ORQUESTRA SINFÓNICA JUVENIL 2020

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ORQUESTRA SINFÓNICA JUVENIL

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

QUARTA-FEIRA 4 Novembro 2020

Concerto de homenagem à fundação GDA


Assinalando os cinco anos de ininterrupto apoio à Orquestra Sinfónica Juvenil, é com um enorme prazer que dedicamos o concerto de hoje à Fundação GDA. O apoio da Fundação GDA concretiza-se na atribuição de bolsas de estudo a elementos da OSJ, apoio que, consequentemente, é direcionado, integralmente, para os jovens músicos selecionados. A Fundação GDA apoia os elementos da única orquestra sinfónica de jovens com funcionamento permanente existente em Portugal, pelo entendimento do valor deste espaço pedagógico e formativo, numa perspectiva eminentemente profissional. As Bolsas de Estudo Fundação GDA / OSJ têm permitido que elementos da Orquestra

Sinfónica Juvenil, jovens de elevado potencial artístico, vejam facilitados os seus percursos pedagógicos. Em muitos casos, evitaram a desistência académica por falta de meios… representando a única possibilidade de continuarem os estudos numa pespectiva musical! Cumpre-nos, em nome da Orquestra Sinfónica Juvenil e dos jovens beneficiários das Bolsas de Estudo, agradece à Fundação GDA proporcionar-nos este importante meio de apoio à nossa actividade, na certeza que corresponderemos à confiança que em nós depositam com mais e melhor trabalho em prol da MÚSICA. A direcção da OSJ


SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL Quarta-feira, dia 4 de Novembro de 2020 – 21H00

PROGRAMA MOZART, Wolfgang Amadeus Concerto para violino nº. 3, Sol Maior, Kv. 219 (1756 – 1791) Allegro Adagio Rondeau (Allegro) BOCHMANN, Christopher Aubade (1950) Estreia mundial HAYDN, Joseph Sinfonia nº. 92, Sol Maior, “Oxford” (1732 – 1809) Adagio. Allegro spiritoso Adagio cantabile Menuetto (Alegretto) Presto

Francisco Lima Santos, Violino

Orquestra Sinfónica Juvenil Direcção: Christopher Bochmann


Christopher Bochmann Filho de pais violoncelistas, viveu nove anos na Turquia, em criança. Cantou no coro de St. George´s Chapel, Castelo de Windsor, continuando os estudos no Radley College. Estudou particularmente com Nadia Boulanger, em Paris, antes de entrar para o New College, Universidade de Oxford, onde trabalhou com David Lumsden, Kenneth Leighton e Robert Sherlaw Johnson. Foi em Oxford que adquiriu os graus de B.A.Hons., B.Mus., M.A. e D.Mus.

Estudou, também, particularmente, com Richard Rodney Bennett, em Londres. Leccionou na Inglaterra e no Brasil, onde esteve ligado durante dois anos à Escola de Música de Brasília. Tem leccionado várias vezes no Curso Internacional de Verão de Brasília. Desde 1980, vive e trabalha em Lisboa. Foi professor do Instituto Gregoriano de Lisboa e do Conservatório Nacional. De 1985 a 2006, foi professor da Escola Superior de Música de Lisboa, da qual foi Director durante seis anos e onde, por quase vinte, coordenou o Curso de Composição. Actualmente, é Professor Catedrático da Universidade de Évora. Em 2003, publicou o livro “Linguagem Harmónica do Tonalismo” (JMP). Desde 1984 é Maestro-Titular da Orquestra Sinfónica Juvenil com a qual já dirigiu centenas de concertos. Com esta orquestra, gravou três CD com obras suas, para além de ter estreado várias outras. Ganhou vários prémios de composição: entre outros, o Prémio Lili Boulanger (duas vezes) e o Clements Memorial Prize. Em 2004 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (Portugal). Em Junho de 2005 foi agraciado com a “Order of the British Empire” pela Rainha Isabel II (Reino Unido). Christopher Bochmann tem uma ampla lista de obras para quase todos os géneros, para além de numerosos arranjos e orquestrações.


Estreia mundial Christopher Bochmann

AUBADE (para pequena orquestra de 23 instrumentos)

Aubade é uma canção, ou um poema da manhã, mais especificamente, da alvorada. Tradicionalmente, é a canção de amantes que se vêm obrigados a separar-se com o nascer do sol; a tradição também inclui uma pessoa que avisa os amantes da iminente luz do dia. Um dos exemplos mais conhecidos desta forma encontra-se no segundo acto de Tristão e Isolda de Wagner onde Brangäne avisa por duas vezes do dia que se aproxima. Há outros exemplos mais livres e instrumentais, como a Alborada del gracioso de Ravel, a Aubade de

Chabrier e, ainda, a Aubade de Richard Rodney Bennett (um dos meus professores). Nesta obra, tratei da ideia de uma maneira bastante livre. A peça começa de maneira desfocada e vai ganhando clareza ao longo dos seus quase dez minutos de duração. Esta clareza ou focagem nota-se tanto em termos de alturas de som como em termos rítmicos. A obra começa de maneira lenta e no registo grave: a sobreposição de várias camadas de glissandos que passam por todos os instrumentos de corda, cria texturas muito densas em que dificilmente o ouvido consegue retirar qualquer acontecimento único da massa sonora. Porém, aos poucos, certos sons vão-se distinguindo, nomeadamente, uns pequenos relâmpagos no sopro. Gradativamente, a música sobe no registo geral, e depois de uma grande densidade, a textura começa a aclararse. O contraponto passa então à homofonia: a textura adquire maior focagem. Pouco antes do fim, as cordas convergem numa nota “sol” – o momento de maior focagem de alturas da peça. O trocadilho entre a nota “sol” e o sol que nasce na alvorada não é por acaso. Tradicionalmente, a forma musical contém momentos de reexposição, onde a música visita novamente material que já se tinha ouvido, assim criando uma sensação de coerência e de unidade no discurso. Neste caso, a peça começa num ponto (a noite escura) e termina noutro ponto completamente diferente (o dia brilhante). A forma é de uma transformação gradativa. Christopher Bochmann


Orquestra Sinfónica Juvenil Fundada em 1973, a Orquestra Sinfónica Juvenil é, hoje, reconhecida como uma instituição fundamental no nosso panorama músico-pedagógico. Sendo em Portugal a única orquestra de jovens com actividade permanente, desempenha um papel fulcral na formação de jovens músicos, numa perspectiva de aperfeiçoamento de alto nível e profissionalização. Nestes 46 anos de existência, a O.S.J. recebeu e formou muitos dos actuais instrumentistas das nossas orquestras, incentivou e deu a conhecer ao público muitos jovens solistas e levou a sua acção em favor da cultura musical a todo o país, contribuindo para a criação de novos públicos. Contando nos seus quadros com 80 elementos das diversas escolas de música da área de Lisboa, o seu repertório, em permanente renovação, é ambicioso e vasto: foram já tocadas

mais de 800 obras abrangendo os séculos XVIII, XIX e XX. A OSJ e seus agrupamentos já se apresentaram em Espanha, Grécia, China, Índia e Macau A OSJ encomenda regularmente obras a jovens compositores portugueses, apresentando-as em estreias mundiais. Mantém acordos de colaboração com orquestras semelhantes de vários países, com as quais estabelece intercâmbio de jovens músicos. Nos períodos de férias de Verão, realiza estágios de aperfeiçoamento orquestral, com uma presença regular nas Regiões Autónomas da Madeira e Açores. A OSJ desenvolve as suas actividades com o apoio do Ministério da Cultura, IPDJ, RTP, CML, e com o apoio mecenático da Fundação EDP, instituição com a qual tem desenvolvido um fecundo programa de bolsas.


Francisco Lima Santos Natural de Lisboa, iniciou os estudos musicais aos nove anos de idade na FMAC na classe de Ana Margarida Sanmarful. Concluiu a licenciatura em violino na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Khachatour Amirkhanian. Prosseguiu os estudos no Koninklijk Conservatorium, em Bruxelas, na classe de Yuzuko Horigome, vencedora do grande concurso Queen Elizabeth. Terminou os estudos em 2016 na Escuela Su-

perior de Música Reina Sofía, em Madrid, na classe de Ana Chumachenko e Zograb Tatevosyan. Durante os seus estudos frequentou masterclasses de Mauricio Fuks, Liviu Prunaru, Antje Weithaas, Veronika Hagen, Heime Muller, Pavel Gomziakov, Francesca Vicari e Krzysztof Wegrzyn. Foi membro da Orquestra Sinfónica Juvenil, ocupando o lugar de concertino. Com a OSJ apresentou-se a solo em várias salas de espetáculo por todo o país. Foi bolseiro da Fundação EDP / OSJ. Integrou desde o início do projeto a Orquestra XXI. Foi membro da Orquestra de Jovens da União Europeia, tendo tocado em importantes salas da Europa. Durante os seus estudos, foi premiado na categoria de violino em vários concursos, tais como, Concurso Internacional do Fundão, Prémio José Augusto Alegria e Prémio Jovens Músicos. Em 2016 venceu o Prémio Vasco Barbosa e, nesse mesmo ano, apresentou-se a solo com a Orquestra Sinfónica Portuguesa no Teatro Nacional de São Carlos. Integra o Artium Trio, agrupamento vencedor do Prémio Jovens Músicos em 2016, categoria de Música de Câmara. Colaborou com várias orquestras na Europa, incluindo a Sinfónica de Euskadi, a Nacional da Bélgica e Filarmónica de Munique. Tem integrado regularmente o Festival Cantabile, apresentando-se em concertos de música de câmara ao lado de solistas como Diemut Poppen, Ivan Monigetti, Christel Lee e Barnabas Kelemen. É 1.º Concertino Auxiliar da Orquestra Gulbenkian desde 2017.


Orquestra Sinfónia Juvenil – estrutura financiada por:

CULTURA

Apoiam a Orquestra Sinfónica Juvenil:

A OSJ agradece à EGEAC / São Luiz Teatro Municipal as facilidades concedidas para a realização deste concerto


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