CONCERTO CENTENÁRIO JOSÉ SARAMAGO 2021

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© Rogelio Cuellar


PALAVRA E MÚSICA: CONJUGAÇÃO DE HARMONIAS

Acabámos. Representei o meu papel o melhor que podia. O futuro dirá se o espectáculo valeu a pena. E agora, Deus, Pai, Senhor, uma última pergunta: Quem sou eu? Em verdade, em verdade, quem sou eu?

José Saramago

Na obra de José Saramago, a música ocupa um lugar de destaque, contribuindo para a conformação do seu pensamento artístico. Por isso mesmo, assume um profundo significado aquela que elegemos como uma das três ações da abertura do Centenário de José Saramago: um concerto em que ouviremos As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz, de Joseph Haydn, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. Mas não só isso – que já não seria pouco. Esta será também uma oportunidade privilegiada para reencontrarmos palavras de Saramago – palavras: a substância com que se faz a arte literária –, em diálogo com a música e com Deus. Com Deus, em particular, pela interposta figura de Cristo na Cruz, cujas derradeiras palavras o autor d’O Evangelho segundo Jesus Cristo imaginou e modelou em sete textos admiráveis, a que a atriz Suzana Borges dá voz. Assim se confirma bem expressivamente a mágica cumplicidade da palavra com a música, numa conjugação de harmonias tão ancestral como o canto do primeiro homem. O concerto de abertura do Centenário de José Saramago é o ponto de partida para uma celebração em que a literatura será complementada e ilustrada em muitas outras manifestações artísticas. Tudo o que, em síntese, pode ser entendido como comemoração da leitura, aqui evocada em manifesto pela escritora Irene Vallejo. Assim deve ser e assim foi entendido, quando construímos o programa que hoje tem início. A isto acrescento que a execução d’As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz é possível graças não apenas à disponibilidade da Orquestra Metropolitana de Lisboa e do São Luiz Teatro Municipal, mas também pelo apoio concedido pela Câmara Municipal de Lisboa a várias atividades que integram o Centenário de José Saramago. Na minha qualidade de comissário, a todos manifesto a minha gratidão, num agradecimento que estendo ao BPI / Fundação la Caixa, mecenas principal do Centenário de José Saramago. Carlos Reis Comissário

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Suzana Borges trabalha como actriz desde 1979 em teatro, cinema, televisão, ópera e recitais. No teatro interpretou mais de vinte peças, de autores como Bertolt Brecht, Tenessee Williams, Daniel Defoe ou Jorge Luis Borges. Na ópera, enquanto solista recitante, fez o papel de Dona Maria Ana de Áustria em Blimunda, e de Maria Madalena na cantata dramática La Morte di Lazzaro, ambas com libreto de José Saramago e música de Azio Corghi. Em televisão assumiu diversos papéis em trabalhos como A Banqueira do Povo, Vila Faia ou O Dia do Regicídio e no cinema papéis como o de D. Madalena de Vilhena no filme Quem és tu?. É Pós-Graduada em Filosofia Contemporânea e tem formação teatral continuada.

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© José Pinto Ribeiro

SUZANA BORGES

Suzana Borges vestida por Filipe Faísca

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ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA Fundada em 1992, a Orquestra Metropolitana de Lisboa é composta por 35 músicos, numa configuração instrumental «clássica», a sua formação de base é regularmente modulada e alargada, permitindo uma abordagem alargada do repertório orquestral, de finais do século XVII à contemporaneidade. De entre os artistas que colaboram com a Orquestra Metropolitana de Lisboa destacam-se maestros como Pablo Heras-Casado, Kristjan Järvi, Eivind Gullberg Jensen, Christopher Hogwood, Enrico Onofri, Leonardo García Alarcón, Hans-Christoph Rademann, Beat Furrer, Magnus Lindberg e solistas como Monserrat Caballé, Kiri Te Kanawa, José Carreras, Felicity Lott, Maria João Pires, Natalia Gutman, Adrian Brendel, Sayaka Shoji e António Menezes. O maestro Pedro Neves iniciou os seus estudos musicais em Águeda, sua terra natal. Estudou violoncelo com Isabel Boiça, Paulo Gaio Lima e Marçal Cervera; no Conservatório de Música de Aveiro, na Academia Nacional Superior de Orquestra (Lisboa) e na Escuela de Música Juan Pedro Carrero (Barcelona). No que respeita à Direção de Orquestra, estudou com Jean-Marc Burfin, obtendo o grau de Licenciatura na Academia Nacional Superior de Orquestra, com Emilio Pomàrico, em Milão, e com Michael Zilm, de quem foi assistente. Pedro Neves, nomeado em 2021, desempenha a dupla função de Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra Metropolitana de Lisboa. 6

Violas Flautas Irma Skenderi Nuno Inácio Valentin Petrov Janete Santos Sara Ramalho 3 Andrei Ratnikov Oboés Sally Dean Violoncelos João Balegas 2 Catarina Gonçalves Ana Cláudia Serrão Fagotes Hugo Estaca 3 Lurdes Carneiro Rafaela Oliveira Contrabaixo Ercole de Conca Trompas Daniel Canas Jérôme Arnouf 1 - Convidado Jaime Resende 1 2 - Aluno ANSO Ivo Vieira 1 3 - Estagiária/o Trompetes Sérgio Charrinho João Moreira Tímpanos Fernando Llopis 1.º s Violinos Ana Pereira concertino Diana Tzonkova Lúcia Salvado 3 Alexêi Tolpygo Carlos Damas Leonardo Guedes 3 2.º s Violinos Ágnes Sárosi José Teixeira Nonna Manicheva Miguel Ferreira 3 Anzhela Akopyan Daniela Radu

PROGRAMA Joseph Haydn (1732-1809) – As Sete Últimas Palavras de Nosso Salvador na Cruz, Hob. XX/2 Introdução: Maestoso ed Adagio Sonata 1: «Pater, dimmite illis, non enim sciunt quid faciunt», Largo «Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.» (S. Lucas 23:34) Sonata 2: «Hodie mecum eris in Paradiso», Grave e cantabile «Em verdade eu te digo, estarás hoje comigo no Paraíso.» (S. Lucas 23:43) Sonata 3: «Mulier, ecce filius tuus», Grave «Mulher, eis aí teu filho; eis aí a tua mãe.» (S. João 27-19:26). Sonata 4: «Deus meus, Deus meus, utquid dereliquisti me», Largo «Deus, meu Deus, por que me abandonaste?» (S. Mateus 27:46 e S. Marcos 15:34). Sonata 5: «Sitio», Adagio «Tenho sede». (S. João 19:28) Sonata 6: «Consummatum est», Lento «Está consumado» (S. João 19:30) Sonata 7: «Pater, in manus tuas comendo spiritum meum», Largo «Pai, entrego em tuas mãos o meu espírito». (S. Lucas 23:46) «Il Terremoto», Presto e con tutta la forza 7


16 novembro 2021 música

CONCERTO CENTENÁRIO JOSÉ SARAMAGO ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA DIREÇÃO PEDRO NEVES Sala Luis Miguel Cintra terça, 20h Duração: 1h30 (aprox.); M/6 €13 a €17 (com descontos)

MECENAS PRINCIPAL

APOIO

PARCERIA

Direção Artística Aida Tavares Direção Executiva Ana Rita Osório Assistente da Direção Artística Tiza Gonçalves Adjunta Direção Executiva Margarida Pacheco Secretária de Direção Soraia Amarelinho Direção de Comunicação Elsa Barão Comunicação Ana Ferreira, Gabriela Lourenço, Nuno Santos Mediação de Públicos Téo Pitella Direção de Produção Mafalda Santos Produção Executiva Andreia Luís, Catarina Ferreira, Marta Azenha, Tiago Antunes Direção Técnica Hernâni Saúde Adjunto da Direção Técnica João Nunes Produção Técnica Margarida Sousa Dias Iluminação Carlos Tiago, Cláudio Marto, Ricardo Campos, Sérgio Joaquim Maquinaria António Palma, Miguel Rocha, Vasco Ferreira, Vítor Madeira Som João Caldeira, Gonçalo Sousa, Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Operação Vídeo João Van Zelst Manutenção e Segurança Ricardo Joaquim Coordenação da Direção de Cena Marta Pedroso Direção de Cena Maria Tavora, Sara Garrinhas Assistente da Direção de Cena Ana Cristina Lucas Camareira Rita Talina Bilheteira Cláudio de Castro, Cristina Santos, Diana Bento

teatrosaoluiz.pt


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