Comentário aos Projetos de Inovação Pedagógica PIP2019 Manuel João Costa Pró-Reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica na Universidade do Minho. É Professor Associado e foi coordenador da Unidade de Educação Médica, secretário do Conselho Pedagógico e da Comissão de Curso de Medicina (2004-2018). A sua atividade de investigação tem incidido sobre a inovação nas práticas pedagógicas no ensino superior e sobre na educação na área da saúde, em particular na educação médica, bioquímica e biologia molecular.
Associo-me com muito agrado a uma nova edição dos Projetos anuais de Inovação Pedagógica do Instituto Superior Técnico (IST) escrevendo estas linhas. A disponibilidade institucional do IST para promover e para partilhar os resultados de projetos inovadores no ensino marcam um compromisso continuo e inequívoco com a qualidade pedagógica. Tal partilha estimula a academia do IST e inspira outras instituições de ensino superior, ganhando particular relevo nas atuais circunstâncias extraordinárias da pandemia COVID-19. A necessidade súbita de encontrar novas soluções para ensinar em condições inesperadas de distanciamento físico nas instituições de ensino superior conferiu maior centralidade à inovação pedagógica. Sendo a imprevisibilidade uma constante do mundo acelerado e conectado de hoje, a inovação pedagógica é um capital cada vez mais precioso das instituições de ensino superior, o que valoriza, mais ainda, estes projetos. São vários os efeitos positivos do incentivo à inovação pedagógica e do reconhecimento dos docentes que nela investem. Desde logo, o potencial beneficio para as aprendizagens dos estudantes abrangidos, os alvos diretos dos próprios projetos. As formas mais tradicionais de ensinar dificilmente adicionarão à motivação intrínseca ou acorrerão à diversidade dos perfis contemporâneos de estudantes. Adicionalmente, do lado dos docentes, o processo reflexivo inerente ao planeamento, implementação e avaliação da inovação, gerador de competências de ensino aplicáveis a outros contextos e enriquecedoras da instituição. A realização e a disseminação de sucessivos projetos contribui para a apropriação de um esprito coletivo duradouro de inovação necessário para assegurar a continua renovação do ensino. Esta brochura testemunha o sucesso do concurso a vários níveis. Desde logo, o apoiar projetos que não se esgotarão em si mesmos. O portefólio de projetos realizados inclui novas abordagens tecnológicas e pedagógicas que permanecerão disponíveis no futuro. São projetos que disponibilizam estratégias para anos vindouros, adequadas às mesmas unidades curriculares ou até a outras distintas. Parece por isso ganha a aposta do concurso contribuir para nutrir novas vagas de experiencias pedagógicas. Em certa medida, o apoio à implementação destes projetos beneficiará as experiencias académicas de coortes sucessivas de estudantes e inspirará seguramente mais elementos do corpo docente. De salientar é também, o facto dos projetos focados em novas abordagens pedagógicas promoverem mais envolvimento dos estudantes, seduzindo-os, em alguns casos, para práticas de investigação e de contato com a indústria e a sociedade. Esta maior interatividade na aprendizagem é um fator potenciador de sucesso das aprendizagens. Na verdade, é cada vez mais evidente em várias áreas do conhecimento a associação de abordagens de ensino interativas com maior sucesso académico (Freeman 2014) e com o estreitar de diferenças entre desempenhos académicos de estudantes socio-demograficamente diversos (Theobald 2020).
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