Folha de sala A SIMPLICIDADE TRAÍDA

Page 1

em breve estreia

21 MAR

Dia Mundial da Marioneta DOCUMENTÁRIO

FIMFA – 15 Anos a Atarantar

© Alessandro Sala-Cesuralab

são lu i z te atro m u n i c i pal

SEGUNDA ÀS 19H Sala Mário Viegas; A classificar pela CCE; duração 55 min; ENTRADA LIVRE (SUJEITA À LOTAÇÃO DA SALA) LEVANTAMENTO DE BILHETES, ATÉ DOIS POR PESSOA, NO PRÓPRIO DIA A PARTIR DAS 13H

Realização: Leonel Balteiro Produção: A Tarumba – Teatro de Marionetas e Mínima Ideia A Tarumba – Teatro de Marionetas é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Secretário de Estado da Cultura / DGArtes e apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa

estreia nacional

5 A 7 FEV teatro

A Simplicidade Traída De Marta Cuscunà

bilhete suspenso Convidamos o público do São Luiz a adquirir um bilhete pelo valor de 7 euros, que fica suspenso na nossa bilheteira e que reverte para pessoas apoiadas pelas entidades associadas. O restante valor do bilhete é suportado pelo Teatro. O Bilhete Suspenso é um projecto que se insere na política de responsabilidade social do São Luiz Teatro Municipal. Conheça, junto da bilheteira do Teatro, as entidades associadas. bilheteira@teatrosaoluiz.pt tel: 213 257 650

Sltm Direcção Artística Aida Tavares Direcção Executiva Joaquim René Programação Mais Novos Susana Duarte, Inês Almeida (estagiária) Consultor para a Internacionalização Tiago Bartolomeu Costa Adjunta Direcção Executiva Margarida Pacheco Secretariado de Direcção Olga Santos Direcção de Produção

Tiza Gonçalves (Directora), Susana Duarte (Adjunta), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias Direcção Técnica Hernâni Saúde (Director), João Nunes (Adjunto), Iluminação Carlos Tiago, Ricardo Campos, Ricardo Joaquim, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Cláudio Ramos, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Secretariado Técnico Sónia Rosa Direcção de Cena José Calixto, Maria Távora, Marta Pedroso, Ana Cristina Lucas (Assistente) Direcção de Comunicação Ana Pereira (Directora), Elsa Barão, Nuno Santos Design Gráfico silvadesigners Tiago Fernandes vídeo Bilheteira Cristina Santos, Hugo Henriques, Soraia Amarelinho Frente de Casa Letras e Partituras Coordenação Ana Luisa Andrade, Teresa Magalhães Assistentes de Sala Ana Sofia Martins, Catarina Ribeiro, Helena Malaquias, Helena Nascimento, Hernâni Baptista, Inês Macedo, João Cunha, Raquel Pratas, Sara Garcia, Sara Fernandes

Livremente inspirado nas obras literárias de Arcangela Tarabotti e na história das Clarissas de Udine Sexta e Sábado às 21h Domingo às 17h30 Sala Mário Viegas; A classificar pela CCE Em italiano, legendado em português €12 (com descontos €5 a €8,40) DURAÇÃO (APROX.): 1H20

6 FEV

Ideias para um Teatro Visual

Masterclass com Marta Cuscunà

Sábado das 15h às 18h SALA DE ENSAIOS Público-alvo: Marionetistas, actores, bailarinos, artistas plásticos, estudantes de artes performativas €5 (sujeito a inscrição prévia na bilheteira do Teatro, até 5 FEV)

feve re i ro 2016


Marta Cuscunà Nasceu em Monfalcone em 1982, numa pequena cidade operária italiana, conhecida pelo estaleiro onde se constroem os maiores navios de cruzeiro do mundo e por deter o recorde do número de mortes por doenças provocadas por amianto. Ao participar no Fare Teatro, concebido e realizado por Luisa Vermiglio em 20001, juntou à investigação teatral uma reflexão sobre a dinâmica social do território, que se tornaria numa espécie de marca discursiva. O seu primeiro espectáculo E’ bello vivere liberi! (2009, Premio Scenario Ustica), projecto para uma actriz, cinco marionetas e uma boneca traça já essa pesquisa a partir do diálogo entre música, interpretação, manipulação e teatro visual que haveria de mostrar o que aprendera nos encontros, enquanto actriz, com Joan Baixas, José Sanchis Sinisterra, Massimo Somaglino ou Christian Burgess. La Semplicità Ingannata é o seu segundo espectáculo e recebeu os prémios Last Seen (Melhor Espectáculo do ano 2012), Citta’Impresa e Franco Enriquez, bem como uma menção honrosa no Prémio Eleonora Duse. Desde 2009 faz parte do projecto Fies Factory da Centrale Fies. A Simplicidade Traída Uma sátira para uma actriz e marionetas sobre o luxo de ser mulher... No convento de Santa Clara, em Udine, um grupo de freiras insurge-se contra o sistema patriarcal e reclama a liberdade de pensar e ler. O espectáculo recua ao início das lutas feministas na Itália do século 16. Naquele tempo as irmãs Clarissas transformaram o convento num lugar de contestação e de liberdade do pensamento, de dessacralização de dogmas religiosos e da cultura masculina.

O teatro de Marta Cuscunà pode ser definido em duas palavras: memória e responsabilidade. Mais do que conceitos, são forças construtoras de uma pesquisa sobre o teatro enquanto espaço de discussão e de convicção, onde o intérprete é o veículo para a criação de hipóteses de reescrita do que está esquecido ou ficou por dizer. A Simplicidade Traída é uma lição de história sobre as raízes do feminismo, da liberdade religiosa, do poder da palavra e da fé, e da força das convicções. E é também um retrato pungente sobre a condição feminina, assinado por um dos novíssimos nomes do teatro italiano. Este estudo sobre a oposição entre clarividência e dogmatismo, ajuda-nos a lembrar e a escrever a luta das mulheres que, com o tempo, encontraram nas suas reivindicações, a força para enfrentar o isolamento a que iam sendo segregadas pelo poder eclesiástico. A fé, aqui, do mesmo modo que o espaço – e o tempo – de um teatro, são catalisadores de uma narrativa reconhecível porque recorrente, violenta por isso mesmo e inspiradora pelo exemplo de determinação. Ao se reivindicar como autora de teatro, Cuscunà questiona também o lugar do teatro como o lugar do, e para o, simbólico. O que nos vai contando, entre o documento e a interpretação, ajuda-nos a questionar os argumentos que justificam a perpetuação de códigos e normas que, se antes subjugaram as irmãs Clarissas, podem também ser uma metáfora para compreender de que modo queremos defender a nossa própria noção de liberdade. A história esquecida das irmãs Clarissas é um retrato precursor do lugar da mulher na sociedade, seja ela aqui lida pela hierarquia religiosa ou, apenas como modelo social. É tanto mais impressionante verificar que as reivindicações das irmãs Clarissas não surgiam de uma recusa da fé mas de uma vontade de a compreender para melhor a poder viver em plenitude, quanto é extraordinário perceber como Cuscunà lança pontes para uma história que se repetirá, noutros contextos e com outras protagonistas, até aos dias de hoje. Sozinha em palco, Cuscunà transforma-se em testemunha da história destas jovens mulheres que lutaram contra as regras do Vaticano e as convenções sociais reivindicando a liberdade de inventarem um outro modelo feminino, até no modo como entendiam a abnegação. A noção de um teatro que olha de frente para o passado para compreender o presente é o que nos permite identificar o seu teatro como comprometido, inquieto e profundamente interessado na complexa ambiguidade do desejo e da ambição que devem estruturar o lugar de um indivíduo no espaço colectivo. Tiago Bartolomeu Costa


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.