painel
AEAARP
Ano XVIII nº 237 dezembro/ 2014
Os Profissionais do Ano AEAARP João Theodoro Feres Sobrinho, Joel Pereira e José Roberto Scarpellini foram os destaques de 2014
TECNOLOGIA Evento sobre construção encerrou o ano na AEAARP ARTE Veja a íntegra da palestra do engenheiro da ponte estaiada de São Paulo CONSELHO CREA-SP esclarece sobre motivos para o cancelamento de registros
Editorial
Eng.º Civil João Paulo S. C. Figueiredo
No final de cada ano, é comum fazermos um balanço do que foi feito e do que não foi possível fazer. Nós da AEAARP, em que pesem os fatores nega}vos externos à en}dade ocorridos no país, podemos afirmar que }vemos um ano posi}vo. Evoluímos na área dos convênios para a prestação de serviços médicos, tais como o da Unimed, com a criação de plano alterna}vo para os jovens associados e com a redução dos custos administra}vos decorrentes do gerenciamento do plano vigente, aplicada à par}r do úl}mo trimestre de 2014. Na área técnica, além das tradicionais semanas de agronomia e meio ambiente, engenharia, arquitetura e urbanismo e tecnologia da construção, promovemos diversos eventos isolados, com temas atuais e par}cularmente interessantes para os profissionais da área, tais como petróleo, paisagismo, legislação e normas atualizadas da ABNT (NBR-15.755), preservação e restauração de imóveis de interesse histórico e arquitetônico, manejo integrado de pragas e controle fitossanitário no âmbito da Embrapa e outras. Na área de serviços, além dos espaços tradicionais oferecidos, disponibilizamos a sala do associado, que pode e deve ser u}lizada sem ônus por qualquer associado, bastando o agendamento prévio junto ao setor administra}vo. Na área social, resgatamos eventos que há muito tempo não eram promovidos, como a “festa junina”, e implantamos a realização de “happy hours”, o úl}mo deles realizado em dezembro, com a par}cipação da Banda Master do Colégio Marista, que atraiu cerca de 200 pessoas, além da tradicional festa “Profissionais do Ano 2014”, que também foi um grande sucesso. Resgatamos também, através de várias gestões, o retorno ao nosso convívio de associados e an}gos colaboradores que estavam afastados da en}dade. Na área ins}tucional, entre outras ações, a AEAARP fundou, juntamente com outras 22 en}dades da sociedade civil de Ribeirão Preto, o FERP (Fórum das En}dades de Ribeirão Preto), que tem por finalidade promover gestões e discussões conjuntas sobre os temas de interesse público, alicerçadas no peso decorrente da representa}vidade dessa união. Ainda na área ins}tucional, man}vemos um relacionamento próximo e produ}vo com os conselhos de classe, o CREA e o CAU, e também com a Faeasp e a Unacen, que são a Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo e a União das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Centro Norte do Estado de São Paulo, das quais somos integrantes. Por fim, na área patrimonial desenvolvemos um projeto de ampliação da sede social para a implantação de instalações que irão proporcionar uma melhoria nos espaços disponibilizados para uso dos associados e terceiros. O projeto correspondente está aprovado junto ao Poder Público Municipal, que já expediu o Alvará de Construção. A obra deverá ser iniciada em janeiro. Portanto, consideramos que o resultado foi bom. Conseguimos realizar o que planejamos e esperamos que em 2015 possamos avançar mais. Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Presidente
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Expediente
Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Presidente Arq. e urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos 1º Vice-presidente Eng. civil Ivo Colichio Júnior 2º Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Financeiro: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil Elpidio Faria Júnior Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite
ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO
DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Edes Junqueira Diretor de Comunicação e Cultura: eng. civil José Aníbal Laguna Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. José Antonio Lanchoti DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Gilberto Marques Soares Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. e urb. Carlos Alberto Palladini Filho Engenharia e afins: eng. civil José Roberto Hortencio Romero CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna
Índice ESPECIAL
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ENGENHARIA
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INDICADOR VERDE
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CREA-SP
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NOTAS E CURSOS
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AEAARP comemora o 35º Prêmio Profissionais do Ano
Tecnologia como solução para a engenharia
Cancelamento de registro
Conselheiros Titulares Eng. agr. Callil João Filho Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Eng. civil Cecilio Fraguas Júnior Eng. civil Edgard Cury Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco Eng. agr. Geraldo Geraldi Júnior Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. civil Iskandar Aude Eng. civil José Galdino Barbosa da Cunha Júnior Arq. e Urb. Maria Teresa Pereira Lima Eng. civil Nelson Martins da Costa Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros Suplentes Eng. Agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. Agr. Denizart Bolonhezi Arq. Fernando de Souza Freire Eng. civil Leonardo Curval Massaro Eng. agr. Maria Lucia Pereira Lima CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e Eng. civil Hirilandes Alves REVISTA PAINEL Conselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado, eng. civil José Aníbal Laguna e eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin conselhoeditorial@aeaarp.org.br Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br Editores: Blanche Amancio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
Horário de funcionamento AEAARP CREA Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
ESPECIAL
AEAARP comemora
o 35º Prêmio Profissionais do Ano Em 2014, a premiação alcançou a marca de 65 homenageados
Cerimônia de entrega do prêmio
Mais de 400 pessoas par}ciparam do principal evento social do ano da AEAARP, a grande festa que acontece tradicionalmente após a cerimônia de entrega do Prêmio Profissionais do Ano. O engenheiro João Theodoro Feres Sobrinho, o arquiteto Joel Pereira e o agrônomo José Roberto Scarpellini }veram suas carreiras valorizadas na cerimônia, com destaque para as caracterís}cas pro-
fissionais que jus}ficaram as escolhas. Em seu discurso, o engenheiro João Paulo Figueiredo, presidente da AEAARP, ressaltou que a inversão da curva de crescimento econômico vivenciada pelo país desde o final de 2013 provocou retração econômica. Por este mo}vo a valorização das profissões da área tecnológica é uma ação estratégica desempenhada pela Associação.
“Nada do que vier a ser feito poderá prescindir do nosso trabalho, sem o qual não há como promover desenvolvimento tecnológico. Isso nos traz algum alento em relação às oportunidades no futuro”, observou. Seu discurso precedeu o do engenheiro Wilson Luiz Laguna, presidente o Conselho Delibera}vo da en}dade, que destacou a importância da premiação.
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João Theodoro e Fernando Junqueira
Joel Pereira e Ercilia Pamplona
José Roberto Scapellini e Denizart Bolonhezi
Ricardo Debiagi, Callil João Filho, Carlos Alencastre, João Paulo Figureiredo, Ercília Pamplona, Geraldo Geraldi Júnior e Luis Antonio Bagain
João Paulo Figueiredo e os ex-presidentes Genésio Abadio de Paula e Silva, José Antonio Barbosa, José Baista Ferreira, Luiz Eduardo Siena de Medeiros, José Anibal Laguna, Elcio Elias Filho, Wilson Luiz Laguna e Cleder Provêncio
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Público presigia os Profissionais do Ano 2014
João Paulo Figueiredo
Wilson Laguna
Geraldo Geraldi, Nilson Baroni e Ivo Colichio
João Theodoro
Joel Pereira
José Roberto Scarpellini
Maraisa e Gilberto Marques Soares
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Daniel, Guilherme, João Theodoro e Flávia Feres
Joel Pereira, Flávia Pereira, Rosa Pereira, Jacira Pereira, Maria Flávia e Araci Pereira
José Anibal Laguna, Helcio e Nilza Elias
Iskandar Aude, Hideo Kumasaka, Antonio Pinhata e Tadeu Barros
Hideo Kumasaka, João Paulo, Tércia Oliveira e João Carlos Correia
Alexandre Fusco, João Paulo Figueiredo, Angela Dorta e Carlos Alencastre Revista Painel
Maria Cecilia e Luiz Eduardo Siena de Medeiros
Coral Som Geométrico
José Roberto, Rosana e Giulia Scarpellini
Maria Luzia, Matheus e Denizart Bolonhezi
Carlos Alencastre, Gilberto Soares, Callil Filho e Arlindo Sicchieri
José Anibal, Lali e Wilson Laguna
Adriana Silva
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Vera e JoĂŁo Paulo Figueiredo
Bruno, Fernanda, Kaia e Nelson Coni
Carlos Alberto e Mercedes Pedreira
Ruth Furquim e Giulio Prado
Ana Lucia e Reginaldo Darini
Paulo Tadeu e Maria JosĂŠ Barros
Daniel Antunes, Geraldo Geraldi, Dayana Riul, Carla Matos e Luiz Fernando Gava
Solange Fecuri
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Angela Dorta, Nairzinha Nogueira, Adriana Carvalho, Francisco Silva e Elvis Cover
Arlindo Sicchieri, João Paulo Figueiredo e Luiz Eduardo Siena
Carlos Alencastre, Denise Câmara, Gislaine e Paulo Araújo
Carlos Alencastre e Tapyr Sandroni Jorge
Augusto e Michelle Faria, Veridiana Ozaki, Beatriz Faria, Lucia e Sérgio Ozaki e Maria Tereza e Elpídio Faria
Edson Forni e Maria do Carmo
Elvis Cover e Marta Vecchi
João Augusto, João Francisco, João Guilherme e João Ricardo Tremeschin
Revista Painel
José Miguel e Ana Maria Santos
Tarek Callil e Callil João Filho
Giulio Prado, Ana Claudia Marincek, Marcia e Edisom Souza, Renato Prado, João Paulo Figueiredo, César Augusto e Nilza Prado
Adriana Silva, Leandro Silva, João Paulo e Vera Figueiredo e Gustavo Molinari
João Paulo e Vera Figueiredo, Denise Câmara e Carlos Alencastre
Marcos Spínola, José Baista Ferreira, Luiz Eduardo Siena, Antonio Pinhata, José Romero, Cleder Provêncio, Celso Santos
Milton Vieira Leite e Roberto Vecchi
Maria Teresa Lima
Destine 16% do valor da ART para a AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto)
Nelson Marins, Carlos Henrique, Alexandra Marques, Fábio Bapista, Isis Registro, Glória Freitas e Luiz Gonzaga
Paulo Tadeu Barros e João Paulo Figueiredo
Agora você escreve o nome da entidade e destina parte do valor arrecadado pelo CREA-SP diretamente para a sua entidade
Regina Foresi, Marcos Spínola, Nilton Ferrato, Fernando Junqueira, Paulo Laguna, Milton Vieira e Erb Ribeiro
Adolfo e Kaia Sanches
Contamos com sua colaboração! AEAARP
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Sebasião Azevedo, José Antonio, Paulo Rizzi, Nilson Baroni e Paulo Lopes
William Fujii, José e Sônia Barbosa
Suzana e Fred Campos, Ana Claudia Vamir e Antonio Cavalcante e William e Izilda Marincek e Giulio Azevedo Prado, Marcia Matos e Edisom Souza, Renato Curoco Prado
Rodrigo e Cássia Bacanna, Joel Pereira, Rafael Doria, Leonardo e Flávia Pereira , Flavia e Gabriel
Devanir e Luciana Medina, José Onécio e Amanda Castro Prado, Robledo e Liliane Pereira
Revista Painel
Nahara Makovics, Alexandre Fusco, Daniela Antunes, Veruska Schereiber e Tarcisio Filho
Wilson Laguna Jr. Isabella Hyertquist, Samantha Ganzerle, Danilo Ganzerle e Thiago Aita
Lehcia Donai, Ariadne Nazario, Talita Tremeschin, Giulia Absano, Jaqueline Ribeiro e Brenda Tremeschin
Blanche Amancio e Bruna Zanuto
Marcos e Paula Penteado, Carlos Alencastre, João Paulo e Vera Figueiredo, Paulo Fernando e Mara Sena, Fausto e Leda Venturelli
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Callil Filho, José Galdino e Gislaine Cunha, Geraldo Santos e Ercilia Pamplona, Luis Antonio Bagain e Marisa
Edna e Leopoldo Massaro, Arlindo e Darrel Sicchieri
De pé: Renan do Vale, Leandro Silva, Vera e João Paulo Figueiredo e Gustavo Molinari Sentadas: Fernanda Bongiovani e Elza Helena
Paulo Rodrigues e Cleide Maria
José e Maria Alchmin, Maria Inez e Fernando Junqueira, Fernanda Carvalho e Renato Souza
Edna e Cleder Provêncio, Maria e José Bapista Ferreira, Vera e João Paulo Figueiredo
Gilson Moneda Alberto, João Paulo e Vera Figueiredo, Ricardo Debiagi
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ARQUITETURA
Revista Painel
ENGENHARIA
Tecnologia como solução para a engenharia
A 5ª Semana de Tecnologia da Construção encerrou o calendário técnico da AEAARP em 2014
As palestras da 5ª Semana de Tecnologia da Construção abordaram temas que ofereceram conhecimento sobre técnicas constru}vas e soluções de engenharia. A Painel resumiu, no texto a seguir, duas palestras: a que trata dos Resíduos Sólidos da Construção Civil e aquela cujo tema foi a automação. “Foram abordagens importantes do ponto de vista da responsabilidade do construtor e das inovações do mercado”, observa o engenheiro João Paulo Figueiredo, presidente da AEAARP e coordenador técnico do evento. A terceira palestra, sobre pontes estaiadas, foi transcrita na íntegra. O en-
genheiro civil Catão Francisco Ribeiro mostrou como a engenharia produz obras de arte na palestra Projetos estruturais de obras de artes especiais. Ele relatou como a empresa que dirige projetou a ponte estaiada de São Paulo e a que atravessa o rio Negro. Catão informou que aprendeu sobre pontes estaiadas com engenheiros estrangeiros e que atualmente presta consultoria sobre o tema.
Projetos estruturais de obras de artes especiais
Catão Francisco Ribeiro, engenheiro civil, diretor-execuivo da Enescil, São Paulo-SP
Ponte Octavio Frias de Oliveira
Quando vamos fazer um projeto é preciso pensar se aquilo tem viabilidade vsica para ser construído, se a grua vai alcançar, se o concreto vai chegar, como será feito, pois, se não pensar nisso tudo, a obra fica inexequível. A ponte estaiada de São Paulo custou R$ 225 milhões. O túnel que foi feito na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no bairro de Pinheiros, só vai e não volta, não passa ônibus nem caminhão e só tem duas faixas de tráfego - custou R$ 1,5 bilhão. Já a ponte estaiada tem três faixas em cada sen}do, 3 km de extensão total, que são divididos entre viadutos e alças, AEAARP
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custou muito menos, passa caminhão e ônibus e tem uma u}lidade muito maior, com um custo muito menor. Agora nós estamos em uma discussão com o governo do Estado de São Paulo, porque queremos fazer uma ponte para ligar Santos ao Guarujá (São Paulo) e eles querem fazer túnel. A ponte custa menos de R$ 1 bilhão e o túnel vai custar mais de R$ 5 bilhões. Para que fazer túnel se ele perde para a ponte em mais de dez vantagens como, por exemplo, iluminação forçada, ven}lação forçada, brigada de incêndio, manutenção mais cara, paralisação do porto para a construção, claustrofobia etc.
O traçado
Na Ponte Octavio Frias foram feitos dois tabuleiros sobrepostos. O traçado dessa obra era um tabuleiro sob o outro. Isso nunca }nha sido feito. Esse projeto foi um desafio muito grande. Primeiro porque a obra era curva e, até então, as pontes estaiadas no mundo todo eram retas. Além disso, era um tabuleiro curvo sobre o outro e o mastro em forma de “X”. Originalmente, a ponte seria reta e as duas vias iam se cruzar em cima da marginal e teriam duas torres. Essa solução foi para a concorrência e quando descobrimos a construtora que iria executar, eu apresentei a proposta de fazer uma torre única. Mas, o cara da construtora falou que eu era louco e que não dava para fazer isso. Eu fiz uma série de ponderações e os engenheiros da OAS acreditaram cegamente no que eu falava, disseram que dava para fazer sim e que ia ser feito. Quando falei para o meu engenheiro que ia calcular a ponte e que teria o “X”, ele disse que não sabia fazer. Insis} que ele sabia e que ia fazer. Eu sabia que ia dar certo, porque eu }nha feito conRevista Painel
João Paulo Figueiredo
tas preliminares e já }nha uma ordem de grandeza dos esforços e sabia que a ponte ficaria de pé. O que existe de mais moderno em engenharia civil é ponte estaiada. Ela só existe porque temos computadores e soqwares de estrutura com competência para montar o modelo matemá}co para calcular. É muito simples calcular ponte pênsil, porque usa uma única equação. Já na estaiada cada cabo é uma equação.
A Ponte Octavio Frias, por exemplo, tem 140 cabos, ou seja, são 140 equações. Foi por causa do computador que a ponte estaiada se desenvolveu. O mastro em “X”veio de uma necessidade estrutural e não arquitetônica. Cada tabuleiro curvo necessitava de um mastro inclinado para ser equilibrado e isso virou um “X”. Quando o arquiteto João Valente viu o projeto, disse que o “X” não ia pegar bem e que nunca }nham feito “X”. Eu expliquei que era a solução para a ponte ter maior equilíbrio e melhor forma, pois os tabuleiros iam se cruzar em cima do meio da avenida. Ele disse que não ia assinar o projeto e que a primeira proposta estava muito melhor. Dei a ele uns dias para pensar e anunciei que ia falar com outro arquiteto. Aí eu disse que o outro topou, o que não era verdade, e perguntei se ele queria fazer, aí o Valente acabou aceitando. A ideia inicial era horrível, porque o cruzamento estava em outro lugar e quem viria da avenida não iria ver as torres, porque ficavam atrás dos prédios. E quem viria da Marginal [Pinheiros] iria ver um negócio torto e uma obra reta, mas que deveria ser curva.
Construção da Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo
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Catão Francisco Ribeiro
Além disso, o projeto não atendia ao que poderia atender do ponto de vista funcional. Para vencer o vão de 150 metros, a obra teria que ser estaiada. E o tabuleiro teria que cruzar com o outro. Esse era o desafio. E para isso ficar de pé só }nha um jeito: fazer o “X”.
Os desafios
Tínhamos vários desafios para conseguir construir essa ponte, como, por exemplo, a estação de bombeamento. Havia uns tubos vermelhos que bombeavam água do córrego para o rio Pinheiros. Tinha uma linha de transmissão de 355 mil kVA, duas linhas de transmissão que transmi}am energia para toda a cidade de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o rio Pinheiros e a Marginal Pinheiros, fora as linhas de alta tensão elevadas nas quais }vemos de mexer também. Eram muitas interferências. O “X” }nha 138 metros de comprimento. Na primeira parte, que vai do solo para o primeiro tabuleiro, tem 12 metros de
altura para poder passar o trem. Do primeiro tabuleiro para o segundo eram 10 metros de diferença. Cada cabo tem uma ancoragem que precisa ser calculada para dar o ângulo certo na hora de encaixar no tabuleiro. Nós temos 144 ancoragens no mastro e 144 ancoragens no tabuleiro. A inclinação tem que ser uma na horizontal e outra na ver}cal para dar o ângulo certo, porque o cabo não é exatamente uma reta, ele tem uma ligeira curva que é calculada. O tabuleiro também não está em nível, tem uma curva em elevação. A geometria dessa ponte é extremamente complexa, }vemos que voltar nos cálculos de geometria analí}ca para definir o plano do tabuleiro, fazer o cabo e calcular anali}camente a cota a que ele }nha de chegar. Foi muito divcil. A construtora OAS foi muito competente. Dos 144 cabos apenas dois }veram problemas de encaixe, porque concretaram errado. Por causa disso, }vemos que colocar mais ancoragem nos cabos vizinhos aos que }veram problemas, de forma que eles ficaram aliviados de carga, porque com a dobra da cordoalha esses dois cabos perderiam resistência. Os cabos foram colocados como se fosse um bordado, depois de colocar dois em um dos tabuleiros |nhamos de colocar mais dois no outro. Você não consegue avançar um tabuleiro sozinho sem que outro tenha avançado igual. Aquilo está permanentemente em equilíbrio. O mastro está rigorosamente equilibrado em termos de cargas permanentes, de maneira que essas cargas segurem a torre de forma centrada. A única coisa que faz com que a torre se movimente para um lado e para outro são as cargas móveis. O tabuleiro tem uma inclinação constante e um vão de 150 metros. Cada vez que avançava um pedaço na construção do tabuleiro, era preciso concretar 7,60
ANUNCIE NA PAINEL
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angela@aeaarp.org.br
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metros, passar dois cabos e concretar mais 7,60 metros, fazendo a curva. Cada segmento desse tem que durar uma semana, ou seja, concretava-se no sábado, domingo curava, segunda já avançava com a treliça. Não podia perder o prazo. Tudo era novidade na época, não se }nha experiência com isso.
Fibonacci
Um dia conheci a Sequência de Fibonacci, criada pelo italiano Leonardo Pisano no ano 1.200 depois de Cristo. É uma serie de números que começa com 0, 1, 1+1 é igual a 2, 1 + o úl}mo número é igual a 3, 2+3 dá 5, 3+5 dá 8, 5+8 dá 13, 8+13 dá 21, e assim vai. Essa série é infinita e se você desenhar qualquer coisa com esse número é possível construir tudo da natureza. As árvores são assim também. Fibonacci achou essa série em um problema que estava resolvendo e depois percebeu que tudo }nha a ver com essa sequência. Por exemplo, a distância do nosso umbigo ao pé é um número Fibonacci: se você pegar o número 5 e dividir por 8 dá 0,6 e 8 dividido por 3 dá 0,61 e assim por diante. Sempre a relação entre um número seguido e outro dá aproximadamente 0,61. Tudo na vida
Ponte estaiada Rio Negro, no Amazonas Revista Painel
tem a ver com essa sequência numérica. Aí pensei: se aquele “X” }nha alguma coisa a ver com isso, e se eu calculei certo a ponte, então ela deve ter a proporção certa. Dividi a altura da ponte e deu 0,6, então }ve a certeza que a ponte não ia cair, porque está seguindo as proporções da natureza. Depois que conheci Fibonacci, todas as pontes que projetamos, sempre checo as proporções de Fibonacci. Se não deu certo, eu dou uma ajustada para ficar.
Ponte rio Negro
A Amazônia é muito plana e não tem queda, o rio é pra}camente plano. Quando o rio está na cota mais baixa, ele está 15 metros acima do nível do mar. E quando está na cheia, ele está 30 metros acima do nível do mar. Então ele varia 15 metros. É pra}camente um lago, a velocidade da água é muito suave, não tem correnteza. A água desse rio é escura, mas é pura e limpa. O rio Amazonas é formado pelo rio Solimões e rio Negro. O Solimões tem água barrenta e o Negro, água escura. Eles se juntam e formam o Amazonas. A Ponte Rio Negro está a 20 km do encontro das águas desses dois rios. Nós fizemos a ponte onde o rio Negro
era mais estreito. A largura média desse rio é de 5 km, mas tem lugar que chega a 10 km. A largura mínima é onde }nha uma ilha, a Ilha do Camarão. Construímos a ponte onde acabava a ilha e fizemos uma estrada dentro dessa ilha para atravessar. Também |nhamos que deixar vazão para passar navios de turistas com 50 metros de altura. A Ponte Rio Negro tem 3.595 metros e dois vãos de 200 metros que são estaiados. A largura do tabuleiro é de 22,60 metros no trecho estaiado e 22,70 metros no trecho convencional. Ela liga Manaus a Iranduba e ajudou a promover a integração regional, o escoamento de produtos agrícolas, o desenvolvimento urbano e aumentou o número de turistas. Antes a travessia por balsa demorava em torno de 40 minutos, agora a travessia rodoviária demora 5 minutos. Essa ponte tem mais 71 vãos, com comprimento de 45 metros. A construção do bloco até a torre tem 185 metros de altura. Essa construção é muito alta no Amazonas, porque a copa das árvores não passa de 50 metros. Quando está lá em cima, é possível ver quase o Amazonas inteiro, pois a região é plana.
As soluções
Tivemos algumas dificuldades iniciais. Em razão da grande lâmina d’água só se conseguiu fazer a primeira sondagem após seis meses. E, após a sondagem, descobriu-se que o solo era formado por camadas de areia, argila orgânica, arenito e argilito, que não permi}am a cravação de estacas de 80 cm de diâmetro. Por causa disso, todo o projeto e a logís}ca da execução da fundação }veram de ser reformulados. O que mais demorou nessa obra foi a sondagem. Depois que a obra começou, demorou 4 anos e meio para finalizá-la. As soluções propostas foram estacas
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de concreto de grande diâmetro, escavadas com o auxílio de lama bentoní}ca, reves}da por camisa metálica (diâmetro de 250 cm ou 220 cm). As estacas }nham entre 70 e 91 metros de comprimento. O bloco precisava ficar em uma cota em que ele ficasse seco, porque ele seria concretado. Sabíamos que no período das cheias o rio não chegava na cota de 28 metros. Portanto, consideramos a cota de 28 metros e naquele mesmo ano o rio bateu o recorde de enchentes e chegou à cota 30, justo no ano em que precisávamos que ficasse na cota 28. A ponte chegou a ter estaca de 100 metros, pois ela }nha de vencer o espaço do final do bloco até a supervcie da água, e da supervcie até o fundo da
água. Esta úl}ma medida dava 91 metros de profundidade. Foi cravado um tubo metálico e depois feita a concretagem submersa com uma hélice escavando. A obra custou R$ 600 milhões.
A concretagem
As estacas eram levadas flutuando pelo rio, aí colocávamos um tubo vazado de pé, com diâmetro de 2,5 metros, e o furávamos para a água entrar dentro. Depois o tubo era escavado com vibração, era um guindaste que ia vibrando. Enquanto o terreno era fofo, o tubo ia entrando. Depois que ficou firme, colocávamos uma haste que perfurava o solo e cortava a rocha. Depois que ela cortasse a rocha, jogávamos lama betonite ou polímero, e esse
material não deixava a água entrar, pois ele é um pouco mais pesado que a água. A água pesa 1 quilo por litro e o polímero pesa 1,05. Aí jogávamos a gaiola de ferro, que era a armação de concreto, que }nha 90 metros de cumprimento. O guindaste ia colocando devagar. Quando chegava ao ponto certo, era jogada uma mangueira com concreto fluido. Para cada metro de estaca eram necessários 5 metros cúbicos de concreto. Um caminhão betoneira tem 6 ou 7 metros cúbicos. Para concretar uma estaca de 90 metros, usávamos 70 caminhões betoneiras. Esse concreto era líquido e }nha retardador de pega, pois se endurecesse nesse processo perdia-se a estaca. E não podia perder uma estaca,
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Fundação da Ponte Estaiada Rio Negro
porque naquele lugar não ia ser possível colocar outra. Uma estaca chega a pegar 2.500 toneladas de carga. Só para testar se a estaca estava boa, |nhamos que jogar o dobro da carga, ou seja, 5 mil toneladas de carga em cada estaca, para fazer a prova de carga está}ca. O retardador de pega do concreto }nha de durar 17 horas. Então, |nhamos 17 horas para fazer a operação de jogar 70 caminhões betoneira no meio do rio Negro. As balsas carregavam os caminhões, cada caminhão jogava concreto no tubo, saía e dava lugar para outro. Quando dava a pega, travava tudo, endurecia e estava pronta a estaca. Essa obra, com vão de 45 metros e 3.600 metros de comprimento, precisava de 72 pilares. Cada pilar }nha no mínimo três estacas. U}lizamos 240 estacas, com comprimento médio de 80 metros. E cada estaca precisava de 70 caminhões de concreto. Chegou uma hora que |nhamos 40 balsas ao mesmo tempo no rio Negro. Essa obra chegou a ter 2.000 homens trabalhando. O tabuleiro da parte estaiada tem 200 metros de cada lado, mas ele }nha uma dificuldade grande: foi projetado em pré-moldado. Mas como vai fazer um canteiro de pré-moldado em Manaus e levar esse material da margem até o meio do rio Negro? São 2 km de barco por dia carregando o pré-moldado. Então, chegou-se à conclusão que era preciso fazer uma balsa gigante e usá-la como se fosse um canteiro de obras. Fazíamos Revista Painel
o pré-moldado, |nhamos de protender para a}ngir a resistência de no mínimo 30 MPa e subir com um guindaste. Cada peça }nha 100 metros cúbicos de concreto e pesava 250 toneladas. Foi u}lizada uma treliça que aguentava 320 toneladas. A treliça era fabricada na Inglaterra e custava muito caro trazê-la. Aí foram ver se podiam comprar só o projeto da treliça e executar em uma metalúrgica brasileira. E deu certo. Para operar a treliça, os equipamentos eram todos importados da Inglaterra e também veio um profissional britânico para auxiliar a mexer no equipamento. Isso que foi feito em 3.600 metros de comprimento no Amazonas vai ser feito em 12 km no mar de Salvador, que é a ponte Itaparica-Salvador. Imagina o desafio que vai ser essa obra, considerando que lá tem correnteza e o mar não varia apenas 15 metros de altura, em meses. Lá a maré sobe 3 metros de 6 em 6 horas e a velocidade da água chega a 3,5 metros por segundo. No rio Negro a velocidade máxima da água era de 0,6 metros por segundo. O grande desafio em Itaparica será construir uma obra em mar aberto, que tem de suportar passagem de navios e precisa de uma engenharia de aerodinâmica.
Adi}vos no concreto
Quando a obra é no mar, temos de ter um adi}vo contra os cloretos, que são os sais do mar. No caso do rio Negro, ele tem uma acidez muito forte, o que acaba con-
sumindo o cimento. Aí é preciso usar um adi}vo próprio para essa situação. Toda obra tem que ter a análise dos materiais que serão usados na construção do concreto. Hoje, na área de engenharia de pontes, o Brasil não deve nada a ninguém, ao contrário, as nossas obras não são tão grandes quanto as do exterior, mas nós temos obras com muita sofis}cação no cálculo de construção.
Processo de fabricação dos estais
As ancoragens dos estais são especiais, porque são um elemento que fica no tempo, sujeito a chuva, calor e vento. Então, tem quádrupla proteção. É como se fosse um cabo protendido, onde há as cordoalhas. O estai no ar tem uma vantagem, ele não tem atrito. E quando puxa o cabo, ele não tem a perda por atrito, porque está no ar, mas tem a perda da fadiga, porque ele vibra um pouco com o vento. Cada cordoalha é engraxada, depois da graxa eles passam PHDL, que é um plás}co especial envolvendo a cordoalha. Há cabos que têm 120 cordoalhas e elas são colocadas uma a uma, e há cabos menores, que têm menos carga, e têm somente 15 cordoalhas. Uma cordoalha aguenta 25 toneladas de carga e é puxada, no máximo, a 45% da tensão de ruptura, ou seja, um cabo que rompe com 25, 26 e 27 toneladas, ele é puxado no máximo com 12 toneladas. Quando tensiona um cabo você leva a ele aproximadamente 8 toneladas. Quando a carga móvel entra em uma pior situação ele chega a 12 toneladas, que é 45% da tensão de ruptura, ou seja, a mesma tensão que os cabos de pontes pênsil têm. Um cabo protendido qualquer pode ser puxado a 75% da tensão de ruptura e ele estará absolutamente protegido e não vai se mexer. Os estais têm a proteção da graxa, a
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proteção individual de PHDL, depois têm a proteção do tubo de PHDL geral, e cada fio da cordoalha, cada cordoalha é composta por sete fios, é galvanizado. Depois eles são puxados e caem em uma ancoragem, só que é uma ancoragem especial com rosca galvanizada, muito bem feita, não pode entrar água. E eles puxam um fio por vez. Quando a obra termina, é feita a pesagem das cargas permanentes para ver como estão atuando em sua totalidade e aí avaliamos quanto está de força em cada cordoalha. Isso será comparado com os cálculos e se a diferença ficar em mais ou menos 10% pode deixar. Mas se a diferença es}ver a mais ou a menos de 10%, tem que soltar. E o grande problema é que quando afrouxa um cabo aumenta a tensão nos outros. Aí você vai soltar no cabo vizinho e puxa no outro, e assim por diante. É bastante complicada a preparação e a puxada de ajuste final da obra. Se alguém fizer um atentado e }rar uma cordoalha, não é como dominó, que se arrancamos uma peça as outras todas vão cair, pois se a carga móvel está trabalhando com 45% da força de ruptura, como não tem a carga móvel total, ela deve estar com 30% da força. Para poder derrubar uma ponte tem que romper três cordoalhas ao mesmo tempo e elas estão distantes uma da outra quase 5 ou 6 metros. Nem uma jamanta desgovernada consegue derrubar uma ponte dessas. A ponte pode perder uma cordoalha e não cair, porque as outras trabalham um pouco mais e nesse caso nem precisa interromper o tráfego para fazer o conserto, simplesmente consertar aquele cabo arrebentado com o tráfego normal. O importante é ser um conserto rápido para que não dê uma alternância grande e não entrem em fadiga os cabos que estão sendo solicitados acima dos 45%.
Duração das pontes estaiadas
Uma ponte estaiada é feita para durar no mínimo 100 anos. Nós fazemos simulações no computador de envelhecimento do concreto e corrosão do aço de 100 anos para frente. Depois de construída a ponte, não tem que fazer nada de manutenção, a não ser a checagem de forças, pois pode ser que o concreto encurte. Quando o concreto encurta por causa da retração de formação lenta, ele afrouxa o cabo. Quando afrouxa, ele se deforma mais. Com a checagem de forças, sabemos qual força está atuando no cabo depois de 5, 10, 20 e 30 anos. Depois de 30 anos não acontece mais nada, porque não mexe mais, pois tudo o que }nha que acontecer com o concreto já aconteceu. A Alemanha começou a construção de pontes estaiadas na década de 1970. Então já temos um histórico de acompanhamento e deformação. Só que as pontes alemãs são metálicas. O concreto tem vantagem e desvantagem em relação ao aço. A maior vantagem é a durabilidade, e o que complica muito é a deformação lenta do concreto.
Vãos livres
Cada }po de solução tem seu processo constru}vo e o campo de u}lização que eles chamam de ó}mo. O balanço excessivo, que é o processo constru}vo alterna}vo à ponte estaiada, tem um campo ó}mo de u}lização até 120 metros. Até 150 metros é chamado de campo excepcional de u}lização. Mas tem balanço excessivo com até 300 metros. Mas acho um verdadeiro absurdo o custo e o peso dessa estrutura. A ponte estaiada com vãos livres acima de 150 metros e até 1.200 metros é a solução mais econômica. Quem quer fazer pontes acima de 150 metros tem que fazer ponte estaiada.
INDICADOR VERDE
201,56 MW É a quan}dade de energia eólica que será gerada no Nordeste do país, com a construção de duas novas usinas, uma no Rio Grande do Norte e outra no Piauí. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 422,3 milhões para a construção desses dois projetos eólicos. O Morro dos Ventos II terá capacidade de geração de 29,16 MegaWaws, custará R$ 84,3 milhões e deverá entrar em operação com 18 aerogeradores em 2016. O empreendimento pertence ao Complexo Eólico Morro dos Ventos e Eurus, formado por oito usinas eólicas. Já o Complexo Chapada do Piauí II, cujo inves}mento total ainda está sendo analisado pelo BNDES, que liberou empréstimo-ponte de R$ 338 milhões, terá capacidade de geração de 172,4 MegaWaws e será conectado ao Sistema Interligado Nacional. O complexo irá operar com 100 aerogeradores produzidos pela General Eletric do Brasil e ainda não tem data para ser entregue. Fonte: Infraestrutura Urbana.pini
AEAARP
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Ponte Itaparica-Salvador, um projeto gigantesco
Estamos fazendo um projeto gigantesco, o maior projeto de ponte do Hemisfério Sul, que é a ponte que liga Itaparica a Salvador (Bahia). Tem 12 km de extensão sobre o mar e o tabuleiro tem largura de 32,40 metros. Em largura, essa ponte é uma vez e meia o tamanho da ponte Rio-Niterói (Rio de Janeiro), e em comprimento a ponte Rio-Niterói tem 9 km sobre o mar. A ponte de Itaparica tem 12.200 metros sobre o mar, sendo que a Baía de Todos os Santos é quatro ou cinco vezes maior que a Baía de Guanabara e a profundidade do mar na Baía de Todos os Santos chega a ter 50 metros, enquanto na Baía da Guanabara o máximo é 25 metros de lâmina d’água.
Gestão integrada de Resíduos Da Construção Civil (RCC)
Rafael Saghy, engenheiro ambiental da Estre Ambiental, São Paulo-SP
O Brasil gera 1,04 kg de lixo por habitante por dia, segundo o úl}mo panorama, divulgado em 2013. De acordo com o palestrante, o engenheiro ambiental Rafael Saghy, o país gerou em 2013, aproximadamente, 76 milhões de toneladas de lixo. Destes, 69 milhões de toneladas foram coletados. “Hoje em dia, muito lixo fica pelo caminho, seja nas margens dos rios ou em terrenos baldios”. A Polí}ca Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) havia es}mado, em 2010, que até 2014 os lixões deixariam de exis}r no Brasil. Mas isso não aconteceu. “Tem uma emenda no Senado para postergar o encerramento dos lixões nos municípios”. No país, 60% do lixo tem des}nação inadequada, segundo dados apresentados pelo engenheiro. “Se analisarmos as cinco regiões do país, vemos uma disparidade muito grande entre elas”. Na região Revista Painel
Rafael Saghy
Norte 79,6% do lixo vai para local inadequado, no Nordeste 74,7%, no Centro-Oeste 65,5%, no Sudeste 51% e Sul 41%. Em uma análise global, o Brasil produz anualmente 76 milhões de toneladas de resíduos. A União Europeia produz 252 milhões de toneladas e os Estados Unidos 250 milhões de toneladas. “Por ser um país em desenvolvimento, a tendência é que o Brasil aumente a geração de lixo progressivamente”. Já a porcentagem de material que é reciclado no país é muito pequena. Do total de lixo produzido anualmente, o Brasil recicla apenas 2%. A França recicla 16% do lixo gerado, o Japão e União Europeia 17%, os Estados Unidos 24%, a Alemanha 33%, a Suíça 34% e a Coreia do Sul 49%. Quanto ao Resíduo da Construção Civil (RCC) existem soluções para diminuir a geração. “Existe uma série de alterna}vas que podem recuperar os RCC como, por exemplo, transformá-lo em combus|vel, energia ou em agregados reciclados”. Rafael explica que essas transformações são chamadas de valorização de resíduos, pois estes não têm como des}nação
final o aterro sanitário. O biogás também agrega valor ao lixo, pois o gás é gerado na degradação de matéria orgânica, que tem alto valor calorífico. O engenheiro explica que a des}nação dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é responsabilidade do poder público. Já o RCC é de responsabilidade do gerador dos resíduos. Essa mudança aconteceu com a Resolução Conama n° 448/2012. Es}ma-se que a geração média de RCC seja de 500 kg/hab./ano ou 1,37 kg/hab./dia em algumas cidades brasileiras, segundo o PNRS 2012. E grande parte desses resíduos é agregado natural, que poderia ser subs}tuído por agregado reciclado. Quatro classes compõem o RCC: Classe A (origem mineral: concreto, }jolo, telha cerâmica, solo), Classe B (não mineral: plás}co, metal, vidro, gesso), Classe C (são resíduos que ainda não têm tecnologia para serem reciclados ou é inviável comercialmente) e Classe D (resíduos perigosos: }ntas, solventes, óleos, telha amianto). Quando esses materiais são triados de forma correta e des}nados às usinas de processamento, eles podem ser britados e daí surgirão novos produtos como, por exemplo, areia, brita corrida e pedrisco. Pesquisa realizada com 96 usinas de reciclagem no Brasil, pela Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), revela que essas empresas têm dificuldade de comercializar agregado reciclado. 43,9% dessas usinas consideraram ruim a situação comercial desse produto e 73,8% acham ruins as polí}cas públicas do setor. “Muitos profissionais tem receio de u}lizar os agregados reciclados, seja por resistência cultural ou por falta de conhecimento técnico”, afirma Rafael. Mas o engenheiro alerta que esses agregados têm normas de fabricação, de execução
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e de preparo (NBR 15.115 e BNB 15.116). E se os profissionais seguirem as normas não terão problemas com o produto. Além disso, o agregado reciclado pode ser até 30% mais barato que o agregado natural e o principal “deixará de es}mular os recursos naturais não renováveis e promoverá o desenvolvimento sustentável”.
sa, a compe}ção no mercado globalizado e a subs}tuição de tarefas repe}}vas ou em ambientes perigosos ou insalubres. “Ela transforma a estrutura da força de trabalho qualita}va ou quan}ta}va, o que resulta na melhoria das condições de trabalho”. Para ser implantada a automação em uma indústria existe um conceito conhecido como Pirâmide da Automação. No topo consta o ponto gerencial, ou seja, o proprietário da empresa fala qual a a}vidade que precisa ser realizada de forma automa}zada. Na sequência vem o período de avaliação para entender o ponto de gerenciamento e a elaboração do projeto que definirá as diretrizes para atender as expecta}vas do proprietário.
Importância da automação e novos campos na construção civil
Cesar Augusto Vieira Valente, engenheiro civil do Insituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, São Paulo-SP Na indústria, a automação tem como papel principal a sobrevivência da empre-
Cesar Augusto Vieira Valente
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A definição da palavra automação é: “qualquer sistema, apoiado em computadores, que subs}tui o trabalho humano, visando soluções rápidas e econômicas para a}ngir os obje}vos da indústria, dos serviços ou bem-estar”. Sistemas automa}zados, algumas vezes, são extremamente complexos, porém se forem observados de forma separada, “veremos que seus subsistemas possuem caracterís}cas comuns e de simples entendimento”. O campo de automação é vasto, um deles é a automação predial (building automa}on), que estuda a automação dos prédios ou habitações e iden}fica as tecnologias que permitem tornar automá}ca
Revista Painel
uma série de operações no interior de um prédio ou habitação. “O mercado de automação está em forte expansão e está consolidado há muitos anos, desenvolvendo uma oferta ar}culada e bem recebida pelos clientes”. O engenheiro ressaltou que uma das maiores preocupações dos edivcios inteligentes é a economia do consumo de energia, fator que impulsionou a automação predial. Domó}ca foi outro conceito apresentado pelo engenheiro, que consiste na união de casa mais robó}ca que resulta em um controle automa}zado. “Esse conceito está sendo muito u}lizado, principalmente, por aquilo que é chamado de tecnologia assis}da, ou seja, que colabora
com pessoas portadoras de deficiência ou idosas, deixando os ambientes mais confortáveis, acessíveis e prá}cos”. A automação predial envolve tecnologias ligadas à comunicação, audiovisual, segurança, iluminação, clima}zação, infraestrutura e lógica. “Em todos esses aspectos é possível trazer segurança, economia na gestão de instalação, mais conforto e maior simplicidade no cabeamento elétrico”. Cesar alerta que nem tudo pode ser automa}zado, pois para implantar um sistema de automação é necessária uma infraestrutura básica, daí a importância de conhecer o local e projetar a melhor solução para o espaço.
CREA-SP
Cancelamento do registro Comentários acerca do artigo 64 da Lei 5194 de 1966 De acordo com a Lei Federal 5194 de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões ligadas às áreas da engenharia e agronomia em nosso pais: Art. 35 - Cons}tuem rendas dos Conselhos Regionais: I - anuidades cobradas de profissionais e pessoas jurídicas; II - taxas de expedição de carteiras profissionais e documentos diversos; III - emolumentos sobre registros, vistos e outros procedimentos; IV - quatro quintos da arrecadação da taxa ins}tuída pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977;
V - multas aplicadas de conformidade com esta Lei e com a Lei nº6.496, de 7 de dezembro de 1977; VI - doações, legados, juros e receitas patrimoniais; VII - subvenções; VIII - outros rendimentos eventuais. O não pagamento da taxa anual de pessoa vsica ou empresa implica em cancelamento do registro do mesmo junto ao CREA-SP. O profissional ou empresa que deixar de pagar anuidade por dois anos consecu}vos terá seu registro cancelado, conforme estabelece o ar}go 64 da Lei 5194/66: Art. 64 da Lei 5194/66 - Será automa-
}camente cancelado o registro do profissional ou da pessoa jurídica que deixar de efetuar o pagamento da anuidade a que es}ver sujeito, durante 2 (dois) anos consecu}vos sem prejuízo da obrigatoriedade do pagamento da dívida. Parágrafo único - O profissional ou pessoa jurídica que }ver seu registro cancelado nos termos deste Ar}go, se desenvolver qualquer a}vidade regulada nesta Lei estará exercendo ilegalmente a profissão, podendo reabilitar-se mediante novo registro, sa}sfeitas, além das anuidades em débito, as multas que lhe tenham sido impostas e os demais emolumentos e taxas regulamentares. AEAARP
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NOTAS E CURSOS
Guia da arquitetura do centro histórico de São Paulo Produzido pelo arquiteto Francesco Perrowa-Bosh e a jornalista Teté Mar}nho, o livro “Triângulo São Paulo - um guia para se perder no centro” apresenta 31 pontos do centro histórico da cidade, delimitado pela Praça da Sé e os largos de São Francisco e São Bento. A publicação será distribuída gratuitamente pela Associação Viva O Centro – www.vivaocentro.org.br – e é des}nada aos estudantes e interessados em arquitetura e urbanismo. O guia traça um panorama sobre importantes construções e espaços públicos, sugerindo ao leitor contemplar a herança arquitetônica preservada e cruzar informações an}gas e atualizadas acerca da Igreja do Carmo, Catedral Metropolitana, Casa Mathilde, Solar Da Marquesa de Santos, entre outros. Além da sequência de imagens ordenadas por palavras-chave, a publicação traz glossários de termos arquitetônicos e de personagens
históricos, serviço detalhado para visitação, caderno para anotações, mapa e versão em inglês dos textos explica}vos. Informações detalhadas do projeto estão disponíveis no link: www.triangulosaopaulo.com.br. Fonte: Arcoweb
Campanha busca melhorar estágios em arquitetura no Brasil A Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA) acaba de lançar uma campanha que visa melhorar a condição dos estágios na área. Na primeira etapa, a en}dade está coletando dados para criar um panorama sobre a situação atual do setor. Estudantes podem par}cipar e contribuir preenchendo o ques}onário – www.fenea.org/estagios – que avalia desde a remuneração até o compromisso dos empregadores em oferecer experiência prá}ca e adequada em cada nível acadêmico. A segunda fase da inicia}va será o lançamento de uma campanha nacional para discu}r os assuntos coletados no ques}onário. Fonte: Arcoweb
Dubai Creek Harbour Revista Painel
Arquitetura e engenharia como carreiras de Estado Foi aprovado na Comissão de Cons}tuição e Jus}ça do Senado, por oito votos a favor e seis contra, o projeto que determina que engenheiros, arquitetos e agrônomos que ocupam cargos efe}vos no serviço público poderão ter suas carreiras reconhecidas como essenciais e exclusivas de Estado. O texto seguirá para sanção presidencial. OProjeto de Lei da Câmara 13/2013 é apoiado por en}dades como o CAU, o CREA e a Associação Nacional dos Servidores Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Poder Execu}vo Federal (ANSEAF), entre outras. A norma}va anterior, prevista pela Cons}tuição de 1998, define como carreiras |picas do Estado somente as de servidores das áreas jurídica, de auditoria e de gestão governamental. Assim, com o novo projeto de lei, os profissionais de engenharia e arquitetura passariam a ter direito a garan}as especiais contra a perda dos seus cargos, se forem servidores públicos estáveis. Fonte: Téchne.pini
Dubai terá torres gêmeas mais altas do mundo Um empreendimento de seis milhões de m², que será construído nos Emirados Árabes, irá incluir a construção das duas torres gêmeas mais altas do mundo. Chamado de Dubai Creek Harbour, o projeto prevê a criação de 39 mil unidades residenciais dispostas em seis torres. Com fachadas metálicas reves}das por vidros reflexivos, as torres terão formato de foguete e serão construídas paralelamente. Apesar das imagens já terem sido divulgadas, não foram informados o tamanho dos edivcios, o escritório responsável pela proposta das torres gêmeas e a previsão de início e conclusão das obras. Atualmente, as torres gêmeas mais altas do mundo são as Petronas Towers em Kuala Lumpur, na Malásia, com 452 metros. Os edivcios do Dubai Creek Harbour ficarão em um terreno próximo ao Ras Al Khor Wildlife Sanctuary, que abriga cerca de 450 espécies animais.
Fonte: AU.pini
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