara Garrinhas, Ana Cristina Lucas (Assistente), Rita Talina (Camareira) Direção de Comunicação Elsa Barão (Diretora), Ana Ferreira, Gabriela Lourenço, Nuno Santos Bilheteira Cristina Santos, Diana Bento, Renato Botão

TEATROSAOLUIZ.PT


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