Veículo de divulgação oficial da OSRP - Distribuição gratuita - Ano V - n°46 - Novembro- 2012
Tocando a Vida atende 600 crianças em Ribeirão e Sertãozinho
Orquestra e Coro se apresentam na Catedral de Ribeirão
Alex Klein rege o Concerto Internacional 1
OHL Brasil: integrando uma nação também por meio da arte. A OHL Brasil apoia a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto porque sabe que as distâncias físicas não são os únicos obstáculos a serem superados para que uma nação seja formada. A arte e a cultura também são fundamentais para que a integração entre todos os brasileiros seja perfeita.
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Palavra da Diretoria
Música clássica! E a erudita? Sempre que ouvi referência à música erudita, fiquei curioso para ter uma definição se ela é a mesma música clássica ou se tem algo diferente. Nunca tive a oportunidade de obter um esclarecimento lógico para ambos os termos. Há dias, conversando sobre a orquestra com um amigo, recebi a pergunta sobre a diferença. Na hora, desconversei e me prometi verificar. Curiosamente, a última revista “Concerto” publicou um artigo do músico e diretor executivo do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí-SP sobre o tema o que me estimulou a ler o texto e alguns outros escritos sobre a questão. DÉCIO A. GONZALEZ O livro “Música Clássica”, editado por John Burrows e traduzido por Lady Solti, Presidente OSRP não cita música erudita em suas páginas. Vi, ainda, em outras publicações, que não se fala em música erudita em todo o mundo, a não ser no Brasil que, no entanto, vai se afinando com os outros países. Música clássica é relativa àquela de tradição anterior ao século XIX, através de composições elaboradas pelos grandes mestres e tidas como modelo, ao passo que erudito (a) é aquele que revela vasto saber acadêmico ou adquirido pelo estudo nas pesquisas de filosofia, jurídica ou científica acadêmica. Gramaticalmente é o agente ou sujeito. Rubens Russomano Ricciardi, diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, discorda de ambos os termos. Para ele, música clássica “é inadequada porque pressupõe que essa música é incontornavelmente do passado, pois não se pode ser vivo e ser um clássico ao mesmo tempo. No entanto, a arte da música ainda permanece dinâmica enquanto processo inventivo da atualidade, não obstante seus mais de 2.500 anos de história, desde que os gregos a inventaram”. E se um autor compuser hoje música do mesmo estilo como será classificada? completa ele. Sobre música erudita, diz Ricciardi que a expressão “é inadequada pois se refere a uma essência de escolaridade, muito além de um conhecimento aprendido em sala de aula e aplicado. A essência da arte está sempre em revelar uma singularidade na exposição de um mundo, algo que vai muito além de uma mera erudição”, e conclui afirmando que nenhum dos dois termos é bom. “Basta se dizer a arte da música”. Felix Krieger, o maestro alemão que regeu a nossa OSRP no último dia 20, afirmou ao articulista da revista Concerto que a expressão música erudita “não fazia o menor sentido e não tinha cabimento”. Reginaldo Nascimento, maestro-assistente da OSRP que, recentemente, foi premiado como segundo colocado no concurso de regência na Hungria, tem opinião intermediária, afirmando que a erudição abrange também, a música que vem dos mestres eruditos. Quanto à classificação dos tipos, ele não aceita a definição de música erudita como também considera a expressão música clássica como uma convenção mundial. Afirmou que o tema é de ampla discussão, pois abrange terminologias linguística e musical. A expressão clássica não deve ser confundida, simplesmente, com o termo “clássico”. Este pode ser para Tom Jobim, Piazzolla, Gershuin, Oscar Niemayer e outros que construíram um estilo próprio e que perduram nos registros históricos. Até no futebol usa-se “clássico” um jogo entre equipes tradicionais. A aplicação do termo erudito na música nasceu no Rio de Janeiro, com o jeitinho brasileiro, para enquadrar como funcionários os músicos contratados para a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como não tinham diploma de curso superior, foram registrados como funcionários de “notório saber” e, na ocasião, em razão disso se tornaram pares de catedráticos de filosofia, medicina e outros titulares de toga e capelo. Já o professor da música de Bach, Mozart, Beethoven, etc. recebeu o título de “músico erudito” com o que foi apelidada a música ensinada e executada por eles, professores. Se o estado do Rio de Janeiro foi o pioneiro no uso da expressão erudita foi também o primeiro a aboli-la. Não há a necessidade de usar toga para ser um expoente da música universal, porém, se possuir o curso superior e outros predicados, será um erudito na “arte que simboliza o elo perdido entre e físico e o espiritual” (Lady Solti). Assim, não há que se falar em música erudita. Ela será sempre clássica quando se tratar dos grandes mestres compositores. Por fim, volto à opinião de Henrique Autran Dourado, do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí: “Portanto, abandonemos o termo erudito que tanto mistifica o trabalho do músico e o distancia do povo. Deixemos essa erudição para as cátedras universitárias, em que musicólogos pesquisam a música, seus fatos e sua história com pretendido rigor científico...”. A questão está aberta e a nossa revista aceita opiniões. 3
Indice
Diretoria
Especial Mais de 600 crianças participam do Tocando a Vida
DIRETORIA EXECUTIVA Décio Agostinho Gonzalez Presidente Dulce Neves 1º Vice-Presidente Silvio Trajano Contart 2º Vice-Presidente Fábio Mesquista Ribeiro Diretor Jurídico Taís Costa Roxo da Fonseca Diretora Jurídica Adjunto Lisete Diniz Ribas Casagrande Secretário Geral Leonardo Carolo Secretário Adjunto José Mario Tamanini Diretor Financeiro Enio de Oliveira e Souza Junior Diretor Financeiro Adjunto José Arnaldo Vianna Cione Diretor Institucional/Orador CONSELHO FISCAL Afonso Reis Duarte Antonio Gilberto Pinhata Delcio Bellini Junior Larissa Moraes Di Batista Luiz Camperoni Neto Paulo Cesar Di Madeo CONSELHO DELIBERATIVO João Agnaldo Donizete Gandini Presidente José Gustavo Julião de Camargo Secretários Abranche Fuad Abdo Adriana Silva Alberto Dabori Amando Siuiti Ito Carmen Rita Cagno Demetrio Luiz Pedro Bom Dinah Pousa Godinho Mihaleff Edilberto Janes Elvira Maria Cicci Emerson Francisco M. Rodrigues Idelson Costa Cordeiro Itamar Suave Jay Martins Mil-Homens Junior José Donizete Pires Cardoso Juracy Mil-Homens Lais Maria Faccio Lucas Antonio Ribas Casagrande Luis Orlando Rotelli Rezende Maria Carolina Jurca Freitas Maria Cecilia Manzolli Raul Marmiroli Sander Luiz Uzuelle Sebastião de Almeida Prado Neto Sebastião Edson Savegnago Tamara Cristina de Carvalho Valdo Barreto Valetim Herrera Willian Natale
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Circuito Musical 08 Artigo
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Programa Concerto Internacional 18 Programa Juventude Tem Concerto 22 Notas de Concerto 26 Programa Concerto na Catedral 29
Edição anterior Ano V - n°45 - Outubro - 2012 As revistas Movimento Vivace também estão disponíveis no site da OSRP
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Expediente Publicação mensal da Associação Musical de Ribeirão Preto Rua São Sebastião 1002 - Centro Tel. (16) 3610-8932 - www.sinfonicaderibeirao.com.br Presidente Décio Agostinho Gonzalez Jornalistas responsáveis Blanche Amancio - MTb 20907 blanche@textocomunicacao.com.br Daniela Antunes - MTb 25679 daniela@textocomunicacao.com.br Bruna Zanuto bruna@textocomunicacao.com.br
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Fotos Bruna Zanuto, CAAJA e Shopping Santa Úrsula Fotolito e impressão São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Tiragem: 1.500 exemplares Finalização Douglas I. Almeida Os artigos assinados não representam obrigatoriamente a opinião do veículo
Especial
Mais de 600 crianças participam do Tocando a Vida Depois de um ano da inauguração do projeto, tem crescido o número de crianças atendidas
H
á alguns anos, a Sinfônica de Ribeirão identificou a necessidade de formar plateia para concertos. Reuniu a experiência de ser a segunda mais antiga orquestra do Brasil em atividade ininterrupta com a especialidade de seu corpo de músicos e decidiu concentrar esforços para formação de plateia para música sinfônica. Do crescente apelo da sociedade moderna para que a iniciativa privada assumisse responsabilidades para com as questões sociais surgiu o projeto “Juventude Tem Concerto”, que promove apresentações gratuitas da orquestra todos os meses em uma manhã de domingo, no Theatro Pedro II de Ribeirão Preto – um dos maiores teatros de ópera do país. Em 2008, em parceria com a rede de supermercados Savegnago, de Sertãozinho-SP, a Orquestra iniciou o projeto “Notas que Transformam Vidas”, com aulas gratuitas de instrumentos de orquestra, e “Coral Vozes da Esperança” para ensino do canto, com vagas destinadas aos filhos de funcionários da rede de supermercados e crianças e jovens carentes da cidade. Os dois projetos são custeados com recursos captados através da Lei Rouanet. Em agosto de 2011, a Sinfônica ampliou sua ação social com o projeto “Tocando a Vida”, que oferece aulas gratuitas de canto e instrumentos para crianças e jovens do Conjunto Habitacional Jardim João Rossi, zona sul de Ribeirão Preto. Este núcleo tem patrocínio do RibeirãoShopping, parceria com a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, e apoio da Associação de Moradores do bairro. E em março deste ano, começou a funcionar o segundo núcleo do “Tocando a Vida”, instalado no bairro Ipiranga, em Ribeirão Preto, com o apoio da Cia. Bebidas Ipiranga e RTE Rodonaves.
Este projeto foi idealizado pela Associação Musical de Ribeirão Preto, mantenedora da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, para formação de instrumentistas e cantores e tem como público-alvo crianças em idade escolar, moradoras em bairros/comunidades carentes. Os projetos socioeducativos da Orquestra atendem 608 crianças, em todos os seus núcleos. Na Instituição Aparecido Savegnago, de Sertãozinho, já são 280 beneficiadas. O Núcleo João Rossi conta com 151 crianças, e o Ipiranga com 177.
através da arte e do conhecimento sobre música. Para garantir a sua vaga, o aluno precisa ter boa frequência e disciplina. “As crianças têm tido uma boa frequência e muitas delas demonstram um grande desenvolvimento musical, revelando pequenas estrelas”, diz Snizhana Drahan, regente dos coros da Orquestra e dos projetos sociais.
Dança de rua O coreógrafo Alexandre Snoop está à frente das aulas de dança do projeto. Ele já atuou como bailarino em diversos programas de TV, como Criança Esperança, Plano pedagógico Domingão do Faustão, programas e filme O coordenador pedagógico do da Xuxa, e também trabalhou com cantores Tocando a Vida, Lucas Galon, explica como Daniela Mercury, Claudinho e os três princípios do plano de ensino Bochecha, Skank, aplicado ao projeto. e outros. “São três vertentes O professor trabalhadas: tem 70 alunos profissionalização, no Núcleo João inserção cultural e Rossi e outros inclusão social”. 31 no Núcleo Profissionalização Ipiranga do - Embora dependa projeto, que está da demanda local, ampliando vagas pressupõe a formação para atender de futuros músicos novos alunos. - cantores, regentes, Snoop também instrumentistas, orienta quatro compositores, e turmas, no total professores de 200 alunos, na música. APAE de Ribeirão I n s e r ç ã o Preto, além de cultural - Inserção uma turma de 35 no universo artístico Coreógrafo Alexandre Snoop alunos, na APAE visando objetivos de São Simão-SP. educacionais: música Em parceria com a Sinfônica de Ribeirão, como disciplina regular, agregadora de ele também ministra aulas na Casa conhecimentos gerais como história da Amparo, em Cravinhos-SP, para uma música e apreciação musical. turma de 65 alunos. Inclusão social - acesso às salas de Todas essas turmas já se apresentaram concerto, compreensão da linguagem em algumas datas comemorativas e artística erudita, formação de público
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eventos públicos em seus municípios, além de apresentações particulares ou nas próprias instituições. O coreógrafo explica que, em média, com dois meses de aula o aluno já participa de sua primeira apresentação pública. “É uma forma de incentivar o jovem e ajudar na autoestima do novo aluno. Quando eles se apresentam, recebem os aplausos e veem a satisfação de quem assiste, sentem-se motivados a continuar”. Snoop também comenta que as apresentações atraem novos alunos. “É comum, logo no dia seguinte a uma apresentação, recebermos pelo menos mais cinco jovens interessados nas aulas”. O retorno da família tem sido positivo. “Os pais estão muito satisfeitos, perguntam sobre o professor, agradecem e demonstram grande interesse em que seus filhos continuem no projeto”. As aulas trabalham dinâmicas que abrangem aspectos cognitivos, afetivos, sociais e culturais. “A parte teórica trabalha muito a concentração, a coordenação motora, as emoções e a integração. Além de
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aprender a lidar com as diferenças e dificuldades do próximo, através da arte”, explica o professor de dança. As aulas, que seguem o calendário escolar da rede pública de ensino, são divididas entre exercícios físicos, aprendizagem de movimentos e montagem de coreografia. Alexandre Snoop, que também possui uma companhia de dança, a Cia de Dança de Rua de Ribeirão Preto, comenta os benefícios e o desempenho das crianças que participam das aulas. “Eles sempre têm uma significativa melhora comportamental e mais rendimento escolar. Além de desenvolverem senso crítico e criatividade”. Algumas dessas crianças, além de dançar também tocam, podendo utilizar essas duas atividades dentro da coreografia, trabalhando a desinibição, socialização e composição corporal e postural. Com o objetivo de unir o gosto pela música erudita e trabalhar com
Juventude Tem Concerto - outubro de 2012
os temas sociais, Snoop já desenvolveu comenta como está sendo a desenvoltura coreografias para composições de Ludwig dos alunos para o canto. “As crianças são van Beethoven, Michael Meets e Jon excelentes, estão aprendendo muito rápido Schimidt. “Eu já coreografei alunos para e cantam muito bem”. Com o grande desempenho musical dos a grandiosa 9ª Sinfonia de Beethoven. No começo, tive receio sobre a recepção alunos, o projeto abre espaço para mais dos jovens, mas quando perceberam o crianças participarem e descobrirem seu talento para o canto. Os jovens cantores resultado, a aceitação foi unânime”. Segundo Dulce Neves, vice-presidente que participam do Grupo Vocal ensaiaram da Orquestra Sinfônica de Ribeirão o repertório para o Projeto EnCantando a Preto, “através da união entre música Vida, que teve sua estreia no Juventude erudita e dança de rua é possível criar um Tem Concerto no mês de outubro, e universo musical eclético para jovens com encantou o público com músicas populares dificuldade de acesso à cultura, oferecendo brasileiras. oportunidade para que eles ultrapassem os limites da própria condição social”. Núcleo Ipiranga – Ribeirão Preto Grupo Vocal Crianças entre 7 e 18 anos têm participado do Grupo Vocal formado em cada um dos núcleos. A re g e n t e d o s c o ro s d a Sinfônica e de seus projetos sociais, Snizhana Drahan,
EMEFEM Professor Alfeu Luiz Gasparini Avenida Dom Pedro I 196, Ipiranga Fone: 16 - 3630-4187/ 3633-6123 Núcleo João Rossi – Ribeirão Preto EMEF Elisa Duboc Garcia Avenida Lygia Latuf Salomão 202, Jardim João Rossi Fone: 3621-0235 /3620-7354
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Circuito Musical
Dia 5/10
Aniversário do Theatro Pedro II A Sinfônica de Ribeirão e alguns cantores ribeirão-pretanos apresentam um espetáculo para comemorar os 82 anos do Theatro Pedro II. O Concerto Orquestra e Amigos apresenta estilos variados, com músicas que vão do erudito ao popular. Sob a batuta do regente convidado José Gustavo Julião de Camargo, se apresentam os cantores convidados Gustavo Molinari, Cristina Modé, Carla Barreto, Lupa Baroni, Leandro Silva, Juvens Portela, Evandro Navarro, J. Silva, Cassio Sales e Roberta Galvão. O evento é uma realização da Fundação D. Pedro II, tem patrocínio do UniSEB COC e TV Thathi, e conta com o apoio da OSRP, artistas convidados e Espaço Uomo.
Orquestra sob a regência de José Gustavo J. de Camargo
Público prestigia o Concerto Orquestra e Amigos
Luiz Fernando (bateria) e José Ramella (baixo elétrico)
Cantores do Coro Juvenil da Orquetra participam do concerto
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Todos os cantores convidados cantam juntos Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa
Theatro Pedro II Inaugurado em 8 de outubro de 1930, o Pedro II é um dos maiores teatros de ópera do país. Construído pela iniciativa privada, o Theatro sofreu um incêndio em 1980 que destruiu grande parte do seu interior, permanecendo fechado por 16 anos. Mas, a partir do ano de 1991 a construtora Jábali Aude começou o processo de restauração e recuperação do edifício, que hoje é um dos cartões postais
de Ribeirão Preto. Considerado o principal palco da Sinfônica, em 1996 a orquestra fez um concerto de reinauguração e apresentou a obra O Guarani, de Carlos Gomes, com regência de Roberto Minczuk, e a 9a Sinfonia, de Beethoven, sob a batuta de Isaac Karabtchevsky. Mensalmente, a OSRP apresenta as séries Concertos Internacionais e Juventude Tem Concerto, estreitando ainda mais o laço desses dois bens culturais de Ribeirão.
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Dia 15/10
Segunda Semana de Arte da Faculdade de Direito da USP CAAJA
Sinfônica apresenta peças de Dvořák, Berlioz e Tchaikovsky
Sob a batuta do maestro-assistente Reginaldo Nascimento, a Orquestra faz o concerto de abertura da Segunda Semana de Arte da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP. O concerto acontece no Auditório da Faculdade de Direito e é aberto à população. Com o objetivo de estimular o interesse pela arte nas crianças e jovens, algumas escolas da rede pública de ensino são convidadas pela Faculdade de Direito da USP (FDRP) para levar seus alunos nas apresentações. No ano passado a Escola Estadual Profª Glete de Alcântara, que participa do projeto social Extensão Solidária, mantido pelo Centro Acadêmico Antonio Junqueira de Azevedo (CAAJA - associação independente dos alunos da FDRP), levou 45 crianças para as apresentações da Semana de Arte, que aconteceu no Espaço Cultural Capela USP.
Dia 20/10
Flash Mob no Santa Úrsula O Coro Juvenil da Escola de Canto Coral da Orquestra Sinfônica (ECC) faz uma Shopping Santa Úrsula
Dia 17/10
Quarteto no GACC O Quarteto de Cordas da Sinfônica, formado por Jonas Mafra (violino), José Ramella (violino), Adriel Damasceno (viola) e Jonathas Silva (violoncelo), se apresenta na Casa do Professor, para a comemoração dos 25 anos do Grupo de Apoio da Criança com Câncer (GACC).
apresentação especial na praça central do Shopping Santa Úrsula: 37 jovens cantam Música Popular Brasileira e canções folclóricas. Os cantores espalhados pela praça começam a cantar separadamente, até se juntarem aos poucos. Uma parte fica no segundo andar e canta junto com os demais colegas. Ao final, todos fazem uma roda, para apresentar a obra do compositor Chico Buarque, Roda Viva. A ideia surgiu da regente dos coros da ECC, Snizhana Drahan. “Esta apresentação é para chamar a atenção do público, divulgar apresentações dos coros da Sinfônica de Ribeirão e popularizar a arte do canto coral”. Esta é a primeira apresentação surpresa que a ECC promove, e conta com o acompanhamento de um coralista tocando pandeiro, além de um pianista.
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Dia 20/10
Concerto Internacional O alemão Felix Krieger é um dos maestros convidados para reger a série Concertos Internacionais da Orquestra de Ribeirão neste semestre. Krieger atuou em mais de 60 apresentações frente à Orquestra Staatskapelle na Ópera Estatal de Berlim. Já acrescentou em seu currículo mais de 30 títulos operísticos e é considerado um profundo conhecedor da obra de Richard Wagner. O concerto apresenta as obras Prelúdio à Tarde de um Fauno, de Claude Debussy, Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky, e Sinfonia n° 1 em Dó menor op.68, de Regente Felix Krieger
Sinfônica de Ribeirão e Felix Krieger recebem o carinho do público
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Johannes Brahms. Considerado por muitos a obra que marca o início da era moderna, o Prelúdio de Debussy serviu de base para as obras ocidentais compostas a partir do século XVII. Já a Sinfonia no 1 de Brahms levou 15 anos de estudos e pesquisas para ficar pronta e aclamada em sua estreia.
Orquestra apresenta obras de Debussy, Stravinsky e Brahms
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Dia 21/10
Juventude Tem Concerto
Solista Bruna Amaral
Alunos da Escola de Percussão da Orquestra e o professor Luiz Fernando
Bruna Amaral emociona a plateia do Juventude
A série Juventude Tem Concerto da Sinfônica apresenta um concerto adaptado para o público infantil, em comemoração ao Mês da Criança. A apresentação tem entrada gratuita. O concerto é regido pelo maestroassistente Reginaldo Nascimento, e conta com a participação da solista Bruna Amaral, além dos coros Juvenil da Escola de Canto Coral da Orquestra, da Instituição Aparecido Savegnago de Sertãozinho-SP e do projeto Tocando a Vida – Núcleos Ipiranga e João Rossi. Os
Público atento ao coro das crianças
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coros foram preparados pela maestrina Snizhana Drahan, com acompanhamento do pianista Saimonton Reis. Na primeira parte do concerto são apresentadas As Uyáras, de Alberto Nepomuceno, Viva la musica, de Ivan Erod, Duetto buffo di due gatti, de Gioacchino Rossini, Uirapuru, que faz parte do folclore brasileiro, Vilarejo, de Marisa Monte, A luz que acende olhar, de Deborah Blando, e Roda viva, de Chico Buarque. Três dessas músicas receberam o arranjo do clarinetista da Orquetra Bogdan Dragan. Já
Snizhana Drahan e os alunos de canto coral
na segunda parte, a orquestra apresenta Pássaro de Fogo, de Stravinsky. A vice-presidente da Orquestra Dulce Neves e o coordenador pedagógico Lucas Galon apresentam os projetos socioculturais da associação e agradecem o apoio dos patrocinadores. Comparecem ao concerto a Escola Estadual Prof. Nadeide de Lourde O. Scarabucci, de Franca-SP, que levou 110 alunos, a EMEF Prof. Honorato de Lucca, de Ribeirão, e a Escola Prof. Roberto Zanuto Desiderio, de Sertãozinho-SP, com 26 alunos.
Fila no Theatro Pedro II
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Dia 30/10
Compositores de Ribeirão Preto de todos os tempos Dia 27/10
Quarteto no Centro Cultural Palace O jantar de comemoração dos 65 anos da Academia Ribeirão-pretana de Letras e de um ano de funcionamento do Centro Cultural Palace conta com a presença do Quarteto de Cordas da Orquestra, composto pelos músicos Jonas Mafra (violino), José Ramella (violino), Adriel Damasceno (viola) e Jonathas Silva (violoncelo).
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Regentes convidados: Lucas Galon, Reginaldo Nascimento, José Gustavo, Cris Emboaba e Rubens Ricciardi
A Sinfônica participa da 44ª Temporada de Música de Câmara - Compositores de Ribeirão Preto de todos os tempos, evento realizado pela Fundação D. Pedro II, Grupo Pró-Música e USP (Departamento de Música da FFCLRP-USP). O concerto que acontece no Pedro II conta com a regência de cinco convidados: Rubens Ricciardi, José Gustavo, Reginaldo Nascimento, Lucas Galon e Cris Emboaba, e com o solo de Jonathas Silva (violoncelo) e Igor Picchi (clarineta).
O concerto apresenta compositores ribeirão-pretanos como Belmácio Pousa Godinho, José Delfino Machado, Maneco Silva, Max Bartsch, Homero de Sá Barreto, Ignázio Stábile, Edmundo Russomanno, José Gustavo Julião de Camargo, Lucas Galon, Silvia Berg e Rubens Ricciardi. A apresentação faz parte do documentário “Diacrônicas Sinfônicas, Sincrônicas Memórias”, de Hossame Nakamura, que contará a história musical de Ribeirão.
Artigo
Música clássica? Quando se fala de música clássica geralmente se restringe o rótulo a grandes nomes de compositores invariavelmente do passado, dignos de pertencer a algum período nobre da história. Esses compositores são célebres e constam como assunto escolar em classes da academia. Ignora-se o que poderia ser de fato um conceito pertinente, cronologicamente restrito ao estilo posterior ao Barroco e anterior ao Romantismo, conhecido mais precisamente por Escola de Haydn, à qual se incluem também Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Ludwig van Beethoven (1770-1827). E sequer podemos generalizar o estilo clássico (lembremo-nos do livro de Charles Rosen, The Classical Style, publicado nos EUA, em 1971) a toda uma época, porque estes três compositores foram não a regra, mas a exceção do período. Àquela altura, fora Franz Joseph Haydn (1732-1809), Mozart e Beethoven, quase todos os demais compositores em todo o mundo praticaram uma espécie de Barroco tardio. Contudo, na opinião pública a música clássica não só não representa o que seria uma definição histórico-musicológica correta, como ainda exclui qualquer possibilidade dessa música ser composta aqui e agora. Ela não pode ser contemporânea nem muito menos experimental. Já deve estar extinta, pois não pertence à nossa época. Afinal, com o conceito clássico, a possibilidade de haver um compositor vivo passa a ser um absurdo. Como poderá ser já um clássico se ainda estiver vivo?
Música erudita? Na música, o adjetivo erudito remonta à antiguidade romana e aos primórdios dos tempos medievais, reduzida à condição acadêmica e, portanto, num sentido de escolaridade em meio à herança tardia da παιδεία. Uma de suas fontes mais antigas é Caio Plínio Segundo (ca.23-79) - nobre naturalista romano também conhecido por Plínio Velho (Plinius maior). Em sua Historia naturalis (uma espécie de enciclopédia de todo o conhecimento da antiguidade, precursora do gênero iluminista), Plínio relacionou a música à condição de engenho
e erudição no contexto da harmonia das esferas: “se [as estrelas cadentes ou cometas] desenham-se como flautas, predizem a arte da música; caso apareçam nas partes obscenas das constelações, revelam comportamentos escandalosos; se por ventura mostrarem-se como um triângulo ou um quadrado de ângulos idênticos, significam engenho e erudição” (Livro II, 93) (tradução de Vivian Carneiro Leão Simões). E o documento que talvez realmente estabeleça a ampla recepção posterior do conceito de erudição em música é a carta de Cassiodoro (ca.485580) ao seu mestre Boécio (ca.475-526), contendo a expressão “eruditionis musicæ peritum” (Variarum libri XII - II, 40/1) ou “perito em música erudita” enquanto experiência de aprendizagem em música. Portanto, Cassiodoro se torna, no século VI, o responsável pela ideia de erudição atrelada à música. Mas lembremo-nos de que a valorização da erudição na música pode levar a um esquecimento das origens mais primordiais da música. A erudição (no sentido da escolaridade ou da cultura geral enquanto παιδεία) não é nem a raiz nem muito menos a essência da música enquanto arte. A música enquanto ἀρμονία desde Heráclito jamais fora concebida como resultado palpável, em algo possível de aplicação ou reprodução técnica, como se qualquer um fosse capaz de aprendê-la e repeti-la. Portanto, não será nenhuma forma de erudição acadêmica ou escolaridade humanística que poderá elucidar por si só o “inaparente” para além do “aparente” em qualquer poética artística, incluindo-se a música. Heidegger procura identificar as origens e a essência do conceito de erudição num contexto que envolve a assim chamada cultura humanista da qual ele pretende se afastar enquanto concepção filosófica: “Somente na época da República Romana, humanitas foi, pela primeira vez, expressamente pensada e visada sob esse nome. O homo humanus contrapõe-se ao homo barbarus. O homo humanus é, aqui, o romano que eleva e enobrece a virtus romana através da incorporação, da παιδεία herdada dos gregos. Esses gregos são os gregos do helenismo cuja cultura era ensinada nas
escolas filosóficas. Ela se refere a eruditio et institutio in bonas artes. A παιδεία assim entendida é traduzida por humanitas. A romanidade propriamente dita do homo romanus consiste nesta tal humanitas. Em Roma, encontramos o primeiro humanismo. Ele permanece, por isso, na sua essência, um fenômeno especificamente romano, que emana do encontro da romanidade com a cultura do helenismo. Assim, a chamada Renascença dos séculos XIV e XV, na Itália, é uma renascentia romanitatis. Como o que importa é a romanitatis, tratase da humanitatis e por isso, da παιδεία grega. Mas a grecidade é sempre vista na sua forma tardia sendo esta mesma vista de maneira romana. Também o homo romanus do Renascimento está em oposição ao homo barbarus. Todavia, o in-humano é, agora, o assim chamado barbarismo da Escolástica gótica da Idade Média. Do humanismo, entendido historicamente, faz sempre parte um studium humanitatis; esse estudo recorre, de uma certa maneira, à Antiguidade, tornando-se assim, em cada caso, também um renascimento da grecidade. Isto é evidente no humanismo do século XVIII, aqui na Alemanha, sustentado por Winckelmann, Goethe e Schiller. Hölderlin, ao contrário, não faz parte do humanismo e isso pelo fato de pensar o destino da essência do homem mais radicalmente do que este humanismo é capaz” (HEIDEGGER). Mas, se por um lado indicamos a insuficiência da erudição para a viabilidade da obra de arte, por outro lado, também não resta dúvida que a composição musical se torna inviável fora de uma unidade poético-práticoteórica. Desse modo, afirmamos que uma boa escolaridade ou erudição pode ser importante na formação do compositor. Contudo, reconhecemos que a tal erudição não se configura como o que há de mais essencial para a composição de uma obra de arte musical enquanto tal. Daí a inadequação da expressão música erudita para definir compositores como Bach, Mozart, Beethoven, Schumann, Stravinsky, Villa-Lobos e tantos outros. Em todos esses, a arte singular e o mundo da obra são sempre maiores que a mera erudição. Por Rubens Russomanno Ricciardi
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APRESENTA
Concertos Internacionais nº 1.245 Programa Regente convidado: Alex Klein Wolfgang Amadeus Mozart - Sinfonia n° 29, em Lá Maior Allegro moderato Andante Menuetto: Allegretto e Trio Allegro con spirito Johannes Brahms - Variações sobre um tema de Haydn, Op. 56 Richard Strauss - Serenata em Mi Bemol Maior, Op. 7 Dmitri Shostakovich - Sinfonia n° 9, em Mi Bemol Maior, Op. 70 Allegro Moderato Presto Largo Allegretto
10 de novembro de 2012 | 21h Theatro Pedro II Apoio cultural
Patrocínio
Realização
Ministério da Cultura
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Alex Klein
Regente convidado
É um dos mais renomados músicos eruditos brasileiros, um artista com livre trânsito nas melhores salas de concerto internacionais, diretor artístico do Festival de Música de Santa Catarina (FEMUSC) e do Movimento Internacional de Música de Uberlândia (MIMU), é também maestro principal do Sunflower Music Festival (EUA) e do Festival de Musique de Saint Barthélemy (Antilhas Francesas), e se apresenta regularmente como maestro convidado e solista junto a grandes orquestras ao redor do mundo. Venceu o prêmio Grammy em 2002 como Melhor Solista Instrumental com Orquestra por sua gravação do Concerto para Oboé, de Richard Strauss, com a Orquestra Sinfônica de Chicago sob a direção de Daniel Barenboim, e recebeu o 1° Prêmio no Concurso Internacional de Genebra, um dos mais prestigiados do mundo. Também venceu o Concurso Internacional de Tókio, o Concurso Internacional Fernand Gillet (EUA) e o Concurso Internacional de Oboé de Nova York, realizado no Carnegie Hall. De 1995 a 2004 ocupou o cargo de solista de oboé da Orquestra Sinfônica de Chicago, apresentando-se também como solista da Orquestra de Philadelphia e da Suisse Romande (Genebra), dividindo o palco com solistas como Pinchas Zukerman e Itzhak Perlman. Entre os inúmeros maestros com quem atuou destacam-se Daniel Barenboim, Pierre Boulez, Sir Georg Solti, Placido Domingo e Christoph Eschenbach. Entre 2010 e 2011 atuou como diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Sua extensa discografia inclui os concertos para oboé de Vivaldi e obras de Schubert, Hummel, Telemann, Bach, Albinoni, Britten, Martinu, Strauss, Bliss e outros. Foi diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba entre 2011 e 2005, e da Oferenda Musical – Festival Internacional de Música de Câmara em São Paulo entre 2007 e 2010, e participa regularmente de grandes festivais internacionais como o Instrumenta Verano (México), Festival de Oboé Alex Klein (China), Festival de Música de Aspen (EUA). Ativo também no circuito de master classes internacionais, ministra master classes na Juilliard School of Music em Nova York, nos conservatórios nacionais de Paris e Lyon (França), no Conservatório Central de Música de Pekim (China), no Conservatório de Genebra (Suíça) e no Conservatório Tchaikovsky de Moscou (Rússia).
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nº 1.246
Programa Regente convidado: Alex Klein Solista: Melody Chapin (soprano) Johannes Brahms - Variações sobre um Tema de Haydn , Op. 56 Heitor Villa-Lobos - Melodia Sentimental Richard Strauss - Serenata em Mi Bemol Maior, Op. 7 Dmitri Shostakovich - Sinfonia n° 9, em Mi Bemol Baior, Op. 70
Entrada gratuita 11 de outubro de 2012 | 10h30 Theatro Pedro II Realização Ministério da Cultura
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Melody Chapin Soprano
Natural dos Estados Unidos foi aluna de Emily Romney do Conservatório Longy, Jenni Cook da Universidade de New Hampshire, e Yuka de Almeida Prado da USP de Ribeirão Preto. Graduada pela University of New Hampshire (UNH), possui Bacharelado em Música (Canto). Como pesquisadora recebeu duas bolsas de pesquisa internacional, a IROP de UNH e a Fulbright do governo estadosunidense. Personagens que já interpretou em produções teatrais e operísticas inclui Papagena em “A Flauta Mágica”, de Mozart, Anne Frank na produção encenada do ciclo “I Remember”, de Michael Cohen, Robin de “Godspell”, Reno Sweeney de “Anything Goes”, participou no coro de “Candide” da UNH, e fez várias personagens de “Don’t Count Your Chickens Before They Cry Wolf do Little Red Wagon Touring Group”. Atualmente reside em Ribeirão Preto onde desenvolve pesquisa sobre canções brasileiras junto à USP, até o mês de dezembro do corrente ano.
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Notas de Concerto
Concertos Internacionais Variações sobre um tema de Haydn, Op. 56 Johannes Brahms (1833 – 1897) Compostas em 1873, as Variações surtiram um grande efeito na carreira do compositor romântico Johannes Brahms, tanto por ter consagrado seu nome no gênero, quanto por ter preparado o caminho para uma de suas obras primas: a Sinfonia nº 1 em dó menor. Brahms estava muito relutante em se aventurar na composição de uma sinfonia devido ao peso da responsabilidade em continuar com a tradição de um gênero cuja última grande referência havia sido a 9ª de Beethoven (1770 – 1827). O tema que foi utilizado por Brahms provém de uma peça para grupo de sopros chamada Coral de Santo Antônio, cuja autoria fora atribuída, primeiramente, a Joseph Haydn (1732 – 1809), um dos pilares do classicismo juntamente com Mozart (1756 – 1791) e Beethoven. Porém, alguns estudiosos constataram que o estilo empregado nessa peça não corresponde ao utilizado por Haydn, o que compromete seriamente a veracidade de sua autoria. Devido a isso, alguns preferem chamá-las apenas de Variações Santo Antônio, pois independentemente de quem tenha composto o tema, ele possivelmente pertence a algum hino ou melodia utilizada em ocasiões religiosas como missas ou festividades endereçadas ao santo. A forma da obra é tema e variações: um tema principal é apresentado e, em seguida, submetido a variações – oito ao todo mais o Finale. Cada variação traz ao ouvinte uma sensação diferente em relação à ambiência criada por Brahms através da orquestração. É interessante notar que, embora sejam baseadas em uma mesma melodia, as variações causam sempre o
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impacto de uma nova música, surpreendendo constantemente nossa audição. Na coda do “Finale” que encerra a obra, Brahms faz referência a uma passagem que realmente pertence a Haydn, mais
especificamente do segundo movimento de sua Sinfonia n° 101 em ré maior, conhecida como “O Relógio”. Talvez, essa seja a única referência verdadeira de Haydn em toda obra.
Serenata para instrumentos de sopro, em Mi bemol maior, Op. 7 Richard Strauss (1864 – 1949) Esta obra foi composta em meados de 1881, quando Strauss contava apenas 17 anos de idade, e ainda cursava o ensino médio. Embora seja uma obra de um período cuja maturidade do compositor ainda estava em formação, já é notável o seu imenso potencial. Nela, há claras influências de Mozart, Schumann, Mendelssohn e também Brahms, como é de se esperar de um jovem estudante de música que tem tais nomes como sua inspiração. Porém, há também fortes vestígios do que posteriormente viria a se tornar a linguagem madura de Strauss, onde traços
marcantes de sua personalidade musical tardia já podem ser reconhecidos. A primeira apresentação dessa belíssima obra foi realizada pela Orquestra da Corte de Dresden, em 1882, e durante dois anos foi regida pela batuta do maestro de maior renome da época: Hans von Büllow (1830 – 1894), responsável pela estreia de obras como Tristão e Isolda de Richard Wagner. É uma obra muito atrativa, de apenas um movimento e composta para instrumentos de sopro, mais especificamente para pares de flautas, oboés e clarinetas, somados a quatro trompas e dois fagotes.
Sinfonia nº 9, em Mi bemol maior, Op. 70 Dmitri Shostakovich (1906 – 1975) De todas as sinfonias de Shostakovich, esta é a mais curta. Foi composta entre os anos de 1944 e 1945, período em que terminava a II Guerra Mundial
e a União Soviética saía vitoriosa. Nesse contexto e motivado por tal ocasião, nos parece bastante certo que Shostakovich iria imprimir em sua Nona
Sinfonia um ar imponente, ressaltando a grandiosidade da nação Russa, o sentido nacionalista, tal como o realismo soviético que Stalin desejava. Ao invés disso, ele deu origem a uma obra totalmente avessa a esse espírito, isto é, despretensiosa, repleta de motivos sarcásticos e irônicos, com passagens
que muito nos lembra Haydn. Por esses e outros motivos, ela é vista por muitos como uma maneira que Shostakovich encontrou de protestar contra o regime stalinista, e não tardou para que a obra fosse banida e censurada pelo Partido Comunista exatamente por não corresponder com os ideais do
realismo soviético. Stalin se referiu à obra como sendo um “mero capricho burguês“. É uma obra em tons neoclássicos, bem articulada, engenhosa, transparente e de grande eloquência, que mostra um lado de Shostakovich bastante peculiar, que nenhuma outra sinfonia foi capaz de revelar.
Juventude Tem Concerto Melodia Sentimental
Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) Villa-Lobos foi um dos pioneiros dentre os compositores brasileiros em compor trilhas para filmes. Em meados da década de 1950, recebeu a proposta de compor a trilha do filme Green Mansions do diretor americano Mel Ferrer (1917 – 2008), estrelado pela cotada Audrey Hepburn (1929 – 1993). O filme não obteve tanta projeção como era prevista, a parte musical fora toda cortada durante as edições e várias adaptações da música original de Villa-Lobos foram
feitas por Bronislaw Kaper (1902 – 1983), compositor de trilhas polonês. Insatisfeito pelas mudanças de sua trilha original, Villa-Lobos reaproveitou as ideias musicais pensadas originalmente para o filme e compôs uma cantata, intitulada A Floresta do Amazonas. Uma das canções que ganhou mais destaque dessa cantata foi a Melodia Sentimental. O sucesso dessa música foi tão grande que ultrapassou os limites do ambiente de concerto e adentrou no da música popular. Nos anos
1960, Elizeth Cardoso gravou a música, assim como muitos outros nomes de sua geração, chegando aos anos 1990 através de Zizi Possi e seguindo com Djavan, Maria Bethânia, Ney Matogrosso e outros. Isso é reflexo da tentativa de síntese que Villa-Lobos promovia entre ambos os universos, erudito e popular, o que muito se nota em suas peças para violão, as quais contemplam o urbanismo do choro com trejeitos e sotaques da música erudita, por exemplo.
Por Dario Rodrigues Silva, graduando do curso de Música, bacharel em Piano, da USP-Ribeirão. Além das atividades de intérprete-pianista, atua como pesquisador (bolsista PIBIC/CNPq) na área de performance e práticas interpretativas, com foco nas obras pós-modernas para piano do compositor brasileiro Almeida Prado. Possui artigos publicados no Seminário Nacional de Pesquisa em Música, (SEMPEM 2009 e 2010, Goiânia/GO), na Iª e IIª semanas “Jovens Pesquisadores” do Departamento de Música da USP-Ribeirão e, recentemente, na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM 2011, Uberlândia/MG). É curador do projeto “Terças Musicais”, o qual fornece semanalmente música gratuita à população de Ribeirão Preto, mostrando a produção acadêmica dos alunos. dariorsilva@hotmail.com
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Concerto na Catedral nº 1.248
Programa Regente: Reginaldo Nascimento Solistas: Julia Balieiro (soprano), Carlos Gonzaga (barítono), Cristina Modé (mezzo-soprano) e Gustavo Costa (tenor) Participação: Coro da Escola de Canto Coral J. Haydn - Sinfonia n° 21 W. A. Mozart - Missa de Coroação
25 de novembro de 2012 | 20h Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto
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Ficha Técnica Presidente Décio Agostinho Gonzalez 1° Vice-presidente Dulce Neves 2° Vice-presidente Silvio Contart Gestora Mariangela Quartim Diretor Artístico: Rubens Ricciardi Regente-assistente Reginaldo Nascimento
TROMBONES Ricardo Pacheco°° José Maria Lopes
VIOLINOS I Denis Usov° Petar Vassilev Krastanov Anderson Oliveira Giliard Tavares Reis Anderson Castaldi Jonas Mafra Robert Edgar da Cruz Moraes
TUBA Adilson Trindade de Avila
VIOLINOS II Marcio do Santos Gomes Júnior°° Ilia Iliev Mariya Mihaylova Krastanova Eduardo Felipe C. de Oliveira José Roberto Ramella Hugo Novaes Querino VIOLAS Willian Rodrigues°° Guilherme Pereira Daniel Fernandes Mendes Adriel Vieira Damasceno** Michele da Silva Picasso** Rossini Rocha da Silva** VIOLONCELOS Jonathas da Silva°° Silvana Rangel Ladson Bruno Mendes Svetla Nikolova Ilieva Thieres Luiz Brandini Mônica Picaço** CONTRABAIXOS Marcio Pinheiro Maia°° Vinícius Porfírio Ferreira Walter de Fátima Ferreira Lincoln Reuel Mendes Renata Soares Cáceres* FLAUTAS Sérgio Francisco Cerri°° Riane Benedini OBOÉS Lucas Emanuel Pinheiro Moreira CLARINETAS Krista Helfenberger Muñoz°° Bogdan Dragan FAGOTES Lamartine Tavares°° Denise Guedes de Oliveira Carneiro TROMPAS°° Edgar Fernandes Ribeiro°° Eraldo Alves de Araujo Carlos Oliveira Portela** Moises Henrique da Silva Alves** TROMPETES André de Souza Pinto°° Natanael Tomás da Silva
TROMBONE BAIXO Paulo Roberto Pereira Junior
TÍMPANOS Luiz Fernando Teixeira Junior°° PERCUSSÃO Kleber Felipe Tertuliano** Walison Lenon de Oliveira Souza** Carolina Raany* DEPTO. PRODUÇÃO Juliana Mengatto - assistente de produção Julia Quartim - assistente de produção José Maria Lopes - inspetor Leandro Pardinho - arquivo musical Elvis Nogueira - equipe técnica Ricardo Rosa Batista - equipe técnica DEPTO. ADMINISTRATIVO / FINANCEIRO José A. Francisco - assistente administrativo Francisco Evangelista - assistente financeiro Rosana Araujo - assistente financeiro DEPTO. DE SÓCIOS E PATRONOS Gerusa Olivia Basso ARQUIVO HISTÓRICO Gisele Haddad ASSESSORIA DE IMPRENSA Blanche Amancio Daniela Antunes Bruna Zanuto ° Spalla °° Chefe de naipe * Estagiário ** Trainee *** Convidado
Convidados do mês de outubro*** Dimas Carter A. da Costa - violino (20 e 21/10) Fabio Mai Baldo - violino (5, 20 e 21/10) Henrique Augusto Amado - flauta (15/10) José Roberto Ramella - baixo elétrico (5/10) Marcos de S. Aquino - oboé (15, 20 e 21/10) Milton Fernando Bergo - violino (15/10) Nadabe Tomás da Silva - trompa (5/10) Paulo S. da Silva Filho - violino (5, 20 e 21/10) Rodrigo Antônio Silva - piano (20 e 21/10) Rodrigo Rangel Muller - oboé (5/10) Sergio Rodrigues - guitarra (5/10) Silas Martins da Silva - harpa (20 e 21/10) Vitor de Souza Ferreira - guitarra (5/10) Cantores: Gustavo Molinari, Cristina Modé, Carla Barreto, Lupa Baroni, Leandro Silva, Juvens Portela, Evandro Navarro, J. Silva, Cassio Sales e Roberta Galvão (5/10)
Patronos e Patrocinadores Ambient Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto Astec - Contabilidade Augusto Martinez Perez Banco Ribeirão Preto S/A Brasil Salomão & Matthes S/C Advocacia Caldema Cia. Bebidas Ipiranga Colégio Brasil Construtora Said Editora Atlas S/A Estacionamento StopPark Espaço Uomo Fundação Waldemar Barnsley Pessoa Grupo WTB Hospital São Francisco Sociedade Ltda. Hotel Nacional Inn Interunion Itograss Agrícola Alta Mogiana Ltda. Jornal A Cidade Matrix Print Maurílio Biagi Filho e Vera Lucia de Amorim Biagi Maubisa Mesquita Ribeiro Advogados Molyplast Com. Imp. e Exp. Ltda. OHL Brasil Price Auditoria Proservices Informática RibeirãoShopping Riberball San Bruno’S Roticerie Doceria Santa Helena Industria de Alimentos S/A São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Savegnago Supermercado Ltda. UNISEB COC Stream Palace Hotel Usina Alta Mogiana S.A. - Açúcar e Álcool Usina Batatais S/A Açúcar e Álcool Usina Moreno Usina Santo Antonio Usina São Francisco Vila do Ipê Empreendimentos Ltda 31
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