Veículo de divulgação oficial da OSRP - Distribuição gratuita - Ano V - n°49 - Abril - 2013
Coro da Orquestra atrai crianças e jovens 1
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Palavra da Diretoria
Não se consegue chegar a Deus por escada. Pela música se chega próximo Dele. É um pensamento confirmado pelas pessoas que se transportam ao ouvir a música dos grandes mestres, ou aquelas que guardam a força de um sublime sentimento. Cantada ou instrumental, ela chega aos sentidos pela execução de músicos preparados para extrair das notas musicais a arte imaginada pelos seus compositores. Não é somente a arte que executam. Para atingir o ápice da perfeição, a música se torna ciência, pois tem método, métrica e valores definidos em cada nota, todos unidos, precisos e exatos para sensibilizar o ego de quem a curte. Ela, pelos seus autores, exprime o sentido objetivo do equilíbrio DÉCIO A. GONZALEZ Presidente OSRP
e ponderação, expõe momentos de superação, a alegria do vencedor e rara sensibilidade e beleza. A música não se completaria se não fosse apresentada por músicos instrumentistas ou com o dom da voz. São eles os artistas da alma, colorindo-a com as intensas vibrações que lhes povoam os sentimentos e as músicas que concebem o encantamento da alma em transe. Observe uma criança que descobriu que sabe cantar. Ela se agarra na arte e, se não for tolida, um dia o público a aplaudirá intensamente. A maioria dos grandes mestres da música com tenra idade, já compunham e executavam as suas obras. É um instinto natural do músico. Ele tem a percepção inicial da arte musical já nos primeiros passos. Embora, variedades domésticas e sociais apunhalem esse desejo, levando seu ideal para lugares e níveis sociais diferentes, a música está alí, dentro dele, esperando a oportunidade de se exteriorizar. Quem sabe, alguém apareça para lhe oferecer a oportunidade de expor a sua capacidade. O primeiro passo de percepção e reação deve vir dos pais, protegendo e ensinando o melhor caminho. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto pode ser uma estrada segura e inteligente, através dos seus núcleos de ensino musical ou da escola de canto e coral. O caminho da arte musical é longo e disciplinado. Muito estudo e prática vão tirar horas de lazer e descanso daqueles que desejam ser reconhecidos como verdadeiros músicos. Essa dedicação será recompensada futuramente, quando numa sala de espetáculos se sentirem parte de um elenco sinfônico ovacionado pela transmissão à plateia dos sentimentos do autor. Seguindo a estrada, alcançará o sucesso solo, executando ou cantando, impregnando na alma do expectador o poder de criação do compositor e a personalidade do instrumentista ou cantor. É a comunhão dos sentidos artísticos. É a possibilidade de se mostrar Mozart, pois “nenhum outro compositor ou executor foi capaz de penetrar a sensibilidade humana, de expressar os seus pensamentos em música com tal beleza e graciosidade, como ele”(Keith Spence).
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Expediente
Contatos Orquestra
Diretoria
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CONSELHO FISCAL Afonso Reis Duarte Aguinaldo Alves Biffi Edilberto Janes Luiz Camperoni Neto Raul Marmiroli Roberto Abdul Nour
Índice Especial Escola de Canto Coral atrai vozes infantis
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Circuito Musical 08 Programas Concerto Internacional 14 Juventude Tem Concerto 19 Notas de Concerto 20
Edição anterior Ano V - n°48 - março - 2013 As revistas Movimento Vivace também estão disponíveis no site da OSRP
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CONSELHO DELIBERATIVO João Agnaldo Donizete Gandini Presidente Idelson Costa Cordeiro Vice-presidente Lucas Antonio Ribas Casagrande Secretario Conselheiros Abranche Fuad Abdo Dinah Pousa Goudinho Mihaleff Eduardo José da Fonseca Costa Elias Gomes Goveia Elvira Maria Cicci Jay Martins Mil-Homens Junior João Luiz Sverzute José Donizete Pires Cardoso Laís Maria Faccio Luiz Henrique Pacini Costa Margaret Lucca Cabarite Marcos Cesário Frateschi Maurílio Biagi Filho Raul Gonzalez Sebastião de Almeida Prado Neto Sergio Roxo da Fonseca Sylvester Milan A. Janowiski Vladimir Antonio Toniolli Suplentes Adriana Silva Demetrio Luiz Pedro Bom José Antonio Parpinelli P. da Costa José Mario Tamanini Maria Carolina Jurca Freitas Neusa Bighetti Sander Luiz Uzuele Sebastião Edson Savegnago Valdo Barreto
Especial
Escola de Canto Coral atrai vozes infantis
Lorenzo toca trompa, trompete e percussão. Ele tem 11 anos de idade e há um mês começou a aprender como tirar sons musicais de um novo instrumento - as cordas vocais. Junto com ele, a irmã Sarah, de 13 anos, ouve atentamente as orientações da regente dos coros da Orquestra Sinfônica, Snizhana Drahan. A socióloga e consultora de RH, Dênia Teresa de Oliveira, é mãe de Lorenzo e de Sarah, que, como o irmão, é uma jovem musicista. Ela toca violino e flauta transversal. Os irmãos frequentaram o Projeto Guri durante cinco anos e tomaram gosto pela música. Há um mês Dênia inscreveu os filhos na ECC e está animada. “O meu filho tem déficit de atenção e as aulas de música melhoram significativamente a capacidade de atenção, ajudando muito no desempenho escolar”. O presidente da Sinfônica, Décio Agostinho Gonzalez, quer atrair mais cantores para a escola. “Esses alunos têm oportunidade de aprender com
nossos profissionais, que são excelentes músicos, apresentam-se com nossa orquestra e têm uma boa base para seguirem a carreira profissional”, explica. A regente Snizhana é graduada em regência coral na Ucrânia e doutoranda
Mas o que é Canto Coral? O Canto Coral é a prática de canto que reúne várias vozes. Pesquisas indicam que a atividade é pré-histórica. Há registros sobre o assunto apontando a prática de canto e dança em grupo 8 mil anos antes de Cristo.
na USP-Ribeirão Preto. Ela já trabalhou importantes obras com os jovens coralistas durante os últimos anos como composições de L. Delibes, A. Nepomuceno, A. Vivaldi, e outras. O repertório é variado, os cantores ensaiam músicas sacras, clássicas, de compositores brasileiros e europeus, de
compositores modernos e folclóricas de vários países, sendo todas interpretadas no idioma original da obra. Nos últimos anos, a ECC vem desenvolvendo um trabalho de seleção e divulgação de repertório de qualidade com concertos junto à Orquestra Sinfônica, mas mantendo também apresentações independentes em teatros, igrejas, sempre com temáticas diferentes. O coro Coro Infanto-Juvenil já participou de vários concertos com a Sinfônica, no Theatro Pedro II, como Juventude Tem Concerto, Projeto EnCantando a Vida e Concertos Natalinos. Paralelamente a isso, tem se destacado em diversos eventos e datas comemorativas como a Feira do Livro, Dia das Mães, Dia das Crianças, entre outros, em muitos palcos da cidade. “Esses eventos chamam a atenção do público, divulgam apresentações dos coros da Orquestra e popularizam a arte do canto coral”, explica a regente.
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Como participar As aulas do Coro Infanto-Juvenil acontecem às segundas-feiras. A mensalidade é R$ 30. O programa de ensino da ECC é planejado em três níveis: básico (crianças), fundamental I e II (jovens) e avançado I e II (adultos e os vestibulandos em Música). O aluno pode entrar a qualquer momento para Emerson Martins Rodrigues
o grupo que corresponde à idade dele, e a troca de nível acontecerá após as provas de final de ano e ficará a critério da coordenação da escola. Nas aulas, eles aprendem a cantar estilos diferentes e ver a obra em contexto histórico, conhecendo sobre as diversas faces da vida profissional de um músico e o comportamento no palco.
Snizhana conta que as crianças são muito ativas e querem comentar o que eles cantam ou estão fazendo o tempo todo. “Eu trabalho obras eruditas, MPB, muitas músicas contemporâneas que fazem parte do cotidiano deles. Ao mesmo tempo, ensaiamos músicas com movimentos, elementos de dança e percussão corporal”.
É surpreendente a facilidade com que eles aprendem cantar as músicas eruditas. Os mesmos alunos que adoram as músicas populares e animadas, também cantam com prazer as músicas que requerem conhecimento e concentração. Snizhana Drahan
História No ano de 2008, a Sinfônica de Ribeirão fundou a Escola de Canto Coral (ECC), com aulas para adultos. No ano seguinte, o projeto foi estendido às crianças e jovens formando o Coro Infanto-Juvenil da Orquestra. A regente dos coros da instituição, Snizhana Drahan, explica como foi esse período. “Eu criei um coral no ano de 2000 e esse coro foi encampado pela orquestra formando, primeiro, o coro adulto e, depois de um ano, o infantil”, conta Sni, como é conhecida. O Coro Infanto-Juvenil tem, hoje, 56 alunos, sendo nove garotos e 47 meninas, com idade entre 7 e 17 anos. Os novos cantores recebem aulas de canto coral e teoria musical,
além de terem oportunidades de aulas ou palestras com profissionais convidados que fazem carreira nos palcos do Brasil e exterior. No Coro Infanto-Juvenil tem crianças e jovens que são filhos dos músicos da Orquestra, dos coralistas do Coro Lírico, dos sócios da Associação Musical, do maestroassistente Reginaldo Nascimento, da própria Snizhana Drahan e pessoas que não possuíam vínculo algum com a Sinfônica, mas fazem questão de levar suas crianças para participar dos ensaios. “No nosso coro tem crianças e jovens de todos os tipos. Tem as que gostam de xadrez e só pensam em estudar, tem as que gostam de fazer uma bagunça e as que conversam sobre namoradinhos”. A regente afirma que o que realmente importa é a vontade deles de absorverem a música, o ritmo, as cores e as emoções de cantar. Muitas delas também tocam algum instrumento, como violino, violoncelo e piano. Algumas crianças já estão fazendo solos nas apresentações com a Orquestra e tem outras que vão começar a solar este ano. Para este ano, a regente já montou e está ensaiando o repertório para várias apresentações que já estão programadas.
Dênia Teresa de Oliveira
Sarah
Lorenzo
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Conheça os outros coros da Orquestra Coro Lírico - participa de várias apresentações da série Concertos Internacionais da Sinfônica. Tem em seu repertório óperas e apresenta-se frequentemente nos recitais em teatros e eventos em escolas, igrejas, praças, parques, clubes etc. Em 2011, o Coro Lírico participou da gravação do CD “Clássicos Natalinos”, junto com a OSRP. Coro de Câmara - já se apresentou na Argentina, no Festival de Coros em Gualeguay e no Salão Dourado em Buenos Aires, e Ucrânia, no Festival de Música Folclórica e Festival de Música Religiosa. Em 2011, o Coro de Câmara participou da gravação do CD “Clássicos Natalinos”, sob regência de Cláudio Cruz.
Correpetidor Todas as aulas são acompanhadas por um pianista, Saimonton Ribeiro Reis, estudante de Licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Música, na Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto. Em 2009, Saimonton foi convidado por Sni para substituir o antigo correpetidor. Dois anos depois, veio o convite para ministrar aulas de teoria musical na ECC. Os alunos têm uma hora de aula a cada semana. “O objetivo é sempre tornar o ambiente participativo e com uma linguagem regulada pelas próprias crianças”, comenta o pianista. O conteúdo das aulas é sempre direcionado à prática da leitura musical. “As aulas são realmente divertidas e carregadas de energia vibrante”, finaliza Saimonton.
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Circuito Musical
Dia 16/3
Concerto Internacional Ibraim Leão
A Sinfônica de Ribeirão abre a temporada 2013 com o novo maestro-titular, Alex Klein. No programa é apresentada a Abertura de “As Hébridas”, de Felix Mendelssohn, Concerto para Oboé em Dó Maior, de Wolfgang Amadeus Mozart, Choro no Capricho - Fantasia Brasileira sobre o Caprinho n° 24, de Niccolò Paganini e Alex Klein e Bachianas Brasileiras n° 4, de Heitor Villa-Lobos. O maestro gaúcho, de Porto Alegre, também atua como solista no oboé em uma das peças apresentadas. Antes do concerto, Klein apresenta palestra sobre o repertório no Auditório Meira Junior.
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Dia 17/3
Juventude Tem Concerto
A primeira apresentação da série Juventude Tem Concerto de 2013 conta com o mesmo programa do Concerto Internacional, mas com conversas entre o maestro e o público. A plateia do Pedro II lota com crianças e famílias que estavam esperando a reestreia da série. O Juventude Tem Concerto acontece uma vez por mês, sempre aos domingos, com entrada gratuita e traz concertos didáticos voltados para crianças e jovens com o objetivo de formar plateia. O projeto é mantido com recursos captados através da Lei Rouanet e está em busca de um novo patrocinador. Os concertos são adaptados ao público jovem, com o intuito de despertar o gosto pela música erudita através da aproximação da plateia com a orquestra. Em 2012, diversas instituições assistenciais, de saúde e de ensino agendaram visita nas apresentações do Juventude. Caravanas interessadas podem agendar a visita junto à secretaria da Orquestra pelo telefone (16) 3610.8932.
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No teatro, cada pessoa tem o seu papel. Aqui, todos são personagens principais. O prontuário eletrônico e os protocolos de identificação segura utilizados pelo Hospital São Francisco são ferramentas eficazes, que permitem a individualização de cada caso, ou seja, não tem como confundir os pacientes e nem suas histórias, por melhores atores que eles sejam.
A VIDA É UMA GRANDE AVENTURA. VIVA!
(16) 2138 3000 saofrancisco.com.br
Responsável técnico: Dr. Woe Tong Chan CRM nº 86.953
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Dia 22/3
Quarteto de Cordas na EMEI Narciso Nicolodi
O Quarteto de Cordas, composto por Anderson Castaldi (violino), Jonas Mafra (violino), Rossini Rocha da Silva (viola) e Jonathas Silva (violoncelo), se apresenta no início do ano letivo da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Irmão Narciso Nicolodi, no bairro Adelino Simioni. No evento, a escola lança o projeto “De tudo se faz canção”, que consiste na ampliação do repertório musical dos alunos, no estímulo à reflexão sobre a linguagem musical, além de proporcionar a apreciação de obras eruditas.
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Dia 30/3
Aniversário de Orlândia
No dia do aniversário de Orlândia-SP, a Orquestra Sinfônica faz uma belíssima apresentação no Teatro Municipal da cidade, com a solista Krista Helfenberger (clarineta). A cidade comemora seus 103 anos. Além da apresentação da orquestra ribeirão-pretana, o município também conta em seu calendário festivo com a 1º edição da Feira do Livro de Orlândia. A Sinfônica de Ribeirão, regida pelo maestro Alex Klein, emociona o público com as obras apresentadas.
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Concerto Internacional nº 1.262 Programa Regente convidado: Norton Morozowicz Solista: Caio Pagano (piano) Carmargo Guarnieri (1907-1993) Dança Brasileira Choro para Piano e Orquestra Cômodo Nostálgico Allegro
Solista: Caio Pagano Alberto Nepomuceno (1864-1920) Série Brasileira Alvorada na Serra Sesta na Rede Batuque
Cesar Guerra-Peixe (1914-1993) Museu da Inconfidência Entrada Cadeira de arruar Panteão dos Inconfidentes Restos de um Reinado Negro
13 de abril de 2013 | 21h Theatro Pedro II Realização Ministério da Cultura
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Norton Morozowicz Regente convidado
Flautista e regente, é membro da Academia Brasileira de Música. Curitibano de nascimento é reconhecido como um dos mais importantes músicos do Brasil. Tendo alcançado brilhante carreira como instrumentista, solista e camerista, apresenta-se constantemente ao lado de renomados artistas nacionais e internacionais como Jean Pierre Rampal, com quem fez inesquecível parceria em memoráveis recitais e concertos. Realizou inúmeras excursões pelo Brasil, Europa, Estados Unidos e Canadá como flautista-solista da Orquestra Sinfônica Brasileira. Como regente, tem dirigido, com pleno sucesso de crítica e de público, as principais orquestras do país, como a Sinfônica Brasileira, Sinfônicas de São Paulo, da USP, de Campinas, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Salvador, Jazz Sinfônica e Banda Sinfônica de São Paulo. Sob a sua direção têm-se apresentado alguns dos maiores músicos da nossa geração tais como: Maurice André, Jean Pierre Rampal, Ingrid Haebler, Antônio Meneses, Nelson Freire, Yara Bernette, Arthur Moreira Lima, Cristina Ortiz, Lais de Souza Brasil, Boris Belkin, Leopold Lafosse, Antonio Guedes Barbosa, Caio Pagano, Dan Thai Song, Gilberto Tinetti, Antonio Del Claro, Linda Bustani e Cláudio Cruz, entre outros. Fundou a Orquestra de Câmara de Blumenau que, sob sua direção, tornou-se referência brasileira de música de qualidade, com abrangência nacional e internacional. Criou e dirigiu por várias gestões o Festival de Música de Londrina, idealizou e dirigiu várias edições do Festival de Música de Câmara de Blumenau. Foi professor titular e Notório Saber da Escola de Música da Universidade de Goiânia (UFG) e Artista Visitante da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Norton Morozowicz integrou a comissão indicada pelo Ministério da Cultura para escolha das obras comissionadas nos “500 anos de Descobrimento do Brasil”, participou da comissão nacional que outorgou o Prêmio Jorge Amado para Música Erudita como também tem sido convidado para a curadoria das bienais de Música do Rio de Janeiro. Com mais de trinta e cinco discos gravados, vem prestando significativa contribuição para a música do nosso país, por estrear, apresentar e gravar quer como regente, solista ou camerista, obras significativas de compositores brasileiros de todas as épocas.
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Caio Pagano Pianista
“E um instrumentista tão refinado, que não se pode perder nenhum de seus concertos.” (Washington Post) “O Pousseur foi transcendental, e Beethoven foi primeira classe absoluta, ao mesmo tempo idiomático e original.” (The New York Times) Caio Pagano nasceu em São Paulo, em 1940. Aluno da Escola Magda Tagliaferro, estudou com Lina Pires de Campos vencendo em 1962 o Concurso Eldorado. Seguiu estudos na Alemanha com Conrad Hansen, e com Helena Costa, Karl Engel e Sandor Végh. Em 1970 conquistou o Primeiro Prêmio do Concurso Internacional Beethoven, Portugal. Foi professor do Departamento de Música da USP (que ajudou a criar) de 1971 a 1984, ano em que se mudou para os Estados Unidos. Desde 1986, é professor de piano na Arizona State University, onde é Regentsʼ Professor, a mais alta honraria concedida por universidades norte-americanas. Apresentou-se em quatro continentes em mais de 900 concertos públicos como recitalista, camerista e solista de orquestra. Estreou 36 obras em salas de concerto de todo mundo, das quais 25 foram escritas e dedicadas a ele, incluindo diversos concertos para piano e orquestra. Caio ousa programações de obras modernas e contemporâneas, tendo estreado, só no Brasil, concertos como os de Schoenberg, Bartok II, Willy Correa, Gilberto Mendes, Koellreutter, e o Concerto de Câmara de Alban Berg com a OSESP. Apresentou-se com Sergiu Comissiona, Camargo Guarnieri, Szimon Goldberg, Howard Griffits, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Fabio Meccheti, Ernest Bour, Morton Gould, Roberto Minczuk, Roberto Tibiriçá. Como músico de câmara apresentou-se com artistas como Pierre Fournier, Janos Starker, Thomas Friedli, the St. Petersburg Quartet, Maria João Pires, Gerard Caussé e o Jacques Thibaud Trio. Tocou no Miami New World Festival, The Washington Interamerican Fest, Grenoble Festival, Megève Festival, Merida Festival e Montpellier Festival. Criou o Steinway Chamber Music Festival nos USA, em 2010 e 2012. Pagano foi escolhido “Professor of the Year” na Arizona State University em 2010. Júri de Concursos Internacionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Panamá, Portugal, Singapura, Estados Unidos, professor fundador do Instituto Politécnico de Portugal, foi até 2010 assessor para Projectos Especiais do Ministério de Cultura de Portugal. Com Maria João Pires, Pagano criou o Centro para Estudos das Artes em Portugal, gravou “Sons de Belgais” para a Deutsche Grammophon. Summit, Soundset, Deutsche Grammophon e Glissando lançaram suas gravações. O CD “Music for Children” com obras de Heitor Villa-Lobos recebeu críticas entusiásticas das revistas BBC Music Magazine (inclusive como “CD do mês”), Gramophone (Reino Unido), CD Compact (Espanha) e Fanfare (Estados Unidos). Em 2009 Soundset lançou um CD com obras de Brahms, Poulenc, Debussy e Berg (com o clarinetista Carlos Alves). Também em 2009 lançou um disco com obras tocadas na sua adolescência (“Remembrance”) e em 2010 um disco distribuído pela Revista Concerto aos seus assinantes, com obras de Schumann e Chopin. Em 2012 lançou um CD com as três Sonatas de Brahms ao lado de Emmanuele Baldini, e outro CD com os Quintetos de Schubert e Hummel gravados ao vivo no Japão com o trio Jacques Thibaud. Caio Pagano é um artista exclusivo Steinway.
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OUTONO-INVERNO
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nº 1.263 Programa Regente convidado: Norton Morozowicz Solista: Caio Pagano (piano) Carmargo Guarnieri (1907-1993) Dança Brasileira Choro para Piano e Orquestra Cômodo Nostálgico Allegro
Solista: Caio Pagano Alberto Nepomuceno (1864-1920) Série Brasileira Alvorada na Serra Sesta na Rede Batuque
Cesar Guerra-Peixe (1914-1993) Museu da Inconfidência Entrada Cadeira de arruar Panteão dos Inconfidentes Restos de um Reinado Negro
Entrada gratuita 14 de abril de 2013 | 10h30 Theatro Pedro II Realização Ministério da Cultura
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Notas de Concerto
Concertos Internacionais e Juventude Tem Concerto Camargo Guarnieri (1907 – 1993)
Nascido em Tietê, interior de São Paulo, Camargo Guarnieri foi um dos compositores do século XX que expressou de maneira mais intensa a identidade musical brasileira, não só através da utilização dos trejeitos de gêneros típicos de nossa cultura urbana como o choro e as canções seresteiras, mas, acima de tudo, fazendo amplo uso de todo manancial folclórico que nosso país possui. A sua Dança Brasileira, originalmente escrita para piano e posteriormente adaptada para orquestra, evidencia a forte brasilidade da linguagem de Guarnieri. Composta em 1928, quando o compositor tinha em torno de 21 anos, essa obra conjuga vários elementos típicos da música brasileira
em suas linhas melódicas, porém, é no ritmo que se concentra sua maior identidade. Foi através dela que ocorreu a aproximação de Guarnieri com uma ilustre figura que muito o influenciaria no decorrer de sua vida: Mário de Andrade (1893 – 1945), renomado poeta, escritor e músico, responsável por importantes textos sobre a estética musical brasileira da época. Guarnieri mostrou suas obras recém-compostas para Mário de Andrade e, dentre elas, a Dança Brasileira. O poeta se identificou de imediato com a obra do jovem compositor, pois muito do que estava presente na música de Guarnieri coincidia com seus ideais estéticos nacionalistas. O laço de amizade
entre ambos se estreitou durante os anos, e Mário de Andrade tornou-se tutor intelectual de Camargo Guarnieri. O Choro para Piano e Orquestra foi composto em 1956, época em que o nacionalismo pulsava mais fervorosamente na vida de Camargo Guarnieri. O termo “choro” utilizado no título da obra – assim como em várias outras do compositor – nos mostra o quanto esse gênero foi reconhecido e valorizado enquanto expressão popular brasileira, sendo que nessa obra em especial o compositor trata o gênero de acordo com os modelos clássicos de música para concerto, com instrumento solista e acompanhamento orquestral.
Alberto Nepomuceno (1864 – 1920)
O Nacionalismo foi uma influência muito forte para Nepomuceno, como também foi para Guarnieri. A diferença entre ambos, além do aspecto cronológico, reside principalmente no estilo: Nepomuceno estava mais atrelado ao legado da música europeia, sendo que em 1888 foi em viagem para a Europa para aperfeiçoar seus conhecimentos musicais, enquanto que a formação musical de Guarnieri foi nutrida quase que majoritariamente pelas fontes nacionais, embora ele nunca tenha negado a importância do formalismo proveniente do legado musical europeu. A Série Brasileira foi composta
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em 1891, enquanto Nepomuceno se encontrava em Berlim, na Alemanha, o que justifica a estética germânica usada na orquestração dessa obra. A Série Brasileira é constantemente apontada como precursora do Nacionalismo, devido ao fato de fazer citações diretas a cenas representativas do nosso país. Na Alvorada da Serra, por exemplo, encontramos referências aos cantos de pássaros característicos de nossas florestas, como o sabiá. Esse mesmo movimento começa com uma melodia bastante conhecida de nosso folclore – O Sapo Cururu –, o que afirma ainda mais
sua autenticidade nacional. Na Sesta na Rede, o compositor evoca a imagem do balanço de uma rede, do embalo suave que serve de impulso para que a música flua. O Batuque reflete toda a influência das raízes africanas em nossa cultura, do vigor dos ritmos sincopados, na imitação dos tambores e atabaques em um movimento de intensa vivacidade. Esse movimento fora antes uma peça solo para piano conhecida como Dança de Negros, composta em 1887, e que então foi orquestrada e renomeada pelo próprio Nepomuceno para que pertencesse à sua Série Brasileira.
Cesar Guerra-Peixe (1914 – 1993) Há uma grande divergência de caminhos se compararmos a trajetória de Guarnieri com a de Guerra-Peixe, embora sejam contemporâneos e possuam como principal característica de suas obras o espírito brasileiro. Camargo Guarnieri era rigoroso em relação ao uso dos elementos musicais brasileiros, e recusava a interferência de posturas composicionais que pudessem prejudicar a natureza desses elementos. Em 1950, Guarnieri causou uma grande polêmica ao publicar a famosa “Carta Aberta aos Músicos”, onde condenava o dodecafonismo – técnica composicional atonal baseada em uma série de doze tons –, que de acordo com o próprio compositor, poderia levar a uma “[...] degenerescência do caráter nacional de nossa música”. Durante certo tempo, assim como Guarnieri, Guerra-Peixe também foi influenciado pelas propostas difundidas por Mário de Andrade em seu “Ensaio sobre a Música Brasileira” e, até então, ainda compunha de acordo com os modelos tradicionais. A partir de 1944, Guerra-Peixe começou a ter contato com o pedagogo e compositor de origem alemã Hans-Joachim Koellreuter (1915 – 2005), principal difusor da técnica dodecafônica no Brasil. Essa aproximação incentivou Guerra-Peixe a experimentar a técnica dos doze tons, tão abominada por Guarnieri, no entanto, essa aventura dodecafônica de Guerra-Peixe durou apenas cinco anos, já que o compositor não viu mais sentido na tentativa de dar identidade nacional ao dodecafonismo. Isso o motivou a procurar outra fonte de inspiração: o folclore, e mais especificamente, o da região nordeste do
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Brasil, representado pelo frevo, maracatu, xangôs e outros ritmos, o que marcou seu retorno para a música tonal. A sua obra Museu da Inconfidência, escrita em 1972, pertence à fase mais criativa do compositor, onde depois de muito pesquisar e transitar por variados estilos, ele alcança uma maestria que o permite fundir inúmeras linguagens musicais, o que concede às suas obras uma vasta gama de cores, ritmos e ambientações diferentes. Essa obra retrata uma visita do compositor ao Museu da Inconfidência localizado em Ouro Preto, Minas Gerais. São cenas musicais que retratam ou recriam impressões que o compositor teve durante a visita. Inicia-se com a Entrada, que nos insere em um ambiente solene, e que então nos conduz para o segundo movimento, chamado de Cadeira de Arruar. Esse movimento possui tom satírico, pois retrata a cena em que escravos caçoam de seu senhor enquanto eles o carregam na Cadeira de Arruar – uma espécie de cadeira móvel onde o senhor era transportado pelos escravos em procissões, desfiles e demais festividades pelas ruas. O terceiro movimento, Panteão dos Inconfidentes, possui tom triste e desolado. Guerra-Peixe faz uma alusão aos que morreram nas manifestações de 1792, uma homenagem. O quarto e último movimento, Restos de um Reinaldo Negro, é um rondó que usa a sobreposição de dois temas em sua estrutura: um de caráter heroico e outro mais amargurado, como se estivesse reproduzindo o canto triste e nostálgico de um escravo que sente saudades de sua terra natal.
Por Dario Rodrigues Silva, Pianista, natural de Caçapava, interior de São Paulo. Bacharel em piano pela Universidade de São Paulo (USP) e mestrando em Práticas Interpretativas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). e-mail: dariorsilva@hotmail.com
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Ficha Técnica Presidente Décio Agostinho Gonzalez 1° Vice-presidente Dorival Balbino 2° Vice-presidente Silvio Contart Gestora Mariangela Quartim Coordenadora de projetos Dulce Neves Regente-titular Alex Klein Regente-assistente Reginaldo Nascimento VIOLINOS I Denis Usov° Petar Vassilev Krastanov Anderson Castaldi Giliard Tavares Reis Jonas Mafra Fernando Chagas Correa VIOLINOS II Marcio do Santos Gomes Júnior°° Ilia Iliev Anderson Oliveira José Roberto Ramella Eduardo Felipe C. de Oliveira Hugo Novaes Querino VIOLAS Willian Rodrigues°° Guilherme Pereira Daniel Fernandes Mendes Rossini Rocha da Silva Adriel Vieira Damasceno** VIOLONCELOS Jonathas da Silva°° Silvana Rangel Svetla Nikolova Ilieva Thieres Luiz Brandini Ladson Bruno Mendes Mônica Picaço** CONTRABAIXOS Marcio Pinheiro Maia°° Vinícius Porfírio Ferreira Walter de Fátima Ferreira Lincoln Reuel Mendes Renata Soares Cáceres* FLAUTAS Sérgio Francisco Cerri°° Riane Benedini Lucas Martinelli de Lira
TROMPETES André de Souza Pinto°° Natanael Tomás da Silva TROMBONES Ricardo Pacheco°° José Maria Lopes
FAGOTES Lamartine Tavares°° Denise Guedes de Oliveira Carneiro TROMPAS°° Edgar Fernandes Ribeiro°° Eraldo Alves de Araujo Carlos Oliveira Portela** Moises Henrique da Silva Alves**
Ambient Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto
TROMBONE BAIXO Paulo Roberto Pereira Junior
Astec - Contabilidade
TUBA Adilson Trindade de Avila
Banco Ribeirão Preto S/A
TÍMPANOS Luiz Fernando Teixeira Junior°°
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OBOÉS Lucas Emanuel Pinheiro Moreira CLARINETAS Krista Helfenberger Muñoz°° Bogdan Dragan
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Santa Helena Industria de Alimentos S/A São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Convidados do mês de março*** Heleodoro de Morais Junior - oboé (15, 16 e 30 ) Rodrigo Rangel Muller - oboé (15 e 16 ) Cintia A. Bueno - contra-fagote (15 e 16) Dailton Cezar Lopes - clarone (15 e 16) Devanildo Belmant - trompete (15 e 16) Lucas de Lira - piccolo (15 e 16) Paulo S. da Silva Filho - violino (15 e 16) Fabio Mai Baldo - violino (15 e 16) Dimas C. Araujo da Costa - violino (5, 16 e 30)
Savegnago Supermercado Ltda. UNISEB COC Stream Palace Hotel Usina Alta Mogiana S.A. - Açúcar e Álcool Usina Batatais S/A Açúcar e Álcool Usina Moreno Usina Santo Antonio Usina São Francisco Vila do Ipê Empreendimentos Ltda. 23
Apoio
Realização
Ministério da Cultura Associação Musical de Ribeirão Preto
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