painel Ano XI nº 274 janeiro/ 2018
Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Inventar, inovar e criar O longo (e às vezes tortuoso) caminho entre uma boa ideia e o mercado
Produtividade
Obras precisam de gestão e planejamento
Sustentabilidade
Metas da ONU podem ser bons negócios
Patrimônio
Livro registra a arquitetura paulista
AEAARP 70 Mudar de ano e aniversariar são oportunidades para revisitar a nossa história e avaliar os caminhos que escolhemos. É, sobretudo, a oportunidade de olhar para frente, propor novas metas e desafios.
palavra do presidente
Eng. civil Carlos Alencastre
Em 1948, os profissionais fundadores da associação queriam um instrumento de união que os fortalecessem para enfrentar desafios importantes, como o sombreamento de atribuições e a atuação de leigos em funções técnicas. Se o leitor tirar do texto a data, perceberá que essas lutas atravessaram o século. Continuamos com a mesma pauta, porém com propostas, metas e cenários bastante diferentes. Hoje, a gente não quer só definir as atribuições de cada área. A gente quer que todo mundo trabalhe corretamente, que a transversalidade do conhecimento seja valorizada e respeitada e que o mercado ofereça oportunidade para todos. A gente não quer só que o leigo não ocupe o lugar do técnico. Queremos que o leigo seja muito bem formado para que possamos trabalhar juntos e entregar para a sociedade o melhor resultado dos nossos esforços. Mas, a associação não quer também ser apenas uma ferramenta de fortalecimento político-institucional. A entidade é o ponto de união, onde os interesses convergem (ainda que com divergências de opinião). É neste contexto que entregamos esta primeira edição da Painel de 2018. Com um projeto gráfico diferente, mais limpo e moderno. Com o calendário proposto para as atividades comemorativas deste ano e um conteúdo que nos convida à reflexão, o que vamos criar juntos para o próximo período?
painel Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente
índice
Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente
especial 05 Para inovar, invente
aniversário 09 Calendário especial para os 70 anos da AEAARP
mercado 10 Somos produtivos na construção civil?
projeto 14 Sai o 2D, entra o BIM
agropecuária 16 Soluções sustentáveis criam oportunidades de negócios
conselhos 19 Presidentes falam sobre suas expectativas
responsabilidade social 19 AEAARP adere à campanha Janeiro Roxo
arquitetura 20 Livro registra a história da arquitetura paulista
água 22 Fórum Mundial de Água será em março
CREA-sp 24 Registro on-line, como fazer
produtividade 25 Ano novo, finanças novas
notaS e cursos 26
Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli Conselho Presidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Arq. e urb. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Luiz Eduardo Siena Medeiros Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Edgard Cury Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Conselheiros suplentes Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@aeaarp.org.br Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: 16 2102.1719
Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
Tiragem: 3.000 exemplares Locação: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
AEAARP 5
especial
Para inovar, invente
Imagem: Freepik
Não há regra ou norma técnica que seja capaz de tutelar a criatividade; segundo a ABNT, um produto precisa existir para ser normatizado; segundo a ANI, inventores são artistas
P
ara ser patenteado, um novo pro-
A normatização de produtos surgiu na
duto não precisa funcionar. Pode
Idade Média, segundo a advogada Fabíola
A função principal das normas técnicas
ser apenas uma ideia, um projeto.
Wüst Zibetti. Ela é especialista em direito
segue praticamente inabalada: padronizar
No passado, entretanto, alguns tinham que
internacional e no artigo “Patentes e normas
produtos e métodos de produção. Por isso,
ver para crer e foram vítimas de suas cria-
técnicas: do direito de indústria e de comércio
existe para processos já existentes. Uma
ções ao exibi-las em público. Não por falta
à exclusividade da exploração econômica
nova criação, um invento, não segue nor-
de norma, mas por excesso de ousadia. Um
de tecnologias”, escreveu que as regras
mas, segundo a Associação Brasileira de
deles, o costureiro austríaco Franz Reichelt,
foram adotadas para atender necessidades
Normas Técnicas (ABNT), porque primeiro
saltou do primeiro pavimento da Torre
corporativistas de preservar interesses de
ele precisa existir para depois receber ins-
Eiffel, na França, em 1912 para testar seu
artesãos e mercadores. Era uma forma de
truções de padronização. “Dependendo da
casaco-paraquedas. Às autoridades, havia
controlar a atividade econômica por meio de
invenção, pode ser que tenha que procurar
informado que usaria um boneco no teste. A
regulamentos que determinavam técnicas
algum tipo de respaldo para de fato lançar
tentativa de voar, aliás, tem o maior número
de produção de materiais produzidos em
no mercado; aí que as normas técnicas
de acidentes fatais relatados.
uma época em que a atividade econômica
aparecem”, informa a entidade.
era baseada no associativismo.
Revista Painel
Ferramentas A primeira inovação do homem foi afiar as pedras, que se transformaram em ferramentas e ajudaram a moldar as invenções geniais como a roda.
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A Associação Nacional dos Inventores
automóveis em estacionamentos. A ideia
observação do que a técnica.
(ANI) não sabe quantificar quantos deles
De tudo o que é criado como novidade,
surgiu em uma viagem. Carlos conta que
são engenheiros, arquitetos ou agrôno-
apenas 5% têm êxito mercadológico. A
ele procurou a ANI para orientar-se sobre
mos. Mas, admite que aqueles que criam
ANI funciona como uma agência de apoio
a patente e sobre recursos para a produ-
coisas mais interessantes, estudaram para
aos inventores. Nesta condição, já encami-
ção, o que a associação aconselha que
isso. E que, neste caso, os profissionais da
nhou 400 projetos em pouco mais de 30
seja feita com parceiros. “Inventor é um
área técnica têm vantagens competitivas.
anos de atividade.
artista, não sabe como transformar ideia
Entretanto, o advogado Carlos Mazzei, da
Um dos mais populares é o espaguete
ANI, informa que leigos são autores de
de piscina, desenvolvido por um empre-
em dinheiro”, explica. No Brasil, o depósito de uma patente
60% das invenções mundiais. Neste caso,
sário que se inspirou nos mecanismos
demora 25 dias. O deferimento sai em até
vale mais a transpiração, a inspiração e a
de contenção de navios em portos e de
oito anos. Carlos explica que o inventor não precisa aguardar todo esse tempo para ver sua ideia se transformar em
Voos fatais
negócio; investidores brasileiros costumam entrar no negócio, se julgarem bom,
Criadores de equipamentos que pretendiam fazer o homem voar e que foram vítimas de suas experiências.
antes do deferimento. O processo pode demorar um pouco mais se a negociação for com multinacionais.
Ismail ibn Hammad al-Jawhari | estudioso turco e muçulmano, em 1010 saltou do telhado de uma mesquita usando asas de madeira e uma corda.
Inovação O léxico atual abusa do termo inovação que, para Carlos, “é uma invenção que deu Imagem: Wikipedia
Otto Lilienthal | engenheiro russo, considerado o primeiro homem a fazer um voo planado, mas foi vitimado por suas asas delta em 1896. Franz Reichelt
Franz Reichelt | costureiro austríaco, morreu ao saltar da Torre Eiffel, na França, em 1912 ao testar sua criação: o casacoparaquedas. Às autoridades, ele teria informado que usaria um boneco no teste. Aurel Vlaicu | engenheiro romeno, construiu o próprio avião, o Vlaicu II, que caiu em 1913 durante uma tentativa de cruzar os Cárpatos, um grande sistema de montanhas na Europa.
Henry Smolinski | empresário americano, em 1973, ele testou um modelo de carro voador, o AVE Mizar, que não deu certo e o vitimou. Michael Dacre | empresário, na Malásia, em 2009, falhou fatalmente seu teste com o táxi voador que havia projetado. Fonte: Wikipedia e Daily Mail
certo e o mercado aceitou”. Para o professor de filosofia e mestrando em ciências pela USP de Ribeirão Preto, Cláudio Luiz Silva, inovação é a conversão do conhecimento em soluções práticas. “Invenção é a arte de conectar ideias do conhecimento científico em soluções de nicho”, diz. E completa: a invenção é a compensação do esforço de conhecer e pesquisar. Em sua análise, o papel contemporâneo da universidade é assegurar que a inovação seja a consequência da busca do conhecimento metodológico, não do imaginativo e espontâneo. “A inovação é a evolução cartesiana da invenção”, fala.
“Do primeiro machado às tecnologias de informação e comunicação de última geração, identifica-se o mesmo e único fenômeno de subjugação da natureza pelo homem, compondo todo o universo de instrumentos que o homem colocou à sua disposição em decorrência da aplicação de sua capacidade criativa ao campo da técnica” Fabíola Wüst Zibetti, especialista em direito internacional, no artigo “Patentes e normas técnicas: do direito de indústria e de comércio à exclusividade da exploração econômica de tecnologias”
AEAARP
Canalização Civilizações antigas nas Américas usavam a canalização para ter acesso fácil à água. Há registros de que os egípcios dominavam técnicas sofisticadas de irrigação e armazenamento para usar a água proveniente das enchentes do Rio Nilo entre 9000 e 4000 a.C.
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Normas A espontaneidade e não a falta de normatização foi o que deu fim trágico a alguns experimentos. “As normas fazem as coisas funcionarem, fornecem especificações de classe mundial para produtos, serviços e sistemas. Garantem a qualidade, a segurança e a eficiência”, explica a ABNT. Imagem: Freepik
O acervo da associação tem cerca de oito mil normas. Após a quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929), que derrubou a economia cafeeira no final dos anos 1920, o Brasil passou por um período de industrialização. Setores da produção experimentavam a expansão dos negócios, como a construção civil, mas esbarravam na falta de padronização. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), recém-criada, questionou a falta de padronização do concreto e as discrepâncias demonstradas em testes de laboratórios que já eram feitos no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP), pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Uma reunião em 1937 com a presença de mais de 40 técnicos foi o embrião da ABNT, instituída oficialmente em 1940. Atualmen-
De acordo com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), no acumulado de janeiro a dezembro de 2017, entre os 5.480 depósitos de patentes por residentes no Brasil, 47% foram de pessoas físicas; 24% de institutos de pesquisa, governo ou instituições de ensino; 18% de empresas de médio ou grande porte; 9% de pequenas e micro empresas; 2% por associações e sociedades sem fins lucrativos e 0,1% por cooperativas. Pedidos de propriedade industrial – resultados acumulados nos anos de 2016 e 2017 Período
Patentes
Desenhos industriais
Programas de computador
Jan-Dez 2017
28.667
6.000
1.692
Jan-Dez 2016
31.020
6.027
1.802
Fonte: Boletim mensal do Instituto Nacional de Propriedade Industrial – janeiro de 2018
Pedidos de patente por origem de depósito – jan/dez 2017
te, a entidade tem 64 Comitês Brasileiros (CB), 145 Comissões de Estudo Especial (CEE) e quatro Organismos de Normalização Setorial (ONS). O processo de elaboração de um Documento Técnico ABNT é iniciado a partir de uma demanda, que pode ser apresentada por qualquer pessoa, empresa, entidade ou organismo regulamentador, que estejam envolvidos com o assunto a ser normalizado. Porém, as normas são de uso voluntário. Por outro lado, fornecer um produto que não siga a norma aplicável no mercado-alvo implica em esforços adicionais para introduzi-lo, que incluem a necessidade de demonstrar, de forma convincente, que o produto atende às necessidades do
Fonte: Boletim mensal do Instituto Nacional de Propriedade Industrial – janeiro de 2018
Revista Painel
Vidro Presente nos mais prosaicos e até nos mais sofisticados objetos e equipamentos, o vidro foi descoberto por volta do ano 2000 a.C., na era do Bronze.
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cliente, e de assegurar que questões como intercambialidade de componentes e insumos não representarão um impedimento ou dificuldade adicional. “Do ponto de vista legal, em muitos mercados, quando não é seguida a norma aplicável, o fornecedor
Boa ideia, bom negócio 1- Ao pensar em uma ideia inovadora, pesquise e certifique-se de que ela realmente não existe. Pode usar bancos de dados de patentes e buscadores da internet. 2- Se a ideia é inédita, requeira a patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 3- Procure parceiros para produzir o que você idealizou.
tem responsabilidades adicionais sobre o uso do produto”, explica a entidade. Como fazer
A Associação Nacional dos Inventores (ANI), com sede em São Paulo (SP), presta assessoria para depósito de patente e na busca de parceiros. Carlos Mazzei explica que a associação faz um contrato de êxito com o autor: se der certo, todos ganham.
A ABNT avalia todos os pedidos de normatização e, sendo viável, o assunto é levado ao Comitê Técnico correspondente para inserção em seu Programa de Normalização Setorial (PNS). Caso não exista comitê técnico relacionado ao assunto, a ABNT propõe a criação de um novo. O assunto é pautado em comissões de estudo, cuja participação é aberta, independentemente de ser ou não associado à ABNT, até atingir consenso, gerando então um Projeto de Norma. Antes de o projeto ser submetido à consulta nacional pela ABNT, recebe a Imagem: Freepik
sigla ABNT NBR e seu respectivo número. A consulta é realizada pela internet (abnt. org.br). A relação dos projetos de norma em consulta nacional é publicada também no Diário Oficial da União. Durante esse processo, qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários e sugestões; todos são analisados e respondidos pela comissão de estudo responsável, que realiza reunião para análise das considerações recebidas. Todos os interessados que se manifestaram durante o processo de consulta nacional são convidados a participar desta reunião, a fim de deliberarem, por consenso, se o projeto de norma deve ser aprovado como Documento Técnico ABNT. Por fim, as sugestões aceitas são consolidadas no Projeto de Norma, que é homologado e publicado pela ABNT como Documento Técnico ABNT.
Invenções que mudaram o mundo Sempre que o homem melhorou a sua comunicação, houve uma escalada em sua evolução, como no caso das escritas, telégrafos, telefone e televisão. Hoje, temos uma das grandes invenções que revolucionaram o mundo, que é a comunicação via internet. Quando poderíamos imaginar uma conversa virtual com uma pessoa do outro lado do planeta, ou um médico operar um paciente distante milhares de quilômetros. Mas temos também outras invenções que estão revolucionando o mundo, através da nanociência e nanotecnologia, com as quais podemos projetar materiais e equipamentos em nível microscópio, como aeronaves e satélites que podem ser enviados ao espaço a um custo muito mais baixo do que os equipamentos convencionais. Podemos citar também os drones, que estão revolucionando os meios de transporte não tripulados - e há projetos para equipamentos tripulados. Equipamentos muito úteis para a engenharia e outras áreas, como a de segurança. A copiadora tridimensional também pode ser citada como uma invenção revolucionária, pois pode ser utilizada em quase tudo para produzir objetos tridimensionais, inclusive na engenharia, e tem diminuído os custos de próteses na medicina, entre outras utilizações. Engenheiro Fernando Brant
AEAARP 9
aniversário
Calendário especial para os 70 anos da AEAARP Associação completa 70 anos em abril FEVEREIRO 3 | Carnaval 6 a 9 | Recepção dos calouros 2018 com participação do SEBRAE 17 | Plantio de árvores em uma praça da cidade 25 | Sarau Folia de Reis
MARÇO 8 | Sarau 13 | Oficina Sebrae 20 | Workshop técnico
E
26 | Happy hour
AGOSTO 6 a 9 | AEAARP nas escolas 14 | Oficina Sebrae 19 | Almoço beneficente 20 a 22 | Semana de Arquitetura 21 | Workshop técnico
ABRIL
13 | Sarau 18 | Oficina Sebrae 18 a 30 | Jornada AEAARP – Dallas e Memphis (EUA) 22 | AEAARP na praça
2, 3 e 4 | Semana de Tecnologia da Construção 7 | Posse de 1/3 do Conselho Deliberativo e comemoração aos 70 anos da AEAARP 17 | Rodada de negócios Sebrae
durante todo o ano, com foco em sus-
12 | Sarau
SETEMBRO
70 anos de fundação. Para co-
extensa agenda de ações que acontecerão
5 | Cinema ao ar livre na AEAARP
22 | Happy hour
m 2018, a AEAARP completa memorar, a entidade organizou
JULHO
27 | Happy hour
26 | Happy hour
OUTUBRO
cultura e, sobretudo, na valorização das
MAIO
atividades dos profissionais associados.
9 a 13 | Jornada para Belo Horizonte e Inhotim (MG) – Friendship Force 10 | Sarau 15 | Oficina Sebrae 21 a 23 | Semana de Agronomia 22 | Workshop técnico
6 | Almoço dos agrônomos 22 a 24 | Semana de Engenharia
tentabilidade, solidariedade, integração,
“Nosso objetivo é abrir a AEAARP para a comunidade mostrando para a população a importância de confiar o trabalho a engenheiros, arquitetos e agrônomos”, explica o engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, um dos coordenadores do projeto. Na programação, além das atividades tradicionais, como as semanas técnicas e festas temáticas, a AEAARP incluiu ações educativas, como intervenções em praças públicas e em escolas. Giulio conta que a associação vai distribuir materiais educati-
24 | Happy hour
JUNHO 2 | AEAARP na Praça 4 e 5 | Semana do Meio Ambiente 12 | Rodada de negócios Sebrae – construção sustentável 28 | Happy hour 30 | Jornada AEAARP – vinícola em Ituverava (SP)
25 | Happy hour
NOVEMBRO 8 | Sarau 9 | Comemoração dos 70 anos da AEAARP no Theatro Pedro II 20 | Oficina SEBRAE 29 | Happy hour
DEZEMBRO 8 | Cerimônia do prêmio Profissionais do Ano AEAARP 2018 8 | Festa dos engenheiros, arquitetos e agrônomos
vos explicando a importância de contratar profissionais da área técnica. Veja o calendário para o ano e participe!
As atualizações serão disponibilizadas todos os meses na Painel, no portal da AEAARP e na página do Facebook.
www.aeaarp.org.br
Revista Painel 10
Mercado
Somos produtivos na construção civil?
Imagem: Arquivo Produtime
Especialistas defendem que a produtividade na obra depende de bons gestores e de planejamento
Exemplos que ajudam a melhorar a produtividade na obra: projeto de canteiro de obras de edifícios
U
m dos maiores desafios da
Brasileiro de Geografia e Estatística
trabalhador do setor gerou US$ 18,9 mil
economia é a produtividade.
(IBGE) e pela Organização para a Coo-
de riqueza. A média mundial no mesmo
Na construção civil, alcança-la
peração e Desenvolvimento Econômico
período foi de US$ 57,8 mil.
significa reduzir recursos, mão de obra,
(OCDE), em 2013. O levantamento mos-
Para o engenheiro civil Ubiraci Espinelli
máquinas, insumos e, consequentemente,
tra que a produtividade dos brasileiros
Lemes de Souza, pesquisador na área de
custos. Falta de capacitação e de planeja-
que atuam na construção civil é a menor
gestão dos recursos físicos e consultor em
mento são algumas questões que afetam
do mundo. Segundo a pesquisa, publicada
produtividade, dizer que os trabalhadores
o resultado do estudo feito pelo Instituto
pela página Construct na internet, cada
da construção civil do Brasil é pior que os
AEAARP 11
de outros países não é verdade. “Se tal trabalhador tiver o mesmo projeto, materiais e equipamentos que o dos países desenvolvidos ele terá a mesma produtividade.”. Já o engenheiro civil Hebert Rossetto, professor do Centro Universitário Moura Lacerda, acredita que a baixa produtividade do operário brasileiro é derivada de um aspecto cultural baseado em uma estrutura feudal. “Algumas pessoas não desenvolImagem: Arquivo Produtime
vem a produtividade porque dependem de ordem superior, sem contar a mão de obra de baixa qualidade disponível no setor da construção civil”, diz o professor. De acordo com os engenheiros, a melhoria da produtividade está nas mãos dos gestores; ou seja, dos responsáveis
Exemplos que ajudam a melhorar a produtividade na obra: decisões sobre logística
técnicos do projeto e da obra. Segundo Ubiraci, um bom projeto, um processo construtivo bem pensado e a boa organização do trabalho são fundamentais para
faltar mão de obra ou insumos.
liação da produtividade se dá pela com-
a produtividade. “Elaborar o projeto do
Os engenheiros acreditam que a tarefa
paração de homens x hora (exemplo: 10
canteiro de obras, pensar na logística da
de estimular a produtividade dos operários
Homens trabalhando 10 horas somam
obra e discutir o microplanejamento dos
não é dos encarregados ou mestres de
100Hxh) com a quantidade produzida
serviços fazem a diferença”.
obra. “Porém, eles podem auxiliar o gestor
no mesmo período (exemplo: 100m2 de
com opiniões baseadas em seus anos de
alvenaria). Nesse exemplo, a produtivi-
Hierarquia
experiência e na perícia em lidar com os
dade foi de 1 Hh/m2 (usa-se o termo RUP
O gestor da obra deve centralizar as
trabalhadores”. Ubiraci também alerta que
= Razão Unitária da Produção), esclarece
grandes decisões, tais como a escolha
se as decisões maiores, vindas do gestor,
o engenheiro.
do processo construtivo, o estudo de
não começarem de forma correta, será
A variação da produtividade da obra
alternativas para o fornecimento de
difícil resolver problemas com base em
pode ser grande. “Detectamos casos que
materiais, a logística, a concepção do
decisões pontuais a cada etapa da obra.
variavam de 10 a 120 Hh/m2 construído”,
canteiro de obras, o tipo de contrata-
“Apagar incêndio não deveria ser o traba-
comenta Ubiraci. A variação, segundo ele,
ção de mão-de-obra e as formas de
lho dos gestores da construção”.
não se deve a capacidade produtiva dos
treinamento e motivação dos operários.
O professor Hebert acrescenta que nem
operários. Mas, a fatores como a elabo-
Ubiraci acrescenta que mestres de obra
todos os recém-formados da área técnica
ração de projeto com construtibilidade
e encarregados também podem auxiliar
saem da faculdade com a postura de líder
(fluxo de todo o processo construtivo
no processo.
(gestor). Por isso, a grade curricular dos
de forma clara para todas as partes en-
cursos vem sendo alterada para incluir
volvidas), a mecanização e o uso de pré-
lições de liderança.
-fabricação na obra. “A industrialização da
Cabe ao mestre de obras coordenar a integração de todas as atividades no canteiro, seguindo diretrizes do gestor. Já
Números
construção é o caminho para ganhar efi-
o encarregado tem o olhar mais específico
Ubiraci explica que é possível avaliar
ciência na mão de obra. Vale lembrar que
para os serviços sob sua responsabilidade,
a produtividade da obra como um todo
a industrialização precisa de organização,
sendo, por exemplo, o profissional que
ou por tipo de serviço; diariamente ou
que deve ser a primeira preocupação de
“olha um pouco à frente”, não deixando
cumulativamente. De forma geral, a ava-
um bom gestor”.
Revista Painel 12
Ter pré-fabricados de concreto, painéis de fachada ou banheiros prontos (pré-fabricados) só funciona com a presença adequada de equipamentos para transporte (mecanização) e tudo isto só dá certo com uma boa organização do trabalho (elaboração de projetos de canteiro, estudo logístico, microplanejamento etc.). As três situações precisam evoluir juntas, analisa o engenheiro civil Ubiraci Espinelli Lemes de Souza.
Imagem: Arquivo Produtime
Industrialização = organização + mecanização + pré-fabricação
Exemplos que ajudam a melhorar a produtividade na obra: microplanejamento para revestimentos em conjunto de residências
Tecnologia Segundo Ubiraci, a tecnologia sozinha
aproveitado nas mãos de um bom gestor”.
não é suficiente para melhorar a gestão
Hebert acrescenta que é preciso reduzir a
da obra. “Devemos valorizar as novas
dependência do operário e industrializar a
tecnologias, procurar automatizar tarefas
construção. E, segundo o professor, tudo
braçais de gestão, registrar dados sem
começa nos bancos das universidades,
gasto de tempo, porém, isso será mais bem
com a formação de bons profissionais.
O SEBRAE publicou um relatório de Inteligência Setorial relacionado ao uso da tecnologia para aumentar a produtividade na construção. O material está disponível no portal da AEAARP, na área Notícias. Veja também o e-book Como gerenciar equipes altamente produtivas na construção civil e aplicativos que podem facilitar a vida de engenheiros e arquitetos.
www.aeaarp.org.br O professor também defende que é preciso planejar mais para executar mais rápido. Ou seja, evitar que a obra fique parada porque o responsável técnico não está no momento que surge a dúvida. O professor avalia que ferramentas como o BIM (sistema de modelagem de projetos) estão ajudando nessas questões, pois o método de modelagem elimina interferências e erros de projeto. Além de reunir todas as informações dos projetos (arquitetônico, hidráulico, estrutural, elétrico etc.), o BIM também apresenta o cronograma da obra, descrições técnicas Fonte: OECDSTAT e IBGE. Elaborado por Ex Ante Consultoria Econômica. (*) ajustado à paridade do poder de compra.
de produtos e a sequência das atividades durante a construção.
AEAARP 13
Revista Painel 14
projeto
Sai o 2D, entra o BIM
Imagens: Aline Gonçalves
Além de projetos em 3D, a ferramenta de modelagem é capaz de reunir todos os detalhes e etapas de uma obra, evitar erros e otimizar tempo e recursos
Ambiente sem os revestimentos - imagem gerada pela metodologia BIM
O
Ambiente com os revestimentos - imagem gerada pela metodologia BIM
mercado de construção civil
nova ferramenta de trabalho que em
de modelagem”. Luis é certificado pela
está passando pela segunda
poucos anos será obrigatória em todos
Autodesk – criadora dos programas Revit
revolução na área de pro-
os escritórios de engenharia e arquitetu-
e AutoCAD – para ministrar aulas de Revit
jetos, que agora são apresentados em
ra. “Aqueles que não se adaptarem serão
em todo o interior do estado.
formato BIM (Building Information Mode-
ultrapassados e os profissionais que alme-
ling). Trata-se de uma ferramenta que liga
jam trabalhar em capitais têm que saber
todas as etapas de construção – projeto
usar a ferramenta, pois é o onde o mercado
básico, planejamento e cronograma. “O
está mais exigente”, diz o engenheiro civil.
BIM é muito importante na redução de
Segundo ele, já existem obras desenvol-
custos de alterações, adaptações e retra-
vidas totalmente em BIM em edifícios de
balhos e evita interferências nas etapas
Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro.
A AEAARP oferece cursos básicos de AutoCAD, ArchiCAD e Revit, com duração de 30 horas cada. Associados têm condições especiais. Saiba mais sobre as turmas de 2018: (16) 2102.1700.
da construção, antes delas começarem”,
Para o arquiteto e urbanista e designer
explica o engenheiro civil Lucas Rodrigo
gráfico Luis Fernando Teles de Sousa,
O arquiteto Lori Crizel, coordenador de
Miranda, coordenador do Programa de
professor de Revit na AEAARP, o mercado
pós-graduação do Instituto de Pós-Gradu-
Pós-Graduação do Centro Universitário
está em expansão. “Os recém-formados
ação e Graduação (IPOG), acrescenta que
Moura Lacerda.
que querem pleitear uma vaga no mer-
projetos de portes médio e grande já estão
Segundo Lucas, o BIM é hoje o que o
cado ou em concursos públicos precisam
consolidados com a metodologia BIM.
AutoCAD foi na década de 1990. É uma
necessariamente saber aplicar o conceito
“Tanto para participar de licitações quanto
AEAARP 15
Conhecimento Quando o assunto é BIM, os recém-formados saem com uma noção muito
Imagem Aline Gonçalves
básica das universidades. “Muitos acham
Imagem gerada pela metodologia BIM
para realizar trabalhos relevantes juntos às
cronograma de obra, entre outros. Aline
construtoras e grupos de investimento,
acrescenta que o sistema BIM apresenta
já não são mais validados projetos sem o
muito mais que um projeto em 3D, ele
conceito de modelagem”.
também é capaz de fornecer informações
A metodologia não é uma ferramenta
como tempo da obra, quantitativo de
exclusiva de engenheiros e arquitetos,
materiais e identificar pontos de conflito
ela vem sendo amplamente utilizada
de um projeto, através da compatibilização
por profissionais de áreas correlatas à
de projeto. “Escada é algo que sempre dá
construção civil como, por exemplo,
problema, por isso, é necessária a modela-
orçamento, gestão e compatibilização de
gem para conferir as alturas dos degraus,
projetos. Segundo Lori, os profissionais
espelhos e vigas”.
conhecidos como BIM designers e BIM
Aline comenta que existem algumas
managers têm sido bastante requisita-
construtoras de Ribeirão Preto (SP) que
dos, visto que o mercado está cada vez
estão em processo de implantação do
mais exigente.
BIM, mas ainda não prestam serviços que atendem 100% da metodologia. Segundo
Compatibilização e outros usos
ela, as empresas estão buscando profis-
A arquiteta e urbanista Aline Gonçalves
sionais que saibam manipular o ArchiCAD
explica que a forma de modelagem em
– software de arquitetura com conceito
BIM depende muito do objetivo do cliente.
BIM – mas que está difícil encontrar es-
Por exemplo: se a construtora tem foco
pecialistas na área.
em orçamento preciso, o profissional deve
O tempo de implantação do conceito BIM
fazer a modelagem pensando na sequên-
em uma empresa não é rápido. Segundo a
cia de cada etapa da obra, para otimizar
arquiteta, dependerá do tamanho da cor-
tempo e, principalmente, recursos. “Mode-
poração. “Isso tem gerado muito problema,
lamos na sequência que a construtora vai
pois muitas querem mudar o sistema de
executar, pois dependendo do que entrar
um dia para o outro e isso não dá certo”.
primeiro, o contrapiso ou a alvenaria, por
Aline acrescenta que o ideal é treinar alguns
exemplo, altera a quantidade de produto
profissionais específicos, formar uma equipe
a ser comprado”.
para trabalhar com a metodologia e iniciar
São inúmeros os objetivos que podem
um primeiro projeto. “Se for um prédio, por
ser seguidos na hora de modelar: foco
exemplo, o processo de implantação do BIM
na eficiência energética, validação do
pela equipe pode demorar um ano”.
que a tecnologia serve apenas para fazer uma planta de forma rápida”, comenta Luis. Por isso, no primeiro dia de aula do curso que ministra na AEAARP ele já explica o conceito. No decorrer do curso, os alunos aprendem a fazer a modelagem e documentação básica para a aprovação de um projeto na prefeitura e depois seguem modelando projetos complementares para a obra. Segundo Luis, apesar de o ArchiCAD oferecer algumas soluções de modelagem para arquitetura e inserção de informações e documentações básicas, o Revit é o único programa que atende 100% o conceito BIM. Luis usa a ferramenta há nove anos e ajudou a modelar vários trabalhos como, por exemplo, a biblioteca de louças da Deca, o template do programa Minha Casa, Minha Vida e participou do processo de criação das normas técnicas de engenharia elétrica no BIM. Lucas acrescenta que o BIM tem sido tema de muitos trabalhos de conclusão de curso e abordado em disciplinas dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo. “Nos próximos anos, deverá ser incorporado à vida acadêmica, pois já é uma exigência do mercado de projetos”. A AEAARP sedia outro curso onde o conceito é ensinado: a pós-graduação Master em Arquitetura e Lighting, ministrada pelo IPOG que pretende trazer também para Ribeirão Preto, a pós-graduação Master BIM: Ferramentas de Gestão e Projeto. “O BIM não é apenas uma ferramenta de auxílio e de otimização de processos, de produção e verificação. Ele atua como grande norteador de várias áreas, finaliza o coordenador do IPOG.
Revista Painel 16
agropecuária
Soluções sustentáveis criam oportunidades de negócios
Imagem: Freepik
Especialista analisa o setor agropecuário frente aos desafios da produção sustentável, minimizando desperdícios e utilizando eficientemente recursos naturais
E
studo internacional, divulgado
de Desenvolvimento Sustentável da ONU
pelo portal de notícias Reuters,
têm proporcionado ao setor. Dentre elas,
aponta que empresas poderiam
destacam-se a erradicação da fome e a
ganhar bilhões de dólares por ano até
proteção do planeta com investimentos
2030 ao investirem em melhorias na
em agricultura sustentável, desenvolvi-
agricultura e na produção de alimentos.
mento de tecnologias, uso eficiente dos
O objetivo do levantamento é mostrar as
recursos naturais e redução do desperdício
oportunidades de negócios que as Metas
de alimentos na cadeia produtiva.
As Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030 estão disponíveis no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.
www.aeaarp.org.br
AEAARP 17
O engenheiro agrônomo Samuel Ribeiro
Bananas O Brasil é um dos maiores produtores
tro de Conhecimento em Agronegócios – e
de banana do mundo, mas, de acordo com
diretor da Universidade do Café Brasil, é
Samuel, metade da produção é perdida
cético quanto às estimativas otimistas.
no pós-colheita. Segundo ele, a maioria
Para ele, as metas podem gerar oportuni-
dos produtores não adota sistemas de
dades no campo, mas é difícil determinar
manejo da fruta capazes de minimizar
o quanto o agronegócio pode crescer. “As
desperdícios. “O Brasil tem um sistema
iniciativas de investimento em agricultura
de manejo de bananas primitivo, estamos
sustentável e tecnologia estão relaciona-
melhorando, mas ainda falta muito”.
Imagens: Freepik
Giordano, professor do PENSA USP – Cen-
das ao desenvolvimento e às necessidades do mercado agropecuário brasileiro e não com estimativas de órgãos internacionais”. Para ele, os agricultores têm investido
Samuel acrescenta que produtores estrangeiros têm um sistema de manejo eficiente durante a colheita dos cachos de bananas. “Há lugares que não admitem
em produções mais sustentáveis, prin-
Além dos treinamentos, o programa tam-
manchas na casca da banana”. O cuidado
cipalmente, porque aprenderam com os
bém atua na regularização ambiental das
com a fruta começa no campo, quando os
erros de seus antecessores. Se antes era
lavouras e organiza visitas técnicas de es-
produtores ensacam os cachos para não
comum explorar a terra até tornar-se im-
pecialistas que monitoram os indicadores
sofrerem ataques de insetos e pássaros.
produtiva, hoje, a preocupação é manter
de desempenho.
Depois os cachos são retirados e pendu-
o solo saudável e fértil para garantir boas
Outro exemplo é o Grupo de Trabalho
rados em um cabo de aço, que funciona
colheitas. A legislação ambiental, a criação
da Pecuária Sustentável (GTPS), que
como uma espécie de trenzinho, que leva
e disseminação de novas tecnologias são
busca o desenvolvimento sustentável
lentamente as frutas até os barracões,
outros fatores que contribuíram para a
da pecuária por meio da articulação da
onde serão tratadas e encaixotadas.
sustentabilidade no campo. “Tanto a so-
cadeia produtiva da pecuária bovina e
Nesses locais, a banana é colocada
ciedade civil quanto produtores e grupos
disseminação de informação. O GTPS
em um tanque junto com pedra hume,
de interesses têm se unido para buscar
é formado por produtores, indústrias,
que ajuda a evitar as manchas na casca.
soluções de preservação do meio ambien-
associações, varejistas, fornecedores de
Depois, os cachos são armazenados
te rural”. O agrônomo listou iniciativas
insumos (rações, vacinas etc.), instituições
cuidadosamente em caixas de papelão.
e soluções que têm colaborado com a
financeiras, sociedade civil, centros de
“Diferente daqui, onde as bananas são
produção sustentável de alimentos e que,
pesquisa e universidades. Os participantes
jogadas em caixas de madeiras sem o
consequentemente, contribuirá com os
debatem informações do setor e formulam
menor cuidado”, comenta o agrônomo.
objetivos da ONU.
práticas para construir uma pecuária sus-
As embalagens seguem para containers
tentável, justa, ambientalmente correta e
refrigerados até chegarem aos locais de
economicamente viável.
destino: mercados, quitandas.
Soja e pecuária O programa Soja Plus – organizado por instituições ligadas à cadeia produtiva da soja – capacita gratuitamente produtores rurais para que invistam na melhoria da gestão das lavouras em busca de produtos sustentáveis e garantam a conservação dos recursos naturais. “Muitas empresas internacionais só importam produtos que estejam de acordo com os critérios de sustentabilidade ou tenham selos de qualidade”, acrescenta Samuel.
Revista Painel
Imagens: Freepik
18
Recursos naturais
De acordo com Samuel, a região de Ri-
e suínos. Já a pecuária bovina ainda tem
O uso eficiente dos recursos naturais é
beirão Preto (SP) já tem grande mercado
muito para evoluir, segundo ele. Não falta
outra preocupação da ONU. O Brasil é a
no uso eficiente dos recursos naturais,
tecnologia, para ele, faltam incentivos
maior reserva hidrológica do mundo, o que
além do crescimento potencial. Ele cita a
e a implantação do conhecimento e das
não impede que o país perca bilhões de
cogeração de energia através do bagaço
tecnologias e soluções já desenvolvidas
reais por ano com o desperdício de água.
da cana, implementada nas usinas de açú-
para o mercado agropecuário. Segundo
A agricultura irrigada utiliza aproximada-
car e álcool. “Se todas as usinas do estado
ele, também não falta legislação. “O que
mente 72% da água retirada dos rios, lagos
de São Paulo, por exemplo, utilizassem
falta é a implementação e regulamentação
e aquíferos do Brasil, segundo o engenhei-
a cogeração de energia teríamos uma
das leis vigentes, além de monitoramento
ro agrícola Wagner Vilella, coordenador de
grande fonte de energia barata e não po-
e fiscalização das lavouras”.
Planos de Recursos Hídricos da Agência
luente”. Ele destaca outro grande mercado
A evolução do agronegócio sustentável
Nacional de Águas (ANA). Na contramão,
da região: o bagaço da laranja, resultante
depende de toda a cadeia produtiva. Ele
centros de pesquisas têm buscado alterna-
das indústrias de sucos de Bebedouro (SP),
acredita que quando essa cadeia se mo-
tivas para reduzir o desperdício no campo.
usados nas caldeiras das fábricas.
biliza e se envolve nas discussões, o setor
Um exemplo é o sistema de limpeza
avança. “Não depende só do governo,
de águas residuárias decorrentes da ca-
Caminho a percorrer
só da indústria e nem só do produtor. O
feicultura, tecnologia desenvolvida pela
De acordo com Samuel, a produção sus-
crescimento e a melhoria do setor funcio-
EMBRAPA. O sistema remove resíduos
tentável já é realidade em alguns setores
nam como uma orquestra; ou seja, todas
sólidos da água provenientes do proces-
do agronegócio. É o caso, por exemplo,
as partes têm que estar afinadas e em
samento do café, viabiliza a reutilização
da produção do café, laranja e frangos
sintonia”, finaliza o agrônomo.
da água e diminui o consumo. Depois do processamento, a água pode ser usada para a irrigação ou descartada em lagoas ou rios. O sistema é barato, simples,
Destaques da Painel
minimiza impactos ambientais e pode ser
Algumas das metas da Agenda 2030 da ONU preveem que os países incentivem
usado em produções de qualquer porte. A energia solar – recurso natural renovável – proveniente de sistemas fotovoltaicos instalados no campo é outro mercado em expansão. Segundo o agrônomo, fazendeiros do Centro-Oeste do país têm aproveitado os telhados de currais e barracões das fazendas para instalar painéis fotovoltaicos e gerar energia elétrica. “Além de produzir sua energia, a fazenda vende o excedente para a concessionária”.
práticas robustas para aumentar a produtividade e produção agrícola, ampliem a diversidade genética de sementes e plantas cultivadas, promovam a gestão sustentável dos recursos naturais como, por exemplo, a água, e realizem o manejo adequado dos produtos químicos no campo. Durante 2017, a Painel publicou várias reportagens sobre esses temas. Na edição 266, foram noticiadas as novidades do setor de agroquímicos. Na edição 267, foi publicada uma matéria sobre a Agricultura 4.0 – conhecida como Agricultura Digital. A transgenia de plantas cultivadas foi assunto na edição 269 e o uso racional da água na agricultura foi pauta na edição 271. Todas as revistas estão disponíveis no endereço eletrônico da AEAARP, no atalho Revista Painel.
www.aeaarp.org.br
AEAARP 19
responsabilidade social
CONSELHOS
Presidentes falam sobre suas expectativas Vinicius Marchese Marinelli, no CREA-SP, e José Roberto Geraldine Júnior, no CAU-SP, acabam de assumir os mandatos como presidentes dos conselhos
AEAARP ADERE À CAMPANHA JANEIRO ROXO Campanha acontece durante o mês de janeiro
Edson Navarro e Vinicius Marchese Marinelli
O
José Roberto Geraldine Júnior e Waldir Bergamim
s conselhos CREA-SP e CAU-SP
mas também na atualização da forma como
começaram 2018 sob nova di-
o Conselho é administrado. Com a implan-
reção. No CREA, o engenheiro
tação de compliance e planejamento estra-
Vinicius Marchese Marinelli foi conduzido a
tégico, vamos atender a todas as normas
mais um mandato. Na posse, ocorrida depois
legais, diminuir a burocracia e privilegiar a
da homologação do processo pelo CONFEA,
eficiência e a transparência nos trâmites e
Vinicius declarou que concentrará esforços
procedimentos do CREA”, afirma Vinícius.
em “tornar o CREA-SP finalmente um Con-
José Roberto ressalta o período de insta-
selho técnico e não político, anseio que ouvi
lação do CAU e avalia que o conselho passa
dos profissionais em todas as visitas que
por fase de amadurecimento. “Vamos avaliar
realizei pelo Estado”. No CAU, o arquiteto
o que funciona e não funciona, retomar o
José Roberto Geraldine Júnior foi eleito
processo de inovação e implantar projetos
presidente do conselho para um mandato
novos, como a acreditação de cursos”. O pre-
de três anos. Em seu plano de trabalho, José
sidente do CAU pretende também adotar
Roberto destacou o compromisso de atuar
plataformas tecnológicas, como aplicativos,
em parceria com as entidades de Arquite-
para atender às necessidades dos profissio-
tura e Urbanismo.
nais ao mesmo tempo em que incrementa
“A modernização também será um dos
os processos de fiscalização. Geraldine
pilares desta gestão, não apenas em rela-
acrescenta que pretende dialogar com o
ção aos investimentos em tecnologia, para
CREA e estreitar parcerias com entidades
entregar com excelência nossos serviços,
de classe como a AEAARP.
A
AEAARP entrou na campanha Janeiro Roxo, de conscientização sobre a hanseníase. A
fachada da associação foi iluminada na cor proposta pelo Ministério da Saúde. As rodovias paulistas também divulgam a mensagem de alerta para a doença nos painéis luminosos. A hanseníase é uma doença milenar, transmissível, tem cura e o tratamento é feito gratuitamente pelo SUS. O desafio, segundo o médico Cláudio Salgado, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) é diagnosticar. No Brasil, o segundo país com maior prevalência da doença no mundo, apenas 230 médicos são especializados em hansenologia.
Revista Painel 20
arquitetura
Livro registra a história da arquitetura paulista
Marcia Zoet
Marcos Piffer
Fotógrafos registram as construções de cinco séculos que mais lhe chamaram a atenção na capital, litoral e interior paulista
Edifício Martinelli, São Paulo (SP)
T
Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, Guarujá (SP)
rinta e três fotografias em preto
livro, é o incentivo à reflexão da opinião
tivamente Presidente Prudente, Ribeirão
e branco feitas por 19 concei-
pública sobre as vantagens da conservação
Preto, Sorocaba e Guarulhos) buscando
tuados fotógrafos registram as
do patrimônio cultural.
registrar o que mais lhe atraísse.
edificações representativas de diferentes
Convidados pelas organizadoras, a his-
Cada imagem é acompanhada por co-
estilos e que foram erguidas ao longo de
toriadora Ana Lúcia Queiroz e a fotógrafa
mentários dos autores. Os relatos, que
cinco séculos em 27 cidades do estado de
Márcia Zoet, os fotógrafos puderam des-
trazem o como, o porque e o quando, além
São Paulo – capital, interior e litoral. De
tacar algo do passado arquitetônico dos
da sensação de estar ali, também ajudam a
Ribeirão Preto, o Edifício Meira Júnior, no
municípios paulistas. Eles não seguiram
proteger, como se fosse com tijolos e arga-
centro da cidade, representa a arquitetura
um roteiro pré-definido.
massa, a memória das estações, cinemas,
local. As imagens estão publicadas no livro
Com liberdade para usar a criatividade e
Vestígios da Memória - Fotografias do
escolher a técnica, Delfim Martins (prêmio
“Quando o prédio do Detran passou
Patrimônio Arquitetônico Paulista
fábricas, casas e escolas paulistas.
Internacional Nikon, Japão), Ed Viggiani
a ser sede do MAC–USP, fotografei em
Algumas são edificações icônicas,
(prêmio The Mother Jones International
2014 suas emblemáticas colunas. Depois
conhecidas nos municípios enfocados,
Fund for Documentary Photography,
descobri que o autor Oscar Niemeyer teve
mas não necessariamente tombadas ou
EUA), Epitácio Pessoa (Prêmio Esso de
sua proposta de restauração recusada por
preservadas. Uma das metas do projeto da
Fotografia) e Mônica Zarattini (Prêmio
não respeitar as regras de tombamento.
Illumina, uma produtora cultural paulista
Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Hu-
Achei engraçado”, conta o fotógrafo Paulo
que organizou o livro, que organizou o
manos) olharam para as cidades (respec-
Rapoport, autor da imagem do prédio de
AEAARP 21
1954, que foi sede da Secretaria da Agri-
Optei por enquadrar o relógio em primeiro
ritas. Foi esta relação entre a história ou
cultura do Estado de São Paulo na capital.
plano”, conta Márcia Zoet.
o patrimônio abandonado, a natureza e a
A cidade de São Paulo está outras vezes
Cada uma das edificações clicadas ganhou
cidade de Santos, que aparece ao fundo,
presente. A Casa do Sítio Tatuapé (1698)
também texto com fatos e curiosidades so-
que busquei ao realizar a imagem”, conta.
foi retratada por Luludi Melo, que também
bre a construção, região e período histórico.
A construção mais recente, o Auditório Be-
assina a imagem da Escola das Meninas
“A ideia é ajudar o público a compreender o
ethoven, inaugurado em 1976 em Campi-
(1920), hoje abandonada na Vila Maria Zé-
patrimônio arquitetônico como um docu-
nas, foi registrado por Mauricio Simonetti,
lia, primeira vila operária do Brasil, tomba-
mento, estimulando a reflexão sobre a rede
fotógrafo com produção pessoal centrada
da em 1993. Márcia Zoet escolheu a Casa
de vestígios, pistas para melhor conhecer a
em imagens de natureza, meio ambiente
das Caldeiras (1924) e a antiga residência
história que eles carregam”, afirma.
e paisagens urbanas, integrando coleções
da família Álvares Penteado (1917), onde
A edificação mais antiga incluída na
hoje funciona a pós-graduação da Faculda-
obra, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra
de de Arquitetura e Urbanismo – USP, em
Grande (1584), no Guarujá, foi registrada
Higienópolis. O edifício Martinelli (1929)
por Marcos Piffer (prêmios Fundação Vitae
também foi contemplado por ela. “Em
e Estímulo), autor de nove livros de foto-
2009, o fotografei para um projeto autoral
grafia e com imagens nos acervos perma-
sobre ícones da cidade. Já tinha passado
nentes do Masp, MAM, Itaú Cultural, MAC
inúmeras vezes por ele, ido ao terraço, mas
e MIS. “Abandonada durante muito tempo,
nunca tinha parado para retratá-lo. Fiquei
ela viu árvores crescerem por entre pedras,
um tempo analisando como fazer a foto.
e uma delas bem ao lado de uma das gua-
do Masp, Itaú Cultural e MIS.
livro Vestígios da Memória - Fotografias do Patrimônio Arquitetônico Paulista www.facebook.com/ vestigiosdamemoria Organização Ana Lúcia Queiroz e Márcia Zoet Illumina – Imagens e Memória 84 págs
Revista Painel 22
Água
Fórum Mundial de Água será em março
Imagem: Freepik
Evento vai reunir líderes mundiais em Brasília (DF)
D
e 18 a 23 de março, o Brasil vai
O evento deverá receber cerca de 40
de todos os países-membros da Organiza-
sediar o 8º Fórum Mundial da
mil pessoas de diversas partes do mundo.
ção das Nações Unidas [ONU]”, destaca o
Água, em Brasília (DF). Trata-
Todos para falar sobre água. “O fórum
presidente da comissão política do fórum,
-se de um marco: o megaevento acontece-
tem o objetivo de reunir não apenas
Reinaldo Salgado.
rá pela primeira vez no Hemisfério Sul e no
prefeitos e governadores, mas também
país com a maior reserva de água doce do
juízes, parlamentares, organizações não
Dados
mundo. De acordo com Carlos Alencastre,
governamentais, ministros de Estado, além
De acordo com as Nações Unidas, até
presidente da AEAARP e diretor do De-
da sociedade civil e academia, para ter
o ano de 2030, a demanda por água no
partamento de Águas e Energia Elétrica
uma discussão aprofundada sobre todos
mundo deve subir em 50%. De todo o
do Estado de São Paulo (DAEE), estudo
os temas relativos à água, principalmente
esgoto gerado pela população mundial,
recente demonstrou que até 2030 metade
tendo em vista os objetivos do desenvol-
80% retornam para a natureza sem ne-
da população mundial enfrentará graves
vimento sustentável, que foram escritos
nhum tratamento. Segundo levantamento
problemas para ter acesso à água potável.
na agenda 2030, que é um compromisso
do Instituto Trata Brasil, apenas 50,3% do
AEAARP 23
esgoto doméstico são coletados no país.
dem da água, e deles, dois precisam de
em relação à preservação da água do plane-
Isso significa que cerca de 100 milhões de
nível ainda mais elevado de consumo.
ta. “A participação do Brasil nesse debate
brasileiros não têm acesso a esse serviço.
O uso racional da água é imprescindível
melhora e politiza a questão da água, convertendo intenções em compromissos”, fala.
Além da poluição, a escassez de água é
para a sustentabilidade e vai além das
outro problema. De acordo com a ONU, dois
questões políticas e econômicas. “Quem
terços da população mundial sofrem com
bebe água tem responsabilidade”, afirma
O Fórum
falta de água. Destes, metade vive na China
o copresidente da comissão organizadora
O Fórum Mundial da Água é o maior
e na Índia. O cenário é ainda mais preocu-
do fórum, Paulo Salles.
evento sobre água do mundo. Com a in-
pante quando a perspectiva é que em 2030,
“Trazer a população para essa realidade,
tenção de consolidar a agenda referente
70% da população mundial se concentrará
que é a gestão integrada dos recursos
aos problemas hídricos, a próxima edição
nas cidades, isso aumentará a demanda
hídricos, requer sim a participação da
reforça a importância da gestão responsá-
por água. Segundo a Organização Mundial
sociedade. O Fórum Mundial da Água tem
vel da água com a participação de todos os
de Saúde (OMS), a cada R$ 1 investido em
esse aspecto político para que os governos
segmentos da comunidade internacional.
saneamento, se obtém economia de R$ 4
revisem legislações, além de fortalecer as
O tema será Compartilhando Água.
em relação à saúde da população.
instituições”, acrescenta.
Segundo um estudo da ONU, de cada
A expectativa de Carlos Alencastre é a de
Fonte: com informações da Agência
quatro empregos no mundo, três depen-
que as autoridades assumam compromissos
Brasil
Revista Painel 24
crea-sp
Registro on-line, como fazer A Lei Federal Nº 5.194/66, descreve que a falta de registro no conselho profissional enquadra-se como exercício ilegal da profissão (Art. 6º). Para agilizar o registro, o CREA-SP criou o serviço de registro on-line
O
primeiro passo é digitalizar todos os documentos necessários à solicitação, salvando-os
em formato PDF, JPG, PNG ou GIF (tamanho máximo de 1MB por arquivo). Salve cada arquivo com o nome do documento que ele contém. Os documentos devem estar legíveis e em posição que permita a leitura do texto. O profissional deve se certificar, por exemplo, que não o tenha Imagem: Freepik
salvado de cabeça para baixo. O segundo passo é se cadastrar no site creasp.org.br, na aba CREANET. O login inicial será o número do CPF. Depois, passará a ser o número de registro no CREA-SP. Após
mou. Os dados pessoais e escolares devem
preencher a ficha e se cadastrar no sistema,
ser iguais na lista e no registro.
o processo e enviar documentos. Thiago Marchetti, chefe da unidade do
o menu liberará a aba registro profissional.
O Conselho entrará em contato por e-mail
CREA-SP em Ribeirão Preto, afirma que,
Neste passo, preencha os campos do
caso seja detectado erro no preenchimento
após o deferimento, o profissional deve
requerimento, de acordo com os dados de
ou falha na informação prestada. Na aba
comparecer pessoalmente para apresentar
seu documento de identidade e informe
“Acompanhar serviços solicitados”, no site do
os documentos originais, os digitalizados e
um endereço no estado de São Paulo. Caso
CREA-SP, o requerente poderá acompanhar
depois retirar a carteira.
não possua endereço neste estado, também poderá requerer o registro, desde que preencha o campo de autorização de envio de correspondência. Depois de clicar no botão para confirmar a solicitação de registro, o sistema vai gerar o boleto da taxa de serviço. O registro poderá ser concedido em 95 dias. Caso a solicitação seja pela inscrição provisória no Conselho (com atestado e sem diploma), o nome do solicitante deve constar da lista de concluintes enviada pela instituição de ensino em que se for-
Exemplos de como nomear os arquivos • Diploma frente.pdf (para registros definitivos) • Diploma verso.pdf (para registros definitivos) • Atestado.pdf (para registros provisórios) • Histórico escolar.pdf • Carteira de identidade.jpg • CPF.png • Título de eleitor.gif (só para brasileiros) • Comprovante de quitação eleitoral.pdf (só para brasileiros) • Comprovante de quitação militar.pdf (só para brasileiro do sexo masculino) • Comprovante de endereço.pdf • Comprovante sanguíneo.gif
AEAARP 25
produtividade
Fábio Gatti, especialista em Pacote Office
Ano Novo, finanças novas
A
no Novo, Vida Nova... Quem nunca disse essa frase logo nos primeiros dias do novo ano, que atire a primeira pedra! Melhorar a qualidade de vida, procurar novo
emprego, trocar de carro. Várias promessas são feitas para a virada de ano, e quase todas são relacionadas com um ponto bem específico: melhorar as finanças e economias. Várias práticas são adotadas, mas nenhuma delas (nem mesmo passar a virada de ano vestido de amarelo) é melhor do que saber investir e, talvez, poupar seu dinheiro! Aproveitando a publicação do mês passado, na qual falamos sobre as funções financeiras e a construção de simuladores de empréstimos, apresentamos nesta edição um Simulador de Poupança, com o foco nas férias e festas do final do ano. Vamos considerar uma viagem em família, com todas as despesas pagas, no valor de R$ 5.000,00. Quanto você precisará economizar por mês para essa viagem?
Imagem: Freepik
Construa uma planilha da seguinte forma:
Considerando adotar a planilha a partir de fevereiro, e que viajaremos em dezembro, só temos 10 meses para economizar com uma taxa simples de poupança. Todos esses valores podem ser adaptados para a sua realidade, sua viagem, seu prazo e a taxa que você consegue no modo de aplicação de sua preferência. Na célula B5, inseriremos a seguinte função: =PGTO(B3;B4;;B1) Assim, encontramos o resultado de R$ 484,65 por mês poupados.
A função PGTO é idêntica à função PMT da calculadora HP12c, e define qual o valor da parcela fixa pela simulação. Querem investir mais? Aplicar seu dinheiro em outros fundos? Criar modelos de aplicações crescentes? Uma coisa é certa: nenhuma ferramenta é melhor para construção de cenários, com liberdade de simulações pelo usuário, do que o Excel.
Revista Painel 26
notas e cursos
Novos Associados
Imagem: Wikipedia
Energia solar
R$ 3 milhões É o custo estimado para a instalação da usina
Chernobyl será transformada em uma gigantesca usina solar. A empresa de engenharia ucraniana Rodina Energy Group Ltd., em entrevista à Bloomberg, confirmou o projeto de construir uma usina em parceria com a empresa de energia alemã Enerparc AG.
Memória
No dia 26 de abril de 2006, um acidente na Usina Nuclear de Chernobyl matou pelo menos 100 mil pessoas na Ucrânia. É considerado o pior acidente nuclear da história em termos de custo e de mortes resultantes.
Daniela Manzano de Barros Arquiteta e urbanista Manoel Francisco Araujo Santos Arquiteto e urbanista Nara Queiroz Pinheiro Arquiteta e urbanista Antonio Zattoni Aferri Engenheiro agrônomo Marilu Cerci Motta de Carvalho Engenheira agrônoma Mário Kazuo Abe Engenheiro agrônomo Alan Villa da Silva Engenheiro eletricista
Infraestrutura
Valéria Maria Ribeiro Engenheira eletricista
As linhas de transmissão nas proximidades do reator destruído estão intactas, garantindo a infraestrutura necessária para distribuir grandes quantidades de energia. Quando sair do papel, a usina será capaz de gerar mil megawatts de potência, suficiente para abastecer uma média de 164 mil residências.
Carmen Isabel Fontes Engenheira civil
Radiação A área disponível para gerar energia tem mais de mil quilômetros quadrados. O solo é extremamente radioativo, o que impede qualquer atividade agrícola, por isso toda a área deverá ser usada na usina.
Eleonora Costa Aguiar Bregagnolo Engenheira civil Marcelo Augusto Amancio Engenheiro civil Reno Délio Barros Engenheiro mecânico Kleber Fernando Sauer Bidese Engenheiro de produção mecânica
no brasil 930 mil painéis solares compõem a usina solar de Nova Olinda, que acaba de entrar em operação na região do semiárido do Piauí. Ocupa 690 hectares, tem capacidade instalada de 292 MW e potencial para produzir 600 GWh, eletricidade suficiente para atender a demanda de 300 mil casas. Trata-se da maior fazenda solar da América Latina. O projeto foi concluído em 15 meses. Veja o conteúdo completo no portal da AEAARP, na área Notícias.
Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.
www.aeaarp.org.br
46
Alexandre Gobi Engenheiro químico Odalécio Costa Martins Engenheiro de segurança do trabalho Floriano Alves de Toledo Técnico em edificações Edvaldo Tito de Souza Técnico em eletrônica Fernando Aguiar Bregagnolo Estudante de arquitetura
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