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São Paulo | intervenções urbanas
TERRA EM TRANSE
São Paulo nunca é a mesma a cada década que passa. Um dos sinais desse acontecimento são as inúmeras intervenções que a cidade atravessa. E, neste momento, a cidade se renova mais uma vez
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POR: Lauro Lins | FOTOS E PERSPECTIVAS ILUSTRADAS: Divulgação
Os centros das cidades sempre foram suscetíveis a inúmeras intervenções urbanas. Isso
porque o centro possui, na maioria dos casos, um papel simbólico e funcional muito forte dentro do processo de produção e gestão urbana. As formas de intervenção para a recuperação de áreas podem receber diversas denominações, como embelezamento urbano, renovação, revitalização, remodelação, requalificação, melhoramento, reurbanização, etc. No centro de São Paulo, vemos as primeiras movimentações em torno do parque suspenso do Minhocão, a requalificação do Vale do Anhangabaú e o mais antigo, mas ainda novíssimo: o centro cultural Praça das Artes. Fora desse eixo, um programa de transformação urbana da Avenida Santo Amaro, na zona sul da cidade.
Parque do Minhocão
Instalado no Elevado Presidente João Goulart, o Parque Linear do Minhocão – na área central da cidade – serpenteia os bairros da República, Consolação, Santa Cecília, Campos Elísios, Barra Funda e Perdizes. Desenvolvido em três etapas, o parque inicialmente passou por reformas estruturais, como a iluminação, o projeto viário e o transporte público e atualmente passa pela etapa final de implantação com obras de acessibilidade, segurança e a definição do design do parque linear.
Vale do Anhangabaú
Idealizado para reunir duas vocações do território: o abrigo de eventos de grande porte e a sua transposição cotidiana por um público estimado em 2 milhões de pessoas. Assim foi planejado o projeto de requalificação e reurbanização do Vale do Anhangabaú. Dos 93 escritórios de urbanização que participaram do Concurso Público Nacional para Elaboração do Plano de Reurbanização do Vale do Anhangabaú, os vencedores foram os arquitetos Jorge Wilheim e Rosa Kliass e equipe: Carmem Lydia Silva, Jamil Kfouri, Jonas Birger, Marcelo Martinez, Maria Lucinda Aguiar e Michel Todel Gorski.
Com o projeto, o Vale transformou-se numa praça de 50 mil m2, implantada sobre dois túneis de 570m, com quatro pistas cada um, que acolhem todo o tráfego de acesso às regiões Norte e Sul da cidade. O partido do projeto de Wilheim e Kliass torna o Anhangabaú um local totalmente ocupado por pedestres.
A agitada São Paulo vive em transformação
Praça das Artes
Planejado pelo escritório Brasil Arquitetura e ocupando uma área de 28.500m2, a Praça das Artes é um espaço para a música e a dança. Sua peculiaridade foi a de se esmiuçar entre as construções antigas da região, acomodando-se a situações diversas, com uma nesga de terreno comprimido por construções. Esse é o retrato do Praça das Artes. Se, por um lado, o projeto responde à demanda de um programa de diversos novos usos ligados às artes musicais e do corpo, também responde de maneira clara e transformadora a uma situação física e espacial preexistente, com vida intensa e uma vizinhança fortemente presente. E algo inédito: um novo espaço de convivência a partir da geografia urbana, da história local e dos valores contemporâneos da vida pública.
Avenida Santo Amaro
A Avenida Santo Amaro está inserida em um dos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana definidos no Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo que são áreas prioritárias para o crescimento da cidade. O Projeto de Requalificação da Avenida Santo Amaro abrange um trecho de aproximadamente 3km, entre as Avenidas Presidente Juscelino Kubitschek e a dos Bandeirantes e foi desenvolvido em parceria entre a SP Urbanismo, SP Transportes e SP Obras. As premissas do projeto consideram o importante papel da avenida na rede estrutural de transportes da cidade, sendo um eixo fundamental para a mobilidade da Zona Sul. Também considera a importância da avenida aos bairros do seu entorno, concentrando áreas de comércio local, supermercados, bancos e outros serviços.
Apesar de atravessar regiões extremamente valorizadas da cidade, a avenida apresenta em seu traçado uma grande quantidade de imóveis deteriorados e sem adesões significativas à Operação Urbana Consorciada Faria Lima. O projeto prevê, em ambos os lados da avenida, a ampliação de calçadas, nova pavimentação de vias e espaços públicos, melhoria da infraestrutura para transporte coletivo, enterramento de redes, melhoria da drenagem urbana, iluminação, sinalização e semáforos, implantação de mobiliário urbano, comunicação visual, paisagismo e ajardinamento. As transformações de São Paulo sempre serão bem-vindas pelo restauro de lugares que possuem infraestrutura completa, ampla rede de comércio, cultura, gastronomia e mobilidade.
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