Criado em 2002 pelo professor Luís Tinoco, e dirigido desde 2011 pelo professor Sérgio Azevedo com o apoio de uma equipa de produção composta por alunos voluntários, o projecto ’Peças Frescas’ é um ‘laboratório’ que permite aos alunos de composição da Escola Superior de Música de Lisboa experimentar o resultado das suas criações musicais. Uma das grandes deficiências do ensino da composição em Portugal era, em tempos ainda não muito afastados, a quase impossibilidade de audição da música escrita durante o curso, nomeadamente fora do contexto académico. O ciclo Peças Frescas veio possibilitar a audição dessa música em concertos públicos, e num palco de referência da cidade de Lisboa. Ao envolver os alunos de composição, instrumento, canto e direcção da ESML, o projecto PF permite também que se estabeleçam diálogos entre aqueles que inventam a música e aqueles que a dão a conhecer ao público, os intérpretes, interacção essencial para uma formação artística que se pretende dinâmica e completa.
são lu i z te atro m u n i c i pal
23 E 24 FEV MÚSICA
PEÇAS FRESCAS
Novíssima Música Portuguesa
Escola Superior de Música de Lisboa
bilhete suspenso Convidamos o público do São Luiz a adquirir um bilhete pelo valor de 7 euros, que fica suspenso na nossa bilheteira e que reverte para pessoas apoiadas pelas entidades associadas. O restante valor do bilhete é suportado pelo Teatro. O Bilhete Suspenso é um projecto que se insere na política de responsabilidade social do São Luiz Teatro Municipal. Conheça, junto da bilheteira do Teatro, as entidades associadas. bilheteira@teatrosaoluiz.pt tel: 213 257 650
Terça e Quarta às 18h30 Sala Mário Viegas; M/6 ENTRADA LIVRE (SUJEITA À LOTAÇÃO DA SALA) LEVANTAMENTO DE BILHETES, ATÉ DOIS POR PESSOA, NO PRÓPRIO DIA A PARTIR DAS 13H
Sltm Direcção Artística Aida Tavares Direcção Executiva Joaquim René Programação Mais Novos Susana Duarte, Inês Almeida (estagiária) Consultor para a Internacionalização Tiago Bartolomeu Costa Adjunta Direcção Executiva Margarida Pacheco Secretariado de Direcção Olga Santos Direcção de Produção
Tiza Gonçalves (Directora), Susana Duarte (Adjunta), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias Direcção Técnica Hernâni Saúde (Director), João Nunes (Adjunto), Iluminação Carlos Tiago, Ricardo Campos, Ricardo Joaquim, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Cláudio Ramos, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Secretariado Técnico Sónia Rosa Direcção de Cena José Calixto, Maria Távora, Marta Pedroso, Ana Cristina Lucas (Assistente) Direcção de Comunicação Ana Pereira (Directora), Elsa Barão, Nuno Santos Design Gráfico silvadesigners Tiago Fernandes vídeo Bilheteira Cristina Santos, Hugo Henriques, Soraia Amarelinho Frente de Casa Letras e Partituras Coordenação Ana Luisa Andrade, Teresa Magalhães Assistentes de Sala Ana Sofia Martins, Catarina Ribeiro, Helena Malaquias, Helena Nascimento, Hernâni Baptista, Inês Macedo, João Cunha, Raquel Pratas, Sara Garcia, Sara Fernandes
feve re i ro 2016
programa 24 FEV
An Animated Epic de Jorge F. P. Ramos João Vidinha flauta; José Castela clarinete; Pedro Silva trompa; Margarida Pinto violoncelo; José Diogo Martins piano Esta obra foi composta durante o ano lectivo de 2011-2012 (11º ano). Foi construída como um projecto anual em que os alunos teriam de compor, reunir os músicos e ensaiar, de modo a ter a peça pronta para ser estreada em audição no final do ano escolar. Essa estreia que teve o seu lugar na história da música no dia 26 de Junho de 2013, na audição final do curso de Composição (12º) no Auditório Adelina Caravana – Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, Portugal.
A curiosa sensação de encher a noite enorme de Inês Matos Inês Nunes piano; Rita Cordeiro flauta; Hugo Bento clarinete Acordo de noite subitamente, E o meu relógio ocupa a noite toda. Não sinto a Natureza lá fora. O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas. Lá fora há um sossego como se nada existisse. Só o relógio prossegue o seu ruído. E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa Abafa toda a existência da terra e do céu... Quase que me perco a pensar o que isto significa, Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca, Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou Significa Enchendo com a sua pequenez a noite enorme É a curiosa sensação de encher a noite enorme Com a sua pequenez... Baseada neste poema de Alberto Caeiro, a minha peça pretende demonstrar e representar o momento passado antes do poema, ou seja, antes do sujeito poético “acordar subitamente”. Desta forma, é representado musicalmente todo o processo de passagem do sonho e da fantasia, para a realidade. O piano representa a presença do relógio no seu quarto, sempre presente e constante. A flauta representa a percepção do sujeito enquanto dorme, no início com um sono calmo mas que aos poucos de vai tornando mais irrequieto à medida que – inconscientemente – se vai apercebendo dos sons que o rodeiam, misturando-os com o sonho. E o clarinete a representa a “natureza lá fora” que embora pouco presente, é quase como o elo da ligação entre o relógio e o sonho.”
Fragmentos de um Alvor de João Caldas Marco Madeira violoncelo Fragmentos de um Alvor procura realçar os aspectos da cor e luminosidade de uma alvorada. As telas estáticas opõem-se objectos em constante mutação (e não existe oposição sem o silêncio no meio) para, no final da peça, acontecer a síntese destes dois elementos: uma tela estática em mutação constante, realizada através de um grande e lento gesto ascendente, tal como um sol a surgir no horizonte.
L’adieu d’Apollinaire de Carmen Pomet Susana Marques soprano: João Costa barítono; Francesca Guatteri piano Gostava que o foco de atenção daquele que assista à representação do poema L’adieu (Guillaume Apollinaire, 1913) esteja orientado essencialmente para a realização musical. A tradução para italiano do original em francês tem o fim de evitar possíveis justificações analíticas capazes de limitar a interpretação a uma ideologia ou estética da arte. Em 1856 é publicado no conjunto Les Contemplations (Victor Hugo) o seguinte poema: Demain, dès l’aube, à l’heure où blanchit la campagne, Je partirai. Vois-tu, je sais que tu m’attends. (…) Je marcherai les yeux fixés sur mes pensées, Sans rien voir au dehors, sans entendre aucun bruit, (…) Et quand j’arriverai, je mettrai sur ta tombe Un bouquet de houx vert et de bruyère en fleur Em Setembro de 1913 G. Apollinaire visita a tumba de Victor Hugo; como prenda, Apollinaire deixa na sepultura uma urze dentro de um poema. J’ai cueilli ce brin de bruyère L’automne est morte souviens-t’en Nous ne nous verrons plus sur terre Odeur du temps Brin de bruyère Et souviens-toi que je t’attends
Diálogos de Mariana Ramalhete Vieira Rodrigo Azevedo percussão; Marco Madeira violoncelo A ideia inicial desta peça surgiu da minha vontade de explorar técnicas e efeitos tímbricos possíveis de obter no violoncelo, através do uso de harmónicos. A percussão, nomeadamente o vibrafone, surge como complemento ao violoncelo, tentando fundir os timbres obtidos num discurso que se desenvolve naturalmente, como “perguntas e respostas”, mas também como contraste a esta sonoridade, através de outros instrumentos de percussão de altura indefinida.