CURSO LIVRE DE CULTURA - aula 2 - 2022

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DEBATE O debate conta com a participação dos coordenadores ou representantes artísticos das quatro cidades finalistas: Aveiro (Martim Sousa Tavares), Braga (Joana Meneses Fernandes), Évora (Paula Garcia) e Ponta Delgada (António Pedro Lopes). Moderação: João Gaspar e Tiago Bartolomeu Costa João Gaspar Formou-se em Jornalismo pela Universidade de Coimbra. É jornalista da agência Lusa desde 2013, a partir de Coimbra, e é locutor da Rádio Universidade de Coimbra há mais de dez anos.

Tiago Bartolomeu Costa Editor e programador cultural. No São Luiz organizou o ciclo modo interrogativo (2012) e comissariou o programa mais um dia (abril 2022). Coordena, na atual temporada, os ciclos ponto da situação e curso livre de cultura.

Para saber mais: Página oficial da Comissão Europeia para o projeto: https://culture.ec.europa.eu/policies/culture-in-cities-and-regions/europeancapitals-of-culture Página oficial do processo de seleção nacional: https://www.ecoc2027.mc.gov.pt/ Para conhecer os projetos das quatro cidades finalistas: Aveiro: www.aveiro2027.pt Braga: www.braga27.pt Évora: www.evora2027.com Ponta Delgada: www.azores2027.eu 4

CURSO LIVRE DE CULTURA

COORDENAÇÃO TIAGO BARTOLOMEU COSTA

24 OUTUBRO 2022, 19H SALA BERNARDO SASSETTI

UM CICLO SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA

Territórios e Identidades Múltiplas: O Desafio da Próxima Capital Europeia de Cultura Com Miguel Honrado (lição), Cristina Farinha (contexto) e representantes das cidades finalistas à indicação Capital Europeia de Cultura 2027: Martim Sousa Tavares (Aveiro), Joana Fernandes (Braga) Paula Garcia (Évora) e António Pedro Lopes (Ponta Delgada) Moderação: João Gaspar e Tiago Bartolomeu Costa

Em 2027, Portugal terá, novamente, uma Capital Europeia de Cultura, depois de Lisboa (1994), Porto (2001) e Guimarães (2012). Em dezembro, quando for conhecida a cidade escolhida, terão passado mais de dois anos de avaliação especializada sobre os projetos apresentados pelas doze cidades candidatas: Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real. As quatro finalistas – Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgada –, irão partilhar o título com a cidade de , na Letónia, representando, agora, o futuro cultural do país, não só para os habitantes das cidades e regiões, mas também face aos compromissos exigidos para o cumprimento dos valores preconizados em 1985, quando foi iniciado o mais reconhecido dos programas de construção de identidades coletivas europeias. Nesta sessão, falamos de como um projeto para a cidade deve ser entendido para lá da sua faceta mais visível, a programação e oferta culturais. Nesta sessão, falamos de como a cultura deve ser entendida para lá da sua faceta mais visível, a programação e oferta culturais. Enquanto motor de renovação urbana, de transformação social, de coesão territorial e valorização das práticas comunitárias, os projetos para as Capitais Europeias de Cultura, devem ambicionar contribuir para uma revisão do viver em conjunto e das identidades múltiplas que constroem a memória coletiva dos lugares onde vivemos e que frequentamos. Atualmente, Novi Sad, na Sérvia, é Capital Europeia de Cultura, título que lhe havia sido atribuído para 2021, mas que a pandemia adiou. Do mesmo modo, as cidades escolhidas para este ano – Timisoara (Roménia) e Elefsina (Grécia) – transitarão para 2023.

teatrosaoluiz.pt


LIÇÃO

CONTEXTO

Miguel Honrado

Cristina Farinha

Capitais culturais: entre os valores europeus e a realpolitik.

O que é uma Capital Europeia de Cultura?

Palavras-chave: Cidades / Regiões /Democracia cultural / Democratização cultural/ Públicos/ Cidadãos / Programação cultural / Políticas urbanas / Cultura europeia / Europa cultural

Criada pela Comissão Europeia em 1985, esta ação tem como objetivo dinamizar as cidades como centros de vida cultural, social e económica. Desde a sua criação, 58 cidades já obtiveram o título, sendo um dos mais emblemáticos eventos culturais da Europa. A Capital Europeia da Cultura não só reforça a diversidade da cultura europeia e o sentimento de pertença a um espaço cultural comum, como também potencia o desenvolvimento das cidades. A iniciativa evoluiu de festival artístico das principais cidades da Europa para um ambicioso projeto que mobiliza a cultura como elemento transformador e regenerador das esferas económica e social das zonas urbanas, sendo uma oportunidade de reforço da cooperação local e da projeção nacional e internacional. No modelo atual, duas ou três cidades, em países diferentes, são Capitais Europeias da Cultura durante um ano. O título é atribuído 5 anos antes, após um processo de candidatura e seleção por parte de um júri constituído por peritos independentes. O convite formal à apresentação de propostas é publicado cerca de 6 anos antes do ano-título, com um prazo de pelo menos 10 meses para os candidatos apresentarem as suas propostas. (fonte: GEPAC)

Referências bibliográficas CASTRO, Rui Vieira de (coord.) Guimarães 2012, impactos económicos e sociais, relatório executivo, Universidade do Minho, s.d. CENTENO, Maria João, O Impacto da Mediatização nas Capitais Europeias da Cultura, o caso das cidades Porto 2001 e Guimarães 2012 (Escola Superior de Comunicação Social / Instituto Politécnico de Lisboa e CIMJ LOPES, Andreia Aldeia, Capitais Culturais da Europa, Lisboa’94, Porto 2001, Guimarães

2012. Dissertação de mestrado, orientação Susana Lobo coorientação Nuno Grande, Dep. Arquitetura FCTUC, fevereiro de 2016, MOURA, Vasco Graça, Europa, Europa in Diário de Notícias, 24 de Agosto de 2011 PALMER/ERA Associates, European cities and capitals of culture, Palmer/ERA Associates, Bruxelas, agosto de 2004; SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos, (coord.) Públicos do Porto 2001, Observatório das Capitais Culturais, s.d.

Miguel Honrado Licenciado em História (FCSH-NOVA, Lisboa) e pós-graduado em Curadoria e Organização de Exposições (ESBAL/Fundação Calouste Gulbenkian), exerce desde 1989 a sua atividade nos domínios da produção, programação e gestão cultural. Secretário de Estado da Cultura XXI Governo Constitucional (2016-2018), é atualmente Diretor Executivo da Metropolitana. Interveio em projetos culturais de grande relevo nacional e internacional como o Festival Europália (1991) ou as programações culturais das Exposição Universal de Sevilha 92, Exposição Mundial de Lisboa 98 ou Lisboa Capital Europeia 94. Desde o início do seu percurso profissional tem mantido uma relação privilegiada com a dança contemporânea, tendo sido coordenador do departamento de Dança do Instituto Português das Artes do Espetáculo (IPAE) (1999-2002), diretor artístico do Teatro Viriato (2003-2006), presidente do Conselho de Administração da EGEAC - Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (2007-2014) e do Teatro Nacional D. Maria II (2014-2015). Foi, presidente do Conselho de Administração da IRIS, Associação Sul Europeia para a Criação Contemporânea (2005-2007), curador do evento Jardim do Mundo integrado no projeto O Estado do Mundo (Fundação Calouste Gulbenkian, 2007) e membro do Conselho Consultivo do Programa Gulbenkian Educação para a Cultura e Ciência – Descobrir (2012-2016). É regularmente convidado por instituições universitárias (Universidade Lusófona, Escola Superior de Teatro e Cinema/Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Artes e Design/Instituto Politécnico de Leiria) para cadeiras de gestão, programação e políticas culturais. 2

A candidatura selecionada receberá um prémio de 1,5 milhões de euros, sendo que o Ministério da Cultura anunciou, a 15 outubro 2020, disponibilizar 25 milhões de euros para apoiar a iniciativa, provenientes de fundos da União Europeia. Cristina Farinha Perita independente do setor cultural e criativo. Doutorada e investigadora colaboradora do Instituto de Sociologia da Universidade Porto, docente convidada no Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas da Escola das Artes Universidade Católica do Porto e do Curso em Gestão Cultural da Universidade de Santiago de Compostela. Atualmente é membro do Painel de Seleção e Monitorização das Capitais Europeias da Cultura, desde 2015; avaliadora externa da Comissão Europeia para os programas Europa Criativa, Erasmus+ e H2020, desde 2011 e do Fundo Roberto Cimetta para a Mobilidade Artística e Cultural no Mediterrâneo e Médio Oriente, desde 2013. Em Portugal, foi Diretora Executiva da ADDICT – Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas, 2012-2016; representou o Ministério da Cultura no Grupo de Peritos dos Estados-Membros da União Europeia sobre indústrias criativas (20162017); fez parte de comités de apreciação da DG Artes e da Direção Regional de Cultura dos Açores (2018); e tem colaborado com a Direção Regional de Cultura do Centro na curadoria de eventos ligados à cultura e ao desenvolvimento dos territórios. Como consultora independente, trabalha desde 1996 com diversas instituições e redes do nível local ao internacional e o seu foco de interesse são as políticas culturais e o seu papel na governação e desenvolvimento; a capacitação e formação profissional do setor; e a promoção da cooperação e mobilidade internacional. 3


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